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DIA 4

Constituição Federal: art. 18-24


CLT: arts. 66-75

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO


CAPÍTULO I - DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em LC.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros,
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por LC.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por LC Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.

É inconstitucional lei estadual que permita a criação, incorporação, fusão e desmembramento de


municípios sem a edição prévia das leis federais previstas no art. 18, § 4º, da CF/1988, com redação dada
pela EC 15/96. STF. ADI 4711/RS, relator Min. Roberto Barroso, julgado em 3.9.2021 (info 1028) Tese Fixada na
ADI 4711/RS

Pendente a edição da lei complementar federal que assinale o prazo permitido para a criação e
alteração de municípios (CF/1988, art. 18, § 4º, na redação dada pela EC 15/1996), os estados estão
impedidos de editar normas que disciplinem a matéria e permitam surgimento de novos entes locais,
ressalvada a hipótese de convalidação do art. 96 do ADCT. ADPF 819/MT, relator Ministro Luís Roberto
Barroso, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento virtual finalizado em 6.10.2023 (sexta-feira),
às 23:59 (Info 1111 STJ)

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CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E
DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS

Aprovação da população diretamente interessada, Lei estadual, dentro do período determinado por
através de plebiscito LC Federal

LC Divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal

Consulta prévia às populações dos Municípios


envolvidos, mediante plebiscito

Lei 9709/98.
Art. 4° A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a outros,
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população
diretamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos
Estados, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias
Legislativas.
§ 1° Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo favorável à alteração territorial prevista no caput,
o projeto de lei complementar respectivo será proposto perante qualquer das Casas do Congresso Nacional.
§ 2° À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no parágrafo
anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
§ 3° Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respectivas Assembleias Legislativas opinarão, sem
caráter vinculativo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os detalhamentos técnicos
concernentes aos aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afetada.
§ 4° O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, tomará em conta as informações técnicas a que se
refere o parágrafo anterior.
Art. 5° O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão e ao desmembramento de Municípios, será
convocado pela Assembleia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e estadual.
Art. 6° Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o plebiscito e
o referendo serão convocados de conformidade, respectivamente, com a Constituição Estadual e com a Lei
Orgânica.
Art. 7° Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população diretamente
interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá
desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a
da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao
total da população consultada.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;

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É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e
demais atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da
pandemia da Covid-19.” STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).

II - recusar fé aos documentos públicos;


III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II - DA UNIÃO

Art. 20. São BENS DA UNIÃO:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as TERRAS DEVOLUTAS indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas
afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração
de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial
ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. (EC 102/19)
§ 2º A faixa de até 150 KM de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em
lei.

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SÚMULAS SOBRE BENS PÚBLICOS

STF

Súmula 477-STF: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos estados,
autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou
tolerante, em relação aos possuidores.
● São bens da União apenas as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras (art. 20, II, da CF/88).

Súmula 479-STF: As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e,
por isso mesmo, excluídas de indenização.
● Segundo o STJ, o entendimento exposto na súmula 479 do STF não é absoluto e deve ser mitigado
quando comprovado que o particular possui um justo título sobre a área desaproprianda. Assim, o
particular desapropriado poderá receber indenização por eventuais benfeitorias situadas em terrenos
marginais dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu domínio, assim reconhecido,
legitimamente, pelo Poder Público. Caso não possua justo título, logicamente, não serão indenizáveis as
benfeitorias (STJ AgRg no REsp 1302118/MG, julgado em 17/05/2012).

Súmula 480-STF: Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos artigos 4, IV, e 186, da
Constituição Federal de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.
● De acordo com o art. 20, XI, da CF/88, são bens da União as terras tradicionalmente ocupadas pelos
índios.

Súmula 650-STF: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de


aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.
● As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas não são bens da União (STF AI-AgR
307401/SP).

STJ

Súmula 103-STJ: Incluem-se entre os imóveis funcionais que podem ser vendidos os administrados pelas
forças armadas e ocupados pelos servidores civis.

Súmula 496-STJ: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são
oponíveis à União.
● Os terrenos de marinha pertencem à União, por uma imposição legal, desde a época em que o Estado
brasileiro foi criado. A CF/88 apenas manteve essa situação (art. 20, VII, da CF/88). Logo, não tem
qualquer validade o título de propriedade outorgado a particular de bem imóvel situado em
terreno de marinha ou acrescido. Quando a União faz o procedimento de demarcação do terreno de
marinha, ela declara que todos os imóveis existentes naquela determinada faixa são da União e os
eventuais títulos de propriedade de particulares são também declarados nulos. Não é nem sequer
necessário que a União ajuíze uma ação específica de anulação dos registros de propriedade dos
ocupantes de terrenos de marinha. Basta o procedimento de demarcação.

