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DIREITO

ADMINISTRATIVO II

Prof. Dr. Alisson G. Monteiro


prof.alisson2022@gmail.com
BENS
PÚBLICOS
Situações
especiais
TOMBAMENTO

• Necessidade de se conservar
os bens públicos limitando-se
seu uso para que não sofram a
ação deletéria do tempo ou
das pessoas

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• Bens dominicais sobre os quais
não tem as pessoas de Direito
Público Interno a que pertencem
(União, Estados-Membros ou
Municípios), posse, por estarem
dispersas, sendo necessários,
antes, discriminá-las para
TERRAS posteriormente integrá-las
diretamente ao domínio público,
DEVOLUTAS não sendo tampouco
propriedade de particulares

• Art. 3° da Lei n° 601/1850: são


devolutas as terras que não são
particulares por título legítimo
ou públicas destinadas a algum
fim específico
TERRAS DEVOLUTAS

• Uma vez apuradas como públicas serão registradas em


nome da União como determina o art. 2° da Lei n°
9.636/1998, que dispõe sobre a regularização,
administração, aforamento e alienação de bens imóveis
de domínio da União:
– “Art. 2° Concluído, na forma da legislação vigente, o
processo de identificação e demarcação das terras de
domínio da União, a SPU lavrará, em livro próprio, com
força de escritura pública, o termo competente,
incorporando a área ao patrimônio da União.
Formas de
aquisição e uso
dos bens
públicos
• Pode se dar por
desapropriação ou por
compra, a qual dependerá
de prévia licitação, salvo
Aquisição os casos de dispensa e
inexigibilidade Adquire-se
também por dação em
pagamento, permuta,
penhora e sucessão
Uso dos bens públicos

• Uso livre: ocorre quanto aos


bens de uso comum do povo,
respeitando-se as leis e sem
que haja exclusividade, ainda
que momentânea
Uso dos bens
públicos

• Autorização de uso:
ato unilateral,
discricionário e
precário, em que se
faculta uso em
caráter episódico, no
interesse do
particular
– Ex.: fechar rua
para festa; circo;
carga pesada;
Uso dos bens
públicos

• Permissão de uso: ato


unilateral, discricionário e
precário, no interesse
coletivo, que faculta uso
com maior permanência
do bem público, mediante
licitação
– Ex.: banca de jornal,
barracas, feiras, box em
mercado municipal
Uso dos bens
públicos
• Concessão de uso: contrato
que transfere o uso por
prazo certo para finalidade
específica, mediante
licitação. Não há
precariedade, vale dizer, a
revogação antes do prazo
contratual gera direito à
indenização
– Ex.: restaurante ou
lanchonete em aeroporto
ou rodoviária
Uso dos bens públicos

• Concessão de direito real de uso: contrato pelo


qual se transfere, como direito real, o uso
remunerado ou gratuito de imóvel não edificado,
mediante licitação
• Serve para urbanização, industrialização e cultivo
de terra (Dec.-lei 271/1967)
• O direito real confere mais estabilidade à
concessão feita, que fica oponível até ao Poder
Público, ressalvada a possibilidade de
desapropriação
• Concessão de uso especial (MP 2.220/2001; art.
183, § 1º, da CF): como não se admite usucapião
de bem público, nas hipóteses em que forem
preenchidos os requisitos legais para o usucapião
especial urbano até 22.12.2016, há direito do
ocupante à concessão de uso especial, que se
constitui administrativa ou judicialmente

Uso dos bens públicos


• Cessão de uso: consiste na
atribuição gratuita da posse
de um bem público de
entidade ou órgão para
outro, possibilitando ao
Uso dos cessionário a utilização nas
bens condições estabelecidas no
termo, por prazo certo ou
públicos indeterminado
• Trata-se de ato de
colaboração entre os entes
públicos. Caso se trate de
cessão externa, é necessária
autorização legal
• Não há que se falar em posse
Posse sobre bem público e,
consequentemente, em
sobre proteção possessória, retenção
bem por benfeitorias ou usucapião
• O particular que ocupa nessas
público condições um bem público
tem, segundo a doutrina e a
jurisprudência, mera detenção
Posse sobre bem
público

