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Escritura Pública e averbação

Prof. Érika Rubião Lucchesi


Noções de Direito Registral e Direito Notarial

• CF ( histórico – forma de ingresso – necessidade


do concurso público)
• Lei de Registros Públicos – 6015/73 + 8935/94
• Normas da Corregedoria Geral e Permanente
• Provimentos do CNJ (site Justiça Aberta)
• Movimento de DESJUDICIALIZAÇÃO
(DESBUROCRATIZAÇÃO) do Poder Judiciário –
levando serviços para os serviços do extrajudicial
(ex. divórcio, inventário, usucapião administrativa)
Tipos de Cartório:
1) Registro Civil das Pessoas Naturais
2) Registro Civil das Pessoas Jurídicas
3) Registro de Títulos e Documentos
4) Tabelionato de Notas
5) Tabelionato de Protesto
6) Registro de Imóveis
Registro Civil das Pessoas Naturais
O cartório de registro civil é o responsável por emitir
certidões de nascimento e casamento, adoção,
registro de óbito, reconhecimento de paternidade,
interdição, opções de nacionalidade e emancipação
de menores. Em resumo, ele é responsável pelos
atos que afetam diretamente a relação jurídica entre
diferentes cidadãos.
Atualidade: reconhecimento por socioafetividade +
alteração do nome dos trans + retificação de nome
( para cidadania)
Registro Civil de Pessoas Jurídicas
O cartório de registro de títulos trata das
relações de pessoas jurídicas e registra e
guarda inúmeros documentos
particulares. Nesses estabelecimentos, é
possível registrar contratos, atos constitutivos,
estatuto ou compromissos das sociedades
civis, religiosas, morais, científicas ou
literárias, bem como o das fundações e das
associações de utilidade pública.
Tabelionato de Notas
O cartório de notas é o responsável por dar fé
pública a um documento.
Ele elabora escrituras, procurações,
testamentos, reconhece firma e autentica
cópias
Tabelionato de Protesto
•  O tabelionato de protesto serve para dar publicidade da
inadimplência de uma obrigação. O protesto de títulos e
outros documentos de dívida é um direito do credor para
provar que a obrigação que tinha o devedor de lhe pagar
uma quantia certa, reconhecida como dívida em
dinheiro, não foi cumprida na data marcada para o
pagamento. É no cartório de protestos que se
protocolam os documentos de dívidas para cumprimento
da obrigação, intima os devedores, recebe pagamento,
lavra o protesto em caso de não quitação e expede
certidões relativa a dívidas.
Registro de IMÓVEIS
O cartório de registro de imóveis é responsável
pela matrícula, registro e averbação de atos
relativos a bem imóvel. Ele arquiva todo o
histórico dos imóveis da região onde se localiza.
Ainda que uma escritura de imóvel possa
ser lavrada em um tabelionato de notas qualquer,
até mesmo de outro estado, o registro dessa
escritura está restrito ao cartório de imóveis
que atende à região onde o imóvel está situado.
Legislação
Hierarquia da Constituição Federal

Lei de Registros Públicos + Notários e


Registradores

Normas da Corregedoria
Noções de direito notarial
• Direito notarial
Parte do direito privado que interessa a profissionais do direito que compõem o
notariado, englobando o direito das obrigações, da família e das sucessões,
porém esta terminologia é discutível, pois a matéria também interessa aos
demais operadores do direito e não somente aos notários
• Natureza do direito notarial
O direito notarial tem caráter instrumental ou formal
Ele impõe a solenidade da forma para a validade e eficácia de determinados atos
e negócios jurídicos
Determinados atos e contratos somente são válidos mediante intervenção do
notário, a quem cabe dar forma jurídica à vontade das partes
• Conceito de direito notarial
Conjunto de normas e princípios que regulam a função do notário, a organização
do notariado e os documentos ou instrumentos redigidos por esse profissional
do direito que a título privado, exerce função pública por delegação do Estado
Documentos em Geral

PRINCÍPIO NORTEADOR – SEGURANÇA ( gregos


representavam os atos jurídicos por meio da
escrita)
“ A história do direito oferece, em todas as
épocas, a comprovação da importância capital
do formalismo”
com maior ou menor intensidade, com
diferenças quanto ao seu objeto ou seu
alcance, o culta da forma pode ser observado
tanto nos antigos como nos modernos
ordenamentos jurídicos ( pag. 285 – Manual
de Direito Notarial – Luiz Guilherme Loureiro)
O espírito do formalismo se nutre de raízes que
transcendem o jurídico para penetrar no fundo
do espírito humano: a forma, em um sentido
amplo, confunde-se com o conjunto de
caracteres essenciais que fazem com que as
coisas sejam como são.
É POR MEIO DA FORMA que o INTELECTOHUMANO
distingue uma coisa das demais
O direito rege a conduta dos homens em sua vida
social: supõe a existência do próximo, em relação
entre os homens, a alteridade. É um remédio social
de uso externo. Essa exterioridade é identificada
também na conduta e nos fatos que implicam
efeitos jurídicos.
Para IHERING – O DIREITO NÃO TOLERA A CARÊNCIA
DE FORMA. PODE VIVER SOB O REINADO EXCLUSIVO
DO FORMALISMO. PREFERE O MAIS EXTREMADO
RIGOR DESTE À FALTA ABSOLUTA DE FORMA
Importância da FORMA
FORMA é o conteúdo do direito sob o ponto de vista de sua
visibilidade.

1) A forma apresenta a vantagem de permitir claramente o caráter


jurídico dos atos, a facilidade e a segurança do diagnóstico: a forma
dispensa inquirir a pessoa se ela efetivamente desejou celebrar
negócio jurídico e qual teria sido o ato
2) A forma ou solenidade chama a atenção das partes para a importância
do negócio jurídico que desejam celebrar e as respectivas
consequências jurídicas que podem advir.
3) A forma assegura a posterior prova e publicidade do ato, sua memória
e conservação, com efeitos respectivos a terceiros: é uma garantia de
segurança do tráfico jurídico e econômico.
SAVIGNY

“ Às relações civis interessa que os pactos não


sejam concluídos de maneira precipitada e
impensada, mas sempre com prudência e
reflexão – NESTE CASO A FORMA JURÍDICA
FUNCIONA COMO DESPERTADOR DA
CONSCIÊNCIA JURÍDICA”
Vantagens e Desvantagens das formas no
Direito Moderno
VANTAGENS:
1) facilitam, quando não asseguram, a prova do ato
2) Protegem contra atitudes impensadas e sem a necessária reflexão
quanto às vantagens, desvantagens e repercussões na esfera
pessoal e patrimonial
3) Conferem solidez à conclusão do negócio e permite distingui-lo dos
atos preparatórios
4) Publicidade e oponibilidade
5) Facilita a execução de políticas fiscais e de prevenção de crimes
econômicos
6) Aumentam a capacidade circulatória de certos direitos, como os
reais e os de crédito
Desvantagens:
1) Formalidades tornam menos rápidas e ágeis
as transações
2) Podem ser perigosas, uma vez que a omissão
da solenidade podem implicar a invalidade
do ato
3) São incômodas e as vezes caras
FUNÇÃO DA FORMA NO DIREITO NOTARIAL

Loureiro – “ao atribuir aos notários a competência para


formalizar juridicamente a vontade das partes, de
intervir nos negócios que as partes queiram ou devam
dar forma legal e para autenticar fatos, a norma legal –
art. 6 da LRP – nada mais faz do que reconhecer que as
instituições como o notariado, a forma juridica, o
contrato, a propriedade privada coexistem e se
entrelaçam de tal modo que o notário é conhecido como
o profissional da forma jurídica e o instrumento pelas
quais se expressam as suas funções é o documento
notarial”
Classificação do ato quanto às suas formas

FORMAIS versus INFORMAIS

Os formais se classificam em SOLENES (ad


solemnitatem – a forma é requisito
indispensável a validade do ato) e NÃO
SOLENES (ad probationem tantum – a forma é
exigida apenas como meio de prova)
Qual o conceito de DOCUMENTO?

