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Cessão de direitos hereditários

O artigo 1.793 do Código Civil dispõe que o direito a sucessão


aberta, bem como o quinhão de que dispõe o co-herdeiro pode
ser objeto de cessão por escritura pública.
O art. 1.793, do Código Civil (CC), dispõe que: "O direito à sucessão aberta,
bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão
por escritura pública".

O herdeiro, então, pode vender seu direito hereditário sobre uma coisa
indivisível.

Ex: 3 herdeiros, cada um tem 1/3 da herança - o herdeiro poderá vender seu
quinhão.

Importante é perceber que o herdeiro não poderá individualizar o que está


vendendo.

Pode ocorrer que o de cujus tenha deixado três casas iguais para cada um dos
três filhos, então cada filho receberá uma casa. Mas o herdeiro não pode dizer
que vende a casa, pois seu direito não é sobre a casa, ainda é sobre 1/3 da
herança.

Lembre-se que o herdeiro é o cedente. Quem compra é o cessionário.

Art. 1.793, §1°, do CC, dispõe que o herdeiro não pode individualizar os direitos
hereditários que cede, a herança deve ser considerada singularmente.

"Art. 1.793. (...)


§1° Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de
direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita
anteriormente".

Art 1.793, §3°, do CC: é ineficaz essa disposição sem prévia autorização do juiz
do inventário.
"Art. 1.793. (...)
§3° Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por
qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a
indivisibilidade".

Por estarmos tratando de indivisibilidade, observa-se que há um condomínio


entre os herdeiros. Se o cessionário adquirir todos os direitos hereditários, ele
requererá o inventário sozinho; se for cessionário de parte ideal, normalmente
ele não requererá o inventário e esperará que os outros herdeiros a requeiram.

Requerido o inventário, o cessionário se habilita nele como cessionário de


direitos hereditários, e sua parte será reservada. Na partilha ela será
individualizada.
Na herança, os herdeiros são condôminos de partes ideais de uma coisa
indivisível, até final partilha.

Os condôminos em coisa indivisível podem vender a parte ideal, mas devem dar
preferência aos outros condôminos (art. 504).

Por analogia, para os herdeiros venderem sua parte ideal devem dar preferência
aos outros herdeiros. Se não for dada essa preferência, qualquer um dos
herdeiros poderá anular a cessão em 180 dias e haver para si o quinhão
hereditário que foi cedido para um estranho.

Art. 1.794 do CC diz que: "O coerdeiro não poderá ceder a sua quota
hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto
por tanto".

Ao coerdeiro a que não se der conhecimento da cessão caberá a possibilidade de


depositar o preço e pegar para si o quinhão, se o requerer até 180 dias após a
cessão (art. 1.795 do CC).

"Art. 1.795. O coerdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá,


depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até
cento e oitenta dias após a transmissão.

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