Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Civil
Mônica Queiroz
Aula 9
ROTEIRO DE AULA
1
www.g7juridico.com.br
Observações:
✓ A passagem forçada não é um direito real, mas sim uma manifestação do direito de vizinhança, conforme
consta no art. 1.285, CC1.
✓ A passagem forçada se destina ao proprietário de um prédio que não tem saída (prédio encravado).
DO USUFRUTO
• Direito real de gozo ou fruição.
• O sujeito tem o direito de usar e fruir temporariamente da coisa alheia.
• Partes: usufrutuário e nu-proprietário.
No usufruto, o sujeito tem o direito de usar e fruir temporariamente da coisa alheia (pertencente ao nu-proprietário).
CARACTERÍSTICAS:
• Oponibilidade erga omnes (contra todos);
• Direito de sequela;
1
CC, art. 1.285: “ O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento
de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.
§ 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou
porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de
imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.”
2
www.g7juridico.com.br
• Não admite a possibilidade de alienação, todavia o seu exercício pode ser cedido a título oneroso ou gratuito
(art. 1.393, CC).
Exemplos: o usufrutuário pode fazer um contrato de locação ou de comodato.
• Caráter temporário – A professora destaca que o usufruto é temporário, ainda que ele apresente um termo
final incerto.
Exemplo: imagine que haja um usufruto vitalício (termo final incerto). Mesmo assim, trata-se de caráter
temporário.
Obs.:
Se o usufrutuário for uma P.J.: 30 anos (art. 1.410, III, CC2).
CONSTITUIÇÃO DO USUFRUTO:
1. Negócio jurídico (contrato de doação ou testamento).
Exemplo: o pai doa um imóvel ao filho, mas reserva a si próprio o usufruto vitalício do imóvel.
Usufruto por contrato (alienação): ocorre quando o proprietário transfere o usufruto a terceiro, ficando com a nua-
propriedade.
Usufruto por contrato (retenção): ocorre quando o proprietário retém o usufruto para si e transfere a nua-propriedade
a um terceiro.
Exemplo: o pai doa um imóvel ao filho, mas reserva a si próprio o usufruto vitalício do imóvel.
2. Usucapião (aplica-se a regras da usuc. Extraordinária [15 anos] e ordinária [10 anos])
Neste caso, o usufruto não é adquirido diretamente do proprietário.
2
CC, art. 1410, III: “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
(...)
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de
trinta anos da data em que se começou a exercer;”
3
www.g7juridico.com.br
3. Por força de lei (ex: quando os pais têm o usufruto dos bens dos filhos – art. 1689, I, CC)
Caberá registro?
Somente caberá registro para o usufruto decorrente de negócio jurídico!
Não se exige registro para o usufruto decorrente de usucapião e lei.
Objeto do usufruto
Bens móveis e imóveis.
E os acessórios? Os acessórios também são objeto do usufruto, salvo disposição em sentido contrário.
Aplica-se o princípio da gravitação jurídica.
CC, art. 1.392, §1º: “Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de
restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou,
não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição.”
DO USO
Sinônimos:
Usufruto nanico, usufruto anão, usufruto em miniatura, usufruto reduzido
No uso, o usuário pode usar e fruir da coisa, porém, a fruição é restrita aos frutos necessários para a subsistência do
usuário (e de sua família).
4
www.g7juridico.com.br
CC, art. 1.412. “O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua
família.
§ 1 o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver.
§ 2 o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu
serviço doméstico.”
CC, art. 1.413. “São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.”
DA HABITAÇÃO
• É o mais limitado dos direitos reais de gozo ou fruição.
• O habitante faz jus parcialmente ao uso da coisa, pois o que lhe é passado é o direito de habitar o imóvel.
• O habitante não poderá alugar ou emprestar a coisa.
• Direito real gratuito.
• Aplica-se as regras do usufruto, no que couber (art. 1.416, CC3).
CC, art. 1.414: “Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a
pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.”
CC, art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da
participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da
família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.”
STJ: “Não podem os herdeiros exigir remuneração da companheira sobrevivente, nem da filha que com ela reside no
imóvel.” (STJ, REsp 1.846.167 – SP, Rel. Min. Nancy Andrigui, Terceira Turma, por unanimidade, j. 09/02/2021).
3 CC, art. 1416: “São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao
usufruto.”
5
www.g7juridico.com.br
STJ: “Aos herdeiros não é autorizado exigir a extinção do condomínio e a alienação do bem imóvel comum enquanto
perdurar o direito real de habitação.” STJ, REsp 1.846.167 – SP, Rel. Min. Nancy Andrigui, Terceira Turma, por
unanimidade, j. 09/02/2021).
CC, art. 1.415: “Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite
a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que
também lhes compete, de habitá-la.”
