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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Organização Político-Administrativa
A Repú blica Federativa do Brasil é constituída por quatro tipos de entes federativos:
Uniã o, Estados, Distrito Federal e Municípios. É importantíssimo saber que todos esses
entes federativos sã o autô nomos. Ter autonomia significa possuir três atributos:
Alguns autores ainda falam em um quarto atributo, que seria a capacidade de auto-
legislaçã o. No entanto, estamos considerando que este atributo encontra-se inserido na
auto-organizaçã o.
A Constituiçã o Federal estabelece que Brasília é a Capital Federal. Você precisa tomar
muito cuidado com isso, porque as provas adoram tentar confundir o candidato afirmando
que a Capital Federal seria o Distrito Federal, mas isso está ERRADO! A Capital Federal é
Brasília.
Além dos quatro entes federativos, a Constituiçã o fala dos chamados Territó rios Federais.
No entanto, os Territó rios Federais NÃ O sã o entes federativos! Os Territó rios Federais
integram a Uniã o. Vamos ver o que diz o § 2º do art. 18 da Constituiçã o:
Observe também que o qualquer alteraçã o relativa a Territó rios Federais, como criaçã o,
transformaçã o em Estado ou reintegraçã o ao Estado do qual se originou deve ser tratada
em lei complementar.
UNIÃO
A Constituiçã o Federal atribui alguns bens à Uniã o. Esse tema eventualmente é cobrado
em provas de concursos. Vale a pena dar uma lida, mas nã o se preocupe em ficar
decorando cada um deles, já que o custo benefício de fazer isso é baixo.
Sã o bens da Uniã o:
4) as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceâ nicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
sede de Municípios, exceto aquelas á reas afetadas ao serviço pú blico e a unidade
ambiental federal, e as atribuídas aos Estados;
6) o mar territorial;
10) as cavidades naturais subterrâ neas e os sítios arqueoló gicos e pré-histó ricos;
A Constituiçã o Federal assegura, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a ó rgã os da administraçã o direta da Uniã o, participaçã o no
resultado da exploraçã o de petró leo ou gá s natural, de recursos hídricos para fins de
geraçã o de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo territó rio,
plataforma continental, mar territorial ou zona econô mica exclusiva, ou compensaçã o
financeira por essa exploraçã o.
Apesar de nã o ser considerada bem da Uniã o, a faixa de até cento e cinquenta quilô metros
de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do territó rio nacional, e sua ocupaçã o e utilizaçã o
serã o reguladas em lei.
b) Competências materiais comuns – sã o coisas que a Uniã o deve fazer, mas que os
demais entes federativos também devem fazer;
Apesar de este assunto ser bastante cobrado em provas, é possível perceber, ao analisar o
histó rico de questõ es, que as bancas examinadoras têm certas preferências, sendo
estratégico, portanto, que você conheça somente as competências mais exigidas pelas
provas de concursos, sem gastar espaço na sua memó ria com aquelas menos importantes.
Vamos começas pelas competências materiais exclusivas da Uniã o, que estã o no art. 21 da
Constituiçã o Federal. Lembre-se que competência material está relacionada com
atribuiçã o para fazer alguma coisa, enquanto a competência legislativa está relacionada
com atribuiçã o para editar leis sobre determinada matéria. Apenas lembrando, nó s
usaremos as estatísticas a nosso favor e focaremos o estudo naquelas que sã o exigidas de
forma recorrente nas provas. Todas as competências serã o citadas, mas você deve prestar
atençã o à s que estã o em destaque (se você nã o tiver muito tempo livre até a prova, leia
somente estas)!
Art. 21. Compete (exclusivamente) à União:
a) toda atividade nuclear em territó rio nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovaçã o do Congresso Nacional;
Observe que todas essas competências materiais exclusivas da Uniã o possuem uma
amplitude enorme, dizendo respeito a temas de grande importâ ncia para o País. Perceber
isso ajuda muito a encontra-las na hora da prova.
O inciso I do art. 22 é um dos mais cobrados nas provas de tribunais! A dica aqui é usar o
mnemô nico “CAPACETE PM”, formado pela primeira letra de cada um dos direitos, para
decorar. Uma outra dica interessante será dada logo mais, quando tratarmos das
competências legislativas concorrentes.
II - desapropriação;
V - serviço postal;
XI - trânsito e transporte;
Sempre que aparecer a palavra sistema, a competência é da Uniã o! Essa dica pode te
ajudar na hora da prova.
