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UNIÃO ESTÁVEL

Até 1977 => desquite.

Relações sem respaldo legal = concubinato

Alargamento conceito de família => CF 88

Art.
226, CF => cláusula geral de inclusão (Paulo
Lôbo)

Lei8.971/94 => reconhecia união = mais de 5 anos


ou com prole.
 Lei 9.278/96 :
a) não fala em prazo;
b) reconhecimento de pessoas que eram separadas de
fato;
c) Presunção juris et de jure (bens constância união)

CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL


 Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) => qq relação

íntima de afeto
 Art. 1723, CC
 Relação afetiva de natureza pública e duradoura

entre duas pessoas do mesmo sexo ou não, com o


objetivo de constituição de família
Diversidade de sexo: UNIÃO ESTÁVEL X HOMOSSEXUALISMO
 Vedado preconceito sexual – art. 3º, IV da CF

 Princípio
da dignidade da pessoa humana – vedada
exclusão de direitos.

 CF=> união estável = entidade familiar, NÃO EXCLUINDO


AS RELAÇÕES HOMOAFETIVAS.

 Art.226, § 8º - fala em proteção aos membros, sem


distingui-los
Terminologia:
 Companheiro (Lei 8.971/94)
 Convivente (Lei 9.278/96)

Qual vocábulo usar??

Convivente? Companheiro? Amontoado? Ajuntado?


Amasiado?

Não se fala mais em sociedade de fato: qdo união estável.


Termo que remonta o dto das obrigações/dto societário.
Características da união estável (elementos
essenciais):

 Publicidade (notoriedade)
 Continuidade (união estável ≠ namoro –rel.

efêmera)
 Estabilidade (estável)
 Objetivo de constituição de família

Essencial: o AFETO
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. NEGATIVA
DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO
RECORRIDO QUE DECIDIU TODAS AS QUESTÕES POSTAS DE
MANEIRA INTEGRAL E FUNDAMENTADA. PROCEDÊNCIA DO
PEDIDO. INCONFORMISMO. REQUISITOS DEVIDAMENTE
CONFIGURADOS. CONJUNTO PROBATÓRIO APTO A
DEMONSTRAR CONVIVÊNCIA DURADOURA, PÚBLICA E
CONTÍNUA. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
RESPEITADO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. REVISÃO DESTES
ENTENDIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº
7/STJ. ADEQUAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO INTERNO
DESPROVIDO. (AgInt no AREsp 1324049/PR, Rel. Ministro PAULO
DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
30/03/2020, DJe 01/04/2020)
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. FAMÍLIA.
RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POS
MORTEM. ENTIDADE FAMILIAR QUE SE
CARACTERIZA PELA CONVIVÊNCIA PÚBLICA,
CONTÍNUA, DURADOURA E COM OBJETIVO DE
CONSTITUIR FAMÍLIA (ANIMUS FAMILIAE). DOIS
MESES DE RELACIONAMENTO, SENDO DUAS
SEMANAS DE COABITAÇÃO. TEMPO INSUFICIENTE
PARA SE DEMONSTRAR A ESTABILIDADE
NECESSÁRIA PARA RECONHECIMENTO DA UNIÃO
DE FATO. 1. O Código Civil definiu a união estável
como entidade familiar entre o homem e a mulher,
"configurada na convivência pública, contínua e
duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família" (art. 1.723).(...).
(...) 2. Em relação à exigência de
estabilidade para configuração da união
estável, apesar de não haver previsão de
um prazo mínimo, exige a norma que a
convivência seja duradoura, em período
suficiente a demonstrar a intenção de
constituir família, permitindo que se
dividam alegrias e tristezas, que se
compartilhem dificuldades e projetos de
vida, sendo necessário um tempo
razoável de relacionamento. (...).
(...). 3. Na hipótese, o relacionamento do casal
teve um tempo muito exíguo de duração -
apenas dois meses de namoro, sendo duas
semanas em coabitação -, que não permite a
configuração da estabilidade necessária para o
reconhecimento da união estável. Esta nasce de
um ato-fato jurídico: a convivência duradoura
com intuito de constituir família. Portanto, não
há falar em comunhão de vidas entre duas
pessoas, no sentido material e imaterial, numa
relação de apenas duas semanas. 4. Recurso
especial provido. (REsp 1761887/MS, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 06/08/2019, DJe 24/09/2019)
Paradoxo:
união livre X interferência Estado X legitimidade/proteção

Casamento X União Estável:


 CF => equiparação
 CC => tratamento diferenciado (arts. 1723 a 1726)

Quando se inicia o casamento...e a união


estável? ......=>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
DIVERGÊNCIA=>
DIVERGÊNCIA união estável X casamento:

MODO DE CONSTITUIÇÃO
 Casamento: termo inicial marcado pela celebração do

matrimônio.

