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DIREITO CONSTITUCIONAL – CAPÍTULO 05

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Organização Político-Administrativa

A Repú blica Federativa do Brasil é constituída por quatro tipos de entes federativos:
Uniã o, Estados, Distrito Federal e Municípios. É importantíssimo saber que todos esses
entes federativos sã o autô nomos. Ter autonomia significa possuir três atributos:

 Autogoverno – escolhem os seus governantes independentemente das demais


unidades;
 Auto-organizaçã o – instituem suas pró prias Constituiçõ es e leis;
 Autoadministraçã o – sã o responsá veis por tomar suas pró prias decisõ es e por
gerir o pró prio patrimô nio.

Alguns autores ainda falam em um quarto atributo, que seria a capacidade de auto-
legislaçã o. No entanto, estamos considerando que este atributo encontra-se inserido na
auto-organizaçã o.

É muito importante que você nã o confunda autonomia com soberania. Os entes


federativos (Uniã o, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem autonomia, mas nã o
soberania (nem mesmo a Uniã o)! Apenas a Repú blica Federativa do Brasil, que seria o
nosso país como um todo, possui o atributo da soberania.

A Constituiçã o Federal estabelece que Brasília é a Capital Federal. Você precisa tomar
muito cuidado com isso, porque as provas adoram tentar confundir o candidato afirmando
que a Capital Federal seria o Distrito Federal, mas isso está ERRADO! A Capital Federal é
Brasília.

Além dos quatro entes federativos, a Constituiçã o fala dos chamados Territó rios Federais.
No entanto, os Territó rios Federais NÃ O sã o entes federativos! Os Territó rios Federais
integram a Uniã o. Vamos ver o que diz o § 2º do art. 18 da Constituiçã o:

§ 2º Os Territó rios Federais integram a Uniã o, e sua criaçã o, transformaçã o em


Estado ou reintegraçã o ao Estado de origem serã o reguladas em lei complementar.

Observe também que o qualquer alteraçã o relativa a Territó rios Federais, como criaçã o,
transformaçã o em Estado ou reintegraçã o ao Estado do qual se originou deve ser tratada
em lei complementar.

Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territó rios Federais. Para que isso
ocorra, a Constituiçã o Federal exige dois requisitos:

 aprovaçã o da populaçã o diretamente interessada, através de plebiscito; e


 aprovaçã o do Congresso Nacional, por lei complementar.

FALAR DE CISÃO, FUSÃO, DESMEMBRAMENTO formação, anexação, ETC.

Por outro lado, a criaçã o, a incorporaçã o, a fusã o e o desmembramento de Municípios


possuem requisitos diferenciados, que sã o os seguintes:

 divulgaçã o de Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na


forma da lei;
 consulta prévia à populaçã o dos Municípios envolvidos, através de plebiscito;
 devem ser feitos por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal;

Gostaria de aproveitar a oportunidade para lembrar que, de acordo com o art. 1º da


Constituiçã o Federal, o pacto federativo é indissolú vel. Assim, nã o é dado aos entes da
federaçã o o direito de secessã o, que seria a possibilidade de se separar do Brasil e formar
um País apartado. Tenha sempre em mente que isso nã o é possível!

No que se refere à organizaçã o político-administrativa, a Constituiçã o estabelece três


vedaçõ es aos entes federativos. É vedado à Uniã o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

 estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná -los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaçõ es de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboraçã o de interesse
pú blico;

 recusar fé aos documentos pú blicos;

 criar distinçõ es entre brasileiros ou preferências entre si.

UNIÃO

A Constituiçã o Federal atribui alguns bens à Uniã o. Esse tema eventualmente é cobrado
em provas de concursos. Vale a pena dar uma lida, mas nã o se preocupe em ficar
decorando cada um deles, já que o custo benefício de fazer isso é baixo.

