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09/04/2023

Direito Civil IX: Sucessões


2023 – Moisés C. Castro

https://nathaliekjaer.jusbrasil.com.br/artigos/527367541/heranca
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AULA 4
Herança e Administração
Art. 1.791 a 1.797

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CONCEITO DE HERANÇA
•Herança como um todo unitário e indivisível.

•Ativo e passivo fazem parte da herança.

•Bens móveis e imóveis, direitos e obrigações, créditos e


débitos, dívidas, depósitos e aplicações financeiras,
pretensões e ações a favor e contra o de cujus, desde
que transmissíveis.

PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DA HERANÇA


•Para o direito sucessório, a herança representa um todo
indivisível e unitário até a partilha.

•CC, art. 1.791 – A herança defere-se como um todo unitário,


ainda que vários sejam os herdeiros.

• Até a partilha, nenhum herdeiro tem a propriedade ou a


posse exclusiva sobre um bem específico da herança, mas
todos os herdeiros entram na posse imediata pelo princípio da
saisine.
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A HERANÇA COMO UM BEM IMÓVEL


•Acerca da classificação dos bens no nosso ordenamento
jurídico, o Código Civil, art. 80, II estabelece:

•“Consideram-se imóveis para os efeitos legais o direito à


sucessão aberta”.

•Essa disposição confere à herança o seu caráter unitário


como um bem indivisível.

CONCEITO DE HERANÇA
• Considerando essas observações, podemos formular um
conceito de herança da seguinte forma:

• Compreende-se como herança a totalidade indivisível dos


bens móveis e imóveis, das obrigações e dos direitos
deixados pelo de cujus, transmitidos aos seus herdeiros como
um todo unitário no instante da sua morte. Até a partilha,
esses bens, direitos e obrigações, são considerados em sua
totalidade, para efeitos legais, um bem imóvel e indivisível.
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ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA
•Assim, até à partilha, nenhum herdeiro recebe a posse
exclusiva de um bem específico, pois todo esse conjunto,
será administrado como um condomínio sucessório.

CONDOMÍNIO SUCESSÓRIO
•CC, art. 1.791 – A herança defere-se como um todo unitário,
ainda que vários sejam os herdeiros.

•Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros,


quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e
regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

•Regras do condomínio estão no CC, a partir do art. 1.314.

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CONDOMÍNIO SUCESSÓRIO
•A herança, enquanto todo unitário, deve ser administrada
como um condomínio transitório pro diviso: condomínio de
direito, em que cada membro tem o seu direito definido em
relação ao bem comum – a herança como um todo
representa um bem (imóvel) comum.

•Aberta a sucessão, os herdeiros administram a herança até a


partilha, que terá o poder de dividir e individualizar a posse
dos bens aos herdeiros.
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CONDOMÍNIO SUCESSÓRIO
•Todo o conjunto de bens que compõem a herança permanece
indivisível e deve ser administrado em sua totalidade.

•Todos os herdeiros são proprietários da totalidade da herança


até à partilha.

•A herança deve ser administrada em sua totalidade como um


condomínio sucessório (Código Civil, art. 1.314 ss.).

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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS HERDEIROS


•No contexto do condomínio sucessório, todos os herdeiros
podem exercer direitos e devem prestar obrigações em
relação aos bens da herança enquanto forem indivisíveis:

•a. Usar o bem conforme a sua destinação: moradia, lazer,


produção agrícola etc. (art. 1.314).

•b. Exercer todos os direitos compatíveis com a in-divisão:


locação, cessão, arrendamento, comodato, etc. (art. 1.314).

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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS HERDEIROS


•c. Reivindicar o bem ou a totalidade dos bens da herança que
estiverem na posse de terceiro (Exemplo: quando alienado ou
cedido sem a autorização dos outros).

•d. Defender a posse dos bens da herança (art. 1.314).

•e. Alhear a sua parte: ceder/vender (art. 1.314). Nesse caso,


o herdeiro pode ceder ou vender a parte correspondente ao
seu direito sucessório.

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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS HERDEIROS


•f. Não alterar a destinação dos bens (art. 1.314, § ú).

•g. Não dar posse, uso ou gozo a estranhos sem o


consentimento dos outros herdeiros (art. 1.314, § ú).

•h. Conservar os bens da herança ou contribuir com as


despesas para sua conservação (art.1.315).

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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS HERDEIROS


•i. Contribuir com as despesas para a divisão dos bens, na
proporção de sua parte: despesas com inventário, impostos e
taxas (art. 1.315).

•j. Suportar o ônus a que estiver sujeita a sua parte da herança


(art. 1.315).

•k. Eximir-se do pagamento das despesas e dívidas se


renunciar à sua parte na herança (art. 1.316).