Exemplo: se há 3 pessoas que possuem direito real de habitação, mas apenas 1 está habitando o imóvel, os demais
não podem exigir aluguel.
Obs.: A concessão de uso especial para fins de moradia e a concessão de direito real de uso são matérias estudadas
no Direito Administrativo.
6
www.g7juridico.com.br
➢ Somente o bem alienável pode ser dado em garantia (art. 1.420, CC4)
➢ A coisa com vários donos (condomínio): art. 1.420, §2º - “A coisa comum a dois ou mais proprietários não
pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode
individualmente dar em garantia real a parte que tiver.”
Com o registro:
• Penhor/Hipoteca: surge o direito de excutir a coisa (direito de executar a coisa) e o direito de preferência (art.
1.422).
Obs.: o direito de preferência significa que, em um eventual concurso de credores, o credor hipotecário e o
credor pignoratício têm o direito de receber primeiro.
• Anticrese: surge o direito de retenção da coisa, não podendo ser superior a 15 anos (art.1.423).
CC, art. 1.422: “O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e
preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser
pagas precipuamente a quaisquer outros créditos.”
CC, art. 1.423: “O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-
se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.”
Pacto comissório é uma cláusula que, ao ser colocada no contrato, possibilita que o credor, em caso de
inadimplemento do devedor, fique com a coisa que foi dada em garantia.
Essa proibição decorre do princípio da menor onerosidade para o devedor na execução, pois a garantia, na maior parte
das vezes, supera o valor da dívida.
4
CC, art. 1.420: “ Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se
podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
§ 1 o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garantias reais estabelecidas por quem não era
dono.
§ 2 o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o
consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.”
7
www.g7juridico.com.br
CC, art. 1.428: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.”
Enunciado 626, CJF: “Não afronta o art. 1.428 do Código Civil, em relações paritárias, o pacto marciano, cláusula
contratual que autoriza que o credor se torne proprietário da coisa objeto da garantia mediante aferição de seu justo
valor e restituição do supérfluo (valor do bem em garantia que excede o da dívida).”
PENHOR
Atenção: Não confundir penhor (direito real de garantia - bem móvel) com a penhora (instituto de direito processual
civil = ato de constrição judicial).
✓ No penhor, a pessoa empenha ou apenha o bem.
✓ Na penhora, o Estado faz a penhora do bem.
Espécies:
1) Penhor comum ou convencional:
- O devedor entrega ao credor um bem móvel para garantir o pagamento de uma dívida. Exemplo: a pessoa
deixa uma joia na Caixa Econômica Federal em penhor.
- Registro no Cartório de Títulos e Documentos (art. 1.432, CC)
8
www.g7juridico.com.br
III - frutos acondicionados ou armazenados;
IV - lenha cortada e carvão vegetal;
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
b) Penhor pecuário: art. 1.444 - Podem ser objeto de penhor os animais que integram a atividade pastoril, agrícola ou
de lacticínios.
CC, art. 1.448: “Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particular,
registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor
poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.”
9
www.g7juridico.com.br
CC, art. 1.458: “O penhor, que recai sobre título de crédito, constitui-se mediante instrumento público ou particular
ou endosso pignoratício, com a tradição do título ao credor, regendo-se pelas Disposições Gerais deste Título e, no
que couber, pela presente Seção.”
5) Penhor de veículos
• Objeto: art. 1.461 – “Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de transporte
ou condução.”
• Registro: Cartório de Títulos e Documentos.
• O bem continua na posse do devedor.
• Prazo máximo: 2 anos, prorrogáveis por igual período (art. 1.466)
CC, art. 1.466: “O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de dois anos, prorrogável até o
limite de igual tempo, averbada a prorrogação à margem do registro respectivo.”
Atenção:
A professora destaca que o CC/2002 exigia que, para promover o penhor de um veículo, este deveria estar segurado.
Em 2021, uma lei revogou o dispositivo que fazia tal exigência.
CC, art. 1.463: “Não se fará o penhor de veículos sem que estejam previamente segurados contra furto, avaria,
perecimento e danos causados a terceiros.” (revogado)
Lei n. 14.179, 30 de junho de 2021 (estabeleceu normas para facilitação de acesso a crédito e para mitigação dos
impactos econômicos decorrentes da pandemia da Covid-19) revogou o art. 1.463, CC que vedava o penhor de veículos
sem prévia contratação de seguro contra furto, avaria, perda e danos contra terceiros.
6) Penhor Legal:
• Decorre de lei.
• Independe de convenção.
• Hipóteses:
10
www.g7juridico.com.br
HIPOTECA
Na hipoteca, em regra, é dado um bem imóvel como garantia.
Exceções: navios e aeronaves são bens móveis, mas podem ser dados em hipoteca (bens móveis sui generis).
Hipotecas sucessivas:
Podem ocorrer hipotecas sucessivas, mas haverá observância à ordem das hipotecas.