CC – não fornece conceito e no CPC há confusão


entre documento, instrumento, ato, contrato
e etc
DOCUMENTO tem origem na expressão latina
“docet” que significa aquilo que ensina, que dá
a entender, de forma que toda coisa que
encerra uma representação do pensamento
humano
DOCUMENTO portanto encerra ou representa um
pensamento por sinais escritos, usuais ou
convencionais.
Documento é diferente de instrumento?

A maioria dos autores vai dizer que


INSTRUMENTO é o suporte ou instrumentação do
documento
DOCUMENTO é o negócio jurídico em si

PARA LOUREIRO – tanto o documento quanto o


instrumento constituem uma mesma moeda com duas
faces: o conteúdo formado pela vontade declarada ou
pensamento do seu autor e o continente, que é o
suporte pelo qual se exterioriza aquela declaração.
Conceito de TÍTULO
É o documento que atende às formalidades legais
e que incorpora um direito ou contenha de
maneira direta o ato ou negócio jurídico
registrável, com a perfeita descrição e
identificação do objeto e das partes

O conceito de documento abrange o de título, mas


o inverso não é verdadeiro : TODO TÍTULO é um
documento, mas nem todo documento é título.
Elementos do DOCUMENTO
elementos EXTRÍNSECOS e INTRÍNSECOS

Extrínsecos = externos = exteriores = suporte +


grafia + firma

Intrínsecos = internos = a autoria e o conteúdo


ideológico
Documento PRIVADO ou PARTICULAR
PRIVADO = é aquele feito e assinado somente pela
parte que tem livre disposição sobre seus bens e
que prova as obrigações de qualquer valor em
relação aos signatários ( arts. 219 e 221 CC)
( ou de forma residual, todos aqueles que não são
PÚBLICOS)
Ainda pode ser o feito por oficial público
incompetente ou sem a observância das
formalidades legais, quando assinados pelas partes
Os efeitos do documento privado são mais frágeis
do que aqueles vinculados aos documentos
públicos.
As declarações de dctos particulares somente são
presumidas verdadeiras em relação ao signatário
e quando contiver declaração de ciência de
determinado fato, a prova recai apenas sobre a
ciência do fato e não sobre o próprio evento,
cabendo ao interessado provar a ocorrência
resumindo
O documento particular não estabelece presunção de
autenticidade, integridade e veracidade dos fatos nele
consignados, tais como a identidade das partes, a data e
a manifestação de vontade.

É apenas AUTÊNTICO – gera certeza quanto à identidade do autor do pensamento


nele contido nas seguintes hipóteses:
1) Quando o tabelião de notas reconhecer a firma do signatário
2) A autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação,
inclusive eletrônico, nos termos da lei
3) Não houver impugnação da parte contra quem foi produzido
DOCUMENTOS PÚBLICOS

• São aqueles formados por agentes estatais a quem a lei


delega um poder específico denominado fé pública.
• É um PODER JURÍDICO que consiste no estabelecimento de
certeza de fatos, atos e relações jurídicas mediante a forma
documental com a eficácia que o ordenamento jurídico lhe
atribui
• Art. 405 do CPC – “o documento público faz prova não só
da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o
chefe da secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que
ocorreram em sua presença”
conclusão

Os documentos NOTARIAIS
nada mais são do que a
concretização das funções
do notário: legitimação,
autenticação, conservação
e assessoria.
Texto 1
Texto 2
Texto 3
Texto 4
INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO

1) Invalidade do negócio jurídico


2) Introdução
3) Nulidade relativa
4) Nulidade absoluta
5) Inexistência
6) Nulidade parcial
Bibliografia obrigatória:
Antônio Junqueira de Azevedo
Negócio Jurídico - existência, validade e eficácia
"demonstrando que a clássica distinção entre
nulo e anulável não pode ser encarada sob
um prisma rígido e imutável, como pode parecer,
uma vez que, em seu mecanismo técnico e
sensível as variações de ordem histórica e social”

Citado por Daisy Gogliano


CASOS PRÁTICOS PARA DISCUSSÃO EM
ABERTURA DA AULA:
1) Casal deseja contrair matrimônio no regime de
comunhão universal de bens. É orientado pelo
RCPN a procurar o tabelionato de notas e lavrar
escritura pública de PACTO ANTENUPCIAL. Realizam
o ato. Após, separam-se de fato e não realizam o
casamento. Pergunta-se: o PACTO ANTENUPCIAL é:
( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
2)Menor (relativamente – critério biológico –
17 anos) deseja alienar imóvel de sua
propriedade. Na escritura pública consta
apenas sua assinatura. Tal negócio é:

( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
3) O proprietário do imóvel de valor de R$
1.000.000,00 (hum milhão de reais) mora no
exterior e deseja alienar tal imóvel sito na
comarca de Ribeirão Preto. Lavra para seu
mandatário PROCURAÇÃO PARTICULAR. Pergunta-
se: tal escritura de compra e venda, se lavrada, é:
( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
4) Duas pessoas, desejando contrair matrimônio,
porém sem desejar as formalidades do RCPN,
contrata figurante para atuar como juiz de paz e
realiza aparente cerimônia civil de casamento,
com fotos, vídeos e assinatura de testemunhas.
Tal ato é:
( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
5) Duas pessoas, desejando contrair matrimônio,
fizeram todo o processo de habilitação no RCPN de
Ituverava. Ocorre que, no dia, o juiz de paz da comarca
não foi encontrado para a realização do ato, tendo o
casal então chamado o juiz de paz de Guará, cidade ao
lado, que compareceu e realizou o ato. Tal ato é:
( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
6) Escritura de Compra e Venda foi levada ao RI
para registro. Foi feita nota devolutiva, com
apontamento de irregularidades, pois o
alienante, já falecido, não assinou. O
adquirente levou tal escritura ao RTD, que
recebeu o documento. Pergunta-se, o ato de
REGISTRO ( translativo de propriedade)
existiu?
7) Filho leva a mãe ao cartório de Notas para lavrar
TESTAMENTO. A mãe tem mal de ALZEIMER porém
tal fato não é mencionado ao tabelião, já que a
mãe tem intervalos de lucidez e do dia respondeu
a todas as perguntas para verificação da sanidade.
Foi lavrado tal TESTAMENTO. Tal testamento é:
( ) inexistente
( ) inválido
( ) ineficaz
FATO JURÍDICO LATO SENSU
1) Fato jurídico stricto sensu – fato natural
2) Fato jurídico humano – ato humano – este por sua vez:
a) Ato jurídico ilícito – art. 186
b) Ato jurídico lícito – ou ato jurídico em sentido amplo e que
por sua vez se subdivide em:
c) Ato jurídico em sentido estrito – meramente lícito – art. 185
( reconhecimento de filho – as partes não podem negociar –
é tudo determinado em lei)
d) Negócio jurídico ( arts. 104 a 184 CC) – declaração privada,
produzindo efeitos jurídicos em relação a obrigações e
direitos – a vontade conta – ex. contratos
TEORIA PONTEANA

