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Aula 3 – Casamento Nulo e Anulável

Professora: Tassiane Tamara Locali Ventura


PROVA DO CASAMENTO
 Prova Direta: Certidão do registro do casamento (art.
1.543 CC)
 Prova indireta: todo e qualquer meio de prova previsto no
ordenamento jurídico (art. 1.543, § único)
 Ação de Justificação de Casamento: proposição por
cônjuges ou por terceiros interessados;
 Efeitos da sentença: ex tunc (retroage até a data do
casamento)
 Principio do Indubio pro casamento (1.547 CC): na
duvida julgar-se-á pelo casamento;
 Teoria da aparência.
PLANOS DA EXISTÊNCIA E
VALIDADE
Validade
 Casamento nulo – invalidade absoluta – art. 1548 do
CC
 Casamento anulável – 1.550 do CC

Eficácia 1.565 e seguintes do CC


Quanto a Existência: a hipótese clássica de
casamento inexistente era o entre pessoas do
mesmo sexo, no entanto atualmente é juridicamente
possivel
INVALIDADE DO CASAMENTO
 ABSOLUTAMENTE (NULO): infringência aos
impedimentos (art. 1.521 CC) Ex: ascendente com
descendente, irmãos e colaterais ate 3º grau, adotado
com adotante, pessoas casadas..
 LEGITIMIDADE: qualquer pessoa capaz.
 PRAZO: até o momento da celebração. A publicação dos
proclamas de casamento (art. 1.527 CC) tem justamente
a finalidade de dar conhecimento à comunidade da
intenção do enlace e, caso exista algum empecilho,
qualquer pessoa poderá identificá-lo. Pode o oficial do
cartório de registro civil ou magistrado declarar de oficio
(1.522 CC)
 Nulidade Matrimonial
 RELATIVOS (ANULÁVEL): art. 1.550 do CC.
 LEGITIMIDADE: Apenas pessoas com relação de parentesco
com os nubentes (art. 1.524 CC). Parentes de linha reta de um
dos nubentes, sejam consanguinios ou afins; e colaterais até 2º
grau (irmãos e cunhados).Não pode ser decretado de oficio.

 Anulabilidade Matrimonial: pode se convalidar.

a) Desrespeito a idade núbil


• Legitimidade: próprio cônjuge, por representantes legais ou
ascendentes.
• Prazo Decadencial: 180 dias contado a partir da data que
completar 16 (dezesseis) anos para o adolescente; e
representantes legais ou ascendentes da data do casamento.
• Se da união advier prole, não se anulará o casamento (art.
1.551 CC)
b) Adolescente em idade núbil mas não autorizado por
seu representante legal:
• Legitimidade: próprio incapaz, ao deixar de sê-lo;
representantes legais do incapaz da data do casamento;
e herdeiros necessários no dia da morte do
incapaz.(devendo ser filho gerado de outra relação)
• Prazo Decadencial: 180 dias

c) Por vicio da vontade, nos termos do art. 1.556 a


1.558 do CC
• Legitimidade: somente o cônjuge que incidiu em erro.
• Apenas se existir erro essencial quanto a pessoa.
A existência de situação anterior a
celebração
ERRO
ESSENCIAL Que essa informação não seja

QUANTO À
conhecida pelo outro cônjuge
até aquela data

PESSOA
Que a sua descoberta torne
insuportável a vida em comum
 Rol taxativo:
 Identidade, sua honra e boa fama ( 1557, I CC)
Prazo: até 3 (três) anos da data da celebração.
A coabitação havendo ciência do vicio, valida o ato (1.559 CC);
STF: morte da parte autora na ação, os herdeiros tem
legitimidade para dar prosseguimento.
 Ignorância de crime praticado anterior ao casamento ( 1.557,II
do CC)
Prazo: até 3 (três) anos da data da celebração.
 A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico
irremediável que não caracterize deficiência ou moléstia grave
e transmissível (art. 1.557, III CC)
Prazo: até 3 (três) anos da data da celebração.
d) Incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento (art. 1.550, IV, CC): ébrios, viciados em tóxico ou aqueles
que por causa transitória não puder exprimir sua vontade.Exceto pródigo.
Prazo: 180 dias do casamento;

e) realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente


soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre
os cônjuges (art. 1550, V do CC) .
Prazo: 180 dias a partir da data que o mandante tiver conhecimento da
celebração.
 Mandante responde por perdas e danos (art. 1.542 §1º do CC) se o
mandatário ou o outro contraente celebrar o casamento sem a ciência da
revogação.

