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I.

Noção Pluralidade Familiar


Direito de ter abertura para aceitar as diferentes organizações familiares. Não
impor uma determinada visão de família, liga-se ao Princípio da Afetividade porque
família é veículo para alcançarmos a felicidade. A família deixou de ser um fim,
passou a ser um meio. Aceitar essa evolução da sociedade.
Há alturas em que a sociedade mudou e o direito deve adaptar normas a essas
mudanças. Há outras alturas em que é o direito a andar mais depressa do que a
sociedade para que a sociedade caminhe numa determinada direção - e.g.casamento
homosexual foi sinal do legislador mais à frente do que a sociedade. O Direito não
deve conformar-se com a sociedade.

II. Princípios Estruturantes


a) obrigam o legislador: quando exerce a sua função deve ter presente que há
princípios, e sempre que emana uma ordem jurídica deve questionar-se se a
mesma está de acordo com os princípios que norteiam aquele instituto jurídico.
b) o princípio é baliza interpretativa
c) juiz, aplicador da lei: sempre que alguém aplica a lei, tem que ter presentes os
princípios fundamentais do direito.

01. Princípio Afetividade


art.1576º CC, há uma mudança transcendentalmente importante na noção de família.
Nós estamos no cerne desta mudança, e por norma, quem está no centro da mudança,
não a entende. Admiramo-nos com o que vai surgindo, mas o que surgiu no nosso
tempo, estamos habituados e achamos totalmente normal, banal. O amor está no
centro do direito da família.
❖ Casamento: aspeto importante; antes, dois diferentes que se uniam para,
em conjunto, criarem uma família, isto mudou. Agora casa-se por existir
amor e paixão.
❖ Divórcio: pessoas divorciam-se por desamor, porque não se amam mais;
historicamente, ou não havia divórcio, ou então havia porque o outro
violentava, porque não cumpria as suas obrigações; o desamor não era
causa de divórcio porque amor não era causa de casamento em primeiro
lugar.

02. Princípio Pluralidade Familiar


Declaração Universal dos Direitos do Homem; hoje não há o modelo típico de
família: enquanto paradigma e obrigação tendem a desaparecer. Ou:
➔ vivem sozinhas
➔ mães ou pais solteiros
➔ união de facto
➔ homem/mulher vivem juntos
➔ homem/homem vivem juntos
➔ mulher/mulher vivem juntos
➔ filhos de pais que continuam casados um contra o outro
(heterosexual clássica)

03. Princípio Dissolubilidade Casamento


Admissibilidade do divórcio; Declaração de interesses: o divórcio é parte integrante
do direito do livre desenvolvimento da personalidade, pelo que é incompatível com a
obrigatoriedade de manter um casamento que não se deseja. Erasmo “ainda que se
deva respeitar o casamento (...), deve dissolvê-lo quando se tornar num inferno”.

04. Princípio Família Democrática


art.36º, nº1, 3 e 5 CRP; pretende-se atacar o preconceito de superioridade masculina
sobre o feminino, e reclamar o tratamento igual entre homens e mulheres nas suas
diferenças.

05. Princípio Proteção das crianças, dos adolescentes, dos velhos e


das mulheres
art.69º CRP (crianças), art.72º CRP (idosos), igualdade de género (mulheres).

06. Princípio Solidariedade Familiar


art.1874º CC + art.2009º CC; pais e filhos devem-se, mutuamente, respeito, auxílio
e assistência.

07. Princípio Proteção Maternidade, Paternidade


Dois princípios fundamentais:
A. atribuir aos pais o poder/dever de educar os filhos
B. inseparabilidade dos filhos dos seus pais

08.Princípio Superior interesse da(quela) criança (e adolescente)


Parens patriae: Parens patriae é em latim "pai da nação". Na lei, refere-se ao poder
de política pública do estado para intervir contra um pai abusivo ou negligente, tutor
legal ou cuidador informal, e para agir como pai de qualquer criança, indivíduo ou
animal que precise de proteção. art.3º da Convenção sobre os Direitos da Criança,

III. Tipologia Familiar


01.Parentesco
art.1578º CC, Vínculo entre pessoas que têm em comum um progenitor, quando uma
e outra pessoa emanam do mesmo progenitor ou quando existe um progenitor comum.
Laço familiar forte. Não esquecer o peso da Biologia pela sua realidade objetiva.
Linha reta, quando os parentes descendem uns dos outros, e a linha colateral, quando
nenhum dos parentes descende um do outro, mas ambos procedem de um progenitor
comum, art.1580º CC.