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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS HERDEIROS


•l. Responder aos outros herdeiros pelos frutos que percebeu
dos bens ou pelos danos que lhes causou (art. 1.319).

• Percebam que os herdeiros gozam de direitos sobre os bens


da herança, mas são responsáveis pela administração,
conservação e despesas inerentes a esses bens.

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BENS SUJEITOS À MEAÇÃO


•Cuidado! A meação não é herança, mas fará parte do
condomínio sucessório até a partilha.

•Sendo o de cujus casado em regime de comunhão de bens, a


meação do cônjuge supérstite também estará inclusa na
indivisibilidade e na totalidade da herança embora não
componha a herança, sendo posteriormente separada. Assim,
a parte da meação também entra nas regras do condomínio.


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QUANDO FOR ÚNICO BEM IMÓVEL NO INVENTÁRIO


•A jurisprudência entende, com base interpretação do art.
1.319, que os herdeiros que não estavam na posse direta do
bem partilhável tem direito a perceber indenização (na parte
que lhe couber) pelo uso da coisa pelos herdeiros que estão
na posse direta. (E.g.: Valor do aluguel sobre uma casa).

• CC, art. 1.319 – Cada condômino responde aos outros pelos


frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou.
• *Na prática, o juiz nomeia um perito para arbitrar o valor do aluguel.
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LEGADOS E CONDOMÍNIO SUCESSÓRIO


•A destinação do legado pelo testador implica um bem
especifico e determinado para um herdeiro testamentário.
•Nesse caso, o bem destinado como legado não entra no
condomínio sucessório, passando às mãos do herdeiro na
abertura da sucessão, sendo destacado da totalidade da
herança por força do testamento.
•Todavia, se duas ou mais pessoas forem beneficiadas pelo
legado ao mesmo tempo, forma-se o condomínio pro indiviso.
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DÍVIDAS/ENCARGOS SOBRE A HERANÇA


•CC, art. 1.792 – O herdeiro não responde por encargos
superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova
do excesso, salvo se houver inventário que a escuse,
demostrando o valor dos bens herdados.

•Se as dívidas ou as despesas com os bens forem maiores


que o valor desses bens, a responsabilidade dos herdeiros
estará limitada ao valor da herança, não implicando seu
patrimônio pessoal.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•O CC confere ao herdeiro o direito à cessão da sua parte na
herança.

•Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão


de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por
escritura pública.

•Sem a formalidade do instrumento público, o negócio será


nulo. Lembrando que a herança é um bem imóvel.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•A cessão do direito de herança se trata de um negócio
jurídico inter vivos, conhecido como cessão de direitos
hereditários ou sucessórios.

•Até a realização da partilha, os herdeiros legítimos ou


testamentários poderão ceder, alienar, vender os seus direitos
de herança a outrem.

•A cessão poderá ser: a) Gratuita; ou, b) Onerosa.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•A cessão do direito de herança será gratuita, quando um
herdeiro transferir sua herança a outro herdeiro ou a um
estranho, formalizando-se como uma doação, propriamente
dita. (Cessão gratuita equipara-se à doação)

•A cessão do direito de herança será onerosa quando o


herdeiro desejar vender a sua parte. Nesse caso específico, o
herdeiro que desejar vender deverá observar o direito de
preferência (direito de preempção ou prelação legal).
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•A cessão do direito de herança somente poderá ser celebrada
após aberta a sucessão e antes da partilha. Não existe
herança de pessoa viva (art. 426).

• De acordo com o CC, art 166, VII e art. 426, a cessão de


direito sucessório antes de aberta a sucessão (autor da
herança ainda vivo) é vedada. Um contrato dessa natureza é
considerado nulo.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•CC, art. 426 – Não pode ser objeto de contrato a herança de
pessoa viva.

•CC, art. 166 – É nulo o negócio jurídico quando: VII – a lei


taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•CC, art. 1.793, § 1º - Os direitos, conferidos ao herdeiro em
consequência de substituição ou de direito de acrescer,
presumem-se não abrangidos pela cessão feita
anteriormente.
•Substituição: disposição testamentária pela qual o testador
designa a pessoa que deverá receber a herança ou legado,
na ausência (morte, indignidade, repúdio) do beneficiado em
primeiro lugar. Se a pessoa nomeada no testamento não
receber a herança, o substituto exercerá seu direito.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•Direito de acrescer: na sucessão testamentária, o testador
deixa herança ou legado para dois herdeiros em conjunto. Um
poderá substituir o outro, voluntária ou acidentalmente, caso o
outro não recolha a herança ou o legado. O outro herdeiro
terá o direito de acrescer à sua parte as cotas do herdeiro que
não recolheu a herança (morreu, repudiou ou foi considerado
indigno).
•Tanto a substituição como o acréscimo não entram na ideia
de cessão de direitos de herança.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•Será ineficaz a cessão de um bem singular da herança:
quando a cessão for feita por co-herdeiro em relação a um
único bem e não à totalidade do seu direito de herança.
•A cessão somente poderá ter como objeto a parte da herança
a que o herdeiro tenha direito.