f) Incompetência da autoridade que realizou o casamento (art. 1.550, VI


CC)
Competência: magistrado, juiz de casamentos, juiz de paz e até mesmo
titulares de cartório de registro civil.
Prazo: 2 anos a contar da celebração;
g) Coação (art. 1.558 CC): fundado temor de mal
considerável e iminente para a vida, a saúde a honra,
não apenas sua, mas também, de seus familiares.
Legitimidade: apenas o cônjuge que sofreu coação.
Prazo: 4 anos a contar da data da celebração.
CASAMENTO NULO CASAMENTO ANULÁVEL
 Vicio insanável – de ordem  Vicio sanável – de ordem
pública particular
 Imprescritível
 Prazo decadencial (art.
 Sentença retroage a data da
celebração do casamento 1.560 CC)
 Casamento produz efeito ate  Sentença retroage a data da
ser desconstituído. Com celebração do casamento
relação ao cônjuge que estava
de boa-fe e a prole, o  Legitimidade Limitada
casamento gera efeitos até o  Açao Constitutiva de
transito em julgado da anulação
sentença que anula.
 Legitimidade de qualquer
interessado, MP ou decretada
de oficio pelo juiz.
 Ação Declaratória de Nulidade
EFICÁCIA DO CASAMENTO
 Sociedade Conjugal

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher


assumem mutuamente a condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da
família.

CC 1916: “marido é o chefe da sociedade conjugal”


 Eficácia erga omnes: vai além dos cônjuges e se impõe
perante a sociedade;
 Proteção do Estado (art. 226 da CF);
 Efeitos de natureza social, pessoal e patrimonial;
 Vantagens: tributárias e previdenciárias;
 Restrições: necessidade da autorização do outro para
vender, prestar fiança, aval, fazer doações entre outros;
 Direito de pleitear alimentos;
 Divisão de bens;
 1º Legitimado na ação de Curatela;
 Altera estado civil;
 Direito real de habitação;
 Planejamento familiar;
Acréscimo do nome: qualquer um dos nubentes pode
acrescentar a seu sobrenome os nome de família do outro
(art. 1.565, § 1º do CC);

Dever de fidelidade recíproca: não se restringe a


fidelidade sexual.
 Não se admite mais punição na esfera cível e criminal.
 “Desestimulação” a infidelidade: Crime de Bigamia,
impedimento de pessoas casadas casarem (art. 1.521 CC)
e anulação da doação feita pelo cônjuge adultéro a seu
cumplice (art. 1.642 V)
 Dever de respeito e consideração mútuos (art. 1.566, V,
CC): ligado ao afeto, entreajuda, atenção, reciprocidade,
elementos basilares de uma relação sadia.

 Dever de vida em comum no domicilio conjugal (art. 1.566


II CC): formação de uma unidade de projetos em comum, de
sonhos e perspectivas presentes e futuras, como a formação
da prole, aquisição de bens...Uma vida em comum respeitada
a individualidade de cada um.
 O domicilio do casal será escolhido por ambos cônjuges, mas
um e outro podem ausentar-se do domicilio conjugal para
atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão ou
a interesses particulares relevantes. Na familia
contemporânea podem os cônjuges inclusive escolherem
residirem em residências diferentes.
 Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou
não sabido por mais de cento e oitenta dias, interditado
judicialmente ou privado, episodicamente, de
consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente,
o outro exercerá com exclusividade a direção da familia,
cabendo-lhe a administração dos bens ( art. 1.570, III
CC).

Dever de mútua assistência (art. 1.566, III CC):


“batalhar” em conjunto em prol da familia.
 Fixação de Alimentos.
 Dever de sustento, guarda e educação dos filhos (art.
1.566 IV CC): função parental

 Não corre prescrição entre a marido e mulher na constância


do casamento (art. 197 e 198 do CC).
 Exceção: Usucapião Conjugal ou usucapião por abandono de
lar.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano
ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo
possuidor mais de uma vez.
CASAMENTO INEXISTÊNTE
 Algo que existe faticamente, mas não tem relevância
jurídica.
 Três pressuposto de existência do casamento: a)
celebrado perante autoridade legalmente investida
de poderes para tal; b) consentimento manifesto na
forma da lei pelos noivos; c) diferença de sexo dos
nubentes*
 STF: União Homoafetiva e transexual

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