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Resumos Processo Executivo

Este direito de acesso a justiça do acesso ao direito decv ação que por sua vez do direito à
ação executiva e a ação declarativa.

- Art.2ºnº1: temos direito de obter uma decisão e mais que isso temos o direito de executar
essa ação – norma adjetiva de direito processual;

No artigo 817ºCCIV, temos direito á ação declarativa e parte final dá acesso a ação
executiva;

Concluímos que todos nós temos direito a uma decisão e de faze la executar.

- Perante o incumprimento de uma determinada obrigação e enquanto esta estiver em litígio


temos de recorrer a uma ação declarativa, mas depois da decisão da mesma, se o devedor
não colaborar podemos atuar com os mecanismos que permitem de forma coerciva de obter
a prestação. Apenas é possível avançar para esta ação quando exista uma decisão
transitada em julgado e o réu continua a não querer cumprir a sua obrigação.

Exemplo: Construção de um muro; pagamento de divida no valor de 5.000€ o credor tem


direito de exercer o seu direito de execução para ver a sua obrigação realizada.

Dentro das ações executivas existe relativamente ao fim:(art.10ºnº6 CPC,


Quanto ao
fim
art.817º+828º+829º CCIV)

Art.10ºnº6  Execução para pagamento de quantia certa; (Art.724º a 858º)


 Execução para entrega da coisa certa; (Art.859º a 867º)
 Execução para prestação de facto; (Art.868º a 877º)

Ações quanto ao objeto: (art.10ºnº1)

 Declarativas;
 Executivas;

- Art.10ºnº4: definição de ação executiva; pedimos que sejam descadeirados os


mecanismos de forma coerciva para que a obrigação que lhe é devida seja sanada.

Só podemos pedir as diligencias desde que se tenha na mão um título executivo; só há


execução desde que exista um título executivo que permita entrar na ação e requer que
sejam feitas as diligencias necessárias para que o credor possa pedir coercivamente aquilo
que tem direito. O credor só tem direito aquilo que conste daquele título executivo
(art.10ºnº5).

Exemplo: Se o jarrão já não existir teremos que colocar uma execução para entrega de
coisa certa e depois dentro da ação vai se provar que já não existe a coisa, e assim poderá
existir a diferença e mudar para execução de pagamento de quantia certa. (Art.867ºnº2).
Exemplo prestação de facto: se a prestação for fungível podemos pedir para a prestação
ser realizada por outra pessoa (art.870º) e convertemos uma prestação de facto para
pagamento de quantia certa.

- A execução quanto ao fim é determinada pelo título executivo, perceber que obrigação o
credor tem direito etc., independentemente de algumas das execuções, acontecer
porventura a conversão de uma execução para pagamento de quantia certa e tem que ficar
aprovada dentro do processo de execução.

- É o título que define o fim e os limites (subjetivos: quem são os sujeitos – devedor e credor;
objetivos: não se pode requerer nem mais nem coisa diferente daquilo que consta no título
executivo a não ser que a lei permita)

Exemplo: art.703º: determina a possibilidade de alargar a ação executiva para os juros de


mora (não se encontram no título, mas encontram se na lei).

Outro exemplo é a ata de assembleia de condómino (decreto-lei 268/94) que reúna os


requisitos previstos no artigo 6º do DL que constituiu título executivo, abrangendo juros de
mora e sanções pecuniárias; este diploma complementar à lei da propriedade horizontal e
que sofreu alterações pela lei 8/2022.

Nota: os limites subjetivos e que dizia que era através do título que se via quem tem
legitimidade ativa e passiva resulta do artigo 53º; a lei trata de um critério formal e é
executado quem consta no título como devedor e é exequente quem conste no título como
credor, a exceção que a lei permita.

- Para pedir uma ação executiva basta pedir o título executivo?

Não. Na ação executiva também existem pressupostos processuais: gerais e específicos.


