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BENS PÚBLICOS

1) Domínio Público
- Em sentido amplo: Soberania estatal. Significa dizer que todos os bens
que estão em território nacional, podem sofrer algum tipo de
intervenção estatal, logo é o poder que o Estado possui de intervir na
propriedade.
- Em sentido estrito: Propriedade. São os chamados bens públicos
2) Conceito de Bens públicos

- Art. 98 do CC - São aqueles que pertencem à pessoa jurídica de


Direito Público.

- Os bens que pertencem a pessoas jurídicas de direto privado e que


estão afetados (destinados) a prestação de serviço público, embora não
sejam bens públicos, terão as mesmas garantias e prerrogativas dos
bens públicos

3) Competência legislativa
- Art. 22, inciso I da CF – Competência privativa da União

4) Classificação de bens públicos


a) Quanto a titularidade:
- Bens federais (art. 20 da CF).
- Bens estaduais (art. 26 da CF).
- Bens municipais – são aqueles de utilização local (exemplo, praça,
jardim etc.).
b) Quanto a destinação/afetação (art. 99 do CC):
- Uso comum: uso por qualquer um do povo, uso indiscriminado.
Pode ser a título gratuito ou oneroso.
- Uso especial: possuem finalidade específica. Normalmente são
utilizados como estabelecimento dos entes públicos e, também são
aqueles afetados à prestação de um serviço público. São divididos
em:
I) uso direto: São aqueles utilizados pela própria
administração.
II) uso indireto: Não é utilizado direto pela administração (ex:
terras tradicionalmente utilizadas pelos índios).
- Dominicais: São aqueles sem destinação específica. Bens
desafetados.

Afetação Desafetação
Consagração Desconsagração
- Pode decorrer de Lei. - Se for um bem de uso comum do
- Pode decorrer de ato administrativo. povo, a desafetação pode se dar por Lei
ou por ato administrativo
fundamentado.
- Se for um bem de uso especial, a
desafetação pode se dar por Lei, por ato
administrativo fundamentado ou
através de um fato (exemplo: biblioteca
destruída por uma enchente).
- O bem dominical já é desafetado.
- O simples uso do bem faz com que - Não acontece a desafetação pelo não
ele seja afetado. uso do bem. O fato de não usarem o
bem, não significa que ele foi
desafetado.
5) Afetação ou desafetação de um bem

6) Prerrogativas e garantias dos bens públicos e dos bens das pessoas


jurídicas de direito privado afetados a serviço público.

a) Impenhorabilidade: Não admite penhora.


- A garantia de pagamento dos débitos da Fazenda é o regime de
precatórios (art. 100 da CF).
b) Não onerabilidade: Não admite penhor, hipoteca e anticrese.
c) Imprescritibilidade: Não pode ser usucapido.
- Súmula 340 do STF: Os bens dominicais, como os demais bens
públicos não pode ser adquirido por usucapião.
- Súmula 619 do STF: A ocupação indevida de bem público
configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
- Art. 102 do CC.
- Art. 183, § 3º da CF.
- Art. 191, parágrafo único da CF.
d) Inalienabilidade: Em regra não pode ser vendido, doado ou trocado,
há exceções.
- Por ser relativa (ter exceções), chama-se ainda de alienabilidade
condicionada.
- Se quiser alienar um bem deve-se:
I) Desafetar o bem, tirar dele a sua destinação;
II) Cumprir os requisitos da lei de licitações:
- Lei 8.666/93 (art. 17): Interesse público devidamente
justificado e avaliação prévia. Para os bens imóveis, precisa ainda
de: autorização legislativa se o bem pertence a administração
pública direta, autarquia e fundação e licitação na modalidade
concorrência. O art. 19 prevê que se o bem imóvel foi adquirido
por procedimento judicial ou dação em pagamento, a sua
alienação dependerá de avaliação, comprovação da necessidade
ou utilidade da alienação e adoção do procedimento licitatório,
sob a modalidade de concorrência ou leilão. Para os bens móveis,
precisa ainda de: licitação.
- Lei 14.133/21 (art. 76): Interesse público devidamente
justificado e avaliação prévia. Para os bens imóveis, precisa ainda
de: autorização legislativa se o bem pertence a administração
pública direta, autarquia e fundação e licitação na modalidade
leilão. O art. 76, §1º prevê que se o bem imóvel foi adquirido por
procedimento judicial ou dação em pagamento, não há a
necessidade de autorização legislativa e exigirá apenas avaliação
prévia e procedimento licitatório, sob a modalidade leilão. Para os
bens móveis, precisa ainda de: licitação na modalidade leilão.

7) Uso por particulares (uso especial de bens)


a) Autorização:
- Ela é concedida através de um ato administrativo.
- Ex.: casamento na praia.
- É um ato discricionário (margem de liberdade para realizar o juízo
de conveniência e oportunidade).
- Não há necessidade de licitação pra conceder.
- É um instituto precário. O particular não tem direito a
manutenção da situação). Se o poder público resolve extinguir o ato
não precisa indenizar o particular.
- A autorização é dada principalmente no interesse do particular.
- Ela pode ser dada a título gratuito ou oneroso.
- Ela pode ser dada com prazo determinado (autorização qualificada)
ou não.
b) Permissão:
- Ela é concedida através de um ato administrativo.
- É um ato administrativo discricionário.
- Ex.: A barraca na feira na rua, uma banca de jorna na praça.
- É um instituto precário.
- O maior interessado na permissão é a coletividade, o que gera um
dever de uso.
- Deve-se fazer licitação sempre que possível, ou melhor, sempre que
exigir mais de um interessado.
- Ela pode ser dada com prazo determinado (permissão qualificada)
ou não.
c) Concessão:
- A concessão é contrato.
- Ex.: Restaurante em universidade pública.
- Precisa fazer licitação.
- O prazo é determinado.
- É um instituto não precário.
8) Espécies de bens públicos
a) Terras devolutas.
- art. 20, II da CF (União).
- art. 26, IV da CF (Estados).
b) Lagos, rios e correntes de água.
- art. 20, III da CF (União).
- Estados – as águas que estão em seus territórios.
c) Ilhas
- art. 20, IV da CF (União).
- art. 26, II, III da CF (Estado).
d) Recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva
- Lei 8.617/93.
e) Mar territorial
- Lei 8.617/93.
f) Terrenos de marinha e seus acrescidos
- Decreto-lei 9760/46.
- Enfiteuse.
- Súmula 496 do STJ.
g) Potenciais de energia hidráulica
- Ainda que localizados em rios estaduais, serão bens da União.
h) Recursos mineiras inclusive o do subsolo
- art. 176 da CF.
i) Cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos
j) Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
- art. 231, § 1º da CF.
- Súmula 480 do STF.
- Súmula 650 do STF.
k) Faixa de fronteira
- Não necessariamente é um bem público, mas sofre restrições.
- Lei 6.634/79.
9) Formas de aquisição de bens públicos
a) Contratos
b) Usucapião
c) Desapropriação
d) Acessão1
e) Aquisição causa mortis2
f) Arrematação
g) Adjudicação
h) Ruas e praças que surgem através dos loteamentos3
i) Reversão de bens4
j) Confisco5
k) Perda bens6

1
Art. 1.248 do CC.
2
Art. 1.844 do CC.
3
Lei 6.766/79
4
Lei 8.987/95
5
Art. 243 da CF
6
Lei 8.429/92

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