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D PROPRIEDADE R
U
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície; (FRUIÇÃO)
III - as servidões; (FRUIÇÃO)
IV - o usufruto; (FRUIÇÃO)
V - o uso; (FRUIÇÃO)
VI - a habitação; (FRUIÇÃO)
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; (DE
AQUISIÇÃO)
VIII - o penhor; (GARANTIA)
IX - a hipoteca; (GARANTIA)
X - a anticrese. (GARANTIA)
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (FRUIÇÃO)
XII - a concessão de direito real de uso; e (FRUIÇÃO)
Vamos tratar dos direitos reais de fruição referentes
à superfície, servidão e usufruto.
Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre
o imóvel.
Art. 791 (CPC). Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo
o proprietário de terreno submetido ao regime do direito de superfície, ou o
superficiário, responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real do qual é titular
o executado, recaindo a penhora ou outros atos de constrição exclusivamente sobre
o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou a plantação, no segundo caso.
Caso seja desrespeitado: Três correntes doutrinárias – ou até quatro –, podem ser
apontadas a respeito do tema.
Segunda corrente, deve-se aplicar, por analogia, o art. 33 da Lei de Locação (Lei
8.245/1991), cabendo alienação da coisa mediante o depósito do preço ou perdas e danos.
Essa corrente é liderada por Maria Helena Diniz (Código..., 2010, p. 954) e Marco Aurélio
DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE – 1.225, II, CC – 1.369 E SS.
Caso seja desrespeitado: Três correntes doutrinárias – ou até quatro –, podem ser apontadas a
respeito do tema.
Terceira corrente, aplica-se o art. 504 do CC/2002, que trata do direito de preferência ou prelação
legal a favor do condômino no condomínio de coisa indivisível. A aplicação por analogia está fundada
na proximidade real entre os institutos, o que não ocorre nos caminhos percorridos pelas correntes
anteriores. O prazo decadencial para a ação de adjudicação da coisa é de 180 dias, a contar da
ciência da alienação realizada ao terceiro. Filia-se inicialmente a essa corrente, a pesar de ser a
quarta corrente, a seguir exposta, também sedutora. Do mesmo modo entendem Cristiano Chaves
de Farias e Nelson Rosenvald (Direitos..., 2006, p. 408), Rodrigo Reis Mazzei (Direito..., 2013, p. 190),
Gustavo Tepedino, Maria Celina Bodin de Moraes e Heloísa Helena Barboza (Código..., 2011, v. III, p.
961).
Enunciado aprovado na V Jornada de Direito Civil, evento promovido pelo Conselho da Justiça
Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em 2011: “ao superficiário que não foi previamente
notificado pelo proprietário para exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do CC, é
assegurado o direito de, no prazo de seis meses, contado do registro da alienação, adjudicar para si o
bem mediante depósito do preço” (Enunciado n. 510). A única ressalva a fazer ao enunciado é que
DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE – 1.225, II, CC – 1.369 E SS.
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem
direito de preferência (prelação, preempção), em igualdade de condições. (vide art. 1.373 do CC e art. 22 do
Estatuto da Cidade)
Caso seja desrespeitado: Três correntes doutrinárias – ou até quatro –, podem ser apontadas a respeito do
tema.
Com a emergência da Lei 13.465/2017, pode ser ventilada uma quarta corrente, na mesma linha de se
reconhecer o direito de adjudicação em favor daquele que foi preterido no seu direito de preferência na
superfície, mas com a aplicação analógica do novo art. 1.510-D do Código Civil.
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão direito de preferência, em
igualdade de condições com terceiros, os titulares da construção-base e da laje, nessa ordem, que serão
cientificados por escrito para que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de
modo diverso. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1 o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento da alienação poderá, mediante
depósito do respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial
de cento e oitenta dias, contado da data de alienação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2 o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das lajes ascendentes e o titular
das lajes descendentes, assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser
DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE – 1.225, II, CC – 1.369
E SS.
