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EFEITOS IMEDIATOS
REsp 1202691/MG: DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS
FRAUDULENTOS. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. CARACTERIZAÇÃO. CAUSA IMPEDITIVA DE PRESCRIÇÃO.
CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUBSISTÊNCIA DA CAUSA.
2. O que faz com que entre os cô njuges nã o corra o prazo prescricional é a natureza da relaçã o que os liga entre si.
Enquanto esse vínculo perdura, subsiste igualmente a causa impeditiva da prescriçã o. Na hipó tese dos autos, o curso
do prazo sequer teve início, porque o ato jurídico - outorga de procuraçã o - levado a efeito com eiva de
consentimento, deu-se na constâ ncia do casamento, por meio do qual se valeu o ex-marido para esvaziar o
patrimô nio comum, mediante transferência fraudulenta de bens.
3. Conquanto tenham as partes posto fim à sociedade conjugal mediante a separação judicial, ao não
postularem sua conversão em divórcio, permitiram que remanescesse íntegro o casamento válido, que
"somente se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio".
4. A razã o legal da subsistência da causa de impedimento da prescriçã o, enquanto nã o dissolvido o vínculo conjugal,
reside na possibilidade reconciliató ria do casal, que restaria minada ante o dilema do cô njuge detentor de um
direito subjetivo patrimonial em face do outro. 5. Recurso especial nã o provido.
§ 2º Dissolvido o casamento pelo divó rcio direto ou por conversã o, o cô njuge poderá manter o nome de
casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrá rio a sentença de separaçã o judicial.
d. gera vínculo conjugal e de parentesco por afinidade: sogros e parentes até o 2º grau,
como o cunhado;
Art. 1.521. Nã o podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
e. perda da titularidade exclusiva do patrimônio: passa a ser coproprietá rio dos pró prios
bens, ainda que em seu nome (conforme o regime);
f. pacto antenupcial: os noivos podem escolher o regime antes do casamento, e o mesmo
pode ser alterado na constâ ncia;
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
...
§ 2º É admissível alteraçã o do regime de bens, mediante autorizaçã o judicial em pedido motivado de
ambos os cô njuges, apurada a procedência das razõ es invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
A liberdade para testar nã o é plena, pois a lei impõ e restriçõ es no caso de o testador possuir herdeiros
necessá rios, uma vez que estes por determinaçã o do art. 1846 do Có digo Civil possuem metade dos bens do
testador. Quota disponível é a outra metade dos bens e esta pode ser deixada livremente para quem desejar.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessá rios, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo
a legítima.
Legítima é a quota indisponível na herança caso haja herdeiros necessários, equivale a 50% do
patrimô nio do testador, garantido em prol de determinados sucessores legítimos. Assim sendo, toda
herança onde haja herdeiros necessários haverá uma quota indisponível, ou seja, a legítima, parte da
herança gravada com cláusula de indisponibilidade. O testador apenas desfrutará da plena liberdade de
testar caso nã o possua descendentes, ascendentes ou cô njuge, podendo nesta situaçã o, testar todo o seu
patrimô nio a quem desejar.
NATUREZA JURÍDICA: Divergência doutriná ria estéril e inú til sobre o enquadramento como de direito pú blico
ou privado, sendo um instituto a extrapolar a teoria dos atos jurídicos, típico de um ato complexo, mais no campo
do domínio dos sentimentos do que da vontade, sem negar esta e o interesse pú blico imposto (efeitos e formas).
DEFINIÇÃO DE CASAMENTO
Uniã o entre homem e mulher, nos termos da lei, a fim de prestarem mú tua assistência e cuidados com a prole em
igualdade de direitos e obrigaçõ es – art. 226, §§ 4º e 5º, CF/88 c/c arts. 1.511 e 1.514.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhã o plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres
dos cô njuges.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz,
a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
DA PROMESSA DE CASAMENTO
"Ficada": forma de uniã o sumá ria, passageira, de cunho afetivo ou meramente sexual, sem
natureza propriamente sexual, mas com reflexos no direito das famílias:
REsp 557365/RO. Direito civil. Recurso especial. Açã o de investigaçã o de paternidade. Exame pericial (teste de
DNA). Recusa. Inversã o do ô nus da prova. Relacionamento amoroso e relacionamento casual.Paternidade
reconhecida. 1) A recusa do investigado em se submeter ao teste de DNA implica a inversã o do ô nus da prova e
consequente presunçã o de veracidade dos fatos alegados pelo autor; 2) Verificada a recusa, o reconhecimento da
paternidade decorrerá de outras provas, estas suficientes a demonstrar ou a existência de relacionamento
amoroso à época da concepçã o ou, ao menos, a existência de relacionamento casual, há bito hodierno que parte
do simples 'ficar', relaçã o fugaz, de apenas um encontro, mas que pode garantir a concepçã o, dada a forte
dissoluçã o que opera entre o envolvimento amoroso e o contato sexual. Recurso especial provido.
TJ/RS APELAÇÃ O CÍVEL 70008220634: INEXISTÊ NCIA DE UNIÃ O ESTÁ VEL. 1. UNIÃ O ESTÁ VEL. DISSOLUÇÃ O.
PARTILHA DE BENS. INDENIZAÇÃ O. DANO MATERIAL. DANO MORAL. CUMULAÇÃ O DE PEDIDOS. 2. AÇÃ O
DECLARATÓ RIA. SOCIEDADE DE FATO. RECONHECIMENTO. 3. INDENIZAÇÃ O. DANO MORAL. ROMPIMENTO DE
RELAÇÃ O AFETIVA. DESCABIMENTO. RESSARCIMENTO ECONÔ MICO. DESCABIMENTO. 4. NAMORO
PROLONGADO. SEQUELAS JURIDICAS. DURANTE OU APÓ S. RECEPÇÃ O PELA LEGISLAÇÃ O CIVIL.
INOCORRÊ NCIA. 5. PROMESSA DE CASAMENTO. ROMPIMENTO INJUSTIFICADO. DOR MORAL.
Na inicial a autora afirmou que manteve com o demandado namoro que perdurou por dez anos. Os namoros,
mesmo prolongados e privando as partes de vida íntima como soe ocorrer atualmente, sã o fatos da vida nã o
recepcionados pela legislaçã o civil e, por isso, nã o ensejam efeitos jurídicos, seja durante ou apó s o fim do
relacionamento. Somente as relações jurídicas que surgem pelo casamento ou pela constituição de uma
união estável asseguram direitos pessoais e patrimoniais. SOCIEDADE DE FATO. Não caracterizada
também qualquer contribuição para a formação do patrimônio, descabida indenização sob tal
fundamento. IMPOSSIBILIDADE DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DO ROMPIMENTO DA
RELAÇÃO. Os sentimentos que aproximam e vinculam homem e mulher por vezes se transformam e até mesmo
acabam, nem sempre havendo um "justo motivo" para explicar seu fim. A dor da ruptura das relaçõ es pessoais, a
má goa, a sensaçã o de perda e abandono, entre outros sentimentos, sã o custos da seara do humano. Fazendo
parte da existência pessoal nã o constituem suporte fá tico a autorizar a incidência de normas que dispõ e sobre a
reparaçã o pecuniá ria. Possibilidade de indenizaçã o somente surgiria se restasse caracterizado um ato ilícito de
extrema gravidade, cuja indenizabilidade seria cabível independentemente do contexto da relaçã o afetiva
entretida pelas partes. A simples dor moral resultante da ruptura, entretanto, nã o é indenizá vel. Ao fim, nã o
estando caracterizado qualquer instituto jurídico reconhecido pelas normas de direito de família, o pedido
indenizató rio para recomposiçã o patrimonial de eventuais gastos feitos pela autora deverá ser analisado em
açã o pró pria, a partir das regras e princípios gerais da Teoria da Responsabilidade Civil. NEGARAM
PROVIMENTO, À UNANIMIDADE.
Esponsais ou noivado
Toda promessa de contratar frustrada gera, em princípio, efeitos na hipó tese de inexecuçã o
culposa. A quebra da promessa séria de casamento por culpa, aquela em que a noiva ou o
noivo fizeram os préstimos e preparativos para o ato e para a futura vida em comum, é fato
gerador, sem dúvida, do dever de indenizar com base nos princípios gerais da
responsabilidade civil subjetiva, traduzida na regra geral do art. 186. Leve-se em conta, ainda,
que a quebra da promessa de casamento pode ocasionar distú rbios psicoló gicos que
desá guam nos danos morais, o que deve ser examinado no caso concreto.
Afora isso, os préstimos para o casamento ( despesas com preparativos, compras de imó vel
e pertenças para o futuro lar; abandono de emprego, mudança de domicílio etc. ) são
questões que podem ser computadas no valor dos danos. Nã o esqueçamos, porém, que
estamos no campo da responsabilidade subjetiva. É imperioso provar a culpa ou dolo do
noivo ou da noiva que se recusou a ingressar no estado de casado. Situações de caso
fortuito e força maior e culpa do outro nubente, em obediência à regra geral, afastam o
dever de indenizar.
Civil: realizado perante o oficial do Cartó rio do Registro Civil, em ato solene, na presença de
testemunhas, seja nas dependências do cartó rio ou em outro local;
gratuidade do casamento: ordem prevista no art. 226, § 1º, CF/88;
extensã o da gratuidade: habilitaçã o, registro do casamento e primeira certidã o quando
pobreza declarada – art. 1.512;
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhã o plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cô njuges.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a
sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
Religioso com efeitos civis: CF/88, art. 226, § 2º, admite efeitos civis para o ato, desde que
atendidos os requisitos legais – art. 1.515 e 1.516, variando quando é feito o registro.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento
civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da
data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o
casamento civil.
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de 90 dias de sua realizaçã o,
mediante comunicaçã o do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado,
desde que haja sido homologada previamente a habilitaçã o regulada neste Có digo. Apó s o referido
prazo, o registro dependerá de nova habilitaçã o.
