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Bens públicos

Conceito:
Lei – Art. 98: são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a
pessoa a que pertencerem. (Código Civil de 2002)
Doutrina: deve-se compreender como bens públicos todos os demais bens, mesmo que
pertencentes a pessoas de direito privado, que estejam destinados à prestação de um
serviço público.
Classificação:
1) Quanto à titularidade:
A) União/federais: art. 20, CF.
B) Estaduais: Art. 26, CF.
2) Quanto ao uso
A) Bem de uso comum do povo – são aqueles destinados ao uso comum e geral
de toda a comunidade, tais como os rios, os mares, as estradas, ruas e praças.
B) Bem de uso especial – destinam-se à prestação de serviço administrativo,
como por exemplo, os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração. São bens vinculados ao exercício de
alguma atividade administrativa ou ao uso especial coletivo. São os veículos
oficiais, prédios públicos onde funcionam repartições administrativas, bens
tomadas, bibliotecas públicas, museus e outros locais de acesso aberto ao
público. *terras indígenas também
C) Bens dominicais ou dominiais – constituem o patrimônio disponível das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real,
de cada uma das entidades. Se caracterizam por não possuir uma destinação
específica. Compreendem os bens móveis ou imóveis, corpóreos ou
incorpóreos. São, por exemplo, as terras devolutas, os terrenos da marinha e
seus acrescidos e os terrenos reservados e acrescidos quando não vinculados
a destino público específico.
Obs! Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são bens públicos com
destinação pública específica (afetados) e, portanto, são inalienáveis enquanto
conservarem essa qualificação, na forma em que a lei dispuser. Os bens dominicais, por
não terem destinação específica podem ser alienados respeitadas as exigências legais.
No caso de bens imóveis – art. 17, I, 8666.
A afetação é o ato ou fato através do qual um bem, não vinculado a um fim específico,
passa a sofrer destinação ao fim público se tornando bem de uso comum do povo ou de
uso especial. (bem dominical passa a ser de uso comum ou especial)
A desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso
coletivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública. (bem de uso comum
ou especial passa a ser dominical)
Características
 Inalienabilidade (relativa): impossibilidade de se transferir a terceiros. Mas essa
característica não é absoluta.
-Sendo dominical e preencher disposições legais, pode ser alienável.

 Impenhorabilidade: a administração pública se submete a um processo de


execução próprio, via precatórios, regido pelo art. 100 da Constituição Federal.

 Imprescritibilidade: art. 183 CF – parágrafo 3º Os imóveis públicos não serão


adquiridos por usucapião. E art. 191, da CF.

 Não onerabilidade: não podem recair os direitos de garantia.

