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1 Q2319999 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Posse - Teoria, Classificação e Aquisição , Propriedade
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área II -
Tarde

Manuel, residente no Rio de Janeiro, emprestou para Eduarda, sua sobrinha, um sítio de sua propriedade até então
desabitado e descuidado, na cidade de Petrópolis, e autorizou Eduarda a utilizá-lo como bem entendesse. Manuel, todavia,
esqueceu-se de que um carro velho, que havia pertencido a seu pai, estava na garagem do sítio.
Eduarda, empreendedora, e muito talentosa, decidiu fazer uma reforma completa na velha casa, para transformá-la em
uma pousada. Durante a obra, Eduarda teve a ideia de transformar o carro velho em uma escultura para ornamentar o
jardim, inutilizando o automóvel, que passou a ter função meramente decorativa. O empreendimento deu muito certo, e a
pousada de Eduarda tornou-se a mais valorizada da região, acarretando, inclusive, uma valorização enorme também dos
imóveis da vizinhança. Um ano mais tarde, Manuel faleceu, e Eduarda foi procurada por Thomaz, herdeiro mais próximo do
falecido, que pediu a ela a restituição do imóvel e do carro. Com base nos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.

A Eduarda adquiriu a propriedade do sítio por acessão inversa e, a do carro, por especificação.

Manuel adquiriu a propriedade de todas as obras feitas por Eduarda, que poderá cobrar, agora, as devidas
B
indenizações.

As obras no imóvel geram para Eduarda direito a indenização, porém, a obra no carro não é indenizável, por ter
C
Eduarda procedido de má-fé.

Eduarda não poderia ter feito obras em bens que não lhe pertenciam, razão pela qual não tem direito a qualquer
D
indenização.

As obras no imóvel geram para Eduarda direito à indenização, enquanto a obra no carro gera o direito de
E
propriedade.

2 Q2319986 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: Câmara dos Deputados Prova: FGV - 2023 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo - Área II -
Tarde

De forma a pôr fim a uma potencial demanda judicial, Henrique, proprietário da Fazenda Santa Cruz, reconheceu ser devida
indenização a Tatiana, vizinha e proprietária da Fazenda Algodões, em razão de dano material ocasionado ao imóvel
fronteiriço.
Na composição, Henrique pagaria a indenização em 60 (sessenta) parcelas mensais, cuja obrigação deveria ser garantida
por uma hipoteca. Em razão de Fazenda Santa Cruz ser seu único imóvel e ter valor muito superior à indenização, Henrique
ofereceu a Tatiana, como garantia da obrigação, um conjunto de salas comerciais pertencente a Paula, irmã do devedor.
Sem nenhuma disposição especial a mais, o acordo foi celebrado por meio de escritura pública subscrita pelos três
envolvidos. Contudo, logo após a constituição da garantia na matrícula dos imóveis, as salas vieram a perecer, em razão de
desabamento do edifício. Apesar de o condomínio contar com seguro pelas acessões sobre o terreno, o solo em si não
estava abrangido por proteção contratual, tal como decidido em assembleia própria. Diante destes fatos, a garantia do
negócio jurídico descrito

A fica integralmente extinta.

B será restringida ao valor da indenização do seguro.

C será restringida à hipoteca da fração ideal do terreno.

D deverá ser recomposta por Henrique, em razão de determinação legal.

E é sub-rogada pelo valor da indenização do seguro e mantida sobre a fração ideal do terreno.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Direito das Sucessões , Propriedade Usufruto ,
3 Q2307553 Aspectos Gerais do Direito das Sucessões – Momento, Espécies, Lugar, Herança e Representação ,
Aceitação e Renúncia da Herança, Herança Jacente e Vacante , Sucessão Legítima – Ordem de Vocação Hereditária
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-SE Prova: FGV - 2023 - TJ-SE - Atividade Notarial e de Registro - Remoção

Donato e sua esposa Milena fazem lavrar escritura pública transmitindo a seus filhos, em proporções iguais, a integralidade
de seu patrimônio, com efeitos imediatos, dispensando os beneficiários do dever de colação. Reservam para si apenas o
usufruto dos bens. Nesse caso, é correto afirmar que:

se verifica uma espécie de pacta corvina, a versar herança de pessoa viva, o que é vedado pelo ordenamento (Art. 426
A
do Código Civil);

o negócio jurídico é espécie de doação de bens, a desdobrar o indisponível dever de colação, pelos herdeiros, dos
B
bens transmitidos;

embora válido o negócio jurídico, se verificado algum prejuízo à legítima, será necessário, para corrigi-lo, a realização
C
de inventário, a fim de equacionar corretamente a partilha;