§ 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos
civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante
prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
“qualquer tempo”: procedida a habilitaçã o e o registro, ainda que tardio, os efeitos civis retroagem à
data da solenidade religiosa;
“prévia habilitação” ao religioso: prazo de 90 dias para registro;
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver
contraído com outrem casamento civil.
sem prévia habilitaçã o: qualquer prazo desde que promovida nova habilitaçã o.
atos de invalidaçã o: só pela lei civil, com a ressalva do art. 1.516, § 3º;
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o
casamento civil.
...
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver
contraído com outrem casamento civil.
credo: qualquer um, por força do art. 5º, VI, CF/88 (país é laico).
Por procuração: outorgado por instrumento pú blico com poderes especiais e pelo prazo de
90 dias, sendo que sua revogaçã o demanda instrumento pú blico – art. 1.542;
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuraçã o, por instrumento pú blico, com poderes
especiais.
§ 1º A revogaçã o do mandato nã o necessita chegar ao conhecimento do mandatá rio; mas, celebrado o
casamento sem que o mandatá rio ou o outro contraente tivessem ciência da revogaçã o, responderá o
mandante por perdas e danos.
§ 2 o O nubente que nã o estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento
nuncupativo.
§ 3 o A eficá cia do mandato não ultrapassará 90 dias.
§ 4 o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
efeito da revogaçã o: deveria ser nulo, mas o art. 1.550, V prevê anulabilidade;
validade mesmo com a revogação: caso venha a surgir a coabitaçã o entre os cô njuges
(consumaçã o na noite de nú pcias – contato sexual empresta validade ao casamento);
incentivo ao casamento: nada é dito sobre sair do casamento por meio de procuração (só
por meio do divó rcio – art. 1.582), mas o CNJ admitiu o mandato por escritura pública,
com poderes especiais, para o divórcio consensual (prazo de 30 dias).
CNJ, Resoluçã o 35/07 - Art. 36. O comparecimento pessoal das partes é dispensá vel à lavratura de
escritura pú blica de separaçã o e divó rcio consensuais, sendo admissível ao(s) separando(s) ou ao(s)
divorciando(s) se fazer representar por mandatário constituído, desde que por instrumento
público com poderes especiais, descrição das cláusulas essenciais e prazo de validade de 30 dias.
Nuncupativo ou in extremis: quando um dos nubentes está em iminente risco de vida, sem
juiz de paz, mas com 6 testemunhas, sem parentesco, com efeitos retroativos.
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, nã o obtendo a presença da
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado
na presença de 6 testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na
colateral, até segundo grau.
O casamento nuncupativo é uma hipótese prevista no art. 1.540 do CC/2002 com relação a
possibilidade de realização de um casamento nos casos em que uma das partes estiver em iminente
risco de vida, não podendo realizar o casamento pelas vias tradicionais. O Código Civil não impõe
um regime de bens obrigatório no caso de casamento nuncupativo. Sendo assim, aplica-se a
regra que dispõe que não havendo pacto antenupcial, o regime de bens será o da comunhão
parcial de bens.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais
pró xima, dentro em 10 dias, pedindo que lhes tome por termo a declaraçã o de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e
mulher.
§ 1 o Autuado o pedido e tomadas as declaraçõ es, o juiz procederá à s diligências necessá rias para
verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordiná ria, ouvidos os interessados que o
requererem, dentro em quinze dias.
§ 2 o Verificada a idoneidade dos cô njuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente,
com recurso voluntá rio à s partes.
§ 3 o Se da decisã o nã o se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o
juiz mandará registrá -la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4 o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cô njuges, à data
da celebraçã o.
§ 5 o Serã o dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder
ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
Putativo: nulo ou anulá vel, contraído de boa-fé por um ou ambos, mas com efeito somente em
favor do de boa-fé – art. 1.561:
Art. 1.561. Embora anulá vel ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cô njuges, o casamento,
em relaçã o a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulató ria.
§ 1 o Se um dos cô njuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarã o.
§ 2 o Se ambos os cô njuges estavam de má -fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarã o.
efeito ex nunc da sentença: não retroage nem à data do casamento, nem à data da sentença
anulató ria para o de boa-fé, a valer só do trâ nsito em julgado (casamento existente nesse
período) – art. 1.563;
efeito ex tunc da sentença: retroage à data do casamento para o de má -fé (casamento nã o
mais existe);
efeito perante terceiros: protegidos – art. 1.563;
efeito perante aos filhos: protegidos – art. 1.563.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebraçã o, sem
prejudicar a aquisiçã o de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença
transitada em julgado.
Estrangeiros: a LINDB, art. 7º, estabelece que a legislaçã o do país onde está domiciliada a
pessoa determina as regras gerais sobre direito das famílias, razã o pela qual o casal de
estrangeiros com residência no país tem que promover o registro da certidã o de casamento,
com a traduçã o e autenticaçã o pelo agente consular brasileiro.
Conversão da união estável em casamento: assegurado no art. 226, § 3º, CF/88, mas
submetido ao crivo do juiz/processo judicial pelo art. 1.726, exigência nã o poupada de críticas
(contrataçã o de advogado, pagamento de custas, provas, etc).
Art. 1.726. A uniã o está vel poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao
juiz e assento no Registro Civil.
julgado de 10/05/2017 do STF: equiparaçã o entre casamento e uniã o está vel no direito
sucessó rio (= para casais do mesmo sexo, conforme julgado de 2011) – repercussã o geral e
inconstitucionalidade do art. 1.790;
RE 878.694 (equiparaçã o entre cô njuges e companheiros);
RE 646.721 (uniõ es está veis entre homossexuais e heterossexuais).
Quem pode casar: maiores de 18, e os entre 16 e 18 anos podem com autorizaçã o dos pais
(relativamente incapazes – art. 4º). Na prá tica: menores de 16 anos acabam vivendo em uniã o
está vel, em situaçã o de vulnerabilidade;
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorizaçã o de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto nã o atingida a maioridade civil.
Pará grafo ú nico. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no pará grafo ú nico do art.
1.631.
Art. 1.631. Durante o casamento e a uniã o está vel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Pará grafo ú nico. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles
recorrer ao juiz para soluçã o do desacordo.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situaçã o conjugal, o pleno exercício do
poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
...
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
suprimento judicial do consentimento: arts. 1.517, pará grafo ú nico, 1.519 e 1.631, pará grafo
ú nico, com imposiçã o do regime da separaçã o legal de bens – art. 1.641, III;
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.631. Durante o casamento e a uniã o está vel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Pará grafo ú nico. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles
recorrer ao juiz para soluçã o do desacordo.
ausência de consentimento dos pais torna o casamento anulá vel: art. 1.550, sendo que o
consentimento pode ser revogado até a data das nú pcias – art. 1.518, cessando a menoridade
com o casamento (art 5º, pará grafo ú nico).
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
extinçã o da punibilidade pelo casamento: derrogaçã o do art. 1.520 em razã o da revogaçã o das
causas de extinçã o da punibilidade nos delitos contra os costumes – arts. 107, VII e VIII, CP
(revogados);
casamento de menor de 16 anos em decorrência de gravidez: absurdo, sendo que os filhos
fora de um casamento nã o sã o ilegítimos;
casamento de pessoas com deficiência leve: art. 104, I: exige capacidade para a validade dos
negó cios jurídicos; art. 1.548, I: implicava nulidade para o casamento realizado por “...enfermo
mental sem o necessá rio discernimento para os atos da vida civil” – revogado pelo art. 6º, I, da
Lei nº 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Art. 1.783-A. A tomada de decisã o apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo
menos 2 pessoas idô neas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-
lhe apoio na tomada de decisã o sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informaçõ es
necessá rios para que possa exercer sua capacidade.
1. Impedimento absoluto: casamento nulo, pois desatende a ordem “nã o podem casar”,
com enquadramento do inciso VI (“as pessoas casadas”) como incapacidade absoluta e
nã o impedimento (os demais referentes ao parentesco ou de puro conteú do moral)
Art. 1.595. Cada cô njuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmã os do cô njuge
ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade nã o se extingue com a dissoluçã o do casamento ou da uniã o está vel.
incapacidade relativa para o casamento: conduz a anulaçã o pelo art. 1.550, III e IV.
forma de postulaçã o: por qualquer pessoa até a celebraçã o do casamento, e apó s somente os
interessados ou MP – art. 1.529 e 1.549.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serã o opostos em declaraçã o escrita e
assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicaçã o do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.549. A decretaçã o de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode
ser promovida mediante açã o direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Pú blico.
DA HABILITAÇÃO E DA OPOSIÇÃO
Art. 1.525. O requerimento de habilitaçã o para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de
pró prio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidã o de nascimento ou documento equivalente;
II - autorizaçã o por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaraçã o de duas testemunhas maiores, parentes ou nã o, que atestem conhecê-los e afirmem nã o
existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaraçã o do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos;
V - certidã o de ó bito do cô njuge falecido, de sentença declarató ria de nulidade ou de anulaçã o de
casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divó rcio.
Art. 1.526. A habilitaçã o será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do
Ministério Pú blico.
Pará grafo ú nico. Caso haja impugnaçã o do oficial, do Ministério Pú blico ou de terceiro, a habilitaçã o será
submetida ao juiz.
Art. 1.527. Estando em ordem a documentaçã o, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze
dias nas circunscriçõ es do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na
imprensa local, se houver.
Pará grafo ú nico. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicaçã o.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem
ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serã o opostos em declaraçã o escrita e
assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicaçã o do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposiçã o, indicando
os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Pará grafo ú nico. Podem os nubentes requerer prazo razoá vel para fazer prova contrá ria aos fatos
alegados, e promover as açõ es civis e criminais contra o oponente de má -fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato
obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitaçã o.
Art. 1.532. A eficá cia da habilitaçã o será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o
certificado.
LRP 67 a 69;
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se nã o for feito por escritura pú blica, e ineficaz se nã o lhe seguir o
casamento.
Art. 1.640. Nã o havendo convençã o, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará , quanto aos bens entre os
cô njuges, o regime da comunhã o parcial.
