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Índice:
Introducción.
Capítulo 1. Disposições e Princípios Gerais
Secção 1. Disposições Gerais
Secção 2 Princípios Fundamentais.
Subsecção 1 . Estrutura Fundiária
Subsecção 2 Intervenção Fundiária
Capítulo 2 Dos Terrenos e dos Direitos.
Secção 1 Terrenos
Secção 2 Direitos sobre Terrenos.
Subsecção 1 Domínios do Estado.
Subsecção 2 Direitos fundiários.
Capítulo 3 Concessão de Direitos Fundiários
Secção 1 Aquisição de Disposições Gerais
Secção 2 Transmissão e Extinção dos Direitos Fundiários
Secção 3 Competência Para as Concessões
Capítulo 4 Disposições Finais e Transitórias
Secção 0
Introducción.
Esta Lei tem por objecto o estabelecimento do sistema de ordenamento do território e do urbanismo da sua
acção política. A política de ordenamento do território e do urbanismo integra as acções promovidas pela
Administração Pública, visando assegurar uma adequada organização e utilização do território nacional, na
perspectiva da sua valorização em função dos instrumentos de ordenamento do território previstos na
presente Lei.
Artigo 2º (Objecto).
A presente lei estabelece as bases gerais do regime jurídico das terras, bem como os direitos que
podem incidir sobre as terras e o regime geral de concessão e constituição dos direitos fundiários.
A presente lei regula os princípios gerais e fundamentais aplicáveis a tipologia de terrenos, a ocupação,
uso e aproveitamento de terras rurais e urbanos por pessoas singulares e pessoas colectivas de direito
privado ou de direito público, em função dos seus múltiplos fins, quer de interesse privado,
designadamente, agrários, silvícolas, mineiros, industriais, comerciais e de habitação ou edificação
rural ou urbana, quer de interesse público, designadamente, do ordenamento do território, da
protecção do ambiente, da defesa do território, da concessão de terrenos para o fomento do seu
aproveitamento efectivo e do desenvolvimento económico e social.
Os direitos fundiários que, nos termos da presente lei, se podem constituir em relação as terras
baseiam-se nos seguintes princípios fundamentais:
A terra é, por princípio geral, propriedade originária do Estado, em regime de domínio privado,
destinado por natureza, à concessão a terceiros, nos termos e limites da presente lei, para o seu
aproveitamento útil e efectivo.
1. A propriedade fundiária originária, sob domínio privado do Estado, é por regra, destinada à
transmissão para aproveitamento útil, por via da alienação de direitos fundiários que
impliquem a transferência da propriedade ou da simples concessão de direitos fundiários
menores.
2. O Estado pode conceder poderes ou direitos de exploração da propriedade do Estado dos
recursos naturais no regime de domínio público, desde que não implique a transmissão da
propriedade.
3. A concessão de direitos fundiários pelo Estado a terceiros rege-se pelo cumprimento do
aproveitamento útil e efectivo do terreno a conceder, em função do fim a que está
destinado, nos termos da presente lei.
4. Os índices e demais requisitos impostos ao aproveitamento dos terrenos concedidos são
determinados em instrumentos de gestão territorial, nos termos da lei.
Sobre os terrenos sujeitos ao regime de domínio privado do Estado só podem ser constituídos os
diversos tipos de direitos fundiários, fixados e regulados na Secção II do Capítulo II da presente lei, e
aplicáveis a terrenos, quer rurais, quer urbanos.
É assegurado o respeito dos direitos fundiários, que segundo os usos e costumes, assistem as
comunidades rurais, consagradas nos termos da Constituição e da lei.
1. Os recursos naturais são propriedade do Estado sujeita ao regime do seu domínio público e
da concessão de poderes e direitos de exploração, nos termos da respectiva legislação
especial aplicável em razão do tipo e natureza do bem natural.
2. A aquisição por terceiras pessoas da propriedade ou de qualquer outro direito fundiário
sobre terrenos não implica a aquisição por acessão de outros recursos naturais.
O Estado pode sujeitar determinados bens fundiários ao regime excepcional de domínio público, nos
termos da presente lei.
Capítulo 2 Dos Terrenos e dos Direitos.
Secção 1 Terrenos
Artigo 19º (Classificação dos Terrenos).
