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prestadoras de serviços públicos possuem legitimidade ativa aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental
ad causam para a propositura de pedido de suspensão, quan- federal, e as referidas no art. 26, II;
do na defesa de interesse público primário. V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
5) A universidade federal, organizada sob o regime autárquico, econômica exclusiva;
não possui legitimidade para figurar no polo passivo de de- VI - o mar territorial;
manda que visa à repetição de indébito de valores relativos à VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
contribuição previdenciária por ela recolhidos e repassados à VIII - os potenciais de energia hidráulica;
União. IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
6) Os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natu- X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológi-
reza jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao regime cos e pré-históricos;
jurídico de direito público. XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
7) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes pú- § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
blicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996, é inapli- Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado
cável aos Conselhos de Fiscalização Profissional. (Tese julgada da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídri-
sob rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 625) cos para fins de geração de energia elétrica e de outros recur-
8) O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n. sos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
10.522/2002, dirigido aos débitos inscritos como dívida ativa da territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação finan-
União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela ceira por essa exploração. (EC 102/19)
cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos § 2º A faixa de até 150 KM de largura, ao longo das fronteiras
conselhos de fiscalização profissional ou pelas autarquias terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
federais. (Súmula n. 583/STJ) (Tese julgada sob rito do art. 543- fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupa-
C do CPC/73 TEMAS 636 e 612) ção e utilização serão reguladas em lei.
9) Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da
Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mes- SÚMULAS SOBRE BENS PÚBLICOS
mo bem. (Súmula n. 497/STJ) (Tese julgada sob o rito do art.
STF
543-C do CPC/73 TEMA 393)
10) As agências reguladoras podem editar normas e regula- Súmula 477-STF: As concessões de terras devolutas situadas na
mentos no seu âmbito de atuação quando autorizadas por faixa de fronteira, feitas pelos estados, autorizam, apenas, o
lei. uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se
11) NÃO É POSSÍVEL a aplicação de sanções pecuniárias por mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
sociedade de economia mista, facultado o exercício do po- OBS: são bens da União apenas as terras devolutas indispensá-
der de polícia fiscalizatório. veis à defesa das fronteiras (art. 20, II, da CF/88).
12) Compete à justiça federal decidir sobre a existência de inte- Súmula 479-STF: As margens dos rios navegáveis são domínio
resse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, ex-
suas autarquias ou empresas públicas. (Súmula n. 150/STJ) cluídas de indenização.
13) Compete à justiça comum estadual processar e julgar as Segundo o STJ, o entendimento exposto na súmula 479 do STF
causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os não é absoluto e deve ser mitigado quando comprovado que
crimes praticados em seu detrimento. (Súmula n. 42/STJ) o particular possui um justo título sobre a área desapropri-
14) Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julga- anda. Assim, o particular desapropriado poderá receber indeni-
mento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do tra- zação por eventuais benfeitorias situadas em terrenos marginais
balho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu
empresas públicas ou sociedades de economia mista. (Súmula domínio, assim reconhecido, legitimamente, pelo Poder Público.
n. 501/STF) Caso não possua justo título, logicamente, não serão indenizá-
veis as benfeitorias (STJ AgRg no REsp 1302118/MG, julgado em
CAPÍTULO II 17/05/2012).
DA UNIÃO Súmula 480-STF: Pertencem ao domínio e administração da
Art. 20. São BENS DA UNIÃO: União, nos termos dos artigos 4, IV, e 186, da Constituição Fe-
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser deral de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.
atribuídos; De acordo com o art. 20, XI, da CF/88, são bens da União as ter -
II - as TERRAS DEVOLUTAS indispensáveis à defesa das fron- ras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
teiras, das fortificações e construções militares, das vias fede- Súmula 650-STF: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição
rais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda
lei; que ocupadas por indígenas em passado remoto.
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indí-
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam genas não são bens da União (STF AI-AgR 307401/SP).
de limites com outros países, ou se estendam a território es- STJ
trangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos margi-
nais e as praias fluviais; Súmula 103-STJ: Incluem-se entre os imóveis funcionais que
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros podem ser vendidos os administrados pelas forças armadas e
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ocupados pelos servidores civis.
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto Súmula 496-STJ: Os registros de propriedade particular de imó-
veis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à Uni-
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XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver- XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
sões públicas e de programas de rádio e televisão; popular;
XVII - conceder anistia; XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- XXI -normas gerais de organização, efetivos, material bélico, ga-
midades públicas, especialmente as secas e as inundações; rantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polí-
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos cias militares e dos corpos de bombeiros militares (EC 103/19);
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi- ferroviária federais;
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXIII - seguridade social;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e Competência Privativa Competência Concorrente
de fronteiras; da União
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a la- Diretrizes e bases da educação Educação, ensino
vra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e nacional
o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos
os seguintes princípios e condições: XXV - registros públicos;
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será ad- XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
mitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
Nacional; modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
ção e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
médicos, agrícolas e industriais; e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, co- XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
mercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual defesa civil e mobilização nacional;
ou inferior a 2 horas; XXIX - propaganda comercial.
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da Parágrafo único. LC poderá autorizar os Estados a legislar so-
existência de culpa (teoria do risco integral); bre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Dis-
atividade de garimpagem, em forma associativa. trito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: democráticas e conservar o patrimônio público;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; tia das pessoas portadoras de deficiência;
II - desapropriação; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
tempo de guerra; naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
são; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
V - serviço postal; cultural;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciên-
metais; cia, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
valores; quer de suas formas;
VIII - comércio exterior e interestadual; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, mento alimentar;
aérea e aeroespacial; IX - promover programas de construção de moradias e a me-
XI - trânsito e transporte; lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; zação, promovendo a integração social dos setores desfavoreci-
XIV - populações indígenas; dos;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
estrangeiros; pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições territórios;
para o exercício de profissões; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Fe- rança do trânsito.
deral e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coo-
bem como organização administrativa destes; peração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni -
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia naci- cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
onais; estar em âmbito nacional.
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NÃO (Súmula 19 do STJ).


Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- c) Medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos
gislar concorrentemente sobre (não inclui Município): usuários de serviços bancários: SIM.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e Súmula Vinculante 39-STF: Compete privativamente à União
urbanístico; legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e mili-
II - orçamento; tar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
III - juntas comerciais; Súmula Vinculante 46-STF: A definição dos crimes de respon-
IV - custas dos serviços forenses; sabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de pro-
V - produção e consumo; cesso e julgamento são da competência legislativa privativa da
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa União.
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e OBS: a doutrina conceitua os crimes de responsabilidade como
controle da poluição; sendo “infrações político-administrativas”. No entanto, o STF en-
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico tende que, para fins de competência legislativa, isso é maté-
e paisagístico; ria que se insere no direito penal e processual, de forma que
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- a competência é da União
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, tu- Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre con-
rístico e paisagístico; corrência lei municipal que impede a instalação de estabeleci-
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pes- mentos comerciais do mesmo ramo em determinada área
quisa, desenvolvimento e inovação; Súmula 419-STF: Os municípios tem competência para regu-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas lar o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis
causas; estaduais ou federais válidas.
XI - procedimentos em matéria processual; Súmula 645-STF: É competente o Município para fixar o horá-
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; rio de funcionamento de estabelecimento comercial.
Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a
Seguridade Social Previdência Social definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento
das respectivas normas de processo e julgamento.
Competência privativa Competência concorrente
da União STJ
Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendi-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; mento ao público, é da competência da União.
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de OBS: os Municípios podem legislar sobre medidas que propici-
deficiência; em segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços ban-
XV - proteção à infância e à juventude; cários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012)
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da Uni-
ão limitar-se-á a estabelecer normas gerais. ______Codigo Civil______
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
NÃO EXCLUI a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados TÍTULO II
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas DAS PESSOAS JURÍDICAS
peculiaridades. CAPÍTULO I
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUS- DISPOSIÇÕES GERAIS
PENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou ex-
terno, e de direito privado.
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
STF I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato nor-
III - os Municípios;
mativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Segundo o STF, a expressão “sistema de sorteios” constante do
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídi-
art. 22, XX, da CF/88 alcança os jogos de azar, as loterias e si-
cas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito
milares, dando interpretação que veda a edição de legislação
privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento,
estadual sobre a matéria, diante da competência privativa da
pelas normas deste Código.
União (ADI 3895, j. em 04/06/2008).
Súmula Vinculante 38-STF: É competente o município para fi-
xar o horário de funcionamento de estabelecimento comerci- JDC141 A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil
al. às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado es-
Lei municipal pode dispor sobre: trutura de direito privado”, diz respeito às fundações públicas
a) Horário de funcionamento de estabelecimento comercial: SIM e aos entes de fiscalização do exercício profissional .
(SV 38).
b) Horário de funcionamento dos bancos (horário bancário):
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Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Es-


tados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Art. 46. O registro declarará:
direito internacional público. I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo
social, quando houver;
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civil- II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e
mente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualida- dos diretores;
de causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo con- III - o modo por que se administra e representa, ativa e passiva-
tra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa mente, judicial e extrajudicialmente;
ou dolo (RESPONSABILIDADE OBJETIVA) IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração,
e de que modo;
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
I - as associações; obrigações sociais;
II - as sociedades; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do
III - as fundações. seu patrimônio, nesse caso.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos. Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRE- exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato consti-
LI). tutivo.
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento das organizações religiosas, sendo VEDADO ao JDC145 O art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência.
poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as deci-
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsi-
sões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o
diariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Es-
ato constitutivo dispuser de modo diverso.
pecial deste Código.
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular as deci-
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão con-
sões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou esta-
forme o disposto em lei específica.
tuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

JDC142 Os partidos políticos, os sindicatos e as associações Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administra-
Código Civil. dor provisório.
JDC143 A liberdade de funcionamento das organizações religi-
osas não afasta o controle de legalidade e legitimidade Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios,
constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexa- associados, instituidores ou administradores (LEI 13874/19)
me, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas
com seus estatutos. é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos,
JDC144 A relação das pessoas jurídicas de direito privado estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
constante do art. 44, incs. I a V, do Código Civil não é exausti- empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e
va. inovação em benefício de todos. (LEI 13874/19)
JDC280 Por força do art. 44, § 2º, consideram-se aplicáveis às
sociedades reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às li- Art. 50. TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONA-
mitadas, os arts. 57 e 60, nos seguintes termos: LIDADE JURÍDICA. Em caso de abuso da personalidade jurídi-
a) em havendo previsão contratual, é possível aos sócios de- ca, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
liberar a exclusão de sócio por justa causa, pela via extraju- patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Mi-
dicial, cabendo ao contrato disciplinar o procedimento de ex- nistério Público quando lhe couber intervir no processo, descon-
clusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação analógica siderá-la para que os efeitos de certas e determinadas rela-
do art. 1.085; ções de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
b) as deliberações sociais poderão ser convocadas por inici - administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados
ativa de sócios que representem 1/5 do capital social, na direta ou indiretamente pelo abuso.(LEI 13874/19)
omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese § 1º Para os fins do disposto neste artigo, DESVIO DE
de criação, pelo contrato, de outros órgãos de deliberação FINALIDADE é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
colegiada. de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza.(LEI 13874/19)
§ 2º Entende-se por CONFUSÃO PATRIMONIAL a ausência de
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direi-
separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
to privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
sócio ou do administrador ou vice-versa;(LEI 13874/19)
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas
as alterações por que passar o ato constitutivo.
contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular a consti-
insignificante; e(LEI 13874/19)
tuição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
(LEI 13874/19)
no registro.
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§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se,
se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
administradores à pessoa jurídica.(LEI 13874/19) § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença inscrição da pessoa jurídica.
dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.(LEI Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
13874/19) dos direitos da personalidade.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a
alteração da finalidade original da atividade econômica JDC286 Os direitos da personalidade são direitos inerentes e es-
específica da pessoa jurídica (LEI 13874/19) senciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não
sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos
JDC7 Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica
quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, CAPÍTULO II
aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. DAS ASSOCIAÇÕES
JDC51 A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – Art. 53. Constituem-se as associações pela UNIÃO DE PESSOAS
disregard doctrine – fica positivada no novo Código Civil, manti- que se organizem para FINS NÃO ECONÔMICOS.
dos os parâmetros existentes nos microssistemas legais e na Parágrafo único. NÃO HÁ, entre os associados, direitos e obriga-
construção jurídica sobre o tema. ções recíprocos.
JDC145 Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica pre-
JDC534 As associações podem desenvolver atividade econô-
vistos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patri-
mica, desde que não haja finalidade lucrativa.
monial).
JDC615 As associações civis podem sofrer transformação, fusão,
JDC281 A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no
incorporação ou cisão.
art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insol-
vência da pessoa jurídica.
JDC282 O encerramento irregular das atividades da pessoa Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso da per- I - a denominação, os fins e a sede da associação;
sonalidade jurídica. II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associ-
JDC283 É cabível a desconsideração da personalidade jurídica ados;
denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se va- III - os direitos e deveres dos associados;
leu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
com prejuízo a terceiros – positivado com o NCPC V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deli-
JDC284 As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrati- berativos;
vos ou de fins não econômicos estão abrangidas no conceito VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e
de abuso da personalidade jurídica. para a dissolução.
JDC285 A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respec-
Código Civil, PODE SER INVOCADA PELA PESSOA JURÍDICA, tivas contas.
EM SEU FAVOR.
JDC406 A desconsideração da personalidade jurídica alcança os Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
grupos de sociedade quando estiverem presentes os pressu- poderá instituir categorias com vantagens especiais.
postos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os cre -
dores até o limite transferido entre as sociedades. JDC577 A possibilidade de instituição de categorias de associa-
dos com vantagens especiais admite a atribuição de pesos di-
ferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens dos sócios para satisfa-
sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.
“COMUM” zer as obrigações da sociedade
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da sociedade para saldar Art. 56. A qualidade de associado É INTRANSMISSÍVEL, se o es-
INVERSA dívidas de cunho particular. tatuto não dispuser o contrário.
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa controla- Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ide-
INDIRETA dora que estão em nome da contro- al do patrimônio da associação, a transferência daquela NÃO IM-
lada/coligada PORTARÁ, DE PER SI, na atribuição da qualidade de associado
ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do es-
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens do sócio oculto que es- tatuto.
EXPANSIVA tão em nome de terceiro (“laranja”)
DESPERSONALIZAÇÃO Dissolução da pessoa jurídica Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito
de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a
autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direi-
de liquidação, até que esta se conclua.
to ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a
ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
averbação de sua dissolução.
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Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: Código Civil, art. 62, parágrafo único.
I – destituir os administradores; JDC9 Deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fun-
II – alterar o estatuto. dações com fins lucrativos.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I
e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especial-
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a
mente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabeleci-
ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
do no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administra-
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
dores.
semelhante.

