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DIFERENÇAS
DIREITO REAL DIREITO OBRIGACIONAL
Sujeito: um único sujeito; Sujeito: (dualidade) sujeito ativo e passivo;
Ação: ação real contra quem indistintamente Ação: ação pessoal que se dirige apenas
detiver a coisa; contra o individuo que figura na relação
jurídica;
Objeto: a coisa; Objeto: a prestação;
Abandono: a direito real pode ser Abandono: a obrigação não pode ser
abandonado; abandonada;
Sequela: o direito real segue seu objeto onde Sequela: não incide;
quer que se encontre (jus persequendi);
Usucapião: modo de aquisição do direito. Usucapião: não incide.
EFEITOS
Alegação de outrem
Ação de esbulho
O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que
recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Não aplicação
O disposto nos itens antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando
os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o
houve.
Frutos
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos
com antecipação.
O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como
pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé;
tem direito às despesas da produção e custeio.
Perda ou deterioração
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der
causa.
Indenização
• Posse Violenta: a que se adquire por ato de força, seja ela natural ou física, seja moral
ou resultante de ameaças que incutam na pessoa sério receio. A violência estigmatiza
a posse, independentemente de exercer-se sobre a pessoa do espoliado ou preposto
seu, como ainda do fato de emanar do próprio espoliador ou de terceiro1.
• Posse Clandestina: clandestina é a posse que se adquire por via de um processo de
ocultamento. Contrapõe-se a que é tomada de forma pública e aberta. Segundo Caio
Mário é um defeito relativo que só pode ser acusado pela vítima contra o esbulhador.
Assim, perante outras pessoas esta posse produz efeitos normais.
• Posse Precária: é, por exemplo, a do fâmulo da posse, isto é, daquele que recebe a
coisa com a obrigação de restituir e arroga-se na qualidade de possuidor, abusando da
confiança, ou deixando de devolvê-la ao proprietário, ou ao legítimo possuidor. Este
vício inicia-se no momento em que o possuidor precarista recusa atender à revogação
da autorização anteriormente concedida.
• Esbulho a céu aberto - também terá praticado esbulho
3. PROPRIEDADE
3.1. Fundamento
3.2. Conceito
Propriedade nada mais é que “o direito real de usar, fruir, dispor e reivindicar a coisa sobre
a qual recai, respeitando sua função social”.
3.3. Limitações
3.4. Função Social da Propriedade
Usucapião
Requisitos Gerais
Posse com animus domini (posse com animo de dono, possui como se for dono)
Posse continua e sem oposição
Pelo tempo legal
Requisitos específicos
Variam conforme o tipo da usucapião.
Acessão
Segundo modo de aquisição da propriedade por ato inter vivos, podendo dar-se, por:
Formação de ilhas;
Por aluvião;
Por avulsão;
Por abandono de álveo;
Por plantações ou construções.
Perda da propriedade
O simples não uso, sem as características de abandono, não determina a sua perda, se
não foi usucapido por outrem, ainda que se passem mais de 15 (quinze) anos.
O artigo 1.275 do Código Civil enumera alguns casos de perda da propriedade, tais
como: alienação, renúncia, abandono, perecimento e a desapropriação. Os três primeiros são
modos voluntários, sendo o perecimento e a desapropriação modos involuntários da perda da
propriedade.
O Código Civil traz ainda outras formas, as quais estão enumeradas nos
artigos 1.276 e 1.228, §§ 3º, 4º e 5º, complementando o rol taxativo do Código.
A usucapião, ocorre quando uma parte adquire o direito real de propriedade e de outros
direitos, o seu antigo titular perde a propriedade por um conjunto de motivos, como o descuido
e desleixo, podendo ser ainda por não cumprir a sua função social.
Modalidades da Usucapião
Usucapião extraordinária
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor
houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de
caráter produtivo.
Requisitos:
Usucapião ordinária
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido
adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada
posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado
investimentos de interesse social e econômico.
Requisitos:
• Posse de 5 anos
• Área rural
• Posse direta – morada habitual ou tornou a área produtiva com seu trabalho ou de sua família
• Limitação de área: Até 50 hectares
• Não pode ser dono de outro imóvel (nem rural, nem urbano)
• Pode usar mis de uma vez (pois a CF/88 não repete a exigência de que só pode fazer uso
dessa usucapião uma única vez)
Usucapião conjugal
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição,
posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou
o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
• 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
• 2o(VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
Requisitos:
• Posse de 2 anos
• Área urbana
• Limitação de área: Até 250m²
• Propriedade que dividia com o ex-conjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar
• Moradia
• Não pode ser dono de outro imóvel (nem rural, nem urbano)
Usucapião coletiva
Art. 10 da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)
Requisitos:
Das águas
Do Direito de construir
O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente,
sobre o prédio vizinho – art. 1.300 do CC.
É proibido abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio
do terreno vizinho – art. 1.301 do CC.
Da Passagem Forçada
“O dono do prédio que não tiver acesso à via pública, nascente ou porto, pode, mediante
pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo o rumo será
judicialmente fixado, se necessário”.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 17ª Ed. São Paulo: 2002, v.4.
TARTUCE, Flavio, Direito Civil, v 4: direito das coisas. 12ª Ed. Ver., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020.
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, volume 5: direito das coisas/ 12ª Ed.
– São Paulo: Saraiva, 2017.