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Art. 1.225.

São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície; (FRUIÇÃO)
III - as servidões; (FRUIÇÃO)
IV - o usufruto; (FRUIÇÃO)
V - o uso; (FRUIÇÃO)
VI - a habitação; (FRUIÇÃO)
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; (DE
AQUISIÇÃO)
VIII - o penhor; (GARANTIA)
IX - a hipoteca; (GARANTIA)
X - a anticrese. (GARANTIA)
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (FRUIÇÃO)
XII - a concessão de direito real de uso; e (FRUIÇÃO)
DO USUFRUTO (1.390 ao 1.411)

Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou


mais bens, móveis ou imóveis, em um
patrimônio inteiro, ou parte deste,
abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os
frutos e utilidades.
O Usufruto é um direito real que recai sobre coisa
alheia, de caráter temporário, inalienável e
impenhorável, concedido a outrem para que este
possa usar e fruir coisa alheia como se fosse
própria, sem alterar sua substância e zelando pela
sua integridade e conservação.

O usufrutuário poderá utilizar e perceber os frutos


naturais, industriais e civis da coisa, enquanto o
nu-proprietário possui a faculdade de dispor da
mesma.
Principais classificações do usufruto

Legal

quanto ao modo
voluntário ou
de instituição ou
convencional
quanto à origem

Misto
(por usucapião)
O usufruto se constitui através de: lei (usufruto legal), de
negócio jurídico (usufruto convencional) ou de usucapião.

No usufruto legal é instituído por lei, para a proteção de


determinadas pessoas que se encontram em presumível estado de
vulnerabilidade. A título de exemplo, o artigo 1689 do Código
Civil determina que os pais sejam usufrutuários em relação aos
filhos menores, em virtude do poder familiar.

O usufruto convencional se constitui através de negócio jurídico


bilateral ou unilateral, podendo ser inter vivos ou causa mortis.
Ou seja, poderá constituir-se entre o nu-proprietário e o
usufrutuário ou por testamento.
Na constituição inter vivos, o nu-proprietário mantém a nua-
propriedade da coisa e transfere o direito real de usufruto à outra
pessoa, através de contrato. Já na constituição causa mortis, o
testamentário por meio de disposição de última vontade,
transmite o usufruto aos seus herdeiros.

O usufruto constituído por usucapião é reconhecido


expressamente pelo Código civil de 2002, em seu artigo 1391.
Não se confunde a usucapião de usufruto com a usucapião da
propriedade, pois sua posse não contou com o animus, mas
sim a intenção de ser possuidor usufrutuário. Desta forma, a
sentença de usucapião não privará o nu-proprietário da
titularidade formal, mas apenas lhe limitará o domínio.
Principais classificações do usufruto

Temporário
quanto a
duração
Vitalício
Quanto à duração, o usufruto poderá ser temporário; quando
estipulado com prazo estipulado para seu término ou condição
resolutiva; ou vitalício; quando não há prazo estipulado para seu
fim – durando até o fim da vida do usufrutuário. Deve-se
ressaltar que a duração do usufruto para pessoa jurídica é de no
máximo trinta anos (1.410,III CC).
Principais classificações do usufruto

Próprio
quanto ao
objeto
Impróprio
.

Quanto ao objeto, o usufruto poderá ser próprio; quando recai


sobre coisa inconsumível e infungível; e impróprio (ou quase-
usufruto); quando recai sobre coisa consumível ou fungível.
Neste caso, conforme dispõe o artigo 1392, CC, o usufrutuário
deverá restituir o nu-proprietário o valor da coisa ou outra coisa
com equivalente quantidade, gênero e qualidade.
Principais classificações do usufruto

universal

Particular
quanto à
extensão
Pleno

Restrito
Quanto à extensão, o usufruto poderá ser
universal; quando recai sobre uma
universalidade de bens (herança, patrimônio,
fundo empresarial); particular; quando recai
sobre apenas um bem; pleno; quando não há
restrições no uso da coisa; e restrito; quando há
restrições no uso da coisa..
Principais classificações do usufruto

Simultâneos
quanto aos
titulares
Sucessivos
Quanto aos titulares, este direito real poderá ser
simultâneo; quando é estipulado
simultaneamente em nome de mais de uma
pessoa; ou sucessivo; quando é estabelecido
por prazo certo em nome de duas ou mais
pessoas sucessivamente.
Efeito erga omnes

Art. 1.391. O usufruto de imóveis,


quando não resulte de usucapião,
constituir-se-á mediante registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Da extinção do usufruto (1.410 e 1.411 CC)

Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:

I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;

II - pelo termo de sua duração;

III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela
perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;

IV - pela cessação do motivo de que se origina;

V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;

VI - pela consolidação;

VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes
acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às
importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;

VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
Da extinção do usufruto (1.410 e 1.411 CC)

Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:

I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; (trata-se de um ato unilateral, que não depende da ciência
ou concordância do nu-proprietário – 473 CC)

II - pelo termo de sua duração;

III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar,
pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;

IV - pela cessação do motivo de que se origina;

V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;

VI - pela consolidação;

VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo
com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias
recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;

VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
ATENÇÃO: DIREITO DE ACRESCER

Art. 1.411. “Constituído o usufruto em favor de duas


ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a
cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação
expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente.”

Em regra, não há direito de acrescer entre os usufrutuários, ou seja, falecendo


um deles, o seu direito não é consolidado ao nu-proprietário, mas aos
herdeiros do falecido.

Exceção: direito de acrescer convencional. Ex: se há usufruto de um imóvel


em favor de dois usufrutuários (A e B), falecendo um deles (A), a sua quota
de usufruto (50%), em regra, consolida-se ao nu-proprietário (C). Todavia, é
possível convencionar que, falecendo um dos usufrutuários (A), o seu direito
é transmitido ou acrescido ao do outro (B).

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