Pará grafo ú nico. Poderã o os nubentes, no processo de habilitaçã o, optar por qualquer dos regimes que
este có digo regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opçã o pela comunhã o parcial, fazendo-se o
pacto antenupcial por escritura pú blica, nas demais escolhas.
edital para proclamas: tendo sido atendido os requisitos acima, bem como inexistir algum
impedimento, sendo publicado no local de residência – art. 1.527, podendo haver dispensa no
caso de urgência – art. 1.527, pará grafo ú nico;
oposiçã o ou denú ncia de impedimentos ou causas suspensivas: art. 1.529, 1.530 e 1.522,
cabendo açã o civil ou criminal contra o denunciante de má -fé;
Art. 1.532. A eficá cia da habilitaçã o será de 90 dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
intervençã o do MP: nã o mais, havendo apenas remessa ao juiz (de paz ou de direito? – a
depender da organizaçã o judicial do estado-membro) no caso de impugnaçã o do oficial, MP ou
terceiro – art. 1.526, pará grafo ú nico.
Art. 1.526. A habilitaçã o será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do
Ministério Pú blico.
Pará grafo ú nico. Caso haja impugnaçã o do oficial, do Ministério Pú blico ou de terceiro, a habilitaçã o será
submetida ao juiz.
ato solene e formal: nubentes previamente habilitados e realizado por juiz de paz – art. 1.533
e art. 98, II, CF/88;
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que
houver de presidir o ato, mediante petiçã o dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidã o
do art. 1.531.
local: no cartó rio de registro civil ou em outro lugar , mediante autorizaçã o do celebrante, com
portas abertas – art. 1.534;
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartó rio, com toda publicidade, a portas abertas,
presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou nã o dos contraentes, ou, querendo as partes e
consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício pú blico ou particular.
§ 1 o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
§ 2 o Serã o quatro as testemunhas na hipó tese do pará grafo anterior e se algum dos contraentes nã o
souber ou nã o puder escrever.
presentes: autoridade, noivos ou procurador especial (art. 1.542), oficial do registro civil e
duas testemunhas, parentes ou nã o (quatro caso algum dos nubentes nã o saber ou poder
assinar – art. 1.542, § 2º);
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuraçã o, por instrumento pú blico, com poderes
especiais.
§ 1 o A revogaçã o do mandato nã o necessita chegar ao conhecimento do mandatá rio; mas, celebrado o
casamento sem que o mandatá rio ou o outro contraente tivessem ciência da revogaçã o, responderá o
mandante por perdas e danos.
§ 2 o O nubente que nã o estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento
nuncupativo.
§ 3 o A eficá cia do mandato nã o ultrapassará noventa dias.
§ 4 o Só por instrumento pú blico se poderá revogar o mandato.
pergunta: se os nubentes pretendem se casar por livre e espontâ nea vontade – art. 1.535;
resposta: “sim!”- art. 1.535 (um dentre os dois requisitos para constituiçã o);
declaraçã o de encerramento: declarando casados e efetuado o casamento – art. 1.535, texto
(segundo requisito);
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmaçã o de que
pretendem casar por livre e espontâ nea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De
acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e
mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
lavratura no assento do livro de registro civil das pessoas naturais: apó s a celebraçã o – art.
1.536 (devem constar qualificaçã o dos casados, pais e testemunhas, bem como dados da
habilitaçã o e regime de bens eleito, sem esquecer do nome que adotam – art. 1.565, § 1º);
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No
assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cô njuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serã o
exarados:
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissã o, domicílio e residência atual dos cô njuges;
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;
III - o prenome e sobrenome do cô njuge precedente e a data da dissoluçã o do casamento anterior;
IV - a data da publicaçã o dos proclamas e da celebraçã o do casamento;
V - a relaçã o dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI - o prenome, sobrenome, profissã o, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII - o regime do casamento, com a declaraçã o da data e do cartó rio em cujas notas foi lavrada a
escritura antenupcial, quando o regime nã o for o da comunhã o parcial, ou o obrigatoriamente
estabelecido.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
§ 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
certidã o do registro: serve como prova da celebraçã o – art. 1.543, sendo admitido na sua falta
(perda do livro e nã o da certidã o em si) qualquer outro meio de prova;
DA INVALIDADE DO CASAMENTO
Art. 1.547. Na dú vida entre as provas favorá veis e contrá rias, julgar-se-á pelo casamento, se os cô njuges,
cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebraçã o do casamento, por
qualquer pessoa capaz.
Pará grafo ú nico. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum
impedimento, será obrigado a declará -lo.
Art. 1.549. A decretaçã o de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode
ser promovida mediante açã o direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Pú blico.
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.553. O menor que nã o atingiu a idade nú bil poderá , depois de completá -la, confirmar seu
casamento, com a autorizaçã o de seus representantes legais, se necessá ria, ou com suprimento judicial.
modificaçã o do panorama: o divó rcio sem prazos (EC 66/10) faz perder significado a toda
essa discussã o, afinal agora é muito fá cil a dissoluçã o matrimonial (antes, o caminho era
buscar a invalidaçã o e nã o o divó rcio – hoje, o juiz acaba transformando a açã o e decretando o
divó rcio). Nova redaçã o para o art. 226, § 6º, CF/88, sendo:
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebraçã o,
sem prejudicar a aquisiçã o de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de
sentença transitada em julgado.
Art. 1.561. Embora anulá vel ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cô njuges, o casamento,
em relaçã o a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulató ria.
§ 1 o Se um dos cô njuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarã o.
§ 2 o Se ambos os cô njuges estavam de má -fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarã o.
Casamento inexistente: existe faticamente, mas sem relevâ ncia jurídica, sem produçã o de
efeito jurídico.
origem: como a lei anterior nã o elencava algumas causas de nulidade de casamento
(diversidade de sexo, ausência de celebraçã o e de manifestaçã o de vontade), e em matéria de
casamento nã o há nulidade sem tipificaçã o, a doutrina passou a enquadrar os casos nã o
tipificados como de ausência de elemento essencial.
Autoridades: juiz de paz (art. 98, II, CF/88) ou presidente do ato (art. 1.535), ministro da
religiã o (ar. 1.515), autoridade consular (art. 1.544) ou qualquer pessoa no nuncupativo (art.
1.540).
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender à s exigências da lei para a validade do casamento civil,
equipara-se a este, desde que registrado no registro pró prio, produzindo efeitos a partir da data de sua
celebraçã o.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmaçã o de que
pretendem casar por livre e espontâ nea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De
acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e
mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, nã o obtendo a presença da
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na
presença de seis testemunhas, que com os nubentes nã o tenham parentesco em linha reta, ou, na
colateral, até segundo grau.
CASAMENTO INEXISTENTE
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes,
ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.558. É anulá vel o casamento em virtude de coaçã o, quando o consentimento de um ou de ambos os
cô njuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerá vel e iminente para a vida, a
saú de e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cô njuge que incidiu em erro, ou sofreu coaçã o, pode demandar a anulaçã o do
casamento; mas a coabitaçã o, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipó teses dos incisos
III e IV do art. 1.557.
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da celebraçã o, é
de:
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
III - o adotante com quem foi cô njuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
V - o adotado com o filho do adotante;
dupla ordem de impedimentos – art. 1.521, I, II e IV (parentesco consanguíneo) ou art. 1.521, III
e V (parentesco civil).
IV - os irmã os, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
laudo médico para casamento entre tio(a) e sobrinho(a): Jornada I DirCiv STJ 98, “O CC 1521 IV
dever ser interpretado à luz do DL 3200/41 no que se refere à possibilidade de casamento entre
colaterais de terceiro grau.” (nã o, na visã o de Paulo Lô bo, em virtude da ab-rogaçã o do DL
3.200/41 c/c art. 2º da LINDB). primos: nã o há impedimento (parentes colaterais de 4º).
VI - as pessoas casadas;
com a correçã o doutriná ria reclassificando para caso de incapacidade para o casamento
(inaptidã o genérica frente à qualquer pessoa e nã o caso de impedimento). MBD: mesmo na
ocorrência de bigamia, sendo que tal ato nã o pode gerar o enriquecimento ilícito e por isso
impositivo reconhecer a existência de uma uniã o está vel paralela.
VII - o cô njuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.
de natureza ética, a desestimular o crime passional.
5. Do casamento anulável
anulá vel, pois não há ameaça à ordem pública, apenas recomendação pelo não
casamento:
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorizaçã o de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto nã o atingida a maioridade civil.
Pará grafo ú nico. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no pará grafo ú nico do art.
1.631.
emancipaçã o: o matrimô nio conduz a maioridade do noivo menor – art. 5º, inc. II (sem perdê-
la no caso de anulaçã o, divó rcio ou viuvez);
prazo da açã o anulató ria: 6 meses, a contar da celebraçã o, com legitimidade em favor dos pais
e MP (concorrente) – art. 1.555, caput e § 1º;
Art. 1.555. O casamento do menor em idade nú bil, quando nã o autorizado por seu representante legal, só
poderá ser anulado se a açã o for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de
sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessá rios.
§ 1 o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro
caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade nú bil, quando nã o autorizado por seu representante legal, só
poderá ser anulado se a açã o for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de
sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessá rios.
§ 2 o Nã o se anulará o casamento quando à sua celebraçã o houverem assistido os representantes legais
do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovaçã o.
art. 1.550, III (vício da vontade pelo art. 1.556 – erro essencial): casos taxados no art. 1.557 +
prazo de 3 anos, a contar da celebraçã o, pelo art. 1.560, III, com 3 requisitos:
circunstâ ncia ignorada preexistente ao casamento.
descoberta subsequente ao casamento.
vida em comum intolerá vel.
desvirginamento, incapacidade nas relaçõ es sexuais e procriativa, débito sexual: “D”.
art. 1.550, III (vício da vontade pelo art. 1.558 – coaçã o): mais restrito que a descrita no art.