1. Os terrenos são classificados em função dos fins a que são destinados e do regime jurídico a
que estão sujeitos nos termos da lei.
2. Os terrenos do Estado classificam-se em concedíveis e não concedíveis.
3. Os terrenos concedíveis classificam-se para efeitos do seu uso e aproveitamento, pelas
pessoas singulares e colectivas, em dois tipos:
a. Terrenos urbanos;
b. Terrenos rurais;
4. São terrenos não concedíveis os integrados no domínio público, bem como os terrenos
comunitários.
5. Os terrenos urbanos são os situados dentro dos forais ou das áreas delimitadas dos
aglomerados urbanos e destinam-se aos fins de ocupação e edificação urbana.
6. Os terrenos rurais são os situados fora dos aglomerados urbanos, e destinam-se aos mais
diversos tipos de aproveitamento económico e social, adequados à suas aptidões, ou regime
de ocupação consuetudinário, designadamente fins agrários, de implantação de instalações
industriais, comerciais ou de exploração mineira, bem como de ocupação habitacional, uso e
fruição agro-pecuária e florestal pelas comunidades rurais.
7. A declaração ou qualificação específica dos terrenos compreendidos nas alíneas deste Artigo é
feita pelos planos gerais de ordenamento do território, e na sua falta, casuisticamente, por
decisão das diferentes autoridades competentes em razão da matéria, nos termos da
presente lei e regulamentos.
1. São concedíveis os terrenos que não tenham entrado definitivamente no regime de
propriedade privada, e estão integrados na propriedade originária do Estado, destinando-se a
ser transmitidos a pessoas singulares e colectivas que o requeiram para o seu
aproveitamento, segundo os diferentes tipos de direitos fundiários e demais termos previstos
na presente lei.
2. Os terrenos concedíveis seguem o regime de domínio privado do Estado ou das autarquias
locais, sendo-lhes aplicáveis as normas e limites especiais constantes no Artigo 7º. da
presente lei, os limites excepcionais da sua imprescritibilidade e o disposto no Artigo 1304º do
Código Civil.
3. Os terrenos concedíveis podem ser transferidos da titularidade do Estado para à das
autarquias locais através da concessão de foral ou título legal equivalente.
Os terrenos urbanos classificam-se em função dos fins urbanísticos e dos respectivos regimes jurídicos
específicos, em:
a. terrenos urbanizados aqueles cujos fins concretos estão definidos pelos planos de detalhe
urbanísticos, ou como tal qualificados por decisão das autoridades locais competentes,
designadamente, para implantação de edifícios, vias de comunicação, parques e demais
infraestruturas de urbanização;
b. terrenos de construção, os terrenos urbanizados que estando abrangidos por uma operação
de loteamento aprovado, tenham obtido licença para construção de edifício; pela competente
autoridade local;
c. terrenos urbanizáveis os que ainda que compreendidos no foral ou perímetro urbano
equivalente, estão qualificados pelo plano director municipal, ou equivalente, como reserva
urbana de expansão.
Artigo 22º (Terrenos Rurais).
Os terrenos rurais classificam-se em função dos seus fins e respectivos regimes jurídicos específicos,
em:
a. Terrenos rurais comunitários os ocupados pelas famílias das comunidades rurais locais, para
fins habitacionais e de exercício da sua actividade familiar; e outros reconhecidos sob o
regime consuetudinário e os termos da presente lei e dos respectivos regulamentos;
b. Terrenos Agrários os que são declarados aptos para cultura, designadamente, para o exercício
de actividades agrícolas, pecuárias e silvícolas, ao abrigo do regime de concessão de direitos
fundiários previsto na presente lei;
c. Terrenos florestais, os qualificados como aptos para a reserva ou exploração de florestas
naturais ou artificiais, nos termos dos planos de ordenamento rural;
d. Terrenos de instalação, os destinados à implantação de instalações mineiras, industriais ou
agro-industriais, nos termos da presente lei e da respectiva legislação aplicável ao exercício
de actividades mineiras, petrolíferas e dos parques industriais;
e. Terrenos viários os declarados como afectos à implantação de vias terrestres de comunicação,
redes de abastecimento de água, electricidade, drenagem pluvial e de esgotos.
