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SEMINÁRIO DE DIREITO DAS

SUCESSÕES
REVISÃO DE CONTEÚDOS
GRUPO 05: ALEX, JAIR, DIUNIOR, BRUNO, LUCAS E JOSÉ
CONTEÚDOS
TÍTULO II - Da sucessão legítima.
CAPÍTULO I - Da ordem da vocação hereditária.
CAPÍTULO II - Dos Herdeiros Necessários
CAPÍTULO III - Do direito de representação.
TÍTULO II - Da sucessão legítima.
Definição: a sucessão é legítima quando, na falta de testamento, defere-se o patrimônio do morto
a seus herdeiros necessários e facultativos, convocados conforme relação preferencial da lei. Se
houver testamento mas não abranger todos os bens, a sucessão legítima também será aplicado o
art. 1.788.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá
quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento
caducar, ou for julgado nulo.

O primeiro ponto a ser firmado é que sucessão causa mortis, pressupõe a ocorrência da morte e
que esta precisa ser provada, além de identificado o seu exato momento, a fim de que seja
possível compreender para quem será transmitida a herança, bem como qual lei regerá a
transferência.
● Existe também a sucessão causa mortis atípica (apresentada por outro grupo).
TÍTULO II - Da sucessão legítima.
Artigos do Código Civil: 1.829 a 1.856

Não esqueça: REs 646721 e 878694 : “No sistema constitucional vigente é inconstitucional a
diferenciação de regime sucessório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em
ambos os casos o regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil.”

Um desafio muito importante neste título reside na compreensão do inciso I do Art. 1.829:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

E, para esta compreensão, é necessário um resgate em relação aos regimes de bens…


COMUNHÃO PARCIAL DE COMUNHÃO UNIVERSAL DE SEPARAÇÃO TOTAL DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS SEPARAÇÃO
BENS BENS BENS AQUESTOS OBRIGATÓRIA DE BENS

DESCRIÇÃO O patrimônio adquirido ao O patrimônio anterior ao É aquele onde os bens do O patrimônio não é Há a imposição legal da
longo do casamento passa a casamento e aquele adquirido casal não se comunicam ao compartilhado ao longo do separação obrigatória de
ser do casal. Este é o regime durante o casamento passa a ser longo do casamento, tendo – casamento. Haverá meação bens àqueles previstos no
regra de bens que o nosso dividido integralmente para o cada um – seus próprios bens. sobre os aquestos/bens Art. 1.641 do CC, que:
sistema traz. casal, exceto se contiver O QUE É MEU É MEU E O comuns. Acerca do restante -Contraírem matrimônio sob
cláusula de incomunicabilidade. QUE É SEU É SEU, antes ou do patrimônio do falecido, o causa suspensiva;
depois do casamento. Art. cônjuge sobrevivente será -Pessoa maior de 70 anos;
1.687 e 1.688 do CC. herdeiro. Art. 1.672 e -Dependem de suprimento
seguintes do CC. legal para casar.

COMUNICAM-SE -Bens adquiridos -Todos os bens presentes e -Apenas os bens adquiridos a


onerosamente na constância futuros; título oneroso na constância
do casamento; -Os bens particulares anteriores do casamento.
-Os bens adquiridos por fato ao casamento;
eventual no decorrer do -Comunicam se as doações
casamento; feitas a um só cônjuge.
-Doação feita a ambos os
cônjuges;
-As benfeitorias em bens
particulares de cada cônjuge.