Sã o bens da Uniã o:

1) os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

2) as terras devolutas indispensá veis à defesa das fronteiras, das fortificaçõ es e


construçõ es militares, das vias federais de comunicaçã o e à preservaçã o ambiental,
definidas em lei;

3) os lagos, rios e quaisquer correntes de á gua em terrenos de seu domínio, ou que


banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
territó rio estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as
praias fluviais;

4) as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceâ nicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
sede de Municípios, exceto aquelas á reas afetadas ao serviço pú blico e a unidade
ambiental federal, e as atribuídas aos Estados;

5) os recursos naturais da plataforma continental e da zona econô mica exclusiva;

6) o mar territorial;

7) os terrenos de marinha e seus acrescidos;

8) os potenciais de energia hidrá ulica;


9) os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

10) as cavidades naturais subterrâ neas e os sítios arqueoló gicos e pré-histó ricos;

11) as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

DICA: As provas nã o costumam inventar bens que nã o estejam previstos na Constituiçã o


Federal. Sendo assim, o melhor a fazer é tentar memorizar os bens dos Estados e saber que
o restante provavelmente será da Uniã o.

A Constituiçã o Federal assegura, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a ó rgã os da administraçã o direta da Uniã o, participaçã o no
resultado da exploraçã o de petró leo ou gá s natural, de recursos hídricos para fins de
geraçã o de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo territó rio,
plataforma continental, mar territorial ou zona econô mica exclusiva, ou compensaçã o
financeira por essa exploraçã o.

Apesar de nã o ser considerada bem da Uniã o, a faixa de até cento e cinquenta quilô metros
de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do territó rio nacional, e sua ocupaçã o e utilizaçã o
serã o reguladas em lei.

Na Constituiçã o Federal, podemos encontrar diversas competências que foram atribuídas


à Uniã o. Para que você possa se situar, podemos classificar essas competências em quatro
tipos:

a) Competências materiais exclusivas da Uniã o – sã o coisas que somente a Uniã o


deve fazer;

b) Competências materiais comuns – sã o coisas que a Uniã o deve fazer, mas que os
demais entes federativos também devem fazer;

c) Competências legislativas privativas da Uniã o – sã o assuntos sobre os quais, em


regra, somente a Uniã o pode legislar;

d) Competências legislativas concorrentes – sã o assuntos acerca do quais a Uniã o


deve estabelecer regras gerais, mas sobre os quais os demais entes também podem
tratar.

Apesar de este assunto ser bastante cobrado em provas, é possível perceber, ao analisar o
histó rico de questõ es, que as bancas examinadoras têm certas preferências, sendo
estratégico, portanto, que você conheça somente as competências mais exigidas pelas
provas de concursos, sem gastar espaço na sua memó ria com aquelas menos importantes.

Vamos começas pelas competências materiais exclusivas da Uniã o, que estã o no art. 21 da
Constituiçã o Federal. Lembre-se que competência material está relacionada com
atribuiçã o para fazer alguma coisa, enquanto a competência legislativa está relacionada
com atribuiçã o para editar leis sobre determinada matéria. Apenas lembrando, nó s
usaremos as estatísticas a nosso favor e focaremos o estudo naquelas que sã o exigidas de
forma recorrente nas provas. Todas as competências serã o citadas, mas você deve prestar
atençã o à s que estã o em destaque (se você nã o tiver muito tempo livre até a prova, leia
somente estas)!
Art. 21. Compete (exclusivamente) à União:

I - manter relaçõ es com Estados estrangeiros e participar de organizaçõ es


internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras


transitem pelo territó rio nacional ou nele permaneçam temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervençã o federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produçã o e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operaçõ es de


natureza financeira, especialmente as de crédito, câ mbio e capitalizaçã o, bem como
as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenaçã o do territó rio e


de desenvolvimento econô mico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão,


os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais;

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento


energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam
os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegaçã o aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuá ria;

d) os serviços de transporte ferroviá rio e aquaviá rio entre portos brasileiros e


fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Territó rio;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de


passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito


Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência
financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e


cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de


programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades


públicas, especialmente as secas e as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e


definir critérios de outorga de direitos de seu uso;

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,


saneamento básico e transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viaçã o;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuá ria e de fronteiras;

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e


exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condiçõ es:

a) toda atividade nuclear em territó rio nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovaçã o do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissã o, sã o autorizadas a comercializaçã o e a utilizaçã o de


radioisó topos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissã o, sã o autorizadas a produçã o, comercializaçã o e


utilizaçã o de radioisó topos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as á reas e as condiçõ es para o exercício da atividade de


garimpagem, em forma associativa.