Três PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (analisado na VERTICALIDADE)

EXISTÊNCIA
VALIDADE
EFICÁCIA
PONTES DE MIRANDA - "O nulo é ato que entrou, embora nulamente, no mundo
jurídico”

“Não nasceu morto, o que seria não nascer; não nasceu impróprio à vida, por
sua extrema debilidade"
EXISTÊNCIA

• Há críticas de doutrinadores dizendo que o plano da


validade seria suficiente – mas a maioria da doutrina
defende a existência.
• Elementos mínimos necessários:
1) Agente
2) Objeto
3) Vontade – exemplo doutrinário: fulano amarrado que
assina o documento. O corpo serviu como mero
instrumento
VALIDADE
art. 104 CC – guardando lógica com os ELEMENTOS de existência
a) AGENTE CAPAZ
b) OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINÁVEL
( pacto de corvina)
c) FORMA PRESCRITA OU NÃO PROIBIDA EM LEI
HÁ AINDA MAIS UM REQUISITO DE VALIDADE, QUE NÃO TEM PREVISÃO LEGAL, MAS
DECORRE DO SISTEMA
(GISELDA – USP)
A vontade deve ser livre + esclarecida + ponderada ( vícios do consentimento – ex.
coação moral (livre) que tira a espontaneidade – ex. erro e dolo – a vontade aqui não
é esclarecida
Ex. estado de perigo e lesão – não é ponderada – art. 156 e 157 – temor de dano –
afetividade – inexperiência
A horse, a horse for my kingdom
EFICÁCIA

EFEITOS NA VIDA PRÁTICA DO CIDADÃO


Qual a importância da divisão no planos de
existência, validade e eficácia?

a solução
processual é
diferente
INVALIDADE –
Duas possíveis consequências
a depender da gravidade da violação do plano
da validade, a lei prevê diferentes sanções:

1) INVALIDADE ABSOLUTA – NULIDADE


ABSOLUTA ( afetar a sociedade de um modo
geral)
2) ANULABILIDADE – NULIDADE RELATIVA
É o único plano que apresenta duas soluções
INVALIDADE ABSOLUTA E RELATIVA
COM RELAÇÃO AO AGENTE
ART. 166 – ABSOLUTAMENTE INCAPAZ (14
ANOS)– A CONSEQUENCIA É A NULIDADE
ABSOLUTA

ART. - RELATIVAMENTE INCAPAZ ( 17 ANOS) – A


LEI PERMITE QUE O NEGÓCIO SEJA VÁLIDO SE
AS PARTES NADA RECLAMAREM
NULIDADE ABSOLUTA ≠ NULIDADE RELATIVA

• Qto ao prazo:
Imprescritível – art. 182 CC
Prazo prescricional e decadencial – art. 177 CC
• Qto ao tratamento legal:
Funda-se em ofensa a princípios de ordem
pública
Funda-se em ofensa a princípios de interesse
privado
• Qto a quem pode arguir:
Arguida por qualquer interessado ou pelo MP – e até
mesmo de ofício – art. 168
Não pode de ofício – art. 177
• Qto a possibilidade de retificação:
Não admite a retificação ou confirmação – porém
admite a conversão – art. 170
Admite a retificação ou confirmação – salvo direito
de terceiros – art. 172
• qto aos efeitos:
Efeitos EX TUNC – RETROAGE
Efeitos EX NUNC – NÃO RETROAGE

• Qto ao tipo de sanção:


Sanção MAIS INTENSA
Sanção MAIS BRANDA
INVALIDADE COM RELAÇÃO AO OBJETO

ART. 166, II – A LEI NESTE CASO FULMINA O


NEGÓCIO JURÍDICO – A LEI NÃO TERGIVERSA

NULIDADE ABSOLUTA
INVALIDADE COM RELAÇÃO A FORMA

166, IV – é a nulidade ABSOLUTA DO NEGÓCIO JURÍDICO

POR QUE? A lei seleciona poucas exigências de FORMA


Fiança – por escrito
Imóvel com mais de 30 salários mínimos – só por escritura
pública
Casamento
testamento
E SOBRE A VONTADE LIVRE, ESCLARECIDA E
PONDERADA?
E se tal requisito não for observado

Art. 171 = vícios do consentimento =


ANULABILIDADE
LOGO, A DEPENDER DO REQUISITO VIOLADO HAVERÁ
UMA CONSEQUENCIA DISTINTA:

Art. 104 – REQUISITOS GENÉRICOS ( CADA


NEGÓCIO PODE TER SEUS ESPECÍFICOS)
Agente
a) Absolutamente INCAPAZ – nulidade absoluta
b) Relativamente INCAPAZ – nulidade relativa
Objeto – nulidade absoluta
Forma – nulidade absoluta
Vontade – nulidade relativa
EXEMPLO - ESPECÍFICOS
1)LEI DE LOCAÇÃO de imóvel urbano
NÃO É POSSÍVEL GARANTIA PLURAL – NULIDADE
ABSOLUTA

2)ART. 496 - NULIDADE ABSOLUTA – PACTO DE CORVINA

3) ART. 476 - NULIDADE RELATIVA - COMPRA E VENDA


DE ASCENDENTES A DESCENDENTES sem autorização
dos demais
• Se o defeito for na EXISTENCIA – O NEGÓCIO É
SIMPLESMENTE INEXISTENTE

