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UNIÃO ESTÁVEL.
PROFESSOR FLÁVIO TARTUCE
UNIÃO ESTÁVEL
A união estável equivale a uma união livre/informal, que era reconhecida como um fato social
antes da sua institucionalização.
A súmula 380 do STF1, da década de 60, reconheceu efeitos para o então chamado
“concubinato”, tratado como uma sociedade de fato e não como entidade familiar. Esta súmula
traz a previsão de partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.
A Constituição de 1988 reconheceu a união estável como entidade familiar (entre homem e
mulher), devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento (art. 226, § 3º, CF/19882).
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Súmula 380 do STF: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a
partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”
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CF, art. 226: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...) § 3º Para efeito da proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
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Conclusões retiradas do texto constitucional:
1ª) Existem diferenças entre a união estável e o casamento.
2ª) Não há hierarquia entre o casamento e a união estável.
Na década de 1990, surgiram duas leis que regulamentaram a união estável (ambas conviviam):
• Lei 8.971/1994: Previa um prazo mínimo de 5 anos para a união estável.
• Lei 9.278/1996: Afastou esse prazo.
O Código Civil de 2002 tratou da maioria dos temas previstos nas duas leis (em especial, na
Lei 9.278/96), revogando-as tacitamente.
• Arts. 1.723 a 1727; • Art. 1.790 (Tratava da Sucessão).
• Art. 1.694 (Alimentos);
O art. 1.790 do CC foi declarado inconstitucional pelo STF (Informativo 864) em decisão que
tornou aplicável o art. 1.829 do CC3 ao companheiro. (RE 646.721 e RE 878.694).
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CC, art. 1.829: “A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art.
1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos
ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.”
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SUCESSÃO EM UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA. INCONSTITUCIONALIDADE DA
DISTINÇÃO DE REGIME SUCESSÓRIO ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. 1. A
Constituição brasileira contempla diferentes formas de família legítima, além da que resulta do
casamento. Nesse rol incluem-se as famílias formadas mediante união estável, hetero ou
homoafetivas. O STF já reconheceu a “inexistência de hierarquia ou diferença de qualidade
jurídica entre as duas formas de constituição de um novo e autonomizado núcleo doméstico”,
aplicando-se a união estável entre pessoas do mesmo sexo as mesmas regras e mesas
consequências da união estável heteroafetiva (ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, j.
05.05.2011) 2. Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os cônjuges e os
companheiros, isto é, a família formada pelo casamento e a formada por união estável. Tal
hierarquização entre entidades familiares é incompatível com a Constituição de 1988. Assim
sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nº 8.971/1994 e nº 9.278/1996 e
discriminar a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem
inferiores aos conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da
igualdade, da dignidade humana, da proporcionalidade como vedação à proteção
deficiente e da vedação do retrocesso. 3. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica,
o entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha
havido trânsito em julgado da sentença de partilha e às partilhas extrajudiciais em que ainda não
haja escritura pública. 4. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em repercussão
geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a distinção de
regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os
casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002.” (STF. RE 646.721. Rel. Min.
Roberto Barroso. Julg. 10/05/2017. Dje. 08/09/2017) (similar ao RE 878.694)
Dois aspectos das duas leis continuam em vigor, pois não foram tratados pelo CC/2002:
• Competência da Vara da Família (art. 9º da Lei 9.278/96); e
• Direito real de habitação (art. 7º da Lei 9.278/96).
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2011: Ocorreu o julgamento da ADPF 132/RJ e ADI 4277/DF. Nesses julgados, houve o
reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar, com aplicação analógica das
mesmas regras da união heteroafetiva.
A Lei do SERP (Lei n. 14.382/2022) passou a possibilitar o registro da união estável no Livro
E, no Cartório de Registro Civil (novo art. 94-A da Lei de Registros Públicos - Lei 6.015/1973).
Matéria tratada pelo Provimento n. 141/2023 do CNJ. Entendo que há equiparação total quanto
às formalidades, com esse registro.
CPC, art. 53: “É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução
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de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de
domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da vítima de violência doméstica e
familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
CPC, art. 73: “O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo
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quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. [...] § 3 o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada
nos autos.”
