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D I R E I T O D E F A M Í L I A : D O C A S A M E N T O ( N AT U R E Z A
JURÍDICA, FUNDAMENTO LEGAL, CONCEITO,
F I N A L I D A D E S , C A R A C T E R Í S T I C A S , C A PA C I D A D E ,
DOS IMPEDIMENTOS, DAS CAUSAS
S U S P E N S I VA S , DA H A B I L I TA Ç Ã O E DA
R E A L I Z A Ç Ã O , D A S P R O VA S E D A I N VA L I D A Ç Ã O .
DIREITO DE FAMÍLIA
1. Noções gerais.
A doutrina atribui três naturezas jurídicas para o casamento:
Natureza contratual – consentimento dos nubentes
Natureza institucional – matrimônio submetido a normas de ordem
pública (imposição de direitos e deveres aos nubentes limitando a
autonomia privada) – normas imperativas para conferir ordem jurídica
e social ao casamento; forma especial e solenidades a serem
cumpridas com rigor para conferir validade e eficácia ao ato.
Natureza eclética – conjuga elementos das duas anteriores,
considerando o casamento um ato complexo, dotado de
características contratuais e institucionais.
DIREITO DE FAMÍLIA
A liberdade das partes seria relativa, uma vez que a autonomia
privada se resumiria à escolha do cônjuge e à eleição do regime
de bens, não podendo sofrer alteração os direitos e deveres
determinados por lei, assim como não admitia a dissolução por
distrato até a Lei nº 11.441/2007, e depois pelo 733, do CPC.
Porém, a rigidez do casamento vem sofrendo flexibilização com a
ampliação da autonomia privada dos nubentes, como se infere
da aplicação combinada de arts. como o 1.639, §2º, do CC, com
o 734, do CPC (modificação superveniente do regime
matrimonial, mediante autorização judicial).
Outra amostra legislativa de flexibilização do instituto foi a EC
66/10 que criou o divórcio direto, sem prazo e sem investigação
de culpa.
DIREITO DE FAMÍLIA
4. Finalidade.
Estabelecer a comunhão de afetos – um afeto especial, ou seja, o afeto
conjugal (vida comum) – art. 1.511, do CC.
5. Características.
a) caráter personalíssimo e livre escolha dos nubentes.
b) solenidade da celebração (a inobservância gera a inexistência).
c) inexigência de diversidade de sexos.
d) estabelecimento de uma comunhão de vida (liberdade mitigada – não
podem as partes, por pacto antenupcial, dispensarem, reciprocamente, o
cumprimento dos deveres pessoais do casamento – art. 1.566)..
e) natureza cogente das normas que o regulamentam.
f) inadmissibilidade de submissão a termo ou condição.
g) estrutura monogâmica (art. 1.521, CC).
h) dissolubilidade, de acordo com a vontade das partes.
DIREITO DE FAMÍLIA
6. Modalidades de casamento.
Civil;
Religioso com efeito civil (arts. 1.515 e 1.516, do CC;
Nulo (art. 1.521, do CC);
Anulável (arts. 1.550, 1.557, 1.558 e 1.560, do CC.
Putativo (art. 1.561, do CC).
Por procuração (arts. 1.542, CC).
Por moléstia grave (art. 1.539, CC).
Nuncupativo (arts. 1.540 e 1.541, do CC).
Consular (arts. 1.544, do CC).
DIREITO DE FAMÍLIA
Idade núbil – art. 1.517, do CC – anuência dos pais. Divergência dos pais – submissão ao crivo
judicial (arts. 1.519, e 1.631, parágrafo único) – suprimento judicial impõe o regime de
separação de bens (art. 1.641, III, CC).
Idade limite – não existe, mas o CC impõe regime de bens obrigatório para os casamentos de
pessoas com mais de 70 anos (art. 1.641, do CC), postura legislativa atentatória ao princípio da
dignidade da pessoa humana e que foi estendida jurisprudencialmente à união estável (REsp.
n. 1.369.860/ PR, 3ª Turma do STJ, julg. 19.08.2014, vencido o Min. Rel. Sidnei Beneti).
DIREITO DE FAMÍLIA
Anuência dos pais pode ser revogada até a celebração do casamento – art.
1.518, CC.
E não é mais permitido, em hipótese alguma, o casamento antes dos 16 anos,
pois as possibilidades foram extintas com a alteração do art. 1.520, do CC,
pela Lei nº 13.811, de 2019.
c) Art. 1.523, III – tem por fim evitar a confusão de patrimônio entre
as uniões conjugais impondo a prévia realização da partilha dos
bens do casamento dissolvido, para que seja realizado o novo
matrimônio. O dispositivo se revela contraditório em relação ao
que dispõem o art. 1.581, do CC, que permite a concessão do
divórcio sem a prévia partilha, e com o art. 731, do CPC.
d) Art. 1.523, IV – evitar que o casamento seja utilizado como
razão para o tutor ou curador se eximir de prestar contas.