Observe que todas essas competências materiais exclusivas da Uniã o possuem uma
amplitude enorme, dizendo respeito a temas de grande importâ ncia para o País. Perceber
isso ajuda muito a encontra-las na hora da prova.

Passemos agora à s competências legislativas privativas da Uniã o. Lembre-se que


competência legislativa está relacionada com atribuiçã o para editar leis sobre
determinada matéria. Da mesma forma, você verá que as competências cobradas com
maior frequência pelas provas de concursos estarã o em destaque. Isso tem o objetivo de
nã o gastar o seu tempo e a sua memó ria com coisas que têm pouca chance de aparecer na
prova. Mais uma vez, se você estiver sem tempo, leia apenas as competências que estã o
destacadas.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho;

O inciso I do art. 22 é um dos mais cobrados nas provas de tribunais! A dica aqui é usar o
mnemô nico “CAPACETE PM”, formado pela primeira letra de cada um dos direitos, para
decorar. Uma outra dica interessante será dada logo mais, quando tratarmos das
competências legislativas concorrentes.

II - desapropriação;

III - requisiçõ es civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de


guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetá rio e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegaçã o lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalizaçã o;

XIV - populaçõ es indígenas;

XV - emigraçã o e imigraçã o, entrada, extradiçã o e expulsã o de estrangeiros;

XVI - organizaçã o do sistema nacional de emprego e condiçõ es para o exercício de


profissõ es;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos


Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;


XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

Sempre que aparecer a palavra sistema, a competência é da Uniã o! Essa dica pode te
ajudar na hora da prova.

Com relaçã o especificamente aos sistemas de consó rcios e sorteios, é altamente


recomendado conhecer a Súmula Vinculante nº 2 do STF, bastante cobrada em provas
de tribunais, que diz o seguinte: “É inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou
Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e
loterias”.

XXI - normas gerais de organizaçã o, efetivos, material bélico, garantias, convocaçã o


e mobilizaçã o das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviá ria e ferroviá ria
federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educaçã o nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,


para as administraçõ es pú blicas diretas, autá rquicas e fundacionais da Uniã o,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para
as empresas pú blicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilizaçã o nacional;

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar


sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

A Uniã o, mediante LEI COMPLEMENTAR, pode autorizar os Estados (e o Distrito Federal


também, apesar de a Constituiçã o nã o falar nada, mas os Municípios nã o) a legislar sobre
questõ es específicas relacionadas à s matérias de sua competência legislativa privativa. Sã o
três os requisitos para a autorizaçã o

 Deve ser por Lei Complementar;


 Deve ser genérica para todos os Estados e Distrito Federal (nã o abrange os
Municípios);
 Deve ser para questõ es específicas.

Agora que vimos as competências da Uniã o, vamos passar para as competências atribuídas
nã o somente à Uniã o, mas também aos demais entes federativos. Começaremos com a
competência material comum da Uniã o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Lembre-se que competência material está relacionada com atribuiçã o de fazer alguma
coisa.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas


e conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saú de e assistência pú blica, da proteçã o e garantia das pessoas


portadoras de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histó rico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notá veis e os sítios arqueoló gicos;

IV - impedir a evasã o, a destruiçã o e a descaracterizaçã o de obras de arte e de


outros bens de valor histó rico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à


tecnologia, à pesquisa e à inovação;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas


formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento


alimentar;

IX - promover programas de construçã o de moradias e a melhoria das condiçõ es


habitacionais e de saneamento bá sico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,


promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do


trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação


entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista
o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Preste muita atençã o aqui! Se você observar, os incisos I a X tratam de questõ es de


interesse geral, que, embora sejam importantes, nã o podem e nem devem estar restritas à
Uniã o. Por exemplo, todos os entes devem proteger o meio ambiente! Isso é mais do que
ó bvio.

