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REVISÃO

DA HERANÇA E SUA ADMINISTRAÇÃO (Art. 1791 ao 1797)


DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (Art. 1798 ao 1803)
DA ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA (Art. 1804 ao 1813)
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO (Art. 1814 ao 1818)
DA HERANÇA E SUA ADMINISTRAÇÃO

Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e
regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Herança é o patrimônio que engloba um conjunto de
direitos e deveres, de créditos e débitos!

● BEM IMÓVEL: por disposição da lei (art. 80, II, CC)

● TODO UNITÁRIO: É o total (universalidade indivisa)


do patrimônio transmitido!

● INDIVISÍVEL: Quanto a posse e propriedade! Mas só


até ser feita a partilha!

● CONDOMÍNIO: Normas relativas ao condomínio que


Massa ou monte hereditário vão regular a posse e propriedade da herança.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-
lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos
bens herdados.
FORÇAS DA HERANÇA

● “Intra vires hereditatis”: A herança é


composta por bens e dívidas e os herdeiros
não assumem dívidas acima do valor da
herança! (dívidas só até dentro dos limites
da herança)!

● Obrigações personalíssimas do morto não


passam aos herdeiros!

● Herança como parte no processo (autora


ou ré): chama-se espólio!
Ex.: um credor quer cobrar uma dívida
que era do morto; como ele não existe mais,
ATIVO E PASSIVO! essa ação deve ser ajuizada contra a
Bens e dívidas! herança.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por
escritura pública.

§ 1 o Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não


abrangidos pela cessão feita anteriormente.

§ 2 o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.

§ 3 o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo
hereditário, pendente a indivisibilidade.

CESSÃO
● Posso ceder minha parte da herança, mas não dizer quais
bens estou cedendo!

CO-HERDEIRO ● A cessão será por escritura pública.

● Os bens que foram descobertos depois, não estão abrangidos


na cessão anterior!

50% ● Cessão feita por um bem específico é ineficaz. O que é


transmitido é a quota!
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa
estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

DIREITO DE PREFERÊNCIA DO
OUTRO HERDEIRO

● Na alienação onerosa, é
necessário dar aos outros
co-herdeiros o direito de
adquirir aquela quota!
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá,
depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e
oitenta dias após a transmissão.

Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, entre eles se


distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
NÃO FOI COMUNICADO O OUTRO
CO-HERDEIRO:
● o que ele pode fazer: Deposita o
valor e requer em 180 dias! (Após
a transmissão)

● Se tiver vários co-herdeiros que


querem: se distribui entre eles o
quinhão cedido!
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do
patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e,
quando for o caso, de partilha da herança.

PRAZO PARA INSTAURAR O INVENTÁRIO

● CC 2002: 30 DIAS após a morte!


● CPC 2015 (art. 611): 2 MESES após a
morte e encerrado em 12 meses (esse é o
prazo que prevalece!)

obs: se não instaurar neste tempo tem multa


fiscal!

Inventário é o processo em que é feita uma


relação, descrição e avaliação dos bens,
pagamento dos impostos e dívidas, para ao
final efetuar a partilha dos bens que
restarem. (Lista ou catalogar)
ADMINISTRADOR PROVISÓRIO
Após a morte, a
posse e a propriedade
são transmitidas aos
herdeiros; passado um
tempo é aberto o
inventário, um
Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, inventariante é nomeado e
a administração da herança caberá, sucessivamente: passa a administrar a
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia herança. Anterior à
ao tempo da abertura da sucessão; nomeação do
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, inventariante, um
e, se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
administrador provisório
III - ao testamenteiro; é quem estará
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas encarregado de administrar
nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas a herança.
DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA ( 1798 CC)
Vocação hereditária é a convocação de pessoa
com direito à herança, para que receba o patrimônio
deixado pelo falecido.
A vocação hereditária pode ocorrer por sucessão
legítima ou por disposição de última vontade do
falecido, por meio do testamento.
CAPACIDADE SUCESSÓRIA NA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA (1799 CC)

Podem ser chamadas a suceder através da sucessão testamentária:

· Os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que já
tenham nascido na abertura da sucessão;

· Pessoas jurídicas;

· Pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob forma de
fundação.

Art 1800 CC

No caso dos filhos ainda não concebidos, refere-se este somente aos filhos de pessoas
indicadas pelo testador, desde que estejam vivos no momento de abertura da sucessão.

Estes não poderão ser netos ou bisnetos de pessoas indicadas pelo testador, somente
filhos.
ILEGITIMIDADE PARA SUCEDER (1801 CC)
Não poderão ser indicadas nem como herdeiras e nem
como legatárias:
· A pessoa que escreveu o testamento, nem o seu
cônjuge ou companheiro, ou seus ascendentes ou irmãos;
· As testemunhas do testamento;
· O concubino do testador casado, a não ser que este
estiver de fato separado de seu cônjuge há mais de cinco
anos;
· O tabelião, comandante ou escrivão, perante quem
se fizer, assim como o que o fizer ou aprovar o
testamento.
NULIDADE DE DISPOSIÇÃO TESTAMENTÁRIA (1802 CC)

A nulidade da disposição testamentária pode ocorrer de duas formas:


· Simulação sob forma de contrato oneroso: como o de compra e venda;
· Mediante interposta pessoa: entendem-se por pessoas interpostas
(pessoas usadas de forma indireta) ascendentes, descendentes, os irmãos
e o cônjuge ou companheiro de pessoa que não possa suceder.
Nestes casos somente a disposição testamentária que estiver com
alguma irregularidade será considerada nula, não prejudicando desta forma
todo o testamento.