◆ Principal consequência jurídica do parentesco: os filhos herdarem


dos pais. Pais também pode herdar dos filhos mas, por razões biológicas,
tendem a ser os filhos a herdar dos pais, e é esse o vínculo que,
infelizmente, vai mantendo certas relações de parentesco. Há conjunto
de efeitos do parentesco mas têm limitações até determinado grau.

02.Afinidade
art. 1584º CC, É o vínculo entre o cônjuge e os familiares do cônjuge.
Vínculo familiar menos relevante.Lei nº61/2008 de 31 de outubro: término da
afinidade.
➔ Consequência jurídica da afinidade: excecionalmente a possibilidade de
alimentos, inibição do casamento, mas não tem efeitos jurídicos relevantes,
art.2009º CC (alimentos), art.1602º CC (casamento) + Lei nº137/2015, de 07
de setembro.
Nota: regime jurídico da afinidade tem hoje um sistema misto. A afinidade
pode perdurar ou não para além do casamento. Se o casamento terminar por
morte, mantém-se a afinidade; se o casamento terminar por qualquer
outra forma (divórcio, anulação do casamento), nesse caso cessa também a
afinidade, e.g. a sogra continua a ser sogra se estamos perante um viúvo, mas
deixa de o ser se a pessoa em questão é divorciado/a.

03.Apadrinhamento
Noção: art.2º Lei nº103/2009, de 11 de setembro, relação jurídica, tendencialmente
de caráter permanente, entre uma criança ou jovem e uma pessoa singular ou uma
família que exerça os poderes e deveres próprios dos pais e que com ele estabeleçam
vínculos afetivos que permitam o seu bem-estar e desenvolvimento, constituída por
homologação ou decisão judicial e sujeita a registo civil.
Desvalorizado da prática, vem não resolver uma necessidade que não existia. Não
sentia anseio por uma nova relação familiar. O legislador vem tentar corrigir,
desaparecendo com a adoção restrita, para tentar dar efeito útil a um instituto que não
tinha qualquer efeito útil.
Efeitos jurídicos do apadrinhamento: Lei do Apadrinhamento, Lei de Proteção
de Crianças e Jovens em Perigo.

04.União de Facto
Noção: Relação entre duas pessoas que têm comunhão de leito(cama), mesa e
habitação, forma notória e que perdura há mais de 2 anos consecutivos (se há quebra
termina aquele prazo e temos que voltar a contabilizar), art.1º da Lei da União de
Facto. Viver junto é união de facto de duas pessoas que coabitam; apenas é instituto
de união de facto quando esta relação, para além da partilha de casa, mesa, contribuem
em conjunto para os encargos da vida familiar.
Há autores que a qualificam como relação familiar e outros não, qualificando-a como
relação parafamiliar.

Razões para viver em união de facto:


A. impossibilidade legal de casar (e.g. situações nas quais um dos membros da
relação ainda é casado, em processo de divórcio).
B. perda de vantagens patrimoniais (e.g.pensões que um ou ambos estejam a
receber e que possam extinguir-se).
C. constrangimentos económicos (e.g. a festa do casamento ser cara).
D. casais homossexuais (e.g.por até há pouco tempo não lhes ser permitido o
casamento pelo legislador).
E. jovens casais (e.g.pernoitar na casa um do outro passa a ser mais intenso e
passam a pernoitar mais noites nas respetivas habitações de cada um).

Institutos:
➔ Regime da compropriedade: materialidade da decisão: quem comprou
o carro? quem é que pagou o carro? se são ambos, então o carro é dos
dois (por TB fica o registo) - Se a pessoa A tem terreno, e a casa é
comprada com o dinheiro da pessoa B, de quem é a casa? Dos dois. -
Base legal: Regime da compropriedade.
➔ Regime do enriquecimento sem causa: a pessoa A tem casa num
terreno, mas a casa precisa de obras, e a pessoa com quem vive em
união de facto fornece o dinheiro para obras, terminam o
relacionamento, de quem é a casa? Da pessoa A, sempre. Existiu
enriquecimento da pessoa A.

“Tori, mensae et habitationis”: comunhão de leito, mesa e habitação.