151, aqui com fundado temor à sua vida e familiares (nã o incluindo a do outro cô njuge
motivador) – art. 1.558.
coabitaçã o: ló gica absurda a contornar a anulaçã o do casamento com a ideia da prá tica sexual.
prazo decadencial: 4 anos, a contar da celebraçã o – art. 1.560, IV;
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da celebraçã o, é
de:
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
art. 1.550, V (revogaçã o de procuraçã o): sem conhecimento do mandatá rio e contraente,
desde que nã o tenha ocorrido a convivência do casal e com isto gerado a posse do estado de
casados, com prazo de 180 dias para a açã o de anulató ria – art. 1.560, § 2º (o arrependimento
gera perdas e danos – art. 1.542, § 1º).
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da celebraçã o, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
§ 1 o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos,
contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus
representantes legais ou ascendentes.
§ 2 o Na hipó tese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulaçã o do casamento é de cento e oitenta dias, a
partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebraçã o.
7. Dos efeitos
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cô njuges, este incorrerá :
I - na perda de todas as vantagens havidas do cô njuge inocente;
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cô njuges, este incorrerá :
II - na obrigaçã o de cumprir as promessas que lhe fez no contrato antenupcial.
efeitos aos filhos: sempre preservados, pois em relaçã o a estes o casamento produz todos os
efeitos, independentemente de ser considerado putativo (art. 1.561) ou nã o (art. 1.617);
Art. 1.561. Embora anulá vel ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cô njuges, o casamento,
em relaçã o a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulató ria.
§ 1 o Se um dos cô njuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarã o.
§ 2 o Se ambos os cô njuges estavam de má -fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarã o.
Art. 1.617. A filiaçã o materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem
as condiçõ es do putativo.
o divó rcio, outra forma de dissoluçã o do casamento, nã o modifica direitos e deveres filiais.
Art. 1.579. O divó rcio nã o modificará os direitos e deveres dos pais em relaçã o aos filhos.
Pará grafo ú nico. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, nã o poderá importar restriçõ es aos
direitos e deveres previstos neste artigo.
casamento putativo: mesmo que declarado nulo, ao contrá rio do que ocorre com os atos ou
negó cios nulos (arts. 166/167), serã o preservados seus efeitos até o dia da sentença
anulató ria – arts. 1.561 e 1.563
Art. 1.561. Embora anulá vel ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cô njuges, o casamento,
em relaçã o a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulató ria.
§ 1 o Se um dos cô njuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarã o.
§ 2 o Se ambos os cô njuges estavam de má -fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarã o.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebraçã o, sem
prejudicar a aquisiçã o de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença
transitada em julgado.
doaçã o feita por 3ºs aos noivos em casamento putativo: sem efeito caso anulado o casamento
– art. 546 (subtraçã o do efeito da doaçã o).
Art. 546. A doaçã o feita em contemplaçã o de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer
pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem
um do outro, nã o pode ser impugnada por falta de aceitaçã o, e só ficará sem efeito se o casamento não
se realizar.
exceçã o em favor do donatá rio/cô njuge de boa-fé: a doaçã o é vá lida ao cô njuge de boa-fé,
independentemente do â nimo do doador.
perda da aplicaçã o prá tica pela teoria das nulidades do casamento: em virtude da consagraçã o
constitucional da uniã o está vel, pois mesmo que seja desconstituído o matrimô nio, e
persistindo nesse ínterim a convivência marital, tem-se que reconhecer a uniã o está vel – art.
1.723, caput, §§ 1º e 2º.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a uniã o está vel entre o homem e a mulher, configurada
na convivência pú blica, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituiçã o de família.
§ 1 o A uniã o está vel nã o se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; nã o se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 nã o impedirã o a caracterizaçã o da uniã o está vel.
• aplicaçã o das regras gerais das nulidades dos negó cios jurídicos (art. 168): nã o pode ser
invocada regra fora do direito de família (teoria da inexistência).
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Pú blico, quando lhe couber intervir.
Pará grafo ú nico. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negó cio jurídico
ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, nã o lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a açã o de anulaçã o do casamento, a contar da data da celebraçã o, é
de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coaçã o.
§ 1 o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis
anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus
representantes legais ou ascendentes.
§ 2 o Na hipó tese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulaçã o do casamento é de cento e oitenta dias,
a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebraçã o.
Art. 1.552. A anulaçã o do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I - pelo pró prio cô njuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
Art. 1.562. Antes de mover a açã o de nulidade do casamento, a de anulaçã o, a de separaçã o judicial, a de
divó rcio direto ou a de dissoluçã o de uniã o está vel, poderá requerer a parte, comprovando sua
necessidade, a separaçã o de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
• sentença: eficácia erga omnes, averbada no registro civil e registro de imó veis caso
existirem bens – respectivamente art. 506, CPC/15; 10, I, CC e 29, § 1º, a, LRP; 167, II, LRP).
• legislaçõ es anteriores:
CC/1916: família hierarquizada, patriarcal, machista e de finalidade procriativa, com a
mulher numa inferioridade jurídica e social – arts. 233 a 239 (marido) e 240 a 255 (mulher)
do CC/1916:
representaçã o legal da família: pelo homem (chefe da sociedade conjugal);
divergência entre genitores no pá trio poder: prevalecia o do homem, sendo que a mulher
podia tentar se socorrer do juiz;
fixaçã o do domicílio conjugal: pelo homem;
manutençã o da família: do homem;
obrigatoriedade da adoçã o do sobrenome: do homem;
perda da plena capacidade civil: pela mulher ao casar;
trabalho: exigia autorizaçã o do homem;
viú va: ao casar novamente, perdia guarda dos filhos menores;
desvirginamento da esposa antes do casamento: sendo desconhecido pelo marido, ensejava a
anulaçã o do casamento.
Estatuto da Mulher Casada – Lei nº 4.121/1962: conferiu a plena capacidade à mulher:
administraçã o da sociedade conjugal: a mulher passa a ser colaboradora do marido;
plena capacidade civil: para a mulher;
trabalho: nã o mais exigia autorizaçã o do homem;
guarda dos filhos menores à mulher: no caso de ambos serem culpados pela separaçã o.
nova condiçã o: de consortes, companheiros, com novo estado civil como um atributo da
personalidade, de modo a qualificar a pessoa perante a sociedade – art. 1.565, caput;
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
adoçã o do nome do outro: pode a noiva(o) adotar sobrenome do outro/ou inversã o dos
sobrenomes – art. 1.565, §1º;
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
§ 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
§ 2 o O planejamento familiar é de livre decisã o do casal, competindo ao Estado propiciar recursos
educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerçã o por parte de
instituiçõ es privadas ou pú blicas.
encargos da família: parte final do art. 1.565, de forma a delegar aos pais o dever de assegurar
os direitos das crianças e adolescentes – art. 227, CF/88 (ente pú blico como responsá vel
subsidiá rio);
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
Art. 1.567. A direçã o da sociedade conjugal será exercida, em colaboraçã o, pelo marido e pela mulher,
sempre no interesse do casal e dos filhos.
Pará grafo ú nico. Havendo divergência, qualquer dos cô njuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá
tendo em consideraçã o aqueles interesses.
Art. 1.568. Os cô njuges sã o obrigados a concorrer, na proporçã o de seus bens e dos rendimentos do
trabalho, para o sustento da família e a educaçã o dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
escolha do domicílio do casal: por ambos (relevâ ncia do dispositivo frente ao art. 1.240A e o
usucapiã o familiar) – art. 1.569;
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cô njuges, mas um e outro podem ausentar-
se do domicílio conjugal para atender a encargos pú blicos, ao exercício de sua profissã o, ou a interesses
particulares relevantes.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposiçã o, posse direta, com
exclusividade, sobre imó vel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cô njuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio integral, desde que nã o seja proprietá rio de outro imó vel urbano ou rural.
§ 1 o O direito previsto no caput nã o será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 1.580. Decorrido um ano do trâ nsito em julgado da sentença que houver decretado a separaçã o
judicial, ou da decisã o concessiva da medida cautelar de separaçã o de corpos, qualquer das partes
poderá requerer sua conversã o em divó rcio.
§ 1 o A conversã o em divó rcio da separaçã o judicial dos cô njuges será decretada por sentença, da qual
não constará referência à causa que a determinou.
Art. 1.595. Cada cô njuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 2 o Na linha reta, a afinidade nã o se extingue com a dissoluçã o do casamento ou da uniã o está vel.
2. Dos deveres conjugais de um para com o outro
doaçã o de cô njuge adú ltero a seu cú mplice: anulá vel a doaçã o – arts. 550 c/c 1.642, V;
Art. 550. A doaçã o do cô njuge adú ltero ao seu cú mplice pode ser anulada pelo outro cô njuge, ou por
seus herdeiros necessá rios, até 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposiçã o e de administraçã o necessá rios ao desempenho de sua profissã o,
com as limitaçõ es estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens pró prios;
III - desobrigar ou reivindicar os imó veis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu
consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisã o dos contratos de fiança e doaçã o, ou a invalidaçã o do aval, realizados pelo outro
cô njuge com infraçã o do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, mó veis ou imó veis, doados ou transferidos pelo outro cô njuge ao
concubino, desde que provado que os bens nã o foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal
estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que nã o lhes forem vedados expressamente.
como exigir adimplemento? nã o dá para executar esta obrigaçã o de nã o fazer (pagamento por
cada traiçã o?);
a fidelidade e a EC 66/10: nã o é um direito exequível, e nã o mais serve como fator de culpa
para a separaçã o, sendo inú til a previsã o legal;
famílias paralelas: chamado de concubinato – art. 1.727, com ampla resistência da lei e
jurisprudência, mas com novos e recentes julgados:
Art. 1.727. As relaçõ es nã o eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.
Uniã o dú plice. Uniã o está vel. Prova. Meaçã o. “Triaçã o”. Sucessã o. Prova do período de uniã o está vel e
uniã o dú plice. A prova dos autos é robusta e firme a demonstrar a existência de uniã o entre a autora e o
de cujus em período concomitante ao casamento do falecido. Reconhecimento de uniã o dú plice paralela
ao casamento. Precedentes jurisprudenciais. Meaçã o (triaçã o). Os bens adquiridos na constâ ncia da
uniã o dú plice sã o partilhados entre as companheiras e o de cujus. Meaçã o que se transmuda em
“triaçã o”, pela duplicidade de vínculos familiares. Negaram provimento ao primeiro apelo e deram
parcial provimento ao segundo (TJRS, AC 70027512763, 8ª Câ m. Civ., rel. Des. Rui Portanova, j.
