Você está na página 1de 51

DIREITO AGRÁRIO

Origens

Código de Hammurabi – primeiro código agrário


da humanidade. Séc. XVII A.C., continha 280
parágrafos, 65 eram conteúdo agrarista. Ex: Cap.
XII – empréstimo e locação de boi;
Lei das XII Tábuas – Tábua 6 – tratava do
usucapião – as terras serão adquiridas por
usucapião depois de dois anos de posse, as
coisas móveis, depois de um ano.
SURGIMENTO DO DIREITO AGRÁRIO NO
BRASIL.

O direito agrário surge com a Emenda


Constitucional n° 10, de 1964, (Constituição de
1946) que atribuiu à União a competência para
legislar sobre direito agrário.

O Diploma que regulamenta a Constituição é a


lei 4.504/64, conhecido como Estatuto da Terra (ET).

(Lei de Terras – 601/1850)


CRFB/88
• Artigo 5, XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

• 22, inciso I – competência da união para legislar sobre


direito agrário;
• II - desapropriação;

• 126 – varas especializadas;

• 184 – 191 da política agrícola e Fundiária e da Reforma


Agrária
• Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o
Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva
para questões agrárias. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 20
04)
• Parágrafo único. Sempre que necessário à
eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até
vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será
definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins
de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório
especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa
de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.
• Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação
para fins de reforma agrária:
• I - a pequena e média propriedade rural, assim
definida em lei, desde que seu proprietário
não possua outra;
• II - a propriedade produtiva.
• Parágrafo único. A lei garantirá tratamento
especial à propriedade produtiva e fixará
normas para o cumprimento dos requisitos
relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a
propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as
relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com
a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e
trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de
armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de
comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais,
agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma
agrária.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será
compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de
reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a
pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações
ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela
reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de
uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil, nos termos e condições
previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento
de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do
Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou


urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião.
Denominação
Direito rural, Direito da Reforma Agrária,
Direito da Agricultura, Direito Agrícola e Direito
Agrário.

Objeto – das atividades agrárias


o objeto do direito agrário resulta de toda
ação humana orientada no sentido da
produção, contando com a participação ativa
da natureza, sem descurar da conservação das
fontes produtivas naturais.
CONCEITO

Conjunto de princípios e normas que regula as relações jurídicas


emergentes da atividade agrária. A noção de atividade agrária é dada pelo
critério da agrariedade desenvolvido pelo jurista italiano Carrozza.

Agrariedade consiste no desenvolvimento de um ciclo biológico


deflagrado pelo homem para obtenção de frutos, animais ou vegetais.

Direito Agrário é o conjunto de princípios e de normas, de


Direito Público e de Direito Privado, que visa a disciplinar as relações
emergentes da atividade rural, com base na função social da terra.

Obs: ainda que ausente a agrariedade, o Estatuto da Terra elencou


a atividade extrativa como agrária (art. 4, I do Estatuto da Terra, Lei
4.504/64).
De Joaquim Luís Osório:
“Direito Rural ou Agrário é o conjunto de normas
reguladoras dos direitos e obrigações concernentes às
pessoas e aos bens rurais.”

De Malta Cardozo:
“Direito Agrário é o conjunto de normas que
asseguram a vida e o desenvolvimento econômico da
agricultura e das pessoas que a ela se dedicam
profissionalmente.”

De Alcir Gursen de Miranda:


“Direito Agrário é o ramo jurídico que regula as
relações agrárias, observando-se a inter-relação
homem/terra/produção/sociedade.”
DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO

Há três correntes:

Majoritária: é ramo misto, porque há


normas de direito público e de direito privado
(Fernando Pereira Sodero, Benedito Marques,
Giselda Hironaka). (Teoria adotada para
concursos)
Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem
a promover melhor distribuição da terra, mediante
modificações no regime de sua posse e uso, a fim de
atender aos princípios de justiça social e ao aumento de
produtividade.

Política Agrícola o conjunto de providências de


amparo à propriedade da terra, que se destinem a
orientar, no interesse da economia rural, as atividades
agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno
emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de
industrialização do país.
(artigo 1 °, § 1° e 2 ° da Lei n. 4504/64)
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, definem-se:

I - "Imóvel Rural", o prédio rústico, de área


contínua qualquer que seja a sua localização que se
destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agro-industrial, quer através de planos públicos de
valorização, quer através de iniciativa privada;