Se o defeito for na EFICÁCIA – O NEGÓCIO É


SIMPLESMENTE INEFICAZ
Terminologia:
zeno veloso

1) Nulidade absoluta e nulidade relativa

OU

2) Nulidade e Anulabilidade
Ou seja,

NULIDADE = NULIDADE ABSOLUTA

ANULABILIDADE = NULIDADE RELATIVA


PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO, se
INFRINGINDOS:
• EXISTÊNCIA – ação declaratória de
INEXISTENCIA
• INVALIDADE – grau de violação da LEI – o
quanto a sociedade foi violada
Regimes jurídicos próprios para nulidade relativa
e nulidade absoluta
• EFICÁCIA – obrigação de fazer , de dar ....
Nulidade PARCIAL ou INVALIDADE PARCIAL

o negócio pode ser nulo e anulável parcialmente

quando o negócio esteja viciado apenas numa parte do seu


conteúdo preceptivo, entendido o vocábulo "parte" como
referido ao âmbito daquele conteúdo ou apenas quanto a uma
das diversas disposições de que consta, é abstratamente possível
tanto a solução segundo a qual a invalidade se mantém,
precisamente, parcial, isto é, circunscrita àquela disposição ou
àquela porção do conteúdo preceptivo do negócio (utüe per
mutile nen vitiatur), como a solução contrária, no sentido de que
o vício da parte se comunica ao resto", submetendo ao regime de
invalidade total do negocio, quando a parte sã é afetada
O direito italiano adota como princípio a
primeira orientação, no sentido de que só
parte viciada é que se mantém nula, ou
melhor, inválida.
O direito alemão, sucede justamente o
contrário, quando a parte sã se torna afetada,
invalidando todo o negócio, ao adotar o
critério da invalidade total.
TJ-SC - Apelacao Civel AC 47254 SC 2005.004725-4 (TJ-SC)
Data de publicação: 26/08/2005
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATOJURÍDICO -
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS - PEDIDO PELA DECLARAÇÃO DE LEGITIMIDADE
PASSIVA DO ATUAL POSSUIDOR - INDIVÍDUO QUE NÃO TOMOU PARTE
NO ATO IMPUGNADO - IMPOSSIBILIDADE - COMPANHEIRA QUE RECEBEU, DO
FALECIDO AMÁSIO, 50% (CINQÜENTA POR CENTO) DA POSSE DE UM IMÓVEL -
CRISTALINA PRETENSÃO DA HERDEIRA EM CEDER SOMENTE SEU QUINHÃO -
ESCRITURA PÚBLICA QUE ABRANGEU A INTEGRALIDADE DO BEM, INCLUSIVE AQUELA
RESERVADA AOS HERDEIROS LEGAIS - NULIDADE PARCIAL DO ATO DECLARADA -
SUBSISTÊNCIA DA ESCRITURA EM SUA PARTE VÁLIDA (50% DO BEM TRANSMITIDO À
COMPANHEIRA) - INTELIGÊNCIA DO ART. 153 DO CC/16 - SENTENÇA REFORMADA -
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. "Não estando a causa de pedir baseada em
algum ato praticado pela ré, impõe-se o acolhimento da ilegitimidade passiva ad
causam e, em conseqüência, a extinção do feito" (Des. Gaspar Rubik)
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1102938 SP 2008/0272721-2 (STJ)
Data de publicação: 24/03/2015
Ementa: RECURSO ESPECIAL - AÇÃO CONDENATÓRIA E DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO,
CUMULADA COM PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CESSÃO DE DIREITOS SOBRE BEM IMÓVEL CELEBRADA ENTRE
A RÉ E A EX-CÔNJUGE DO AUTOR, A FIM DE DISSIMULAR DOAÇÃO - SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA, NA QUAL
SE DECLAROU A NULIDADE PARCIAL DO NEGÓCIO JURÍDICO - DECISUM MANTIDO PELA CORTE DE ORIGEM -
INTELIGÊNCIA DO DISPOSTO NO ARTIGO 167, CAPUT, DO CÓDIGO CIVIL - DISTINÇÃO ENTRE SIMULAÇÃO ABSOLUTA E
RELATIVA - NEGÓCIO JURÍDICO DISSIMULADO (DOAÇÃO) VÁLIDO NA PARTE QUE NÃO EXCEDEU À PARCELA DISPONÍVEL
DO PATRIMÔNIO DA DOADORA/OFERTANTE (ARTIGO 549 DO CÓDIGO CIVIL), CONSIDERADA A SUBSTÂNCIA DO ATO E A
FORMA PRESCRITA EM LEI - RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. INSURGÊNCIA RECURSAL DO AUTOR. Pretensão voltada
à declaração de nulidade absoluta de negócio jurídico, consistente em cessão de direitos sobre bem imóvel, a fim de
ocultar doação. Instâncias ordinárias que reconheceram a existência de simulação, declarando, no entanto,
a nulidade parcial da avença, reputando parcialmente válido o negócio jurídico dissimulado (doação), isto é, na
fração que não excedia à legítima. 1. Ofensa ao artigo 102 do Código Civil. A insurgência encontra-se deficiente, pois
não há exposição clara e congruente acerca do modo como o Tribunal de origem teria contrariado o dispositivo tido
como violado, circunstância que atrai, por analogia, a aplicação da Súmula n. 284 do STF. 2. Violação do artigo 535 do
Código de Processo Civil inocorrente. Acórdão local devidamente fundamentado, tendo enfrentado os aspectos fático-
jurídicos essenciais à resolução da controvérsia. Desnecessidade de a autoridade judiciária enfrentar todas as alegações
veiculadas pelas partes, quando invocada motivação suficiente ao escorreito desate da lide. Não há vício que possa
nulificar o acórdão recorrido ou ensejar negativa de prestação jurisdicional. 3. O negócio jurídico simulado pode ter sido
realizado para não produzir qualquer efeito..
TJ-MG - Agravo em Execução Penal AGEPN 10231120330700002 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 24/02/2016
Ementa: AGRAVO EM EXECUÇÃO - POSSE DE APARELHO CELULAR NO INTERIOR DA CELA - ART. 50 , VII , DA LEI 7.210
/84 - FALTA GRAVE CONFIGURADA - INTERRUPÇÃO DA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA OBTENÇÃO DE
NOVOS BENEFÍCIOS - NÃO VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - PERDA DE 1/3 DOS DIAS REMIDOS -
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DO DECISUM - OFENSA AO ART. 93 , IX DA CF - NULIDADE
PARCIAL DO ATO DECISÓRIO. RECURSO NÃO PROVIDO. DE OFÍCIO, DECLARADA A NULIDADE PARCIAL DA DECISÃO.
1. Nos termos do art. 50 , inciso VII , da Lei nº 7.210 /84, "Comete falta grave o condenado à pena privativa de
liberdade que: (...) tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo". 2. O cometimento de falta grave interrompe o prazo
para concessão de novos benefícios, devendo ser o novo lapso computado a partir da data do cometimento da falta
grave. 3. Ao estabelecer o quantum de dias remidos que será perdido, no caso de cometimento de falta grave pelo
apenado, o julgador deve apresentar fundamentação adequada, tendo como base "a natureza, os motivos, as
circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão", conforme dispõe o
art. 57 da LEP . 4. A omissão do decisum em apresentar fundamentação acerca da fração dos dias remidos a serem
estornados enseja a declaração de sua nulidade parcial, devendo o juízo da execução proferir nova decisão acerca da
questão, apresentando motivação adequada. V.V. PERDA DOS DIAS REMIDOS - DECISÃO MANTIDA. Nos termos do
art. 127 , da Lei nº 7.210 /84, com redação dada pela Lei nº 12.433 /11, "Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57 , recomeçando a contagem a partir da data da
infração disciplinar".
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. DE OFÍCIO, DECLARARAM A NULIDADE PARCIAL DA DECISÃO, VENCIDO
Escritura Pública

