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DIREITOS REAIS OU DIREITO DAS COISAS – AULA 1

PATRIMÔNIO
• Direitos Patrimoniais (Reais e Pessoais – Obrigações e Contratos)
- relação credor e devedor (não há oponibilidade erga omnes);
- direitos transitórios;
- violados por fato positivo ou negativo, ao passo que os direitos reais só podem ser violados por
fato positivo;
- não se adquirem por usucapião;
- podem ser típicos e atípicos (os direitos reais só podem ser típicos);
- não há direito de sequela, direito de seguir o direito pessoal – ex: o compromisso de compra e
venda permite o direito de sequela – súmula 239 do STJ - O direito à adjudicação compulsória não
se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis

• Teoria Não Patrimoniais (Família e Personalidade)


Direito das Coisas: Posse, Reais e Vizinhança

FIGURAS INTERMÉDIAS
Institutos típicos de direito pessoal, mas que podem ter oponibilidade erga omnes – propter rem o
ambulatoriais ou direito de preferência na locação.

TEORIA SOBRE OS DIREITOS REAIS E OS DIREITOS PESSOAIS


• Teoria unitária (Personalista/Realista): Direito patrimonial.
• Teoria dualista (Clássica ou Tradicional): Direitos Reais e Direitos Pessoais
A Teoria Personalista leva em consideração o sujeito, e a Teoria Realista leva em conta o Direito
Patrimonial.
No Brasil, adota-se a Teoria Dualista, ou seja, de um lado, o Direito Pessoal e do outro o Direito Real.

POSSE

NATUREZA JURÍDICA
A posse é conceituada como um direito de natureza especial, segundo Flávio Tartuce.
Enunciado 492 JDC - A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar
o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais
merecedores de tutela.
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TEORIAS
• Teoria Subjetiva (Savigny) – Corpus + Animus Domini
Posse é a aparência de propriedade. Para ser possuidor é necessário ser dono ou querer sê-lo.

• Teoria Objetiva (Ihering) – Corpus


Posse é a aparência de propriedade, mesmo que não tenha intenção de ser dono. Não depende de
elemento subjetivo ou anímico.

• Teoria Sociológia ou Social (Saleilles) – Corpus + Função Social = poder de ingerência


socioeconômica sobre uma coisa corpórea.
Projeto 6.960, de 2002 – art. 1196 – considera-se possuidor todo aquele que tem poder fático de
ingerência sócio-econômica, absoluto ou relativo, direito ou indireto, sobre determinado bem da
vida que se manifesta através do exercício ou possibilidade de exercício inerente à propriedade
ou outro direito suscetível de posse.

• Teoria Tridimensional (Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald) – fenômeno complexo (Direito Real,
Direito Obrigacional; e Dimensão Fática).

DETENÇÃO
Art. 1198 Código Civil: Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em
relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário

Súmula 619 STJ - A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza
precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. (Resp 556.721, STJ,
Info 579 - REsp 1.484.304-DF)

En 301 JDC – É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na
hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
En 493 JDC – O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a
autodefesa do bem sob seu poder.

CLASSIFICAÇÃO DA POSSE

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Teoria Objetiva de Ihering - posse é contato com a coisa.
A) Posse quanto ao desdobramento (paralelismo)
• Direta/Imediata e Indireta/Mediata: Art. 1.197.

En 76, JDC – O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra
aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil).

B) Posse quanto à presença de vícios – Art. 1200


• Justa (limpa) e Injusta: é a posse que apresenta vícios, foi adquirida por ato violento, clandestino
ou precário.
Obs: Mesmo injusta, admissível ação possessória contra terceiros.
CC. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou
a clandestinidade.
CC. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi
adquirida.
A doutrina tem se manifestado no sentido de afirmar que o prazo em que a posse deixa de ser
clandestina ou violenta seria o prazo de de ano e dia.

EN 237 JDC. É cabível a modificação do título da posse – interversio possessionis – na hipótese em


que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição ao antigo
possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini.

Posse Velha e Posse Nova


CPC. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da
Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho
afirmado na petição inicial.

C) Posse em relação à boa-fé subjetiva ou intencional – Art. 1.201 do CC


CC. Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé,
salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
• Posse de boa-fé e Posse de má fé

D) F) Posse em relação aos efeitos


• Posse ad interdicta e Posse ad usucapionem

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E) Posse em relação à presença de título
• Posse civil ou jurídica (com título) e Posse sem título
* ius possidendi: posse com título, pautada na propriedade
* ius possessionis: posse sem título, existe por si só.

