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REDE DE ENSINO DOCTUM

CURSO DE DIREITO

JÉSSICA LOURAN DA SILVA

JOSÉ AUGUSTO NETO

JULIO DA SILVA CARVALHO FILHO

MARCELO NUNES DE SOUSA

MATHEUS ARARIBA DA SILVA

MARIANA ROSA RIBEIRO CHAGAS

NATÁLIA DE ALMEIDA MIRANDA

POSSE E PROPRIEDADE

GUARAPARI - ES

2022
JÉSSICA LOURAN DA SILVA

JOSÉ AUGUSTO NETO

JULIO DA SILVA CARVALHO FILHO

MARCELO NUNES DE SOUSA

MATHEUS ARARIBA DA SILVA

MARIANA ROSA RIBEIRO CHAGAS

NATÁLIA DE ALMEIDA MIRANDA

POSSE E PROPRIEDADE

Trabalho de Direito Civil IV - Reais, apresentado


ao Curso de Direito das Faculdades Doctum,
Unidade de Guarapari, como requisito a
participação e o aprendizado.

Professor: Rubens dos Santos Filho.

GUARAPARI - ES

2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................4

1 DIFERENÇA ENTRE POSSE E PROPRIEDADE ..................................................5

2 O QUE É PROPRIEDADE PARA O DIREITO CIVIL..............................................5

3 O QUE É POSSE E OS TIPOS DE POSSE............................................................6

4 TRANSFERÊNCIA DE POSSE...............................................................................8

5 TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE.................................................................9

6 EFEITOS DA POSSE.............................................................................................10

7 AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR MEIO DE CONTRATO........................................12

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................15
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INTRODUÇÃO

A Posse e a Propriedade são dois institutos do Direito Civil, o qual é


denominado “Direito das Coisas”. Há diferentes teorias sobre a posse, sendo esta de
essencial entendimento. Trata, o presente trabalho, da diferença entre Posse e
Propriedade, suas características e diferenças, bem como os tipos, conceitos e formas
de aquisição.
A posse, disposta no Artigo 1196 do Código Civil, refere-se como possuidor
todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não de algum dos poderes inerentes
à propriedade.
A propriedade, disposta no Artigo 1228 do Código Civil, refere-se como
proprietário aquele que possui a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha
Em síntese, faz-se necessário uma classificação e distinção de posse e
propriedade sob a ótica de diferentes aspectos, o qual veremos no presente trabalho.
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1 DIFERENÇA ENTRE POSSE E PROPRIEDADE

Posse e propriedade são institutos legais presentes no Direito Civil. Apesar de


muito parecidas, não são a mesma coisa. No entanto, não há como falar de posse
sem conhecer a propriedade.
Sendo um direito garantido por lei, a Posse está disposta nos artigos 1.196 a
1.224 do Código Civil. Para existir posse, basta que a pessoa "aja como se fosse
dona" de uma propriedade sem a necessidade de querer tê-la, ou seja, a posse não é
um Direito Real, mas, um fato jurídico que da ao seu titular algumas das faculdades
de proprietário, como de usar e gozar do bem, mas, não poder dispor do mesmo.
Diferentemente da Propriedade, prevista nos artigos de 1.228 a 1.232 do
Código Civil. Onde, o proprietário é o titular real da propriedade, podendo usar, gozar,
usufruir, dispor e ainda, reaver o bem de quem injustamente o possua. Portanto, a
propriedade difere da posse na medida em que da ao seu titular um conjunto maior
de faculdades que o possuidor não tem.
Posse e propriedade: "proprietário pode mais e possuidor pode menos".
Conclui-se que, todo proprietário é possuidor, mas, nem todo possuidor é proprietário.

2 O QUE É PROPRIEDADE PARA O DIREITO CIVIL

A propriedade no que tange a seu conceito sempre foi objeto de estudos dos
civilistas, após diversas conceituações podemos definir a propriedade com o direito
que alguém possui em relação a um determinado bem. Tratando-se de um direito
fundamental protegido pelo art. 5°, inc. XXII, da Constituição Federal, que devem
sempre atender uma função social, em proveito de toda a coletividade. O direito de
propriedade é um direito real complexo, presente no art. 1228 do Código Civil,
mediante faculdades reais de usar, gozar, dispor e reivindicar da coisa, conforme a
sua função social.