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma


Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos,
do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de pro-
o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou ou-
movê-la.
tro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão
registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimô-
nio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou fra-
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do pa-
ções ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado
trimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acor-
à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou,
do com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada,
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição munici-
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade compe-
pal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
tente, com recurso ao juiz.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assi-
dos associados, podem estes, antes da destinação do remanes-
nado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a
cente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o
incumbência caberá ao Ministério Público.
respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patri-
mônio da associação.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
onde situadas.
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas con-
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o
dições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimô-
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
nio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o
União.
encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

JDC407 A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mis-
remanescente da associação à instituição municipal, estadual ou ter que a reforma:
federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do I - seja deliberada por 2/3 dos competentes para gerir e repre-
estatuto, possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a sentar a fundação;
vontade dos associados, desde que seja contemplada enti- II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
dade que persiga fins não econômicos. III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo
máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Pú-
CAPÍTULO III blico a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do inte-
DAS FUNDAÇÕES ressado.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escri-
tura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, es- Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por vota-
pecificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a ma- ção unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o
neira de administrá-la. estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 dias.
fins de:
I – assistência social; Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artísti- visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do
co; Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a ex-
III – educação; tinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
IV – saúde; contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
V – segurança alimentar e nutricional; designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro-
moção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alter- _____Codigo de Proçesso Civil____
nativas, modernização de sistemas de gestão, produção e di-
vulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; LIVRO III
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direi- DOS SUJEITOS DO PROCESSO
tos humanos; TÍTULO I
IX – atividades religiosas; DAS PARTES E DOS PROCURADORES
CAPÍTULO I
JDC8 A constituição de fundação para fins científicos, educacio- DA CAPACIDADE PROCESSUAL
nais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no
Dia 4 / 9

Art. 70. Toda pessoa que se encontre NO EXERCÍCIO DE SEUS ATO POR AMBOS PRATICADO
DIREITOS tem capacidade para estar em juízo.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais,
judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem jus-
por tutor ou por curador, na forma da lei.
to motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário
Art. 72. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao:
e não suprido pelo juiz, INVALIDA o processo.
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses
deste colidirem com os daquele, ENQUANTO DURAR A INCA-
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
PACIDADE;
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou medi-
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou
ante órgão vinculado;
com hora certa, ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVO-
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
GADO.
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defenso-
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do
ria Pública, nos termos da lei.
ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
Incapaz sem representante VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
legal ENQUANTO VII - o espólio, pelo inventariante;
DURAR A VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos
Incapaz quando há colidên-
INCAPACIDADE designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
cia de interesses com seu
CURADORIA IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organi-
representante legal
ESPECIAL zados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a
Réu preso revel ENQUANTO NÃO administração de seus bens;
FOR X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou
Réu revel citado por edital
CONSTITUÍDO administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instala-
Réu revel citado com hora ADVOGADO da no Brasil;
certa XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
Exercida pela Defensoria Pública – art. 4°, XVI, LC 80/94 e § 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do fale-
art. 72, parágrafo único do NCPC. cido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica NÃO
PODERÁ opor a irregularidade de sua constituição quando de-
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro
mandada.
para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, SALVO
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela
quando casados sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de
pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer pro-
bens.
cesso.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compro-
ação:
misso recíproco para prática de ato processual por seus pro-
I - que verse sobre direito real imobiliário, SALVO quando casa-
curadores em favor de outro ente federado, mediante convê-
dos sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de bens;
nio firmado pelas respectivas procuradorias.
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou
de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem FPPC383. (art. 75, §4º) As autarquias e fundações de direito
da família; público estaduais e distritais também poderão ajustar com-
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a promisso recíproco para prática de ato processual por seus
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. procuradores em favor de outro ente federado, mediante con-
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do au- vênio firmado pelas respectivas procuradorias
tor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de com-
posse ou de ato por ambos praticado. Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularida-
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprova- de da representação da parte, o juiz SUSPENDERÁ O PROCES-
da nos autos. SO e designará PRAZO RAZOÁVEL para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na ins-
AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS tância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
REGRA EXCEÇÃO II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
Indispensável consentimento Dispensável consentimento se III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,
do cônjuge/companheiro casados sob regime de separa- dependendo do polo em que se encontre.
ção absoluta de bens § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tri-
bunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o
AÇÕES POSSESSÓRIAS relator:
REGRA EXCEÇÃO I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recor-
rente;
Dispensável consentimento do Indispensável consentimento II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a
cônjuge/companheiro no caso de COMPOSSE ou de providência couber ao recorrido
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Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos


CAPÍTULO II membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a
DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões
Seção I ofensivas nos escritos apresentados.
Dos Deveres § 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifesta-
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, SÃO DEVERES das oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qual- as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
quer forma participem do processo: § 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cien- ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor
tes de que são destituídas de fundamento; das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte inte-
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desne- ressada.
cessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de nature- Seção II
za provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de
autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão má-fé como autor, réu ou interveniente.
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva; Art. 80. Considera-se LITIGANTE DE MÁ-FÉ aquele que:
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
direito litigioso. ou fato incontroverso;
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer II - alterar a verdade dos fatos;
das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
ser punida como ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTI- IV - opuser resistência injustificada ao andamento do proces-
ÇA. so;
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato aten- V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou
tatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das ato do processo;
sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao respon- VI - provocar incidente manifestamente infundado;
sável multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gra- VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protela-
vidade da conduta. tório.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante
prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior
Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
execução observará o procedimento da execução fiscal, rever- pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários ad-
tendo-se aos fundos previstos no art. 97. vocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independente- § 1o Quando forem 2 ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde-
mente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o. nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte
multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 vezes o va- contrária.
lor do salário-mínimo. § 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo.
Defensoria Pública e do Ministério Público NÃO SE APLICA o § 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja
disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade dis- possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedi-
ciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corre- mento comum, nos próprios autos.
gedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determi- LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
nará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proi-
bir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado , sem Aplicação de multa de >1% < 10% v.c
prejuízo da aplicação do § 2o Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido
a cumprir decisão em seu lugar. + indenização + honorários advocatícios + despesas
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé
ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA REVERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA

Não cumprir com exatidão as Praticar inovação ilegal no


decisões jurisdicionais e criar estado de fato de bem ou di- Seção III
embaraços à sua efetivação reito litigioso. Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas
Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justi-
Aplicação de multa de até 20% v.c ça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem
Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento,
desde o início até a sentença final ou, na execução, até a ple-
Não aplicação aos advogados públicos ou privados, DP e MP. na satisfação do direito reconhecido no título.
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§ 1o Incumbe ao AUTOR adiantar as despesas relativas a ato cuja V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condenação
realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários-
Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fis- mínimos.
cal da ordem jurídica. § 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:
§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as des- I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplica-
pesas que antecipou. dos desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual,
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando
Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de liquidado o julgado;
processo PRESTARÁ CAUÇÃO suficiente ao pagamento das III - não havendo condenação principal ou não sendo possível
custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em hono-
ações que propuser, se não tiver no Brasil bens IMÓVEIS que rários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
lhes assegurem o pagamento. IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada
§ 1o NÃO SE EXIGIRÁ A CAUÇÃO de que trata o caput: sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de
I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado in- liquidação.
ternacional de que o Brasil faz parte; § 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda
II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumpri- Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o va-
mento de sentença; lor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3 o, a fi-
III - na reconvenção. xação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e,
§ 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a ga- naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessiva-
rantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando mente.
seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em ga- § 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se in-
rantia e a importância do reforço que pretende obter. dependentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclu-
sive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolu-
JDPC4 A entrada em vigor de acordo ou tratado internacio- ção de mérito.
nal, que estabeleça dispensa da caução prevista no art. 83, § § 7o NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no cumprimento de
1º, I, do CPC, impõe a liberação da caução previamente pres- sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de
tada. precatório, desde que não tenha sido impugnada.
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo,
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a
o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa,
indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a
observando o disposto nos incisos do § 2o.
diária de testemunha.
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o per-
centual de honorários incidirá sobre a soma das prestações venci-
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
das acrescida de 12 prestações vincendas.
advogado do vencedor (honorários de sucumbência).
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos
§ 1o São DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS na reconven-
por quem deu causa ao processo.
ção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fi-
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumu-
xados anteriormente levando em conta o trabalho adicional rea-
lativamente.
lizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o
nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fi-
máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito eco-
xação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultra-
nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
passar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2 o e 3o para
atualizado da causa, atendidos:
a fase de conhecimento.
I - o grau de zelo do profissional;
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas
II - o lugar de prestação do serviço;
e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77.
III - a natureza e a importância da causa;
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à exe-
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para
cução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumpri-
o seu serviço.
mento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal,
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos
para todos os efeitos legais.
honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e TÊM
do § 2o e os seguintes percentuais:
NATUREZA ALIMENTAR, com os mesmos privilégios dos crédi-
I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condena-
tos oriundos da legislação do trabalho, sendo VEDADA a com-
ção ou do proveito econômico obtido até 200 salários-mínimos;
pensação em caso de sucumbência parcial.
II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da condenação
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorá-
ou do proveito econômico obtido acima de 200 salários-míni-
rios que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad-
mos até 2.000 salários-mínimos;
vogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipó-
III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da condenação
tese o disposto no § 14.
ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 salários-míni-
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os
mos até 20.000 salários-mínimos;
juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado
IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da condenação
da decisão.
ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 salários-
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar
mínimos até 100.000 salários-mínimos;
em causa própria.
Dia 4 / 12