CPC, art. 693: “As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção
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petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II - as
disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de
visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha
dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
CPC, art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no
que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável.
CPC, art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou
filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de
que trata o art. 731.”
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2. Conceito e elementos caracterizadores da união estável.
Conceito: Consta no art. 1.723 do CC, o qual equivale ao conceito do art. 1º da Lei 9.278/1996
(Álvaro Villaça Azevedo: responsável por introduzir o tratamento da união estável na lei).
CC, art. 1.723: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família. [...]”
Obs. 1: Não há exigência de prole comum nem convivência sob o mesmo teto (Súmula 382,
STF8 e Tese 2 da Edição 50 do Jurisprudência em Teses, do STJ9).
Obs. 2: Não há qualquer requisito formal ou necessidade de ação judicial para o seu
reconhecimento
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Súmula 382 do STF: “A vida em comum sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à caracterização do concubinato.”
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JTSTJ, edição 50, Tese 2: “A coabitação não é elemento indispensável à caracterização da união estável.”
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EMENTA: “DIREITO CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.
REGISTRO DE PENSÃO POR MORTE PELO TCU. RATEIO ENTRE COMPANHEIRA E
VIÚVA DE SERVIDOR PÚBLICO. EXIGÊNCIA DE RECONHECIMENTO JUDICIAL DE
UNIÃO ESTÁVEL E SEPARAÇÃO DE FATO. 1. É possível o reconhecimento de união
estável de pessoa casada que esteja separada judicialmente ou de fato (CC, art. 1.723, § 1º).
2. O reconhecimento da referida união estável pode se dar administrativamente, não se
exigindo necessariamente decisão judicial para configurar a situação de separação de fato.
3. No caso concreto, embora comprovada administrativamente a separação de fato e a união
estável, houve negativa de registro de pensão por morte, fundada unicamente na necessidade de
separação judicial. 4. Segurança concedida.” (STF. Mandado de Segurança 33008/DF. Rel.
Min. Roberto Barroso. Julg. 03/05/2016).
Obs. 3: Conforme o art. 1.723, § 1º do CC10, uma pessoa casada, desde que seja separada de
fato, judicialmente ou extrajudicialmente, pode constituir união estável.
Obs. 4: De acordo com o art. 1.723, § 2º do CC11, as causas suspensivas do casamento não
impedem a caracterização da união estável.
Obs. 5: Os elementos caracterizadores da união estável são abertos e subjetivos, havendo uma
verdadeira “cláusula geral” na sua configuração, a qual provoca incerteza e dúvidas em sua
aplicação.
Questão: Como diferenciar a união estável de um namoro (longo, qualificado) ou de um
noivado?
Conforme afirmam José Fernando Simão e Zeno Veloso, no namoro e no noivado, a família é
futura, com intenção ou objetivo projetado no futuro.
Na união estável, a família é presente - já existe. A diferença está no animus familiae.
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precedente, circunstância que enseja o não conhecimento da matéria, ante a ausência do
correlato e indispensável prequestionamento. 2. Não se denota, a partir dos fundamentos
adotados, ao final, pelo Tribunal de origem (por ocasião do julgamento dos embargos
infringentes), qualquer elemento que evidencie, no período anterior ao casamento, a
constituição de uma família, na acepção jurídica da palavra, em que há, necessariamente, o
compartilhamento de vidas e de esforços, com integral e irrestrito apoio moral e material entre
os conviventes. A só projeção da formação de uma família, os relatos das expectativas da vida
no exterior com o namorado, a coabitação, ocasionada, ressalta-se, pela contingência e
interesses particulares de cada qual, tal como esboçado pelas instâncias ordinárias, afiguram-se
insuficientes à verificação da affectio maritalis e, por conseguinte, da configuração da união
estável. 2.1 O propósito de constituir família, alçado pela lei de regência como requisito