• Caso o particular
esteja exercendo
atos típicos de posse
em bem público do
tipo dominical, o STJ
entende que tem
direito a proteção
possessória em face
de terceiro, também
particular, com quem
estiver em litígio
Súmula 619 do STJ

• “A ocupação indevida de
bem público configura
mera detenção, de
natureza precária,
insuscetível de retenção ou
indenização por acessões e
benfeitorias”.
Espécies de bens
na CF (da União)
Terras devolutas
indispensáveis à defesa

• das fronteiras, fortificações e


construções militares

• das vias federais de


comunicação

• da preservação ambiental,
definidas em lei
Terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios

• Os índios têm posse


permanente e usufruto
exclusivo das riquezas do
solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes
• O aproveitamento dos demais
recursos só se dará com
autorização do Congresso
Nacional, garantida a
participação nos resultados
– Questão mineral
Lagos e rios

• São da União os lagos e rios:


– de terrenos de seu domínio
– que banhem mais de um Estado
– que sirvam de limite com outros
países
– que se estendam a território
estrangeiro ou dele provenham,
inclusive os terrenos marginais
• São da União, formados pela porção
Terrenos de de terras banhadas pelas águas dos
rios navegáveis ou pelas águas do
marinha mar (art. 20, VII, da CF)
• O art. 2º do Decreto-lei 9.760/1946
os define como a faixa de 33 metros
da linha do preamar médio de 1831
para a parte da terra
• O particular que ocupar parte de
terreno de marinha, mediante a
devida outorga (enfiteuse ou
aforamento, ou mesmo mero
regime de ocupação), pagará à
União taxa de Administração (art.
127 do Dec.-lei 9.760/1946)
• E caso o ocupante venha a transferir Terrenos de
a terceiros, mediante alienação a
título oneroso, esse direito sobre o
marinha
bem (chamado “domínio útil”),
deverá pagar o chamado laudêmio
(art. 5º do Dec.-lei 2.398/1987)
• O pagamento de laudêmio à União é
devido também quando há
transferência do direito a
benfeitorias no bem
• No caso de irregularidade da
ocupação, a União,
independentemente de fazer a
cobrança devida pela ocupação do
bem, pode buscar a anulação dos
registros da ocupação, podendo
fazê-lo administrativamente
Mar territorial

• É da União, consistente na
faixa de 12 milhas, contadas
do litoral continental, sobre a
qual o Estado exerce poderes
de soberania (art. 20, VI, da
CF e Lei 8.617/1993)
Recursos da zona
econômica exclusiva

• São da União, consistentes na


faixa de 12 a 200 milhas, sobre
a qual o Estado exerce poderes
de exploração dos recursos
naturais do mar (art. 20, V, da
CF e Lei 8.617/1993)
Recursos naturais da
plataforma continental

• São da União, consistentes no


prolongamento natural das
terras da superfície sob a água
do mar, porção de terras
submersas que apresentam a
mesma estrutura geológica
das terras do continente (art.
20, V, da CF e Lei 8.617/1993)
Ilhas

• São da União:
– fluviais (de rios) e
lacustres (de lagos) nas
zonas limítrofes com
outros países; as demais
são dos Estados
– oceânicas (no oceano)
– costeiras (próximas à
costa)
Recursos minerais,
inclusive dos subsolos
São da União

É assegurada a participação (ou


compensação financeira) no resultado
da exploração de petróleo, gás natural,
potencial hídrico e outros recursos
minerais, no respectivo território,
plataforma continental, mar territorial e
zona econômica exclusiva, em favor dos
Estados, DF, Municípios e União, nos
termos da lei (art. 20, § 1º, da CF)

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