§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao da parte requerida na produção da prova.
direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma
para sua definição e cobrança.
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de su-
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
cumbência, nos termos da lei.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos
FPPC7. (art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omi- honorários.
tido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser ob-
jeto de ação autônoma. Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os venci-
FPPC8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunciado dos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos hono-
453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“Os ho- rários.
norários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada § 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma
em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das
própria”). verbas previstas no caput.
FPPC239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado § 2o Se a distribuição de que trata o § 1 o não for feita, os vencidos
n. 472 da súmula do STF (“A condenação do autor em honorá- responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
rios de advogado, com fundamento no art. 64 do Código de
Processo Civil, depende de reconvenção”), pela extinção da no- Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despe-
meação à autoria. sas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os inte-
FPPC240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas ressados.
execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra
a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art. Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados
85. pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões.
FPPC241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucumbên-
cia recursal serão somados aos honorários pela sucumbên- Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em
cia em primeiro grau, observados os limites legais renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os ho-
FPPC242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência recursal norários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reco-
são devidos em decisão unipessoal ou colegiada nheceu.
FPPC243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de § 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento,
apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em pri- a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será pro-
meiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal porcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual
FPPC244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da sú- se desistiu.
mula do STJ (“Os honorários advocatícios devem ser compensa- § 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto
dos quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direi- às despesas, estas serão divididas igualmente.
to autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a § 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam
legitimidade da própria parte”) e a tese firmada no REsp Repeti- dispensadas do pagamento das custas processuais remanes-
tivo n. 963.528/PR, após a entrada em vigor do CPC, pela ex- centes, se houver.
pressa impossibilidade de compensação § 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultane-
FPPC384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá su- amente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os ho-
primir a titularidade e o direito à percepção dos honorários norários serão reduzidos pela metade.
de sucumbência dos advogados públicos
FPPC621. (arts.85, §14, 771, 833, § 2º) Ao cumprimento de sen-
JDPC9 Aplica-se o art. 90, § 4º, do CPC ao reconhecimento da
tença do capítulo relativo aos honorários advocatícios, aplicam-
procedência do pedido feito pela Fazenda Pública nas ações re-
se as hipóteses de penhora previstas no §2º do art. 833, em ra-
lativas às prestações de fazer e de não fazer.
zão da sua natureza alimentar.
JDPC10 O benefício do § 4º do art. 90 do CPC aplica-se ape-
JDPC5 Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão par-
nas à fase de conhecimento.
cial fundada no art. 485 do CPC, condenar-se-á proporcional-
mente o vencido a pagar honorários ao advogado do vence-
Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requeri-
dor, nos termos do art. 85 do CPC.
mento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defen-
JDPC6 A fixação dos honorários de sucumbência por aprecia-
soria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
ção equitativa só é cabível nas hipóteses previstas no § 8º
§ 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministé-
do art. 85 do CPC.
rio Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas
JDPC7 A ausência de resposta ao recurso pela parte contrá-
por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter
ria, por si só, não tem o condão de afastar a aplicação do
os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
disposto no art. 85, § 11, do CPC.
§ 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro
JDPC8 Não cabe majoração de honorários advocatícios em
para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no
agravo de instrumento, salvo se interposto contra decisão
exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo
interlocutória que tenha fixado honorários na origem, res-
se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente públi-
peitados os limites estabelecidos no art. 85, §§ 2º, 3º e 8º, do
co.
CPC
CJF 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação
Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir senten-
de produção antecipada de provas na hipótese de resistência
ça sem resolver o mérito, o autor não poderá propor nova-
Dia 4 / 13

mente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e dos na condenação ou destacados do montante principal devi-
os honorários a que foi condenado. do ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar
cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou re-
Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for neces- quisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita
sária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do aos créditos dessa natureza.
Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem Súmula 257-STF: São cabíveis honorários de advogado na ação
justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição. regressiva do segurador contra o causador do dano.
Súmula 450-STF: São devidos honorários de advogado sempre
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado que vencedor o beneficiário de justiça gratuita.
ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver Súmula 616-STF: É permitida a cumulação da multa contratual
exercido no processo. com os honorários de advogado, após o advento do Código de
Processo Civil vigente.
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técni-
co que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte STJ
que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia Súmula 14-STJ: Arbitrados os honorários advocatícios em per-
for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. centual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a
§ 1o O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo paga- partir do respectivo ajuizamento.
mento dos honorários do perito deposite em juízo o valor corres - Súmula 201-STJ: Os honorários advocatícios não podem ser fi-
pondente. xados em salários-mínimos.
§ 2o A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo Súmula 232-STJ: A Fazenda Pública, quando parte no proces-
será corrigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, § so, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorá-
4o . rios do perito.
§ 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade Súmula 326-STJ: Na ação de indenização por dano moral, a
de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser: condenação em montante inferior ao postulado na inicial não
I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente pú- implica sucumbência recíproca.
blico e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fa-
público conveniado; zenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida
II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do em ações coletivas, ainda que não embargadas.
Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica
do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho de direito público à qual pertença.
Nacional de Justiça. STF - Após as ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser
§ 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da de- permitida a condenação do ente federativo em honorários
cisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra advocatícios em demandas patrocinadas pela Defensoria Pú-
quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas proces- blica, diante de autonomia funcional, administrativa e orça-
suais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou mentária da Instituição. STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min.
com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão pú- Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017
blico, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das Súmula 453-STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omiti-
despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no dos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados
art. 98, § 2o. em execução ou em ação própria.
§ 5o Para fins de aplicação do § 3 o, É VEDADA a utilização de re- Superada, em parte, com o novo CPC. • Vide o art. 85, § 18 do
cursos do fundo de custeio da Defensoria Pública. CPC 2015: “Caso a decisão transitada em julgado seja omissa
quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação
FPPC622. (arts.95, §4º e 98, §§2º, 3º e 7º) A execução prevista no autônoma para sua definição e cobrança.”
§4º do art. 95 também está sujeita à condição suspensiva de Dessa forma, mesmo não tendo havido condenação em honorá-
exigibilidade prevista no §3º do art. 98. rios advocatícios e ainda que a sentença tenha transitado em
julgado, é possível a propositura de ação autônoma para sua
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé RE- definição e cobrança.
VERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA, e o valor das Súmula 462-STJ: Nas ações em que representa o Fundo de Ga-
sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à rantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa Econômica Federal
União. (CEF) não está isenta de reembolsar as custas pela parte ven-
cedora.
Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de moderniza- Súmula 488-STJ: O parágrafo 2º do art. 6º da Lei 9.469/97, que
ção do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das obriga à repartição dos honorários advocatícios, é inaplicável a
sanções pecuniárias processuais destinadas à União e aos Esta- acordos ou transações celebrados em data anterior à sua vigên-
dos, e outras verbas previstas em lei. cia.

SÚMULAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ


E DESPESAS PROCESSUAIS
EDIÇÃO N. 128: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - I
STF 1) O marco temporal para a aplicação das normas do Código de
Processo Civil de 2015, a respeito da fixação e da distribuição
Súmula vinculante 47-STF: Os honorários advocatícios incluí-
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dos honorários de sucumbência, É A DATA DA PROLAÇÃO DE a) decisão recorrida publicada a partir de 18.03.2016, data de
SENTENÇA/ACÓRDÃO que as impõe. entrada em vigor do novo Código de Processo Civil;
2) Não se aplica a regra do art. 85, § 2º, do CPC/2015, b) recurso não conhecido integralmente ou não provido,
direcionada ao arbitramento dos honorários advocatícios monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente; e
sucumbenciais, na hipótese em que a sentença tiver sido c) condenação em honorários advocatícios desde a origem
proferida na vigência do antigo diploma processual civil. no feito em que interposto o recurso.
3) É inviável o arbitramento de honorários advocatícios de 5) Quando devida a verba honorária recursal, mas, por omissão,
sucumbência, diretamente pelo Superior Tribunal de Justiça - o relator deixar de aplicá-la em decisão monocrática, poderá o
STJ, com base no art. 85 do Código de Processo Civil de 2015, colegiado arbitrá-la ex officio, por se tratar de matéria de
sob pena de configurar supressão de grau de jurisdição e de ordem pública, que independe de provocação da parte.
desvirtuar a competência recursal da Corte. 6) O recurso interposto pelo vencedor para ampliar a
4) Somente nos recursos interpostos contra decisão condenação - que não seja conhecido, rejeitado ou desprovido -
publicada a partir de 18 de março de 2016 será possível o não implica honorários de sucumbência recursal para a parte
arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na contrária.
forma do art. 85, § 11, do NCPC. 7) Por critério de simetria, não é cabível a condenação da
5) O § 11 do art. 85 do CPC/2015, que disciplinou a hipótese de parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em
majoração da verba honorária em grau de recurso, tem favor do Ministério Público nos autos de ação civil pública
dupla funcionalidade: atender à justa remuneração do ou de ação coletiva, salvo comprovada má-fé.
patrono pelo trabalho adicional na fase recursal e inibir o 8) São devidos honorários advocatícios nas reclamações
exercício abusivo do direito de recorrer. julgadas a partir da vigência do Código de Processo Civil de
6) Os honorários recursais não têm autonomia nem existência 2015, quando angularizada a relação processual.
independente da sucumbência fixada na origem e 10) São devidos honorários advocatícios no cumprimento de
representam um acréscimo ao ônus estabelecido sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo
previamente, motivo por que na hipótese de descabimento ou para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários advogado da parte executada. (Súmula n. 517/STJ)
recursais. 11) Não é possível a modificação do valor de verba
7) Para a majoração de honorários advocatícios na instância honorária fixada em sentença transitada em julgado, sob
recursal, não é exigível a comprovação de trabalho adicional pena de ofensa à coisa julgada.
do advogado, que será considerado apenas para a 12) São devidos honorários advocatícios sucumbenciais pelo
quantificação de tal verba. exequente em virtude do acolhimento total ou parcialmente de
8) Os honorários recursais incidem apenas quando houver a exceção de pré-executividade.
instauração de novo grau recursal e não a cada recurso 13) Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição in-
interposto no mesmo grau de jurisdição. devida deve arcar com os honorários advocatícios. (Súmula n.
9) Os honorários recursais de que trata o art. 85, § 11, do 303/STJ)
CPC/2015, são aplicáveis tanto nas hipóteses de não
conhecimento integral quanto de não provimento do
recurso. ________Codigo Penãl________
11) O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do
entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que TÍTULO V
são devidos honorários advocatícios nos procedimentos DAS PENAS
individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação CAPÍTULO I
coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em DAS ESPÉCIES DE PENA
litisconsórcio. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 do Art. 32 - As penas são:
CPC/2015 - TEMA 973) I - privativas de liberdade (PPL);
EDIÇÃO N. 129: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - II II - restritivas de direitos (PRD);
1) Os honorários advocatícios têm natureza alimentar, sendo III - de multa.
possível a penhora de verbas remuneratórias para o seu pa-
gamento. SEÇÃO I
2) O § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil de 2015 DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL)
transmite regra excepcional, de aplicação subsidiária, em que se Reclusão e detenção
permite a fixação dos honorários sucumbenciais por critério de Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
equidade, para as hipóteses em que, havendo ou não fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime
condenação: semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a re-
(I) o proveito econômico obtido pelo vencedor seja inestimável gime fechado.
ou irrisório; ou § 1º - Considera-se:
(II) o valor da causa seja muito baixo. a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento
3) Não é possível a compensação de honorários advocatícios de segurança máxima ou média;
quando a sua fixação ocorrer na vigência do CPC/2015 - art. b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrí-
85, § 14. cola, industrial ou estabelecimento similar;
4) A majoração da verba honorária sucumbencial recursal, c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado
prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, pressupõe a existência ou estabelecimento adequado.
cumulativa dos seguintes requisitos:
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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executa- Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
das em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de respeito à sua integridade física e moral.
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 anos deverá começar a Trabalho do preso
cumpri-la em regime fechado; Art. 39 - O trabalho do preso será SEMPRE remunerado,
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
4 anos e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semi-aberto; Legislação especial
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou in- Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos
ferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e
aberto. direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e corresponden-
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no tes sanções.
art. 59 deste Código (circunstâncias judiciais).
§ 4o O condenado por crime contra a administração públi- Superveniência de doença mental
ca terá a progressão de regime do cumprimento da pena condi- Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental
cionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiqui-
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. átrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Regras do regime fechado Detração


Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumpri- Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
mento da pena, a exame criminológico de classificação para medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
individualização da execução. ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de interna-
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diur- ção em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anteri-
no e a isolamento durante o repouso noturno. or.
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabeleci-
mento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores SEÇÃO II
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fecha- Penas restritivas de direitos
do, em serviços ou obras públicas. Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I (PP) - prestação pecuniária;
Regras do regime semi-aberto II (PBV)- perda de bens e valores;
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, III (LFS)- limitação de fim de semana.
(exame criminológico de classificação para individualização da IV (PSC) - prestação de serviço à comunidade ou a entida-
execução) ao condenado que inicie o cumprimento da pena em des públicas;
regime semi-aberto. V (ITD)- interdição temporária de direitos;
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum du-
rante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabe- Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
lecimento similar. substituem as privativas de liberdade, quando:
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a fre- I – aplicada pena privativa de liberdade (PPL) não superior
qüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução a 4 anos e o crime não for cometido com violência ou grave
de segundo grau ou superior. ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
crime for culposo;
Regras do regime aberto II – o réu não for reincidente em crime doloso;
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e sen- III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
so de responsabilidade do condenado. personalidade do condenado, bem como os motivos e as circuns-
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem tâncias indicarem que essa substituição seja suficiente (circuns-
vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra ativida- tâncias judiciais favoráveis)
de autorizada, permanecendo recolhido durante o período notur- § 2o Na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição
no e nos dias de folga. pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direi-
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se tos; se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser
praticar fato definido como crime DOLOSO, se frustrar os fins substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por
da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativa- 2 restritivas de direitos.
mente aplicada. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a me-
Regime especial dida seja socialmente recomendável e a reincidência não se te-
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento nha operado em virtude da prática do mesmo crime (não seja
próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua con- reincidente específico)
dição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capí- § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa
tulo. de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade
Direitos do preso a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de
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direitos, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo ante-
reclusão. rior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva § 1o A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA consiste no pagamento
de direitos (ex: prestação pecuniária), o CP prevê, como conse- em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
quência, a reconversão da pena restritiva de direitos em pri- ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz,
vativa de liberdade. Logo, o juiz não deve decretar o arresto não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários
dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventu-
da pena substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena já al condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
é a medida que, por força normativa, atribui coercividade à beneficiários.
pena restritiva de direitos. STJ. 6ª Turma. REsp 1699665-PR, Rel. § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/08/2018 beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação
(Info 631). de outra natureza.
§ 3o A PERDA DE BENS E VALORES pertencentes aos conde-
A reconversão da pena restritiva de direitos em pena privativa nados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
de liberdade depende da ocorrência dos requisitos legais Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o
(descumprimento das condições impostas pelo juiz da condena- que for maior – o montante do prejuízo causado ou do pro-
ção), não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o vento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
cumprimento da pena, escolher ou decidir a forma como pre- prática do crime.
tende cumprir a sanção, pleiteando aquela que lhe parece mais
cômoda ou conveniente. STJ. 6ª Turma. REsp 1524484-PE, Rel. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/5/2016 (Info Art. 46. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a
584). entidades públicas é aplicável às condenações superiores a 6
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, meses de privação da liberdade.
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conver- § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
são, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condena-
cumprir a pena substitutiva anterior. do.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em enti-
Crime doloso: PPL não superior a 4 anos + dades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabe-
crime cometido sem violência ou grave ame- lecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
aça à pessoa § 3o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas confor-
me as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de
Crime culposo: qualquer que seja a PPL apli- 1 hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
Conversão PPL
cada prejudicar a jornada normal de trabalho.
em PRD
Não reincidente em crime doloso § 4o Se a pena substituída for superior a 1 ano, é facultado
OBS: Mesmo reincidente, o juiz pode substi- ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art.
tuir se a medida for socialmente recomenda- 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fi-
da e não seja reincidente específico xada.

Circunstâncias judiciais favoráveis Interdição temporária de direitos


Art. 47 - As penas de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DI-
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE PRD REITOS são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pú-
STF STJ blica, bem como de mandato eletivo;
O cumprimento da pena so- Não é possível a execução da II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
mente pode ter início com o pena restritiva de direitos an- que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização
esgotamento de todos os re- tes do trânsito em julgado da do poder público;
cursos. É proibida a chamada condenação. STJ. 3ª Seção. III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
execução provisória da pena EREsp 1.619.087-SC, julgado veículo (revogado tacitamente pelo CTB)
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC em 14/6/2017 (Info 609). IV – proibição de frequentar determinados lugares.
44/DF, ADC 54/DF, Rel. Min. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
Marco Aurélio, julgados em exame públicos.
07/11/2019
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA EFEITOS DA CONDENAÇÃO
DE DIREITOS (NÃO AUTOMÁTICOS)
É lícito ao Juiz estabelecer condições especiais para a concessão
I - proibição do exercício I - a perda de cargo, fun-
do regime aberto, em complementação daquelas previstas na
de cargo, função ou atividade ção pública ou mandato ele-
LEP (art. 115 da LEP), mas não poderá adotar a esse título ne -
pública, bem como de manda- tivo:
nhum efeito já classificado como pena substitutiva (art. 44 do
to eletivo; a) quando aplicada PPL
CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in idem, importando
II - proibição do exercí- por tempo ≥1 ano, nos crimes
na aplicação de dúplice sanção. (Tema Repetitivo: 20)
cio de profissão, atividade ou praticados com abuso de po-
ofício que dependam de habili- der ou violação de dever para
Conversão das penas restritivas de direitos tação especial, de licença ou com a Administração Pública;
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autorização do poder público; b) quando for aplicada II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - suspensão de autori- PPL por tempo > a 4 anos nos III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputa-
zação ou de habilitação para demais casos. do não constitui crime.
dirigir veículo (revogado tacita- II - a incapacidade para o
mente pelo CTB) exercício do poder familiar, da Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
IV – proibição de fre- tutela ou da curatela nos cri- pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória
quentar determinados lugares. mes dolosos sujeitos à pena (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimen-
V - proibição de inscre- de reclusão cometidos contra to, pelo Ministério Público (inconstitucionalidade progressiva;
ver-se em concurso, avaliação outrem igualmente titular do norma ainda constitucional: nos locais onde há Defensoria Pú-
ou exame públicos. mesmo poder familiar, contra blica, o MP não pode ajuizar as ações de que trata o art. 68; onde
filho, filha ou outro descenden- não existir a Defensoria, o MP continua tendo, ainda, legitimida-
te ou contra tutelado ou cura- de)
telado;
III - a inabilitação para O reconhecimento da ilegitimidade ativa do Ministério
dirigir veículo, quando utiliza- Público para, na qualidade de substituto processual de
do como meio para a prática menores carentes, propor ação civil pública ex delicto, sem a
de crime doloso. anterior intimação da Defensoria Pública para tomar ciência
da ação e, sendo o caso, assumir o polo ativo da demanda,
Limitação de fim de semana configura violação ao art. 68 do CPP. STJ. 4ª Turma. REsp
Art. 48 - A LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA consiste na 888.081-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 15/9/2016 (Info
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 ho- 592).
ras diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
adequado.
Parágrafo único - Durante a permanência PODERÃO ser mi- AÇÃO CIVIL EX DELICTO AÇÃO DE EXECUÇÃO
nistrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas ativida- PROPRIAMENTE DITA EX DELICTO
des educativas.
Independentemente da sen- Executam a sentença penal
tença penal, busca-se repara- transitada em julgada para fins