essencial à constituição da união estável - a distinguir, inclusive, esta entidade familiar do
denominado "namoro qualificado" -, não consubstancia mera proclamação, para o
futuro, da intenção de constituir uma família. É mais abrangente. Esta deve se afigurar
presente durante toda a convivência, a partir do efetivo compartilhamento de vidas, com
irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a família deve, de fato,
restar constituída. 2.2. Tampouco a coabitação, por si, evidencia a constituição de uma união
estável (ainda que possa vir a constituir, no mais das vezes, um relevante indício),
especialmente se considerada a particularidade dos autos, em que as partes, por contingências e
interesses particulares (ele, a trabalho; ela, pelo estudo) foram, em momentos distintos, para o
exterior, e, como namorados que eram, não hesitaram em residir conjuntamente. Este
comportamento, é certo, revela-se absolutamente usual nos tempos atuais, impondo-se ao
Direito, longe das críticas e dos estigmas, adequar-se à realidade social. 3. Da análise acurada
dos autos, tem-se que as partes litigantes, no período imediatamente anterior à celebração
de seu matrimônio (de janeiro de 2004 a setembro de 2006), não vivenciaram uma união
estável, mas sim um namoro qualificado, em que, em virtude do estreitamento do
relacionamento projetaram para o futuro – e não para o presente –, o propósito de
constituir uma entidade familiar, desiderato que, posteriormente, veio a ser concretizado
com o casamento. 4. Afigura-se relevante anotar que as partes, embora pudessem, não se
valeram, tal como sugere a demandante, em sua petição inicial, do instituto da conversão da
união estável em casamento, previsto no art. 1.726 do Código Civil. Não se trata de renúncia
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como, impropriamente, entendeu o voto condutor que julgou o recurso de apelação na origem.
Cuida-se, na verdade, de clara manifestação de vontade das partes de, a partir do casamento, e
não antes, constituir a sua própria família. A celebração do casamento, com a eleição do regime
de comunhão parcial de bens, na hipótese dos autos, bem explicita o termo a partir do qual os
então namorados/noivos, maduros que eram, entenderam por bem consolidar, consciente e
voluntariamente, a relação amorosa vivenciada para constituir, efetivamente, um núcleo
familiar, bem como comunicar o patrimônio haurido. A cronologia do relacionamento pode ser
assim resumida: namoro, noivado e casamento. E, como é de sabença, não há repercussão
patrimonial decorrente das duas primeiras espécies de relacionamento. 4.1 No contexto dos
autos, inviável o reconhecimento da união estável compreendida, basicamente, nos dois anos
anteriores ao casamento, para o único fim de comunicar o bem então adquirido exclusivamente
pelo requerido. Aliás, a aquisição de apartamento, ainda que tenha se destinado à residência dos
então namorados, integrou, inequivocamente, o projeto do casal de, num futuro próximo,
constituir efetivamente a família por meio do casamento. Daí, entretanto, não advém à
namorada/noiva direito à meação do referido bem. 5. Recurso especial provido, na parte
conhecida. Recurso especial adesivo prejudicado.” (STJ. REsp 1.454.643/RJ - 2014/0067781-5.
3ª Turma. Rel. Marco Aurélio Bellizze. Julg. 03/03/2015).
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DATA DE NASCIMENTO DO FILHO. INSUFICIÊNCIA. PROVA SUFICIENTE DE
COABITAÇÃO EM MOMENTO ANTERIOR, INCLUSIVE AO TEMPO DA
DESCOBERTA DA GRAVIDEZ, COM EXAME ENDEREÇADO À RESIDÊNCIA DO
CASAL. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADA.
DESSEMELHANÇA FÁTICA. 1- Ação distribuída em 11/03/2013. Recurso especial
interposto em 11/03/2016 e atribuídos à Relatora em 20/09/2016. 2- O propósito recursal
consiste em definir se a prova documental produzida apenas em grau recursal pode ser
considerada na definição da data de início da união estável e, ainda, definir o exato momento no
tempo em que se configurou a união estável havida entre as partes. 3- A regra segundo a qual
somente se admite a juntada de documentos novos em momentos posteriores à petição inicial
ou à contestação deve ser flexibilizada em atenção ao princípio da verdade real, devendo ser
observado, contudo, o princípio do contraditório, efetivamente exercido pela parte na hipótese.