• Da faculdade de gozar ou fruir da coisa: é faculdade de retirar os frutos da coisa,


que podem ser naturais, industriais ou civis (os frutos civis são os rendimentos).
• Do direito de reivindicar a coisa contra quem injustamente a possua ou a detenha:
O direito é exercido por meio de ação petitória, fundada na propriedade, sendo a
mais comum a ação reivindicatória.
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• Da faculdade de usar a coisa: esse atributo encontra limites na CF/1988, no


CC/2002 (v.g., regras quanto à vizinhança) e em leis específicas, caso do Estatuto
da Cidade (Lei 10.257/2001). • Da faculdade de dispor da coisa: como atos de
disposição podem ser mencionados a compra e venda, a doação e o testamento

A propriedade apesar de ser um conceito jurídico aberto admite as seguintes


classificações:

• Propriedade Plena ou Alodial: o proprietário tem consigo os atributos de gozar,


usar, reaver e dispor da coisa. Todos esses caracteres estão em suas mãos de
forma unitária, sem que terceiros tenham qualquer direito sobre a coisa.
• Propriedade Limitada ou Restrita: recai sobre a propriedade algum ônus, caso da
hipoteca, da servidão ou usufruto; ou quando a propriedade for resolúvel,
dependente de condição ou termo (art. 1.359 do CC).

3 O QUE É POSSE E OS TIPOS DE POSSE

Posse é um instituto legal presente no Direito Civil. Sendo direito garantido


por lei, estando no art 1196 CC, não sendo direito real e sim um fato jurídico.

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Suponha-se que Carlos utiliza o carro da empresa em que se trabalha,


entretanto o carro não está adesivado mas ele anda com o carro, lava, abastece e se
comporta como dono, exercendo poderes inerentes a propriedade que é o poder de
usar, mas ele não tem de fato o exercício das faculdades de propriedade.
Sendo assim, a posse é um fato jurídico que dá ao seu titular algumas das
faculdades de proprietário mas nem todas, sendo possível o possuidor gozar do bem
mas não podendo alienar ou vender o bem.
Para determinar que seja posse, basta que uma pessoa haja como se fosse
dona de uma propriedade sem querer tê-la. Classificamos a posse como:
Entende-se por posse direta e indireta quando alguém que não é o dono mas
usufrui da propriedade, ou seja, o locatário não possui o imóvel mas mora em tal
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imóvel, exercendo diretamente a posse sobre tal bem. Será indireto quando o
exercício da posse se dá por terceiro, que age em seu nome, seguindo suas normas
e regras. O possuidor possui a posse de longe, indiretamente.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta,
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto.

Posse justa e injusta art 1.200 – temos como posse justa aquela pacífica,
com legitimidade e sem vícios. Em contrapartida a posse injusta não é violenta e nem
um pouco pacífica, sendo precária devido o abuso de confiança e clandestina quando
é feita às escondidas.

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

Posse de boa-fé e má-fé – acontece quando a pessoa desconheça os vícios


que impeça de adquirir uma possível propriedade futuramente, ou seja, não se deve
enganar com ela ser justa, é quando esta está dotada de vícios. Já a de má-fé é aquele
que sabe do vício e ainda assim não nega ou desconsidera tal situação.

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo


que impede a aquisição da coisa.

Posse jurídica e fato – será jurídica quando a lei conferir a posse para tal
pessoa e de fato quando o possuidor exercer pessoalmente a posse, exercendo de
fato.
Posse ad interdicta e ad usucapionem – será ad interdicta quando todas as
posses que podem ser defendidas através das ações possessórias, bastando ser
justa. Já de ad usucapionem é quando a pessoa já exerce a posse com ânimo de ser
dono, prolongando o tempo de exercício e aquisição do imóvel definido em lei.
Posse nova e velha – classifica-se como nova aquele onde o possuidor está
na posse do bem no período inferior a um ano e dia, estando recente. Em
contrapartida, a posse velha é quando o possuidor está na posse do bem no período
superior a um ano e dia.
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Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á


provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de
alguma das outras por modo vicioso.

