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DIREITO REAL: subjetivo, aproveitamento da coisa (corpórea), existe relação de

domínio entre pessoa e bem jurídico, na esfera jurídico-privada.


Aproveitamento da coisa: aproveitamento material ou jurídico, coisa móvel ou
imóvel - artigo 204º CC. Aproveitamento com particularidades!
(em relação com) OBRIGAÇÃO: DR é absoluto (erga omnes) independentemente de
existir uma relação jurídica particular (e.g.direitos de personalidade, direitos
reais). Direitos Obrigacionais são relativos, atuando contra pessoas certas e
determinadas (inter-partes), sendo que o lesante do contrato está resguardado pela
responsabilidade contratual (e.g.direito de crédito).

TEORIAS SUBJACENTES AO DR:


CLÁSSICA: 1ª formulação - concebe o DR como uma relação entre uma pessoa e
uma coisa; 2ª formulação - concebe o DR como o domínio de uma pessoa sobre uma
coisa (crítica à 1ª formulação porque os seres humanos estabelecem relações com
objetos, mas sim com outros seres humanos, a relação implica alteridade, que
implica 2+ pessoas; a 2ª formulação não recebe crítica).
PERSONALISTA: DR concebido como oponível erga omnes, aspeto que distingue
esta corrente - relação passiva universal (1 titular ativo). Esta corrente não dá
relevância à retirada de utilidades pelo titular, e realça o artificialismo da
ideia de que existe uma relação universal.
ECLÉTICA: predominante no presente. Distingue um lado interno (poder sobre a
coisa) e um lado externo (erga omnes) - M.Henrique Mesquita valoriza o lado interno
e Rui P. Duarte valoriza o lado externo).

PRINCÍPIOS DR:
- TIPICIDADE (numerus clausus): nº1, art.1306º CC - previsão na lei, transmite
segurança e estabilidade.
- INERÊNCIA: DR tem por objeto coisa corpórea (certa e determinada); + lado interno
(inseparatibilidade do DR e coisa) e lado externo (sequela, tutelar do direito tem
poder de ir buscar a coisa onde quer que ela esteja).
- ESPECIALIDADE: art.1302º CC - DR limitado a coisa certa e determinada
(conformidade com o art.206º CC - coisificação do conjunto que não anula a
individualidade de cada coisa que integra o conjunto)
- ABSOLUTIDADE: existe por si mesma, sem dependência de outra situação; DR como
situação jurídica absoluta (direito subjetivo absoluto por contraposição).
- CONSENSUALIDADE: = ao consentimento; art.408º CC - para transmissão basta acordo
consagrado; consentimento no acordo consagrado.
- BOA FÉ: 2 domínios - posse (art.1258º CC) e aceção industrial.
- TERRITORIALIDADE: ordem jurídica portuguesa é a que determina o reigme jurídico
real das coisas em território português.
- PUBLICIDADE: espontânea ou organizada - art.687º CC + nº2, art.6º Reg.Pred.
- INDIVIDUALIZAÇÃO: coisa corpórea deve existir, se não existir não estamos perante
DR.
- TOTALIDADE: DR afeta a totalidade da coisa (princípio tendencial, e.g. exceção da
propriedade horizontal).
- PERMANÊNCIA: permanecer da coisa (diferente da perpetuidade); e.g.direitos que
não são temporários como o usufruto e o uso de habitação.
- COMPATIBILIDADE: compatibilidade de dois direitos de conteúdo diferente, 2+
modalidades de DR na mesma situação.
- ELASTICIDADE: DR pode comprimir ou distender consoante exista sobre ele um outro
DR.

DISTINGUIR DR.GOZO, DR.GARANTIA E DR.AQUISIÇÃO:


GOZO: coisa é afeta à retirada de utilidades pelo titular através do uso e
fruição, art.1439º CC; e.g.Uso: passear por propriedade rústica ou dormir num
prédio; e.g.Fruição: apanhar maçãs de terreno e arrendar apartamento (retirar
frutos civis = renda).
GARANTIA: assegurar que, em caso de incumprimento pela parte devedora, o
credor possa ser pago através da coisa; garantir o cumprimento de uma obrigação;
mais frequente método é o titular do direito real de garantia satisfazer o seu
crédito pelo produto da venda da coisa, ou pelos rendimentos que a coisa gera;
existe ainda a preferência sobre os demais credores, na circusntância em que a
coisa é vendida e sou o primeiro a ser pago perante situação de incumprimento da
obrigação.
AQUISIÇÃO: garantir que aquisição seja feita quando a promessa ou eficácia
real seja estabelecida num contrato - arts. 410º e 413º CC; e.g.DR aquisição menor,
o direito de preferência, penhor, hipoteca, retenção.

