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02.Afinidade
art. 1584º CC, É o vínculo entre o cônjuge e os familiares do cônjuge.
Vínculo familiar menos relevante.Lei nº61/2008 de 31 de outubro: término da
afinidade.
➔ Consequência jurídica da afinidade: excecionalmente a possibilidade de
alimentos, inibição do casamento, mas não tem efeitos jurídicos relevantes,
art.2009º CC (alimentos), art.1602º CC (casamento) + Lei nº137/2015, de 07
de setembro.
Nota: regime jurídico da afinidade tem hoje um sistema misto. A afinidade
pode perdurar ou não para além do casamento. Se o casamento terminar por
morte, mantém-se a afinidade; se o casamento terminar por qualquer
outra forma (divórcio, anulação do casamento), nesse caso cessa também a
afinidade, e.g. a sogra continua a ser sogra se estamos perante um viúvo, mas
deixa de o ser se a pessoa em questão é divorciado/a.
03.Apadrinhamento
Noção: art.2º Lei nº103/2009, de 11 de setembro, relação jurídica, tendencialmente
de caráter permanente, entre uma criança ou jovem e uma pessoa singular ou uma
família que exerça os poderes e deveres próprios dos pais e que com ele estabeleçam
vínculos afetivos que permitam o seu bem-estar e desenvolvimento, constituída por
homologação ou decisão judicial e sujeita a registo civil.
Desvalorizado da prática, vem não resolver uma necessidade que não existia. Não
sentia anseio por uma nova relação familiar. O legislador vem tentar corrigir,
desaparecendo com a adoção restrita, para tentar dar efeito útil a um instituto que não
tinha qualquer efeito útil.
Efeitos jurídicos do apadrinhamento: Lei do Apadrinhamento, Lei de Proteção
de Crianças e Jovens em Perigo.
04.União de Facto
Noção: Relação entre duas pessoas que têm comunhão de leito(cama), mesa e
habitação, forma notória e que perdura há mais de 2 anos consecutivos (se há quebra
termina aquele prazo e temos que voltar a contabilizar), art.1º da Lei da União de
Facto. Viver junto é união de facto de duas pessoas que coabitam; apenas é instituto
de união de facto quando esta relação, para além da partilha de casa, mesa, contribuem
em conjunto para os encargos da vida familiar.
Há autores que a qualificam como relação familiar e outros não, qualificando-a como
relação parafamiliar.
Institutos:
➔ Regime da compropriedade: materialidade da decisão: quem comprou
o carro? quem é que pagou o carro? se são ambos, então o carro é dos
dois (por TB fica o registo) - Se a pessoa A tem terreno, e a casa é
comprada com o dinheiro da pessoa B, de quem é a casa? Dos dois. -
Base legal: Regime da compropriedade.
➔ Regime do enriquecimento sem causa: a pessoa A tem casa num
terreno, mas a casa precisa de obras, e a pessoa com quem vive em
união de facto fornece o dinheiro para obras, terminam o
relacionamento, de quem é a casa? Da pessoa A, sempre. Existiu
enriquecimento da pessoa A.
05. Casamento
O processo do casamento:
A. a promessa do casamento
B. processo preliminar de publicações, art.1597º CC
Impedimentos:
A. idade inferior a 16 anos
B. demência notória
C. casamento anterior não dissolvido
D. parentes na linha reta
E. relação anterior de responsabilidades parentais, Lei nº137/2015, de 07 de
setembro
F. parentes no segundo grau da linha colateral
G. afinidade na linha reta
H. condenação anterior de um dos nubentes
I. falta de autorização dos pais ou do tutor para o casamento do nubente menor
J. prazo internupcial
K. parentesco no terceiro grau da linha colateral vínculo de tutela, curatela ou
administração legal de bens
L. pronúncia do nubente pelo crime de homicídio doloso
Institutos jurídicos:
01. propriedade, art.1678º CC
02. disposição dos bens: regime excecional para o casamento; caso dos imóveis:
al.a), art.1682º CC
Dívidas
al.b) c), art.1695º CC: a regra é a comunicabilidade das dívidas, ou porque estamos
perante encargos normais da vida familiar (habitação, automóvel, TV, escola, etc), ou
pela al.c) proveito comum do casal, despesas contraídas durante o casamento.
