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Direito de Família

 Art 226 da constituição federal (modelos de família: casamento, união estável,


família monoparental).
 Art 104 do código civil (casamento é o ato mais solene do direito civil brasileiro,
mesmos requisitos dos negócios jurídicos; impedimentos em razão de parentesco
e idade). Como qualquer negócio jurídico a sua quebra (traição) gera
consequências.
 Art 1521 do código civil.
 Art 33 do ECA (família substituta: guarda, tutela e adoção).
 Art 25 do ECA (família extensiva: vínculo afetivo, parentes próximos).
 Princípios: dignidade da pessoa humana, igualdade (não tem mais preferência
entre pai e mãe na hora do divórcio), melhor interesse da criança.

Processo de habilitação para o casamento


Documentos art. 1525 do código civil:

 Certidão de nascimento (identificação, saber se há impedimentos, se está hábil


ao casamento).
 Autorização por escrito das pessoas cujas dependência legal estiver (autorização
dos pais/tutor + judicial idade entre 16 e 18 anos).
 Declaração de duas testemunhas maiores que atestem conhecido e que não há
impedimentos que impeçam o casamento (anulação preventiva, impede
casamentos irregulares de pessoas que estejam impedidas).
 Sentença de divórcio, separação ou certidão de óbito do cônjuge falecido (evitar
impedimentos) averbações também valem.
Publicações dos editais de “proclamas” (prazo de 5 dias: imprensa oficial e local):
publicidade acerca do casamento que será realizado, conhecimento erga omnes,
interessados podem fazer/arguir as oposições de impedimentos. Quem decide a
oposição arguida é o juiz de direito, se rejeitada estão habilitados (devem se casar no
prazo de 90 dias), ocorre caducidade do processo, reseta para um novo processo de
habilitação.

Impedimentos matrimoniais:
São obstáculos estabelecidos pela lei para a realização do matrimônio, dos quais se
forem inobservados geram uma sanção de maior ou menor eficácia imposta pela lei. A
incapacidade diverge do impedimento, na incapacidade o incapaz não pode casar-se
com ninguém, no impedimento, contudo, o nubente não pode casar-se com
determinadas pessoas, mas poderá casar-se com outras se a lei não o proibir.

 Causas impeditivas (art. 1521 do CC): NULO (efeito ex tunc)


1. Ascendente com descendente, parentesco civil (adoção/afetividade) ou
biológico. (procriação e moral).
2. Os afins (parentesco por afinidade) em linha reta (ascendentes e descendentes do
outro cônjuge). Não se extingue com a separação. Uma vez sogra sempre sogra.
Os cunhados, contudo, podem se casar, pois são parentes por afinidade na linha
colateral.
3. Não podem se casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado, e o adotado
com quem o foi do adotante.
4. Os irmãos unilaterais ou bilaterais e demais colaterais até o terceiro grau
inclusive (tio, tia, sobrinho, sobrinha) entretanto, Decreto Lei n.º 3200 de 1941
que permite o casamento entre tios e sobrinhos exame médico pré-nupcial que
ateste a capacidade de se casarem. Primos podem se casar.
5. Adotado com o filho do adotante.
6. Pessoas casadas.
7. Cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio/tentativa doloso contra
seu consorte (não se valer da própria torpeza).

 Causas suspensivas (art. 1523 do CC): casamento irregular, a lei impõe como
sanção a observância do regime de separação obrigatória de bens (efeito ex
nunc) suspendem temporariamente a possibilidade de ser realizado o casamento
até que a circunstância prevista em lei deixe de existir, visam preservar o
interesse de terceiros. Impedir a confusão de patrimônio e a confusão de sangue.
Podem deixar de ser aplicadas se inexistir prejuízo.
1. Não devem casar viúvo ou viúva que tiver filho com o cônjuge falecido
enquanto não fizer o inventário dos bens do casal e não realizar a partilha dos
bens aos herdeiros (cessa a suspensão com sentença de homologação da partilha
transitada em julgado).
2. A viúva ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou anulável até 10
meses do começo da viuvez ou da dissolução da sociedade conjugal (por conta
da gravidez) confusão de sangue, não haja dúvida sobre a paternidade (exceção:
aborto; gravidez evidente logo após a viuvez; comprovar que não está gravida;
se der à luz antes do prazo; casa de impotência coeundi instrumental).
3. O divorciado enquanto não houver sido homologada ou rescindida a partilha dos
bens do casal (evitar a confusão patrimonial e preservar os interesses do
primeiro cônjuge) não é necessário se o regime já fosse o de separação de bens,
já que neste caso não se comunicam e não se confundem.
4. o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas (evitar que haja a
influência na manifestação de vontade do tutelado/curatelado; evitar que seja
encoberta má administração dos bens do curatelado/tutelado).