 União estável: não tem termo inicial!


inicial Consolidação do
vínculo de convivência, do comprometimento mútuo,
entrelaçamento de vida, embaralhamento de patrimônio.

 Qto ao: poder familiar, vínculo de afinidade, alimentos, bem


de família, planejamento familiar = ao casamento
TRIBUTÁRIO. ARROLAMENTO DE BENS. UNIÃO
ESTÁVEL. BENS E DIREITOS EM NOME DO
COMPANHEIRO (CONVIVENTE). EQUIPARAÇÃO À
FIGURA DO CÔNJUGE. POSSIBILIDADE. (...). 2.
Mandado de segurança impetrado contra ato que
estendeu à figura da convivente/companheira (união
estável) a determinação de que, na hipótese de
formalização de crédito tributário contra pessoa
física, o arrolamento deve identificar, inclusive, os
bens e direitos (não gravados com a cláusula de
incomunicabilidade) do cônjuge. 3. O art. 226, § 3º, da
Constituição Federal determina que para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
(...).
4. "A união estável, assim como o casamento,
produz efeitos jurídicos típicos de uma entidade
familiar: efeitos pessoais entre os companheiros,
dentre os quais se inclui o estabelecimento de
vínculo de parentesco por afinidade, e efeitos
patrimoniais que interessam não só aos conviventes,
mas aos seus herdeiros e a terceiros com os quais
mantenham relação jurídica."(REsp 1516599/PR, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 21/09/2017, DJe 02/10/2017). 5. A
dinâmica da realidade social exige do intérprete da
norma a constante adequação entre o texto da lei e a
realidade dos fatos para garantir que as relações
jurídicas originadas ou decorrentes da união estável
produzam resultados iguais ou semelhantes às
situações análogas derivadas do casamento. (...).
6. Não se pode, por outro lado, vislumbrar a
equiparação entre cônjuge e companheiro apenas na
seara dos direitos, mas também na dos deveres, sob
pena de ganhar força a tese de que ao primeiro (o
cônjuge) restrições são impostas e ao segundo (o
companheiro) isso não acontece, quando deveria
ocorrer (se ele é equiparado àquele no tocante aos
direitos). 7. A expressão cônjuge constante do § 1º
do art. 64 da Lei n. 9.532/1997 deve ser interpretada
em sua acepção mais ampla, incluindo, para fins de
arrolamento de bens, também a figura do
companheiro. 8. Agravo conhecido para conhecer em
parte do recurso especial e, nessa extensão, dar-lhe
provimento. (AREsp 249.923/SC, Rel. Ministro
GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
09/06/2020, DJe 29/06/2020).
ESTADO CIVIL

Demonstração pública do estado civil= convivente! Qual a importância??

 Uniãoestável e casamento = institutos diferentes=>


diferentes mesmas
consequências de ordem patrimonial.

 Bens constituídos “em condomínio”

 Como identificar o estado civil na união estável?


a partir do momento em
que a estrutura familiar gera consequências jurídicas = novo estado civil.
A pessoa pode não se identificar como convivente? Sim! Mas,
estará mascarando sua situação patrimonial (pode gerar
prejuízos a 3os)