•Art. 1.793, § 2º - É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu


direito hereditário sobre qualquer bem da herança
considerado singularmente.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•Será ineficaz a cessão enquanto pendente a indivisibilidade
do bem: Nesse caso, para que ocorra a cessão, o juiz deverá
autorizar (juiz do inventário).
•Art. 1.793, § 3º - Ineficaz é a disposição, sem prévia
autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de
bem componente do acervo hereditário, pendente a
indivisibilidade.
•Nesse caso, o herdeiro tem direito ao bem, mas só poderá
cedê-lo antes da partilha com autorização do juiz.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


• Direito de preferência dos outros herdeiros: Seguindo as
regras do condomínio, um herdeiro só poderá ceder seus
direitos de herança onerosamente respeitando o direito de
preferência dos outros herdeiros.

•Antes da partilha, a herança é considerada um bem imóvel,


uma coisa indivisível.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


• Pelo direito de preferência, um herdeiro não pode vender a
estranhos sua parte na herança se houver outro herdeiro
interessado, respeitando as condições de oferta – preço por
preço.

•CC, art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota


hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-
herdeiro a quiser, tanto por tanto.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


• Pelo direito de preferência, herdeiro interessado que foi
preterido na venda poderá tomar para si do direito de herança
vendido a estranhos, depositando o valor se o requerer no
prazo de 180 dias.

•CC, art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der


conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver
para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e
oitenta dias após a transmissão.
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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


• Pelo direito de preferência, se houver mais de um herdeiro
interessado em comprar o direito de herança daquele que
deseja vender, esses herdeiros serão coproprietários do
quinhão em partes proporcionais aos seus quinhões.

•Art. 1.795, § ú – Sendo vários os co-herdeiros a exercer a


preferência, entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na
proporção das respectivas quotas hereditárias.

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CESSÃO DO DIREITO DE HERANÇA


•Exigência de outorga uxória (autorização do cônjuge): o
direito à sucessão aberta é considerado um bem imóvel,
mesmo que os bens deixados sejam móveis ou direitos
pessoais (créditos, por exemplo), o conjunto de bens da
herança compõe uma unidade abstrata, unitária e indissolúvel
até a partilha.

• Como bem imóvel, exige-se a outorga uxória, quando o


regime de bens do casamento o determinar.
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A QUEM CABE A ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA


• Até que o juiz nomeie o inventariante e este realize o
compromisso, a administração provisória da herança caberá a
algumas pessoas específicas. Após o compromisso do
inventariante, ele passará a administrar a herança até a
homologação da partilha.

•CPC, art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso,


continuará o espólio na posse do administrador provisório.

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A QUEM CABE A ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA


• Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da herança
caberá, sucessivamente:
• I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura
da sucessão;
• II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se houver
mais de um nessas condições, ao mais velho;
• III - ao testamenteiro;
• IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos
antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao
conhecimento do juiz.
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A QUEM CABE A ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA


•Funções do administrador Provisório:
•Estar na posse da herança;
•Representar passiva e ativamente o espólio;
•Trazer ao acervo dos bens os frutos deles decorrentes;
•Reembolsar as despesas necessárias e úteis que fez;
•Responder pelo dano a que, por dolo ou culpa, deu causa.
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A QUEM CABE A ADMINISTRAÇÃO DA HERANÇA


•CPC, art. 614. O administrador provisório representa ativa e
passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os
frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem
direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que
fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.

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ESPÓLIO E SUA LEGITIMIDADE PROCESSUAL


•Para Flávio Tartuce (Direito Civil, v. 6, EBook):

•A herança constitui o espólio, que é o titular desse patrimônio,


um ente despersonalizado ou despersonificado, e não uma
pessoa jurídica, havendo uma universalidade jurídica, criada
por ficção legal, entendimento que igualmente serve para a
herança.

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ESPÓLIO E SUA LEGITIMIDADE PROCESSUAL


•Apesar da inexistência de uma pessoa jurídica, a norma
processual reconhece legitimidade ativa e passiva ao espólio,
devidamente representado pelo inventariante ou pelo
administrador provisório, se for o caso.

•Assim, o espólio deve responder passivamente pelas dívidas


assumidas pelo falecido, até a partilha e até aos limites da
herança.

