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A Autora não tem como arcar com custas provenientes da presente demanda, visto que não
possui emprego, e, portanto, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família.
Neste trilhar, é inegável a sua aptidão a obter o benefício da gratuidade da justiça assegurado
no art. 98 do CPC, na Lei n° 1.060/50, e no artigo 5°, inciso LXXIV, da Constituição Federal.
Os cônjuges, ora litigantes, encontram-se casados desde o dia 17 de junho de 1.981, sob o
regime de comunhão parcial de bens, conforme se comprova pela certidão de casamento ora anexa
[ANEXOS PET INI5].
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Do enlace matrimonial resultaram [2] dois filhos - Donizete Batista da Silva e Moisés Batista
da Silva, todos maiores e capazes, conforme provam os documentos de identidade encartados em
anexo [ANEXOS PET INI6].
Registre-se que, a Autora veio a casar sem saber que o seu consorte já era casado.
Somente anos depois, a Requerente tomou conhecimento de que supostamente o Réu teria
outra esposa, e que, portanto, iria responder pelo crime de bigamia, porquanto já era casado
anteriormente com a pessoa de Maria dos Santos Gomes Silva.
Tomou conhecimento ainda que o Réu, para burlar o impedimento legal e se casar com a
Autora, teria feito novo registro de nascimento na cidade de Porto Nacional, inserindo dados novos,
adulterando o seu nome verdadeiro para ROSALVES TEIXEIRA DA SILVA, e, na posse dessa
documentação adulterada, promoveu os trâmites burocráticos e realizou o novo matrimônio com a
Autora, ainda estando casado com a pessoa de Maria dos Santos Gomes Silva.
Neste contexto, o Réu foi condenado pelo crime de bigamia, conforme Sentença já
transitada em julgado encartada em anexo [ANEXOS PET INI7].
Com efeito, após a descoberta destes acontecimentos, houve a separação de fato do casal.
Há, portanto, prova inconteste de fatos que conduzem à nulidade do casamento, à luz da
Legislação Substantiva Civil.
Sem sombra de dúvidas o quadro fático delineado nesta exordial, evidenciam afronta à
Legislação Substantiva Civil, fulminando de nulidade o casamento celebrado entre os litigantes.
É fato incontroverso que o Réu, quando casara com a Autora, já era casado civilmente com
uma outra mulher desde os idos de 1975.
No caso vertente, houve manifesta afronta a Legislação Substantiva Civil, no que tange aos
impedimentos do casamento, a teor do que prescreve o Artigo 1.521 do Código Civil, assim
reproduzido:
Art. 1521 - Não podem casar:
[ . . .]
VI - as pessoas casadas;
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Assim, o artigo 1.521 do Código Civil prevê o impedimento ao casamento na hipótese ora
narrada.
Por sua vez, o artigo 1.548 do Código Civil, aponta que o casamento será nulo por infringência
de impedimento, in verbis:
Art. 1.548 - É nulo o casamento contraído:
[...]
II - por infringência de impedimento.
Maria Berenice Dias, expondo linhas acerca do tema de nulidade em face da bigamia, leciona
que:
Nesta mesma ordem de raciocínio são as lições de Cristiano Chaves de Farias e Nelson
Rosenvald:
[...]
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Por este azo, temos que o ato jurídico em espécie é nulo de pleno de direito, já tendo
inclusive o Réu, respondido pelo crime de bigamia [Ação Penal n° 5000162-95.2010.8.27.2728].
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No caso da tutela de urgência, esta será concedida sempre que houver concomitantemente
a probabilidade do direito vindicado e o perigo de dano em razão da demora. In verbis:
In casu, resta claramente demonstrada a probabilidade do direito, haja vista que o Réu já foi
condenado pelo crime de bigamia, a teor do que consta nos autos da Ação Penal n° 5000162-
95.2010.8.27.2728, com trânsito em julgado, cuja sentença segue encartada em anexo [ANEXOS
PET INI7 citado].
Já no que toca ao periculum in mora, evidenciado, igualmente, está, eis que a Autora almeja
casar-se novamente o mais breve possível, porém, devido ao casamento nulo em estudo, encontra-se
impedida de realizar.
Neste contexto, a demora trará maiores sequelas à Autora, não bastasse pelo descobrimento de um
segundo casamento do Réu, mas pela impossibilidade de contrair novas núpcias em razão desta absurda
situação. Trata-se, pois, de uma dupla penalidade à mesma.
Por estas razões, atendidos os pressupostos da tutela de urgência, requer, desde já, a
concessão da tutela de urgência, nos termos do artigo 300 do CPC, de maneira inaudita altera pars,
declarando desde logo, a nulidade do casamento celebrado entre os ora litigantes, por infração aos ditames
do art. 1.521, inc. VI c/c art. 1.548, inc. II, ambos do Código Civil, expedindo-se, para tanto, o competente
mandado para averbar-se no assento de casamento junto ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais
de Novo Acordo/TO.
Na esteira dos fatos, fundamentos e provas colacionadas no corpo desta peça, REQUER a
Vossa Excelência:
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ora litigantes, por infração aos ditames do art. 1.521, inc. VI c/c
art. 1.548, inc. II, ambos do Código Civil, expedindo-se, para
tanto, o competente mandado para averbar-se no assento de
casamento junto ao Cartório de Registro Civil das Pessoas
Naturais de Novo Acordo/TO, com a ressalva de que o nome do
Réu, que consta na Certidão de Casamento é ROSALVES
TEIXEIRA DA SILVA, todavia o seu verdadeiro nome é ROSALVES
FERREIRA DA SILVA;
c) A citação do Requerido, por carta postal, para apresentar
contestação, sob pena de confissão e revelia;
d) Que seja a presente demanda julgada TOTALMENTE
PROCEDENTE, para manter a tutela de urgência que declarou a
nulidade do casamento celebrado entre os ora litigantes;
e) Requer, por fim, a condenação do Requerido ao pagamento de
eventuais custas, despesas processuais e honorários
advocatícios no importe de 20%.
Protesta, e desde já requer, corroborar o alegado por todos os meios de prova admitidos em
direito, sobretudo pela via documental, testemunhal e pericial, tudo com o fito de melhor elucidar
à Vossa Excelência os fatos esposados.
Nestes termos,