Os terrenos rurais comunitários, são delimitados nos termos de disposições regulamentares, em função
de uma determinada área utilizada por uma comunidade rural regido segundo normas
consuetudinárias, devendo compreender, sempre e conforme for o caso, áreas complementares ou
corredores de tansumância para a agricultura itinerante e a identificação dos atravessadouros em
regime de servidão ou não, para acesso do gado às fontes de água e pastagens.
1. Os terrenos agrários devem, através de regulamentos próprios dos órgãos competentes, ser
tecnicamente qualificados em função do tipo de cultura da respectiva aptidão predominante,
com vista ao controle da melhor aptidão dos solos, conservação e protecção da capacidade de
regeneração e outros fins de interesse geral.
2. A qualificação prevista no nº 1 é condicionante dos fins que cada concessão de terreno e
respectivo projecto agrário deve conter.
3. Os terrenos de cultura pertencentes a um mesmo proprietário, podem, nos termos legais e
regulamentares, ser objecto de emparcelamento com o fim de pôr termo à sua divisão e
dispersão e a melhorar a produtividade dos mesmos.
1. A qualificação dos terrenos viários compete aos órgãos competentes, através dos respectivos
instrumentos, devendo ser ouvidos os organismos que superintendam as áreas de obras
públicas, água e electricidade e os Governos em cujas províncias se integrem as vias ou redes
viárias visadas.
2. A afectação ao domínio público dos terrenos viários do domínio privado do Estado quando
destinados a vias públicas é da competência dos órgãos competentes que superintendem as
áreas de obras públicas e transportes.
3. É aplicável aos terrenos viários o disposto no nº 4 do artigo 25º da presente lei.
1. Terrenos reservados ou reservas são os excluídos do regime geral de ocupação ou uso pelas
pessoas singulares ou colectivas, em razão de estarem afectos total ou parcialmente, à
realização de fins especiais que determinam a sua constituição.
2. As reservas são estabelecidas por Diploma do Governo tanto podem abranger terrenos do
domínio privado do Estado, ou das autarquias, como do seu domínio público, ou mesmo
terrenos que já tenham entrado no regime de propriedade privada.
3. As reservas podem ser totais ou parciais:
4. As reservas totais têm por fim principal a protecção dos elementos naturais do ambiente,
defesa e segurança nacionais, protecção de monumentos ou locais históricos, afectação ao
povoamento ou repovoamento e outros fins comunitários ou de interesse público, não sendo
nelas permitido qualquer ocupação ou uso, salvo o que se refira à sua conservação ou gestão
para efeitos de protecção do interesse público regulados no diploma constitutivo.
5. As reservas parciais são aquelas em que só são permitidas formas de ocupação ou uso que
não colidam com os fins visados pelo diploma constitutivo, compreendendo, designadamente:
a. o leito das águas interiores do mar territorial e da zona económica exclusiva;
b. A plataforma continental;
c. a faixa da orla marítima e no contorno de ilhéus, baías e estuários, medida da linha
das máximas preia-mares até 100 metros para o interior do território ;
d. a faixa de 100 metros confinante com as nascentes de água;
e. a faixa de terreno no contorno de barragens a albufeiras até 250 metros;
f. os terrenos ocupados pelas linhas férreas de interesse público e pelas respectivas
estações com uma faixa confinante de 50 metros de cada lado do eixo da via;
g. os terrenos ocupados pelas auto-estradas e estradas de quatro faixas, instalações e
condutores aéreos, superfícies, subterrâneas e submarinos de electricidade, de
telecomunicações, petróleo, gás e água com uma faixa confiante de 30 metros de
cada lado bem como os terrenos ocupados pelas estradas com uma faixa confinante
de 30 metros para as estradas provinciais e de 15 metros para as estradas
secundárias e terciárias;
h. a faixa de dois quilómetros ao longo da fronteira terrestre;
i. os terrenos ocupados por aeroportos e aeródromos com uma faixa confinante de
100 metros;
j. a faixa de terreno de 100 metros confinante com instalações militares e outras
instalações de defesa e segurança do Estado.
6. Quando se não justifique a sua manutenção, as reservas podem ser levantadas pela
autoridade que as constituiu.
7. A inclusão de propriedades privadas nas reservas pode ser efectuada através de expropriação
por utilidade pública ou pela constituição de simples servidões administrativas.