Entã o, com relaçã o à s competências materiais comuns, você precisa se preocupar mesmo
com os incisos XI e XII, já que sã o os ú nicos que podem lhe confundir na hora da prova.
Por fim, passemos agora à s competências legislativas concorrentes, atribuídas pela
Constituiçã o à Uniã o, aos Estados e ao Distrito Federal. ATENÇÃ O: apesar de o texto
constitucional nã o incluir os Municípios expressamente, entende-se, por conta do art. 30,
II, que eles também possuem competência legislativa concorrente suplementar.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

O inciso I é, sem dú vidas, o mais cobrado do art. 24. Para nã o esquecer quais sã o os
direitos abrangidos pela competência legislativa concorrente, você pode usar o
mnemô nico “PUTO FE”, formado pelas iniciais de cada um deles.

Outra dica que pode ser ú til é você decorar apenas os direitos da competência legislativa
concorrente e encontrar os direitos da competência legislativa privativa da Uniã o por
exclusã o, já que aqui temos apenas cinco ramos do direito, enquanto lá no art. 22 tínhamos
dez direitos.

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e


dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e


paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e


direitos de valor artístico, estético, histó rico, turístico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,


desenvolvimento e inovação;

X - criaçã o, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;

Tome muito cuidado com esse inciso XI. A Uniã o tem competência privativa para legislar
sobre direito processual. No entanto, a competência para legislar sobre procedimentos em
matéria processual é concorrente da Uniã o, dos Estados e do Distrito Federal (lembrando
que os Municípios também possuem competência suplementar, por conta do art. 30, II).

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e Defensoria pú blica;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;


XV - proteção à infância e à juventude;

XVI - organizaçã o, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

É muito importante saber que, no âmbito da legislaçã o concorrente, a competência da


Uniã o limita-se ao estabelecimento de normas gerais. A disciplina de questõ es específicas
fica a cargo de cada ente federativo.

Logo, podemos afirmar que a competência da Uniã o para legislar sobre normas gerais nã o
exclui a competência suplementar dos Estados.

E se a Uniã o nã o elaborar lei que estabeleça normas gerais sobre essas matérias?
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerã o a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

Se sobrevier uma lei da Uniã o estabelecendo normas gerais, a lei estadual terá sua eficácia
suspensa no que conflitar com a norma federal. Em outras palavras, a superveniência de
lei federal sobre normas gerais suspende a eficá cia da lei estadual, no que lhe for contrá ria.

As competências trazidas pela Constituiçã o Federal nã o podem ser alteradas por leis, nem
mesmo por leis complementares. No entanto, uma Emenda Constituiçã o é capaz de alterá -
las, já que nã o se trata de clá usulas pétreas.

Estados

Os Estados sã o organizados e regidos pelas Constituiçõ es e leis que adotarem, sendo que
estas devem sempre observar os princípios da Constituiçã o Federal de 1988.

A doutrina costuma dizer que o Estado possui competência residual. Isso ocorre porque a
Constituiçã o Federal assevera que sã o reservadas ao Estado todas as competências que
nã o lhe sejam vedadas. Logo, o Estado fica com as competências que sobram.

No entanto, a pró pria constituiçã o, além das competências materiais comuns e das
competências legislativas concorrentes, traz duas atribuiçõ es expressas dos Estados que
sã o muito cobradas em provas de concursos:

 Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessã o, os serviços locais


de gá s canalizado, na forma da lei, vedada a ediçã o de medida provisó ria para a sua
regulamentaçã o;

É importante observar que a exploraçã o dos serviços locais de gá s canalizado pelos


Estados pode ser feita diretamente ou mediante concessã o. Além disso, essa exploraçã o
deve ser feita na forma da lei, sendo vedada ediçã o de medida provisó ria para a sua
regulamentaçã o. Ou seja, a medida provisó ria, apesar de ser um instrumento normativo
com força de lei, nã o pode ser utilizada para regulamentar a exploraçã o dos serviços de
gá s canalizado pelos Estados.