D para a validade do negócio jurídico, é necessária a concordância de todos os herdeiros;

a invalidade que acomete o negócio jurídico pode ser expurgada pela redução das disposições para que abranja
E
apenas a parte disponível da herança.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Propriedade , Propriedade Resolúvel e Propriedade Fiduciária
4 Q2307550 Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca , Noções Fundamentais de Direitos Reais ,
Modos de Perda da Propriedade
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-SE Prova: FGV - 2023 - TJ-SE - Atividade Notarial e de Registro - Remoção

Sobre determinado imóvel, pendiam (i) penhora proveniente de execução trabalhista em face de seu proprietário; e (ii)
hipoteca bancária.
Sucede que, em uma execução cível no juízo estadual, o bem, depois da devida tramitação, foi levado a leilão e arrematado
por preço superior às dívidas vinculadas aos gravames. Expedida a carta de arrematação, o Registro de Imóveis se recusa a
transferir a propriedade ao arrematante, diante das anotações constantes da matrícula. Nesse caso, é correto afirmar que:

ainda que a arrematação seja forma de aquisição originária da propriedade, seus efeitos são relativos às partes no
A
processo, de modo que o registro da carta só poderá ocorrer com a concordância dos demais credores;

a arrematação é forma de aquisição originária da propriedade, de modo que, inexistindo prévia relação entre o
B arrematante e o antigo proprietário, os gravames anteriores devem ser cancelados, e a carta, registrada, mesmo que,
com isso, não concordem os credores;

como a arrematação é forma de aquisição derivada da propriedade, seus efeitos são relativos às partes no processo,
C
de modo que o registro da carta só poderá ocorrer com a concordância dos demais credores;

embora a aquisição seja forma de aquisição originária da propriedade, o arrematante recebe o bem com seus ônus,
D
notadamente a hipoteca devidamente registrada, da qual só se exonerará após o pagamento;

a arrematação é forma de aquisição derivada da propriedade, de modo que, inexistindo prévia relação entre o
E arrematante e o antigo proprietário, os gravames anteriores devem ser cancelados, e a carta, registrada, mesmo que,
com isso, não concordem os credores.

5 Q2271408 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Posse - Teoria, Classificação e Aquisição , Propriedade
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2023 - DPE-RJ - Defensor Público

Um grupo de cerca de 160 pessoas, incluindo Antônio e José, foi surpreendido pelo recebimento de um mandado de citação
no dia 29 de setembro de 2023, expedido em processo judicial no qual a empresa Capital Expresso S/A exige a reivindicação
de uma área de 2.500 hectares, situada em Vargem Grande. A ação foi distribuída no dia 16 de abril de 2023. Antônio e José
procuram a Defensoria Pública após o recebimento do mandado e alegam que o local reivindicado, antes abandonado, foi
ocupado pelo grupo desde agosto de 2017, oportunidade na qual os ocupantes fixaram moradia e iniciaram atividade de
agricultura familiar e orgânica. Acrescentaram que o grupo é formado por 42 famílias.
Alegaram ainda que os alimentos produzidos são utilizados para a manutenção das famílias ocupantes e doados para as
creches e escolas públicas locais, além de vendidos em uma feira realizada no próprio local, atendendo à vizinhança.
Considerando as regras concernentes à posse e propriedade, é correto afirmar que:
A somente fazem jus à indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias realizadas, não cabendo retenção da posse;

não será possível alegar direito algum, diante da qualidade da posse dos ocupantes, devendo ser restituído o bem aos
B
legítimos proprietários;

caberá a alegação de Usucapião Especial Rural, tendo em vista o tempo que os ocupantes estão no local e as
C
características do imóvel, bem como sua destinação, não sendo relevante a medida da área;

caberá o pedido de manutenção da posse, somente, já que possuem direito à indenização pelas benfeitorias
D realizadas no imóvel, bem como à retenção pelas benfeitorias úteis e necessárias enquanto não for paga a
indenização;

caberá o pleito de perda da propriedade pela empresa demandante em favor dos ocupantes, por decisão judicial,
E diante da realização de obras e serviços de interesse social e econômico relevante pelos demandados, além do tempo
de posse e a boa-fé dos ocupantes.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Contratos em Espécie , Locação de Coisas
6 Q2247762 Corretagem, Transporte, Seguro, Constituição de Renda, Jogo e Aposta e Fiança ,
Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-ES Prova: FGV - 2023 - TJ-ES - Juiz Substituto