Uso de bens públicos por particular


 Normal e anormal
O uso normal é o que se dá de acordo com a destinação principal.
Já o uso anormal/extraordinário é o que ocorre em desconformidade com a
destinação principal como, por exemplo, ginásio esportivo para show musical.
Depende de ato formal para utilizar.
 Comum e privativo
O uso comum é aquele diante do qual todos podem, igualmente, utilizar o bem,
dispensando, em regra manifestação prévia do Poder Público.
O uso privativo é aquele em face do qual somente o particular legitimado para
tanto, através do prévio consentimento estatal, utilizará o bem. Em outras palavras,
o uso privativo do bem público consiste na utilização, em caráter exclusivo, de um
bem público pelo particular. Assim ocorre quando o particular deseja utilizar um
dos boxes em mercados municipais; colocar mesas do restaurante na via pública;
instalar bancas de revista e jornal nos calçadões e nas praças etc. Pode ser de bens
afetados (uso comum e especial) ou de não afetados (dominicais).
Cessão de uso – Trata-se de instituto típico de direito público, originariamente
disciplinado pelo Decreto-Lei 9.760/46 (arts. 125 e 126). Atualmente, está
disciplinado na Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998. A cessão de uso é contrato de
natureza pessoal; somente se aplica aos bens de domínio privado do Estado, apesar
de ser um título de direito público. A cessão se fará quando interessar à União
concretizar a permissão da utilização gratuita de imóvel seu, auxílio ou
colaboração que entenda prestar.
Concessão de direito real de uso – Previsto no Decreto-Lei nº 271, de 28 de
fevereiro de 1967. É contrato pelo qual o Estado transfere o uso remunerado ou
gratuito de terreno público ou do espaço aéreo que o recobre. É instituto de direito
real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social,
urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento
sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de
subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.
o Concessão de direito real de uso para fins de moradia
o Concessão de direito real de uso para fins de moradia coletiva
Bens públicos e intervenção do Estado na Propriedade Privada
Aquisição de bens pelo Estado:
1) Contratos de compra e venda
2) Usucapião
3) Desapropriação
4) Acessão (acréscimos em virtude de eventos externos – da natureza)
5) Aquisição causa mortis – decorrente da morte da pessoa. (Se não existir
herdeiros, o bem vai para o Município-DF. Em caso de território federal, vai
para União)
6) Arrematação (bem penhorado/processo de execução/leilão)
7) Adjudicação – aquisição do bem penhorado pelo credor.
8) Aquisição ex vi legis – especial, situações previstas na lei.
Bens públicos em espécie
 Terras devolutas:
o Não houve apossamento;
o Não são utilizadas diretamente pelo poder público;
o Demarcação – presunção relativa que pertencerá ao Estado;
o Bens dominicais;
o Em regra pertence aos Estados-membros, mas pode pertencer a
União quando for uma terra de defesa.
 Terrenos de marinha e seus acrescidos
o Art. 2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33
metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da
posição da linha do preamar-médio de 1831:
A) Os situados no continente, na costa marítima e nas margens
dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das
marés;
B) Os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça
sentir a influência das marés.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo a influência das
marés é caracterizada pela oscilação periódica de cinco
centímetros pelo menos, do nível das águas, que ocorra em
qualquer época do ano.
o Art. 3º São terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem
formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos
rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha.
o Súmula 496 (STJ) – Os registros de propriedade particular de
imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à
União.
o Art. 14. Os terrenos reservados são os que, banhados pelas
correntes navegáveis, fora do alcance das marés, vão até a
distância de 15 metros para a parte de terra, contados desde o
ponto médio das enchentes ordinárias.
o Súmula 479 (STF): as margens dos rios navegáveis são de
domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso
mesmo, excluídas de indenização.
 Terras indígenas
o Art. 20. São bens da União: XI – as terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios.
o Art. 231: § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias
a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições.
o Súmula 650 – Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição
Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto.
o Bens da união; bem de uso especial; usufruto exclusivo dos
índios.
 Ilhas
o Porções de terra menores que um continente e cercada por águas.
o Espécies:
1) Marítimas (mar): oceânicas/costeiras.
2) Fluviais (rios)
3) Lacustres (lagos)
o Bens dominicais, exceto as que passem a ser bens de uso
comum/especial.
o Art. 20. São bens da União: IV as ilhas fluviais e lacustres nas
zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
sede de municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26,
II;
o Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: II – as áreas, nas
ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,
excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou
terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
União;

 Plataforma continental
o Extensão das áreas continentais sobre o mar, até a profundidade
de cerca de 200m.
o Bem da União (incluindo os recursos naturais).
 Faixa de fronteiras
o Art. 20. § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa
de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território
nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. *A
faixa de fronteira não é bem da União*
 Mar territorial
o Lei 8.617/93: Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende
uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir
da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como
indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas
oficialmente no Brasil.
o Bem de uso comum do povo
 Águas públicas
o Compõem os mares, rios e lagos que sejam de domínio público.
o Duas espécies: de uso comum do povo ou dominicais.
o Pertencem aos Estados-Membros, exceto os que estão previstos
no Art. 20.

Agentes Públicos
Conceito:
Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Agente público: exerce uma função pública ainda que de forma transitória ou não
remunerada
Classificação
 Agentes políticos:
 Mais alto escalão
 Mandato político (regra)
 Regras diferentes das aplicadas aos servidores em geral
 Ex: chefes do poder executivo e auxiliares imediatos, membros do poder
legislativo, membros da magistratura e ministério público e tribunal de
contas, representantes diplomáticos.