5. Efeitos da Posse – Art. 1.210 – 1.222, CC


Frutos; Deterioração, Benfeitorias, Demandas Processuais
1. A ação de reintegração de posse (esbulho);
2. A ação de manutenção de posse (turbação);
3. O interdito proibitório (ameaça de esbulho ou turbação)
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que
tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que
recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo
quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem
este o houve.

Enunciado n. 81 da JDC: o direito de retenção previsto no art. 1.219 do Código Civil, decorrente da
realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões (construções e
plantações) nas mesmas circunstâncias.
Enunciado n. 80: “É inadmissível o direcionamento de demanda possessória ou ressarcitória contra
terceiro possuidor de boa-fé, por ser parte passiva ilegítima diante do disposto no art. 1.212 do novo
Código Civil. Contra o terceiro de boa-fé, cabe tão-somente a propositura de demanda de natureza
real.”
Enunciado n. 236: “Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade
desprovida de personalidade jurídica.”
Enunciado n. 495 : “No desforço possessório, a expressão "contanto que o faça logo" deve ser
entendida restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação,
cabendo ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses.

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Lei 8245/91
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas
pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas,
serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário,
finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.

Enunciado n. 433 da JDC: a cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção


por benfeitorias necessárias é nula em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes do
contrato de adesão (Art. 424 do CC).
Súmula n. 335 do STJ: nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.

AQUISIÇÃO E TRANSMISSÃO DA POSSE


Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.

Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos
caracteres. (Princípio da Continuidade do Caráter da Posse)

Art. 1.207. O sucessor universal continua [princípio da continuidade] de direito a posse do seu
antecessor; e ao sucessor singular [possível união – acessão] é facultado unir sua posse à do
antecessor, para os efeitos legais.

Enunciado n. 494 da Jornada de Direito Civil (JDC): “A faculdade conferida ao sucessor singular de
somar ou não o tempo da posse de seu antecessor não significa que, ao optar por nova contagem,
estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior.”

Enunciado n. 77 da JDC: A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo
constituto possessório.
Possibilidades de perda da posse:
• Abandono da coisa: derrelição – res derelictae;
• Tradição (traditio);
• Destruição da coisa;
• Constituto possessório (aquisição e perda).

COMPOSSE – COMPOSSESSÃO
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ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL - POSSE
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 76 - O possuidor direto tem direito de defender a sua posse
contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do novo Código Civil).
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 77 - A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser
transmitida pelo constituto possessório.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 78 - Tendo em vista a não-recepção pelo novo Código Civil da
exceptio proprietatis (art. 1.210, § 2º) em caso de ausência de prova suficiente para embasar
decisão liminar ou sentença final ancorada exclusivamente no ius possessionis, deverá o pedido ser
indeferido e julgado improcedente, não obstante eventual alegação e demonstração de direito real
sobre o bem litigioso.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 79 - A exceptio proprietatis, como defesa oponível às ações
possessórias típicas, foi abolida pelo Código Civil de 2002, que estabeleceu a absoluta separação
entre os juízos possessório e petitório.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 80 - É inadmissível o direcionamento de demanda possessória
ou ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé, por ser parte passiva ilegítima diante do
disposto no art. 1.212 do novo Código Civil. Contra o terceiro de boa-fé, cabe tão-somente a
propositura de demanda de natureza real.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 81 - O direito de retenção previsto no art. 1.219 do Código
Civil, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões
(construções e plantações) nas mesmas circunstâncias.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 82 - É constitucional a modalidade aquisitiva de propriedade
imóvel prevista nos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 83 - Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Público,
não são aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil.
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 84 - A defesa fundada no direito de aquisição com base no
interesse social (art. 1.228, §§ 4º e 5º, do novo Código Civil) deve ser argüida pelos réus da ação
reivindicatória, eles próprios responsáveis pelo pagamento da indenização.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 236 - Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais,
também a coletividade desprovida de personalidade jurídica.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 237 - É cabível a modificação do título da posse - interversio
possessionis - na hipótese em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior e
inequívoco de oposição ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus
domini.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 238 - Ainda que a ação possessória seja intentada além de
"ano e dia" da turbação ou esbulho, e, em razão disso, tenha seu trâmite regido pelo procedimento
ordinário (CPC, art. 924), nada impede que o juiz conceda a tutela possessória liminarmente,