14.05.2009).
infidelidade virtual: com a comunicaçã o em momento real permitido pela internet, gerou uma
nova forma de socializaçã o, e a correspondência virtual presta-se à fuga da realidade
frustrante, daí novos encontros, confidências e intimidades, inclusive protegido pelo
anonimato, a caracterizar uma infidelidade virtual, mas que ainda é mero devaneio, fantasia
(cuidado, temos o direito à inviolabilidade do sigilo da correspondência – arts. 5º, XII c/c X e
LVI, CF/88.
Art. 1.707. Pode o credor nã o exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessã o, compensaçã o ou penhora.
Art. 1.704. Se um dos cô njuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro
obrigado a prestá -los mediante pensã o a ser fixada pelo juiz, caso nã o tenha sido declarado culpado na
açã o de separaçã o judicial.
Pará grafo ú nico. Se o cô njuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e nã o tiver parentes em
condiçõ es de prestá -los, nem aptidã o para o trabalho, o outro cô njuge será obrigado a assegurá -los,
fixando o juiz o valor indispensá vel à sobrevivência.
Art. 1.631. Durante o casamento e a uniã o está vel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Pará grafo ú nico. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles
recorrer ao juiz para soluçã o do desacordo.
manutençã o dos deveres apó s casamento: nã o se modificam –art. 1.579, caput e seu
pará grafo ú nico;
Art. 1.579. O divó rcio nã o modificará os direitos e deveres dos pais em relaçã o aos filhos.
Pará grafo ú nico. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, nã o poderá importar restriçõ es aos
direitos e deveres previstos neste artigo.
Art. 1.696. O direito à prestaçã o de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigaçã o nos mais pró ximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, nã o estiver em condiçõ es de suportar
totalmente o encargo, serã o chamados a concorrer os de grau imediato; sendo vá rias as pessoas
obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporçã o dos respectivos recursos, e,
intentada açã o contra uma delas, poderã o as demais ser chamadas a integrar a lide.
Art. 1.700. A obrigaçã o de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art.
1.694.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doaçã o, nã o sendo remunerató ria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meaçã o.
Pará grafo ú nico. Sã o vá lidas as doaçõ es nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
OUTORGA UXÓ RIA: Para ser eficaz, a fiança prestada por um dos cô njuges deve ter o
consentimento expresso (escrito) do outro cô njuge. A outorga uxó ria é utilizada como forma
de impedir a dilapidaçã o do patrimô nio do casal por um dos cô njuges. Por isso, a fiança
prestada sem a anuência do cô njuge do fiador é nula.
STJ - Sú mula 332: Fiança prestada sem autorizaçã o de um dos cô njuges implica a ineficá cia total da
garantia.
Entretanto, o STJ tem admitido que nã o é necessá ria a outorga uxó ria, em caso de uniã o
está vel.
Art. 1.570. Se qualquer dos cô njuges estiver em lugar remoto ou nã o sabido, encarcerado por mais de
cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude de
enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direçã o da família, cabendo-lhe a
administraçã o dos bens.
direitos sucessó rios ao cô njuge sobrevivente: herdeiro necessá rio e na terceira classe da
ordem vocacional – arts. 1.845 c/c 1.829, III;
Art. 1.845. Sã o herdeiros necessá rios os descendentes, os ascendentes e o cô njuge.
Art. 1.829. A sucessã o legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordiná rio nº 646.721)
(Vide Recurso Extraordiná rio nº 878.694)
III - ao cô njuge sobrevivente;
Art. 1.829. A sucessã o legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordiná rio nº 646.721)
(Vide Recurso Extraordiná rio nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cô njuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido
no regime da comunhã o universal, ou no da separaçã o obrigató ria de bens (art. 1.640, pará grafo ú nico);
ou se, no regime da comunhã o parcial, o autor da herança nã o houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cô njuge;
direito real de habitaçã o: referente ao imó vel destinado à residência – art. 1.831;
Art. 1.831. Ao cô njuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo
da participaçã o que lhe caiba na herança, o direito real de habitaçã o relativamente ao imó vel destinado à
residência da família, desde que seja o ú nico daquela natureza a inventariar.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cô njuge quinhã o igual
ao dos que sucederem por cabeça, nã o podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for
ascendente dos herdeiros com que concorrer.
DA UNIÃO ESTÁVEL
1. Do conceito
Súmula 380 do STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua
dissoluçã o judicial, com a partilha do patrimô nio adquirido pelo esforço comum.
Lei nº 8.971/1994: em que pese ter restringido a aplicaçã o da uniã o está vel, a valer só para
pessoas solteiras, judicialmente separadas, divorciadas ou viú vas, mas nã o os separados de
fato, a exigir 5 anos ou prole, teceu novos direitos:
alimentos;
sucessã o do companheiro;
usufruto sobre parte dos bens deixados pelo de cujus;
incluído na ordem de vocaçã o hereditá ria como herdeiro legítimo.
Lei nº 9.278/1996: conferiu maior abrangência:
afastou prazo de convivência;
incluiu as pessoas separadas de fato;
fixou competência das varas de família;
reconheceu o direito real de habitaçã o;
gerou presunçã o absoluta quanto aos bens adquiridos onerosamente na constâ ncia como
fruto do esforço comum.
2. Dos elementos
CC/02: nã o traz conceito, mas definiçã o e reconhecimento no art. 1.723 – conceito de família
Lei nº 11.340/2006 (Maria da Penha), a requerer relaçã o íntima de afeto – com os seguintes
elementos essenciais:
convivência duradoura - estabilidade;
pú blica;
contínua;
de um homem e uma mulher (STF: ADI 4277 e ADPF 132, de 2011, a reconhecer as uniõ es de
pessoas do mesmo sexo como uniã o está vel);
objetivo de constituiçã o de família.
elementos acidentais: apenas facilitam a demonstraçã o judicial da uniã o está vel, sem
constituir critérios obrigató rios:
tempo;
prole;
coabitaçã o (Sú mula 382, STF).
normas: 4 escassos – arts. 1.723 a 1.726 e outras esparsas;
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a uniã o está vel entre o homem e a mulher, configurada
na convivência pú blica, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituiçã o de família.
§ 1 o A uniã o está vel nã o se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; nã o se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 nã o impedirã o a caracterizaçã o da uniã o está vel.
Art. 1.724. As relaçõ es pessoais entre os companheiros obedecerã o aos deveres de lealdade, respeito e
assistência, e de guarda, sustento e educaçã o dos filhos.
Art. 1.725. Na uniã o está vel, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se à s relaçõ es
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhã o parcial de bens.
Art. 1.726. A uniã o está vel poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao
juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a uniã o está vel entre o homem e a mulher, configurada
na convivência pú blica, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituiçã o de família.
§ 1 o A uniã o está vel nã o se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; nã o se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Art. 1.561. Embora anulá vel ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cô njuges, o casamento,
em relaçã o a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulató ria.
§ 1 o Se um dos cô njuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos
filhos aproveitarã o.
§ 2 o Se ambos os cô njuges estavam de má -fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarã o.
3. Das espécies
Art. 1.727. As relaçõ es nã o eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.
Art. 1.727. As relaçõ es nã o eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem
concubinato.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a uniã o está vel entre o homem e a mulher, configurada
na convivência pú blica, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituiçã o de família.
§ 1 o A uniã o está vel nã o se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; nã o se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2 o As causas suspensivas do art. 1.523 nã o impedirã o a caracterizaçã o da uniã o está vel.
Art. 550. A doaçã o do cô njuge adú ltero ao seu cú mplice pode ser anulada pelo outro cô njuge, ou por seus
herdeiros necessá rios, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
V - reivindicar os bens comuns, mó veis ou imó veis, doados ou transferidos pelo outro cô njuge ao
concubino, desde que provado que os bens nã o foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal
estiver separado de fato por mais de cinco anos;
suspensã o do encargo alimentar: art. 1.708 (nova relaçã o do credor, inclusive pelo
concubinato);
Art. 1.708. Com o casamento, a uniã o está vel ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar
alimentos.
Pará grafo ú nico. Com relaçã o ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento
indigno em relaçã o ao devedor.
vedaçã o do direito hereditá rio testamentá rio: art. 1.801, III (regra que se impõ e até 5 anos da
separaçã o de fato).
• efeitos pessoais:
lealdade, respeito e assistência: art. 1.724, 1ª parte;
guarda, sustento e educaçã o dos filhos: art. 1.724, 2ª parte;
Art. 1.724. As relaçõ es pessoais entre os companheiros obedecerã o aos deveres de lealdade, respeito e
assistência, e de guarda, sustento e educaçã o dos filhos.
Art. 1.595. Cada cô njuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
Art. 1.631. Durante o casamento e a uniã o está vel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Pará grafo ú nico. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles
recorrer ao juiz para soluçã o do desacordo.
Art. 1.632. A separaçã o judicial, o divó rcio e a dissoluçã o da uniã o está vel nã o alteram as relaçõ es entre
pais e filhos senã o quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
adoçã o: sim, mas condicionado à prova da estabilidade da família – ECA, arts. 42, § 2º e 197-A,
III;
nome: princípio da igualdade ao casamento – art. 1.565, § 1º;
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condiçã o de consortes,
companheiros e responsá veis pelos encargos da família.
§ 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
• efeitos patrimoniais:
regime de bens: comunhã o parcial no silêncio, modificado pelo contrato de convivência com
faculdade para escolha do regime – art. 1.725;
Art. 1.725. Na uniã o está vel, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se à s relaçõ es
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhã o parcial de bens.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doaçã o, nã o sendo remunerató ria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meaçã o.