8. Os particulares abrangidos pela expropriação ou restrições nos termos desta lei, além do
direito às correspondentes indemnizações, têm a faculdade de optar pela participação, como
accionistas ou sócios, nas sociedades comerciais que vierem a constituir-se para exploração
de actividades relacionadas com o terreno reservado.
1. O Estado, por força dos princípios fundamentais previstos nos artigos 4º e 12º da presente
lei, pode ser titular de direitos sobre bens fundiários segundo os seguintes regimes:
a. Domínio público cujas normas aplicáveis são as constantes dos artigos 7º n.º 2,
9º , 13º e 29º da presente lei;
b. Domínio privado, cujas normas aplicáveis são as dos artigos 5º, 6º e 7º, n.º 1, nº
3º e nº 4, o artigo 8º , os artigos 20º a 25º e os artigos da subsecção II seguinte.
2. O disposto no nº 1 é aplicável às autarquias locais, como pessoas colectivas territoriais de
direito público.
1. O Estado pode, por diploma próprio do Governo, ou por foral, conforme os casos, transferir
bens do seu domínio público para as autarquias locais, com o fim de descentralizar a sua
gestão.
2. Com as devidas adaptações e sem prejuízo de disposições regulamentares, é aplicável ao
domínio público das autarquias locais o regime do domínio público do Estado.
Estado assegura às comunidades rurais residentes nos perímetros dos terrenos reservados:
1. Para efeitos da presente lei, considera-se domínio útil civil o conjunto de poderes de uso e
fruição do terreno como se fosse coisa sua, e demais direitos reconhecidos ao enfiteuta nos
termos do artigo 1501º do Código Civil designado simplesmente por domínio útil ou
enfitêutico.
2. Ao regime do domínio útil fundiário previsto no presente artigo são aplicáveis as disposições
especiais da presente lei e seus regulamentos, e subsidiariamente, os artigos 1491º a
1523º do Código Civil do regime geral da enfiteuse, em que se integra.
3. A concessão de domínio útil é aplicável quer a terrenos rurais, quer a terrenos urbanos.
4. O domínio útil fundiário é concedido por contrato de concessão entre o Estado ou
autarquias locais titulares do domínio directo e o concessionário, titular do domínio útil, não
podendo ser constituído por usucapião.
5. O contrato de concessão por aforamento é aplicável quer a terrenos rurais, quer a terrenos
urbanos, e é precedido de um processo de concessão regulado por disposições
regulamentares da presente lei.
6. O foro é calculado segundo tabelas fixadas por regulamentação complementar, em função
da importância e grau de desenvolvimento de cada zona ou região.
7. O foro é pago anual e adiantadamente, em dinheiro, nas Tesourarias das Finanças Públicas
e é devido a partir da data de concessão.
8. A remição do foro para efeitos do disposto no nº 2 do artigo 34º pode ser feita a
requerimento do interessado e sob prova do aproveitamento integral e efectivo do terreno,
e da existência de construções indispensáveis ao perfeito funcionamento da empresa que
explora a actividade respectiva.
9. O domínio útil é passível de hipoteca nos termos da alínea c) do artigo 688º do Código Civil.
1. Sobre os terrenos rurais e urbanos do domínio privado do Estado e das autarquias locais
pode ser concedido, por licença especial, um direito de ocupação precária para implantação
de instalações de carácter não definitivo e por tempo determinado, destinadas,
nomeadamente, a apoiar:
a. construções de edifícios de carácter definitivo;
b. actividades de prospecção mineira de curta duração;
c. actividades de investigação científica;
d. actividades de estudos e protecção da natureza;
e. outras actividades previstas nos regulamentos autárquicos.
2. A ocupação precária é concedida por licença especial que determinará a área e localização
do terreno a que disser respeito.
3. É também concedido por licença especial o direito de uso e ocupação precária de bens
fundiários do domínio público, cuja natureza o permita.
4. O ocupante tem o dever de levantar as instalações deixando o terreno livre e limpo, no
termo final do prazo de ocupação, sem direito a qualquer indemnização.