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mediante antecipação de tutela, desde que presentes os requisitos autorizadores do art. 273, I ou
II, bem como aqueles previstos no art. 461-A e parágrafos, todos do Código de Processo Civil.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 239 - Na falta de demonstração inequívoca de posse que
atenda à função social, deve-se utilizar a noção de "melhor posse", com base nos critérios previstos
no parágrafo único do art. 507 do Código Civil /1916.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 242 - A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo
legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar a não-cessação da posse.
III Jornada de Direito Civil - Enunciado 243 - A presunção de que trata o § 2º do art. 1.276 não pode
ser interpretada de modo a contrariar a norma-princípio do art. 150, inc. IV, da Constituição da
República.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 301 - É possível a conversão da detenção em posse, desde
que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 302 - Pode ser considerado justo título para a posse de boa-
fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do
Código Civil.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 303 - Considera-se justo título, para a presunção relativa
da boa-fé do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou
não materializado em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função
social da posse.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 304 - São aplicáveis as disposições dos §§ 4º e 5º do art.
1.228 do Código Civil às ações reivindicatórias relativas a bens públicos dominicais, mantido,
parcialmente, o Enunciado 83 da I Jornada de Direito Civil, no que concerne às demais
classificações dos bens públicos.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 305 - Tendo em vista as disposições dos §§ 3º e 4º do art.
1.228 do Código Civil, o Ministério Público tem o poder-dever de atuar nas hipóteses de
desapropriação, inclusive a indireta, que encerrem relevante interesse público, determinado pela
natureza dos bens jurídicos envolvidos.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 306 - A situação descrita no § 4º do art. 1.228 do Código Civil
enseja a improcedência do pedido reivindicatório.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 307 - Na desapropriação judicial (art. 1.228, § 4º), poderá o
juiz determinar a intervenção dos órgãos públicos competentes para o licenciamento ambiental e
urbanístico.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 308 - A justa indenização devida ao proprietário em caso de
desapropriação judicial (art. 1.228, § 5º) somente deverá ser suportada pela Administração Pública
no contexto das políticas públicas de reforma urbana ou agrária, em se tratando de possuidores de
baixa renda e desde que tenha havido intervenção daquela nos termos da lei processual. Não sendo
os possuidores de baixa renda, aplica-se a orientação do Enunciado 84 da I Jornada de Direito Civil.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 309 - O conceito de posse de boa-fé de que trata o art. 1.201
do Código Civil não se aplica ao instituto previsto no § 4º do art. 1.228.

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IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 310 - Interpreta-se extensivamente a expressão "imóvel
reivindicado" (art. 1.228, § 4º), abrangendo pretensões tanto no juízo petitório quanto no
possessório.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 313 - Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites
legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial, ainda que o pedido restrinja a
dimensão do que se quer usucapir.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 315 - O art. 1.241 do Código Civil permite ao possuidor que
figurar como réu em ação reivindicatória ou possessória formular pedido contraposto e postular ao
juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel, valendo a sentença como
instrumento para registro imobiliário, ressalvados eventuais interesses de confinantes e terceiros.
IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 317 - A accessio possessionis de que trata o art. 1.243,
primeira parte, do Código Civil não encontra aplicabilidade relativamente aos arts. 1.239 e 1.240 do
mesmo diploma legal, em face da normatividade do usucapião constitucional urbano e rural, arts.
183 e 191, respectivamente.
VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 563 - O reconhecimento da posse por parte do Poder Público
competente anterior à sua legitimação nos termos da Lei n. 11.977/2009 constitui título
possessório.
VII Jornada de Direito Civil - Enunciado 593 - É indispensável o procedimento de demarcação
urbanística para regularização fundiária social de áreas ainda não matriculadas no Cartório de
Registro de Imóveis, como requisito à emissão dos títulos de legitimação da posse e de domínio.
VII Jornada de Direito Civil - Enunciado 595 - O requisito "abandono do lar" deve ser interpretado
na ótica do instituto da usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado
à ausência da tutela da família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou
união estável. Revogado o Enunciado 499.
VII Jornada de Direito Civil - Enunciado 597 - A posse impeditiva da arrecadação, prevista no art.
1.276 do Código Civil, é efetiva e qualificada por sua função social.
VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 625 - A incorporação imobiliária que tenha por objeto o
condomínio de lotes poderá ser submetida ao regime do patrimônio de afetação, na forma da lei
especial.
VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 627 - O direito real de laje em terreno privado é passível
de usucapião.