MEIOS DEFESA POSSE:


- meios extrajudiciais: ações possessórias típicas (art.1266º CC) - 3 ações
possessórias, 1 procedimento cautelar, embargos de terceiro - art.1285º CC.
- tipos de ações possessórias: ação de prevenção (art.1276º CC), ação de
manutenção de posse (art.1278º CC), e ação de restituição de posse (art.1278º CC).
Para que haja restituição de posse, é necessário o esbulho possessório, ou seja: 1º
passo: haver "legitimidade ativa" - aquele que ingressa ação deve possuir direito
de o fazer, exceções: representação legal.
2º passo: haver "legitimidade passiva" - pessoa a sofrer a ação deve ser aquela que
está a cometer o ilícito civil.

USUFRUTO: art.1439º CC; substância do usufruto não pode ser alterada, usufrutuário
pode sofrer limitações mas possui extensão do gozo pleno da coisa, respeitando
"destino económico" - art.1446º CC
-U.PLURAL:
- No ususfruto simultâneo existe uma situação de contitularidade;
- No usufruto sucessivo, existe um usufrutuário a seguir ao outro - art.1441º CC

MODOS AQUISIÇÃO/EXTINÇÃO PROPRIEDADE:


- AQUISIÇÃO (art.1263º CC):
1) AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA: quando há desvinculação de qualquer relação jurídica com o
titular anterior;
- Apossamento (ato material que revela o início do exercício da posse sobre coisa
que não detinha).
- Inversão do título de posse (passagem de mero detentor a possuidor através de
declaração ou ato de terceiro que arrogue legitimidade para isso);
+ e.g. ocupação, achamento, cessão natural.
2) AQUISIÇÃO DERIVADA: quando há relação jurídica com o antecessor, existe
transmissão de propriedade de um sujeito para o outro. Regra geral, ninguém pode
transferir mais direitos do que tem (transferência do domínio fáctico);
- Inter vivos
- Mortis causa
+ arts. 2024º, 2025º, 1255º CC
+ e.g. contrato, sucessão por morte, expropriação, direito de preferência sobre
determinada coisa, usucapião.
- EXTINÇÃO:
1) ABANDONO: perda do corpus - al.a), nº1, art.1267º CC
2) PERECIMENTO TOTAL DA COISA/DESTRUIÇÃO MATERIAL DA COISA
3) RETIRADA DA COISA DO COMÉRCIO JURÍDICO-PRIVADO - nº2,art.202º CC
4) PERDA DA COISA
5) ESBULHO (apossamento por terceiro por período 1+anos): consiste na privação da
coisa por ato de terceiro contra a vontade do possuidor. O esbulhador toma o
controlo material da coisa afastando o controlo do possuidor. A partir desse
momento, cessa o domínio ou senhorio da coisa em
que repousava a posse do possuidor, deixando este de poder atuar sobre a coisa
segundo a sua vontade. O corpus possessório fica destruído e a posse cessa; al.d,
nº1, art. 1267º CC. As formas de esbulho são o apossamento e a inversão do título
de posse pelo detentor da coisa.

DIREITO DE USO E HABITAÇÃO: modalidade do direito que vai entender a necessidade


social de uma pessoa ou da sua família - art.1486º CC. A titularidade dos direitos
de uso e habitação é do titular - art.1487º CC. As normas aplicadas ao direito de
uso e de habitação são as do usufruto - art.1490º CC.

DIREITO PREFERÊNCIA NA COMPROPRIEDADE: a compropriedade é a situação de propriedade


plural sobre uma coisa, noção no art.1403º CC. Referir o art.1409º CC para explicar
o d.preferência na compropriedade.

DIREITO DE SEQUELA: significa que o credor pode perseguir o bem dado como garantia
de uma obrigação. e.g. dou o meu carro como garantia em como pago de volta 3000€
que me foram emprestados.

D.R.MAIOR VS D.R.MENOR:
- MAIOR: direito de propriedade.
- MENOR: todos os outros direitos reais que não o direito de propriedade, coexistem
mas limitam-se. e.g.hipoteca que limita o d.r. de propriedade. O princípio da
elasticidade é o que permite a coexistência entre o d.r.propriedade e os demais
direitos reais.

DIREITO FRUIÇÃO E DIREITO DE ALIENAÇÃO:


- FRUIÇÃO: garante o direito de alguém a usufruir determinada coisa que pertence à
outra pessoa, de acordo com a circunstância apresentada.
- ALIENAÇÃO: transferência da propriedade de um bem, quando alguém perde um bem
devido a uma decisão judicial.