 Os Estados poderã o, mediante lei complementar, instituir regiõ es metropolitanas,


aglomeraçõ es urbanas e microrregiõ es, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organizaçã o, o planejamento e a execuçã o de
funçõ es pú blicas de interesse comum;
Perceba que a Constituiçã o permite expressamente aos Estados instituir regiõ es
metropolitanas, aglomeraçõ es urbanas e microrregiõ es, mas exige que isso seja feito
mediante lei complementar.

A Constituiçã o Federal elenca, no art. 26, os bens atribuídos aos Estados. Assim como os
bens da Uniã o, este nã o é um tema muito recorrente em provas de concursos. Vale a pena
dar uma lida, mas sem se preocupar em ficar decorando.

Incluem-se entre os bens dos Estados:

1) as á guas superficiais ou subterrâ neas, fluentes, emergentes e em depó sito,


ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da Uniã o;

2) as á reas, nas ilhas oceâ nicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da Uniã o, Municípios ou terceiros (lembre-se que as ilhas
oceâ nicas e costeiras da Uniã o sã o aquelas que nã o sejam dos Estados, que nã o
sejam dos Municípios e que nã o estejam em á reas afetadas ao serviço pú blico e a
unidade ambiental federal);

3) as ilhas fluviais e lacustres nã o pertencentes à Uniã o (você precisa lembrar que as


ilhas fluviais e lacustres da Uniã o sã o aquelas que ficam nas zonas limítrofes com
outros países);

4) as terras devolutas nã o compreendidas entre as da Uniã o (você precisa lembrar


que as terras devolutas da Uniã o sã o aquelas consideradas indispensá veis à defesa
das fronteiras, das fortificaçõ es e construçõ es militares, das vias federais de
comunicaçã o e à preservaçã o ambiental).

DICA: As provas nã o costumam inventar bens que nã o estejam previstos na Constituiçã o


Federal. Sendo assim, o melhor a fazer é tentar memorizar os bens dos Estados e saber que
o restante provavelmente será da Uniã o.

O nú mero de Deputados Estaduais que compõ em a Assembleia Legislativa de cada Estado


corresponderá ao triplo da representaçã o do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido
o nú mero de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais
acima de doze. Ou seja, se um Estado tem quinze Deputados Federais na Câmara dos
Deputados, por exemplo, o nú mero de Deputados Estaduais será igual a trinta e nove.
Vamos fazer a conta para você entender melhor:

Nº de Deputados Federais (até o limite de 12) x 3 + nº de deputados acima de 12

No nosso exemplo, tínhamos 15 Deputados Federais. Entã o, teremos 12 x 3 = 36. O que


passar de 12, a gente soma diretamente, sem multiplicar. Como temos 15 deputados, o
que passa de 12 sã o 3. Assim, temos 36 + 3 = 39.

De acordo com a Constituiçã o Federal, o subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razã o de, no má ximo, setenta e cinco por
cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais.

Observe que a iniciativa do projeto de lei que fixa o subsídio dos Deputados Estaduais é da
pró pria Assembleia Legislativa. Além disso, é importante notar que o teto (valor má ximo)
do subsídio dos Deputados Estaduais é 75% do valor estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais.
O primeiro turno da eleiçã o do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato
de quatro anos, será realizado no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao do
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1º de janeiro do ano
subsequente. Já o segundo turno, caso nenhum dos candidatos obtenha maioria absoluta
dos votos vá lidos no primeiro turno, será realizado no ú ltimo domingo de outubro, na
mesma ocasiã o.

Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretá rios de Estado também


serã o fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa.

Município

O Município é regido por lei orgâ nica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará , atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituiçã o, na Constituiçã o do
respectivo Estado e os alguns preceitos sobre os quais falaremos em seguida.

É importante chamar sua atençã o para duas coisas com relaçã o ao Município.

Em primeiro lugar, nã o existe uma Constituiçã o Municipal. Os Municípios sã o regidos por


lei orgâ nica. Tome muito cuidado com isso!