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JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ

EDIÇÃO N. 124: BENS PÚBLICOS

1) Os bens integrantes do acervo patrimonial de sociedades de economia mista sujeitos a uma destinação
pública equiparam-se a bens públicos, sendo, portanto, insuscetíveis de serem adquiridos por meio de
usucapião.

2) Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap são públicos e, portanto,
insuscetíveis de aquisição por meio de usucapião.

3) O imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação - SFH, porque afetado à prestação de serviço
público, deve ser tratado como bem público, não podendo, pois, ser objeto de usucapião.

4) É possível reconhecer a usucapião do domínio útil de bem público sobre o qual tinha sido,
anteriormente, instituída enfiteuse, pois, nessa circunstância, existe apenas a substituição do enfiteuta
pelo usucapiente, não havendo qualquer prejuízo ao Estado.

5) É incabível a modificação unilateral pela União do valor do domínio pleno de imóvel aforado, incidindo
somente a correção monetária na atualização anual do pagamento do foro na enfiteuse de seus bens (art. 101
do Decreto-Lei n. 9760/1946).

6) As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados, autorizam,
apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em
relação aos possuidores. (Súmula n. 477/STF)

7) Terras em faixas de fronteira e aquelas sem registro imobiliário NÃO SÃO, POR SI SÓ, TERRAS DEVOLUTAS,
cabendo ao ente federativo comprovar a titularidade desses terrenos.

8) O descumprimento de encargo estabelecido em lei que determinara a doação de bem público enseja, por si
só, a sua desconstituição.

9) A ocupação indevida de bem público configura MERA DETENÇÃO, de natureza precária, insuscetível de
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. (Súmula n. 619/STJ)

10) Construção ou atividade irregular em bem de uso comum do povo revela dano presumido à
coletividade, dispensada prova de prejuízo em concreto.

11) Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à
União. (Súmula n. 496/ STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 419)

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1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO1

Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque, perante o
Poder Público, ele EXERCE MERA DETENÇÃO.

2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR

Terá direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio
entre particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse.

Art. 21. Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em LC, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
Defensoria Pública dos Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio; (EC 104/19)
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito

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Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

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nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre
a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a
pesquisa e uso agrícolas e industriais; (EC 118/22)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos
para pesquisa e uso médicos; (EC 118/22)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa [TEORIA DO RISCO
INTEGRAL];

EC 118/22

ANTES DEPOIS

b) sob regime de permissão, são autorizadas a b) sob regime de permissão, são autorizadas a
comercialização e a utilização de radioisótopos para a comercialização e a utilização de radioisótopos para
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; pesquisa e uso agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissão, são autorizadas a c) sob regime de permissão, são autorizadas a
produção, comercialização e utilização de produção, a comercialização e a utilização de
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a 2 radioisótopos para pesquisa e uso médicos;
horas;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;


XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa.
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei (EC 115/22)

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

É inadmissível a expulsão de estrangeiro que possua filho brasileiro, dependente socioafetivo ou


econômico, mesmo que o crime ensejador da expulsão tenha ocorrido em momento anterior ao
reconhecimento ou adoção do filho. STF. RHC 123891 AgR/DF, relatora Min. Rosa Weber, julg. 23.2.2021 (info
1007).

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;


XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI -normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares (EC 103/19);
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

Competência Privativa da União Competência Concorrente

Diretrizes e bases da educação nacional Educação, ensino

XXV - registros públicos;


XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas

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diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais (EC 115/22)
Parágrafo único. LC poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

(A) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do
usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem,
dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares,
desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e
(i) tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes,
(ii) venham acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos
imunizantes,
(iii) respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas;
(iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade, e
(v) sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e
(B) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser implementadas tanto pela União como
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas esferas de competência. ADI
6586/DF, ADI 6587/DF, relator Min. Ricardo Lewandowski, julgamento 16 e 17.12.2020 (info 1003).

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito

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Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre (não inclui
Município):
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

Competência privativa da União Competência concorrente

Seguridade Social Previdência Social

Direito processual Procedimentos em matéria processual

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;


XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais NÃO EXCLUI a competência suplementar dos
Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.