D.PROPRIEDADE COMO DIREITO REAL DE +EXTENSÃO: o proprietário tem um poder muito


extenso - art.1305º CC; poder de usar, fruir, gozar modificar e reindivicar -
art.1311º CC.
- O objeto do direito de propriedade são as coisas corpóreas, coisas móveis e
imóveis (poder de demarcação, faculdade de alienação, poder de onerar a coisa,
poder de renunciar a coisa), e ainda os animais - salientar a lei 8000/2017 que
trata a descoisificação dos animais.
- Adquire-se através dos termos do art.1316º CC (de forma originária ou forma
derivada).
- Explicar modos de aquisição/extinção de propriedade.

COMPROPRIEDADE: situação de propriedade plural sobre uma coisa; noção no art.1403º


CC + nº1, art.1408º CC

DEFESA DA PROPRIEDADE: judicialmente (principal meio é a ação de reindivicação) e


extrajudicialmente (ação possessória típica), por regra, a defesa judicial, no
entanto o art.1314º CC admite a defesa por meio de ação direta, nos termos do
art.336º CC.
- Ação Direta: proprietário reage à defesa da sua propriedade sem auxílio de um
juíz.
- Ação de Reindivicação: art.1311º CC, finalidade é a obtenção da restituição da
coisa.
- Ação Possessória Típica: art.1266º CC

ACESSÃO NATURAL, ACESSÃO INDUSTRIAL MOBILIÁRIA E IMOBILIÁRIA


1) NATURAL: art.1327º CC, e.g. acréscimo de terreno movimentado pela água.
2) INDUSTRIAL MOB.: art.1333º CC, depende de fatores como a boa-fé, má-fé e
confusão, casos específicos previstos no art.1338º CC.
3) INDUSTRIAL IMOB.: arts.1339º e 1340º CC

REQUISITOS PARA USUCAPIÃO: direito real de gozo (d.propriedade), com requisitos e


limitações para este tipo de aquisição, impedindo que as servidões não previstas em
lei e os direitos de uso e habitação com finalidade social não sejam suscetíveis de
serem considerados pelo usucapião. Requisitos como:
- POSSE: animus e corpus
- TEMPO: em conformidade com as caraterísticas da posse

PRAZOS PARA AQUISIÇÃO PROPRIEDADE POR USUCAPIÃO: primeiro devemos identificar se o


objeto é móvel ou imóvel e definir as caraterísticas dessa posse. A posse tem
prazos que variam consoante a natureza das coisas. Assim, quando falamos de posse
de boa-fé estamos perante um prazo de 10 anos (porque existe e é registada), na
posse de má-fé é um prazo de 15 anos. Em suma, destacamos os prazos de 20, 15, 10,
5, 4, 2 anos e 6 meses.
+ arts. 1260º, 1294º, 1295º CC.

POSSE VS DETENÇÃO: na posse têm que existir animus e corpus, enquanto na detenção,
o acordo com o art.1253º CC impõe que haja o animus, apenas!
- POSSE: noção no art.1251º CC;
A teoria objetiva alarga o âmbito da tutela possessória levando o locatário, o
comodatário e o depositário a serem qualificados como possuidores, enquanto a
teoria subjetiva, os denominados são vistos como meros detentores, não gozando de
tutela possessória.

DIREITOS E ENCARGOS DO COMPROPRIETÁRIO: nº2, art.1403º e nº1, art. 1408º CC; os


direitos dos comproprietários são qualitativamente iguais, embora quantitativamente
diferentes. Comproprietários não têm direitos sobre parte de uma coisa,
verificando-se que cada um deles tem um direito geral. Os direitos e encargos do
comproprietário iniciam-se nos termos do art.1406º CC e finalizam no art.1413º CC.

O QUE DEVE CONTER O TÍTULO CONSTITUTIVO DO CONDOMÍNIO?


- NOÇÃO: pilar do condomínio que define a sua génese, regula a utilização das
várias frações e zonas comuns, assim constituída a propriedade horizontal.
CONTÉM: localização do edifício, descrição das frações autónomas e valor que, no
total, representam em percentagem ou em permilagem (valor que é utilizado para
calcular a quota que cada condómino deve pagar, quota entendida como contribuição
para as despesas comuns), o fim ao qual se destina cada fração ou parte comum
(habitação ou comércio?), e o regulamento do condomínio (às x), referência à
possibilidade de recorrer a um centro de arbitragem para resolver conflitos de
vizinhança (raramente).

PODE O NU PROPRIETÁRIO ALIENAR O OBJETO DO USUFRUTO?


-NOÇÃO: nu proprietário é o indivíduo que possui o domínio de um bem imóvel, mas
não faz uso dele, sendo o usufruto exercido por outra pessoa.
Assim que transmite o usufruto para outrem, designa-se apenas como nu proprietário:
só contem a propriedade. Após terminar o período do usufruto adquire novamente o
usufruto da mesma e volta-se a designar como proprietária.

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