Em segundo lugar, para que a lei orgâ nica seja aprovada, ela deve ser votada em dois
turnos, com intervalo mínimo de dez dias entre eles, mediante voto favorá vel de dois
terços dos membros da Câmara Municipal.

A eleiçã o do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,


deve ser realizada mediante pleito direto e simultâ neo em todo o País. Isso quer dizer que
todos os municípios devem realizar suas eleiçõ es concomitantemente.

No caso da eleiçã o do Prefeito e do Vice-Prefeito, esta deve ser realizada no primeiro


domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder. Nos
municípios com menos de 200 mil eleitores, nã o haverá segundo turno. Somente haverá
segundo turno nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

A posse do Prefeito e do Vice-Prefeito acontece no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao


da eleiçã o.

Ainda com relaçã o a isso, temos que saber também que os subsídios do Prefeito, do Vice-
Prefeito e dos Secretá rios Municipais sã o fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal.

A Constituiçã o Federal estabelece um nú mero má ximo de Vereadores de acordo com a


populaçã o do Município. Vamos ver essa regra em forma de tabela, mas nã o se preocupe
em decorá -la:

DICA Nº DE VEREADORES POPULAÇÃO DICA (x1000)


- 9 Até 15.000 -
+2 11 Mais de 15.000 a 30.000 +15
+2 13 Mais de 30.000 a 50.000 +20
+2 15 Mais de 50.000 a 80.000 +30
+2 17 Mais de 80.000 a 120.000 +40
+2 19 Mais de 120.000 a 160.000 +40
+2 21 Mais de 160.000 a 300.000 +140
+2 23 Mais de 300.000 a 450.000 +150
+2 25 Mais de 450.000 a 600.000 +150
+2 27 Mais de 600.000 a 750.000 +150
+2 29 Mais de 750.000 a 900.000 +150
+2 31 Mais de 900.000 a 1.050.000 +150
+2 33 Mais de 1.050.000 a 1.200.000 +150
+2 35 Mais de 1.200.000 a 1.350.000 +150
+2 37 Mais de 1.350.000 a 1.500.000 +150
+2 39 Mais de 1.500.000 a 1.800.000 +300
+2 41 Mais de 1.800.000 a 2.400.000 +600
+2 43 Mais de 2.400.000 a 3.000.000 +600
+2 45 Mais de 3.000.000 a 4.000.000 +1000
+2 47 Mais de 4.000.000 a 5.000.000 +1000
+2 49 Mais de 5.000.000 a 6.000.000 +1000
+2 51 Mais de 6.000.000 a 7.000.000 +1000
+2 53 Mais de 7.000.000 a 8.000.000 +1000
+2 55 Mais de 8.000.000 -

Observe que o nú mero de vereadores começa em 9 e termina em 55, aumentando SEMPRE


de 2 em 2. No entanto, o nú mero de habitantes nã o segue uma ló gica. Apesar de ser um
tema de certa forma recorrente em provas de concursos, o custo benefício de tentar
decorar essa tabela é muito baixo. A dica é prestar atençã o nas três primeiras e nas três
ú ltimas hipó teses, já que essas sã o as mais cobradas pelas provas.

O subsídio dos Vereadores também será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em
cada legislatura para a subsequente. De forma semelhante ao que acabamos de ver,
também há um valor má ximo do subsídio dos Vereadores conforme o nú mero de
habitantes. Vejamos a tabela a seguir (essa é bem mais fá cil):

DICA SUBSÍDIO MÁXIMO POPULAÇÃO DICA


- 20% dos Deputados Estaduais Até 10.000 -
+10 30% dos Deputados Estaduais Mais de 10.000 até 50.000 +40
+10 40% dos Deputados Estaduais Mais de 50.000 até 100.000 +50
+10 50% dos Deputados Estaduais Mais de 100.000 até 300.000 +200
+10 60% dos Deputados Estaduais Mais de 300.000 até 500.000 +200
+15 75% dos Deputados Estaduais Mais de 500.000 -

Perceba que o percentual do subsídio começa em 20% e aumenta sempre de 10% em


10%, exceto quando passa de 60% para 75%, que é o má ximo, onde aumenta em 15%.
Aqui também nã o existe uma ló gica quanto a nú mero de habitantes, o que dificulta a
memorizaçã o. Creio que vale a pena dar uma olhada, atentando para a primeira e a ú ltima
hipó tese da tabela.