A sociedade XYZ, que passava por dificuldades financeiras, conseguiu locar um imóvel comercial mediante oferecimento de
fiança, a qual fora prestada, concomitantemente, por José, sócio menor de idade, representado, no ato, por seu pai, e por
Sérgio, diretor administrativo, que, a época, vivia em união estável com Mariana,
Sobrevindo o inadimplemento, o locador requereu a penhora do bem de família de José e de dinheiro de Sérgio disponível
em conta. Nesse caso, é correto afirmar que:

consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, é inconstitucional a penhora de bem de família do fiador em
A caso de locação de imóvel comercial, porque não se colocam, nesses casos, os mesmos interesses que orientaram a
tese quanto às locações residenciais (fomentar o acesso à moradia):

à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a ausência de outorga uxória para a prestação de fiança leva
B
apenas à inoponibilidade da garantia ao cônjuge que a ela não anuiu;

se o locador comprovar que o imóvel de José está hipotecado para outro credor, cessará a proteção ao bem de
C
família, por força da disposição do próprio beneficiário que dela abriu mão;

de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a equiparação, inclusive constitucional, da união
estável ao casamento, leva à igualdade de regimes jurídicos, notadamente em relação à necessidade de outorga
D
uxória sob pena de ineficácia total, imprescindível nesse caso, ainda que o locador não soubesse que Sérgio era
companheiro de Mariana;

E é nula a fiança prestada por José, mesmo com representação por seu pai, por falta de autorização judicial.

7 Q2247757 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Condomínio Edilício
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-ES Prova: FGV - 2023 - TJ-ES - Juiz Substituto

Dr. Teotônio é contratado pelo condomínio Paz Maravilhosa para cobrar as cotas condominiais do morador do apartamento
202, Cássio.
Após a sentença de procedência da demanda de cobrança ajuizada, dr. Teotônio começa a executar seus honorários de
sucumbência, e Cássio, confessando-se insolvente, requer o parcelamento em dez prestações, o que é aceito. Quando
estava prestes a vencer a quarta prestação, Cássio, que nunca pagou nenhuma delas, aliena o imóvel a Armínio. Nesse
caso, é correto afirmar que Armínio:

será responsável por todas as parcelas, inclusive aquelas vencidas antes da alienação, por se tratar de obrigação
A
ambulatória (propter rem), e poderá se beneficiar do acordo de parcelamento;

será responsável apenas pelas parcelas vencidas após a alienação, por se tratar de obrigação ambulatória (propter
B
rem), mas poderá se beneficiar do acordo de parcelamento;
será responsável pelas parcelas vencidas após a alienação, por se tratar de obrigação ambulatória (proter rem), mas
C
não poderá se beneficiar do acordo que, para si, é considerado res inter alios acta;

será responsável por todas as parcelas, inclusive aquelas vencidas antes da alienação, por se tratar de obrigação
D
ambulatória (propter rem), e não poderá se beneficiar do acordo que, para si, é considerado res inter alios acta;

E não será responsável pela dívida relativa a honorários de sucumbência.

8 Q2247753 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Usucapião
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-ES Prova: FGV - 2023 - TJ-ES - Juiz Substituto

Em 2006, João, por contrato de arrendamento mercantil, adquiriu um carro. Entretanto, pagou a primeira parcela de um
total de 24, e não efetuou mais nenhum pagamento. Como estava na posse do bem, continuou usufruindo dele e nunca foi
incomodado pelo credor, seja administrativamente, seja judicialmente, mantendo-se, o arrendador, inerte. Em 2015,
transferiu a posse do bem para maria, que pagou à vista e passou a usufruir do bem nas mesmas condições que seu
antecessor. Em 2021, Maria ajuizou demanda em desfavor do credor arrendador, requerendo o título de propriedade em
razão da usucapião.
De acordo com o Código Civil e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, Maria:

não terá êxito, já que, de acordo com os fatos narrados, o prazo mínimo para usucapião seria de quinze anos, e o
A
prazo que o bem restou em sua posse limita-se a seis anos;

não terá êxito, já que, no caso, a existência de contrato de arrendamento mercantil impede a aquisição pela
B
usucapião, tendo em vista a precariedade da posse recebida e exercida, independentemente do prazo;

terá êxito, já que as parcelas não pagas do carro estariam prescritas, possibilitando o transcurso de prazo necessário
C
para configurar a usucapião extraordinária;

não terá êxito, já que o prazo para reaver e/ou cobrar pelo bem é o prazo geral de Código Civil, ou seja, de dez anos.
D
Além disso, sua posse não pode ser somada à de seu antecessor, pois não se trata de bem imóvel;

terá êxito, já que bastava estar na posse do bem por três anos para adquiri-lo por usucapião, independentemente da
E
qualidade de sua posse.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Responsabilidade civil , Contratos em Geral
9 Q2221705 Extinção: cláusula resolutiva, onerosidade excessiva e exceção de contrato não cumprido ,
Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca , Indenização - Liquidação do Dano
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: FGV - 2023 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto

Paulo obteve empréstimo do Banco Dinheiro na Mão S/A. Em garantia, empenhou joias de família cuja avaliação alçava a
50% do valor da dívida.
Após ter quitado 45% do saldo devedor, é comunicado de que, em um assalto ao banco, as joias foram roubadas. Nesse
caso, à luz exclusivamente do Direito Civil, é correto afirmar que:

com o perecimento da coisa empenhada, resolve-se o contrato entre as partes, retornando ambas ao status quo ante,
A
de modo que Paulo ficará exonerado da dívida;

a instituição financeira deverá indenizar Paulo pelo valor dos bens perdidos, sendo certo que, enquanto não proceder
B a esse pagamento, será lícito ao devedor suspender o das parcelas do empréstimo, invocando a exceção de contrato
não cumprido (exceptio non adimpleti contractus);

embora a instituição financeira deva indenizar Paulo pelo valor das joias roubadas, não é possível a compensação
C entre o valor do empréstimo e o das joias, por expressa vedação legal na hipótese de penhor e pela diferença de
origem dos débitos;

a instituição financeira deve indenizar Paulo pelo valor das joias roubadas, sendo certo que é possível a compensação
entre o valor do empréstimo e o das joias; assim, considerando a quitação de 95% do saldo devedor (45% pelo
D
pagamento das parcelas e 50% pela compensação), Paulo poderá invocar a teoria do adimplemento substancial para
dar por cumprida sua obrigação;
a instituição financeira não responde pelo caso fortuito/força maior, uma vez que não pode ser responsabilizada por
E
danos decorrentes de atividades criminosas, notadamente roubo à mão armada.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Contratos em Espécie , Empréstimo: Comodato e Mútuo
10 Q2166892
Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Analista Processual

Fabrício celebrou contrato de mútuo com o Banco A em janeiro de 2022, oferecendo em garantia hipotecária da dívida,
prevista para vencer em junho daquele ano, um dos seus diversos imóveis. O registro da hipoteca foi requerido em abril e
ultimado em maio de 2022. Em fevereiro de 2022, Fabrício celebrou novo contrato de mútuo, desta vez com o Banco B,
oferecendo como garantia do negócio hipoteca sobre o mesmo imóvel. A prenotação desta hipoteca deu-se em março,
sendo o respectivo registro concluído em abril de 2022. Considere que ambas as hipotecas foram constituídas validamente
e que a obrigação contraída perante o Banco B tinha seu vencimento estipulado apenas para outubro de 2022. Considere,
ainda, que Fabrício esteve a todo tempo plenamente solvente, mas nunca pagou a dívida contraída perante o Banco A.
Nesse cenário, é correto afirmar que, no mês de julho de 2022:

A o Banco A já poderia executar sua garantia hipotecária sobre o imóvel;

B o Banco B já poderia executar sua garantia hipotecária sobre o imóvel;

C nenhuma das duas garantias hipotecárias constituídas sobre o imóvel poderia ser executada naquele momento;

D a dívida contraída perante o Banco B já poderia ser considerada vencida antecipadamente;