INFORMATIVOS
1 - RECURSO REPETITIVO - Pesquisa de tema: Tema Repetitivo 996
Processo REsp 1729593 / SP
RECURSO ESPECIAL 2018/0057203-9
Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE

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SEGUNDA SEÇÃO
Data do Julgamento 25/09/2019
Data da Publicação/Fonte DJe 27/09/2019
Ementa
RECURSO ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO PROFERIDO EM INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE
DEMANDAS REPETITIVAS - IRDR. ART. 1.036 DO CPC/2015 C/C O ART. 256-H DO RISTJ.
PROCESSAMENTO SOB O RITO DOS RECURSOS ESPECIAIS REPETITIVOS. PROGRAMA MINHA
CASA, MINHA VIDA. CRÉDITO ASSOCIATIVO. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL EM
CONSTRUÇÃO. CONTROVÉRSIAS ENVOLVENDO OS EFEITOS DO ATRASO NA ENTREGA DO BEM.
RECURSOS DESPROVIDOS.
1. As teses a serem firmadas, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015, em contrato de promessa de
compra e venda de imóvel em construção, no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, para
os beneficiários das faixas de renda 1,5, 2 e 3, são as seguintes:
1.1 Na aquisição de unidades autônomas em construção, o contrato deverá estabelecer, de forma
clara, expressa e inteligível, o prazo certo para a entrega do imóvel, o qual não poderá estar
vinculado à concessão do financiamento, ou a nenhum outro negócio jurídico, exceto o
acréscimo do prazo de tolerância.
1.2 No caso de descumprimento do prazo para a entrega do imóvel, incluído o período de
tolerância, o prejuízo do comprador é presumido, consistente na injusta privação do uso do
bem, a ensejar o pagamento de indenização, na forma de aluguel mensal, com base no valor
locatício de imóvel assemelhado, com termo final na data da disponibilização da posse direta ao
adquirente da unidade autônoma.
1.3 É ilícito cobrar do adquirente juros de obra ou outro encargo equivalente, após o prazo
ajustado no contrato para a entrega das chaves da unidade autônoma, incluído o período de
tolerância.
1.4 O descumprimento do prazo de entrega do imóvel, computado o período de tolerância, faz
cessar a incidência de correção monetária sobre o saldo devedor com base em indexador setorial,
que reflete o custo da construção civil, o qual deverá ser substituído pelo IPCA, salvo quando este
último for mais gravoso ao consumidor.
2. Recursos especiais desprovidos.

2 - Informativo nº 0634
Publicação: 26 de outubro de 2018.
QUARTA TURMA
Processo REsp 1.713.167-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado em 19/06/2018,
DJe 09/10/2018

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Tema - Dissolução de união estável. Animal de estimação. Aquisição na constância do
relacionamento. Intenso afeto dos companheiros pelo animal. Direito de visitas. Possibilidade.
Análise do caso concreto. Necessidade.
Destaque
Na dissolução de entidade familiar, é possível o reconhecimento do direito de visita a animal de
estimação adquirido na constância da união estável, demonstrada a relação de afeto com o
animal.
Informações do Inteiro Teor
Inicialmente cumpre salientar que o fato de o animal ser tido como de estimação, recebendo o afeto
da entidade familiar, não pode vir a alterar sua substância, a ponto de converter a sua natureza
jurídica. No entanto, possuem valor subjetivo único e peculiar, aflorando sentimentos bastante
íntimos em seus donos, totalmente diversos de qualquer outro tipo de propriedade privada.
Dessarte, o regramento jurídico dos bens não se vem mostrando suficiente para resolver, de
forma satisfatória, a disputa familiar envolvendo os pets, visto que não se trata de simples
discussão atinente à posse e à propriedade. Também não é o caso de efetivar-se alguma
equiparação da posse de animais com a guarda de filhos. Os animais, mesmo com todo afeto
merecido, continuarão sendo não humanos e, por conseguinte, portadores de demandas
diferentes das nossas. Nessa ordem de ideias, a premissa básica a se adotar é a atual tipificação e
correspondente natureza jurídica dos animais de estimação, isto é, trata-se de semoventes, coisas,
passíveis de serem objeto de posse e de propriedade, de contratos de compra e venda, de doação,
dentre outros. A solução deve ter como norte o fato, cultural e da pós-modernidade, de que há uma
disputa dentro da entidade familiar, em que prepondera o afeto de ambos os cônjuges pelo animal.
Somado a isso, deve ser levado em conta o fato de que tais animais são seres que, inevitavelmente,
possuem natureza especial e, como ser senciente - dotados de sensibilidade, sentindo as mesmas
dores e necessidades biopsicológicas dos animais racionais -, o seu bem-estar deve ser considerado.
Nessa linha, há uma série de limitações aos direitos de propriedade que recaem sobre eles, sob
pena de abuso de direito. Portanto, buscando atender os fins sociais, atentando para a própria
evolução da sociedade, independentemente do nomen iuris a ser adotado, a resolução deve,
realmente, depender da análise do caso concreto, mas será resguardada a ideia de que não se
está diante de uma "coisa inanimada", sem lhe estender, contudo, a condição de sujeito de
direito. Reconhece-se, assim, um terceiro gênero, em que sempre deverá ser analisada a situação
contida nos autos, voltado para a proteção do ser humano, e seu vínculo afetivo com o animal.