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviá ria e ferroviá ria
federais;
Agora que vimos as competências da Uniã o, vamos passar para as competências atribuídas
nã o somente à Uniã o, mas também aos demais entes federativos. Começaremos com a
competência material comum da Uniã o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Lembre-se que competência material está relacionada com atribuiçã o de fazer alguma
coisa.
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histó rico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notá veis e os sítios arqueoló gicos;
Entã o, com relaçã o à s competências materiais comuns, você precisa se preocupar mesmo
com os incisos XI e XII, já que sã o os ú nicos que podem lhe confundir na hora da prova.
Por fim, passemos agora à s competências legislativas concorrentes, atribuídas pela
Constituiçã o à Uniã o, aos Estados e ao Distrito Federal. ATENÇÃ O: apesar de o texto
constitucional nã o incluir os Municípios expressamente, entende-se, por conta do art. 30,
II, que eles também possuem competência legislativa concorrente suplementar.
O inciso I é, sem dú vidas, o mais cobrado do art. 24. Para nã o esquecer quais sã o os
direitos abrangidos pela competência legislativa concorrente, você pode usar o
mnemô nico “PUTO FE”, formado pelas iniciais de cada um deles.
Outra dica que pode ser ú til é você decorar apenas os direitos da competência legislativa
concorrente e encontrar os direitos da competência legislativa privativa da Uniã o por
exclusã o, já que aqui temos apenas cinco ramos do direito, enquanto lá no art. 22 tínhamos
dez direitos.
II - orçamento;
V - produção e consumo;
Tome muito cuidado com esse inciso XI. A Uniã o tem competência privativa para legislar
sobre direito processual. No entanto, a competência para legislar sobre procedimentos em
matéria processual é concorrente da Uniã o, dos Estados e do Distrito Federal (lembrando
que os Municípios também possuem competência suplementar, por conta do art. 30, II).
Logo, podemos afirmar que a competência da Uniã o para legislar sobre normas gerais nã o
exclui a competência suplementar dos Estados.
E se a Uniã o nã o elaborar lei que estabeleça normas gerais sobre essas matérias?
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerã o a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
Se sobrevier uma lei da Uniã o estabelecendo normas gerais, a lei estadual terá sua eficácia
suspensa no que conflitar com a norma federal. Em outras palavras, a superveniência de
lei federal sobre normas gerais suspende a eficá cia da lei estadual, no que lhe for contrá ria.
As competências trazidas pela Constituiçã o Federal nã o podem ser alteradas por leis, nem
mesmo por leis complementares. No entanto, uma Emenda Constituiçã o é capaz de alterá -
las, já que nã o se trata de clá usulas pétreas.
Estados
Os Estados sã o organizados e regidos pelas Constituiçõ es e leis que adotarem, sendo que
estas devem sempre observar os princípios da Constituiçã o Federal de 1988.
A doutrina costuma dizer que o Estado possui competência residual. Isso ocorre porque a
Constituiçã o Federal assevera que sã o reservadas ao Estado todas as competências que
nã o lhe sejam vedadas. Logo, o Estado fica com as competências que sobram.
No entanto, a pró pria constituiçã o, além das competências materiais comuns e das
competências legislativas concorrentes, traz duas atribuiçõ es expressas dos Estados que
sã o muito cobradas em provas de concursos:
A Constituiçã o Federal elenca, no art. 26, os bens atribuídos aos Estados. Assim como os
bens da Uniã o, este nã o é um tema muito recorrente em provas de concursos. Vale a pena
dar uma lida, mas sem se preocupar em ficar decorando.
2) as á reas, nas ilhas oceâ nicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da Uniã o, Municípios ou terceiros (lembre-se que as ilhas
oceâ nicas e costeiras da Uniã o sã o aquelas que nã o sejam dos Estados, que nã o
sejam dos Municípios e que nã o estejam em á reas afetadas ao serviço pú blico e a
unidade ambiental federal);
De acordo com a Constituiçã o Federal, o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razã o de, no má ximo, setenta e cinco por
cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.
Observe que a iniciativa do projeto de lei que fixa o subsídio dos Deputados Estaduais é da
pró pria Assembleia Legislativa. Além disso, é importante notar que o teto (valor má ximo)
do subsídio dos Deputados Estaduais é 75% do valor estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais.
O primeiro turno da eleiçã o do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato
de quatro anos, será realizado no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao do
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1º de janeiro do ano
subsequente. Já o segundo turno, caso nenhum dos candidatos obtenha maioria absoluta
dos votos vá lidos no primeiro turno, será realizado no ú ltimo domingo de outubro, na
mesma ocasiã o.
Município
O Município é regido por lei orgâ nica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará , atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituiçã o, na Constituiçã o do
respectivo Estado e os alguns preceitos sobre os quais falaremos em seguida.