Posse possidendi e possessionis – entende-se como posse possidendi


aquela que é o direito da posse do proprietário, através de ações petitórias. Já a posse
possessionis é onde o possuidor defende sua posse através de ações possessórias.
Composse – é o exercício da posse por duas ou mais pessoas, de forma
conjunta. Têm-se como exemplo quando um casal em comunhão de bens adquirem
uma coisa comum.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.

4 TRANSFERÊNCIA DE POSSE

A transferência da posse pode ser realizada de duas maneiras: originárias que


se trata da apreensão da coisa, com o exercício ou disposição da coisa de direito, e a
derivada que são transferidas pela tradição e sucessão da coisa.
A apreensão vai consistir na apropriação da coisa que não possui dono, esteja
abandonada ou que não é de ninguém. Podendo a coisa ser retirada de outra pessoa
sem a devida permissão, configurando dessa maneira, a aquisição da posse de forma
ilegal. Nos casos de bens imóveis, a apreensão vai se revelar por meio da ocupação
pelo uso do bem. É possível se adquirir a posse através do exercício do direito, como
por exemplo, a servidão, previsto nos artigos 1.379 e 1.242 do Código Civil, que
relatam sobre usucapião. Dessa forma, adquire-se a posse “jus in re alínea”, ou seja,
os direitos reais sobre a coisa alheia e pela apreensão.
Na transferência de posse por derivados, ocorre um negócio jurídico, sendo
aplicado o artigo 104 do Código Civil. A tradição seria um acordo das vontades, ou
seja, como a título oneroso, na compra e venda ou no título gratuito, a doação. O ato
mais frequente da aquisição da posse é a tradição, se tratando de um ato bilateral,
sendo manifesto por meio da entrega da coisa em si, ou uma possível transferência.
A tradição pode ser de maneira simbólica, quando é representada por ato que
traduz a alienação, como por exemplo a entrega das chaves de uma casa ou
automóvel que foi vendido, sendo que não foram materialmente entregues, mas
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simbolicamente, indicativo do propósito da transmissão da coisa.


A posse também pode ser adquirida por meio da sucessão “inter vivos e mortis
causa”, descrito no artigo 1.206 e 1.207 do CC, sendo que o artigo 1.207 é uma
exceção à regra. A posse por sucessão apresenta duplo sentido, na “mortis causa”,
quando o herdeiro é chamado para ter conhecimento e assumir a sua totalidade ou
porcentagem da herança, podendo ocorrer na legítima ou na testamentária.
Nos casos da sucessão legítima, o testador deixará ao beneficiário o bem
certo e determinado. Na testamentária, o bem é determinado e individualizado, tudo
dependendo da vontade do testador. A “causa mortis” é aceita no direito moderno
conforme o princípio da “saisine”, onde a herança é transmitida aos herdeiros no
momento da morte do “de cujus”, sendo a transmissão independente da vontade do
interessado.
Na sucessão “inter vivos”, é quando a pessoa compra um bem ainda em vida
e podendo ser unido a sua posse à do antecessor, sendo discutido se o legatário está
incluído ou não. As interpretações dão a entender que a faculdade prevista no artigo
1.207, pode somente ser utilizada nas aquisições por força de uma compra e venda,
pagamento, doação ou dação, havendo uma negociação jurídica ou não, entre o novo
possuidor e seu antecessor.