II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural que,


direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e
sua família, lhes absorva toda a força de trabalho,
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e
econômico, com área máxima fixada para cada
região e tipo de exploração, e eventualmente
trabalho com a ajuda de terceiros;
Módulo RURAL é aquele necessário para que a terra
cumpra sua função social, estando diretamente ligada à área
da propriedade familiar. A unidade de medida expressa em
hectares que dimensiona um módulo rural, é calculada caso a
caso, levando em consideração um conjunto de fatores que vão
desde o número de pessoas que trabalham a terra (devendo ser
todos da mesma família, com ajuda de eventual terceiro, se
necessário), a quantidade de terra necessária para que a família
produza para sua subsistência e comercialização, até a renda
obtida com a exploração da terra em determinada região.
Ainda tem-se em linhas gerais que o Módulo Rural é uma
unidade indivisível, por ser considerada a menor unidade de
terra possível para que a família rural consiga alcançar a
sustentação já citada acima.
Ou seja, o suficiente para produzir alimentos
necessários para sobrevivência da família acrescido da
progressão econômica.
• O módulo fiscal corresponde à área mínima
necessária a uma propriedade rural para que
sua exploração seja economicamente viável. A
depender do município, um módulo fiscal varia
de 5 a 110 hectares.
• 1 Hectare (ha) → 10 000 m2 (dez mil metros
quadrados)
• 1 alqueire do Norte → 27 225 m2 → 2,72 ha
• 1 alqueire Mineiro → 48 400 m2 → 4,84 ha
• 1 alqueire paulista → 24 200 m2 → 2,42 ha
• 1 alqueire baiano → 96 800 m2 → 9,68 ha
• minifúndio, correspondente a um imóvel rural
de área inferior a um módulo rural;
• pequena propriedade, que consiste no imóvel
rural de área compreendida entre um e 4
módulos fiscais;
• média propriedade, que é o imóvel rural de
área compreendida entre 4 e 15 módulos
fiscais;
• grande propriedade, o imóvel rural de área
superior a 15 módulos fiscais.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Art. 186. A função social é cumprida quando a


propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as
relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores.
É assegurada a todos a oportunidade de acesso à
propriedade da terra, condicionada pela sua função social,
na forma prevista nesta Lei.
A propriedade da terra desempenha integralmente a
sua função social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores que nela labutam, assim como de suas
famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas
relações de trabalho entre os que a possuem e a cultivem.
(artigo 2, § 1° da Lei n. 4504/64)
PRINCÍPIOS GERAIS
Princípio da Garantia do Direito de Propriedade
(art. 5º, XXII, CF/88):
a propriedade é direito e garantia
fundamental do cidadão e revela a opção
política do estado brasileiro, assegurando-se a
propriedade como condição de vida e
desenvolvimento do proprietário da terra e da
sociedade;
Princípio da Função Social da Propriedade
(art.5º, XXIII, c/c Art. 186, CF/88):

o direito de propriedade é assegurado


desde que cumprida sua função social “a
propriedade obriga”, ou seja, o proprietário
deve atingir determinadas finalidades
econômicas, sociais e ambientais;
Princípio da Justiça Social:
por ele o homem passa a ser o foco do
Direito Agrário; tem por finalidade romper
com estruturas injustas de posse da terra,
reformulando-as constantemente, de forma a
garantir o acesso à terra, renda e dignidade ao
trabalhador rural;
Princípio da Melhor Distribuição da Terra
(Acesso à propriedade da terra):
segundo esse princípio a política da
reforma agrária deve privilegiar a ocupação da
terra por aqueles que querem produzir. Cabe
ao Estado promover a expropriação das terras
improdutivas e destiná-las aos que não
possuem condições financeiras de adquiri-las;
Princípio da Supremacia do Interesse Público
sobre o Particular:
Princípio basilar do Direito Administrativo
- embora a sua interpretação tenha se tornado
cada vez mais relativizada -, significa que o
interesse público, do Estado, da sociedade ou
da coletividade deve prevalecer sobre
interesses particulares quando tais interesses
estiverem em conflito;
Princípio do Monopólio Legislativo da União:
trata-se de regra insculpida no art. 22,
inciso I, da Constituição Federal de 1988 pela
qual compete à União legislar privativamente
sobre Direito Agrário. Vale observar que a
competência privativa se estende também à
desapropriação, tema com especial relevância
para o Direito Agrário. (art. 22, II, CF/88);
Princípio da Justa e Prévia Indenização nas
Desapropriações (art. 5º, XXIV, CF/88):

como decorrência do direito de


propriedade tem-se que a perda da
propriedade para o Estado deve ser prévia
(quanto ao tempo) e justa (quanto ao valor);
Princípio da Permanência na Terra:
aquele que mantém a terra produtiva não
pode ser expropriado para fins de reforma
agrária;
Princípio da Proteção da Propriedade
Familiar e da Pequena e Média Propriedade
(art.5º, XXVI, c/c art. 185, I, CF/88):
a pequena propriedade rural, desde que
explorada pela família não será objeto de
penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, assim
como a pequena e média propriedade não são
passíveis de expropriação para fins de reforma
agrária;
Princípio da Proteção da Propriedade
Produtiva (art. 185, II, CF/88):
por ele a propriedade produtiva não é
passível de expropriação para fins de reforma
agrária;
Preservação dos Recursos Naturais e
Proteção ao Meio Ambiente:
apesar de ser requisito da função social da
propriedade, a preservação dos recursos
naturais é um princípio de ordem
constitucional que permeia todo o
ordenamento jurídico. Tem especial relevância
no Direito Agrário, tendo em vista a
potencialidade de danos ambientais que a
exploração da terra pelo homem pode causar;
Princípio da Melhor Produtividade:
a política agrária deve privilegiar a
produção da terra para atender as
necessidades da sociedade, incentivando o
uso da terra de maneira racional e adequada,
mas sem deixar de cumprir com a função
social da propriedade;
Princípio do Uso da Terra Pública:
as terras públicas devem ser destinadas a
fins produtivos, submetendo-se à função
social da propriedade;
Princípio da Indivisibilidade do Módulo
Rural:
o módulo rural deve ser a porção mínima
de fracionamento de área de terra no
território brasileiro.
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR

36
O princípio geral que norteia a distribuição de competências
entre as entidades federativas no Brasil é o PRINCÍPIO DA
PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE, pelo qual cabem
à União, as matérias e questões de predominante
interesse geral, nacional;
aos Estados, as matérias e assuntos de predominante
interesse regional;
aos Municípios concernem os assuntos de interesse
local;
ao Distrito Federal cabem os interesses regional e
local. 37
Ainda, o Brasil adotou o modelo de REPARTIÇÃO
VERTICAL DE COMPETÊNCIAS FEDERATIVAS pelo
qual as competências NÃO SÃO ATRIBUÍDAS A CADA
ENTE DA FEDERAÇÃO DE MANEIRA EXCLUSIVA
(repartição horizontal de competências).

Pelo contrário, na CF/88, diversas matérias foram


atribuídas simultaneamente a mais de uma entidade
federativa (ex: a conservação do patrimônio público e a
proteção do meio ambiente) (HOLTHE, 2009).
38
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO

Art. 21. Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
[...]
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
39
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO

Art. 22. Compete privativamente à União legislar


sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual,


eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial
e do trabalho;
[...]

Parágrafo único. Lei complementar poderá


autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste
artigo.
40
•C ivil;
•A eronáutico;
•P enal;
•A grário;
•C omercial;
•E leitoral;
•T rabalho;
•E spacial;
•P rocessual;
•M arítimo;
41
O artigo 22 da CF/88 assevera as competências
privativas da União. Tais competências podem ser
delegadas aos Estados, conforme o parágrafo único do
referido dispositivo legal, porém, por meio de Lei
Complementar. Cumpre salientar que a Lei
Complementar é uma faculdade da União, sendo assim,
os Estados e o Distrito Federal não podem exigir a
elaboração do ato normativo em comento.

42
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico;
[...]
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;
[...]
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico [...]

XI - procedimentos em matéria processual;


43
•P enitenciário;
•U rbanístico;
•F inanceiro;
•E econômico;
•T ributário;
•O rçamento;

•procedimentos em matéria processual;


44
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais


não exclui a competência suplementar dos Estados (SUPLEMENTAR).

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

45
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios:
[...]
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os
sítios arqueológicos;
[…]
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
[…]
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
[...]
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
[…]
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em
46
vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA RESIDUAL

Competência REMANESCENTE ou RESERVADA (art.


25, §1º) - são reservadas aos Estados as competências
legislativas que não lhes sejam vedadas pela
Constituição Federal, ou seja, as que não forem da
União (art. 22), Municípios (art. 30, I e II) ou concorrentes
(art. 24) (HOLTE, 2009, p. 228)

Observem que, como regra geral, a Constituição


optou por descrever as competências da União (CF, art.
21 e 22) e dos Municípios (CF, art. 30), reservando aos
Estados-membros a competência remanescente.

47
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR

Segundo o artigo 30 da CF/88, compete aos municípios:


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
[...]
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano.

Art. 182, § 1° Política Urbana - executada pelo poder público


municipal.
48
RESUMO

Quanto à Competência Concorrente existem certas regras; no


caso da União, essa deve limitar-se-á estabelecer normas gerais.

Ao Estado cabe suplementar a norma federal, no seu


interesse peculiar. Porém, na ausência da norma geral, o Estado
possui competência plena; se houver norma geral superveniente,
suspende-se a eficácia da regra Estadual no que lhe for contrário.

Já ao Município, cabe-lhe legislar sobre assuntos de interesse


local, ou melhor, suplementar a legislação federal e estadual no que
couber. 49
competência suplementar é = a
concorrente?

Para diferenciarmos a competência suplementar


e a concorrente, devemos observar que a
concorrente não necessita de norma
anterior, os estados poderão editar as normas
gerais e específicas, contudo, a competência
suplementar depende de norma anterior, ou
seja, norma editada por outro ente da
federação.
TEMAS:
 Função Social do Imóvel Rural.
 Desapropriação do Imóvel Rural.
 Dimensionamento do Imóvel Rural.
 Contratos Agrários: arrendamento rural; da parceria rural;
usucapião especial rural;
 penhor agrícola: títulos de crédito rural – cédula rural pignoratícia,
cédula rural hipotecária, nota de crédito rural, nota promissória
rural, duplicata rural;
 Terras Devolutas e o Instituto da Discriminação.
 Reforma Agrária e Política Agrícola – Fundamentos – Conceituação
e Métodos.
 A Empresa Rural e o Agrobusiness: Agricultura de grupo;
Associativismo; Cooperativismo.
 O Trabalho Rural; Crédito e Seguro Agrícola; Agronegócio
Exportador.

Você também pode gostar