Pará grafo ú nico. Sã o vá lidas as doaçõ es nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
DO REGIME DE BENS
1. Do conceito, princípios e espécies;
• origem:
CC/16: por ocasiã o da sua ediçã o tínhamos os seguintes regimes:
comunhã o universal de bens: mancomunhã o, propriedade a duas mã os, num condomínio de
todos os bens, nã o importando origem e época de aquisiçã o do patrimô nio;
dotal: bens da mulher entregues ao marido, que os administrava, sendo seus rendimentos
destinados aos encargos do lar.
Estatuto da Mulher Casada – Lei nº 4.121/62: instituiu os bens reservados, bens adquiridos
com o fruto do trabalho da mulher, incomunicá veis com os demais do condomínio – encontra
revogaçã o frente ao princípio constitucional da isonomia.
Lei do Divó rcio – Lei nº 6.515/77: traz duas substanciais alteraçõ es:
comunhã o parcial de bens: novo regime padrã o, com o regramento abaixo:
bens particulares antes do casamento: afasta a comunicaçã o com o aquesto (bens adquiridos
no período da vida em comum);
heranças, legados e doaçõ es percebidas a qualquer tempo: nã o se comunicam (condomínio
somente dos aquestos);
CC/02: três alteraçõ es:
regime dotal: exclusã o;
regime final nos aquestos: introduzido;
alteraçã o do regime de bens na constâ ncia do casamento:
possibilidade.
conceito:
tendo a família como base da sociedade (art. 226, CF/88), a comunhã o de vida conduz
deveres e obrigaçõ es recíprocos, bem como solidariedade aos envolvidos no enlace familiar
(arts. 1.511 e 1.565), num entrelaçamento de patrimô nios, de modo a provocar tomada de
decisã o quanto ao regramento quanto aos domínio e posse do acervo, seja por modelos
previamente estabelecidos na lei, seja na sua mescla ou criaçã o de novo – regime de bens é
uma dentre as consequências jurídicas do casamento (sem esquecer dos demais tipos de
famílias).
• particularidades:
meaçã o: quando da dissoluçã o do casamento pelo divó rcio ou morte, é preciso identificar o
patrimô nio (quando existir ou cabível) a ser dividido ao meio, daí meaçã o;
características da meaçã o: irrenunciá vel, nã o cessível ou penhorá vel, sendo nula clá usula em
pacto antenupcial a dispor em contrá rio.
a meaçã o e os regimes: 5 situaçõ es, sendo:
comunhã o universal: todo o acervo integra a meaçã o – bens particulares e os adquiridos, a
qualquer título, na constâ ncia;
comunhã o parcial: meaçã o somente sobre os aquestos – patrimô nio adquirido na constâ ncia;
separaçã o obrigató ria: por força da Sú mula 377 do STF, há meaçã o dos bens adquiridos na
constâ ncia – “No regime da separaçã o legal de bens comunicam-se os adquiridos na
constâ ncia do casamento”;
participaçã o final nos aquestos: meaçã o somente sobre os bens amealhados em comum na
constâ ncia – os adquiridos em nome pró prio, na vigência, sujeitam-se à compensaçã o e nã o
divisã o;
separaçã o convencional: é o ú nico regime, salvo prova da contribuiçã o na formaçã o do acervo
(jurisprudência), que nã o há meaçã o.
doaçã o:
doaçã o entre cô njuges e o regime de bens: nã o há qualquer vedaçã o legal, apenas a implicar
adiantamento da legítima – art. 544.
Art. 551. Salvo declaraçã o em contrá rio, a doaçã o em comum a mais de uma pessoa entende-se
distribuída entre elas por igual.
Pará grafo ú nico. Se os donatá rios, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doaçã o
para o cô njuge sobrevivo.
Art. 550. A doaçã o do cô njuge adú ltero ao seu cú mplice pode ser anulada pelo outro cô njuge, ou por seus
herdeiros necessá rios, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
separaçã o de fato por mais de 5 anos: produçã o de prova pelo cô njuge prejudicado de que
o(s) bem(ns) objeto de doaçã o nã o foram adquiridos pelo esforço comum dos concubinos –
até os 5 anos é dispensá vel a prova, apenas da doaçã o ou transferência – art. 1.642, V.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
V - reivindicar os bens comuns, mó veis ou imó veis, doados ou transferidos pelo outro cô njuge ao
concubino, desde que provado que os bens nã o foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal
estiver separado de fato por mais de cinco anos;
doaçã o do cô njuge para terceiro: há vedaçã o legal para o ato unilateral, a exigir autorizaçã o do
outro – art. 1.647, IV.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
IV - fazer doaçã o, nã o sendo remunerató ria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meaçã o.
administraçã o dos bens: sempre haverá expressa exigência legal quando se tem como
indispensá vel a atuaçã o conjunta dos cô njuges (regra).
casos de participaçã o conjunta:
emancipaçã o: art. 5º, pará grafo ú nico, I;
autorizaçã o para o casamento do filho adolescente: art. 1.517;
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorizaçã o de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto nã o atingida a maioridade civil.
Pará grafo ú nico. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no pará grafo ú nico do art.
1.631.
Art. 1.720. Salvo disposiçã o em contrá rio do ato de instituiçã o, a administraçã o do bem de família
compete a ambos os cô njuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.
Pará grafo ú nico. Com o falecimento de ambos os cô njuges, a administraçã o passará ao filho mais velho,
se for maior, e, do contrá rio, a seu tutor.
proteçã o dos bens contra determinados atos isolados: casos descritos nos incisos do art.
1.647, com exceçã o do regime da separaçã o absoluta (obrigató ria e convencional, com a
ressalva da Sú mula 377, STF), com regramento até o art. 1.652.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doaçã o, nã o sendo remunerató ria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meaçã o.
Pará grafo ú nico. Sã o vá lidas as doaçõ es nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
Art. 1.663. A administraçã o do patrimô nio comum compete a qualquer dos cô njuges.
§ 1 o As dívidas contraídas no exercício da administraçã o obrigam os bens comuns e particulares do
cô njuge que os administra, e os do outro na razã o do proveito que houver auferido.
§ 2 o A anuência de ambos os cô njuges é necessá ria para os atos, a título gratuito, que impliquem cessã o
do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3 o Em caso de malversaçã o dos bens, o juiz poderá atribuir a administraçã o a apenas um dos cô njuges.
Art. 11. Morrendo o locatá rio, ficarã o sub - rogados nos seus direitos e obrigaçõ es:
I - nas locaçõ es com finalidade residencial, o cô njuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente,
os herdeiros necessá rios e as pessoas que viviam na dependência econô mica do de cujus , desde que
residentes no imó vel;
administraçã o dos bens pró prios: por seu proprietá rio – art. 1.642, II;
os relativos à sua profissã o: art. 1.642, I;
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposiçã o e de administraçã o necessá rios ao desempenho de sua profissã o,
com as limitaçõ es estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens pró prios;
atuaçã o conjunta:
vedaçõ es nos bens imó veis: comuns ou particulares, há vedaçã o para qualquer do par vender
ou dar em hipoteca bens imó veis – art. 1.647, I (vênia conjugal que pode ser suprimida
judicialmente – art. 1.648, CC/02 c/c art. 74 do CPC/15), com as seguintes exceçõ es:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cô njuges a
denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participaçã o final nos aqü estos, poder-se-á
convencionar a livre disposiçã o dos bens imó veis, desde que particulares.
Art. 978. O empresá rio casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de
bens, alienar os imó veis que integrem o patrimô nio da empresa ou gravá -los de ô nus real.
locaçã o de bem comum por prazo superior a 10 anos: Lei nº 8.245/91, art. 3º;
açõ es reais imobiliá rias: propostas por ambos e também citados – art. 1.647, II e art. 73, caput
e § 1º, CPC/15 (litisconsó rcio necessá rio – art. 114, CPC/15);
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
penhora de bem imó vel pertencente ao casal: intimado o cô njuge do executado – art. 842,
CPC/15 (defesa da meaçã o por embargos de terceiro – art. 674, CPC/15);
pedido de substituiçã o da penhora de bem imó vel: anuência do cô njuge – art. 848, § 3º e 843,
ambos do CPC/15;
proibiçã o temporá ria: de compra, venda e locaçã o de propriedade comum, em medida
protetiva de urgência – Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340/06;
• atuaçã o conjunta quando bens imó veis: CPC, Arts. 73 a 74
• atuaçã o conjunta em açõ es reais imobiliá rias: litisconsó rcio necessá rio. Art. 114
• embargos de terceiro em penhora de bem imó vel pertencente ao casal: Art. 674 e 842
• pedido de substituiçã o da penhora de bem imó vel: anuência do cô njuge. Art. 843 e 848
aval e fiança: nenhum dos cô njuges pode prestar aval ou fiança sem o consentimento do
outro, sendo ato passível de anulaçã o – art. 1.647, III e 1.649 (inclusive para o regime da
separaçã o convencional – STJ, Resp 1.163.074-PB, rel. Min. Massami Uyed, j.15.12.2009).
Sú mula 332, STJ: “A fiança prestada sem autorizaçã o de um dos cô njuges implica a ineficá cia
total da garantia.”;
legitimidade para a invalidaçã o: só do consorte – art. 1.650;
Art. 1.650. A decretaçã o de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem
suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cô njuge a quem cabia concedê-la, ou por seus
herdeiros.
• princípios:
da liberdade: pela escolha do regime de bens.
regra: noivos podem deliberar o que quiserem e da forma que melhor lhes aprouver sobre
seus bens – art. 1.639;
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cô njuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteraçã o do regime de bens, mediante autorizaçã o judicial em pedido motivado de
ambos os cô njuges, apurada a procedência das razõ es invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
interpretaçã o do art. 1.640, pará grafo ú nico: nã o há imposiçã o obrigató ria de escolha dentre
um dos regimes disponibilizados pelo legislador – leitura atrelada ao caput do art. 1.639 e
forte doutrina (MBD ou SR).
Art. 1.640. Nã o havendo convençã o, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará , quanto aos bens entre os
cô njuges, o regime da comunhã o parcial.