_____Codigo de Proçesso Penãl____ ção do dano na esfera cível. de reparação do dano (a sen-
tença penal só fixa mínimo de
reparação quando a parte re-
TÍTULO IV querer)
DA AÇÃO CIVIL Mesmo que a sentença penal Depois que transitar em julga-
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, ainda não tenha transitado em do, poderá ser proposta, no ju-
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito julgado, a vítima, seu represen- ízo cível, a execução da senten-
da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou tante legal ou herdeiros já po- ça penal condenatória, na qual
seus herdeiros. derão buscar a reparação dos o pedido será para que o con-
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena- danos no juízo cível denado seja obrigado a reparar
tória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos ter- os danos causados à vítima
mos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo (art. 63 do CPP). Isso é chama-
da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. do de ação de execução ex de-
licto.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cí-
vel, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável TÍTULO V
civil. DA COMPETÊNCIA
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo da- I - o lugar da infração (TEORIA DO RESULTADO);
quela. II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
Art. 65. FAZ COISA JULGADA NO CÍVEL a sentença penal IV - a distribuição;
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessida- V - a conexão ou continência;
de, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou VI - a prevenção;
no exercício regular de direito (excludentes de ilicitude). VII - a prerrogativa de função.

Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo cri- CAPÍTULO I


minal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lu-
gar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa,
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (TEO-
civil: RIA DO RESULTADO)
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das pe-
ças de informação;
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§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes
se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lu- previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124,
gar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execu - 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
ção. § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclas-
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do sificação para infração da competência de outro, a este será re-
território nacional, será competente o juiz do lugar em que o cri- metido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do pri-
me, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu meiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
resultado. § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para ou-
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais tra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o dis-
jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração posto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo pró-
consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a prio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sen-
competência firmar-se-á pela prevenção. tença (art. 492, § 2o).

ART. 6º DO CP ART. 70, CAPUT, DO CPP CAPÍTULO IV


DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
Adotou a teoria da ubiquida- Adotou a teoria do resultado. Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência
de (mista). quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um
Lugar do crime é local em Lugar do crime é o local em juiz igualmente competente.
que... que se consumou a infração, Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da
· ocorreu a ação ou omis- ou, no caso de tentativa, o lu- concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de
são (no todo ou em parte) gar em que for praticado o úl- qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da
· bem como onde se pro- timo ato de execução. ação penal.
duziu ou deveria produzir-
se o resultado. CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Regra destinada a resolver a Regra destinada a resolver Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
competência no caso de cri- crimes envolvendo o territó- I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido pra-
mes envolvendo o território rio de duas ou mais comarcas ticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por
de dois ou mais países (confli- (ou seções judiciárias) apenas várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lu-
to internacional de jurisdição). dentro do Brasil (conflito inter- gar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
no de competência territorial). II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para
Define o se o Brasil será com- Define qual o juízo competente facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou
petente para julgar o fato no no caso de crimes plurilocais. vantagem em relação a qualquer delas;
caso de crimes à distância. III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, CONEXÃO


praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competên- POR SIMULTANEIDADE: ocorrendo duas
cia firmar-se-á pela prevenção. ou mais infrações, houverem sido pratica-
das, ao mesmo tempo, por várias pesso-
as reunidas,
CAPÍTULO II INTERSUBJETIVA
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU CONCURSAL: ocorrendo duas ou mais in-
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a com- frações, houverem sido praticadas por vá-
petência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. rias pessoas em concurso, embora di-
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência verso o tempo e o lugar
firmar-se-á pela prevenção. POR RECIPROCIDADE: ocorrendo duas
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu ou mais infrações, houverem sido pratica-
paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conheci- das por várias pessoas, umas contra as
mento do fato. outras

Art. 73. Nos casos de EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o quere- TELEOLÓGICA: no mesmo caso, houverem
lante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do sido umas praticadas para facilitar as ou-
réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. tras
OBJETIVA
CONSEQUENCIAL: no mesmo caso, hou-
CAPÍTULO III verem sido umas praticadas para ocultar,
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO conseguir impunidade ou vantagem em
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regu- relação a qualquer delas
lada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência pri-
vativa do Tribunal do Júri. Quando a prova de uma infração ou de
INSTRUMENTAL qualquer de suas circunstâncias elementa-
res influir na prova de outra infração.
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prolongar a prisão provisória, (ECA)


Art. 77. A competência será determinada pela continência ou por outro motivo relevante,
quando: Sobrevier doença mental em
o juiz reputar conveniente a se-
I CONTINÊNCIA SUBJETIVA - duas ou mais pessoas forem relação a um corréu
paração.
acusadas pela mesma infração; Houver corréu foragido
II CONTINÊNCIA OBJETIVA - no caso de infração cometida
nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 Não houver número mínimo de
do Código Penal. jurados no tribunal do júri (es-
touro de urna)

CONTINÊNCIA
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou
SUBJETIVA Duas ou mais pessoas forem acusadas pela continência, ainda que no processo da sua competência própria
mesma infração venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que
Concurso formal desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua com-
OBJETIVA petência, continuará competente em relação aos demais pro-
Aberratio ictus cessos.
Aberratio criminis Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a compe-
tência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a
infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou
exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo com-
continência, serão observadas as seguintes regras:
petente.
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem
júri;
instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição pre-
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria
valente deverá avocar os processos que corram perante os outros
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada
juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste
a pena mais grave;
caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior
efeito de soma ou de unificação das penas.
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gra-
vidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros ca-
sos;
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, pre-
dominará a de maior graduação;
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial,
prevalecerá esta.

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de


processo e julgamento, salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de
menores.
§ 1o Cessará, EM QUALQUER CASO, a unidade do proces-
so, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no
art. 152 (doença mental sobreveio à infração)
§ 2o A unidade do processo não importará a do julga-
mento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à
revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando


as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

SEPARAÇÃO FACULTATIVA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA


Quando as infrações tiverem Concurso entre a jurisdição co-
sido praticadas em circunstân- mum e a militar
cias de tempo ou de lugar dife-
rentes
Quando pelo excessivo número Concurso entre a jurisdição co-
de acusados e para não lhes mum e o juízo de menores

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