 Servidores públicos (agentes administrativos):


o Estatutários: exercer de forma profissional e com remuneração.
 Encontra-se na adm direta, autarquias, fundações públicas
 Vínculo com o estatuto
 Titular de um cargo público

Cargo público efetivo:


Ingresso em concurso público
Sujeito a estágio probatório
Adquire a estabilidade

Cargo público em comissão:


Livre nomeação e exoneração (“ad nutum”)
Não tem concurso público, estágio probatório ou estabilidade.

o Empregados públicos (celetista)


Encontra-se nas empresas públicas ou em sociedades econômicas
mistas, salvo os dirigentes.
Vínculo com a CLT
Titular de um emprego público
-Concurso público
-Não há estabilidade
-Não há estágio probatório
STF: não cabe a dispensa imotivada

o Temporários
Atividade transitória de excepcional interesse público
Contrata-se pela adm direta ou indireta
Vínculo por contrato (art. 7º, CF)
Titular de função pública temporária
Contratação pode ser feito por processo seletivo simplificado (PSS)
Ex: agentes de endemias, recenseador do IBGE

 Particulares em colaboração:
o Agentes honoríficos
Convocado para exercer uma função pública transitória e sem
remuneração.
Considerado funcionário público para fins penais
Ex: mesário e os jurados

o Delegatários
Explorar um serviço público; delegação para prestação de atividade
estatal

o Credenciados
Praticar um ato ou representar a administração pública

Diferenciação
 Agente putativo (funcionário de fato): exercendo a função em uma investidura
irregular; na “aparência” de estar em serviço.

 Agente necessário: chamado para atender situações emergenciais


Os atos por eles praticados são válidos para terceiros de boa-fé, são de
responsabilidade estatal desde que preenchidos os demais requisitos.
 Usurpador de função: criminosos; atos são considerados inexistentes (não é
necessário anular).

Cargo público – criação e extinção


Princípio da reserva legal – exigência de lei para a criação e extinção dos cargos
públicos.
Constituição Federal – Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI – Dispor, mediante decreto, sobre: (...)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
o Extinção de um cargo ocupado: por lei
o Extinção de um cargo vago: por lei ou decreto autônomo
Cargo em comissão e função de confiança
Constituição Federal – Art. 37
V – As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
o Semelhanças:
 Livre escolha e livre dispensa (“ad nutum”)
 Atribuições de direção, chefia e assessoramento.
o Distinção:
 A função de confiança só é exercida por efetivos
 O cargo em comissão por efetivos ou não efetivos

 Súmula vinculante 13 – vedação ao nepotismo


A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal e dos
municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
constituição federal.
 O CC/FC não pode ser preenchido por cônjuge/companheiro ou parente até
terceiro grau
 Atinge também a administração direta (3 poderes) e a indireta
 Veda as designações recíprocas (nepotismo cruzado)
 STF diz que essa vedação não se aplica para cargos políticos. Ex: ministro de
estado, secretário municipal/estadual etc.
Acumulação remunerada de cargos
Constituição Federal – Art. 37
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) A de dois cargos de professor;
b) A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
 Regra: vedada
 Alcança cargo, emprego e função pública
 Âmbito da administração direta e indireta e suas subsidiárias, assim como
entidades controladas
 Exceções: professor + professor; professor + técnico/científico; saúde + saúde;
se houver compatibilidade de horários.
 STF: o teto é calculado isoladamente em cada cargo.
Aposentado e acumulação
Constituição Federal – Art. 37
§10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
 Proventos da aposentadoria: outro cargo (desde que sejam acumuláveis na
atividade), mandato eletivo, cargo em comissão.
Cargo público e mandato eletivo
Constituição Federal
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional no
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu
cargo, emprego ou função;
II – Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – Investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
 Afastado do cargo público para exercer mandato eletivo
 Recebe os subsídios do mandato eletivo, exceto se for prefeito ou vereador, que
pode optar pela sua remuneração
 Se o vereador tiver compatibilidade de horário, não será afastado. Caso o
contrário, será afastado e pode optar pela remuneração.
IV – Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
V – Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.
 Afastamento: benefícios previdenciários serão calculados como se estivesse em
exercício.
 Período de afastamento é computado para todos os efeitos, salvo promoção por
merecimento.

