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DIREITO DAS COISAS

Professor: Carlo Renato

AULA 1 - 06/06/2023 
 Direito REAL = RES = COISA (direito que o indivíduo tem sobre a coisa)
 1. Sujeito de Direito – COISA  2. sujeito de direito – sujeito de direito (ex: contrato de
aluguel – relação obrigacional)
 Exemplo compra e venda: envolve uma coisa, como objeto, não como
ELEMENTO SUBJETIVO
RELAÇÃO DE DIREITO REAL:
1) SD (polo ativo – titular do direito) – COISA (carro)
Quem é o sujeito passivo dessa relação? R: SOCIEDADE

 DIREITO DE PROPRIEDADE/SER PROPRIETÁRIO: Art. 1228 – USAR, GOZAR(FRUIR -


frutos), DISPOR(alienar), REAVER (de quem injustamente esteja no poder físico da
coisa)
 Doutrina: direito das coisas e direitos reais  - uns tratam como sinônimo, outros tratam
COISA (gênero) e DIREITOS REAIS – BENS (espécie) e outros invertem
 Legislador definiu: L III – CC – Direito das Coisas (compreende o estudo da posse e o
estudo dos direitos reais) 
1) POSSE –                                       art. 1196 CC 
2) DIREITOS REAIS – taxativo 
 DOMINIO PROPRIEDADE 
 POSSE: - art. 1.196 CC 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Exemplo: Emprestar a casa para uma pessoa USAR (ela tem a posse), eu também
continuo com a posse porque ainda tem os outros verbos.
 TEORIA SUBJETIVA (savigny):  Para ter posse: 1. CORPUS (a. inicialmente era o
poder físico e imediato da coisa b. abriu para mediato (alguém entre mim e a
coisa)com interposta pessoa) e 2. ANIMUS DOMINI (intenção de ser
proprietário) 
ADQUIRIR A PROPRIEDADE: usucapião (principal elemento é a posse – é a
posse da teoria subjetiva)
 TEORIA OBJETIVA (Hering): Precisa apenas do 1.  CORPUS (não precisando ser
físico, imediato ou mediato) 2. APER (parecer dono)
Exemplo: Carlo aluga um imóvel para a Giovanna – se ela está usando o imóvel ela está
no exercício de um dos direitos da propriedade e o proprietário sempre vai ter a posse
– GIOVANNA COM POSSE DIRETA e CARLO COM POSSE INDIRETA -  giovanna só pode
usar os remédios jurídicos de sua posse porque adotamos a teoria objetiva (parece
dona – não tem a intenção de ser proprietária)
AULA 2 – 13/03/2023
 EXEMPLO DA PATRICIA (ela chegando na puc de carro): Figuras: detenção,
posse e propriedade – precisamos de mais elementos para saber se ela é
proprietária...
 EXEMPLO DO IMOVEL: não validar a escritura pública – pode ser penhorado 
Aquisição de bem móvel – tradição
Aquisição de bem imóvel – registro de imóvel 
Detenção 
 A detenção é aquela situação em que alguém conserva a posse em nome de outro e
em cumprimento às suas ordens e instruções. A detenção não é posse, portanto
confere ao detentor direitos decorrentes desta. 
Exemplo: caseiro em relação ao imóvel de que cuida. Se eventualmente uma ação
possessória for dirigida indevidamente ao detentor, este deverá nomear à autoria o
proprietário ou o possuidor. – se parar de pagar as verbas trabalhistas pode ser
considerado usucapião.
 A nomeação à autoria é obrigatória, sob pena de responder pelas perdas e danos. CC,
Art. 1.198.
 Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções
suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o
contrário.
AULA 3 - 20/03/2023
Figuras Híbridas:
o Relação Jurídica obrigacional (SD -SD)
1. Obrigação Propter Rem (em razão da coisa) - a situação de quem vai pagar depende
da coisa -  significa que o titular do direito real sobre uma coisa passa a ser devedor de
uma prestação
Exemplo: taxa de condomínio, IPTU, não perturbar os direitos da vizinhança…| dívida
acompanha a coisa [estou devendo algo em dívida ativa do imovel, quando eu vendo
para júlia, a dívida passa a ser da julia]
2. Ônus reais: obrigações que limitam o uso e gozo da sociedade - São obrigações de
realizar periódica ou reiteradamente, uma prestação, que recaem sobre o titular de
certo bem ficando vinculadas à coisa que servirá de garantia ao seu cumprimento. Nos
ônus reais a obrigação também recai sobre quem for o titular da coisa.
Exemplo: vai limitar os direitos do proprietário por determinado tempo - Carlo deu
exemplo da compra do imovel dele que o credor só entrou com ação depois que ele
adquiriu. [mesmo tendo tirado todas as certidões etc]
Fraude contra credores - anulável
simulação - nulo 
3. Obrigação de Eficácia Real - é aquela que, sem perder o seu caráter de direito
pessoal, ou direito a uma prestação, ganha oponibilidade contra terceiros, que
adquiram direitos sobre determinado bem, tendo em vista o seu registro.
Exemplo: contrato de locação - efeito público- se a juliana na vigência desse contrato,
resolver vender para 3 a júlia (que comprou o imóvel) precisa respeitar o contrato - se
não tornar público não precisa respeitar, só gera efeito entre as partes
o Relação Jurídica de direito real (SD-COISA)
AULA 4 - 27/03/2023
1. POSSE DIRETA (ou imediata) E INDIRETA (ou mediata)
a. Posse direta (imediata): exercida pela pessoa que tem a coisa sob seu poder
imediato - sem interferência de terceiro - Exemplo: locatário, usufruto,
comodato, penhor.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Enunciado n. 76 do CJF/STJ, I Jornada de Direito Civil: (é uma orientação) O possuidor direto
tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine,
do novo Código Civil).
b. Posse indireta (mediata): apesar de ter um dos poderes inerentes à
propriedade, não tem gerência da coisa de forma direta - Exemplo:
proprietário que aluga o bem (locador).