Oposição dos impedimentos:


Possibilidade conferida por lei para que eventuais interessados possam arguir a
existência de um impedimento matrimonial.
 Causas impeditivas: qualquer pessoa pode arguir oposição; pode ser arguida até
a celebração do casamento; após a celebração deverá ser ajuizada ação
autônoma de nulidade do casamento (imprescritível).
 Causas suspensivas: parentes em linha reta ou colateral até o segundo grau de
qualquer dos nubentes (pode ser arguida dentro do prazo de habilitação até o fim
do prazo de proclamas (5 dias) 15 dias prazo antigo).

Celebração do Casamento
Casamento é um ato solene, realizado por escritura pública. Munidos da certidão de
habilitação os nubentes fazem a requisição de uma data para celebração do casamento
(civil: juiz de paz) (religioso: autoridade religiosa), cartório de registro civil, ou fora em
local particular (salão de festa, clube recreativo, salão religioso) desde que de portas
abertas para dar publicidade ao ato, admite-se a vídeo conferência desde que requisitado
(decorrência da covid-19). Na presença da autoridade, os nubentes devem manifestar
suas vontades, após o juiz de paz os declaram casados (consumação). Qualquer vicio ou
erro na manifestação, o casamento não mais poderá se concretizar naquele dia, já foi
declarado nulo.

 A lei estabelece algumas formalidades que devem ser observadas para a


celebração do casamento, visando dar publicidade ao ato e assegurar a livre
manifestação dos nubentes.
 Os nubentes munidos da certidão de que estão habilitados a se casarem requerem
a autoridade celebrante (juiz de paz) a designação de um dia, hora e local para
celebração do casamento.
 O casamento geralmente é celebrado no cartório, mas pode ser realizado em um
local particular.
 Deve ser realizado na presença de duas testemunhas ou de quatro testemunhas se
o casamento for feito fora do cartório ou se um dos nubentes não souber ou não
puder assinar.
 Considera-se celebrado o casamento após a manifestação livre e consciente dos
nubentes e do juiz de paz os declararem casados. Após a celebração o casamento
deve ser registrado no livro de casamentos, se um dos nubentes manifestar
arrependimento ou informar que sua manifestação de vontade não é livre e
espontânea a celebração deverá ser suspensa e não pode ser realizada no mesmo
dia, sob pena de nulidade, ainda que a afirmação tenha sido feita por mero
gracejo.

Casamento por procuração


A lei permite que o casamento seja realizado por procuração se um dos nubentes não
puder comparecer ao local designado, por qualquer que seja o motivo, até mesmo na
ausência de ambos os noivos. A procuração deve ser por instrumento publico e possui
validade de 90 dias, se ambos puderem comparecer, devem designar procuradores
distintos, a procuração deve ceder poderes especiais, a revogação também deverá ser
realizada por meio de instrumento público. O casamento será anulável, desde que não
sobrevenha a coabitação entre os cônjuges.

 Se um ou ambos os nubentes não puderem comparecer ao ato, eles podem


outorgar uma procuração para que alguém os represente no ato da celebração do
casamento.
 Se ambos os nubentes não puderem comparecer, eles deverão constituir
procuradores distintos.
 A procuração deve ser feita mediante instrumento público, contendo poderes
especiais.
 O prazo de validade é de 90 dias e a revogação da procuração também deve ser
realizada por meio de instrumento público.
 Se a procuração for revogada sem que se dê ciência disso e o casamento for
celebrado este será considerado anulável, salvo se houver a coabitação entre os
cônjuges, hipótese em que o casamento será convalidado.