3 - INFO 579, Resp. 998.409 – DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AJUIZAMENTO DE AÇÃO
POSSESSÓRIA POR INVASOR DE TERRA PÚBLICA CONTRA OUTROS PARTICULARES. É cabível o
ajuizamento de ações possessórias por parte de invasor de terra pública contra outros particulares.
Inicialmente, salienta-se que não se desconhece a jurisprudência do STJ no sentido de que a
ocupação de área pública sem autorização expressa e legítima do titular do domínio constitui
mera detenção (REsp 998.409-DF, Terceira Turma, DJe 3/11/2009). Contudo, vislumbra-se que, na
verdade, isso revela questão relacionada à posse. Nessa ordem de ideias, ressalta-se o previsto no
art. 1.198 do CC, in verbis: “Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou

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instruções suas”. Como se vê, para que se possa admitir a relação de dependência, a posse deve ser
exercida em nome de outrem que ostente o jus possidendi ou o jus possessionis. Ora, aquele que
invade terras públicas e nela constrói sua moradia jamais exercerá a posse em nome alheio, de
modo que não há entre ele e o ente público uma relação de dependência ou de subordinação e,
por isso, não há que se falar em mera detenção. De fato, o animus domni é evidente, a despeito
de ele ser juridicamente infrutífero. Inclusive, o fato de as terras serem públicas e, dessa maneira,
não serem passíveis de aquisição por usucapião, não altera esse quadro. Com frequência, o invasor
sequer conhece essa característica do imóvel. Portanto, os interditos possessórios são adequados
à discussão da melhor posse entre particulares, ainda que ela esteja relacionada a terras públicas.
REsp 1.484.304-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 10/3/2016, DJe 15/3/2016

4 - Informativo nº 0631
Publicação: 14 de setembro de 2018.
QUARTA TURMA
Processo - REsp 1.473.484-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em
21/06/2018, DJe 23/08/2018
Tema - Responsabilidade do condomínio por danos a terceiro. Obrigação do condômino em sua
cota-parte. Fato anterior à constituição da propriedade. Dívida propter rem. Penhorabilidade do
bem de família. Possibilidade.
Destaque
É possível a penhora de bem de família de condômino, na proporção de sua fração ideal, se
inexistente patrimônio próprio do condomínio, para responder por dívida oriunda de danos a
terceiros.
Informações do Inteiro Teor
A questão de direito a ser resolvida consiste em determinar se a execução de dívida originária de
condenação judicial imposta ao Condomínio - indenização por danos ocasionados a terceiros
diante da má conservação do prédio - é capaz de atingir bem de família de condômino, no limite
de sua cota-parte, em relação a imóvel adquirido após o acidente. Inicialmente, cumpre salientar
que constitui obrigação de todo condômino concorrer para as despesas condominiais, na
proporção de sua cota-parte, dada a natureza de comunidade singular do condomínio. As
despesas condominiais, inclusive as decorrentes de decisões judiciais, são obrigações propter rem
e, por isso, será responsável pelo seu pagamento, na proporção de sua fração ideal, aquele que
detém a qualidade de proprietário da unidade imobiliária ou seja titular de um dos aspectos da
propriedade (posse, gozo, fruição), desde que tenha estabelecido relação jurídica direta com o
condomínio, ainda que a dívida seja anterior à aquisição do imóvel. Exatamente em função do
caráter solidário destas despesas, a execução pode recair sobre o próprio imóvel do condômino,
sendo possível o afastamento da proteção dada ao bem de família, como forma de impedir o
enriquecimento sem causa do inadimplente em detrimento dos demais. Assim, o bem residencial
da família é penhorável para atender às despesas comuns de condomínio, que gozam de
prevalência sobre interesses individuais de um condômino, nos termos da ressalva inserta na Lei

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n. 8.009/1990 (art. 3º, IV). Contudo, urge ser consignada uma ressalva: sempre que for possível a
satisfação do crédito de outra forma, respeitada a gradação de liquidez prevista no diploma
processual civil, outros modos de satisfação devem ser preferidos, em homenagem ao princípio
da menor onerosidade para o executado.