Nã o bastassem todas essas regras, a Constituiçã o Federal determina que o total da despesa
com a remuneraçã o dos Vereadores nã o poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por
cento) da receita do Município.

Ainda sobre os Vereadores, vale lembrar que eles possuem a chamada imunidade material,
que nada mais é do que a inviolabilidade por suas opiniõ es, palavras e votos no exercício
do mandato. No entanto, ao contrá rio dos Deputados Federais e Senadores, como
estudaremos no Capítulo do Poder Legislativo, a imunidade material dos Vereadores se
aplica apenas na circunscriçã o do Município.

Outro tó pico relevante diz respeito à possibilidade de iniciativa popular nos Municípios.
Conforme a Constituiçã o Federal, a iniciativa popular de projetos de lei de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros, deve ser feita através de manifestaçã o de,
pelo menos, 5% (cinco por cento) do eleitorado.

Crimes de Responsabilidade em âmbito municipal

Recomendo a leitura apenas se você nã o estiver com o tempo curto, já que a chance desse
tema cair na sua prova nã o é muito elevada.

A Constituiçã o Federal de 1988 determina que a Câ mara Municipal nã o pode gastar mais
do que setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores. O desrespeito a essa disposiçã o constitui crime de
responsabilidade do Presidente da Câ mara Municipal.

Além disso, o Prefeito Municipal também poderá incorrer em crime de responsabilidade,


nas seguintes hipó teses:

I – se efetuar repasse que supere os limites definidos pela Constituiçã o Federal;

II – se nã o enviar o repasse devido até o dia vinte de cada mês;

III – se enviar repasse menor do que a proporçã o fixada na Lei Orçamentá ria.

Veremos agora as competências atribuídas aos municípios. A melhor dica, neste ponto, é
chamar sua atençã o para o fato de que todas as competências municipais dizem respeito a
questõ es de interesse do pró prio município, razã o pela qual nã o seria razoá vel que fossem
atribuídas aos demais entes federativos.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar


suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislaçã o estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação infantil e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperaçã o técnica e financeira da Uniã o e do Estado, serviços


de atendimento à saú de da populaçã o;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano;

IX - promover a proteçã o do patrimô nio histó rico-cultural local, observada a


legislaçã o e a açã o fiscalizadora federal e estadual.

Por fim, é essencial chamar sua atençã o para um detalhe: os Municípios NÃ O possuem
Poder Judiciá rio pró prio. Exatamente! Os Municípios têm apenas Poder Executivo e Poder
Legislativo. Nã o existe uma justiça municipal.

Distrito Federal

Vamos estudar agora o Distrito Federal. Aproveito, desde já , pra lembrar que a Capital
Federal é Brasília. Nã o vá confundir e achar que é o Distrito Federal, porque isso está
errado!

O Distrito Federal assim como os Municípios é regido por lei orgâ nica. A lei orgâ nica deve
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias entre eles, e aprovada por dois
terços da Câ mara Legislativa, que a promulgará , atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituiçã o.

É extremamente importante saber que o Distrito Federal NÃ O pode ser dividido em


Municípios. Neste ente federativo, a divisã o ocorre em regiõ es administrativas (nã o
precisa saber esse nome, bastando nã o esquecer que é vedada a divisã o do Distrito
Federal em Municípios).

ATENÇÃ O: os Territó rios Federais podem ser divididos em Municípios!

Os autores costumam dizer que o Distrito federal é um híbrido entre Estado e Município.
Isso ocorre porque, de acordo com a Constituiçã o, ao Distrito Federal sã o atribuídas as
competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios.

Ou seja, o Distrito Federal possui todas as atribuiçõ es conferidas pela Constituiçã o aos
Estados e aos Municípios, mas nã o é Estado nem Município.