5. A taxa de ocupação é única ou periódica, calculada, por tabelas, em função da área e dos
meses de duração requeridas, a fixar por disposição regulamentar.
a. Os angolanos;
b. Os estrangeiros e empresas estrangeiras, salvas as limitações constitucionais e da
presente lei;
c. As pessoas colectivas angolanas de direito público, com capacidade de gozo de
direitos sobre imóveis;
d. As pessoas colectivas angolanas de direito privado, designadamente, as instituições
com fins culturais, religiosos e de solidariedade social, constituídas e regidas pela
legislação angolana, com capacidade de gozo de direitos sobre imóveis;
e. As empresas públicas angolanas e as sociedades comerciais angolanas, como tal
definidas nos termos da presente lei;
f. As entidades estrangeiras de direito público, quando assim o estabeleçam acordos
internacionais ou nos respectivos países seja dada reciprocidade a entidades
angolanas congéneres e que possuam a capacidade de gozo de direitos fundiários;
g. As instituições internacionais que estatutariamente sejam dotadas de capacidade de
gozo de direitos sobre imóveis.
1. O Estado ou as autarquias locais podem conceder gratuitamente terrenos dos seus domínios
privados às:
a. pessoas ou conjunto de pessoas desfavorecidas que desejem integrar projectos de
povoamento ou repovoamento de zonas menos desenvolvidas do País;
b. instituições com fins desportivos, culturais, religiosos, e de solidariedade social, com
reconhecida utilidade pública.
1. A delimitação das áreas das comunidades rurais e a definição do uso e afectação dos terrenos
comunitários, para garantia e nos termos do disposto nos artigos 9º, 22º e 37º da presente
lei, é da responsabilidade das autoridades competentes, sem prejuízo da conformidade com
as directivas gerais constantes dos instrumentos de ordenamento do território ou que lhe
sejam transmitidas.
2. Para efeitos da delimitação prevista no nº 1. a autoridade competente deve ouvir
obrigatoriamente as autoridades administrativas e Instituições do Poder Tradicional, bem
como as respectivas famílias abrangidas pela comunidade rural.
Os limites dos terrenos urbanos em geral e dos terrenos de construção em particular são os que
resultam, em geral, da aplicação das normas dos forais e das directivas e restrições dos planos
urbanísticos e em particular das operações de loteamento aprovados, sob prova de aproveitamento
efectivo.
1. O foral delimita o território do domínio publico do Estado concedido as autarquias para gestão
autónoma e desanexada do domínio publico do Estado.
2. Os forais podem ser concedidos por iniciativa do Governo ou sob proposta fundamentada do
Governador da província onde se situa o centro urbano cujo foral se solicita.
3. Os forais são aprovados por diploma do Governo.
2. > Os prazos previstos no nº 1 são tácita e automaticamente renováveis por iguais períodos
sucessivos, salvo se ocorrer ou for denunciada alguma das causas de extinção previstas na
presente lei.
3. Os prazos de duração limitada previstos no nº anterior podem ser alterados por Diploma do
Governo.
Os adquirentes de direitos fundiários, estão sujeitos aos seguintes deveres integrados na respectiva
relação contratual de:
a. pagamento regular e tempestivo, das taxas e prestações em dinheiro a que, conforme o caso,
estiver obrigado;
b. aproveitamento útil, efectivo e integral do terreno concedido, de acordo com os índices e
prazos de aproveitamento mínimo regulamentarmente estabelecidos;
c. se abster, salvo competente autorização, de usar o terreno para fim diverso daquele a que
está destinado, bem como de explorar o terreno contra as regras do ordenamento do
território, do planeamento urbanístico, da utilização racional e regeneração dos solos e
recursos naturais e da protecção do ambiente.
d. exercer o seu direito fundiário adentro dos limites previstos no artigo 17º, não prejudicando
os direitos de terceiros;
e. respeito pelos direitos fundiários das comunidades rurais, designadamente garantindo o
exercício das servidões de passagem a que, a título de atravessadouros, os seus terrenos
estiverem, porventura, afectados, nos termos da presente lei.
f. informar as autoridades competentes sobre a evolução do aproveitamento e outros aspectos
relativos ao terreno e de solicitar a aprovação das alterações ao título de concessão que
legalmente dela careçam;
g. cumprimento em geral das normas, princípios e garantias fundamentais consagradas na
presente lei, e seus regulamentos.