NÃO SE -Bens particulares antes do -Doações ou herança feita com -O patrimônio próprio;
COMUNICAM casamento; cláusula de incomunicabilidade; -Os bens adquiridos por fato
-Bens de herança e as -Os bens sub rogados no lugar eventual.
doações feitas a um só das doações e herança feita com
cônjuge; cláusula de incomunicabilidade;
-Os bens sub rogados no lugar -Doações antenupciais feitas por
do bem de herança e doados a um dos cônjuges ao outro com
um só cônjuge. cláusula de incomunicabilidade.
(BRUNO) Assim, é essencial a compreensão da
diferenciação entre HERANÇA e MEAÇÃO …

Dependendo do regime de casamento adotado, vai diferenciar a meação do


cônjuge, que não pode ser confundido com a herança. A meação do cônjuge é
devida em virtude da dissolução da sociedade conjugal, dependendo do regime
adotado. Depois de retirada a parcela do cônjuge sobrevivente (que lhe pertencia
por titularidade própria, ou seja, por ser patrimônio seu e não apenas do de
cujus), o que sobrar é patrimônio do falecido, que se torna a herança. Deste
acervo hereditário é que vamos verificar quem vai estar na ordem de vocação
hereditária, recebendo a herança.
(BRUNO) Portanto, …
CÔNJUGE e o companheiro (ART. 1.829, I CC)
➢Sucessão do CÔNJUGE/COMPANHEIRO COM DESCENDENTES:
Não é em qualquer regime que o cônjuge vai herdar com descendente.
HERDA NOS CASOS DE REGIME:
Regime de comunhão parcial se o autor da herança deixar bens particulares;
Regime da separação total de bens;
Regime de participação final nos aquestos.
NÃO HERDA NO REGIME:
Regime de comunhão parcial sem bens particulares
Regime de comunhão universal;
Separação obrigatória de bens.
CAPÍTULO I - Da ordem da vocação hereditária.

A ordem da vocação hereditária é a ordem em que as pessoas são


chamadas a suceder na herança, ou seja, a receber os bens deixados
pelo falecido.
No direito sucessório brasileiro, a ordem da vocação hereditária está
prevista no artigo 1.829 do Código Civil, que estabelece a seguinte
ordem:
1. Descendentes (filhos, netos, bisnetos, etc.);
2. Ascendentes (pais, avós, bisavós, etc.);
3. Cônjuge ou companheiro sobrevivente;
4. Colaterais (irmãos, sobrinhos, tios, primos, etc.).
=3 Cônjuge com os descendentes

Art. 1.829, I; Art. 1.830; Art. 1.831;

Art. 1.832. Em concorrência com os


descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá
ao cônjuge quinhão igual ao dos que
sucederem por cabeça, não podendo a
sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros
com que concorrer.

● Divisão da herança inclui o cônjuge no denominador;

● Se o cônjuge for ascendente dos herdeiros, sua parte é no mínimo 1/4 do


total.
Descendentes
= 2,5
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em
grau mais próximo excluem os mais remotos,
salvo o direito de representação.

Art. 1.841. Concorrendo à herança do


falecido irmãos bilaterais com irmãos
unilaterais, cada um destes herdará metade do
que cada um daqueles herdar.

Art. 1.842. Não concorrendo à herança do


irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os
unilaterais.

Atenção: Observar que o disposto nos artigos


1.841 e 1.842 se aplica apenas ao caso em os
irmãos são herdeiros de outro irmão falecido.
=4 Descendentes em graus distintos

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos


sucedem por cabeça, e os outros
descendentes, por cabeça ou por estirpe,
conforme se achem ou não no mesmo grau.

Por cabeça: Divisão por número de


herdeiros;

Por estirpe: Divisão por linhagens.


Ascendentes com e sem o Cônjuge
=6
Art. 1.836; 1.837

Ao cônjuge:

● 1/3 se os 2 ascendentes de 1º
grau estiverem vivos:

● 1/2 se 1 ascendente de 1º grau


estiver vivo;

● 1/2 se ascendentes de 2º >


grau estiverem vivos (por
estirpe);

● 1/1 se não houver.