5 - Informativo nº 0629
Publicação: 17 de agosto de 2018.
TERCEIRA TURMA - Processo
REsp 1.677.737-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 19/06/2018,
DJe 29/06/2018
Tema - Condomínio horizontal. Shopping center. Cláusula de convenção de condomínio. Uso
exclusivo de partes de área comum. Possibilidade.
Destaque - A cláusula prevista em convenção de condomínio de shopping center, permitindo a
alguns condôminos - lojistas - o uso, gozo e fruição de áreas comuns, não é, em regra, nula.
Informações do Inteiro Teor
Cinge-se a controvérsia a definir se a convenção de condomínio pode atribuir direito de uso
exclusivo de áreas comuns a um ou mais condôminos. Inicialmente, destaca-se que no que tange
ao condomínio voluntário, cada condômino adquire uma fração ou percentual do todo,
assumindo direitos e vantagens proporcionalmente à sua quota-parte. Porém, as circunstâncias
peculiares e a natureza jurídica dos shopping centers, tanto com relação à forma de constituição,
quanto aos objetivos econômicos traçados pelos empreendedores, os distinguem do condomínio
edilício comum. Nada impede que, quando da constituição do empreendimento, em decisão
assemblear ou por meio de cláusulas de convenção de condomínio e demais normais gerais
complementares, seja limitada à propriedade adquirida pelos lojistas ao espaço interno, ou parte
da edificação, sem contribuição ou participação nas coisas de uso comum, desde que respeitado o
respectivo quorum de votação, em razão do princípio da autonomia da vontade. Assim, a cláusula
prevista em convenção de condomínio de shopping center, que permite a alguns condôminos
(lojistas) o uso, gozo e fruição de áreas comuns, não é, em regra, absolutamente nula, pois aqueles
exercem, apenas relativamente, os direitos assegurados em geral pelo art. 1.335 do Código Civil.

EXERCÍCIOS

1 - Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção


De acordo com o Código Civil Brasileiro, analise as afirmativas a respeito dos efeitos da posse.

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I. A autodefesa da posse, para ser legítima, exige que o desforço ocorra em ato imediato e que
não vá além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
II. A alegação da exceção de propriedade no juízo possessório obsta à manutenção ou
reintegração na posse.
III. O direito de retenção consiste em poder o possuidor de boa-fé conservar a coisa em seu poder,
até ser reembolsado do valor das benfeitorias necessárias e úteis.
IV. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias e não lhe assiste
direito de retenção pela importância destas benfeitorias.
Estão corretas as afirmativas
A I, II, III e IV.
B II e IV, apenas.
C I, II e III, apenas.
D I, III e IV, apenas.
2 - Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
Conforme as disposições do Código Civil, analise as seguintes afirmativas sobre a posse.
I. A posse direta e indireta são coexistentes e não colidem nem se excluem.
II. O locatário, o arrendatário e o comodatário gozam da proteção possessória.
III. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. A posse precária é a que se origina
do abuso de confiança daquele que recebeu a coisa, para restituir, e se recusa a fazê-lo.
IV. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Pode, porém, o possuidor mudar o título da posse, por um fundamento jurídico.
Estão corretas as afirmativas
A I, II, III e IV.
B II e IV, apenas.
C I, II e III, apenas.
D I, III e IV, apenas.
3 - Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto
De acordo com o Código Civil, a posse
A adquire-se no momento da celebração do contrato, mesmo que não seja possível o exercício, em
nome próprio, de quaisquer dos poderes inerentes à propriedade.
B justa é aquela adquirida de boa-fé.
C pode ser adquirida por terceiro sem mandato, dependendo, nesse caso, de ratificação.
D transmite-se aos herdeiros do possuidor com os mesmos caracteres, mas não aos seus legatários.
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E do imóvel gera presunção absoluta da posse das coisas que nele estiverem.
4 – Prova: IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
Relativamente à posse, assinale a alternativa que corresponda às afirmativas verdadeiras:
I. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
II. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da
coisa.
III. Induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua
aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade.
IV. O possuidor de boa-fé não tem direito, enquanto a posse durar, aos frutos percebidos.
A I e III.
B I e II.
C II e III.
D II e IV.
5 - Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto
Para que seja caracterizada a posse de boa-fé, o Código Civil determina que o possuidor
A apresente documento escrito de compra e venda.
B tenha a posse por mais de um ano e um dia sem conhecimento de vício.
C aja com ânimo de dono e sem oposição.
D tenha adquirido a posse de quem se encontrava na posse de fato.
E ignore o vício impedidor da aquisição do bem
6 - CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto
Com relação aos efeitos da posse,
A o possuidor de boa-fé responde, em regra, pela perda ou deterioração da coisa,
independentemente de lhe ter ou não dado causa.
B o possuidor de má-fé responde pela perda e deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se
comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse.
C o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa somente se comprovar
que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse.
D o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, salvo se acidentais.
7 - CESPE - 2018 - DPE-PE - Defensor Público
Roberto abandonou o lar e sua companheira, Francisca, no Recife – PE e foi para São Paulo – SP,
deixando um imóvel urbano de 120 m2 , adquirido onerosamente na constância da união estável,
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mas registrado no cartório de imóveis apenas no nome de Roberto. Francisca não tinha outra
propriedade imóvel e residiu no local ininterruptamente e sem oposição. Após três anos, Roberto
voltou ao Recife – PE com o propósito de retirar Francisca do imóvel. Considerando essa situação
hipotética, assinale a opção correta.
A Francisca não terá direito ao imóvel, uma vez que o bem estava registrado apenas no nome de
Roberto.
B Francisca terá direito à metade do imóvel caso comprove que contribuiu financeiramente para a
sua aquisição na constância da união estável.
C Roberto, por ter abandonado o lar, não terá direito ao imóvel, porque Francisca usucapiu o bem.
D Roberto terá direito ao imóvel, porque, para Francisca usucapir o bem, ela teria de atender ao
requisito temporal mínimo de cinco anos.
E A residência do casal deverá ser partilhada na proporção de 50% para cada companheiro, tendo
em vista que, em se tratando de união estável, aplica-se o regime de comunhão parcial de bens.
8 - CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto
João propôs ação de usucapião extraordinária em uma das varas cíveis da comarca de Fortaleza –
CE. Nessa situação hipotética,
A a sentença servirá de título para registro no cartório de imóveis, em caso de procedência da ação.
B a petição inicial deve conter comprovação dos requisitos de boa-fé e do justo título de João.
C o requisito temporal não pode ser completado no curso do processo, em nenhuma hipótese.
D o juiz deverá verificar se o autor comprovou a posse ininterrupta por pelo menos cinco anos.
E o período de posse precária poderá ser considerado para fins de verificação do cumprimento do
requisito temporal dessa modalidade de usucapião.
9 - CESPE - 2018 - DPE-PE - Defensor Público
Francisco comprou, em janeiro de 2014, um lote de 240 m2 de Antônio, que se apresentou como
proprietário do imóvel. Francisco construiu uma casa de alvenaria, instalando-se no local com sua
família. Depois de três anos de posse mansa e pacífica, Danilo, o verdadeiro proprietário, ajuizou
ação para reaver a posse do imóvel. Só então, Francisco descobriu que fora vítima de uma fraude,
pois Antônio havia falsificado os documentos para induzi-lo a erro. Considerando essa situação
hipotética, assinale a opção correta.
A Francisco não poderá adquirir o terreno mediante pagamento de indenização a Danilo, ainda que
a construção exceda consideravelmente o valor do terreno.
B Não tendo observado a fraude no momento da contratação, Francisco não poderá pleitear
indenização em face de Antônio.
C Danilo perderá o terreno em favor de Francisco, cabendo-lhe apenas o direito à indenização.
D Francisco adquiriu, em 2017, a propriedade do imóvel pela usucapião especial urbana, ficando,
nesse caso, dispensado de pagar indenização a Danilo.