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ESPÓLIO E SUA LEGITIMIDADE PROCESSUAL


• De acordo com o STJ: “[...] a morte do de cujus implica a imediata transferência do seu
patrimônio aos sucessores, como um todo unitário, que permanece em situação de
indivisibilidade até a partilha. Enquanto não realizada a partilha, o acervo hereditário –
espólio – responde pelas dívidas do falecido (art. 597 do CPC) e, para tanto, a lei lhe
confere capacidade para ser parte (art. 12, V, do CPC). Acerca da capacidade para estar
em juízo, de acordo com o art. 12, V, do CPC, o espólio é representado, ativa e
passivamente, pelo inventariante. No entanto, até que o inventariante preste o devido
compromisso, tal representação far-se-á pelo administrador provisório, consoante
determinam os arts. 985 e 986 do CPC. O espólio tem legitimidade para figurar no polo
passivo de ação de execução, que poderia ser ajuizada em face do autor da herança,
acaso estivesse vivo, e será representado pelo administrador provisório da herança, na
hipótese de não haver inventariante compromissado” (STJ, REsp 1.386.220/PB, 3.ª
Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 03.09.2013, DJe 12.09.2013).
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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


•O Código Civil estabelece o prazo de 30 dias da abertura da
sucessão:

•CC, art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura


da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio
hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão,
para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da
herança.
•No entanto, o CPC tem prazo diferente.
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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


•CPC, art. 611 prevê um prazo maior de dois meses para a
abertura do inventário, a contar da abertura da sucessão,
devendo terminar em 12 meses. O juiz poderá prorrogar
esses prazos a pedido das partes.

• CPC, art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser


instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da
sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes,
podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento
de parte.
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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


• Multa – o Estado poderá instituir multa – sanção de natureza
fiscal – sobre o imposto a recolher, diante da inobservância
do prazo, especificamente de 2 meses para a abertura do
inventário – SP, ES, RJ - 10%; MG – 12%; DF, SC - 20%

• Súmula 542 – STF: Não é inconstitucional a multa instituída


pelo Estado-membro, como sanção pelo retardamento do
início ou da ultimação do inventário.

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REGIME JURÍDIO EMERGENCIAL E TRANSITÓRIO


•A Pandemia trouxe a Lei 14.010, 10/06/2020 – Regime
Jurídico Emergencial e Transitório nas Relações Privadas,
que, entre outras coisas, alterou os prazos do inventário.
•CPC, art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser
instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da
sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes,
podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a
requerimento de parte.
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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


•Art. 16. O prazo do art. 611 do Código de Processo Civil para
sucessões abertas a partir de 1º de fevereiro de 2020 terá seu
termo inicial dilatado para 30 de outubro de 2020.

•Parágrafo único. O prazo de 12 (doze) meses do art. 611 do


Código de Processo Civil, para que seja ultimado o processo
de inventário e de partilha, caso iniciado antes de 1º de
fevereiro de 2020, ficará suspenso a partir da entrada em
vigor desta Lei até 30 de outubro de 2020.

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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


•Nesse caso, o prazo de dois meses para a abertura do
inventário passou a ser contado a partir de 30 de outubro de
2020 e não da data da morte, nos casos de mortes durante a
pandemia.

•E o prazo para encerrar o inventário em 12 meses restou


suspenso durante a pandemia.

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PRAZO PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO


•Não obstante a exigência de prazos para abrir e fechar o
inventário, tais exigências são praticamente inócuas, haja
vista que, na prática, não são observados, sequer pelo
Judiciário.

•Embora haja multa por violação do prazo da abertura, quanto


ao prazo para o fechamento, não há qualquer censura ao seu
descumprimento.

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LEGITIMIDADE PARA ABRIR O INVENTÁRIO


• O CPC, a partir do art. 610, trata desse tema.

• CPC, Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha


incumbe a quem estiver na posse e na administração do
espólio, no prazo estabelecido no art. 611.

• Parágrafo único. O requerimento será instruído com a


certidão de óbito do autor da herança.

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LEGITIMIDADE PARA ABRIR O INVENTÁRIO


• De acordo com o art. 616, do CPC, tem legitimidade para abrir o
inventário: I - o cônjuge ou companheiro supérstite; II - o herdeiro; III
- o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do
legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da
herança; VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; VIII
- a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador
judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou
do cônjuge ou companheiro supérstite.

• Há uma ordem preferencial. Contudo, se ninguém tomar a iniciativa


de abrir o inventário, o Juiz determinará de ofício o seu início.
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LEGITIMIDADE PARA ABRIR O INVENTÁRIO


• CPC, Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem: I - o
cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com
o outro ao tempo da morte deste; II - o herdeiro que se achar na posse e na
administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro
sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; III - qualquer herdeiro,
quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio; IV - o
herdeiro menor, por seu representante legal; V - o testamenteiro, se lhe tiver
sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver
distribuída em legados; VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VII - o
inventariante judicial, se houver; VIII - pessoa estranha idônea, quando não
houver inventariante judicial.

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