E o Banco A já poderia remir a hipoteca oferecida ao Banco B, consignando em juízo a importância devida a este.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Posse - Teoria, Classificação e Aquisição ,
11 Q2166888
Efeitos, Tutela, Transmissão e Perda da Posse
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Analista Processual

Flávio, pescador que vive em uma pequena vila no litoral do Estado, certa noite, passando por uma casa que parecia vazia,
pulou o muro e pernoitou no imóvel, tomando cuidado para que nenhum vizinho notasse sua presença no local. Não
encontrando resistência, repetiu o mesmo procedimento todas as noites por dois meses, aproveitando-se do conforto das
instalações do imóvel. Passado esse tempo, e percebendo que nenhum mal lhe aconteceu, Flávio passou a usar a casa de
forma ostensiva, também à luz do dia, inclusive convidando amigos e parentes para ali permanecerem com ele. Passados
um ano e um mês desde a primeira vez em que Flávio pulou o muro da casa, Ricardo, o proprietário do imóvel, que mora
em outra cidade e utiliza aquela residência apenas esporadicamente, visitou a vila e foi surpreendido pelo fato de o
pescador estar morando no local. Flávio, por sua vez, repeliu Ricardo violentamente, exigindo que ele nunca mais voltasse.
No mesmo dia, Ricardo ajuizou uma ação de reintegração de posse em face de Flávio, comprovando todos os fatos
narrados. Nesse caso, é correto afirmar que:

A a posse de Flávio é de força nova;

B a posse de Flávio é precária;

C a posse de Flávio é violenta;

D Ricardo deve ser reintegrado na posse do imóvel porque alega ser o proprietário registral deste;

E Ricardo deve ser reintegrado na posse do imóvel porque sua posse tinha justo título.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Direito de Família , Contratos em Espécie
12 Q2165966 Empréstimo: Comodato e Mútuo , Regime de Bens e Outros Direitos Patrimoniais nas Relações Familiares ,
Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TST Prova: FGV - 2023 - TST - Juiz do Trabalho Substituto

A sociedade limitada X contrata empréstimo bancário com o Banco Y. Maria, sócia da sociedade limitada X,
voluntariamente concede em garantia ao empréstimo contratado o imóvel único no qual mantém moradia com sua família,
por meio de constituição de alienação fiduciária, Inadimplente a sociedade imitada X, o Banco Y, credor fiduciário, executa a
garantia que recai sobre o imóvel, consolidando a propriedade resolúvel em seu favor. A respeito do caso, é correto afirmar
que:

a impenhorabilidade do bem de família prevalece sobre a alienação fiduciária em garantia, ainda que livremente
A
pactuada entre Maria e o Banco Y;

tal como na hipoteca, e presumido o benefício à entidade familiar de Maria na contratação do empréstimo bancário
B
pela sociedade limitada X, gravado de garantia fiduciária;

a alienação fiduciária em garantia é inválida por tratar-se de bem de família a garantia ofertada, não tendo sido os
C
valores obtidos com o empréstimo feitos em favor do imóvel ou da unidade familiar;

dado que a alienação fiduciária em garantia foi livremente pactuada, o imóvel pertencente à entidade familiar é
D
impenhorável, tendo em vista que não se aplicam as exceções , do Art. 39 da Lei n° 8.009/1990;

o inadimplemento do contrato de empréstimo bancário pela sociedade limitada X consolida a propriedade imóvel em
E
nome do Banco Y, independentemente da natureza do bem dado em garantia por meio da alienação fiduciária.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Contratos em Espécie , Usufruto
13 Q2144035
Sociedade, Parceria, Arrendamento Rural, Leasing, Franquia, Facturing e Direitos Autorais
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-MS Prova: FGV - 2023 - TJ-MS - Juiz Substituto