Acesso aos cargos públicos


Constituição Federal – art. 37
I – Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da
lei;
 Cargos > brasileiros natos e naturalizados
 Cargos > estrangeiros apenas na forma da lei (tem que falar que é acessível)
Concurso Público
Constituição Federal – Art. 37
II – A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III – O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;
IV – Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
 Provas ou provas e títulos
o A fase de títulos tem caráter classificatório, não podendo ser uma etapa
eliminatória.
 Validade de até 2 anos, prorrogável uma única vez e por igual período.
 Concurso em validade com candidatos aprovados não nomeados, a
administração pública não pode abrir novo concurso segundo a lei 8.112/90 ou
tem que dar prioridade na nomeação segundo a CF.
Candidatos aprovados dentro das vagas previstas no edital
 Regra: direito subjetivo à nomeação.
 Exceção: não será nomeado quando ocorrerem circunstâncias imprevisíveis,
inevitáveis, supervenientes, relevantes, extraordinárias.
Candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital (Cadastro de Reserva)
 Regra: mera expectativa de direito
 Exceção: direito subjetivo à nomeação. Ex: preterição, novas vagas, novo
concurso > preterição imotivada e arbitrária, desistência de candidato mais bem
colocado.
 Súmula vinculante 43
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
 Súmula vinculante 44
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
cargo público.
 Súmula 14 do STF
Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição
em concurso para cargo público.
 Súmula 683 do STF
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.
 Tatuagem
Conforme o entendimento do STF, os editais de concurso público não podem
estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em
razão de conteúdo que viole valores constitucionais.
 Eliminação de candidato que esteja respondendo a inquérito policial ou a
processo penal
Conforme a jurisprudência do STF, a exclusão de candidato inscrito em
concurso público pelo fato de haver contra ele um procedimento penal em
andamento, ou mesmo ter sido instaurado um inquérito policial, viola o princípio
constitucional da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da CF/88).
 Remarcação do TAF (teste de aptidão física)
O STF entende que pode reagendar para as gestantes e o STJ estendeu para as
lactantes. Independente do edital.

Direitos do servidor
 Associação sindical
 Greve
Constituição Federal – Art. 37
VI – É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII – O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;
Greve no serviço público
 Norma const. de eficácia limitada > regulamentação infraconstitucional.
 STF
Lei da iniciativa privada – até edição de lei própria
Greve – não é infração administrativa nem falta injustificada
Não pode fazer greve servidores que estão ligados à área de segurança pública

Servidores e direitos do art. 7º da CF


Não são todos os direitos previstos no art. 7º que são aplicáveis aos titulares de cargos
públicos, dentre outros, podemos citar:
 Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
 Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
 Fundo de garantia do tempo de serviço;
 Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada de remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;
 Aviso prévio.
Regras remuneratórias
Fixação e alteração
Constituição Federal – art. 37
X – A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;
 Por lei será feita a fixação ou alteração.
Teto remuneratório
 Teto geral > subsídio do STF
 Excluídas as verbas de natureza indenizatória
 Os de empresa pública e sociedades de economia mista não estão sujeitos ao
teto, salvo se receberem recursos da União, dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.
Teto remuneratório – subtetos
 No âmbito dos munícipios > subsídio do prefeito
 No âmbito dos Estados/DF > se for executivo, o subsídio é do Governador. Se
for legislativo, é o Deputado e o judiciário é o desembargador do TJ (limitação
de 90,25% do ministro do STF).
 O teto do judiciário se aplica ao MP, procuradores e DP.
Demais disposições – regras remuneratórias
XII – Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
 O executivo não recebe menos que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo
XIII – É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
XIV – Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
 Acréscimos pecuniários > não serão computados/acumulados para fins de
acréscimos posteriores.
XV – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvados o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153,
III, e 153, §2º, I;
 Irredutibilidade> regra (há exceções)

Estabilidade
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 169, §4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida
neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.
 3 anos em efetivo exercício
 Há condição: passar por uma avaliação
 Perda do cargo estável: mediante sentença judicial com trânsito em julgado,
PAD – ampla defesa garantida, avaliação periódica de desempenho na forma de
lei complementar – assegurada ampla defesa, corte de excesso de despesas.

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