• É o documento que o tabelião lavra em suas notas


para dar jurídica à vontade das partes.
• A escritura pública é instrumento pelo qual o notário
ou tabelião fixa, registra e autentica a declaração de
outrem, registram-se manifestações de duas fontes
distintas: a feita pelas partes do negócio ou ato
jurídico, e a do tabelião que colheu e fixou em seu
livro de notas a declaração dos interessados,
assegurando-lhe certeza e autenticidade.
Fases para a elaboração da escritura pública

1) Fase preparatória ( é a redação da escritura


pública)
2) Fase da lavratura da escritura propriamente dita
( é a audiência em que o ato notarial será lido às
partes e comparecentes, compreendendo a sua
outorga e autorizaçao.)
3) Pós-lavratura, ou conservatória ( expedição de
cópias fidedignas do instrumento público)
Partes da escritura pública

1) Parte preliminar
2) Indicação dos comparecentes
3) Conteúdo negocial
4) Encerramento
ATA NOTARIAL
RECONHECIMENTO DE FIRMAS
MODELOS DE ESCRITURA PÚBLICA
MODELO DE ATA NOTARIAL
TESTAMENTO
TEMA:

USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL
Usucapião Administrativa
Contextualização:
1) NOVO CPC – 18 DE MARÇO DE 2016
Alteração de estrutura
(reflexos registrais )
2) Desjudicialização – Cartorização?
3) Falta de SUPLETIVIDADE e COERCIBILIDADE aos tabeliães
e aos oficiais
4) Dificuldade prática para realização EXTRAJUDICIAL
EX: GAROPABA – SC realizou já em 09 de agosto de 2016 –
68 dias
Base Legal
• NCPC – alterou a LRP – art. 216 A
• Provimento 65 – 2017 CNJ
• Itens 425 a 434 – Capítulo XX das Normas de
Serviço da Corregedoria - SP
Questões práticas – análise legal
1) Somente bens IMÓVEIS pode ser usucapidos
extrajudicialmente
2) Competência territorial - circunscrição imobiliária em que
se situar o imóvel usucapiendo, ainda que seu registro
esteja em outra circunscrição. móvel estar situado em mais
de uma circunscrição.( se o imóvel estiver registrado em
mais de uma circunscrição) –
o requerimento poderá ser processado em qualquer delas
– Ao final, se procedente o pedido, caberá ao interessado
apresentar certidão da matrícula à outra circunscrição, para
o registro.
• 3) requerente: Podem requer tanto as pessoas naturais, como as
pessoas jurídicas.
o espólio não pode postular o reconhecimento extrajudicial da
usucapião.
Já em relação ao falecido, ou seja, o possuidor, seus herdeiros o
sucedem na posse, cabendo a eles alegar a “sucessio possessionis”,
isto é, a aquisição da posse pelo direito hereditário.
A lei diz que o pedido de reconhecimento da usucapião pode ser
feito pelo “interessado”. Contudo, nem sempre o interessado será o
possuidor atual, porque a aquisição pode ter ocorrido anteriormente,
quando do preenchimento dos requisitos legais, a despeito de, na
atualidade do requerimento, o interessado não ter a posse do imóvel
4) intervenção de advogado obrigatória – apresentação de procuração

5) formalidades do REQUERIMENTO:
a) PETIÇÃO ESCRITA QUE DEVE:

Expor os fatos que fundamentam o pedido:


Ou seja, o início da posse e o modo de aquisição, bem como eventuais cessões de direitos possessórios, quali­ficando
os cedentes e mencionando a data de cada cessão; ou a sucessão “causa mortis”, quali­ficando o possuidor anterior e
mencionando a data da abertura da sucessão;
Observação: havendo vários herdeiros e sendo um deles o requerente, alegando posse exclusiva, não pode ser
admitida a “sucessio possessionis”.
+
Além disso, deverá ser observado o tempo da posse, que já deve estar completo, conforme a espécie da usucapião (ver
artigo –https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/534411241/usucapiao-de-bens-imoveis-urbanos), a confirmação de
ser a posse justa e, quando não for presumida, a boa-fé do possuidor;
+
Confirmação de ser a posse mansa e pacífica, sem qualquer oposição, exercida pelo possuidor como se dono do imóvel
fosse. E por fim, se for o caso, expor os fatos que justificam a redução do prazo da usucapião.
Fundamentar juridicamente o pedido:
o cumprimento dos requisitos anteriores
autoriza o reconhecimento da usucapião, ou
seja, a menção do dispositivo de lei é
desejável, mas não é essencial, bastando que
a exposição dos fatos permita o
enquadramento legal do pedido.
Requerimento:
Requerer a notificação dos interessados certos e incertos
(por meio de Edital) no prazo de 15 dias; a cientificação
das Fazendas Públicas (União, Estado e Município) para
que, no mesmo prazo, se manifestem sobre o pedido;
bem como as diligências que, a critério do Oficial, forem
necessárias; além do deferimento do pedido, com o
reconhecimento da usucapião; e por fim, o registro da
aquisição da propriedade pela usucapião na matrícula do
imóvel, ou na matrícula que for aberta para esse registro.
Quais os documentos que devem instruir o requerimento?
O requerimento da usucapião extrajudicial deverá ser
necessariamente instruído com os seguintes documentos:
i) A ata notarial que conterá, necessariamente:
• A qualificação completa do requerente, constando estado civil, datas
de eventuais casamentos e divórcios, regime de bens; eventual união
estável, com data de início e, se houver, prova de adoção de regime de
bens diversos da comunhão parcial; o tempo de posse do requerente
e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias.
• Importante: Diz a lei que o notário atestará o tempo de posse,
todavia, a afirmação que ­fizer sobre esse requisito da usucapião não
estará coberta pela fé pública.
• É que, a conclusão sobre o tempo de posse
decorrerá das provas que forem carreadas
para o processo. Assim, poderão ser
apresentadas mais de uma ata, ou atas
específicas para determinados atos ou fatos.
Essas atas poderão ter sido lavradas por
notários diversos, de diferentes municípios ou
comarcas. Desta feita, será desejável que
constem na ata:
a) Declarações de pessoas que possam atestar a respeito do tempo da posse do interessado e de seus
antecessores;
b) Declaração dos requerentes de que desconhecem a existência de ação possessória ou reivindicatória em
trâmite envolvendo o imóvel usucapiendo;
c) Relação dos documentos apresentados para os fi­ns dos incisos II, III e IV, do art. 216-A, da Lei nº 6.015/73
ii) Planta e memorial descritivo assinado por pro­fissional legalmente habilitado;
iii) Prova de Anotação de Responsabilidade Técnica (A.R.T., ou R.R.T.), feita pelo profissional no respectivo
conselho de ­fiscalização profi­ssional (CREA ou CAU), e prova de recolhimento da taxa;
iv) Anuência, eventualmente obtida pelo requerente, dos titulares de direitos reais e de outros direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e nas matrículas dos imóveis confinantes,
mediante assinatura no memorial descritivo;
v) Certidões negativas dos distribuidores cíveis da Justiça Estadual e da Justiça Federal, da comarca da
situação do imóvel e do domicílio do requerente;
vi) Nos casos de usucapião rural ou urbana, declaração do requerente, sob as penas da lei, de que não é
proprietário de outro imóvel, rural ou urbano;
vii) No caso de usucapião familiar, prova do abandono do lar pelo ex-cônjuge ou ex-companheiro, e de posse
exclusiva;
viii) No caso de usucapião rural, a prova de que tornou a terra produtiva;
Da Prenotação
O requerimento deverá ser prenotado na
apresentação, salvo se tiverem sido requeridos
expressamente apenas exame e cálculo.
Da Autuação e qualificação
Uma vez prenotado, o requerimento e os documentos
que acompanham o procedimento da usucapião
extrajudicial deverão ser autuados, numerados e
rubricados pelo Oficial ou pelo escrevente responsável,
para qualificação.
• Na qualificação, o Oficial verificará, entre outros cuidados:
a) se foram apresentados todos os documentos necessários; b) se a ata contém os
requisitos exigidos pela lei; c) se o requerimento permite: identificar a espécie de
usucapião; conferir o tempo e a continuidade da posse; a certeza de que a posse é
justa e, quando exigível, de boa-fé, exercida com ânimo de dono; d) se foram
identificados e qualificados todos os proprietários e titulares de direitos reais, em
relação ao imóvel usucapiendo e aos imóveis confinantes; e) se as certidões de ações
não provam a existência de ação contra o requerente ou seus antecessores, que tenha
por objeto a posse do imóvel objeto do pedido; f) se o imóvel objeto do pedido é
realmente o da matrícula ou transcrição indicada no requerimento; g) se os imóveis
indicados como confinantes são realmente confinantes e se são os únicos; h) se a
descrição do imóvel cumpre as exigências legais, inclusive em relação a eventual
necessidade de georreferenciamento; i) se o memorial descritivo está de acordo com a
planta e vice-versa; j) se as certidões do Registro de Imóveis estão atualizadas; k) se
foram indicados os verdadeiros proprietários e titulares de direitos reais em relação ao
imóvel objeto do pedido e aos imóveis confinantes;
• Caso haja alguma irregularidade, o Oficial poderá conceder um
prazo razoável para apresentação dos documentos faltantes.
• Após a análise de todo o procedimento, o pedido poderá ser
deferido ou rejeitado, sendo este deferido, parte-se ao registro,
onde o oficial: a) registrará em nome do requerente a usucapião,
na matrícula do imóvel, se a descrição dela constante coincidir
integralmente com a do memorial descritivo; ou b) abrirá
matrícula com base no memorial descritivo e registrará a
usucapião em nome do requerente; c) no caso de abrir matrícula
nova, averbará na matrícula anterior o desfalque ou o
encerramento, em virtude da usucapião registrada na outra
matrícula, que será identificada
1. Averbações típicas e atípicas

