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SUCESSÕES

 Fundamento constitucional:
Encontra-se no art. 5º, XXX, CF, que dispõe que é garantido o direito de herança. É um direito fundamental.

 Qual é o fundamento jurídico que explica o fato de o direito à herança ser um direito fundamental?
Segundo Washington de Barros, como a propriedade é perpétua, a sua perpetuidade repousa na sua
transmissibilidade post mortem. Esse é um paradigma patrimonialista que marcou a anterior promulgação da
Constituição Federal de 1988. A norma constitucional procurou definir um marco existencial, com tutela da pessoa e da
dignidade da pessoa humana, protegendo também uma ampla forma de família.
Giselda Hironaka afirma que o direito fundamental à herança repousa na proteção, coesão e perpetuidade da
família, locus privilegiado do desenvolvimento da personalidade de seus membros e de sua dignidade.

 Em se tratando de um direito fundamental, é possível se estabelecer um tratamento diferenciado no que tange à


sucessão do cônjuge e do companheiro?

Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos


bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se
concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for
atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a
metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes
sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá
direito à totalidade da herança.

*#ATENÇÃO! O STF declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790: No sistema constitucional vigente, é


inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em
ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 10/5/2017
(repercussão geral) (Info 864).
O STJ acompanhou o entendimento do STF e também decidiu da mesma forma: É inconstitucional a
distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime
estabelecido no art. 1.829 do CC/2002. STJ. 3ª Turma. REsp 1.332.773-MS, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva,
julgado em 27/6/2017 (Info 609).
No art. 1.845 do CC há o rol dos herdeiros necessários e nele não consta o companheiro sobrevivente. O STF
chegou a analisar este dispositivo? Pode-se afirmar que, pela decisão do STF, o companheiro sobrevivente é agora
herdeiro necessário? NÃO. Veja o que diz o art. 1.845 do CC: Art. 1.845 - São herdeiros necessários os descendentes, os
ascendentes e o cônjuge. A doutrina majoritária entende que o companheiro deve ser considerado herdeiro necessário,
porém não houve ainda decisão expressa do STF nesse sentido.

 “O direito real de habitação deve ser estendido ao companheiro” (Enunciado nº 117 do CJF).
 Em sendo um direito fundamental, seria possível a sua renúncia?
Por ser um direito patrimonial, é possível a sua disposição por pessoa maior e capaz, sendo, portanto, possível
a sua renúncia.

1.2. MODALIDADES DE SUCESSÃO

a) Sucessão inter vivos e mortis causa:


A sucessão inter vivos se opera em um acordo de vontades, em regra, ou por disposição da lei, entre pessoas
vivas ou ativas (pessoa jurídica), exemplo: cessão de crédito, cessão de bens, sucessão tributária etc.
A sucessão mortis causa se dá com a transmissão de direitos e obrigações de uma pessoa morta à outra viva
(direito sucessório).

b) Sucessão legítima e testamentária:

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