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AÇÕES POSSESSÓRIAS

POSSE
Trata-se de uma circunstância fática
tutelada pelo Direito.

É um fato.
CONCEITO E
NATUREZA
A posse não é tratada junto aos direitos
JURÍDICA reais constantes no art. 1.225.
• Fortalecimento da tese segundo a qual a posse não
é um direito real, mas, sim, uma situação de
fatotutelada pelo Direito.
TEORIAS DA POSSE

 Teoria Subjetiva de SAVIGNY – decomposição em dois elementos:


 Animus (intenção de ter a coisa);
 Corpus (o poder material sobre a coisa).
 O possuidor seria aquele que, além de ter a intenção de se assenhorar da coisa,
dispõe do poder material sobre ela.
 A posse seria, então, um fato em si mesmo, mas, quanto aos efeitos, seria um
direito.
TEORIAS DA POSSE

 Teoria Objetiva de IHERING


 Possuidor seria aquele que, mesmo sem dispor do poder material sobre o bem, comporta-se como
se fosse o proprietário, imprimindo-lhe destinação econômica.
 P.ex.1: o sujeito que, após um dia de trabalho em sua lavoura, dirige-se à cidade para comprar mais
sementes, está exercendo posse sobre a sua plantação, mesmo que não esteja, naquele momento,
presente, materialmente, exercendo um poder sobre ela.
 P.ex.2: locador que, embora não esteja direta e materialmente utilizando o apartamento, atua como
possuidor, imprimindo destinação econômica ao bem ao locá-lo e auferir os respectivos alugueres.
 Abordagem mais dinâmica.
 Seria um direito, interesse juridicamente tutelado.
TEORIAS DA POSSE

 Teoria Sociológica da Posse


 Ingresso em plano constitucional superior voltado à função social;
 A posse, então, se justifica pela sua própria função social e não, simplesmente, pelo
viés do interesse pessoal daquele que a exerce.
 Enunciado n. 492 da V Jornada de Direito Civil: “A posse constitui direito
autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens
para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de
tutela”.
TEORIAS DA POSSE – A ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL

 Teoria Objetiva na perspectiva do princípio constitucional da função social


 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
 Mesmo que o sujeito não seja proprietário, ao comportar-se como tal, pode ser
considerado possuidor.
 A leitura deve ser de acordo com o princípio da função social.
 Ainda assim, há a influência do pensamento de Savigny quando o legislador trata da
Usucapião, nas formas extraordinária e ordinária, arts. 1.238 e 1.242, cujas
diferenciações são feitas com base na má-fé ou boa-fé: animus do possuidor.
DETENTOR

 Não pode ser considerado possuidor;


 Mero detentor, servidor, “fâmulo da posse”.
 Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.
 Ex.: bibliotecário, motorista particular, caseiro, ocupação de bens públicos (segundo o
STJ), etc.
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO AO EXERCÍCIO E GOZO (POSSE
DIRETA E POSSE INDIRETA)

 Posse direta: aquela exercida mediante o poder material ou contato direto com a
coisa.
 Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de
quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o
indireto.
 Posse indireta: aquela exercida por via oblíqua (locador= goza dos alugueis, sem que
esteja direta e pessoalmente exercendo poder físico ou material sobre o imóvel
locado).
 Quando coexistem: fenômeno do paralelismo ou desdobramento da posse.
EXEMPLO

O sujeito vai à Localiza e aluga um carro. Ele passa a ter posse direta do
carro e a Localiza continua como possuidora indireta. Se ela quiser tomar o
carro do sujeito antes do contrato acabar, ele poderá defender sua posse
contra ela. Isso porque o possuidor direto, conforme foi dito, pode defender
a sua posse contra o possuidor indireto, porém, o possuidor indireto
continua tendo tutela possessória em outros casos, por exemplo, contra
terceiros.
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO À EXISTÊNCIA DE VÍCIO (POSSE
JUSTA E POSSE INJUSTA)
 Posse justa:
 Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
 Posse injusta: quando violenta, clandestina ou precária.
 Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de
cessar a violência ou a clandestinidade.
 Violento: uso da força;
 Clandestino: às escuras, às escondidas.
 Posse precária: a concessão da posse é lícita, de maneira que o vício da
precariedade somente surgiria quando houvesse a quebra da confiança do
titular do direito, com negativa de devolução da coisa.
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO À LEGITIMIDADE DO TÍTULO OU AO
ELEMENTO SUJETIVO (POSSE DE BOA-FÉ E POSSE DE MÁ-FÉ)