Casamento religioso com efeitos civis


 Com habilitação prévia
Muito parecido com o casamento civil arts. 1515 e 1516 do código civil. O
processo de habilitação ocorre antes do casamento religioso (mesmo
procedimento do casamento civil), emitida a certidão de habilitação, eles têm o
prazo de 90 dias para se casarem, ao invés de procurarem o juiz de paz,
procuraram a autoridade religiosa, é realizada a celebração e após devem
proceder ao registro do casamento no cartório de registro civil.

 Com habilitação posterior


Primeiro ocorre a celebração religiosa e somente após será procedida a
habilitação para posterior registro em cartório, não há prazo específico para o
registro. O registro faz com que ocorra a retroatividade dos efeitos civis do
casamento.

Casamento nuncupativo “in extremis”


É a hipótese de casamento em iminente risco de vida, quando se admite a dispensa do
processo de habilitação e até a presença do celebrante. Trata-se do casamento in
extremis vitae momentis ou in articulo mortis. Em razão da extrema urgência, quando
não for possível obter a presença do juiz ou de seus suplentes, e ainda do oficial, os
contraentes poderão celebrar o casamento na presença de seis testemunhas, que com os
nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Celebrado o casamento as testemunhas devem comparecer, dentro de 10 dias, perante a
autoridade judiciaria mais próxima afim de que sejam reduzidas a termo as suas
declarações, pelo processo das justificações avulsas. Deverão declarar:
1. Que foram convocadas por parte do enfermo.
2. Que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo.
3. Que em sua presença declararam os contraentes, livre e espontaneamente,
receber-se por marido e mulher.
Estando o juiz convencido de que o casamento não poderia ter sido realizado de outra
forma, ele profere sentença declarando a validade do casamento e mandando registrar.
Serão dispensadas tais formalidades se o enfermo convalescer e puder ratificar o
casamento na presença da autoridade competente.
Se o reestabelecimento ocorrer após e registro, não se faz necessária a ratificação.

Casamento em caso de moléstia grave


No caso de moléstia grave de um dos nubentes o presidente do ato irá celebrá-lo onde se
encontrar o enfermo e sendo urgente ainda fará a noite perante duas testemunhas que
saibam ler e escrever. A jurisprudência tem admitido que essa modalidade de casamento
possa ser feita sem o prévio processo de habilitação. O juiz de paz e o oficial do registro
civil comparecem ao local em que se acha o doente.
Se o oficial de registro civil não puder comparecer ao ato o juiz de casamento poderá
nomear “ad hoc” (para o ato), se o juiz não puder comparecer ele pode-se fazer
representar por seu substituto (outro juiz de paz que possa substitui-lo).
Após a celebração do casamento este deve ser registrado no cartório no prazo de 5
(cinco) dias na presença de duas testemunhas.

Casamento putativo
É aquele que embora anulável se contrário, por estarem de boa-fé um ou ambos os
nubentes, produz efeitos válidos até o trânsito em julgado da sentença que o invalidar (a
pessoa se casa e imagina que estar tudo certo, mas depois de se casarem descobre que o
casamento não é valido, pois se casou com alguém que não poderia ter se casado). É um
casamento invalido, mas que produz efeitos validos por conta da boa-fé dos nubentes.
Decorre de um erro (falsa percepção da realidade), o erro pode ser de fato ou de direito.
Produz todos os efeitos de um casamento válido.
Se o casamento putativo ele produz todos os efeitos válidos até sua invalidação por
sentença. As convenções antenupciais são válidas, deve haver a partilha de bens,
conforme regime de bens, direito aos alimentos, e se um dos cônjuges falecer antes da
sentença que invalidar o casamento, o outro terá direito a herança. Se somente um dos
nubentes agir de boa-fé este tira todas as vantagens do casamento, pois os efeitos
validos do casamento só os pertenciam. O cônjuge que agiu de má fé não obtém os
efeitos validos do casamento, e ainda é obrigado a cumprir todas as obrigações advindas
do casamento Os efeitos produzidos até a sentença continuam válidos.

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