06. Divórcio
A banalização do divórcio está a deixá-lo menos traumático, no entanto,
continua a ser uma experiência traumática a vários níveis.
O divórcio é causa de empobrecimento feminino - marcas complexas em quem
o ultrapassa; não é o mesmo uma mulher/homem que tem um divórcio complexo do
que ter mais do que um emprego para fazer face às mais básicas necessidades - “o
pior fim de semana da vida de uma mulher é o primeiro fim de semana sem os
filhos.”.
art.1779 CC: causas de divórcio sem consentimento do outro
01.Filiação
Pode surgir através de procriação sexual.
01. como é que se determina a maternidade
02. como é que se determina a paternidade
03. perceber que hoje em dia a maternidade se presume pelo nascimento
04. maternidade consubstancializa-se por declaração por parte da
progenitora, ou nos casos em que não se sabe a idade da mãe, há uma ação
oficiosa de investigação da maternidade e que termina, ou não, por
reconhecimento judicial (porque pode não ser possível apurar)
Destinatários
art.6º da Lei nº32/2006 de 26 de julho
01. possibilidade de um casal infértil recorrer aos meios tradicionais de
PMA
02. possibilidade conflituosa, mas prevista na lei com valência
constitucional da inseminação post-mortem
03. possibilidade de recurso a dador externo
Problemáticas:
A. dador externo: o TC diz que o dador externo não pode ser incógnito, ainda
que não tenha sido criado regime - pode haver dador externo mas ainda não
existem por não se saber o regime legalmente aceitável -.
B. barriga de aluguer: TC permite que exista barriga de aluguer, desde que
gratuita, mas:
a. se é gratuita ou não? (legislador diz que sim)
b. quem não pode ser? (o legislador apenas proíbe quando há vínculos
económicos diretos, e.g.contrato de trabalho
c. contrato que existe entre a gestante e o casal (legislador foi omisso no
que concerne a este contrato). Este contrato não pode ser deixado ao
livre-arbítrio das partes!
Nota: até quando pode a gestante mudar de ideias? A lei exige um período de reflexão
antes da decisão! Até às 10 semanas, a mulher tem direito a arrependimento, não se
pode negar o direito à interrupção voluntária de tempo em PMA.
V. Adoção
Noção: forma de filiação , com vínculo e afetividade diferentes, não se move da
natureza.
03.Proteção da criança
Nomeadamente nos crimes sexuais…
Abuso sexual de crianças, o CP continua a hipervalorizar a penetração, nº 1 e 3
do art.171 CP, quando há penetração a pena de prisão é superior. Também se
encontra na coação e violação (é o que as distingue).
04.Abuso Sexual
Noção: Abuso sexual de criança é qualquer ato sexual de relevo efetuado em criança
até ao dia que faça 14 anos. Relevo: n.º2 agrava a pena quando existe cópula (sexo
vaginal, oral, anal), quando existe penetração com partes do corpo ou com objetos. No
n.º1 fala em atos sexuais de relevo, tocar a genitália, acariciar a genitália, beijar a
genitália (um apalpão por cima da roupa não é considerado neste âmbito).
Desde que o agente saiba ou deva saber que aquela criança tem menos de 14
anos, sobretudo nas adolescentes que apesar de terem 13 anos, têm toda uma
aparência que faz com que um observador normal naquelas circunstâncias lhe atribua
16 ou mais anos.
Dos 14-16 existe um tipo penal que exige abuso da inexperiência.
O art.173º CP está pensada para quando o agente tem uma posição sobre a
criança da qual abusa aproveitando-se da ingenuidade.
05.Pornografia Infantil
Noção: Um negócio que gera milhões, muitos dos contidos de pornografia infantil que
circulam são feitos por não pedófilos. Há abusadores sexuais de crianças que não são
pedófilos.
Pedófilo é uma patologia que se carateriza por alguém ter uma fixação sexual
por alguém pré-pub que se prolongue por mais de seis anos. Na pornografia, punível a
mera posse art.176º CP, não quer dizer que sejam pedófilos.
06.Violência de género
01. violência doméstica
02. femicídio
03. coação sexual e violação
04. “piropos”
05. casamento forçado
06. importunação sexual
07. mutilação genital feminina
08. stalking
Nota: A violência doméstica vai sendo cada vez menos crime de género, mas continua
a ser mais contra a mulher.