Precedente. 4- É admissível a requalificação jurídica dos fatos quando as decisões judiciais de
mérito descrevem, de forma suficiente e harmônica, a existência e o modo pelo qual ocorreram,
aspectos sobre os quais, inclusive, inexiste controvérsia até mesmo entre as próprias partes. Não
incidência da Súmula 7/STJ. 5- Embora a identificação do momento preciso em que se
configura a união estável, deve se examinar a presença cumulativa dos requisitos de
convivência pública (união não oculta da sociedade), de continuidade (ausência de
interrupções), de durabilidade e a presença do objetivo de estabelecer família, nas perspectivas
subjetiva (tratamento familiar entre os próprios companheiros) e objetiva (reconhecimento
social acerca da existência do ente familiar). 6- Na hipótese, deve ser afastada a data
gravada nas alianças do casal - 25/08/2002 - como termo inicial da união estável, eis que
ausente o requisito da convivência pública e diante da ausência de prova da específica
simbologia representada pelas referidas alianças, como também deve ser afastada a data
de nascimento do filho primogênito - 18/06/2004 - como termo inicial da convivência, eis
que produzida prova suficiente de que os requisitos configuradores da união estável
estavam presentes em momento anterior. 7- Os elementos de prova colhidos nos graus de
jurisdição, interpretados à luz das máximas de experiência e da observação do modo pelo
qual os fatos normalmente se desenvolvem, somada a existência de coabitação entre as
partes desde Fevereiro de 2003, mantida ao tempo da descoberta da gravidez, ocorrida em
24/10/2003, do primeiro filho do casal, permitem estabelecer essa data como o momento
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temporal em que a união estável havida entre as partes ficou plenamente configurada. 8-
A dessemelhança fática entre o acórdão recorrido e os acórdãos tidos como paradigmáticos
impede o conhecimento do recurso especial pela divergência jurisprudencial. 9- Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, parcialmente provido.” (REsp.
1.678.437/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi. Terceira Turma. Julgado em 21/08/2018, DJe
24/08/2018).
Obs.6: as partes da união estável são denominadas “companheiros” ou “conviventes’, não mais
“concubinos”, desde a Constituição de 1988.
O art. 1.724 do CC15 prevê os deveres de lealdade, respeito, assistência, guarda, sustento e
educação dos filhos.
Confrontando-se o art. 1.724 do CC com aquele que prevê os deveres dos cônjuges no
casamento (art. 1.566 do CC16), é possível notar duas diferenças:
1ª) No casamento, está estabelecido o dever de fidelidade e não de lealdade; e
2ª) No casamento, há a exigência de vida em comum no lar conjugal – coabitação.
O art. 1.725 do CC17 trata do regime patrimonial – Salvo contrato escrito entre os
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial
de bens (regime legal ou supletório na união estável).
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CC, art. 1.724: “As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda,
sustento e educação dos filhos.”
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CC, art. 1.566: “São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua
assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.”
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O contrato escrito em questão é chamado de “contrato de convivência” por Francisco José
Cahali. Tal contrato não é obrigatório, pode ser feito por escritura pública ou instrumento
particular. Nele, pode-se escolher regime patrimonial diverso do da comunhão parcial e, ainda,
afirmar a existência da união estável, o que também pode ser feito por termo declaratório no
Cartório de Registro Civil (Lei do SERP).
STJ - É nula a cláusula que atribui eficácia retroativa ao regime de bens pactuado em escritura
de união estável:
“Recurso Especial – Civil e Processual Civil – Direito de Família – Escritura pública de
reconhecimento de união estável – Regime da separação de bens – Atribuição de eficácia
retroativa – Não cabimento – Precedentes da Terceira Turma. 1. Ação de declaração e de
dissolução de união estável, cumulada com partilha de bens, tendo o casal convivido por doze
anos e gerado dois filhos. 2. No momento do rompimento da relação, em setembro de 2007, as
partes celebraram, mediante escritura pública, um pacto de reconhecimento de união estável,
elegendo retroativamente o regime da separação total de bens. 3. Controvérsia em torno da
validade da cláusula referente à eficácia retroativa do regime de bens. 4. Consoante a
disposição do art. 1.725 do Código Civil, “na união estável, salvo contrato escrito entre os
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial
de bens”. 5. Invalidade da cláusula que atribui eficácia retroativa ao regime de bens pactuado
em escritura pública de reconhecimento de união estável. 6. Prevalência do regime legal
(comunhão parcial) no período anterior à lavratura da escritura. 7. Precedentes da Terceira
Turma do STJ. 8. Voto divergente quanto à fundamentação. 9. Recurso Especial desprovido.”