2. Atos que não podem ser averbados

3. Averbação de Reserva legal

4. Averbações acautelatórias
1) AVERBAÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS.

O que é averbação? A averbação é o ato que anota todas as alterações ou acréscimos


referentes ao imóvel ou às pessoas que constam do registro ou da matrícula do imóvel.

Comportam averbação informações que alteram a situação do imóvel ou das pessoas a


que o imóvel se vincula, por exemplo, o Habite-se, que é expedido pela Prefeitura
Municipal, as mudanças de nome, as modificações de estado civil decorrentes de
casamento ou divórcio etc.

A) Legitimidade para requerer averbação (art. 217, Lei 6.015/73):

Qualquer pessoa que demonstre interesse jurídico

“titulares do direito real, na qualidade de alienantes ou de adquirentes, como


anuentes ou intervenientes no negócio jurídico (RT, 506:113) objeto do assento, mas
também aquele que, por alguma razão, tenha natural interesse na averbação, mesmo
que seu nome não figure no registro.” (DINIZ, Maria Helena. Sistemas de Registros de
Imóveis. 8ª edição, São Paulo, Saraiva, 2009, p. 441-442).

Satisfeitos os emolumentos, o registrador não pode se opor ao pedido (Walter Ceneviva)


Quais são os atos averbáveis?

Art. 167, II Lei 6.015/73.

LISTA DOS ATOS DE AVERBAÇÃO TÍPICOS

ROL TAXATIVO?

NÃO. Existência das AVERBAÇÕES ATÍPICAS


AVERBAÇÕES ATÍPICAS - CASOS CONCRETOS

A) Desmembramento ou de desdobramento de serventias imobiliárias (artigo


29, I, da Lei nº 8935/94).

Hipótese: Alteração na lei de organização judiciária.

Abertura de nova matrícula na serventia criada, acompanhada de certidão


atualizada, comprobatória do registro anterior e da existência ou inexistência de
ônus.

Aviso da abertura da nova matrícula deve ser emitido ao Cartório anterior.

Se não comunicar, pode ocorrer de se vender o imóvel registrado no cartório


anterior, com risco de perdas e danos.
Averbações ATÍPICAS - Casos concretos

B) Averbação de Certidão da Dívida Ativa (CDA).

“Apesar de não prevista expressamente a sua averbação no Registro Imobiliário


pela Lei 6.015/73, o ato deve ser praticado à vista de mandado judicial ou
certidão hábil, considerando que afeta profundamente o registro quanto à
pessoa nele interessada, além de mostrar-se utilíssima para evitar fraudes.”
(SILVA, Ulysses da. “Direito Imobiliário – O Registro de Imóveis e Suas
Atribuições – A Nova Caminhada”, 2ª edição revista e ampliada, Porto Alegre,
2013, p. 405).

C) Averbação de caução atípica em contrato de locação (art. 38, p. 1º Lei


8.245/91).
“REGISTRO DE IMÓVEIS - Averbação de caução atípica no âmbito
de locação predial urbana (Lei nº 8.245/91, artigo 38, §1o). Admissibilidade,
nada obstante pretérita averbação de ineficácia da alienação do titular do
domínio que onerou o bem, por declaração de fraude a execução. Impossível o
cancelamento da averbação, que não padece de mácula – Recurso conhecido e
não provido.” (CGJ – TJSP 960/2006)
Averbações ATÍPICAS - Casos concretos

D) Averbação de Áreas Contaminadas - CETESB

“REGISTRO DE IMÓVEIS – Cadastramento de áreas contaminadas sob a


responsabilidade da CETESB, qualificado com presunção de veracidade e
legalidade, própria dos atos da Administração Pública – Interesse público que
envolve a referida matéria ambiental e que impõe amplitude de informação –
Segurança jurídico-registral, estática e dinâmica, que reclama concentração da
notícia de contaminação, oficialmente declarada, no fólio real – Integração do
Registro Predial na esfera da tutela ambiental – Admissibilidade da publicidade
registral de áreas contaminadas por substâncias tóxicas e perigosas,
por averbação enunciativa de “declaração” ou “termo” emitido pela Cetesb –
Inteligência do artigo 246 da Lei de Registros Públicos – Consulta conhecida,
com resposta positiva (Processo CG 167/2005 – CGJ - TJSP)
Averbações ATÍPICAS - Casos concretos

E) Averbação de cisão de sociedade empresária

“REGISTRO DE IMÓVEIS – Requerimento de averbação de transmissão de imóvel em


virtude de cisão parcial de sociedade empresária – Exigência de apresentação de
declaração emitida pela Prefeitura Municipal de imunidade ou isenção do ITBI – Validade
– Previsão em normas legais e infra-legais da obtenção da declaração como condição para
o ingresso no fólio real de transmissões de bens imóveis decorrentes de tal modalidade de
operação – Impossibilidade de discussão, nesta esfera administrativo-correcional, a
respeito da constitucionalidade ou não de referidas normas municipais – Recurso não
provido.” (CGJ – Proc. CG 487/2007).