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SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

STF

Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
● A exploração de loterias tem natureza de serviço público e que a legislação federal não pode impor a
qualquer ente federativo restrição à exploração de serviço público para além daquela já prevista no texto
constitucional (artigo 175);
● A competência privativa da União para LEGISLAR (art. 22, XX, CR/88) em sistema de consórcios e sorteios
não impede a competência MATERIAL dos Estados para explorar as atividades lotéricas nem para
regulamentar dessa exploração;
● Configura abuso do poder de legislar o fato de a União excluir os demais entes federados de determinada
arrecadação, impedindo o acesso a recursos cuja destinação é direcionada à manutenção da seguridade
social (art. 195, inciso III). Tal situação, segundo o STF, retira dos Estados significativa fonte de receita;
● A União não tem exclusividade para explorar loterias;
● Os Estados podem explorar modalidades lotéricas, mas não podem possuem competência legislativa
sobre a matéria; pois somente a União pode definir as modalidades de atividades lotéricas passíveis de
exploração pelos Estados.
● A EXPLORAÇÃO de loterias pode ser realizada pela União e pelos Estados, mas a LEGISLAÇÃO acerca do
tema deve seguir as diretrizes nacionais traçadas pela União (art. 22, XX, CR/88 c/c SV 2)2.

Súmula Vinculante 38-STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de


estabelecimento comercial.
● Lei municipal pode dispor sobre:
a) Horário de funcionamento de estabelecimento comercial: SIM (SV 38).
b) Horário de funcionamento dos bancos (horário bancário): NÃO (Súmula 19 do STJ).
c) Medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços bancários: SIM.

Súmula Vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

Súmula Vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
● A doutrina conceitua os crimes de responsabilidade como sendo “infrações político-administrativas”. No
entanto, o STF entende que, para fins de competência legislativa, isso é matéria que se insere no
direito penal e processual, de forma que a competência é da União

Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área

Súmula 419-STF: Os municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que

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não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

Súmula 645-STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento


comercial.

Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

STJ

Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
● Os Municípios podem legislar sobre medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos usuários
de serviços bancários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012)

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

SEÇÃO III - DOS PERÍODOS DE DESCANSO

Art. 66 - Entre 2 jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.

OJ 355/SDI 1-TST - O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por
analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar
a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

Súmula 110/TST - No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24


horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem
ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para ajuizar ação civil pública pleiteando a abstenção
da empresa empregadora de exigir o cumprimento de jornada além do limite legal e a concessão regular do
intervalo entre duas jornadas previsto no art. 66 da CLT, mesmo na hipótese em que a ação esteja fundada
apenas em três autos de infração, dois deles referindo-se aos direitos discutidos, mas limitados a uma única
empregada. O fato de haver a comprovação de lesão a apenas uma trabalhadora não desnatura o caráter
coletivo da demanda, pois o que se busca não é o ressarcimento da empregada, mas a observância das
normas relativas à duração do trabalho e dos respectivos intervalos interjornadas, em defesa do
ordenamento jurídico e, de forma secundária, do conjunto de empregados da reclamada.
TST-E-RR-2713-60.2011.5.02.0040, SBDI-I, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, red. p/ acórdão Min.
José Roberto Freire Pimenta 8.8.2019 (info 201)

Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, o qual, salvo
motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no
todo ou em parte.

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Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais,
será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.

Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será sempre subordinado à
permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único - A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua natureza ou
pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e
Comercio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela será dada sob
forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 dias.

TST STF

Súmula 27/TST - É devida a remuneração do Súmula 201/STF - O vendedor pracista, remunerado


repouso semanal e dos dias feriados ao empregado mediante comissão, não tem direito ao repouso
comissionista, ainda que pracista. semanal remunerado.

Nesse conflito de normas, aplicar-se-á o critério temporal (Súmula do TST mais recente). Ademais, cabe
ao TST padronizar a interpretação da norma quando se trata do ramo justrabalhista.

Art. 69 - Na regulamentação do funcionamento de atividades sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios


atenderão aos preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não poderão contrariar tais
preceitos nem as instruções que, para seu cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em
matéria de trabalho.

OJ 394/SDI 1-TST - A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas
extras habitualmente prestadas, não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso
prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”

Por meio do julgamento de incidente de recurso de revista repetitivo IRR-10169-57.2013.5.05.0024, a SBDI-1


desta Corte fixou a tese jurídica de que “A majoração do valor do repouso semanal remunerado, decorrente
da integração das horas extras habituais, deve repercutir no cálculo das férias, da gratificação natalina, do
aviso prévio e do FGTS, sem que se configure a ocorrência de ‘ bis in idem’ “, culminando no cancelamento da
Orientação Jurisprudencial nº 394 da SBDI-1 do TST. 2. Ocorre que, no referido julgamento, foi determinada
modulação dos efeitos decisórios, em homenagem à segurança jurídica e nos termos do art.927, § 3º, do
CPC/2015. Firmou-se, nessa esteira, que a tese jurídica estabelecida no incidente “somente será aplicada aos
cálculos das parcelas cuja exigibilidade se aperfeiçoe a partir da data do presente julgamento (inclusive), ora
adotada como marco modulatório”. 3. Portanto, ao presente caso, persiste a incidência da Orientação
Jurisprudencial nº 394 da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido e provido. TST (RR –
544-81.2012.5.05.0008 , RELATOR MINISTRO: LUIZ PHILIPPE VIEIRA DE MELLO FILHO, DATA DE JULGAMENTO:
26/06/2018, 7ª TURMA, DATA DE PUBLICAÇÃO: DEJT 29/06/2018)

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Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados nacionais e feriados
religiosos, nos termos da legislação própria.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre: XI - troca do dia de feriado;

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 horas.