CAPÍTULO II - Dos Herdeiros Necessários
Os herdeiros necessários são aqueles que têm direito à parte legítima da herança.
O Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) estabelece em seu artigo 1.845 que são herdeiros
necessários:
● Ascendentes: pais, avós, bisavós, etc.
● Descendentes: filhos, netos, bisnetos, etc.
● Cônjuge: companheiro ou companheira da pessoa falecida.
A parte legítima equivale a 50% dos bens do testador, do qual os herdeiros necessários não
podem ser privados.
O cálculo da parte legítima é realizado no momento de abertura da sucessão. Este percentual é
calculado sobre a herança líquida, ou seja, após a quitação das dívidas e as despesas com o
funeral.
A outra parte do acervo hereditário é livre para que o testador o deixe a quem desejar.
É interessante lembrar que todos esses herdeiros também podem receber parte da herança que
não é de obrigatoriedade dos herdeiros necessários.
O cônjuge é herdeiro necessário independente do regime de bens feito no
estabelecimento da relação, em casos de não existência de descendentes.
Quando existem descendentes, em apenas alguns regimes o cônjuge não pode
ser enquadrado como herdeiro necessário.
Entre esses regimes que não favorecem o cônjuge em caso de existência de
descendente, estão:
● Comunhão universal;
● Comunhão parcial, para casos que o falecido não tenha deixado bens
privados;
● Separação obrigatória de bens.
Herança legítima x herança disponível

A metade da herança do falecido recebe o nome de legítima, parte que obrigatoriamente é


destinada à sucessão dos herdeiros. A outra metade da herança do falecido fica disponível para
testamento, conforme a autonomia da vontade prévia do testador.
Na falta de testamento, todos os bens serão destinados aos principais herdeiros, na ordem
estabelecida pelo caput do artigo 1.845 do CC. Na ausência de herdeiros testamentários e de
herdeiros necessários, a herança poderá ser dividida entre os colaterais do falecido, até o 4º grau,
que também são considerados herdeiros legítimos, conforme ordem de vocação hereditária
prevista nos incisos do artigo 1.529, do já mencionado Código Civil.
A partilha dos bens do falecido entre seus herdeiros, sejam estes, legítimos, necessários ou
testamentários, se opera através do processo de inventário. O inventário poderá ser realizado de
forma extrajudicial ou judicial, obedecidos certos critérios legais e a vontade das partes.
CAPÍTULO III - Do direito de representação.
O Direito de Representação ocorre quando “a lei chama certos
parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele
sucederia, se vivo fosse”. Um descendente (ex: filho) ocupa o lugar
de um ascendente seu(ex: pai), pelo fato do ocupante original da
ordem preferencial ter falecido antes do autor da herança.
Direito a Representação!

O instituto é uma benesse da lei que parte da premissa


de existir uma dependência financeira dos mais jovens
para com os mais velhos. Por tal motivo, o direito de
representação só ocorre em direção apontada para a
base da árvore genealógica familiar (“para baixo”).
Importante notar que se o herdeiro não faleceu antes
daquela pessoa que se faz o inventário e partilha, mas sim
abdicou voluntariamente do seu lugar de herdeiro, isto é,
decidiu por renunciar a herança, os filhos deste não poderão
ingressar no inventário alegando direito de representação.
salvo se não houver outros sucessores do mesmo grau do
renunciante aí eles herdam por direito próprio.

Por outro lado, se o herdeiro foi considerado indigno ou


deserdado ele passa a ser considerado como se fosse pré
morto, aí seus descendentes são convocados para
representá-lo.
Em suma, cabe direito de representação quando:

● A pessoa que pré-faleceu deixou descendentes ou, se não deixou


descendentes, o patrimônio será repartido somente entre irmãos.
● O herdeiro não faleceu antes, mas foi afastado da herança por
decisão judicial (o herdeiro indigno ou o deserdado).
● Trata-se de herança legítima.
Não cabe direito de representação quando:

● O pré-morto deixou somente ascendentes ou cônjuge/companheiro


do falecido.
● O inventário não envolve somente irmãos.
● A pessoa que receberia a herança não a quis, abdicando do seu
lugar de herdeiro.
● O testamento não prevê a hipótese de outra pessoa receber o
patrimônio.

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