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questões gerais
Parte I – Condomínio
Geral
- Noção e modalidades
- Forma de uso, direitos e
deveres
- Administração
- Extinção
CCB, art. 1314 - Cada condômino pode usar
da coisa conforme sua destinação, sobre ela
exercer todos os direitos compatíveis com a
indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a
sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou
gravá-la.
SISTEMÁTICA
Assembleia geral
Reúne funções de “executivo, legislativo”
QUESTÕES
Questões de condomínio
Convenção é contrato?
Qual o prazo prescricional?
O locatário do conjunto comercial do 405 está
fazendo obras fora do horário. Quais medidas são
disponíveis ao síndico?
Convenção de condomínio:
JUROS + MULTA
Segundo entendimento desta Corte, "Após o
advento do Código Civil de 2002, é possível fixar na
convenção do condomínio juros moratórios acima
de 1% (um por cento) ao mês em caso de
inadimplemento das taxas condominiais" (REsp
1.002.525/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 16/09/2010, DJe de
22/09/2010).
(STJ. AgRg no REsp 1445949/SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, 4ª. Turma, DJe 16/02/2017)
“Após art. 1.336, § 1º, do CC/2002, é possível
à convenção de condomínio a fixação de juros
moratórios acima de 1% ao mês, em caso de
inadimplemento das obrigações condominiais,
sendo impossível a redução de tais juros com
base na lei de usura, regulatória dos contratos de
mútuo e inaplicável à convenção que possui a
natureza de estatuto normativo ou institucional, e
não de contrato”.
(STJ. AgInt no AgInt no AREsp 1041312/SP, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE. 3ª. Turma. DJe
14/06/2018)
)
QUESTÕES CONTROVERSAS
ALTERAÇÃO DE FECHADA
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - Contribuir para as despesas do condomínio, na
proporção de suas frações ideais;
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção
das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na
convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
II - não realizar obras que comprometam a segurança da
edificação;
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e
esquadrias externas;
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a
edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego,
salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons
costumes.
Condomínio que pretende ver declarado seu direito de
colocação de cortinas nas unidades condominiais, nos termos
aprovados em Assembleia – Manutenção da sentença de
procedência – Ausência de cerceamento de defesa: pontos
controvertidos exclusivamente de direito – Legitimidade e
interesse de agir do Condomínio manifestos – No mérito,
considerando a uniformidade da alteração pretendida, inexiste
violação ao art. 1.336, III, do CC – A convenção, igualmente,
exige quórum qualificado apenas para obras na fachada e
aspectos arquitetônicos, no que não se inclui a mera
colocação de cortinas – Vontade da assembleia que deve
prevalecer (TJSP 1139373-64.2016.8.26.0100, Relator: Hugo
Crepaldi, 25ª Câmara de Direito Privado, DJE: 05/10/2017)
QUÓRUM
Lei n. 4591/64, art. 24. Haverá, anualmente, uma assembléia
geral ordinária dos condôminos, convocada pelo síndico na
forma prevista na Convenção, à qual compete, além das
demais matérias inscritas na ordem do dia, aprovar, por
maioria dos presentes, as verbas para as despesas de
condomínio, compreendendo as de conservação da
edificação ou conjunto de edificações, manutenção de seus
serviços e correlatas.
§ 1º As decisões da assembléia, tomadas, em cada caso, pelo
quorum que a Convenção fixar, obrigam todos os condôminos.
§ 3º Nas assembléias gerais, os votos
serão proporcionais às frações
ideais do terreno e partes comuns,
pertencentes a cada condômino,
salvo disposição diversa da
Convenção.
QUÓRUM PARA A MODIFICAÇÃO DE REGIMENTO INTERNO DE
CONDOMÍNIO EDILÍCIO.
A alteração de regimento interno de condomínio edilício
depende de votação com observância do quórum estipulado
na convenção condominial. É certo que o art. 1.351 do CC, em
sua redação original, previa quórum qualificado de dois terços
dos condôminos para a modificação do regimento interno do
condomínio. Ocorre que o mencionado dispositivo teve sua
redação alterada pela Lei 10.931/2004, a qual deixou de exigir
para tanto a observância de quórum qualificado. Assim,
conclui-se que, com a Lei 10.931/2004, foi ampliada a
autonomia privada dos condôminos, os quais passaram a ter
maior liberdade para definir o número mínimo de votos
necessários para a alteração do regimento interno.
Nesse sentido é, inclusive, o entendimento consagrado no
Enunciado 248 da III Jornada de Direito Civil do CJF, que dispõe
que o quórum para alteração do regimento interno do
condomínio edilício pode ser livremente fixado em convenção.
Todavia, deve-se ressaltar que, apesar da nova redação do
art. 1.351 do CC, não configura ilegalidade a exigência de
quórum qualificado para votação na hipótese em que este
tenha sido estipulado em convenção condominial aprovada
ainda na vigência da redação original do art. 1.351 do CC.
REsp 784940 / MG
RECURSO ESPECIAL
2004/0072071-4
LOJA TÉRREA
São devidas a prestações por loja térrea
que integra condomínio residencial?
