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1. Introdução
▫ Existem dois tipos de execução: a execução singular e a execução coletiva.
▫ A execução coletiva é aquela em que todos os credores vão à insolvência e todas as dívidas são
extintas. A execução aqui tratada será a execução singular em que apenas um credor está a
executar.
▫ Numa ação executiva temos duas partes: o executante (credor), o executado (devedor).
▫ O processo executivo tem dois tipos: o processo ordinário e o processo sumário.
▫ PEPEX – Procedimento Extrajudicial Pré-Executivo, que serve para o credor saber que património
tem o devedor. Em função disso, o credor decide se propõe ou não ação executiva. O grande objetivo
do PEPEX é evitar ações executivas inúteis.
▫ No processo executivo o momento chave é a penhora. Esta é uma garantia real sobre determinados
bens que consiste na sua apreensão, garantindo o pagamento da dívida. A penhora será diferente
em função do tipo de bens sejam móveis ou imóveis.
▫ A oposição da execução ocorre de forma autónoma face à ação executiva e serve para o executado
apresentar fundamentos que invalidem a decisão executiva. A oposição não tem um efeito
suspensivo da penhora.
▫ Os dois principais títulos a que é atribuída, por lei especial, força executiva, são a injunção e a ata de
condomínio.
2.1.4.1. Injunção
2.4. Legitimidade
▫ O ponto de partida para a legitimidade é o artigo 53º CPC. De acordo com este artigo “A execução
tem de ser promovida pela pessoa que no título executivo figure como credor e deve ser instaurada
contra a pessoa que no título tenha a posição de devedor”.
▫ Há, contudo, desvios a esta regra:
o Situação de morte do devedor ou credor original (artigo 54º/1 CPC): nesta situação, poderá
o herdeiro representar o de cujos, deduzindo os factos constitutivos da sucessão logo no
requerimento executivo. Assim, não será a pessoa que conste do título a ser parte na ação,
mas sim o seu representante. Isto funciona quer do lado ativo (lado do credor), quer do
lado passivo (lado do devedor).
o Situação de existência de garantia real sobre bens de terceiro (artigo 54º/2 CPC): A ação
executiva tem de ser proposta contra quem detém o bem, caso contrário não se conseguiria
atacar os seus bens. Neste caso, o terceiro poderia defender-se através de embargos de
terceiro. Esta regra surge do artigo 752º/1 de acordo com a qual, havendo garantia real de
uma dívida, a execução tem sempre de começar pelos bens dados como garantia da
obrigação.
o Situação em que os bens do terceiro sobre os quais recaem a garantia não são suficientes
(artigo 54º/3 CPC): depois de penhorado e vendido o bem da garantia real, sendo este
insuficiente, o exequente pode requerer o prosseguimento da ação executiva contra o
devedor.
o Situação em que os bens onerados ao devedor estão na posse de terceiro (artigo 54º/4
CPC): pode o terceiro ser logo demandado juntamente com o devedor.
▫ A ilegitimidade das partes constitui uma exceção dilatória de conhecimento oficioso (artigos 577º/1
e 578º CPC). Consequentemente, cabe ao juiz, sendo insanável, proferir despacho liminar na petição
inicial (artigo 726º/2, b) CPC; e sendo sanável, proferir despacho de aperfeiçoamento (artigos 6º e
726º/4 CPC). Se a exceção dilatória não for sanada, deve o requerimento executivo ser indeferido
(artigo 726º/5 CPC).
2.5.1. Litisconsórcio
▫ Junção de dois ou mais autores ou réus na mesma ação.
▫ Litisconsórcio voluntário: quando podendo o pedido ser formulado por apenas um autor ou contra
apenas um réu, tenha sido formulado por vários autores ou contra vários réus.
▫ Litisconsórcio necessário: quando a lei, o negócio jurídico ou a própria natureza da prestação a
efetuar imponha a intervenção de todos os interessados na relação controvertida.
▫ Na ação executiva temos também o litisconsórcio sucessivo, quando em consequência da dedução de
um incidente de intervenção de terceiro, este fique a ocupar na ação proposta a posição de autor ou
de réu, ao lado da parte primitiva.
2.5.2. Coligação
▫ Aliança de várias pessoas ou entidades visando o mesmo fim.
▫ A coligação é permitida em processo executivo quando nenhum dos pedidos se baseie em decisão
judicial (artigos 709º/d) CPC ex vi artigo 56º/1 CPC) e não se verifiquem nenhuma das
circunstâncias impeditivas do artigo 709º CPC e do artigo 56º CPC.
▫ Por virtude da remissão do artigo 56º/3 CPC para o artigo 709º/ 2 a 5 CPC, observam-se na
coligação, quanto à competência em razão do valor e do território as seguintes regras:
o Quando todos os pedidos se fundem em títulos judiciais impróprios, a ação executiva corre
no tribunal do lugar onde haja corrido o processo de valor mais elevado.
o Quando hajam pedidos fundados em título judicial impróprio e outros em título
extrajudicial, a ação executiva corre no tribunal em que haja corrido o processo em que o
título se formou.
o Quando todos os pedidos se fundem em título extrajudicial, a competência determina-se
nos termos do artigo 83º/2 e 3 CPC.
o Segue-se a forma de processo ordinário quando os pedidos originariam, isolados, formas
de processo comum distintas.