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Bens Públicos

Conceito – art. 98 CC
• 1ª Corrente: aqueles pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público (Carvalho Filho).
• 2ª Corrente: aqueles pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno e às
pessoas jurídicas de direito privado da
administração indireta (Hely Lopes Meireles).
• 3ª Corrente: aqueles pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público e os afetados à
prestação de um serviço público (Celso A B
Mello). - Enunciado 287 CJF e STF
Classificação
• Titularidade:
a. Bens federais: art. 20, CF/88.
b. Bens estaduais: art. 26, CF/88.
c. Bens distritais: não previstos expressamente.
d. Bens municipais: não previstos expressamente.

• Natureza patrimonial:
a. bens indisponíveis por natureza;
b. bens patrimoniais indisponíveis;
c. bens patrimoniais disponíveis.
Classificação
• Destinação:
a. Bens de uso comum do povo (ou do domínio
público em sentido estrito);
b. Bens de uso especial (ou do patrimônio
administrativo); e
c. Bens dominicais (dominiais ou do patrimônio
disponível).
Classificação
a. bens de domínio hídrico:
– águas correntes (mar, rios, riachos etc.);
– águas dormentes (lagos, lagoas, açudes etc.);
– potenciais de energia hidráulica;
b. bens do domínio terrestre:
– do solo; e
– do subsolo.
Afetação e Desafetação

• Afetação: dar destinação pública ao bem.


• Desafetação: retirar destinação pública

O simples uso/utilização gera a afetação;


A desafetação somente por lei ou ato
administrativo específico.

OBS: há o entendimento de que os bens de uso


especial podem ser desafetados por fato da
natureza. Ex. Incêndio na escola.
Características

As principais características dos bens


públicos são:

 inalienabilidade (ou alienabilidade


condicionada);
 impenhorabilidade;
 imprescritibilidade; e
 não onerabilidade.
Alienação de bens públicos

No caso de bens públicos imóveis, a


alienação dependerá da existência
dos seguintes requisitos:

interesse público devidamente justificado;


avaliação prévia;
autorização legislativa; e
licitação na modalidade concorrência
Aquisição – Originária e Derivada
• Contratos: O Estado pode celebrar contratos
visando adquirir bens.
• Usucapião: A lei civil não descartou o Estado como
possível titular do direito de usucapir.(art. 1238
CC)
• Desapropriação: A perda da propriedade pelo
proprietário privado gera a aquisição pelo
expropriente que, em regra, são as pessoas de
direito público.
• Acessão: por formação de ilhas, etc. (art. 1248 CC)
• Causa Mortis: Direito subjetivo à herança.
Possibilidade de receber bens por via de
testamento. Herança jacente.
Aquisição – Originária e Derivada
• Arrematação: Em leilão não há impedimento
quanto à participação de pessoas de direito
público.
• Adjudicação: Possível, desde que ocorridos os
pressuposts da lei processual ( art. 685 – A, CPC)
• Abandono: art. 1.276 CC
• Reversão: quando extinta a concessão (art. 35, §
1º da Lei 8.987/95)
• Aquisição por força de lei: estabelecida pela
legislação.
Uso de Bens Públicos
• Regra Geral: Usados pela Pessoa Jurídica
de direito público a que pertecem,
independentemente de serem de uso comum,
especial ou dominicais.
• Formas de uso:
a) Comum
b) Especial/Privativo
c) Normal
d) Anormal
Uso privativo dos Bens Públicos

• AUTORIZAÇÃO DE USO: é o ato


administrativo pelo qual o Poder Público
consente que determinado indivíduo utilize
bem público de modo privativo,
atendendo primordialmente a seu próprio
interesse. É unilateral, discricionário e
precário.
Uso privativo dos Bens Públicos

• PERMISSÃO DE USO: é o ato


administrativo pelo qual a  Administração
consente que certa pessoa utilize
privativamente bem público, de forma
gratuita ou onerosa, por prazo certo ou
indeterminado, atendendo ao mesmo
tempo aos interesses público e privado. É
unilateral, discricionário e precário.
Uso privativo dos Bens Públicos

CESSÃO DE USO: A cessão de uso é o


instituto do direito administrativo mediante
o qual o Poder Público consente que um
órgão da mesma pessoa jurídica ou
mesmo uma pessoa física ou jurídica
distinta use, em regra gratuitamente,
determinado bem público.
Uso dos Bens Públicos por particular

• CONCESSÃO DE USO: é o contrato


administrativo pelo qual o Poder Público
confere a pessoa determinada o uso privativo
de bem público, independentemente do
maior ou menor interesse público da pessoa
concedente, por tempo determinado,
conforme a finalidade estabelecida. Pode ser
remunerada ou gratuita. É bilateral e
vinculado aos termos contratuais.
Tipos de Concessões

Concessão de Uso;

Concessão de Direito Real de Uso - CDRU;


 serve para regularização fundiária de interesse social e
 para preservação de comunidades tradicionais etc.

Concessão Especial para fins de moradia – CEM;


 serve para uso de imóvel urbano;
 está regulamentado pela Medida Provisória 2.220/2001;
 imóvel de no máximo 250 metros quadrados;
 Usado para fins de moradia própria ou da família;
 Pelo prazo de cinco anos.
Quadro Sinótico das diferenças:
AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO CONCESSÃO

Ato Administrativo Ato Administrativo Contrato Administrativo


Não há licitação. Licitação prévia. Licitação prévia.
Uso facultativo do bem pelo Utilização obrigatória do bem Utilização obrigatória do bem
particular. pelo particular, conforme a pelo particular, conforme a
finalidade permitida finalidade concedida.

Interesse predominante do Equiponderância entre o Interesse público e do


particular. interesse público e o do particular podem ser
particular. equivalentes, ou haver
predomínio de um ou de
outro.
Ato precário. Ato precário. Não há precariedade.
Sem prazo (regra). Sem prazo (regra). Prazo determinado.

Remunerada ou não. Remunerada ou não. Remunerada ou não.

Revogação a qualquer tempo Revogação a qualquer tempo Rescisão nas hipóteses


sem indenização, salvo se sem indenização, salvo se previstas em lei. Cabe
outorgada com prazo ou outorgada com prazo ou indenização, se a causa não
condicionada. condicionada. for imputável ao
concessionário.
Autorização de uso Permissão de uso Concessão de uso
ato administrativo ato administrativo contrato administrativo

Unilateralidade Unilateralidade Bilateralidade

Discricionariedade Discricionariedade Discricionariedade


Predomina o interesse privado Existência de interesse público e Predomina o interesse público
privado
uso gratuito ou remunerado uso gratuito ou remunerado uso gratuito ou remunerado

prazo determinado ou prazo determinado ou prazo determinado


indeterminado indeterminado
não exige licitação não exige licitação (mas há autores exige licitação (exceto nas hipóteses
que entendem que deve ser feita de dispensa e inexigibilidade)
licitação quando for possível)
título precário título precário (menos acentuado não há precariedade (relativa
que na autorização) estabilidade)
regime de direito público regime de direito público regime de direito público
faculdade de utilização obrigatoriedade de utilização (sob as condições de utilização estão
pena de caducidade) previstas no contrato. O não
cumprimento das cláusulas contratuais
pode ensejar a aplicação de sanções
administrativas
normalmente se aplica a aplica-se em situações mais aplica-se em situações permanentes
situações transitórias permanentes do que transitórias

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