*Comunhão de cama: existe sexualidade entre eles, há intimidade,
sexualidade não se pode confundir com genitalidade.
*Notória: teste da lei
Requisitos da união de facto:
A. que não tenha idade inferior a 18 anos à data do reconhecimento da união de
facto
B. que não tenha demência notória
C. que tenha (se for o caso) o casamento dissolvido (à exceção de ter sido
decretada a separação de pessoas e bens)
D. que não exista parentesco na linha reta ou no 2º grau da linha colateral ou
afinidade na linha reta
E. que não exista condenação anterior de uma das pessoas como autor ou
cúmplice por homicídio doloso, art.2º da Lei da união de facto
*nº2, DL 7/2001: que não tenha menos de 18 anos há data do reconhecimento,
que não haja relação de parentesco de linha reta, que não seja casado, e se for
casado, que não exista separação judicial de pessoas e bens.

Direitos que o legislador reconhece à união de facto:


➔ Folclóricos (sem ignorar importância prática): são férias em
conjunto, possibilidade de IRS em conjunto, direitos sobre a casa,
morada de família (uso e habitação), pensão de sobrevivência, etc.
Problema: o legislador parte para a regulação jurídica com base na
ficção da separação de patrimónios; têm patrimónios diferentes após 10
anos juntos - Realidade.
e.g.carro comprado em união de facto com contributo dos dois
membros do casal: de quem é o carro? Duas visões:
1) Primeira visão: em que nome está o carro? Se está no meu
nome, fica para mim. O registo é uma presunção da veracidade
dos factos registados.
2) Segunda visão: materialidade da decisão: quem comprou o
carro? quem é que pagou o carro? se são ambos, então o carro é
dos dois (por TB fica o registo) - Se a pessoa A tem terreno, e a
casa é comprada com o dinheiro da pessoa B, de quem é a casa?
Dos dois. - Base legal: Regime da compropriedade.

05. Casamento

Deveres pessoais do casamento:


01. dever de fidelidade: obrigação de não ter intimidade sexual com outra
pessoa que não o cônjuge. art.1792º CC, na eventualidade de traição, pode o
lesado pedir ação de responsabilidade civil por violação dos deveres conjugais.
Divórcio pode ser pedido por um sem o consentimento do outro, sem ser
requisito para o divórcio a violação dos deveres conjugais.
02. dever de respeito: respeitar a integridade física, moral e emocional do
outro; não bater, não humilhar, não negar afeto.
03. dever de coabitação: viver na mesma casa e existir vida íntima, pode
exigir indemnização pecuniária se não for cumprido este dever quando o pode
fazer, art.1673º CC
04. dever de cooperação, art.1674º CC
05. dever de assistência: dividir encargos da vida familiar, art.1675º CC

O processo do casamento:
A. a promessa do casamento
B. processo preliminar de publicações, art.1597º CC

Impedimentos:
A. idade inferior a 16 anos
B. demência notória
C. casamento anterior não dissolvido
D. parentes na linha reta
E. relação anterior de responsabilidades parentais, Lei nº137/2015, de 07 de
setembro
F. parentes no segundo grau da linha colateral
G. afinidade na linha reta
H. condenação anterior de um dos nubentes
I. falta de autorização dos pais ou do tutor para o casamento do nubente menor
J. prazo internupcial
K. parentesco no terceiro grau da linha colateral vínculo de tutela, curatela ou
administração legal de bens
L. pronúncia do nubente pelo crime de homicídio doloso

Findo este processo, e não existindo impedimentos ao casamento, cabe ao funcionário


do registo civil proferir despacho final, no qual autoriza os nubentes a celebrar
casamento, art.1613º CC, tendo este certificado um prazo de seis meses, art.1614º
CC. Neste momento, os nubentes podem optar por um casamento civil ou católico. O
registo do casamento é obrigatório, art.651º CC.