Amadeu era proprietário da Fazenda Riacho do Alto, a qual deu em usufruto a Amália. Amália, por sua vez, arrendou a terra
a Pedrônio para exploração pelo prazo de vinte anos, de 01/11/2012 a 01/11/2032.
Em 2020, falece Amália. Pedrônio, então, deixa de pagar as contraprestações pactuadas no arrendamento. Isso leva o
espólio de Amália a ajuizar ação de cobrança combinada com rescisão contratual em decorrência do inadimplemento.
Nesse caso, é correto afirmar que:

com a morte de Amália, extinguiu-se o usufruto, de modo que não há mais posse exercida pelo espólio que possa ser
A
remunerada pelo contrato de arrendamento;

com a morte de Amália, extinguiu-se o usufruto, de modo que a posse exercida pelo espólio passou a ser considerada
B injusta e precária e, por isso mesmo, impassível de remuneração por força do contrato de arrendamento que perdeu
objeto;

embora a morte de Amália tenha causado a extinção do usufruto, isso não altera a natureza da posse exercida pelo
C espólio, que tende à manutenção do mesmo caráter (Art. 1.206 do Código Civil), razão pela qual deve ser julgado
procedente o pedido formulado pelo espólio;

embora a morte de Amália tenha causado a extinção do usufruto e isso tenha alterado a natureza da posse para
D injusta e precária, tais defeitos são relativos à relação entre o proprietário e o espólio de Amália, de sorte que,
enquanto o imóvel não for reclamado ou devolvido, são devidas as prestações pelo arrendamento;

com a morte de Amália, extinguiu-se a posse sobre o imóvel, mas não o direito real de usufruto que a embasava, pois
E que dependente de cancelamento no Registro Geral de Imóveis; por isso mesmo, é devida a contraprestação pelo
arrendamento.

14 Q2144033 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Direitos Reais de Garantia - Penhor, Anticrese e Hipoteca
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TJ-MS Prova: FGV - 2023 - TJ-MS - Juiz Substituto

Cristóvão e Antônia celebraram financiamento imobiliário com o Banco ABC, garantido por alienação fiduciária do
apartamento adquirido.
Sobrevindo o inadimplemento por parte de Cristóvão e Antônia, a instituição financeira procedeu à consolidação da
propriedade em seu nome. Seguindo as disposições contratuais previamente firmadas, o imóvel foi avaliado por uma
auditoria externa no valor de quatrocentos mil reais, quando o saldo em aberto já alçava a quinhentos mil reais. Ainda com
base no contrato, a instituição financeira deixa de proceder aos leilões judiciais e dá por extinta a dívida, havendo para si o
imóvel. Cristóvão e Antônia ajuízam demanda indenizatória para ver restituído o valor das prestações que já tinham
suportado antes da perda do bem. Nesse caso, à luz exclusivamente do Código Civil e da Lei nº 9.514/1997, o juiz deverá
reconhecer que a instituição financeira impôs aos adquirentes pacto:
comissório, vedado pelo ordenamento jurídico, e determinar a realização dos leilões previstos na Lei nº 9.514/1997
A para arrecadar, no mínimo, o valor da dívida, das despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive
tributos, e das contribuições condominiais;

marciano, vedado pelo ordenamento jurídico, e determinar a realização dos leilões previstos na Lei nº 9.514/1997 para
B arrecadar, no mínimo, o valor da dívida, das despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos,
e das contribuições condominiais;

comissório, aceito pela doutrina e pela jurisprudência, sem vedação expressa no ordenamento, de modo a julgar
C
improcedentes os pedidos de Cristóvão e Antônia;

marciano, aceito pela doutrina e pela jurisprudência, sem vedação expressa no ordenamento, de modo a julgar
D
improcedentes os pedidos de Cristóvão e Antônia;

comissório, aceito pela doutrina e pela jurisprudência, sem vedação expressa no ordenamento; mas, sem prejuízo,
E admitir que os valores pagos ao longo do financiamento não podem ser perdidos pelos mutuários, sob pena de
enriquecimento ilícito.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Posse - Teoria, Classificação e Aquisição , Contratos em Espécie
15 Q2110251
Compra e Venda , Efeitos, Tutela, Transmissão e Perda da Posse
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Procurador do Município

Ari compra, em 2015, um imóvel em um loteamento no qual há constituída uma associação de moradores que cobra taxa
de manutenção das áreas comuns, tudo bem descrito no contrato padrão de compra e venda do empreendimento,
registrado em cartório. Depois de dois meses morando na casa, sem jamais ter pagado a contribuição, Ari resolve se
desassociar, o que leva à cobrança judicial dos valores, em ação proposta em 21/09/2018. Nesse caso, à luz da
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que:

Ari pode ser obrigado a pagar todas as contribuições desde que se imitira na posse, por força da vedação ao
A
enriquecimento sem causa, uma vez que aproveita os serviços indivisíveis prestados (limpeza, segurança etc.);

por decorrência do princípio da liberdade de associação, Ari não pode ser obrigado a pagar as cotas mensais,
B
referentes a qualquer período;