A lei do rural não prevê limites mínimos ou máximos para o intervalo intrajornada, remetendo aos
usos e costumes para a fixação do tempo: Lei 5.889/1973 (rural), Art. 5º Em qualquer trabalho contínuo de
duração superior a seis horas, será obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação
observados os usos e costumes da região, não se computando este intervalo na duração do trabalho. Entre
duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.
No entanto, o Decreto 10.854/2021 exige o mínimo de 1 hora para jornadas superiores a 6 horas:
Decreto 10.854/2021, Art. 87, § 1º Será obrigatória, em qualquer trabalho contínuo de duração superior a
seis horas, a concessão de intervalo mínimo de uma hora para repouso ou alimentação, observados os usos
e os costumes da região. Ademais: Decreto 10.854/2021, Art. 91. Nos serviços intermitentes, não serão
computados como de exercício efetivo os intervalos entre uma e outra parte da execução da tarefa diária, o
que deverá ser expressamente ressalvado nos registros referentes à Carteira de Trabalho e Previdência
Social. Parágrafo único. Considera-se serviço intermitente aquele que, por sua natureza, seja normalmente
executado em duas ou mais etapas diárias distintas, desde que haja interrupção da jornada de trabalho de,
no mínimo, cinco horas, entre uma e outra parte da execução da tarefa.

§ 1º - Não excedendo de 6 horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 minutos


quando a duração ultrapassar 4 horas.

NR 17/MTE, Anexo II (teleatendimento/telemarketing), 5.7. Com o fim de permitir a satisfação das


necessidades fisiológicas, as empresas devem permitir que os operadores saiam de seus postos de trabalho
a qualquer momento da jornada, sem repercussões sobre suas avaliações e remunerações.

Do acórdão proferido pela Turma, depreende-se que o dano moral ocorreu porque desrespeitado o comando
do Anexo II da NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego, norma direcionada especificamente aos
operadores de teleatendimento (call center), que taxativamente determina, no item 5.7, que, "com o fim
de permitir a satisfação das necessidades fisiológicas, as empresas devem permitir que os operadores saiam
de seus postos de trabalho a qualquer momento da jornada, sem repercussões sobre suas avaliações e
remunerações". Assim, o fundamento da Turma foi o de que o simples controle de idas ao banheiro, ainda
que a título de organização empresarial, é suficiente para se caracterizar o dano moral. Se desnecessária a
prova efetiva do prejuízo na esfera extrapatrimonial da empregada para a configuração do dano moral, diante
da previsão contida na norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (o empregador deve

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permitir, a qualquer momento, a satisfação das necessidades fisiológicas dos empregados), não há falar em
contrariedade à Súmula nº 126 do TST, pois incontroverso, nos autos, que houve restrição ao uso do
banheiro, fato esse considerado pela Turma como suficiente a ensejar a reparação pretendida. E-ED-RR -
2475-63.2011.5.02.0065 , Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 21.9.2017,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 29.9.2017.

§ 2º - Os intervalos de descanso NÃO SERÃO COMPUTADOS na duração do trabalho.

Súmula 118/TST - Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,
representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao
final da jornada.
Lei 8.213/1991, Art. 21, § 1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho [para fins de caracterização de acidente do trabalho].

§ 3º O limite mínimo de 1 hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que
o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e
quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.

A Reforma Trabalhista (Lei 13467/2017) permitiu a redução do intervalo intrajornada por meio de negociação
coletiva, sem prever quaisquer outros requisitos: CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo
de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: III - intervalo
intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
Assim, fica, em tese, superada a Súmula 437, II do TST, embora ainda não alterada pelo TST: Súmula
437/TST - II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou
redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho,
garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação
coletiva.

§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e


alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do
período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(LEI 13467/17)

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🚩 Em sentido contrário, mas ainda não alterada depois da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017)
Súmula 437/TST - I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento
total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50%
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da
efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº
8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

§ 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá
ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora
trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em
virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores,
fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de
transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao
final de cada viagem.