Regimes patrimoniais de casamento: 3 regimes de bens (convenção antenupcial):


01. separação de bens: “cada um tem o que é seu”;
02. comunhão geral de bens: “tudo é dos dois”; continuam a existir bens
que pertencem a cada um deles: art.1733º CC (bens incomunicáveis); al.f) fala
de roupa e objetos pessoais; em regra, tudo é património comum exceto o
anterior citado.
03. (se não escolher) regime supletivo (Nota: supletivo = adicional,
complementar, suplementar) : comunhão de adquiridos: art.1717º CC, “o que
era meu continua a ser meu, o que adquirimos em conjunto, é nosso”; Que
bens são comuns?
➔ aqueles comprados em conjunto num casamento e nem todos
➔ o produto do trabalho
➔ tudo o que eu tinha em solteiro continua a ser exclusivamente meu, tudo
o que vier depois do casamento gratuitamente (sucessão ou graduação)
continua a ser meu, e os bens sub rogados no valor daqueles.
➔ venda de imóvel próprio de um, exige sempre o consentimento do outro
Nota: casa de morada de família, em qualquer regime, exige sempre o consentimento
do outro.

Institutos jurídicos:
01. propriedade, art.1678º CC
02. disposição dos bens: regime excecional para o casamento; caso dos imóveis:
al.a), art.1682º CC

Dívidas
al.b) c), art.1695º CC: a regra é a comunicabilidade das dívidas, ou porque estamos
perante encargos normais da vida familiar (habitação, automóvel, TV, escola, etc), ou
pela al.c) proveito comum do casal, despesas contraídas durante o casamento.

06. Divórcio
A banalização do divórcio está a deixá-lo menos traumático, no entanto,
continua a ser uma experiência traumática a vários níveis.
O divórcio é causa de empobrecimento feminino - marcas complexas em quem
o ultrapassa; não é o mesmo uma mulher/homem que tem um divórcio complexo do
que ter mais do que um emprego para fazer face às mais básicas necessidades - “o
pior fim de semana da vida de uma mulher é o primeiro fim de semana sem os
filhos.”.
art.1779 CC: causas de divórcio sem consentimento do outro

Tramitação do divórcio por mútuo consentimento: art.1778º CC. Conservatória


do registo civil + junção de conjunto de anexos obrigatórios para prossecução do
processo.
1) destino da casa de morada de família (quando existe)
2) pensão de alimentos ao cônjuge (quando existem)
3) relação dos bens comuns do casal - lei permite as partilhas (quando possível)
IV. Procriação Sexual

01.Filiação
Pode surgir através de procriação sexual.
01. como é que se determina a maternidade
02. como é que se determina a paternidade
03. perceber que hoje em dia a maternidade se presume pelo nascimento
04. maternidade consubstancializa-se por declaração por parte da
progenitora, ou nos casos em que não se sabe a idade da mãe, há uma ação
oficiosa de investigação da maternidade e que termina, ou não, por
reconhecimento judicial (porque pode não ser possível apurar)

02. Determinação da maternidade


A. declaração de maternidade ou averiguação oficiosa da maternidade, art.1803º e
ss CC, e arts.96º, 97º, e 99º CRC - .

03. Determinação da paternidade


É na determinação da paternidade que se levantam, na prática, mais questões:
➔ por presunção legal: presume-se que o filho da mulher casada é do seu
marido, art.1826º CC
➔ por perfilhação: declaração de vontade do pai que vai assumir a
paternidade, e.g.partindo da premissa da qual eu acredito que aquela
criança é meu filho/minha filha (ação de impugnação de paternidade),
art.1849º e ss CC.
➔ por conhecimento judicial: quando é o tribunal a determinar a
paternidade, art.1839º, 1841º CC
Quando ninguém assume a paternidade, o processo chega ao registo civil com
omissão da paternidade, nesses casos, obrigatória e automaticamente, o processo é
enviado para o tribunal para dar início ao processo de investigação da paternidade.
Hoje em dia a ciência resolve estas questões; havendo presunção da
possibilidade da pessoa X ser o pai (alegando a mãe ter tido relações sexuais fecundas
durante o período legal de conceção), o tribunal pode ordenar a realização do exame
de ADN/DNA. Se a pessoa X se recusar, é obrigatório este exame, logo a pessoa X
deve ir a local determinado pelo tribunal para a realização deste exame; se não
comparecer, e porque é obrigatório, o tribunal pode condená-lo em multa, e em último
caso pode enviar força policial a casa da pessoa X, e levá-lo ao local.
Nota: pessoa X não pode ser coagido pela força a realizar o exame, havendo recusa, o
tribunal vai aferir a recusa da forma que o tribunal entender que deve aferir. Em regra o
tribunal, por sentença, determina-se o reconhecimento judicial.
A mulher deve fazer prova-processo para determinar que o pai da criança é a
pessoa X, através de testemunha (uma amiga conhecedora do facto), tribunal pode
realizar vários exames a várias pessoas diferentes de acordo com o período legal de
conceção e em concordância com as várias testemunhas.
Hoje em dia a prova está facilitada, por meio de telemóvel, mensagens
trocadas.
A testemunha deve alegar factos, não por ter assistido mas por ter
conhecimento de algum envolvimento, tribunal olhando para os factos pode ordenar
que a pessoa X vá realizar o exame ADN.