(STJ. REsp 1.597.675/SP. 3ª Turma. Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino. Julg. 25/10/2016)
Por conta da expressão “no que couber” do art. 1.725 do CC, entende-se que se aplicam apenas
algumas regras da comunhão parcial de bens (conforme Giselda Hironaka e Euclides de
Oliveira).
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CC, art. 1.725: “Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o
regime da comunhão parcial de bens.”
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O art. 1.647 do CC18 (outorga conjugal) aplica-se, por analogia, à união estável (outorga
convivencial)? (3 correntes)
• 2ª corrente: não, pois a união estável não é totalmente igual ao casamento. Outrossim, o
art. 1.647 não admite analogia por ser norma restritiva.
“DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CONTRATO DE
LOCAÇÃO. FIANÇA. FIADORA QUE CONVIVIA EM UNIÃO ESTÁVEL.
INEXISTÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA. DISPENSA. VALIDADE DA GARANTIA.
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 332/STJ. 1. Mostra-se de extrema relevância para a
construção de uma jurisprudência consistente acerca da disciplina do casamento e da união
estável saber, diante das naturais diferenças entre os dois institutos, quais os limites e
possibilidades de tratamento jurídico diferenciado entre eles. 2. Toda e qualquer diferença entre
casamento e união estável deve ser analisada a partir da dupla concepção do que seja casamento
- por um lado, ato jurídico solene do qual decorre uma relação jurídica com efeitos tipificados
pelo ordenamento jurídico, e, por outro, uma entidade familiar, dentre várias outras protegidas
pela Constituição. 3. Assim, o casamento, tido por entidade familiar, não se difere em nenhum
aspecto da união estável - também uma entidade familiar -, porquanto não há famílias timbradas
como de "segunda classe" pela Constituição Federal de 1988, diferentemente do que ocorria nos
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CC, art. 1.647: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.”
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diplomas constitucionais e legais superados. Apenas quando se analisa o casamento como ato
jurídico formal e solene é que as diferenças entre este e a união estável se fazem visíveis, e
somente em razão dessas diferenças entre casamento - ato jurídico - e união estável é que o
tratamento legal ou jurisprudencial diferenciado se justifica. 4. A exigência de outorga uxória a
determinados negócios jurídicos transita exatamente por este aspecto em que o tratamento
diferenciado entre casamento e união estável é justificável. É por intermédio do ato jurídico
cartorário e solene do casamento que se presume a publicidade do estado civil dos contratantes,
de modo que, em sendo eles conviventes em união estável, hão de ser dispensadas as vênias
conjugais para a concessão de fiança. 5. Desse modo, não é nula nem anulável a fiança prestada
por fiador convivente em união estável sem a outorga uxória do outro companheiro. Não
incidência da Súmula n. 332/STJ à união estável. 6. Recurso especial provido.” (REsp
1.299.866/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
25/02/2014, DJe 21/03/2014).
Enunciado 641, VIII Jornada de Direito Civil: “Art. 1.790: A decisão do Supremo Tribunal
Federal que declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil não importa
equiparação absoluta entre o casamento e a união estável. Estendem-se à união estável
apenas as regras aplicáveis ao casamento que tenham por fundamento a solidariedade
familiar. Por outro lado, é constitucional a distinção entre os regimes, quando baseada na
solenidade do ato jurídico que funda o casamento, ausente na união estável.”
Com a Lei do SERP, havendo o registro no Livro E no Cartório de Registro Civil, como
fica essa tese? Ver meu artigo no Migalhas, com Carlos Elias de Oliveira.
https://www.migalhas.com.br/coluna/familia-e-sucessoes/388946/uniao-estavel-versus-
casamento.