NOME

 O CC não dispõe sobre a possibilidade do convivente acrescentar


o sobrenome do outro= OMISSO

 LRP art. 57, § 2º - autoriza a mulher a averbar o patronímico do


marido

 DO COMPANHEIRO (SOBRENOME) => art. 1565, §1º, CC + Lei


6.015/73 (LRP), 57, § 2º.
ALTERAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO.
UNIÃO ESTÁVEL. INCLUSÃO. PATRONÍMICO.
COMPANHEIRO. IMPEDIMENTO PARA CASAMENTO.
AUSENTE. CAUSA SUSPENSIVA. APLICAÇÃO
ANÁLOGICA DAS DISPOSIÇÕES RELATIVAS AO
CASAMENTO. ANUÊNCIA EXPRESSA. COMPROVAÇÃO
POR DOCUMENTO PÚBLICO. AUSENTE.
IMPOSSIBILIDADE. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 57 DA
LEI 6.015/73; 1.523, III; E PARÁGRAFO ÚNICO; E 1.565,
§1º, DO CÓDIGO CIVIL. 1. Ação de alteração de registro
civil, ajuizada em 24.09.2008. 2. Discussão relativa à
necessidade de prévia declaração judicial da existência
de união estável para que a mulher possa requerer o
acréscimo do patronímico do seu companheiro. (...)
(...). 5. Além de não configurar impedimento para o
casamento, a existência de pendência relativa à
partilha de bens de casamento anterior também não
impede a caracterização da união estável, nos termos
do art. 1.723, §2º, do Código Civil. 6. O art. 57, §2º, da
Lei 6.015/73 não se presta para balizar os pedidos de
adoção de sobrenome dentro de uma união estável,
situação completamente distinta daquela para qual foi
destinada a referida norma. Devem ter aplicação
analógica as disposições específicas do Código Civil,
relativas à adoção de sobrenome dentro do
casamento, porquanto se mostra claro o elemento de
identidade entre os institutos. (...).
(...). 7. Em atenção às peculiaridades da união estável, a
única ressalva é que seja feita prova documental da
relação, por instrumento público, e nela haja anuência do
companheiro que terá o nome adotado, cautelas
dispensáveis dentro do casamento, pelas formalidades
legais que envolvem esse tipo de relacionamento, mas que
não inviabilizam a aplicação analógica das disposições
constantes no Código Civil, à espécie. 8. Primazia da
segurança jurídica que deve permear os registros públicos,
exigindo-se um mínimo de certeza da existência da união
estável, por intermédio de uma documentação de caráter
público, que poderá ser judicial ou extrajudicial, além da
anuência do companheiro quanto à adoção do seu
patronímico. (...). (REsp 1306196/MG, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe
28/10/2013)
 Háimpedimentos para que um companheiro adote o
sobrenome do outro???

IMPEDIMENTOS UNIÃO ESTÁVEL

art. 1723, CC (impedimentos do art. 1521,CC)

 Crítica:
estabelecer vínculos de impedimento
semelhantes entre união estável e casamento

 Crítica:
casamento ≠ união estável: não há o processo
de habilitação.
DIREITO E DEVERES NA UNIÃO ESTÁVEL
≠ dos direitos e deveres do casamento

 No casamento: fidelidade recíproca, vida no domicílio


conjugal e mútua assistência (art. 1.566,CC).

 Na união estável: lealdade, respeito e assistência (art.


1724, CC)

 Dtos e deveres comuns: obrigação de guarda, sustento


e educação dos filhos
 Na união estável = VIDA CONJUGAL = Não é requisito!

 Na união estável => LEALDADE e não em FIDELIDADE!

- Ausência de coabitação e fidelidade?! Mais de 1 união


permitida?! O que os doutrinadores pensam?

 Não há exigência de culpa para o fim da relação!

 2012 => UNIÃO ESTÁVEL entre 1 homem e 2 mulheres =


contrato assinado em cartório pelos 3 – Registro Civil de
Tupã/SP
EFEITOS PATRIMONIAIS
 Gera efeitos praticamente idênticos ao casamento

 Possibilidade de contrato de convivência – art. 1725,


CC. Escolha de regime de bens e demais estipulações.

 No silêncio: a lei escolhe! Incide o regime de comunhão


parcial de bens. Art. 1658 a 1666

 Regime de comunhão parcial: todos os bens


amealhados durante a união são considerados frutos
do esforço comum.
 Se a pessoa vive em união estável, ainda que adquira
um bem em nome próprio, não é seu titular exclusivo.

 Para efetuar negócio jurídico, necessária anuência do


parceiro (preserva-se a meação do parceiro).

 Exceções de incomunicabilidade: art. 1659, CC:


herança, doação.

 Para os que possuem mais de 70 anos e se unirem, não


há necessidade de separação obrigatória de bens como
no casamento.
CONTRATO DE CONVIVÊNCIA CONTRATO DE NAMORO

Motivo: confusão patrimonial em razão Realizado para assegurar a ausência de


da convivência ou busca de patrimônio comprometimento recíproco

Pode ser realizado a qualquer tempo Busca afirmar a incomunicabilidade do


(terá efeito retroativo) patrimônio
Podem ser delimitadas questões de A princípio, não tem nenhum valor!
ordem patrimonial e pessoal
Regulamentação sobre os reflexos da
relação
Escrito particular ou escritura pública
Pode ser registrado e averbado ou não

Deve haver manifestação bilateral de


vontade.
Não cria a união estável , mas é forte
indício de sua existência
POLIAMOR
RELAÇÕES POLIAFETIVAS
 Polifelicidade
 Todos cientes

=> CORÃO – livro sagrado islâmico (prevê: várias esposas)

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