TEMA REPETITIVO N. 14 (TST)

Tema Repetitivo n. 14: É possível considerar regular a concessão do intervalo intrajornada quando
houver redução ínfima de sua duração? Para o fim de definir tal conceito, cabe utilizar a regra prevista
no art. 58, § 1.º, da CLT ou outro parâmetro objetivo? Caso se considere irregular a redução ínfima do
intervalo intrajornada, qual a consequência jurídica dessa irregularidade?
Tese: A redução eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada aquela de até 5 (cinco)
minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes de pequenas variações de sua
marcação nos controles de ponto, não atrai a incidência do artigo 71, § 4º, da CLT. A extrapolação desse limite
acarreta as consequências jurídicas previstas na lei e na jurisprudência. Situação do tema: Acórdão Publicado.
Órgão julgador: Tribunal do Pleno Processo paradigma: 1384-61.2012.5.04.0512. Trânsito em julgado em
22/06/2022.

INFORMATIVOS DO TST

“RECURSO DE REVISTA. JORNADA DE TRABALHO DAS 5H30M ÀS 21H COM INTERVALO DAS 11H ÀS 14H.
NECESSIDADE DE OUTRO INTERVALO NA “SEGUNDA PEGADA”. O art. 71, caput, da CLT é claro ao
estabelecer a necessidade de intervalo mínimo de uma hora “em qualquer trabalho contínuo, cuja duração
exceda a seis horas”. Registrado no acórdão que a jornada de trabalho do reclamante era das 5h30 até às 21h,
com intervalo das 11 às 14h, tem-se que foi devidamente concedido o intervalo intrajornada previsto no art.
71, caput, da CLT. Mesmo no sistema de dupla pegada, para fins do intervalo intrajornada, há uma única
jornada a ser considerada, de modo que atenta contra o referido dispositivo legal o entendimento que
considera devido mais um período de descanso porque a segunda pegada teria ultrapassado o limite de seis
horas contínuas de trabalho. Recurso de Revista conhecido e provido.” TST-RR-144000- 10.2008.5.01.0245, 1ª
Turma, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 10/6/2020 – Informativo TST nº 220.

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Intervalo para recuperação térmica. Ambiente artificialmente frio. Exposição intermitente. Artigo 253
da CLT. A concessão do intervalo de 20 minutos previsto no artigo 253 da CLT prescinde do labor contínuo,
por 1 hora e 40 minutos, no interior de câmara frigorífica, sendo suficiente a exposição do trabalhador à
variação de temperatura decorrente da movimentação de um ambiente (quente/normal) para o outro (frio)
durante esse período. A continuidade de que tratam o art. 253 da CLT e a Súmula 438 do TST se refere apenas
ao tempo a ser considerado para a concessão do intervalo para recuperação térmica, não sendo necessário,
para esse fim, que o empregado trabalhe 1 hora e 40 minutos em exposição contínua ao agente frio. Dessa
forma, assegura-se aos empregados que trabalham em ambiente artificialmente frio, ainda que de forma
intermitente, o direito ao referido intervalo. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do
agravo, e, no mérito, por maioria, negou-lhe provimento, ficando mantida a condenação da reclamada ao
pagamento de vinte minutos a cada uma hora e quarenta minutos trabalhados, a serem pagos com o
percentual de 50% previsto no § 4º do art. 71 da CLT. Vencidos os Ministros Breno Medeiros e Alexandre Luiz
Ramos. TST-Ag-E-RR-10257-87.2015.5.01.0040, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 12.3.2020 –
Informativo TST nº 216.
Intervalo intrajornada. Concessão parcial. Minutos gastos pelo empregado no deslocamento até o
refeitório. Tempo à disposição do empregador. Não configuração. A SBDI-I, por unanimidade, conheceu
dos embargos da empresa ré e, no mérito, deu-lhes provimento para restabelecer o acórdão do Tribunal
Regional que indeferira o pagamento do intervalo intrajornada supostamente suprimido em razão dos
minutos gastos pelo empregado no deslocamento do local de trabalho até o refeitório. Prevaleceu o
entendimento de que o período gasto com o deslocamento não implica redução do intervalo intrajornada,
visto que, durante esse tempo, o empregado não está executando serviços, nem está à disposição do
empregador, mas efetivamente usufruindo do intervalo que é destinado não apenas à alimentação, mas
também ao descanso físico e mental. No caso, a decisão recorrida havia adotado tese no sentido de que o
trabalhador não usufruía integralmente do intervalo, uma vez que quinze minutos eram destinados ao
deslocamento, em transporte fornecido pelo empregador, até o refeitório.
TST-E-ED-RR-993-42.2013.5.09.0671, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 3.10.2019 – Informativo
TST nº 207.
Trabalho externo. Possibilidade de controle dos horários de início e de término da jornada de trabalho.
Concessão do intervalo intrajornada. Ônus da prova do empregado. Inaplicabilidade da Súmula nº 338,
I, do TST. Ainda que seja possível controlar os horários de início e de término da jornada de trabalho, é do
empregado que desempenha atividades externas o ônus de provar a supressão ou a redução do intervalo
intrajornada. Não há falar em aplicação da Súmula no 338, I, do TST, pois as peculiaridades do trabalho
externo impedem o empregador de fiscalizar a fruição do referido intervalo. Sob esse entendimento, e tendo
em conta que o acórdão do Tribunal Regional registrou que o reclamante não comprovou qualquer
irregularidade no gozo do intervalo intrajornada, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por
divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Hugo
Carlos Scheuermann, relator, e José Roberto Freire Pimenta. TST-E-RR-539-75.2013.5.06.0144, SBDI-I, rel. Min.
Hugo Carlos Scheuermann, red. p/ acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 13.9.2018 – Informativo TST
nº 184.

Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de
90 minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 minutos não deduzidos da duração
normal de trabalho.

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SÚMULAS E OJ’S DO TST

SUM-110: No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com
prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser
remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
SUM-118: Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei,
representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao
final da jornada.
SUM-346: Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos
serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de
descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo.
SUM-437: Atenção às alterações promovidas pela Reforma Trabalhista (Entendimento sumulado
suprimido pela Lei 13.467/17):
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de
labor para efeito de remuneração.
II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou
redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do
trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à
negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº
8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada
mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não
usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
SUM-438: O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do
parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo
intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.
OJ-SDI1-355: Atenção à modificação trazida pela Reforma Trabalhista no que tange ao pagamento a fim
de complementar e não em sua integralidade.
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos
efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das
horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

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SEÇÃO IV - DO TRABALHO NOTURNO

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração
superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20%, pelo menos, sobre a
hora diurna.

Súmula 60/TST - I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos
os efeitos.

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos

OJ 127/SDI 1-TST - O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX
do art. 7º da CF/1988
OJ 359/SDI 1-TST - O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à
hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da
CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.
Súmula 112/TST - O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e
refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus
derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando a hora
reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 2º, da CLT.
OJ 60/SDI 1-TST - I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas
e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as
5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela
natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por
trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza
de suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido
quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de
trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

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EMPREGADO HORÁRIO NOTURNO ADICIONAL NOTURNO

URBANO (CELETISTA) E 22h às 5h 20%


EMPREGADO DOMÉSTICO

PETROLEIRO 22h às 5h 20%

AEROVIÁRIO 22h ás 5h 20%

AERONAUTA 22h às 5h (em terra) e 18 às 6h 20%


(em vôo)

PORTUÁRIO 19h às 7h 20%

SERVIDOR DA UNIÃO 22h às 5h 25%


(ESTATUTÁRIO)

ENGENHEIRO, ARQUITETO, 22h às 5h 25%


VETERINÁRIO, AGRÔNOMO,
QUÍMICO

RURAL (LAVOURA) 21h às 5h 25%

RURAL (PECUÁRIA) 20h às 4h 25%

ADVOGADO 20h às 5h 25%

SÚMULAS E OJ’S DO TST

OJ-SDI1-60:
I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre dezenove horas e sete horas do dia
seguinte, é de sessenta minutos.
II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á somente o
salário básico percebido, excluídos os adicionais de risco e produtividade
OJ-SDI1-127: O art. 73, § 1º da CLT, que prevê a redução da hora noturna, não foi revogado pelo inciso IX do
art. 7º da CF/1988.
OJ-SDI1-360: Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas
atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário
prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
OJ-SDI1-388: O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que
compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas
após as 5 horas da manhã.
OJ-SDI1-395: O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora
noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e
7º, XIV, da Constituição Federal.

20
OJ-SDI1-420: É inválido o instrumento normativo que, regularizando situações pretéritas, estabelece jornada
de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento.
SUM-112: O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e
refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus
derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando a hora
reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 1º, da CLT.
SUM-360: A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo
para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto
no art. 7º, XIV, da CF/1988.
SUM-423: Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação
coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

Súmula 213-STF: É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de
revezamento.
Súmula 214-STF: A duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem
suplementar, que não dispensa o salário adicional.
Súmula 313-STF: Provada a identidade entre o trabalho diurno e o noturno, é devido o adicional, quanto a
este, sem a limitação do art. 73, parágrafo 3, da CLT, independentemente da natureza da atividade do
empregador.