5 TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE

Em relação a Transferência de Propriedade, a transmissão da propriedade é


feita pelo ato realizado em conjunto com o proprietário e seus herdeiros, para que seja
regularizado uma situação e indicar os nomes dos atuais proprietários. Tais trâmites
vai ocorrer por meio de uma escritura que irá comprovar a venda ou doação e
apontando o dono anterior, juntamente com os dados dos filhos de quem transferiu a
propriedade imobiliária. Se o proprietário não fizer a transferência em vida da
propriedade, os herdeiros terão que dar entrada em um processo judicial para a
realização do inventário dos bens e fazer a partilha do imóvel.
Para a realização da transferência do imóvel é exigido diversos documentos,
como a escritura pública que comprove a posse do herdeiro ou comprador, sendo
necessário o registro no cartório competente. A transferência deve ser efetuada no
tabelionato de notas do município onde estiver o bem, tendo fé pública e indicando as
formalidades exigidas pelo registro de imóveis para se realizar o ato. É cobrado uma
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taxa pela transferência do imóvel, sendo em média 5% do valor do imóvel e nos casos
de doação exige-se o pagamento do imposto de transmissão causa mortis e doação.
O documento de transferência é lavrado pelo registro de imóveis, sendo
exigido pelo tabelião os seguintes documentos: o valor venal, matrícula atualizada do
imóvel, imposto predial territorial urbano, certidão negativa de ônus e ações,
documentos pessoais das partes, certidão negativa de débitos municipais e certidão
do cadastro no município.
Depois de toda a documentação ser apresentada, é realizado o registro da
transferência do imóvel para os herdeiros, com a escritura do imóvel. Sendo registrado
na matrícula imobiliária do bem a averbação do ato para que tenha valor jurídico e
comprove a identidade dos novos proprietários, dessa forma, o registro estará
concluído e atualizado.

6 EFEITOS DA POSSE

Os efeitos da posse, dentro outros, destacam-se:

a) percepção de frutos: Frutos são classificados como bens acessórios, que


advém de outros bens considerados principais, sem reduzi-las, tendo as mesmas
características e a mesma finalidade. O direito a percepção dos frutos é um direito
inerente ao proprietário. Ele somente não poderá reclamar este direito, se o
possuidor estiver de boa fé. Já o possuidor de má fé não tem direito a quaisquer
frutos. Apenas tem direito às despesas de produção e custeio dos frutos colhidos e
percebidos. Nesse caso, o possuidor de má-fé deverá devolver ao proprietário o
valor dos frutos colhidos e percebidos durante o período em que esteve na posse do
bem descontando-se, do valor a ser restituído, as despesas de produção e custeio.

b) indenização e retenção por benfeitorias: O Código Civil prevê em seus


artigos que:

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias


necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
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Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias


necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas,
nem o de levantar as voluptuárias.

c) indenização por prejuízos sofridos: O Código Civil prevê em seus artigos


que:

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração


da coisa, a que não der causa.

Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da


coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.

d) defesa da posse (interditos possessórios): O Código Civil prevê em


seus artigos que:

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de


turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado. § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado,
poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável
à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2 o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á


provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de
alguma das outras por modo vicioso.

Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização,


contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões


não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor
do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.

Interdito possessório é a denominação genérica que se dá às ações


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possessórias que visam combater as seguintes agressões à posse:


- Esbulho: agressão que culmina da perda da posse.
- Turbação: agressão que embaraça o exercício normal da posse.
- Ameaça: risco de esbulho ou de turbação.

e) usucapião: É a forma originária ou derivada de adquirir o domínio por meio


da posse pacífica, isto é, sem oposição. É exercida com “animus domini” (intenção de
dono), sendo irrelevante que a coisa tenha proprietário registrado. O proprietário
tem, até o momento da distribuição da ação, a oportunidade de demonstrar o
interesse pelo bem usucapiendo.
Durante a ação, não há impedimento quanto ao descrito anteriormente, caso
não tenha sido manifestado o interesse do proprietário, uma vez que o possuidor já
demonstra os requisitos para usucapir o bem. O Usucapião se adquire pelo tempo e
possui prescrição aquisitiva.