Ari só pode ser obrigado a pagar as contribuições vencidas a partir de julho de 2017, quando entrou em vigor a Lei nº
C
13.465/2017, que equiparou as associações de moradores às administradoras de imóvel;

por decorrência do princípio da liberdade de associação, Ari não pode ser obrigado a pagar as cotas mensais, exceto
D
quanto aos dois meses em que permaneceu associado;

Ari poderá ser obrigado a pagar todas as contribuições desde que se imitira na posse, uma vez que a obrigação estava
E
prevista no contrato padrão registrado em cartório.

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Contratos em Espécie , Empréstimo: Comodato e Mútuo
16 Q2110248
Efeitos, Tutela, Transmissão e Perda da Posse
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Procurador do Município

Álvares empresta seu imóvel, por prazo indeterminado, para que, nele, seu sobrinho Machado possa residir enquanto
estiver na cidade de Niterói completando seus estudos e sua formação profissional. Sucede que, dois meses depois de
Machado se instalar no local, Álvares começa a namorar Carvalho e, então, notifica Machado a devolver-lhe o bem para que
possa se mudar com o amado. Machado pondera que não incomodará, até porque só fica no apartamento na madrugada,
quando não está estudando ou trabalhando. Considerando a situação descrita, na sede judicial própria, é possível:

determinar a desocupação do imóvel, uma vez que, cessado o comodato por prazo indeterminado pela notificação do
A
comodante, passou a se verificar esbulho a cargo de Machado, que não deverá ser indenizado;

reconhecer a impossibilidade de retomada do imóvel neste momento, mas, sem prejuízo, regular o exercício da
B
composse, inclusive em relação aos horários em que cada um poderá usar o bem;

reconhecer a impossibilidade de retomada do imóvel neste momento, sem que seja viável juridicamente regular a
C
composse diante da natureza indivisível do bem sobre a qual é exercida;
determinar a desocupação do imóvel uma vez verificado o esbulho, sem prejuízo de determinar que Álvares indenize
D
Machado pelo abuso do direito levado a efeito em comportamento contraditório (venire contra factum proprium);

diante da vedação ao comportamento contraditório (venire contra factum proprium), poderá manter Machado no
E
imóvel, mas estabelecendo um aluguel a ser pago a Álvares.

17 Q2110245 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Usucapião , Contratos em Geral Vícios Redibitórios e Evicção
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Procurador do Município

Lafaiete foi curado de uma grave doença pelo renomado dr. Andrade. A cirurgia foi realizada de forma gratuita, no
consultório particular do médico que atendia, por caridade, pessoas carentes. Lafaiete, mesmo não podendo arcar com os
elevadíssimos honorários do famoso médico, doou-lhe um carro popular, de valor ínfimo, que havia roubado há seis anos
para empregar em sua atividade habitual de motorista de aplicativo. Dr. Andrade aceitou o bem, ignorando seu histórico e,
pouco tempo depois, foi interpelado pelo antigo dono do veículo que nunca esquecera o crime e, por coincidência, foi
também se consultar com o médico. Nesse caso, é correto afirmar que Lafaiete:

que houve a coisa de forma violenta, não poderia tê-la usucapido, mas não responderá pelo vício redibitório nem pela
A
evicção, uma vez que o fato de se tratar de doação remuneratória não retira o caráter de liberalidade do contrato;

usucapiu o bem durante os anos em que o utilizou, de forma ostensiva; a par disto, não há por que falar em evicção
B
ou no reconhecimento de vício redibitório (origem ilícita) em contrato não oneroso;

que houve a coisa de forma violenta, não poderia tê-la usucapido, e responderá tanto pela evicção quanto pelo vício
C
redibitório (origem ilícita), cabendo ao dr. Andrade optar pelo que lhe for mais vantajoso;

usucapiu o bem durante os anos em que o utilizou, de forma ostensiva, de modo que não há por que falar em evicção,
D
apenas em vício redibitório (origem ilícita) a justificar a devolução do veículo;

que houve a coisa de forma violenta, não poderia tê-la usucapido, e, embora não responda pela evicção em doação
E
remuneratória, deverá aceitar a devolução do veículo pelo vício redibitório (origem ilícita).

Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Direito das Sucessões , Usucapião
18 Q2110244
Sucessão Testamentária - Testamento, Codicilo e Legado
Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: PGM - Niterói Prova: FGV - 2023 - PGM - Niterói - Procurador do Município

Perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Niterói, tramita ação de usucapião referente a um imóvel urbano de 150 m², do qual
Fabriciano consta como proprietário registral. Ao consultar a cadeia de transferências, constata-se que o imóvel foi herdado
por Fabriciano em decorrência da morte de sua esposa, Divina. Ocorre que, ao tempo da abertura da sucessão, ainda vigia,
a gravar o bem, cláusula de inalienabilidade imposta pelo pai de Divina em testamento, justamente por saber que seu genro
era pródigo. Aliás, até o momento, o prazo quinzenal disposto pelo testador não se completou. Não fosse por Fabriciano,
Divina não teria deixado nenhum herdeiro. Nesse caso, é correto:

reconhecer que o bem não poderia ter sido herdado por Fabriciano na vigência de cláusula de inalienabilidade, a qual
A inclui a de incomunicabilidade, de modo que a herança ficou vacante e deve ser, observados os prazos e
procedimentos legais, arrecadada pelo Município onde se situa o imóvel;

considerar que a cláusula de inalienabilidade não se confunde nem embute a de incomunicabilidade, razão pela qual,
B
não havendo propriamente alienação do imóvel, a herança foi corretamente transferida a Fabriciano;

apontar a impossibilidade de usucapir bem gravado por cláusula de inalienabilidade, na medida em que não pode
C
sofrer posse com animus domini;

admitir que o bem foi regularmente passado a Fabriciano, uma vez que a pendência de cláusula de inalienabilidade ou
D
incomunicabilidade não impede a transferência por herança;

reconhecer a usucapião após a anulação da cláusula de inalienabilidade que, consoante expressa dicção legal, não
E
poderia, no caso concreto, gravar bens da legítima.

19 Q1960648 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Efeitos, Tutela, Transmissão e Perda da Posse
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2022 - TJ-SC - Juiz Substituto

Enquanto estava fora do Brasil, Artur permitiu que Dulcineia ocupasse sua casa de veraneio. Quando retornou, descobriu
que ela realizou uma obra que removeu uma coluna que, desnecessária à sustentação, ocupava uma parte da garagem e,
agora liberada, permite o estacionamento de mais um automóvel. Diante disso, Dulcineia:

A não tem qualquer direito em face de Artur;

tem direito ao ressarcimento do valor da obra, se estava de boa-fé, sem a faculdade de reter o imóvel até seu
B
pagamento;

tem direito ao ressarcimento do valor da obra, independentemente de estar de boa-fé ou má-fé, sem a faculdade de
C
reter o imóvel até seu pagamento;

tem direito ao ressarcimento do valor da obra, com a faculdade de reter o imóvel até o seu pagamento, se estava de
D
boa-fé;

tem direito ao ressarcimento do valor da obra, com a faculdade de reter o imóvel até o seu pagamento,
E
independentemente de estar de boa-fé ou má-fé.

20 Q1910120 Direito Civil > Direito das Coisas / Direitos Reais , Posse - Teoria, Classificação e Aquisição
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-GO Prova: FGV - 2022 - MPE-GO - Analista Jurídico

Após habitar por três anos um imóvel rural com sua família, Marta decidiu alienar o “direito e ação” que possui sobre o bem,
apesar de não ser a titular do direito real de propriedade, que pertence a Tiago, desconhecido na região. Roberto se
interessa pelo imóvel e ajusta com Marta o preço de cem mil reais. Acerca desse negócio jurídico, é correto afirmar que

A a forma pública é necessária, ante o valor convencionado entre as partes.

B o instrumento pode ser particular, tendo em vista que o “direito e ação” se trata de uma detenção.

C a alienação do “direito e ação” deve ser por instrumento público, ante a ocorrência de usucapião.

D Tiago deve anuir com a alienação, independentemente da forma do negócio jurídico.

E a posse de que Marta é titular pode ser cedida por instrumento particular.

Respostas

1: A 2: C 3: D 4: B 5: E 6: E 7: E 8: C 9: B 10: C 11: A 12: E 13: D 14: D


15: E 16: B 17: B 18: D 19: D 20: E

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