Com relaçã o aos cargos eletivos, o Distrito Federal se aproxima mais dos Estados, já que
sã o eleitos Governador, Vice-Governador e Deputados Distritais (nã o há Prefeito, nem
Vereadores).

A eleiçã o do Governador e do Vice-Governador, e dos Deputados Distritais coincidirá com


a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duraçã o. As regras
quanto ao nú mero má ximo de Deputados Distritais, bem como quanto à fixaçã o do seu
subsídio sã o as mesmas que vimos para os Estados.

Como estudamos anteriormente, as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros militar


do Distrito Federal sã o organizados e mantidos pela Uniã o. Em virtude disso, uma lei
federal deve dispor sobre a utilizaçã o desses ó rgã os pelo Governo do Distrito Federal.

Intervenção

A intervençã o, apesar de relevante, nã o é um tema tã o cobrado nas provas de concursos de


tribunais. Trata-se de medida excepcional que pode ocorrer em determinadas hipó teses
previstas pela Constituiçã o. Nó s vamos falar apenas das questõ es mais relevantes para
fins de prova.

Primeiramente, vamos ver a chamada intervençã o federal, que ocorre quando a Uniã o
intervém em Estado ou no Distrito Federal. A Uniã o, em regra, nã o intervirá nos Estados
nem no Distrito Federal, exceto em hipó teses taxativamente previstas pela Constituiçã o,
sendo que as mais importantes sã o as seguintes:

VER A POSSIBILIDADE DE COLOCAR TODAS AS HIPÓTESES E SOMENTE GRIFAR AS


MAIS IMPORTANTES.

 para manter a integridade nacional – nesse caso, admite-se a intervençã o federal;

 para prover a execuçã o de lei federal, ordem ou decisã o judicial – nessas hipó teses,
também é cabível a intervençã o federal;

 para assegurar observâ ncia dos princípios constitucionais sensíveis – a violaçã o a


qualquer um dos princípios sensíveis enseja intervençã o federal. Os princípios
sensíveis estã o previstos pelo inciso VII do art. 34 da Constituiçã o Federal:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrá tico;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestaçã o de contas da administraçã o pú blica, direta e indireta.

No caso da recusa à execuçã o de lei federal e no caso de violaçã o aos princípios


constitucionais sensíveis, a decretaçã o da intervençã o dependerá de provimento, pelo
Supremo Tribunal Federal, de representaçã o apresentada pelo Procurador-Geral da
Repú blica.

Já no caso de desobediência a ordem ou decisã o judiciá ria, a decretaçã o da intervençã o


dependerá de requisiçã o do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do Tribunal Superior Eleitoral.

É importante saber, ainda, que a competência para decretar e executar a intervençã o


federal é do Presidente da Repú blica. Isso é feito mediante decreto.

É possível ainda que o Estado intervenha nos seus Municípios ou que a Uniã o intervenha
nos Municípios localizados em Territó rio Federal, também em hipó teses taxativamente
previstas na Constituiçã o. Observe que a Uniã o NÃ O pode intervir em Município de Estado,
mas somente em Municípios de Territó rios Federais.

As hipó teses que ensejam intervençã o em município estã o previstas no art. 35 da


Constituiçã o Federal:

 quando deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos,
a dívida fundada;

 quando nã o forem prestadas contas devidas, na forma da lei;


 quando nã o tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutençã o e desenvolvimento do ensino e nas açõ es e serviços pú blicos de
saú de;

 quando o Tribunal de Justiça der provimento a representaçã o para assegurar a


observâ ncia de princípios indicados na Constituiçã o Estadual, ou para prover a
execuçã o de lei, de ordem ou de decisã o judicial.

Conforme comentamos no início, apesar de nã o esgotar o assunto, esses sã o os pontos


mais relevantes relativos à intervençã o. Apenas com essas informaçõ es, você deve ser
capaz de acertar todas ou a grande maioria das questõ es de provas de tribunais e ó rgã os
afins sobre esse tema.

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