04. Procriação medicamente assistida


Existe irresponsabilidade do poder político.
PMA é diferente de “barriga de aluger”.
Noção: Quando falamos em procriação medicamente assistida, falamos num conjunto
de técnicas, nas quais se inclui a maternidade por substituição ou gestação por
substituição, mas com muitas outras técnicas. Processo que tem cerca de 40 anos e
uma lei que tem cerca de 20, PMA estava umbilicalmente ligado à infertilidade, só um
casal infértil podia recorrer à PMA (casal onde um dos membros do casal ou ambos
em conjunto são inférteis).
Existe, hoje, uma abertura para todas as mulheres, que lhes permite que,
independentemente de serem férteis ou não, há PMA, bem como a possibilidade de
recurso à maternidade de substituição, que hoje o legislador chama de gestação por
substituição. Pronunciando-se sobre o tema, o TC, por maioria, diz que as barrigas de
aluguer estão de acordo à nossa lei constitucional, no entanto, o TC entendeu que
sobretudo duas normas da lei eram inconstitucionais, e ao fazê-lo, não tendo o
legislador capacidade de responder em tempo útil a uma decisão que tem mais de 1
ano, neste momento o processo em portugal está bloqueado, não só a MPS mas como
outros processos, nomeadamente quando envolve um dador externo.

05. Técnicas de procriação medicamente assistida


01. inseminação artificial
02. estimulação ovárica
03. fertilização in vitro
04. injeção intracitoplasmática de espermatozóides
05. transferências intratubáricas de gâmetas/zigotos

Destinatários
art.6º da Lei nº32/2006 de 26 de julho
01. possibilidade de um casal infértil recorrer aos meios tradicionais de
PMA
02. possibilidade conflituosa, mas prevista na lei com valência
constitucional da inseminação post-mortem
03. possibilidade de recurso a dador externo

Problemáticas:
A. dador externo: o TC diz que o dador externo não pode ser incógnito, ainda
que não tenha sido criado regime - pode haver dador externo mas ainda não
existem por não se saber o regime legalmente aceitável -.
B. barriga de aluguer: TC permite que exista barriga de aluguer, desde que
gratuita, mas:
a. se é gratuita ou não? (legislador diz que sim)
b. quem não pode ser? (o legislador apenas proíbe quando há vínculos
económicos diretos, e.g.contrato de trabalho
c. contrato que existe entre a gestante e o casal (legislador foi omisso no
que concerne a este contrato). Este contrato não pode ser deixado ao
livre-arbítrio das partes!
Nota: até quando pode a gestante mudar de ideias? A lei exige um período de reflexão
antes da decisão! Até às 10 semanas, a mulher tem direito a arrependimento, não se
pode negar o direito à interrupção voluntária de tempo em PMA.

V. Adoção
Noção: forma de filiação , com vínculo e afetividade diferentes, não se move da
natureza.

01.Tramitação administrativa do processo de adoção


01. sede no Instituto de Segurança Social
02. avaliação (deve estar concluída no prazo de 6 meses)
03. emissão do certificado de seleção
04. dossier apresentado ao candidato
05. período pré-adoção, destinado ao mútuo conhecimento

Tramitação judicial do processo de adoção, Lei nº143/2015, de 08 de setembro.

VI. Regulação da Autoridade Parental


Responde a 2 perguntas:
01. quem decide sobre um conjunto de aspetos nucleares da vida da
criança?
Regra: nas questões de particular importância que respeitam à vida do menor
são tomadas por acordo pelos dois progenitores - continuam a ser pai e mãe, só
não são marido e mulher -.
Questões de particular importância não explícitas na lei: operações cirúrgicas,
deslocações para fora do país, mudança significativa de residência, desportos
perigosos, participações em programas de televisão, opções religiosas da
criança, deslocações ao estrangeiro, opções de estilo de vida. Quanto melhor
for o acordo, menor é a potencialidade de criar conflitos.