INFORMATIVOS DO TST

Adicional noturno. Percentual superior ao legal para as horas trabalhadas de 22h às 5h. Incidência
sobre as horas prorrogadas no horário diurno. O percentual previsto em norma coletiva para o adicional
noturno incide na hora diurna trabalhada em prorrogação, nos termos da Súmula nº 60, II, do TST. No caso, o
instrumento normativo estabeleceu um adicional de 60%, considerando as horas trabalhadas de 22h até às
5h. Entendeu-se que, inexistindo dispositivo convencional regulando o pagamento das horas prorrogadas, não
haveria impedimento para a aplicação do mesmo adicional previsto para as horas noturnas. Sob esses
fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no
mérito, por maioria, deu-lhes provimento para condenar a reclamada ao pagamento de adicional noturno de
60%, previsto em norma coletiva na hora de trabalho que se prorroga além das 5h. Vencidos os Ministros João
Oreste Dalazen, Antonio José de Barros Levenhagen, Aloysio Corrêa da Veiga e Cláudio Mascarenhas Brandão,
que aplicavam o adicional legal de 20%, por entenderem que a norma coletiva autorizava o pagamento de 60%
somente para o labor cumprido das 22h às 5h. TST-E-ED-RR-185-76.2010.5.20.0011, SBDII, rel. Min. Augusto
César Leite de Carvalho, 30.4.2015. (Informativo TST nº 105).
Jornada mista. Trabalho prestado majoritariamente à noite. Adicional noturno. Súmula nº 60, II, do TST.
Na hipótese de jornada mista, iniciada pouco após às 22h, mas preponderantemente trabalhada à noite (das
23:10h às 07:10h do dia seguinte), é devido o adicional noturno quanto às horas que se seguem no período
diurno, aplicando-se o entendimento da Súmula nº 60, II, do TST. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu
dos embargos por divergência jurisprudencial e, no mérito, negou-lhes provimento. No caso, ressaltou-se que
a interpretação a ser dada ao item II da Súmula nº 60 do TST não pode estimular o empregador a adotar

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jornada que se inicia pouco depois das 22h com o propósito de desvirtuar o preceito. Ademais, a exegese do
art. 73, §§ 3º e 4º, da CLT, à luz dos princípios da proteção ao trabalhador e da dignidade da pessoa humana,
permite concluir que, para garantir a higidez física e mental do trabalhador, o adicional noturno deve incidir
sobre o labor executado durante o dia em continuidade àquele majoritariamente prestado à noite.
TST-ERR-154- 04.2010.5.03.0149, SBDI-I, rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, 4.10.2012 (Informativo TST
nº 24)
Adicional noturno. Majoração por meio de norma coletiva. Substituição do adicional de 20% e da hora
noturna reduzida. Ausência de disciplinamento quanto às horas em prorrogação da jornada noturna.
Incidência do adicional convencionado. Súmula nº 60, II, do TST. A existência de norma coletiva regulando
a majoração do adicional noturno, para efeito de supressão exclusiva do percentual de 20% e da hora noturna
reduzida, sem fazer qualquer menção ao trabalho realizado em prorrogação da jornada noturna, faz incidir o
item II da Súmula nº 60 do TST às horas prorrogadas, de modo que a elas também se aplica o percentual
convencionado. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos por contrariedade à
Súmula nº 60, II, do TST, e, no mérito, deu-lhes provimento para restabelecer a sentença na parte em que
deferiu o pedido de condenação ao pagamento do adicional noturno convencional de 45% sobre as horas
laboradas das cinco horas às seis horas e quarenta e cinco minutos. Vencidos os Ministros Renato de Lacerda
Paiva, João Oreste Dalazen e Brito Pereira. TST-E-RR-109300- 34.2009.5.15.0099, SBDI-I, rel. Min. Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, 16.5.2013 (Informativo TST nº 47)
Hora noturna reduzida. Art. 73, §1º da CLT. Substituição pelo adicional noturno de 37,14%. Acordo
coletivo. Possibilidade. É possível, por meio de acordo coletivo de trabalho, fixar duração normal para a hora
noturna, em substituição à hora ficta prevista no art. 73, § 1º, da CLT, em razão da elevação do adicional
noturno de 20% para 37,14%. No caso, não há falar em subtração pura e simples de direito legalmente
previsto, mas, tão somente, em flexibilização do seu conteúdo, sem traduzir prejuízo ao empregado. Trata-se
da aplicação da teoria do conglobamento, segundo a qual a redução de determinado direito é compensada
pela concessão de outras vantagens, de modo a garantir o equilíbrio entre as partes. Com esse entendimento,
a SBDI-I, em sua composição plena, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência
jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhes provimento para restabelecer a decisão do Regional.
Vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, José Roberto Freire Pimenta, Delaíde Miranda Arantes e Alexandre
Agra Belmonte. TST- E-ED-RR-31600-45.2007.5.04.0232, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 23.5.2013
(Informativo TST nº 48)

SEÇÃO V - DO QUADRO DE HORÁRIO

Art. 74 - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados (LEI 13874/19 - Marco regulatório
trabalhista).
§ 2º - Para os estabelecimentos com mais de 20 trabalhadores será OBRIGATÓRIA a anotação da hora de
entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do
período de repouso.