2. POSSE EXCLUSIVA e COMPOSSE: 


a. Posse exclusiva: é a posse de um único possuidor. É aquela em que uma única
pessoa física ou jurídica tem sobre a mesma coisa, posse plena direta ou
indireta.
b. Composse (compossessão ou posse em comum): é a situação pela qual duas
ou mais pessoas exercem, simultaneamente, a posse (mesma qualidade) sobre
a mesma coisa.
Exemplos: adquirentes de coisa comum, marido e mulher com comunhão de
bens, companheiros durante união estável, coerdeiros antes da partilha. -
fração ideal, em todo lugar ao mesmo tempo.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre
ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros copossuidores.
Pressupostos: Pluralidade de sujeitos, posse e coisa indivisa. Para caracterizar
a composse é necessário a presença de dois pressupostos: a pluralidade de sujeitos e a
existência de uma coisa indivisa ou que esteja em estado de indivisão. A composse pode ser
entendida como um estado de comunhão, que se relaciona com a posse. Assim, nela é
identificada uma só posse, que é exercida, de maneira simultânea, por vários possuidores,
sobre a mesma coisa (AQUINO, 2013).

Espécies
a) Composse pro diviso (pro diviso) é aquela em que há uma divisão de fato (é quando coloca
o "muro", só divide de fato, mas juridicamente é um terreno inteiro, não dois) da posse para
utilização pacífica do direito de cada compossuidor;
b) Composse pro indiviso (pro individo)  é aquela em que todos os compossuidores exercem,
ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa, os poderes de fato; Sem divisão de fato.
(quando dá pra dividir juridicamente, na matrícula)

3. POSSE JUSTA e POSSE INJUSTA:


a. Posse Justa: é aquela que não é injusta, ou seja, não é violenta, clandestina ou
precária (art. 1.200 CC)
b. Posse INjusta: é aquela obtida mediante violência (por força física ou grave
ameaça) clandestinidade (às escondidas, ocultando do possuidor) ou precária
(quebra ou abuso de confiança). Há ilicitude na sua aquisição. - “aquela em
que se verifica a presença de um dos vícios objetivos)
Vícios objetivos: violência, clandestinidade e precariedade. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente
repelida.
o limite para tomada de conhecimento é 1 ano e um dia - começa a contar o prazo para cessar
a clandestinidade. (POSSE NOVA [até 1 ano + 1 dia - reintegração imediata  e a discussão do
mérito continua] POSSE VELHA [1 ano + dia + tempo - o rito é diferente e vai ter que esperar
ao mérito])

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