 A justa/injusta tem caráter objetivo (há vício ou não?). Já a boa-fé/má-fé é subjetiva –


leva em consideração o ânimo do possuidor.
 Boa-fé subjetiva: situação psicológica, estado de ânimo ou de espírito do agente, que
realiza determinado ato ou vivencia dada situação, em estado de inocência.
 Deriva, em geral, da ignorância a respeito de determiinada circunstância (p.ex., a
hipótese do possuidor de boa-fé que desconhece o vício que macula a posse).
 Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa.
 Boa-fé objetiva: tendo natureza de cláusula geral, consiste em uma verdadeira regra
de comportamento, de fundo ético e exigibilidade jurídica.
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO AO TEMPO (POSSE NOVA E POSSE
VELHA)

 Posse nova: ou de força nova – menos de um ano e dia.


 Posse velha: ou de força velha – mais de um ano e dia.
 Relevância: processual.
 Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II
deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado
na petição inicial.
 Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo,
contudo, o caráter possessório.
 Turbação: esbulho parcial, perda de alguns poderes sobre a coisa. Esbulho: perda total da posse
(reintegração da posse).
 AMEAÇA - ocorre quando há receio sério e fundado de que a posse venha a
sofrer turbação ou esbulho (Ex: invasores de terras nas proximidades).
Viabiliza que o possuidor seja segurado de violência iminente.
 TURBAÇÃO - é o esbulho parcial, ou seja, é a perda de alguns poderes
sobre a coisa (incômodo da posse). Viabiliza que o possuidor seja mantido
na posse da coisa;
 ESBULHO - é a perda total da posse. Viabiliza ao possuidor a restituição da
coisa.
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO À PROTEÇÃO (POSSE “AD
INTERDICTA” E “AD USUCAPIONEM”)

Posse ad interdicta: gera direitos de defesa da posse (interditos


possessórios), mas não conduz à usucapião – ex.: locatário.
Posse ad usucapionem: tem a aptidão de resultar na aquisição
da propriedade.
COMPOSSE
 Posse em comum.
 Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
 Pode ser:

1. Pro diviso: quando os possuidores, posto tenham direito à posse de todo o bem, delimitam áreas para
o seu exercício (ex.: irmãos, condôminos e compossuidores do mesmo bem imóvel, decidem
delimitar a área de uso de cada um).
2. Pro indiviso: quando os possuidores, indistintamente, exercem, simultaneamente, atos de posse
sobre todo o bem (ex.: sucessores – podem valer-se de interditos possessórios quanto a terceiros em
defesa da herança como um todo, em favor de todos, ainda que sendo apenas titular de uma fração).
Em suma, é a posse simultânea; posse justa é a que não é violenta, clandestina ou precária; posse de
boa-fé é aquela em que o possuidor ignora qualquer obstáculo para a aquisição da coisa.
MOMENTO DE AQUISIÇÃO DA POSSE

 Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o


exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
 Em sendo a posse um estado de fato, será adquirida quando o exercício típico da
propriedade estiver posta.
 PARA LEMBRAR:
 Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
 Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
MOMENTO DE AQUISIÇÃO DA POSSE

 Transmissão da posse – dispositivos trabalhados em especial


aplicação no Direito das Sucessões
 Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os
mesmos caracteres.
 Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao
sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
 Sucessor Universal X Sucessor Singular.
MOMENTO DE AQUISIÇÃO DA POSSE

 Quem pode adquirir:


 Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
 I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
 Em se tratando de representação, Animus necessário. Ela é cabível em caso de vontade de menor
incapaz (sem necessidade de seu consentimento).
 Na representação, não se exige o instrumento de mandato (procuração), bastando a prova do
encargo.
 II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
 Ex.: administrador do negócio em relação ao proprietário.
MOMENTO DE AQUISIÇÃO DA POSSE

 Outros detalhes:

 Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como
não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar
a violência ou a clandestinidade.
 Permissão: consensão expressa.
 Tolerância: forma tácita.

 Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis
que nele estiverem.
MODOS DE PERDA DA POSSE

 Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o
poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
 Abandono, tradição, perda, destruição (natural/fortuito, pelo próprio possuidor ou
mesmo por terceiros), inalienabilidade (bens fora do comércio) e esbulho.
 Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho,
quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.
 Cuidado! Ausência por muito tempo pode significar abandono…
EFEITOS DA POSSE

 Basicamente, o que interessa a esta aula é o efeito que está no art. 1.210 do CC.

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
 Esse dispositivo apresenta as três modalidades da tutela possessória. A primeira é o
segurado, no caso de violência iminente, se tiver receio. Esse receio significa o chamado
interdito proibitório, sendo que o interdito proibitório tem natureza jurídica de tutela
inibitória, porque ele inibe/impede a ocorrência da lesão. Nesse cenário, há uma ameaça
de ilícito, o sujeito tem a ameaça de ser molestado e, por conseguinte, faz uma tutela
inibitória que inibe a prática do ilícito (não é do dano).
EFEITOS DA POSSE

 O mantido é a segunda situação, que é a ação de manutenção de posse.


Essa ação tem a natureza de tutela de remoção do ilícito, que corresponde
àquela tutela na qual o ilícito já aconteceu, o sujeito já foi turbado, mas
ele ainda não perdeu a sua posse, ou seja, ele ainda não sofreu o dano.
 Por fim, o sujeito tem direito de ser restituído no caso de esbulho,
correspondendo à tutela de reintegração de posse, que tem natureza de
tutela ressarcitória. Já aconteceu o ilícito, já aconteceu o dano e o que o
sujeito quer é ser ressarcido daquilo que aconteceu, portanto, quer que
seja desfeito aquilo que aconteceu.
REQUISITO FUNDAMENTAL DA TUTELA POSSESSÓRIA

Posse justa.
 Quem tem posse derivada de violência, clandestinidade ou precariedade,
não tem tutela possessória.
 No entanto, esses vícios da posse apenas podem ser alegados por quem
deles foi vítima, assim, outras pessoas deverão respeitar a posse daquele
sujeito.
 O ladrão, autor do furto, tem direito à tutela possessória?
 Respostas: Contra terceiros, sim. Ele não tem direito à tutela possessória contra o
próprio sujeito que foi vítima do furto, porque a posse do ladrão, nesse caso, é injusta.
Entretanto, quando o ladrão está defendendo a sua posse contra terceiros que não
formam as vítimas do furto, ele tem tutela possessória, porque esses terceiros não
podem alegar esses vícios em seu favor.
ESPÉCIES DE AÇÕES POSSESSÓRIAS

1) Interdito proibitório: é um receio de turbação, que ainda não aconteceu.


 Nesse caso, o sujeito terá o direito de ser mantido mediante um interdito proibitório.
CPC, Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado
na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária
caso transgrida o preceito
ESPÉCIES DE AÇÕES POSSESSÓRIAS

2) Ação de manutenção de posse: aplicada na hipótese em que a posse foi turbada, mas
não foi perdida.
3) Ação de reintegração de posse: utilizada no caso em que a posse já foi perdida e o
sujeito quer recuperá-la.
 CPC, Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho.
 O CPC dispõe que o juiz adotará as providências que forem necessárias para a
manutenção ou para reintegração.
NA PRÁTICA...