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E Francisco, que agira de boa-fé, perderá em favor de Danilo os direitos sobre as construções
realizadas no terreno, devendo, no entanto, ser indenizado.
10 - CESPE - 2017 - DPE-AL - Defensor Público
Assinale a opção que apresenta um modo de aquisição ordinária da propriedade.
A renúncia
B usucapião
C desapropriação
D alienação
E abandono
11 - CESPE - 2017 - PGE-SE - Procurador do Estado
Aquele que receber, de forma indevida, mas de boa-fé, pagamento relativo a um contrato
A responderá pela deterioração da coisa.
B não terá direito de retenção de valores relativos às benfeitorias necessárias.
C estará desobrigado de restituir a coisa caso o indébito tenha natureza objetiva.
D fará jus aos frutos decorrentes da coisa recebida.
E não terá direito à indenização por benfeitorias úteis.
12 - CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal
A DP realizou mutirão com famílias que ocupam um imóvel público urbano situado na encosta de
um morro. O objetivo era verificar quais diligências poderiam ser feitas em favor daquela
comunidade, tendo em vista a intensa fiscalização ambiental e urbanística no local. Com relação
a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Será cabível o ajuizamento de ação de usucapião pró-moradia para benefício das famílias da referida
ocupação que possuam como sua área de até duzentos e cinquenta metros quadrados por período
superior a cinco anos.
13 - CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto
Acerca do direito das coisas, assinale a opção correta à luz do Código Civil e do entendimento
doutrinário sobre o tema.
A Caso seja instituído o usufruto em favor de dois usufrutuários, o falecimento de um deles gerará
de pleno direito o acréscimo ao sobrevivente.
B Ao efetuar o desdobramento da posse, o proprietário perde a condição de possuidor.
C Para fins de proteção possessória, deve ser demonstrado algum vício objetivo da posse, não sendo
imprescindível a constatação de má-fé do esbulhador.
D O conceito de multipropriedade, que perpassa a análise de uso compartilhado, fere o atributo de
exclusividade da propriedade.
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14 - CESPE - 2017 - MPE-RR - Promotor de Justiça Substituto
Pedro reside com a sua família, por mais de quinze anos, sem interrupção nem oposição, em um
imóvel, de trezentos metros quadrados, de propriedade de João. Mesmo sem comprovar boa-fé
quanto à posse, Pedro ajuizou ação por meio da qual pleiteia que seja julgado procedente seu
pedido de propriedade do imóvel. Nessa situação hipotética, observa-se um caso de usucapião
A pró-família.
B habitacional.
C extraordinária.
D pró-labore.
15- CESPE - 2017 - DPE-AL - Defensor Público
João, ciente de que seu vizinho Luciano estava realizando uma longa viagem, invadiu a casa que
era de propriedade de Luciano e passou a residir no imóvel com seus familiares, sem o
consentimento do proprietário. Luciano cultivava em seu terreno inúmeras hortaliças, as quais
João passou a comercializar. Com o lucro auferido em razão da venda das hortaliças, João instalou
uma piscina no quintal de Luciano e uma rampa para cadeirantes próxima à porta de entrada da
residência, já que ele sabia que Luciano tinha uma filha usuária de cadeira de rodas. Ainda durante
o período em que João residiu na casa, houve uma tempestade que danificou o telhado da casa
de Luciano. Luciano retornou ao imóvel e retomou sua posse por ação judicial. Considerando-se
essa situação hipotética, é correto afirmar que João
A poderá retirar a piscina, desde que repare os eventuais danos provocados pela sua instalação.
B não responderá pelas hortaliças colhidas para consumo próprio.
C responderá pela danificação do telhado da casa de Luciano.
D deverá ser ressarcido pela construção da rampa, assistindo-lhe o direito de retenção.
E terá direito às despesas de manutenção do cultivo das hortaliças.
16 - CESPE - 2016 - TJ-AM - Juiz Substituto
Acerca da posse, dos direitos reais e dos direitos reais de garantia, assinale a opção correta à luz
da legislação e da jurisprudência.
A O usufrutuário tem o direito de ceder o exercício do usufruto, a título gratuito ou oneroso,
independentemente de autorização do nu-proprietário.
B O penhor industrial deve ser constituído mediante a lavratura de instrumento público ou
particular e levado a registro no cartório de títulos e documentos.
C O ocupante irregular de bem público tem direito de retenção pelas benfeitorias realizadas se
provar que foram feitas de boa-fé.
D Quando da constituição de penhor, anticrese ou hipoteca, admite-se a imposição de cláusula
comissória no contrato.