7 AQUISIÇÃO DE IMÓVEL POR MEIO DE CONTRATO

O contrato é um dispositivo judicial garantidor do cumprimento das


responsabilidades e dos direitos das partes em determinada relação comercial. No
caso dos imóveis, essa valorização se apresenta na garantia de que a venda se
concretizará, visto que que essa só ocorre com a concretização da escritura.Ademais,
cabe que o dever de cumprir o que foi acordado se da por meio de contrato firmado
em cartório, caso ocorra descumprimento por uma das partes, possivelmente a parte
lesada (Comprador ou Devedor) entrará com um processo buscando a reparação por
qualquer inconveniência.
De acordo com o Código do Consumidor: no seu Art.52, § 1º, caso ocorra
atraso no pagamento do imóvel negociado por parcelas, poderão ser aplicadas multas
não superior a dois por cento do valor da prestação. Nesse passo, caso o vendedor
recuse receber as parcelas em atrasos, procedendo de má-fé para ocasionar juros
maiores, o comprador tem o direito de requisitar a presença do vendedor no cartório
em que aquele contrato foi legalizado para que ocorra o recebimento frente o tabelião.
Infere-se ainda que de acordo com o Art. 1.245, § 1º: enquanto não se registrar
o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
Por isso, só é firmado a transferência depois do reconhecimento de firma das
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partes. Mas, também, que esse documento servirá como prova afirmativa do
reconhecimento da data da compra e venda, caso oposto a terceiro não participante
dessa formação (Credor Penhorante), o instrumento de datar o instrumento particular
deverá acatar a uma das balizas dispostas no artigo 370 do Código de Processo
Civil/73 (art. 409 do NCPC). "7. Sentença reformada. Exclusão da multa aplicada.
Inversão do ônus da sucumbência. Apelação provida”.
Diante do exposto, conclui-se que, mesmo que o contrato particular seja capaz
de ser considerado um título justo, por ser instrumento de representação da vontade
das partes em realizar a compra e venda do imóvel, ele, intrinsecamente, não tem a
capacidade de transferir a propriedade, mas sim a posse.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, tratamos sobre o assunto central Posse e Propriedade. Foi


discutido sobre a posse e os tipos, a transferência da posse da propriedade, aquisição
do imóvel por meio do contrato e outros assuntos relacionados, onde foi discutido que
a Posse e a Propriedade estão previstos no Código Civil e, apesar de haverem
semelhanças entre elas, não são a mesma coisa.
A posse, para existir, precisa de que a pessoa tenha o agir de ser dono, sendo
este fato não um direito real. Isto é, a posse não é um direito real, pois é considerado
possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de alguns poderes
inerentes a propriedade. Vimos que a posse é, basicamente, a exteriorização da
propriedade. Já a propriedade é o real direito de usar e reinvindicar a coisa. Ou seja,
a posse é o exercício pleno (ou não) de alguns dos poderes inerentes à propriedade.
Concluimos que, para que haja a posse, a pessoa deve agir como se fosse o
dono da propriedade. Já na propriedade, a pessoa tem o direito de controlar aquilo no
qual é titular absoluto, o qual possui o direito de usar, reaver e dispor do bem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A Aquisição da Posse e as Possíveis Formas de Aquisição de Acordo com o


Código Civil Brasileiro. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/78248/a-
aquisicao-da-posse-e-as-possiveis-formas-de-aquisicao-de-acordo-com-o-codigo-
civilbrasileiro#:~:text=Segundo%20Orlando%20Gomes%2C%20a%20posse,t%C3%
ADtulo%20gratuito%2C%20como%20na%20doa%C3%A7%C3%A3o.> Acesso em:
16/04/2022.

Código Civil Brasileiro. Disponível em <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm> Acesso em:
16/04/2022.

Diferença entre Posse e Propriedade


<https://nataliafoliveira.jusbrasil.com.br/artigos/433685165/qual-a-diferenca-entre-
posse-e-propriedade> Acesso em: 15/04/2022.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. Ed. São Paulo.


Saraiva (2.014).

Processo de Transferência de Imóvel. Disponível em:


<https://www.imovelweb.com.br/noticias/documentacao-2/transferencia-imovel/>
Acesso em: 14/04/2022.

Posse e Propriedade. <https://aramayoadvogados.com.br/posse-e-


propriedade/#:~:text=A%20propriedade%20%C3%A9%20o%20direito,dos%20poder
es%20inerentes%20%C3%A0%20propriedade> Acesso em: 15/04/2022.

Posse e suas diferentes classificações no ambito do Direito Civil. Disponível em


<https://jus.com.br/artigos/77164/posse-e-suas-diferentes-classificacoes-no-ambito-
do-direito-civil> Acesso em: 15/04/2022.

TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil – Volume Único 10ª edição

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