Obs.: O filho do concubino, sendo este também filho do testador, terá


direito a sua parte da herança, podendo ser nomeado herdeiro ou legatário
por testamento. (1803 CC)
DA ACEITAÇÃO E DA RENÚNCIA DA HERANÇA

A aceitação e a renúncia da herança estão


presentes nos artigos 1804 ao 1813 do código civil.
O sucessor que tem a vocação hereditária é
obrigado a manifestar sua vontade para o Estado,
aceitando ou renunciando seu direito.
A aceitação da herança pode ser dada de forma
expressa, tácita ou presumida. Enquanto a renúncia da
mesma só pode ser feita expressamente.
Aceitação expressa
A aceitação expressa ocorre quando por escrito o herdeiro declara sua
vontade em receber a herança, mediante declaração pública ou declaração
particular.
Aceitação tácita
É resultado de atos praticados pelo herdeiro, como por exemplo: constituir advogado para representação do
inventário, administrar os bens que fazem parte do acervo hereditário e assim por diante, demonstram que o herdeiro
aceitou a herança.

Na aceitação tácita o importante não é tanto a vontade pessoal do herdeiro, mas sim o ato que praticou
demonstrando que aceita.

Nos atos exemplificados abaixo não indicam aceitação tácita da herança:


· Atos oficiosos: de caráter espontâneo, solidário e afetivo, como o funeral do falecido;

· Atos meramente conservatórios: necessários e imediatos a fim de preservar a herança;

· Atos de administração e guarda provisória: em caráter de urgência, como cobrança e pagamento de


dívidas;

· Cessão gratuita, pura e simples da herança aos demais co-herdeiros.


Aceitação presumida

Quando houver ausência de qualquer manifestação do herdeiro dentro do prazo para


se manifestar sobre a herança.

O interessado em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá, vinte


dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias,
para que o herdeiro se pronuncie.

Se este não se manifestar, ficará entendido a aceitação da herança.


RENÚNCIA DA HERANÇA
A renúncia é um ato de vontade através do qual o herdeiro recusa a vocação sucessória. O ato de
renúncia da herança deve ser sempre expresso, através de instrumento público ou termo judicial.

Efeitos da renúncia

Na sucessão legítima, a parte da herança que o herdeiro renunciou é acrescida a parte dos
demais herdeiros.

Ninguém pode suceder, representando O herdeiro que renunciou a herança. Caso não hajam
outros herdeiros, ou se os demais herdeiros também renunciaram a herança, poderão os filhos virem a
sucessão. Por exemplo: se o único filho ou todos os filhos renunciarem a herança, extingue-se esta
classe e passa-se a seguinte (netos).

Quando o herdeiro prejudicar seus credores, renunciando a herança, estes poderão com
autorização do juiz aceitá-la em nome do renunciante.

Os atos de aceitação ou de renúncia de herança são irrevogáveis.

Bases: Código Civil - artigos 1.804 a 1.813.


DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
O Código Civil, ao disciplinar a sucessão, presumiu existir uma afeição real ou presumida
entre o de cujus e os herdeiros e legatários. Porém esta presunção é relativa, podendo os
herdeiros e legatários ser privados do direito sucessório se praticarem inequívocos atos de
desprezo e menosprezo.

Segundo Eduardo de Oliveira Leite “a exclusão compulsória do direito à sucessão dá-se nos
casos de ingratidão do herdeiro ou legatário, por indignidade ou deserdação". A indignidade e a
deserdação têm por escopo punir quem se conduziu de forma injusta contra o autor da herança,
de modo a merecer reprimenda, tanto do ponto de vista moral como legal.”

INDIGNIDADE Art. 1814 a 1818.

DESERDAÇÃO Art. 1861 a 1865.


DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso,


ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente;

II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou


incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da


herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

É uma pena civil, que priva do direito à herança não só o herdeiro, bem como
o legatário que cometeu os atos reprováveis, taxativamente enumerados em
lei contra a vida, a honra e a liberdade do de cujus.
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.

§ 1 o O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da
sucessão

§ 2 o Na hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do herdeiro ou
legatário.

A indignidade deve ser pronunciada por sentença proferida em ação ordinária, movida contra o herdeiro por quem tenha
legítimo interesse na sucessão (art. 1.815 e parágrafo único) e terá efeitos retroativos.

A ação somente poderá ser proposta após a abertura da sucessão e possui prazo decadencial de quatro anos após aberta
a sucessão (CC Art. 1.815, §1º).
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do
herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura
da sucessão.

Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto


ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na
herança, nem à sucessão eventual desses bens.

Os efeitos da sentença retroagem à data da abertura da sucessão;

O indigno não terá direito ao usufruto e administração dos bens que


passarem aos filhos menores

Para alguns doutrinadores, no caso de haver deserdação (por


testamento) os descendentes do deserdado não poderão receber por
representação.
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros de boa-fé, e os atos de administração
legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o
direito de demandar-lhe perdas e danos.

Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herança houver
percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservação deles.
DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da
herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente
reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.

Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno,


contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já
conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição
testamentária.

O art 1.818 CC prevê a reabilitação e perdão do excluído da sucessão pelo


ofendido em testamento ou em outro ato autêntico. Perdão é ato solene.

Mesmo revogado o testamento que tenha cláusula de perdão, permanece a


cláusula que reabilita o indigno.

Ato autêntico: qualquer instrumento público ou particular.


DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
Apesar de ter a mesma finalidade da indignidade, qual seja, excluir da sucessão quem praticou atos condenáveis contra o
de cujus, não podemos confundir os institutos.

Disciplinado nos artigos 1.961 a 1.965 do CC, dá-se por vontade expressa do testador, ou seja, é o autor da herança quem
pune o responsável em testamento, tanto para os casos do art. 1.814, bem como nos constantes no art. 1.962.

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