Pará grafo ú nico. Poderã o os nubentes, no processo de habilitaçã o, optar por qualquer dos regimes que
este có digo regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opçã o pela comunhã o parcial, fazendo-se o
pacto antenupcial por escritura pú blica, nas demais escolhas.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cô njuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteraçã o do regime de bens, mediante autorizaçã o judicial em pedido motivado de
ambos os cô njuges, apurada a procedência das razõ es invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
opçõ es dos nubentes: ampla liberdade, com limite na ética e afronta à disposiçã o absoluta em
lei – art. 1.655
Art. 1.655. É nula a convençã o ou clá usula dela que contravenha disposiçã o absoluta de lei.
Art. 1.640. Nã o havendo convençã o, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará , quanto aos bens entre os
cô njuges, o regime da comunhã o parcial.
Pará grafo ú nico. Poderã o os nubentes, no processo de habilitaçã o, optar por qualquer dos regimes que
este có digo regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opçã o pela comunhã o parcial, fazendo-se o
pacto antenupcial por escritura pú blica, nas demais escolhas.
proventos do trabalho pessoal de cada cô njuge, pensõ es, meios-soldos, montepios e outras
rendas: ganho profissional – arts. 1.668, V e 1.659, VI e VII
• espécies:
tipos:
comunhã o universal;
comunhã o parcial;
separaçã o obrigató ria;
participaçã o final nos aquestos;
separaçã o convencional.
2. Do pacto antenupcial;
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cô njuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteraçã o do regime de bens, mediante autorizaçã o judicial em pedido motivado de
ambos os cô njuges, apurada a procedência das razõ es invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se nã o for feito por escritura pú blica, e ineficaz se nã o lhe seguir o
casamento.
Art. 1.654. A eficá cia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovaçã o de seu
representante legal, salvo as hipó teses de regime obrigató rio de separaçã o de bens.
Art. 1.655. É nula a convençã o ou clá usula dela que contravenha disposiçã o absoluta de lei.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participaçã o final nos aqü estos, poder-se-á
convencionar a livre disposiçã o dos bens imó veis, desde que particulares.
Art. 1.657. As convençõ es antenupciais nã o terã o efeito perante terceiros senã o depois de registradas,
em livro especial, pelo oficial do Registro de Imó veis do domicílio dos cô njuges.
Art. 1.525. O requerimento de habilitaçã o para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de
pró prio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidã o de nascimento ou documento equivalente;
II - autorizaçã o por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaraçã o de duas testemunhas maiores, parentes ou nã o, que atestem conhecê-los e afirmem nã o
existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaraçã o do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos;
V - certidã o de ó bito do cô njuge falecido, de sentença declarató ria de nulidade ou de anulaçã o de
casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divó rcio.
Art. 1.526. A habilitaçã o será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do
Ministério Pú blico.
Pará grafo ú nico. Caso haja impugnaçã o do oficial, do Ministério Pú blico ou de terceiro, a habilitaçã o será
submetida ao juiz.
Art. 1.527. Estando em ordem a documentaçã o, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze
dias nas circunscriçõ es do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na
imprensa local, se houver.
Pará grafo ú nico. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicaçã o.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem
ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serã o opostos em declaraçã o escrita e
assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicaçã o do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposiçã o, indicando
os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Pará grafo ú nico. Podem os nubentes requerer prazo razoá vel para fazer prova contrá ria aos fatos
alegados, e promover as açõ es civis e criminais contra o oponente de má -fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato
obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitaçã o.
Art. 1.532. A eficá cia da habilitaçã o será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o
certificado.
autonomia de vontade dos nubentes: em estipular o que quiserem sobre o regime de bens,
apenas nã o sendo absoluta em virtude da imposiçã o do regime obrigató rio de separaçã o de
bens nos casos do art. 1.641 (crítica pela inconstitucionalidade) – art. 1.640, pará grafo ú nico
c/c 1.639;
Art. 1.640. Nã o havendo convençã o, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará , quanto aos bens entre os
cô njuges, o regime da comunhã o parcial.
Pará grafo ú nico. Poderã o os nubentes, no processo de habilitaçã o, optar por qualquer dos regimes que
este có digo regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opçã o pela comunhã o parcial, fazendo-se o
pacto antenupcial por escritura pú blica, nas demais escolhas.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cô njuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteraçã o do regime de bens, mediante autorizaçã o judicial em pedido motivado de
ambos os cô njuges, apurada a procedência das razõ es invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
natureza jurídica do ato: divergência entre contrato ou negó cio jurídico (independentemente
disso, é chamado de contrato matrimonial);
eficá cia jurídica: sujeita a condiçã o suspensiva, a valer somente a partir do casamento – art.
1.639, § 1º e 1.653, 2ª parte.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que
lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cô njuges começa a vigorar desde a data do casamento.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se nã o for feito por escritura pú blica, e ineficaz se não lhe seguir
o casamento.
prazo de validade: sem previsã o legal: tampouco sujeito ao prazo de eficá cia da habilitaçã o
(90 dias).
outros usos:
sucessó rio: permite o planejamento sucessó rio, em trato distinto ao do Livro V, do CC/02;
doaçõ es recíprocas: atrelado, quando no regime da comunhã o universal, à clá usula de
incomunicabilidade (bem reservado) – art. 1.668, IV;
Art. 1.668. Sã o excluídos da comunhã o:
IV - as doaçõ es antenupciais feitas por um dos cô njuges ao outro com a clá usula de incomunicabilidade;
Art. 546. A doaçã o feita em contemplaçã o de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer
pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem
um do outro, nã o pode ser impugnada por falta de aceitaçã o, e só ficará sem efeito se o casamento nã o se
realizar.
questõ es nã o patrimoniais: das mais variadas, inclusive de ordem doméstica (de todo tipo),
mas sem força de execuçã o;
indenizaçã o: extremamente controversa, com pactuaçõ es em decorrência do fim do
casamento ou traiçã o, com, inclusive, indenizaçõ es progressivas.
• clá usulas nulas ou permitidas:
nulas: a que priva a mã e do poder familiar; altere vocaçã o hereditá ria; renuncia alimentos,
direito real de habitaçã o ou usufruto legal dos bens dos filhos;
permitidas: reconhecimento de filho.
• nubentes menores:
nã o há impedimento: impreterível constar na escritura pú blica a transcriçã o do instrumento
de autorizaçã o para o casamento, a bastar apenas um – art. 1.537 e 1.654 (como o regime de
separaçã o obrigató ria é imposto, cabe pouca deliberaçã o aos jovens nubentes);
Art. 1.654. A eficá cia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovaçã o de seu
representante legal, salvo as hipó teses de regime obrigató rio de separaçã o de bens.
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No
assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cô njuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serã o
exarados:
VII - o regime do casamento, com a declaraçã o da data e do cartó rio em cujas notas foi lavrada a
escritura antenupcial, quando o regime nã o for o da comunhã o parcial, ou o obrigatoriamente
estabelecido.
efeito perante terceiros: registro no livro nº 3 do Cartó rio Civil do domicílio conjugal (LRP, art.
244) e no Cartó rio do Registro de Imó veis (LRP, arts. 167, I, 12) do domicílio dos cô njuges –
art. 1.657 (ato praticado apó s a celebraçã o do casamento);
Art. 1.657. As convençõ es antenupciais nã o terã o efeito perante terceiros senã o depois de registradas,
em livro especial, pelo oficial do Registro de Imó veis do domicílio dos cô njuges.
efeito perante terceiros: averbado no registro de todos os bens imó veis particulares do casal e
no registro de imó veis que forem adquiridos durante o casamento (LRP, art. 167, II, 1).
Art. 1.661. Sã o incomunicá veis os bens cuja aquisiçã o tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhã o parcial, presumem-se adquiridos na constâ ncia do casamento os
bens mó veis, quando nã o se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administraçã o do patrimô nio comum compete a qualquer dos cô njuges.
§ 1 o As dívidas contraídas no exercício da administraçã o obrigam os bens comuns e particulares do
cô njuge que os administra, e os do outro na razã o do proveito que houver auferido.
§ 2 o A anuência de ambos os cô njuges é necessá ria para os atos, a título gratuito, que impliquem cessã o
do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3 o Em caso de malversaçã o dos bens, o juiz poderá atribuir a administraçã o a apenas um dos cô njuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhã o respondem pelas obrigaçõ es contraídas pelo marido ou pela mulher
para atender aos encargos da família, às despesas de administraçã o e às decorrentes de imposiçã o legal.
Art. 1.665. A administraçã o e a disposiçã o dos bens constitutivos do patrimô nio particular competem ao
cô njuge proprietá rio, salvo convençã o diversa em pacto antenupcial.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cô njuges na administraçã o de seus bens particulares
e em benefício destes, nã o obrigam os bens comuns.
• conjunto de bens:
3 conjuntos de bens: um, particulares do marido; dois, particulares da mulher; três, aquestos,
adquiridos apó s o enlace matrimonial.
explicaçã o: os bens adquiridos por qualquer dos cô njuges enquanto solteiros sã o particulares,
inclusive os recebidos por doaçã o, herança ou subrogados em seu lugar na vigência do
casamento, sendo enquadrado como comum somente o que for adquirido onerosamente na
constâ ncia, na metade para cada um, com presunçã o do esforço comum para adquiri-los – art.
1.658, 1.660 e 1.662.
bens fora do acervo comum: casos do art. 1.659 e regra do art. 1.661, mas nã o seus frutos (art.
1.660, V).
silêncio ou prejudicado o pacto: art. 1.640 (regime legal) ou 1.653 (nulo ou ineficaz).
meaçã o: sim, metade dos aquestos.
Art. 1.640. Nã o havendo convençã o, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará , quanto aos bens entre os
cô njuges, o regime da comunhã o parcial.