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publicidade conferida à união estável, mediante a averbação de contrato de convivência ou da
decisão declaratória da existência de união estável no Ofício do Registro de Imóveis em que
cadastrados os bens comuns, ou da demonstração de má-fé do adquirente. A Lei 9.278/1996,
em seu art. 5º, ao dispor acerca dos bens adquiridos na constância da união estável, estabeleceu
serem eles considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a
ambos os conviventes, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em
contrato escrito. Dispôs, ainda, que a administração do patrimônio comum dos conviventes
compete a ambos, questão também submetida ao poder de disposição dos conviventes. Nessa
perspectiva, conforme entendimento doutrinário, a alienação de bem co-titularizado por ambos
os conviventes, na esteira do citado artigo, sem a anuência de um dos condôminos,
representaria alienação - pelo menos em parte - de coisa alheia, caracterizando uma venda “a
non domino”, ou seja, um ato ilícito. Por outro lado, inolvidável a aplicabilidade, em regra, da
comunhão parcial de bens à união estável, consoante o disposto no caput do art. 1.725 do CC.
E, especialmente acerca da disponibilidade dos bens, em se tratando de regime que não o da
separação absoluta, consoante disciplinou o CC no seu art. 1.647, nenhum dos cônjuges poderá,
sem autorização do outro, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis. A interpretação
dessas normas, ou seja, do art. 5º da Lei 9.278/1996 e dos já referidos arts. 1.725 e 1.647 do
CC, fazendo-as alcançar a união estável, não fosse pela subsunção mesma, esteia-se, ainda, no
fato de que a mesma ratio - que indisfarçavelmente imbuiu o legislador a estabelecer a outorga
uxória e marital em relação ao casamento - mostra-se presente em relação à união estável; ou
seja, a proteção da família (com a qual, aliás, compromete-se o Estado, seja legal, seja
constitucionalmente). Todavia, levando-se em consideração os interesses de terceiros de boa-fé,
bem como a segurança jurídica necessária para o fomento do comércio jurídico, os efeitos da
inobservância da autorização conjugal em sede de união estável dependerão, para a sua
produção (ou seja, para a eventual anulação da alienação do imóvel que integra o patrimônio
comum) da existência de uma prévia e ampla notoriedade dessa união estável. No casamento,
ante a sua peculiar conformação registral, até mesmo porque dele decorre a automática
alteração de estado de pessoa e, assim, dos documentos de identificação dos indivíduos, é ínsita
essa ampla e irrestrita publicidade. Projetando-se tal publicidade à união estável, a anulação da
alienação do imóvel dependerá da averbação do contrato de convivência ou do ato decisório
que declara a união no Registro Imobiliário em que inscritos os imóveis adquiridos na
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constância da união. A necessidade de segurança jurídica, tão cara à dinâmica dos negócios na
sociedade contemporânea, exige que os atos jurídicos celebrados de boa-fé sejam preservados.
Em outras palavras, nas hipóteses em que os conviventes tornem pública e notória a sua
relação, mediante averbação, no registro de imóveis em que cadastrados os bens comuns, do
contrato de convivência ou da decisão declaratória da existência da união estável, não se poderá
considerar o terceiro adquirente do bem como de boa-fé, assim como não seria considerado
caso se estivesse diante da venda de bem imóvel no curso do casamento. Contrariamente, não
havendo o referido registro da relação na matrícula dos imóveis comuns, ou não se
demonstrando a má-fé do adquirente, deve-se presumir a sua boa-fé, não sendo possível a
invalidação do negócio que, à aparência, foi higidamente celebrado. Por fim, não se olvide que
o direito do companheiro prejudicado pela alienação de bem que integrava o patrimônio comum
remanesce sobre o valor obtido com a alienação, o que deverá ser objeto de análise em ação
própria em que se discuta acerca da partilha do patrimônio do casal.” (REsp 1.424.275-MT,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 4/12/2014, DJe 16/12/2014).
Art. 1.725, CC – O dispositivo preceitua que o regime legal da união estável é a comunhão
parcial. Em relação aos bens adquiridos durante a união, há meação, sem a necessidade da
prova do esforço comum (Enunciado 115, da I JDC19).
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Enunciado 115, I JDC: “Há presunção de comunhão de aquestos na constância da união extramatrimonial mantida entre os
companheiros, sendo desnecessária a prova do esforço comum para se verificar a comunhão dos bens.”