F) Averbação de protesto contra alienação de bens.

REGISTRO DE IMÓVEIS - Averbação de protesto contra alienação de bens imóveis -


Entendimento fixado pela Corte Especial do Eg. STJ (EREsp nº 440.837-RS, DJ 28.05.2007)
pela admissibilidade da averbação, como expressão do poder geral de cautela do juiz e
para proteção ao adquirente de boa fé por via do princípio de publicidade - Reflexo desse
julgado proveniente de órgão judicial com atribuição de uniformização da jurisprudência
nacional, que não se deve ignorar na esfera administrativa – Alteração do item 68.3 do
Capítulo XX das NSCGJ, para constar a admissibilidade da averbação em referência,
quando houver expressa determinação do juiz do processo. (CGJ – Proc. CG 485/2007)
Averbações ATÍPICAS - Casos concretos

G) Averbação de tombamento

“REGISTRO DE IMÓVEIS - Tombamento provisório - Restrições próprias de


bens imóveis integrantes do patrimônio cultural, decorrentes de outras formas
de preservação e acautelamento, expressas em ato administrativo ou legislativo
ou em decisão judicial - Restrições próprias de imóveis situados no entorno
dos bens tombados ou reconhecidos como integrantes do patrimônio
cultural - Averbações enunciativas ou de mera notícia - Admissibilidade -
Medidas de preservação do patrimônio cultural que implicam restrições, em
maior ou menor grau, ao uso, gozo e à alienabilidade dos bens atingidos, a
justificar o reforço da publicidade, pela via registral, para conhecimento da
população em geral e de futuros adquirentes - Alteração das Normas de Serviço
da Corregedoria Geral da Justiça.” (Proc. CG nº 1.029/2006).
 
2) CASOS DE IMPOSSIBILIDADE DE AVERBAÇÃO

REGISTRO DE IMÓVEIS – Averbação de decisão judicial que impõe


o cumprimento de obrigações de fazer – Inadmissibilidade – Natureza
meramente obrigacional das prestações determinadas no julgado, sem força
atributiva ou modificativa de posição jurídico-real – Inaplicabilidade do disposto
no art. 167, II, 12, da Lei nº 6.015/1973 – Não incidência, ademais, da norma do
art. 246 da Lei nº 6.015/1973, ausente eficácia modificativa do registro com a
prática do ato pretendido – Recurso não provido.
REGISTRO DE IMÓVEIS. Recurso interposto contra a r. decisão do Juízo
Corregedor Permanente, que manteve a recusa do Oficial e indeferiu a
pretensão de averbar na matrícula o óbito do marido da recorrente, com quem
era casada sob o regime da comunhão universal de bens, com o fim de subsistir
a seu favor a parte ideal correspondente a 1/5 da nua propriedade do imóvel
doado por seus pais. Doação feita apenas à recorrente. Não incidência da regra
do parágrafo único do art.551 do Código Civil, que reclama a doação a
ambos. Necessidade de inventariar e partilhar a parte ideal do bem imóvel
doado, para que os herdeiros do cônjuge falecido recebam a legítima,
preservada a meação da recorrente. Recurso não provido
(Proc. CG nº 958/2006.
Casos de impossibilidade de averbação

REGISTRO DE IMÓVEIS. Averbação de construção. Exigência de apresentação


de CND da Receita Federal em nome da empresa que realizou a construção.
Exigência indevida, por falta de previsão na Lei 8212/91 e Decreto 3048/99.
Recurso provido, para afastá-la, sem que tal medida implique em ordem de
averbação, devido à apresentação de outras exigências pelo Oficial, pendentes
de atendimento e que não foram impugnadas pelo recorrente (
Proc. CG nº 445/2007)

QUAIS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À AVERBAÇÃO DE


CONSTRUÇÕES URBANAS?
1) REQUERIMENTO DO INTERESSADO, com firma reconhecida, onde se indicará o número da matrícula, o endereço do imóvel, a área construída e o
valor atribuído à obra. Se a averbação da edificação vier concomitante ao registro de escritura, que traz também em sua redação, autorização para a
prática de outros atos, deve o Oficial exigir que isso venha de forma específica, com indicação dos elementos acima noticiados. Dependendo da
legislação de cada Estado e do Distrito Federal, pode esse requerimento reclamar outras informações, que vão se fazer necessárias para o regular
cálculo dos emolumentos.

2) HABITE-SE - para edificação residencial, ou Alvará de regularização - para construções com outras finalidades, a serem expedidos pela Prefeitura de
localização do imóvel. Não deve ser aceito para tal averbação mostras da existência da construção, com proveito dos lançamentos feitos no aviso do
imposto predial, uma vez que esse documento tem efeitos meramente fiscais, sem direção a atestar a regularidade da edificação.

3 CND do INSS relativa à construção. Quanto a este item, observamos, ainda:


1)

3.1. A CND do INSS expedida para fins de averbação de construção é específica para este fim, não se confundindo com a CND genérica expedida
para qualquer pessoa jurídica (para alienar ou onerar bens imóveis);

3.2 Dispensa da CND: Será dispensada a apresentação da CND do INSS nas seguintes hipóteses:

a) se a construção foi concluída antes de 22 de novembro de 1966, devendo este fato ser atestado pela Prefeitura Municipal;

b) se o proprietário for pessoa física, não possua outro imóvel e a construção for, cumulativamente (art. 370,I c/c 407,VII da IN da RFB
n. 971/2009):
- construção residencial e unifamiliar
- com área total não superior a 70m2 (setenta metros quadrados);
- destinada a uso próprio;
- do tipo econômico ou popular; e
- executada sem mão-de-obra remunerada;
- não tenha o proprietário se beneficiado por declaração de idêntico teor, anteriormente

c) obra destinada à edificação de conjunto habitacional popular ( definido no inciso XXV do art. 322 da IN 971/2009), e não seja
utilizada mão-de-obra remunerada.;

d) obra executada por entidade beneficente ou religiosa, destinada a uso próprio, realizada por intermédio de trabalho voluntário não
remunerado, observado o disposto no Art. 371 da IN 971/2009;

e) em obra localizada em área objeto de regularização fundiária de interesse social, na forma da Lei no 11.977, de 7 de julho de
2009.