Pará grafo ú nico. Poderã o os nubentes, no processo de habilitaçã o, optar por qualquer dos regimes que
este có digo regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opçã o pela comunhã o parcial, fazendo-se o
pacto antenupcial por escritura pú blica, nas demais escolhas.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se nã o for feito por escritura pú blica, e ineficaz se nã o lhe seguir o
casamento.
administraçã o dos bens: por qualquer dos cô njuges – art. 1.663, 1.664 e 1.665 (particulares e
o pacto antenupcial, com ressalva do art. 1.647, I), e incidência do art. 1.642 a 1.650.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
compra e venda entre cô njuges: lícita em relaçã o aos bens excluídos da comunhã o – art. 499
(lícita a doaçã o , a importar adiantamento).
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cô njuges, com relaçã o a bens excluídos da comunhã o.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente nã o se estende aos frutos,
quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhã o universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à
administraçã o dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhã o, e efetuada a divisã o do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de
cada um dos cô njuges para com os credores do outro.
• conjunto de bens:
1 conjunto de bens: os bens preexistentes e os adquiridos na vigência.
explicaçã o: todos os bens pertencem a ambos, inclusive os particulares existentes antes do
casamento e os recebidos por doaçã o ou herança por qualquer dos cô njuges e os respectivos
frutos, inclusive dívidas adquiridas na constâ ncia – art. 1.667.
bens fora do acervo comum: casos do art. 1.668, mas nã o seus frutos – art. 1.669.
obrigaçõ es provenientes de ato ilícito: mesmo quando revertido em
proveito do casal, nã o sã o excluídas por nã o constar no rol do art. 1.668
(diferente do regime da comunhã o parcial);
Art. 977. Faculta-se aos cô njuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que nã o tenham
casado no regime da comunhã o universal de bens, ou no da separaçã o obrigató ria.
Art. 2.031. As associaçõ es, sociedades e fundaçõ es, constituídas na forma das leis anteriores, bem como
os empresá rios, deverã o se adaptar à s disposiçõ es deste Có digo até 11 de janeiro de 2007.
Pará grafo ú nico. O disposto neste artigo nã o se aplica à s organizaçõ es religiosas nem aos partidos
políticos.
Art. 1.672. No regime de participaçã o final nos aqü estos, cada cô njuge possui patrimô nio pró prio, consoante
disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissoluçã o da sociedade conjugal, direito à metade dos
bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constâ ncia do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimô nio pró prio os bens que cada cô njuge possuía ao casar e os por ele adquiridos,
a qualquer título, na constâ ncia do casamento.
Pará grafo ú nico. A administraçã o desses bens é exclusiva de cada cô njuge, que os poderá livremente alienar,
se forem mó veis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissoluçã o da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqü estos, excluindo-
se da soma dos patrimô nios pró prios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cô njuge por sucessã o ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Pará grafo ú nico. Salvo prova em contrá rio, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens mó veis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqü estos, computar-se-á o valor das doaçõ es feitas por um dos
cô njuges, sem a necessá ria autorizaçã o do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cô njuge
prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhá vel, por valor equivalente ao da época da
dissoluçã o.
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meaçã o, se nã o houver
preferência do cô njuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cô njuges, somente este
responderá , salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cô njuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimô nio, o valor do
pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissoluçã o, à meaçã o do outro cô njuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cô njuges uma quota igual no
condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas mó veis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cô njuge devedor, salvo se o
bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imó veis sã o de propriedade do cô njuge cujo nome constar no registro.
Pará grafo ú nico. Impugnada a titularidade, caberá ao cô njuge proprietá rio provar a aquisiçã o regular dos
bens.
Art. 1.682. O direito à meaçã o nã o é renunciá vel, cessível ou penhorá vel na vigência do regime matrimonial.
Art. 1.683. Na dissoluçã o do regime de bens por separaçã o judicial ou por divó rcio, verificar-se-á o montante
dos aqü estos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se nã o for possível nem conveniente a divisã o de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor
de alguns ou de todos para reposiçã o em dinheiro ao cô njuge nã o-proprietá rio.
Pará grafo ú nico. Nã o se podendo realizar a reposiçã o em dinheiro, serã o avaliados e, mediante autorizaçã o
judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissoluçã o da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meaçã o do cô njuge sobrevivente
de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida
neste Có digo.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cô njuges, quando superiores à sua meaçã o, nã o obrigam ao outro, ou a seus
herdeiros.
• conjunto de bens:
5 conjuntos de bens: um, particulares do marido; dois, particulares da mulher; três, o
patrimô nio pró prio do marido adquirido durante o casamento, sujeito à compensaçã o; quatro,
o patrimô nio pró prio da mulher adquirido durante o casamento, sujeito à compensaçã o;
cinco, bens comuns adquiridos apó s o enlace matrimonial.
nomenclatura: 1+3= patrimô nio pró prio / 5= aquestos (art. 1.673)
explicaçã o: temos os bens particulares e o acervo adquirido durante o casamento por cada
um dos cô njuges, a constituir patrimô nio pró prio, com compensaçã o de valores deste na hora
da partilha (nã o é divisã o, mas compensaçã o se for desigual o patrimô nio amealhado),
mais o comum onerosamente adquirido na constâ ncia – art. 1.672.
explicaçã o complementar: misto de dois regimes, regido por
regras semelhantes ao regime da separaçã o total de bens quando da
vigência do casamento e, depois de dissolvida, aplicam-se regras
semelhantes ao da comunhã o parcial.
administraçã o dos bens: exclusiva de cada cô njuge, que pode
alienar livremente os bens mó veis – art. 1.673, pará grafo ú nico (os
imó veis somente por força de pacto antenupcial – art 1.656).
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participaçã o final nos aqü estos, poder-se-á
convencionar a livre disposiçã o dos bens imó veis, desde que particulares.
• normas:
separaçã o convencional de bens: art. 1.687 e 1.688;
Art. 1.687. Estipulada a separaçã o de bens, estes permanecerã o sob a administraçã o exclusiva de cada
um dos cô njuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ô nus real.
Art. 1.688. Ambos os cô njuges sã o obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporçã o dos
rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulaçã o em contrá rio no pacto antenupcial.
• conjunto de bens:
2 conjuntos de bens: um, particulares do marido; dois, particulares da mulher.
explicaçã o: os bens de cada cô njuge, pretéritos ou futuros, pertence-lhes com exclusividade –
art. 1.687.
flexibilizaçã o da regra da incomunicabilidade: pela jurisprudência sempre que for
comprovado que os bens, ainda que registrados em nome de um dos cô njuges, foram
adquiridos pelo esforço comum;
alteraçã o jurisprudencial no regime da separaçã o obrigató ria: pela Sú mula 377 do STF.
“No regime da separaçã o legal de bens comunicam-se os adquiridos na constâ ncia do
casamento.”
vedaçã o de constituiçã o de sociedade: art. 977 (art. 2.031).
meaçã o: nã o!
administraçã o dos bens: exclusiva de cada cô njuge para com seus bens – art. 1.687 e 1.647.
Art. 1.687. Estipulada a separaçã o de bens, estes permanecerã o sob a administraçã o exclusiva de cada
um dos cô njuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ô nus real.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
I - alienar ou gravar de ô nus real os bens imó veis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doaçã o, nã o sendo remunerató ria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meaçã o.
Pará grafo ú nico. Sã o vá lidas as doaçõ es nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os
cô njuges.
Art. 546. A doaçã o feita em contemplaçã o de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer
pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem
um do outro, nã o pode ser impugnada por falta de aceitaçã o, e só ficará sem efeito se o casamento nã o se
realizar.
• consideraçõ es:
definiçã o: sã o doaçõ es recíprocas, ou de um ao outro nubente, ou por terceiro, mesmo feitas
por pacto antenupcial, ou por escritura pú blica se relativas a imó veis, ou por instrumento
particular caso alusiva a mó veis, desde que nã o excedam à metade dos bens do doador.
complemento (vide slides anteriores):
realizaçã o de evento futuro e incerto: casamento – art. 546, 1.647, pará grafo ú nico, e 1.668,
IV;
Art. 546. A doaçã o feita em contemplaçã o de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer
pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem
um do outro, nã o pode ser impugnada por falta de aceitaçã o, e só ficará sem efeito se o casamento nã o se
realizar.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cô njuges pode, sem autorizaçã o do outro,
exceto no regime da separaçã o absoluta:
Pará grafo ú nico. Sã o vá lidas as doaçõ es nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem
economia separada.
espécies
litigiosa: quando se atribui culpa a um dos cô njuges;
consensual: quando há mú tuo consentimento dos cô njuges.
legitimidade: ao cô njuge ou, caso incapaz, representado pelo curador, ascendente ou irmã o –
art. 1.576, pará grafo ú nico.
Art. 1.576. A separaçã o judicial põ e termo aos deveres de coabitaçã o e fidelidade recíproca e ao regime
de bens.
Pará grafo ú nico. O procedimento judicial da separaçã o caberá somente aos cô njuges, e, no caso de
incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.
prazos:
litigiosa: a qualquer tempo, com possibilidade de requerer sua conversã o em
separaçã o consensual – art. 1.123, CPC (agora art. 693 a 697, CPC/15);
consensual: cô njuges casados por mais de 1 ano, sem motivaçã o – art. 1.574.
Art. 1.574. Dar-se-á a separaçã o judicial por mú tuo consentimento dos cô njuges se forem casados por
mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convençã o.
Pará grafo ú nico. O juiz pode recusar a homologaçã o e nã o decretar a separaçã o judicial se apurar que a
convençã o nã o preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cô njuges.
tipos:
como sançã o: art. 1.572 e 1.573, I a VI;
como falência: art. 1.572, § 1º - com exigência de 1 ano de separaçã o de fato;
como remédio: art. 1.572, § 2º.
• modalidades:
consensual: art. 732, CPC/15.
litigiosa: art. 639, CPC/15.
• motivaçã o:
morte;
casamento, mediante conversã o ou nã o;
rompimento da convivência:
abandono;
quebra dos deveres inerentes à uniã o está vel.
vontade das partes.
uniã o está vel regida por contrato: deve ser processada e homologada judicialmente a
resiliçã o (unilateral) ou o distrato (bilateral)?
• efeitos:
alimentos;
definiçã o da guarda dos filhos;
partilha dos bens.
5. Particularidades.