CC, art. 1.476: “O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor
do mesmo ou de outro credor.”
CC, art. 1.477: “Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá
executar o imóvel antes de vencida a primeira.”
ANTICRESE
Na anticrese, há um bem que será dado em garantia e a posse desse bem é passada ao credor, que explora o bem,
para que, auferindo rendimentos, haja uma compensação pelo empréstimo.
11
www.g7juridico.com.br
• Ocorre quando o devedor entrega bem imóvel ao credor para que este retire rendimentos como compensação
da dívida (art. 1.5065).
• O credor terá a posse direta do bem.
• Responsabilidade do credor anticrético:
CC, art. 1.508: “O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos
frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber.
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
Trata-se de direito real em garantia.
Dúvida: a propriedade fiduciária seria direito real de garantia sobre coisa própria ou sobre coisa alheia?
A maioria dos manuais reponde que se trata de direito real de garantia sobre coisa alheia (mas esse tema não é
pacífico).
Exemplo: “A” quer comprar um carro de R$ 100mil, mas apenas dispõe de R$ 40 mil. Diante disso, “A” vai até uma
concessionária, paga os R$ 40 mil e os outros R$ 60 mil são obtidos junto a uma instituição financeira. Quando “A”
obtém a propriedade do veículo, imediatamente, ele a transfere ao banco. Trata-se de propriedade fiduciária.
5
CC, art. 1.506: “Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de
perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos.
§ 1 o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas
se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será
imputado ao capital.
§ 2 o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou
a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese.”
12
www.g7juridico.com.br
A alienação fiduciária em garantia é o contrato que cria uma garantia por meio da qual o devedor (devedor fiduciante),
transfere a propriedade de seu bem ao credor (credor fiduciário) até o pagamento total da dívida.
Disciplina legal:
✓ Bens imóveis: Lei 9.514/97
✓ Bens móveis fungíveis e infungíveis quando o credor é uma Instituição financeira: Lei nº 4.728/65 (Lei de
Mercado de Capitais) e Dec-Lei 911/69
✓ Bens móveis infungíveis quando o credor é uma pessoa natural ou uma pessoa jurídica: Arts. 1361/1368 – B,
CC.
CC, art. 1.368-A: “As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária submetem-se à disciplina
específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for
incompatível com a legislação especial.”
Da Propriedade Fiduciária
CC, art. 1.361: “Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo
de garantia, transfere ao credor.”
13
www.g7juridico.com.br
CC, art. 1.364, CC: “Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa
a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver,
ao devedor.”
CC, art. 1.365, CC: “É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se
a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida,
após o vencimento desta.”
Propriedade fiduciária:
✓ Direito real de garantia
✓ Direito real de aquisição
CC, art. 1.368-B, CC: “alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito real de aquisição ao
fiduciante, seu cessionário ou sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)”
14
www.g7juridico.com.br
A obrigação do proprietário será a de outorgar a escritura pública do imóvel no final do pagamento das parcelas. A
obrigação do adquirente vai ser a de pagar o preço estipulado.
CC, art. 462. “O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a
ser celebrado.”
A promessa de compra e venda pode ser registrada no CRI ou não. Se ela for registrada, haverá um direito real e,
portanto, direito de sequela. Se não for registrado, não haverá direito de sequela e o prejudicado apenas poderá
pleitear indenização (caso o imóvel seja vendido a outra pessoa).
LAJE
A laje é direito real sobre coisa própria.
15
www.g7juridico.com.br
Disciplina Legal:
Lei 13.465/17, art. 1.225, XIII, CC e arts. 1510 – A a 1510 - E
Conceito
Ocorre quando o proprietário de um imóvel permite, a título oneroso ou gratuito, que um terceiro construa ou ocupe
construção acima ou abaixo de seu imóvel.
CC, art. 1510 – A. “O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua
construção a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.”
Características:
✓ Não se exige que o acesso seja independente do imóvel primevo, isto é, o acesso pode ser compartilhado
entre a laje e a construção base. O que se exige é o isolamento funcional o que justifica a matrícula própria
da laje.
✓ Não implicará fração ideal do terreno para o titular da laje.
✓ O titular da laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sore a sua unidade.
✓ Naquilo que couber, serão aplicadas as regras do condomínio edilício à laje.
✓ A alienação onerosa das unidades sobrepostas à laje pressupõe direito de preferência.
CC, art. 1510 – D. “Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em
igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados
por escrito para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo diverso.
§ 1 o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá, mediante depósito
do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial de cento e oitenta
dias, contado da data de alienação.
§ 2 o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular das lajes
descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. “
Qual será a forma? Se tiver um valor acima de 30 salários-mínimos, tem que ser por escritura pública.
16
www.g7juridico.com.br
CC, art. 108: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
17
www.g7juridico.com.br