FONTE: IRIB. https://www.irib.org.br/noticias/detalhes/irib-responde-averba-ccedil-atilde-o-de-


constru-ccedil-atilde-o-documenta-ccedil-atilde-o
3) AVERBAÇÕES ACAUTELATÓRIAS

Art. 828, CPC/15: “O exequente poderá obter certidão de que a execução foi
admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora,
arresto ou indisponibilidade.

Finalidade: Dar maior eficácia ao processo de execução, antes mesmo da


formalização, via registro, da penhora do bem.

Tem natureza declaratória.

Dever de comunicação da averbação ao juízo, no prazo de 10 dias, sob pena de


cancelamento (§ 1º e 3º)

Dá-se por conta e risco do credor, que responde por perdas e danos em caso de
averbação manifestamente indevida ou não cancelamento, no prazo de 10 dias, de
averbações não alcançadas pela penhora, sendo a anterior suficiente (§§ 2º e 5º).
EFEITOS DA AVERBAÇÃO ACAUTELATÓRIA

1) Oponibilidade erga omnes do ato declaratório.

“Serve para divulgar riscos pendentes sobre direitos inscritos, inclusive o de iminente
constituição de gravame, para o fim de chamar a atenção de terceiros acerca de
pretensões adversas àqueles, pondo-os de sobreaviso quanto ao imóvel atingido por
elas” (Afrânio de Carvalho).

Antecipam-se os efeitos de futura penhora, por conta e risco do credor.

2) Segurança jurídica ao credor e terceiros de boa-fé.

“a averbação premonitória é o instrumento processual-registrário adequado para


outorgar maior segurança ao mercado imobiliário que há anos vem sofrendo com a
fraude de execução” (Marcelo Augusto Santana de Melo).
EFEITOS DA AVERBAÇÃO ACAUTELATÓRIA

3) Presunção relativa de fraude à execução em caso de alienação ou


oneração de bens após a averbação (§4º, c/c art. 792, III CPC), acaso o
devedor não tenha outros bens.

Não basta a averbação. Há necessidade da prova da insolvência do devedor.

Ônus da prova do desconhecimento da ação é do adquirente de boa-fé.

Exemplo de hipótese de boa-fé: “digamos que são feitas cinco averbações em


cinco bens do devedor, para garantia do credor. Porém, o devedor pode ter
muitos outros imóveis. Desta forma, a alienação de bem em que consta a
averbação pode ensejar fraude à execução tão-somente quando o devedor
não tiver patrimônio para respaldar seu débito” (João Pedro Lamana Paiva)

Súmula 375, STJ: “O reconhecimento da fraude à execução depende do


registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro
adquirente.”
4) AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL

Art. 225, CF/88: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial „a sadia qualidade de
vida, impondo-se ao poder público e „a coletividade o dever de defende-la e
preservá-la para as presentes e futuras gerações”.

Código Florestal (Lei 12.651/12). Proteção à vegetação, APPs e áreas de


Reserva legal.

Conceito de Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou


posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o
uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa
TIPOS DE RESERVA LEGAL

4 tipos de reserva legal:

a) AMAZÔNIA LEGAL

- 80% (art. 12, I, a)

Cerrado: 35%, sendo 20% na propriedade e 15% em compensação


ambiental em outra área, desde que na mesma microbacia e seja
averbada;

Campos Gerais – 20%

B) OUTRAS ÁREAS DO PAÍS (outra floresta ou outras formas de vegetação):


20%
AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL

Todo imóvel rural está obrigado a constituição de Reserva Legal, mediante indicação de
determinado percentual, fixado na Lei 12.651/12 (Código Florestal).

Há, também, obrigatoriedade de inscrição do imóvel rural no CAR (Cadastro Ambiental


Rural, instituído pela Lei 12.651/2012, que é um registro eletrônico e centralizador das
informações relativas à Reserva Legal, com a aparente abandono do sistema registral
(averbação), que passou a ser facultativa.

Art. 167, II, nº 22 e 169, Lei 6.015/73: Lex specialis derrogat generali.

Inscrição no CAR: a) Planta e memorial descritivo, com indicação da


coordenadas geográficas do imóvel rural;
b) Localização da Reserva Legal, exceto se já averbada na
matrícula do imóvel, com descrição do perímetro suficiente;
c) Apreciação pelo orgão do SISNAMA competente.
AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL

A inscrição no CAR possibilita o planejamento ambiental e econômico do uso e


ocupação do imóvel rural. Representa o primeiro passo para obtenção da
regularidade ambiental.

O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de


Registro de Imóveis;

Se não houver supressão da vegetação nativa, há obrigação de averbar.

Mas se houver alteração, há necessidade de averbação OU registro no CAR.

COTA DE RESERVA LEGAL. Ainda é necessário averbar (?). PL 6017/19 busca


suprimir esta necessidade, bastando a inscrição no
CAR
AVERBAÇÃO DO NÚMERO DO CAR

Possibilidade de averbação, apenas, do número do CAR na


matrícula do imóvel.

Obrigatória a partir de 31/05/2018.

Poderá ser feita sem a cobrança de emolumentos (1ª


averbação) e através do SREI (Sistema de Registro Eletrônico
de Imóveis – implantado a partir de março/20 – Prov. 89/19,
CNJ)

Mas, para a averbação não basta a simples inscrição no


CAR. A Reserva Legal precisa estar especificada, ainda que
reconhecida e homologada após o pedido de abertura.
AVERBAÇÃO DA INFORMAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL

Na hipótese de COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL, a respectiva notícia deverá


ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos após a homologação
ou aprovação do respectivo projeto de recomposição de áreas degradadas pelo
órgão ambiental, sobretudo para a validação dos critérios de identidade de área
e de bioma.
 
ADI nº 2100850-72.2016.8.26.0000 julgada PARCIALMENTE PROCEDENTE.

Declarar a constitucionalidade do artigo 9º da Lei 15.684/2015 com arrastamento do parágrafo único


do artigo 28 da mesma, com interpretação conforme a Constituição Estadual (nos seus artigos 193,
194, 196, 198 e 202), para fixar sua harmonização com o inciso I do artigo 66 do Novo Código Florestal,
estabelecendo que a compensação nos seus termos somente é possível em relação às áreas de reserva
legal, priorizando-se a recomposição daquelas de preservação permanente, que não necessariamente
estão inclusas na primeira;

Estágio atual: Recurso Extraordinário

Como a ação ainda não transitou em julgado, os CRI tem apresentado


resistência na averbação de informação de compensação de reserva legal
SITUAÇÕES CONCRETAS

E se a reserva legal estiver averbada na matrícula do imóvel, como corrigi-la?

Deve o Registrador aceitar apenas o CAR, com a reserva legal indicada?

1ª) Reserva legal está localizada corretamente, mas sua descrição incorreta:
Retificação Administrativa de Reserva Legal, via georreferenciamento, às
expensas do proprietário.

2º) Reserva legal não existe mais. Mediante prova técnica, solicitar “Realocação
da Reserva Legal”, com indicação da área correta e aprovação do órgão
ambiental

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