(3 formas de extinção)
(3 formas de extinção)
Imóvel urbano ou
Imóvel urbano
rural.
Exploração mais
Exploração mais
ampla: qualquer
restrita: construções e
utilização de acordo
plantações.
com a política urbana.
Em regra, não há
Em regra, é possível
autorização para
utilizar o subsolo ou o
utilização do subsolo
espaço aéreo.
e do espaço aéreo.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for
inerente ao objeto da concessão.
ATENÇÃO.
Possibilidade de USUCAPIR
Seguindo a corrente sobre a viabilidade da usucapião da superfície, Rodrigo Reis Mazzei aponta duas
distintas situações tratadas pela doutrina relacionadas à usucapião de superfície e que parecem ter
sido tratadas pelo Código Civil de 2002. A primeira delas diz respeito à existência prévia da superfície, a
gerar a usucapião. A segunda tem relação com as hipóteses de não existir a concessão superficiária
formalizada, passando alguém a adotar a postura de superficiário (MAZZEI, Rodrigo Reis. Direito...,
2013, p. 178).
Em sentido contrário, o entendimento de Gustavo Tepedino, Maria Celina Bodin de Moraes e Heloísa
Helena Barboza, para quem “não seria possível usucapir, na prática, o domínio sobre a construção ou
plantação desvinculado do domínio da propriedade” (Código..., 2011, v. III, p. 756).
ATENÇÃO.
Possibilidade de USUCAPIR
Seguindo a corrente sobre a viabilidade da usucapião da superfície, Rodrigo Reis Mazzei aponta duas
distintas situações tratadas pela doutrina relacionadas à usucapião de superfície e que parecem ter
sido tratadas pelo Código Civil de 2002. A primeira delas diz respeito à existência prévia da superfície, a
gerar a usucapião. A segunda tem relação com as hipóteses de não existir a concessão superficiária
formalizada, passando alguém a adotar a postura de superficiário (MAZZEI, Rodrigo Reis. Direito...,
2013, p. 178).
Em sentido contrário, o entendimento de Gustavo Tepedino, Maria Celina Bodin de Moraes e Heloísa
Helena Barboza, para quem “não seria possível usucapir, na prática, o domínio sobre a construção ou
plantação desvinculado do domínio da propriedade” (Código..., 2011, v. III, p. 756).
ENFITEUSE
Antiquíssimo instituto jurídico. Sua definição constava do art. 678 do CC/1916, segundo o
qual “Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de
última vontade, o proprietário atribui a outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa,
que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual,
certo e invariável”. A codificação anterior tratava a enfiteuse como direito real de gozo ou
fruição.
Além da previsão de pagamento do foro anual, o enfiteuta era obrigado a pagar os ônus e
tributos do imóvel (art. 682 do CC/1916). A enfiteuse era tida como perpétua (art. 679 do
CC/1916). A enfiteuse por tempo limitado considerava-se arrendamento, e com tal era regida.
Ademais, sempre que se realizasse a transferência do domínio útil, por venda ou doação em
pagamento pelo enfiteuta, o senhorio direto, que não usasse do seu direito de preferência,
teria direito de receber do alienante o laudêmio, que seria de dois e meio por cento sobre o
preço da alienação, se outro não se tivesse sido fixado no título de aforamento (art. 686 do
CC/1916).
Na realidade brasileira, a enfiteuse recaía sobre áreas do interesse nacional, caso de terras de
marinha, hipótese que ainda subsiste; sobre aldeias indígenas (caso de Alphaville, na Grande
São Paulo) e em outras áreas específicas, caso da enfiteuse em favor da família real, na cidade
de Petrópolis, Rio de Janeiro. A partir da segunda metade do século XX, a enfiteuse perdeu
sua utilidade prática, passando a ser vista como um instituto velho e superado pelos civilistas.
ENFITEUSE
Diante dessa realidade, o Código Civil de 2002 retirou a sua menção do rol dos
direitos reais, não havendo tratamento específico na atual codificação a respeito
de enfiteuses sobre bens particulares.