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a) Posse direta ou imediata: aquela que é exercida por quem tem a coisa
materialmente, havendo um poder físico imediato. Como possuidores diretos
podem ser citados o locatário, o depositário, o comodatário e o usufrutuário.
b) Posse indireta ou mediata: é aquela exercida por meio de outra pessoa,
havendo exercício de direito, geralmente decorrente da propriedade.
Exemplos: locador, depositante, comodante e nu-proprietário.
Enuncia o art. 1.197 do CC que “a posse direta, da pessoa que tem a coisa
em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto”.
No plano dos efeitos, tem-se que o possuidor direto tem direito de defender
a sua posse contra o indireto, e este contra aquele. Em suma, tanto o possuidor direto
quanto o indireto podem invocar a proteção possessória um contra o outro, e também
contra terceiros.
Pela lei, o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (CC, art.
1.228, caput). Quando todos os direitos elementares (uso, gozo e disposição) se
acham reunidos na pessoa do proprietário, é plena a propriedade, caso contrário, a
propriedade será limitada. No caso do usufruto, por exemplo, o direito de usar e gozar
dos bens se desloca para a pessoa do usufrutuário, e fica ao proprietário, ainda que
temporariamente, apenas o direito de dispor deles, de modo que, sendo ele um
proprietário despido de alguns dos poderes inerentes ao domínio, chama-se,
tecnicamente, nu-proprietário.
Assim, nu-proprietário é aquele que tem a propriedade que não é plena, que está
despojado ou despido do gozo da coisa, tendo o que, no Direito Romano, se
conhecia como a nuda proprietas (DE PLÁCIDO E SILVA, 1989, p. 258).
OBS1: Basta a presença de um dos critérios acima para que a posse seja
caracterizada como injusta, não havendo exigência de cumulação.
OBS2: A posse, mesmo injusta, ainda é posse e pode ser defendida por ações
do juízo possessório, não contra aquele de quem se tirou a coisa, mas sim em
face de terceiros. Isso porque a posse somente é viciada em relação a uma
determinada pessoa (efeito inter partes), não tendo o vício efeito contra todos,
ou seja, erga omnes.
OBS3: Segundo a visão clássica, e pelo que consta no art. 1.208, segunda parte do
CC, as posses injustas por violência ou clandestinidade podem ser
convalidadas, o que não se aplicaria à posse injusta por precariedade. Tal
dispositivo acaba quebrando a regra pela qual a posse mantém o mesmo caráter com
que foi adquirida, conforme o art. 1.203 do CC, e que consagra o princípio da
continuidade do caráter da posse. Ato contínuo, acaba reconhecendo que aqueles
que têm posse violenta ou clandestina não têm posse plena, para fins jurídicos, sendo
meros detentores.
Pois bem, diante dessa situação jurídica, sempre foi comum afirmar, conciliando-se o
art. 1.208 do CC/2002 com o art. 558 do CPC, que, após um ano e um dia do ato de
violência ou de clandestinidade, a posse deixaria de ser injusta e passa a ser
justa (ação de posse nova e posse velha).
ATENÇÃO!
OBS1: A presente classificação não se confunde com a última (quanto aos vícios
objetivos posse justa e injusta). Ao contrário, na presente classificação, são
considerados os critérios subjetivos, eis que a boa-fé que entra em cena é a subjetiva,
que está no plano da intenção, da crença dos envolvidos.
Justo título é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se por acreditar que ele
lhe outorga a condição de proprietário. Trata-se de um título que, em tese, apresenta-
se como instrumento formalmente idôneo a transferir a propriedade, malgrado
apresente algum defeito que impeça a sua aquisição. Em outras palavras, é o ato
translativo inapto a transferir a propriedade por padecer de um vício de natureza formal
ou substancial.
a) Posse com título (ou Civil): situação em que a uma causa representativa da
transmissão da posse, caso de um documento escrito, como ocorre na vigência
de um contrato de locação ou de comodato, por exemplo.
b) Posse sem título (ou Natural): situação em que não há uma causa
representativa, pelo menos aparente, da transmissão do domínio fático.
OBS2: Podemos dizer que no ius possidendi há uma posse com título, estribada
na propriedade. No ius possessionis, há uma posse sem título, que existe por si
só.
5. Quanto ao tempo
a) Posse nova: é a que conta com menos de um ano um dia, ou seja, é aquela
com até um ano (vide art. 558 do CPC);
b) Posse velha: é a que conta com pelo menos um ano e um dia, ou seja, com um
ano e um dia ou mais.
a) Posse ad interdicta: constituindo regra geral, é a posse que pode ser defendida
pelas ações possessórias diretas ou interditos possessórios. Exemplificando,
tanto o locador quanto o locatário podem defender a posse de uma turbação
ou esbulho praticado por um terceiro. Essa posse não conduz à usucapião.
b) Posse ad usucapionem: exceção à regra, é a que se prolonga por determinado
lapso de tempo previsto na lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela
usucapião, desde que obedecidos os parâmetros legais. Em outras palavras, é
aquela posse com olhos à usucapião (posse usucapível), pela presença
dos seus elementos. A posse ad usucapionem deve ser mansa pacífica,
duradoura por lapso temporal previsto em lei, ininterrupta e com intenção
de dono (animus domini – conceito de Savigny). Além disso, em regra,
deve ter os requisitos do justo título e da bos-fé.
O Código Civil de 2002, entre os seus arts. 1.210 a 1.222, traz regras
quanto aos efeitos da posse. Essas regras têm caráter material e processual e estão
aqui abordadas, vejamos.
1. Efeitos da posse quanto aos frutos
Os frutos são bens acessórios que saem do principal sem diminuir a sua quantidade,
exemplo, café, cereais, frutos das árvores, leite, crias dos animais, etc.
O QUE É EVICÇÃO?
Imagine a seguinte situação: você está procurando um carro para comprar e se depara
com um anúncio de jornal. Então, entra em contato com o vendedor, analisa suas
possibilidades e fecha negócio. Pagamento efetuado, documento transferido, tudo
certo!
Porém, meses depois, você recebe uma intimação para devolver o carro à outra
pessoa. Pois o bem, em verdade, o veículo era de terceiro e não da pessoa que o
vendeu.
• Alienante: aquele que aliena ou passa o domínio para outrem. Este responde
pelos riscos da evicção;
• Evicto: aquele que adquire o bem, ou seja, quem sofre a perda do bem em
evicção;
• Evictor: aquele que reivindica o bem, também é chamado de terceiro.
Tabela Resumo
Tem direito as
benfeitorias
necessárias e úteis
Tem direito com (indenização e
Possuidor de boa-fé Somente responde por dolo
exceção dos retenção). Pode
Ex: Locatário ou culpa.
pendentes ainda levantar as
voluptuárias, sem
prejuízo da coisa
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