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E A decisão judicial que reconhece a aquisição da propriedade de bem imóvel por usucapião, a
despeito dos efeitos ex tunc, não prevalece sobre a hipoteca judicial que tenha anteriormente
gravado o bem.
17 - CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz
A respeito da posse e do direito das coisas, assinale a opção correta.
A A posse ad interdicta dá ensejo à prescrição aquisitiva originária pela usucapião.
B A propriedade, conforme disposição legal, incide exclusivamente sobre bens corpóreos.
C A resolução da propriedade determinada por causa originária, prevista no título, produzirá efeitos
ex nunc e inter partes.
D A sentença que reconhece a usucapião tem natureza constitutiva.
E A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do pretendente, caso em que a aquisição
depende de ratificação.
18 - CESPE - 2015 - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto
De acordo com a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta relativamente ao direito das
coisas e ao direito das sucessões.
A O ato inter vivos de disposição patrimonial representado pela cessão gratuita da meação aos
herdeiros constitui cessão de direitos hereditários, para a qual é dispensada a escritura pública.
B A acessão artificial configura modo de aquisição originária da propriedade imóvel, razão pela qual
não é devida indenização ao possuidor que tenha semeado e plantado, ainda que de boa-fé, em
terreno alheio.
C A jurisprudência considera que o instrumento de compra e venda configura justo título, apto a
ensejar a declaração de usucapião ordinária, pois o promitente comprador tem o direito à
adjudicação compulsória do imóvel independentemente do registro e, quando registrado, o
compromisso de compra e venda passa a integrar a categoria de direito real pela legislação civil.
D A legislação civil não conferiu ao cônjuge sobrevivente, casado sob o regime de separação
convencional, a condição de herdeiro necessário que concorre com os descendentes do cônjuge
falecido.
E Caso sobrevenha descendente sucessível ao testador, o qual não era conhecido quando da
elaboração do ato, não será possível o rompimento do testamento em todas as suas disposições,
ainda que o referido descendente sobreviva ao testador.

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