 Essas situações muitas vezes se misturam, o art. 554 do CPC estabelece uma plena
fungibilidade entre todas as tutelas possessórias. Desta maneira, não interessa se o
sujeito pediu uma tutela e na vida se encontrou outra, o juiz dará aquela que for
adequada, dadas as circunstâncias do caso.
 CPC, Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a
que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela
cujos pressupostos estejam provados.
Em casos de esbulho: cabe ação de reintegração de posse.
Em casos de turbação: cabe ação de manutenção de posse.
Em casos de ameaça: cabe interdito proibitório.
COMPETÊNCIA

 A competência na ação possessória, conforme art. 47, § 2º, do CPC, é competência


territorial absoluta, pois a ação necessariamente deve ser proposta onde está a coisa se
se tratar de imóvel.
 Se for uma possessória de imóvel, será competência territorial absoluta do juízo onde
está o imóvel. Se for ação possessória de coisa móvel, a competência será do foro de
domicílio do réu (regra).
 Se for direito de crédito, mesmo que relacionado a imóveis (por exemplo, hipoteca), a
competência não é territorial absoluta. Por conseguinte, a competência será territorial
absoluta apenas para os direitos relacionados ao uso da coisa.
LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA

 A legitimidade ativa é do possuidor, podendo ser o direito ou indireto. O direito


também considera possuidor, por ficção, o sucessor do possuidor, mesmo que ele não
tenha exercido o poder de fato sobre a coisa. É o chamado constituto possessório.
 A legitimidade passiva é do responsável pela ameaça, esbulho ou turbação, seja
ele quem for.
 Salienta-se que o cônjuge não precisa participar da ação possessória, a não ser que ele
também seja possuidor ou que ele também tenha praticado o ato que está sendo
questionado. Logo, não há litisconsórcio necessário em relação ao cônjuge na ação
possessória.
PETIÇÃO INICIAL

 Além dos requisitos normais do art. 319, a inicial deve apresentar a prova,
obviamente, da posse, da turbação ou do esbulho ou da continuação, no caso de
manutenção.
CPC, Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da
posse, na ação de reintegração.
PROVIMENTO: AÇÕES DE FORÇA NOVA E DE FORÇA VELHA
 Se o esbulho ou a turbação aconteceu até um ano e um dia, tem-se uma ação possessória de
força nova. A partir do encerramento desse prazo, tem-se uma ação possessória de força
velha.
 Prazo de ano e dia é o prazo de um ano mais um dia.
EXEMPLO: Considerando a data de 10/08/2021, prazo de ano e dia significa que em
10/08/2022 terá transcorrido um ano (lembre-se que prazo de um ano é sempre a mesma data no
ano subsequente), mais um dia, será 11/08/2022. Sendo assim, se o sujeito sofrer um esbulho ou
turbação em 10/08/2021, ele tem até 11/08/2022 para propor uma ação possessória de força
nova. Se ele propuser essa ação em 12/08/2022, estará propondo uma ação possessória de força
velha.
CPC, Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas
da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou
do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no
caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

 Basicamente, isso significa que o autor não terá direito à tutela provisória específica das
ações possessórias. Sendo assim, a ação continua possessória, continua discutindo-se
posse, mas o autor não terá direito a uma tutela provisória específica das ações
possessórias se ele propuser depois de ano e dia.
 A ação possessória é um procedimento especial, em que há a
possibilidade de uma liminar com um requisito muito peculiar. O autor
que sofreu esbulho tem direito à liminar se demonstrar que a moléstia à
posse aconteceu em menos de 1 ano e 1 dia. Se o juiz não der a liminar
por entender que não há a comprovação devida, ele designará uma
audiência de justificação. O réu será citado para comparecer à audiência,
não sendo esse o momento para ele contestar. Concedendo ou não a
liminar, a ação possessória vira procedimento comum.
REFERENCIAL TEÓRICO

 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de direito civil: volume único. 3. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.

 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, v5: direitos reais. 2. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

 Outros…

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