De cada concessão de um direito fundiário sobre um terreno concedível atribuído a uma pessoa
singular ou colectiva é emitido, pela autoridade competente, um Título de concessão com as menções
obrigatórias e os modelos fixados pelo Regulamento de Lei de Terras, em função da natureza urbana
ou rural do terreno, do tipo de direito fundiário concedido, prazo da concessão e da autoridade
competente para o emitir em razão dos diferentes tipos de terrenos.
1. Os direitos fundiários sobre terrenos são transmissíveis inter vivos e mortis causa,
respeitados os termos e limites gerais e especiais constantes da presente lei em relação a
cada tipo de direitos, e em particular nos artigos 34º a 37º.
2. A transmissão de direitos inter vivos, a título gratuito ou oneroso, deve ser comunicada à
respectiva autoridade concedente, para autorização e só pode ter lugar cinco anos após a
data da concessão respectiva.
3. As autorizações referidas no nº 2 caducam decorrido o prazo de um ano sobre a data de
comunicação do despacho respectivo.
4. Os notários não podem lavrar escrituras públicas donde resulte a transmissão, sem lhes ser
presente o despacho que a autoriza.
5. Nas transmissões inter vivos, o Estado goza de direito de preferência.
6. São nulas e de nenhum efeito as transmissões de direitos fundiários feitas em violação dos
limites, restrições ou requisitos previstos em disposições imperativas da presente lei.
7. A transmissão legalmente admitida e autorizada, faz-se por endosso do título registado por
inscrição do nome do novo titular.
1. São intransmissíveis os direitos concedidos a título gratuito nos termos do artigo 48º, salvo
autorização da autoridade concedente que só pode ser quando o transmissário seja entidade
da mesma natureza que a do transmitente;
2. Os domínios úteis consuetudinários só são transmissíveis, inter vivos e mortis causa nos
termos das normas costumeiras aplicáveis, não o sendo ao abrigo de normas legais, salvo nos
casos excepcionais e para efeitos do disposto no nº 2 e nº 3 do artigo 37º, sendo nulos os
contratos celebrados com violação da presente disposição.
3. Os terrenos de concessões gratuitas sobre os quais incidam domínios úteis consuetudinários
são impenhoráveis salvo se tiverem sido objecto de hipoteca para garantir empréstimos
assumidos pelos respectivos titulares.
Os titulares de direitos fundiários sobre terrenos que não cumprirem os respectivos deveres, normas e
princípios da presente lei ficarão sujeitos à aplicação das sanções estabelecidas nos regulamentos da
presente lei.
2. As competências previstas no nº 1 podem ser delegadas no órgão que tenha a seu cargo a
superintendência do cadastro.
3. Compete ao órgão do governo que tenha a tutela e a superintendência do cadastro autorizar
a concessão de terrenos rurais de áreas de 1000 hectares a 10.000 hectares.
a. taxa de autorização;
b. taxa anual, a qual poderá ser progressiva ou regressiva, de acordo com os investimentos
realizados.
Secção 0
Artigo 68º (Situações Transitórias).
1. Os serviços do Estado e demais pessoas colectivas de direito público que ocupam, sem título,
terrenos do Estado ou dos domínios público e privado das províncias ou autarquias locais
devem, organizar o processo para a sua regularização, em termos de cadastro e de emissão
de título de concessão, nos termos aplicáveis aos particulares e no prazo de um ano a contar
da data de publicação do Regulamento Geral ou especial aplicável, conforme for o caso, sob
pena do não reconhecimento da situação, por inexistência jurídica.
2. As pessoas físicas ocupantes de terras sem título devem requerer a concessão de direitos
fundiários nos termos da lei. Nos centros urbanos, o processo de regularização fundiária das
áreas de ocupação espontânea densamente constituídas fica condicionada a prévia aprovação
do parcelamento e de normas especiais de uso e ocupação das terras.
1. A presente lei será regulamentada em função das matérias especificas e dos fins rurais ou
urbanísticos a que os terrenos estão destinados.
2. Para a perfeita execução da presente lei o Governo aprova o Regulamento de concessões de
terrenos, no prazo de seis meses, a contar da entrada em vigor da presente lei.
3. Os Governos de Província farão aprovar os seus Regulamentos locais de Concessão de
Terrenos dos domínios privado de cada Província, no prazo de um ano a contar da entrada em
vigor do Regulamento Geral previsto no n.º 2.
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