02. com quem vai a criança residir?


a. ou residência única: direito de visita
b. ou residência partilhada: alternadamente, partilhando a residência
c. residência alternada dos progenitores: os pais é que alternam a
residência

01.Responsabilidades da autoridade parental


A. responsabilidade de assumir a parentalidade
B. responsabilidade de “amar” os filhos
C. responsabilidade de custódia
D. responsabilidade de assistência
E. responsabilidade de promover a saúde
F. responsabilidade de promover a educação
G. dever de vigilância dos pais sobre os filhos menores
H. representação jurídica do menor

Atribuição da criança a uma terceira pessoa, se:


01. impedimento de um ou ambos os pais
02. por acordo
03. decisão judicial

02. Alienação parental


Situações caraterizadas por um dos pais (excecionalmente ambos), procurar criação de
uma relação de exclusividade com o filho, através do afastamento físico e emocional
do outro e pela “obliteração da paternidade”.

VII. Direito Tutelar

01.Proteção das crianças


As grandes ameaças que atacam hoje as crianças? Que respostas a lei dá?
01. Negligência infantil
02. Maus tratos às crianças

02. As maldades que maltratam as crianças


01. pedofilia
02. efebofilia: atração sexual de um adulto por adolescentes,prática de atos
sexuais com adolescentes
03. pornografia
04. bulismo
05. violência no namoro
06. anorexia
07. rapto parental
08. tráfico de crianças

03.Proteção da criança
Nomeadamente nos crimes sexuais…
Abuso sexual de crianças, o CP continua a hipervalorizar a penetração, nº 1 e 3
do art.171 CP, quando há penetração a pena de prisão é superior. Também se
encontra na coação e violação (é o que as distingue).

04.Abuso Sexual
Noção: Abuso sexual de criança é qualquer ato sexual de relevo efetuado em criança
até ao dia que faça 14 anos. Relevo: n.º2 agrava a pena quando existe cópula (sexo
vaginal, oral, anal), quando existe penetração com partes do corpo ou com objetos. No
n.º1 fala em atos sexuais de relevo, tocar a genitália, acariciar a genitália, beijar a
genitália (um apalpão por cima da roupa não é considerado neste âmbito).
Desde que o agente saiba ou deva saber que aquela criança tem menos de 14
anos, sobretudo nas adolescentes que apesar de terem 13 anos, têm toda uma
aparência que faz com que um observador normal naquelas circunstâncias lhe atribua
16 ou mais anos.
Dos 14-16 existe um tipo penal que exige abuso da inexperiência.
O art.173º CP está pensada para quando o agente tem uma posição sobre a
criança da qual abusa aproveitando-se da ingenuidade.

Abuso sexual de criança dependente:


Padrasto, pai, diretor da escola.
É quando há um vínculo de dependência entre o menor e o adulto, nestes casos é
punível qualquer ato sexual de relevo até aos 18 anos.

05.Pornografia Infantil
Noção: Um negócio que gera milhões, muitos dos contidos de pornografia infantil que
circulam são feitos por não pedófilos. Há abusadores sexuais de crianças que não são
pedófilos.
Pedófilo é uma patologia que se carateriza por alguém ter uma fixação sexual
por alguém pré-pub que se prolongue por mais de seis anos. Na pornografia, punível a
mera posse art.176º CP, não quer dizer que sejam pedófilos.

06.Violência de género
01. violência doméstica
02. femicídio
03. coação sexual e violação
04. “piropos”
05. casamento forçado
06. importunação sexual
07. mutilação genital feminina
08. stalking
Nota: A violência doméstica vai sendo cada vez menos crime de género, mas continua
a ser mais contra a mulher.

07.Proteção dos Velhos


01. abuso físico
02. abuso psicológico
03. negligência
04. abuso financeiro
05. abuso emocional
06. abuso sexual
Violência doméstica sobre idosos na al.a) do art.152º CP pressupõe
coabitação, se não mora na mesma casa, não é violência doméstica.
Maus tratos, pressupõem que haja poder de direção sobre o idoso (hospital, lar)
quando alguém tem obrigação de guardar, e.g. Sais de tua casa, vais a casa do teu avô
e dás um pontapé na boca, o que é? Não é violência doméstica, nem maus tratos
contra idosos, como exige o art.152.º CP, sendo um crime de delito comum.

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