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO ANULATÓRIA DESTINADA A
ANULAR CLÁUSULA DE CONVENÇÃO CONDOMINIAL QUETRATA
DA PARTICIPAÇÃO DOS CONDÔMINOS NO RATEIO DAS
DESPESAS CONDOMINIAIS, SOB O FUNDAMENTO DE QUE A
UNIDADE LOCALIZADA NO PAVIMENTO TÉRREO (LOJA
COMERCIAL) NÃO USUFRUI DE DETERMINADOS SERVIÇOS -
DEMANDA JULGADA PROCEDENTE PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS - A CONVENÇÃO CONDOMINIAL, POR REFLETIR A
VONTADE MAJORITÁRIA DOS INTEGRANTES DA COLETIVIDADE E
POR SE AMOLDAR NECESSARIAMENTE À LEI, É SOBERANA PARA
DEFINIR OS CRITÉRIOS DE RATEIO DAS DESPESAS CONDOMINIAIS -
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
INSURGÊNCIA DO CONDOMÍNIO DEMANDADO
2. A lei de regência dos condomínios em edificações
(lei n. 4.591⁄64) é expressa em atribuir à cada
condômino a obrigação de arcar com as respectivas
despesas, em proporção à quota-parte que lhe couber
no rateio. O diploma legal sob comento pontua, ainda,
que, não dispondo a convenção condominial em
sentido diverso, a quota-parte corresponderá à fração
ideal do terreno de cada unidade.
3. Ressai evidenciada a relevância da convenção
condominial para a definição do critério de rateio das
correlatas despesas, notadamente porque esta reflete
a vontade, como um todo, dos condôminos. No ponto,
não se pode deixar de destacar o caráter normativo
da convenção, a reger o comportamento de
todos aqueles que voluntariamente integrem ou
venham a compor determinado condomínio, não se
restringindo às pessoas que participaram da
constituição de tal agrupamento.
3.1. Por transcender à vontade daqueles instituíram
o condomínio, de modo a regrar os direitos, deveres
e comportamentos dos integrantes de uma coletividade,
a convenção condominial deve, ainda, conformar-se com a
lei, impositivamente.
4. Cabe, portanto, ao instrumento normativo sob
comento regular o critério a ser adotado para o rateio das
despesas do condomínio. Para este escopo, é salutar - e disso
não se diverge - que os custos de determinadas despesas
devem, em tese, ser atribuídos apenas aos comunheiros que se
beneficiem, direta ou indiretamente, dos serviços prestados
pelo condomínio. Não obstante, a convenção condominial é
soberana para definir parâmetro diverso do ora apontado.
5. No caso em foco, a convenção
condominial, expressamente, determina o rateio das despesas
condominiais em conformidade com a fração ideal do terreno
de cada unidade. Parâmetro, inclusive, adotado objetivamente
pela lei, do que se conclui não guardar, em si, qualquer
arbitrariedade.
A considerar a existência de disposição convencional, de
modo a estabelecer o critério pela qual as despesas
condominiais devem ser partilhadas, sua observância, por
determinação legal, é de rigor.
6. Não se tratando, pois, de vício de consentimento, a
alteração da convenção condominial, em cláusula que
guarda, inclusive, correspondência com a lei de regência,
deve ser providenciada pelos meios ordinários, quais sejam,
convocação do órgão deliberativo ou executivo e votação
com observância dos quóruns definidos em lei.
Portanto, como decidiram as instâncias ordinárias, levando-se
em consideração a situação peculiar dos autos, em que a
autora possui imóvel no térreo do edifício, com
entrada independente, não se utilizando dos serviços de
portaria, de escadas, elevadores e outras partes do edifício
que levam às salas dos pavimentos superiores, é necessário
que se faça uma criteriosa separação entre as despesas
realizadas pelo condomínio, em benefício de todos, mas que
não têm utilidade ou proveito para a autora, daquelas
despesas de custeio que a beneficiam de alguma forma, das
quais deve participar. Com isso, encontra-se um equilíbrio
que possibilita o atendimento do pedido autoral de forma
justa.
ÁREA EXCLUSIVA
REsp n° 281.290/RJ, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, publicado no DJe de 13.10.2008, segundo o
qual: "O alcance da regra do art. 3º, da Lei nº 4.591⁄64, que em
sua parte final dispõe que as áreas de uso comum são
insuscetíveis de utilização exclusiva por qualquer condômino",
esbarra na determinação da própria lei de que a convenção
de condomínio deve estabelecer o "modo de usar as coisas e
serviços comuns", art. 3º, § 3º, "c", da mencionada Lei.
Obedecido o quorum prescrito no art. 9º, § 2º da Lei de
Condomínio, não há falar em nulidade da convenção." e
"Consoante precedentes desta Casa: 'o princípio da boa-fé
objetiva tempera a regra do art. 3º da Lei nº 4.591⁄64' e
recomenda a manutenção das situações consolidadas há
vários anos (Resp' nº.s 214680⁄SP e 356.821⁄RJ, dentre outros).".
CONDUTA ANTISOCIAL
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I - contribuir para as despesas do condomínio
na proporção das suas frações ideais, salvo
disposição em contrário na
convenção; (Redação dada pela Lei nº
10.931, de 2004)