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Súmula 338/TST - I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados [redação
desatualizada, diante da Lei 13.874/2019, que alterou o número para 20 trabalhadores] o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de
frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova
em contrário. II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento
normativo, pode ser elidida por prova em contrário. III - Os cartões de ponto que demonstram horários de
entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas
extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro
manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo. (LEI
13874/19)
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (LEI 13874/19)

O art. 611-A, X prevê a possibilidade de negociação coletiva quanto à modalidade de registro do ponto

CARTÃO DE PONTO POR EXCEÇÃO e ARTIGO 611-A, X, CLT

“RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. HORAS EXTRAS. NORMA COLETIVA.
SISTEMA ALTERNATIVO DE CONTROLE DE JORNADA. CONTROLE DE PONTO "POR EXCEÇÃO". INVALIDADE.
O legislador constituinte, ao prever o reconhecimento das negociações coletivas (CF, art. 7º, XXVI), não
chancelou a possibilidade de excluir direito indisponível dos trabalhadores por meio dessa modalidade de
pactuação. Assim, esta Corte tem adotado o entendimento de ser nula cláusula de acordo coletivo que
suprime direitos ou impede seu exercício, como o estabelecido no artigo 74, § 2º, da CLT. Dessa forma,
considera-se inválida a cláusula normativa que estipula o controle de ponto "por exceção", por atentar contra
as normas de fiscalização da jornada laboral. Há precedentes. Recurso de revista não conhecido”. ARR
181-30.2014.5.03.0057. 6ª Turma. Relator: Augusto Cesar Leite de Carvalho. Publicação: 31/05/2019.
Informativo 194 TST – 02 a 16 de abril de 2019: “Ação anulatória. Acordo coletivo de trabalho. Sistema
de registro de ponto por exceção. Validade. A SDC, por maioria, deu provimento a recurso ordinário para
considerar válida cláusula constante de acordo coletivo de trabalho que estabeleceu sistema de controle de
jornada por exceção, no qual o empregado anota no registro de ponto somente situações excepcionais, como
faltas, saídas antecipadas, atrasos, licenças e horas extras. Prevaleceu o entendimento de que o art. 74, §2º, da
CLT, ao atribuir ao empregador a obrigação de formar prova pré-constituída a respeito da jornada de trabalho
de seus empregados, possui natureza eminentemente processual. Não se trata, portanto, de matéria de
ordem pública, que asseguraria ao trabalhador determinado regime de marcação de ponto. Assim, não há
óbice a que os sujeitos coletivos negociem a forma pela qual o controle será realizado, desde que garantida
aos empregados a verificação dos dados inseridos no sistema. Vencidos os Ministros Maurício Godinho
Delgado, relator, e Aloysio Corrêa da Veiga. TST-AIRO277-95.2015.5.17.0000, SDC, rel. Min. Mauricio
Godinho Delgado, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 8.4.2019”.
“CONTROLE DE JORNADA. ANOTAÇÃO DE HORAS EXTRAS "POR EXCEÇÃO". NORMA COLETIVA.
INVALIDADE. NÃO ABRANGÊNCIA DO TEMA 1.046 DO REPERTÓRIO DE REPERCUSSÃO GERAL DO

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de não admitir o controle
de ponto por exceção, presumindo-se, nesse caso, a veracidade da jornada alegada na inicial, salvo prova em
contrário a cargo da reclamada. Nesse ponto, o acórdão a quo se encontra em perfeita conformidade à
Súmula 338, I, do TST. Agravo de instrumento não provido”. AIRR 10782-62.2017.5.15.0023. 2ª Turma.
Relatora: DelaÍde Alves Miranda Arantes. Publicação: 12/03/2021

SEÇÃO VI - DAS PENALIDADES

Art. 75 - Os infratores dos dispositivos do presente Capítulo incorrerão na multa de cinquenta a cinco mil
cruzeiros, segundo a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou, aplicada em dobro no
caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.
Parágrafo único - São competentes para impor penalidades, no Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do
Departamento Nacional do Trabalho e, nos Estados e no Território do Acre, as autoridades regionais do
Ministério do Trabalho, Industria e Comercio.

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