É importante chamar sua atençã o para duas coisas com relaçã o ao Município.
Em segundo lugar, para que a lei orgâ nica seja aprovada, ela deve ser votada em dois
turnos, com intervalo mínimo de dez dias entre eles, mediante voto favorá vel de dois
terços dos membros da Câmara Municipal.
Ainda com relaçã o a isso, temos que saber também que os subsídios do Prefeito, do Vice-
Prefeito e dos Secretá rios Municipais sã o fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal.
O subsídio dos Vereadores também será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em
cada legislatura para a subsequente. De forma semelhante ao que acabamos de ver,
também há um valor má ximo do subsídio dos Vereadores conforme o nú mero de
habitantes. Vejamos a tabela a seguir (essa é bem mais fá cil):
Nã o bastassem todas essas regras, a Constituiçã o Federal determina que o total da despesa
com a remuneraçã o dos Vereadores nã o poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por
cento) da receita do Município.
Ainda sobre os Vereadores, vale lembrar que eles possuem a chamada imunidade material,
que nada mais é do que a inviolabilidade por suas opiniõ es, palavras e votos no exercício
do mandato. No entanto, ao contrá rio dos Deputados Federais e Senadores, como
estudaremos no Capítulo do Poder Legislativo, a imunidade material dos Vereadores se
aplica apenas na circunscriçã o do Município.
Outro tó pico relevante diz respeito à possibilidade de iniciativa popular nos Municípios.
Conforme a Constituiçã o Federal, a iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, deve ser feita através de manifestaçã o de,
pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado.
Recomendo a leitura apenas se você nã o estiver com o tempo curto, já que a chance desse
tema cair na sua prova nã o é muito elevada.
A Constituiçã o Federal de 1988 determina que a Câ mara Municipal nã o pode gastar mais
do que setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores. O desrespeito a essa disposiçã o constitui crime de
responsabilidade do Presidente da Câ mara Municipal.
III – se enviar repasse menor do que a proporçã o fixada na Lei Orçamentá ria.
Veremos agora as competências atribuídas aos municípios. A melhor dica, neste ponto, é
chamar sua atençã o para o fato de que todas as competências municipais dizem respeito a
questõ es de interesse do pró prio município, razã o pela qual nã o seria razoá vel que fossem
atribuídas aos demais entes federativos.
Por fim, é essencial chamar sua atençã o para um detalhe: os Municípios NÃ O possuem
Poder Judiciá rio pró prio. Exatamente! Os Municípios têm apenas Poder Executivo e Poder
Legislativo. Nã o existe uma justiça municipal.
Distrito Federal
Vamos estudar agora o Distrito Federal. Aproveito, desde já , pra lembrar que a Capital
Federal é Brasília. Nã o vá confundir e achar que é o Distrito Federal, porque isso está
errado!
O Distrito Federal assim como os Municípios é regido por lei orgâ nica. A lei orgâ nica deve
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias entre eles, e aprovada por dois
terços da Câ mara Legislativa, que a promulgará , atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituiçã o.
Os autores costumam dizer que o Distrito federal é um híbrido entre Estado e Município.
Isso ocorre porque, de acordo com a Constituiçã o, ao Distrito Federal sã o atribuídas as
competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios.
Ou seja, o Distrito Federal possui todas as atribuiçõ es conferidas pela Constituiçã o aos
Estados e aos Municípios, mas nã o é Estado nem Município.
Com relaçã o aos cargos eletivos, o Distrito Federal se aproxima mais dos Estados, já que
sã o eleitos Governador, Vice-Governador e Deputados Distritais (nã o há Prefeito, nem
Vereadores).
Intervenção
Primeiramente, vamos ver a chamada intervençã o federal, que ocorre quando a Uniã o
intervém em Estado ou no Distrito Federal. A Uniã o, em regra, nã o intervirá nos Estados
nem no Distrito Federal, exceto em hipó teses taxativamente previstas pela Constituiçã o,
sendo que as mais importantes sã o as seguintes:
para prover a execuçã o de lei federal, ordem ou decisã o judicial – nessas hipó teses,
também é cabível a intervençã o federal;
c) autonomia municipal;
É possível ainda que o Estado intervenha nos seus Municípios ou que a Uniã o intervenha
nos Municípios localizados em Territó rio Federal, também em hipó teses taxativamente
previstas na Constituiçã o. Observe que a Uniã o NÃ O pode intervir em Município de Estado,
mas somente em Municípios de Territó rios Federais.
quando deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos,
a dívida fundada;