Os gerais são relativos às partes e relativos ao tribunal, o que significam que são aquelas
condições que já conhecemos de processo civil (personalidade judiciaria, partes legitimas,
obrigação de constituição de advogado, se houver pluralidade de partes, litisconsórcio etc.)
São diferentes na legitimidade, nas condições de coligação, no patrocínio judiciário
obrigatório (art.53º a 58º). A propósito dos tribunais, trabalhasse a competência dos
tribunais;

Em relação aos pressupostos específicos existe um de natureza formal (título executivo)


(art.703º a 708º) e depois temos específicos de natureza material (certeza, exigibilidade,
liquidez – obrigação exequenda porque é a obrigação que se pretende executar) (713º a
716º)

- Pode haver títulos compostos, mas resultam sempre de um documento ou podem resultar
de um conjunto de documentos que a lei atribuiu valor;

- Não basta afirmar que tem o titulo, este tem de aparecer (art.724ºnº4) junto com o
requerimento executivo; por força da tramitação ser eletrónica (art.712º) a lei permite que se
junte a copia digitalizada desde que tenha constituído mandatário, mas por exemplo se se
tratar de um titulo de crédito, depois de 10 dias da distribuição temos que juntar o documento
físico sob pena de a execução se extinguir (art.724ºnº5).

- Art.725º: motivos de recusa do requerimento: se não se juntar a copia original do título


a circunstância de não o juntar pode dar origem a que o requerimento não seja aprovado e
pode ser motivo para o juiz indeferir e para o executado se defender.

- O título é como se fosse o “embrulho” que tem no interior uma obrigação e é essa obrigação
que consta do título, as duas coisas estão intimamente ligadas porque não pode existir uma
execução sem as duas. É a forma que foi adotada para a existência, ou a constituição ou o
reconhecimento de uma obrigação. Por exemplo, se for uma escritura, o documento é o qual
pelo que se reconheceu; em contrapartida se for uma ata de condomínio é pela lei; quando
se preenche um cheque é dar uma ordem de pagamento e pela emissão do cheque nasceu
a obrigação de pagar a quantia.

Na ação executiva consegue se que seja cumprida essa obrigação de forma certa, líquida e
exigida.

Trata se do cumprimento coercivo, que através do tribunal consegue se realizar a prestação


que o devedor deveria de ter feito e não o fez, ou seja, o devedor já devia ter condições de
a cumprir e não cumpriu. Para que um devedor possa cumprir a obrigação tem que estar
determinada; por outro lado, a exigibilidade, ou seja, se a obrigação ainda não pode ser
exigida do devedor ainda não podemos exigir pelo tribunal, não podemos exigir a força ao
devedor uma obrigação que ele ainda tem o limite de cumprir; a liquidez é quando as
obrigações ainda não estão apuradas o seu quantitativo, tem que ser resolvida previamente:

Exemplo: pagamento 1000€ + juros, antes de avançar teremos que apurar os juros. Basta
o exequente na ação calcular os juros. Numa coleção de selos, teremos que primeiro quando
for necessário apurar o quantitativo para depois avançar.

Execução para pagamento de quantia certa:

- O ato por excelência é o ato da penhora. A penhora é um ato de apreensão de coisas ou


direitos que pertençam ao devedor e passam a constituir garantia da prestação a que temos
direito. É uma fase da ação executivo, e dos efeitos que produz há consequências também
para terceiros e ficam ligados ao cumprimento daquela obrigação (existe semelhanças ao
direito real de garantia) (art.822ºCCIV). Os direitos reais anteriores de garantia são
superiores a penhora.

Sem a penhora a execução vai acabar porque é um insucesso, ou seja, a execução vive da
penhora.

Transmissão do bem ou
direito para terceiros ou para Pagamento
Penhora o próprio credor

VENDA
(entregar ao exequente
o valor que tem direito)

Penhora Clássica: dá se a penhora, venda e pagamento. O pagamento


corresponde à entrega ao exequente do valor que este tem direito a receber;
no artigo 737º determina os bens impenhoráveis. O artigo 795º determina
como é que o pagamento é efetuado, caso se trate de dinheiro este é
colocado numa conta própria do agente de execução e depois entregue ao
credor. Existe, contudo, outras formas de pagamento: entrega de dinheiro;
adjudicação dos bens penhorados, consignação e rendimentos, produto de
venda.
- A ação executiva tem que ser proposta; não nascem espontaneamente tem que ter impulso
processual e iniciam se em instância executivo e para se chegar a penhora teve que haver
um requerimento executivo e antes disso o executado ser citado. Porem em certos casos,
admite se que ele seja citado em casos que a penhora já tenha sido feita. A lei permite em
casos em que a execução seja “forte” porque existe a presunção de título e que o executado
já tenha tido tempo para cumprir com a obrigação (injunção e uma sentença). Existe um
grupo de execuções que a lei permite que se encontrar bens são penhorados e depois é
que são citados os executados. Chamam se execuções para pagamento de quantia certa
comum sumária (exceção) – penhora imediata (há dispensa de citação prévia e dispensa
de despacho liminar) – art.855º + art.856º.