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Lei 9.278/96, art. 5º: “Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a
título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em
partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. § 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial
ocorrer com o produto de bens adquiridos anteriormente ao início da união. § 2° A administração do patrimônio comum dos
conviventes compete a ambos, salvo estipulação contrária em contrato escrito.”
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decisão que examina, de forma fundamentada, todas as questões submetidas à apreciação
judicial. 2. Demonstrado que as instâncias de origem não apreciaram a efetiva contribuição de
um dos conviventes para a construção do patrimônio comum, prova considerada irrelevante
para o deslinde da controvérsia, mas entenderam aplicável a presunção legal do esforço comum
prevista na Lei 9.278/96, também em relação aos bens adquiridos antes de sua entrada em
vigor, não tem incidência, no caso presente, o óbice da Súmula 7/STJ. 3. A violação aos
princípios do direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada encontra vedação em
dispositivo constitucional (art. 5º XXXVI), mas seus conceitos são estabelecidos em lei
ordinária (LINDB, art. 6º). Dessa forma, não havendo na Lei 9.278/96 comando que determine
a sua retroatividade, mas decisão judicial acerca da aplicação da lei nova a determinada relação
jurídica existente quando de sua entrada em vigor - hipótese dos autos - a questão será
infraconstitucional, passível de exame mediante recurso especial. Precedentes do STF e deste
Tribunal 4. A presunção legal de esforço comum na aquisição do patrimônio dos conviventes
foi introduzida pela Lei 9.278/96, devendo os bens amealhados no período anterior a sua
vigência, portanto, serem divididos proporcionalmente ao esforço comprovado, direito ou
indireto, de cada convivente, conforme disciplinado pelo ordenamento jurídico vigente quando
da respectiva aquisição (Súmula 380/STF). 5. Os bens adquiridos anteriormente à Lei 9.278/96
têm a propriedade - e, consequentemente, a partilha ao cabo da união - disciplinada pelo
ordenamento jurídico vigente quando respectiva aquisição, que ocorre no momento em que se
aperfeiçoam os requisitos legais para tanto e, por conseguinte, sua titularidade não pode ser
alterada por lei posterior em prejuízo ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito (CF, art. 5,
XXXVI e Lei de Introdução ao Código Civil, art. 6º). 6. Os princípios legais que regem a
sucessão e a partilha de bens não se confundem: a sucessão é disciplinada pela lei em vigor na
data do óbito; a partilha de bens, ao contrário, seja em razão do término, em vida, do
relacionamento, seja em decorrência do óbito do companheiro ou cônjuge, deve observar o
regime de bens e o ordenamento jurídico vigente ao tempo da aquisição de cada bem a
partilhar. 7. A aplicação da lei vigente ao término do relacionamento a todo o período de união
implicaria expropriação do patrimônio adquirido segundo a disciplina da lei anterior, em
manifesta ofensa ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito. 8. Recurso especial
parcialmente provido.” (REsp. 959.213/PR. Rel. Min. Luis Felipe Salomão. Rel. para Acórdão
Min. Maria Isabel Gallotti. 4ª Turma. J. 06/06/2013. DJe 10/06/2013).
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O art. 1.726 do CC21 sempre tratou da conversão da união estável em casamento, exigindo, para
tal, uma ação judicial, em desobediência ao art. 226, §3º da CF/198822.
Porém, na prática, em muitas unidades da Federação, a conversão era feita unicamente no
Cartório de Registro Civil, por meio de normas das Corregedorias dos Tribunais de Justiça
(como ocorre no estado de São Paulo).
STJ – REsp 1.685.937/RJ (3ª Turma – 2017): as partes podem escolher entre a conversão
judicial ou a administrativa.
EMENTA: “PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE CONVERSÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO. OBRIGATORIEDADE DE FORMULAÇÃO
EXCLUSIVAMENTE PELA VIA ADMINISTRATIVA. INEXISTÊNCIA. CONVERSÃO
PELA VIA JUDICIAL. POSSIBILIDADE. O propósito recursal é reconhecer a existência de
interesse de agir para a propositura de ação de conversão de união estável em casamento,
considerando a possibilidade de tal procedimento ser efetuado extrajudicialmente. Os arts.