Nas execuções para pagamento de quantia certa comum ordinária (regra) – existe
despacho liminar + citação prévia – ou seja, o executado é citado antes da penhora ser feita.

Quem faz as citações nas execuções são o agente de execução (art.726º).

Sujeitos No Processo:

- Encontramos as partes: o exequente e o executado. Tendo em conta o modelo de ação


executiva até 2003 tínhamos uma ação em que o juiz tinha um papel no processo e o
exequente tinha que pedir tudo, e existia atos de penhora que quem fazia era a secretária
ou o exequente;

- Só pode ser agente de execução solicitador ou advogado. Há uma entidade externa que
controla os agentes de execução, estão sujeitos á lei e a um código deontológico e praticam
atos de processo executivo e são eles que conduzem as ações executivas. Na fase inicial,
designada onde aconteça a penhora, o agente está mais presente ou não (execução
ordinária menos presente; execução sumária mais presente). É o agente que tem de
impulsionar oficiosamente o processo. Nas execuções sumárias, o agente faz a penhora
etc. O juiz está sempre para decidir eventuais litígios que possam surgir: aparecem ao lado
da ação executiva (apensos) que têm natureza declarativa e a decisão que seja feita nos
apensos têm reprocruções no processo executivo.

O nosso modelo de ação executiva não é a execução singular e sim um modelo misto onde
o credor coloca a ação executiva e caso existe outros credores com um direito real de
garantia sobre o bem que foi alvo de penhora.

Por força do artigo 786ºCPC, sempre que um objeto que tenha sido alvo de hipoteca e ele
tenha direito real de garantia sobre o bem, o mesmo é chamado a responder/manifestar.

Há um apenso e que se determina se as pessoas realmente são credoras e se


tem garantias, havendo uma hierarquia para recebimento do produto de venda. O estado
possuiu garantias reais onde passa a ter o direito em ser pago o valor daquela coisa em
relação aos restantes credores (privilégios creditórios).
Títulos Executivos
Art.703ºCPC;

- Não há mais títulos executivos do que aqueles que estão presentes no artigo acima
referido; contudo existe uma alínea d) que abre a porta para existir legislação avulsa que
consagra outros títulos executivos a outros documentos; alguns estão dentro do código, mas
noutras categorias;

 Títulos judiciais: resultam de uma decisão judicial;


 Títulos extrajudiciais: não existem intervenção de nenhum juiz. São formados
entre as partes ou resultam da lei.
 Título para judiciais ou títulos judiciais impróprios: são títulos que são
formados em ambiente judicial, mas não têm a intervenção de um juiz. Cremos
dizer que as vezes podem ser formados dentro de um processo, ou dentro da
própria ação executiva (exemplo: art.777ºnº3 – não tem a intervenção do juiz,
mas que se constituiu um título executivo e que foi formado no âmbito de um
processo; o mais paradigmático é o requerimento de injunção com formula
executória onde não há intervenção do juiz e foi formado em ambiente judicial,
ou seja, é colocado o requerimento de injunção, o devedor é notificado para
pagar ou se opor e se não o fizer no prazo de 15 dias é colocado o requerimento
de injunção com formula executória);
 Título de natureza privada: o legislador decidiu que resulta da lei para interesse
privado, tem de ser ágil a cobrança da ação executiva.

Títulos Judiciais
Art.703º;

- Tem de ter natureza condenatória (sentença que colocam fim ao litígio, neste caso as
sentenças que conheceram o mérito da causa e que têm uma natureza condenatória.)

- As sentenças almogatórias também têm o mesmo valor para títulos judiciais, juntamente
com sentenças que seja sancionatória.

- A lei diz que só as sentenças condenatórias são títulos executivo. Existem ações
declarativas de simples apreciação, de condenação e de constitutivas. As sentenças
condenatórias que sejam proferidas numa ação declarativa de condenação são títulos
executivos. Todas as ações que sejam proferidas numa ação de simples apreciação não
têm título executivo porque essa ação esgota se e não tem capacidade para dar origem a
um processo executivo. As ações proferidas nas ações constitutivas (alteração na ordem
jurídica) podem ter título executivo ou não. Em cada caso em concreto, temos que avaliar
se é necessário ir mais alem para satisfazer o final do processo.

Exemplo: num divorcio, a ação constitutiva extingue se no momento em que se separam.


Numa ação de despejo, as vezes não são entregues os imoveis e por isso é necessário
seguir para uma ação executiva.
O que cabe no conceito de sentença?