1726, do CC e 8º, da Lei 9278/96 não impõem a obrigatoriedade de que se formule pedido
de conversão de união estável em casamento exclusivamente pela via administrativa. A
interpretação sistemática dos dispositivos à luz do art. 226 § 3º da Constituição Federal confere
a possibilidade de que as partes elejam a via mais conveniente para o pedido de conversão de
união estável em casamento. Recurso especial conhecido e provido.” (REsp 1685937/RJ, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/08/2017, DJe
22/08/2017).
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CC, art. 1.726: “A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no
Registro Civil.”
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CF, art. 226, § 3º: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
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A Lei do SERP passou a prever que essa conversão pode ser efetivada perante o Cartório de
Registro Civil, o que veio em boa hora (novo art. 70-A da Lei de Registros Públicos). .
“Art. 70-A. A conversão da união estável em casamento deverá ser requerida pelos
companheiros perante o oficial de registro civil de pessoas naturais de sua residência.
§ 1º Recebido o requerimento, será iniciado o processo de habilitação sob o mesmo rito previsto
para o casamento, e deverá constar dos proclamas que se trata de conversão de união estável em
casamento.
§ 2º Em caso de requerimento de conversão de união estável por mandato, a procuração deverá
ser pública e com prazo máximo de 30 (trinta) dias.
§ 3º Se estiver em termos o pedido, será lavrado o assento da conversão da união estável em
casamento, independentemente de autorização judicial, prescindindo o ato da celebração do
matrimônio.
§ 4º O assento da conversão da união estável em casamento será lavrado no Livro B, sem a
indicação da data e das testemunhas da celebração, do nome do presidente do ato e das
assinaturas dos companheiros e das testemunhas, anotando-se no respectivo termo que se trata
de conversão de união estável em casamento.
§ 5º A conversão da união estável dependerá da superação dos impedimentos legais para o
casamento, sujeitando-se à adoção do regime patrimonial de bens, na forma dos preceitos da lei
civil.
§ 6º Não constará do assento de casamento convertido a partir da união estável a data do início
ou o período de duração desta, salvo no caso de prévio procedimento de certificação eletrônica
de união estável realizado perante oficial de registro civil.
§ 7º Se estiver em termos o pedido, o falecimento da parte no curso do processo de habilitação
não impedirá a lavratura do assento de conversão de união estável em casamento.”
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Dissolução. Alimentos entre os companheiros ou conviventes: aplicam-se os artigos 1.69423
e seguintes do Código Civil (equiparação quanto ao cônjuge).
Dissolução por morte. Direito das sucessões: não se aplica mais o art. 1.790 do CC
(declarado inconstitucional pelo STF – Informativo 864). Aplica-se o art. 1.829 do CC para a
sucessão do companheiro ao lado do cônjuge.
CC, art. 1.829: “A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso
Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge OU COMPANHEIRO sobrevivente,
salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação
obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor
da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge OU COMPANHEIRO;
III - ao cônjuge OU COMPANHEIRO sobrevivente;
IV - aos colaterais.”
A união estável está prevista no art. 1.723 do CC24 como entidade familiar. Já o concubinato,
previsto no art. 1.727 do CC25, não é entidade familiar, mas sociedade de fato.
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CC, art. 1.694: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de
modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1o Os alimentos devem ser
fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2 o Os alimentos serão apenas os
indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.”
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CC, art. 1.723: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”
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CC, art. 1.727: “As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.”
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União Estável Concubinato
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Súmula 38, STF: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a
partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.”
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- Uniões estáveis plúrimas ou paralelas - Na doutrina, há três correntes:
1ª corrente: nenhum relacionamento é união estável. Posição de Maria Helena Diniz e Álvaro
Villaça (uniões desleais). No STJ, é a posição que prevalece (Tese 4 da Edição 50 do JTSTJ).
2ª corrente: todos os relacionamentos são uniões estáveis. Posição de Maria Berenice Dias.
3ª corrente: união estável putativa (art. 1.561, CC). De acordo com essa tese, o primeiro
relacionamento seria união estável e os demais seriam uniões estáveis putativas (se houver boa-
fé).
Esta corrente é adotada por Euclides de Oliveira e Rolf Madaleno.
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