Pra ter a certeza de que uma sentença condenatória seja título executivo temos que ter
outros requisitos presentes no artigo 704º.

Meramente devolutivo

Sentença condenatória
transitada em
julgado(art.628º)

Suspensivo Tipo de Recurso

Sentença
Condenatória Depende dos efeitos do
recurso se tiver efeitos
Meramente Devolutiva suspensivos não se pode
executar. Se nao tiver feitos
Sentença declaratoria não suspensivos pode se executar
transitada em julgado
(recurso pendente)

Suspensiva Não se pode executar

Nota: Depende sempre dos efeitos do recurso (art.627º); aquisição (art.644º nº1 para 2º
instância); revista (art. 671º/676º) é para o supremo tribunal.

Se admitir o recurso, passa para o tribunal de 2º instância já sabendo qual é o efeito:


meramente devolutivo (apenas entregamos o recurso ao tribunal superior, mas pode
acontecer na mesma mudança no tribunal de 1º instância) ou suspensivo.

Regra geral, o efeito é meramente devolutivo. Só em casos excecionais e que a lei permita
é que existem recursos de efeitos suspensivos. No caso da apelação, no artigo 629ºnº3
existem casos onde há recurso independentemente do valor, e podem ser entrepostos e
estão ligados ao efeito suspensivo.

Exemplo: Nas ações de despejo é possível recorrer independentemente do valor. Se p réu


for condenado a entregar o arrendado, o reu pode entrepor recurso e enquanto este estiver
pendente não se pode fazer nada porque conjugando com o art.647º esse recurso tem efeito
suspensivo.

Caso o recurso seja procedente, a ação extingue se (art.704ºnº2). Se o recurso for


procedente a execução extingue se, caso seja improcedente a execução torna os seus
termos do sítio onde parou.

Apenas não se pode proceder ao pagamento quando a sentença não esteja transitada em
julgado.
Exemplo 1:

A execução entra, há penhora, mas se o executado quiser travar a execução tem de prestar
caução (para evitar a venda). A única exceção é no caso de ter sido penhorada a sua
habitação efetiva. Contudo tem de ser requerido, e o executado tem de demonstrar que a
venda da casa lhe vai causar prejuízos irreparáveis. (art.704ºnº5)

Exemplo 2:

A execução vai ser condicionada pela decisão que se venha a tornar definitiva (transitada
em julgado) que pode ser no mesmo sentido ou noutro. Apenas não se pode pagar ao
exequente e aos demais credores, mas não se pode proceder ao pagamento a menos que
preste caução. (art.704ºnº4)

- Numa sentença de recurso pendente nunca há pagamentos;

- Se a lei admite que haja venda, e se à possibilidade de o recurso depois dar razão ao
executado e o mesmo não travou a execução e viu o seu bem vendido, o legislador criou
um mecanismo para corrigir isto e o artigo 839º diz que a venda as vezes pode ficar sem
efeito, ou seja, uma venda que foi feita neste contexto (com recurso pendente) é uma venda
que poderá produzir efeitos ou não. Quem compra tem conhecimento, porque nos anúncios
que são feitos para venda diz que a venda está a ser feita numa execução com recurso
pendente (art.817ºnº4) – sentença com recurso pendente, execução com recurso a penhora
pendente e execução com oposição a execução pendente.

Dentro do equilibro de esforços quem tem a vantagem é o exequente.

Sentença de condenação genérica e pedidos genéricos

Os pedidos ocorrem na petição inicial (art.556º), onde os pedidos genéricos são permitidos:
universalidade de facto ou de direito, o mais comum é quando não é possível determinar o
facto ilícito (responsabilidade civil em que ainda não está em condições de dizer
concretamente quais são os prejuízos que foram causados).

Formula se a petição inicial, onde existe um pedido genérico, e temos o mecanismo de


liquidação de apurar o quantitativo – incidente de liquidação (acontece no âmbito de um
processo, que condiciona o resto para depois avançar, através do qual se apura o
quantitativo(art.348º). Nesse incidente, da entrada nos próprios autos, faz um requerimento
e a prova incide sobre factos, onde teremos de alegar factos, cuja prova tem de ser descrita
para chegar aos valores. Pedimos ao juiz que fixe os valores do prejuízo no montante de X.

- O 704ºnº6 diz que as sentenças de condenação genéricas não são sozinhas, não
constituem e não tem força executiva. A lei diz que para a sentença ser de título executivo
e de condenação genérica teremos que adicionar primeiro o incidente de declaração, pode
ser feito mesmo depois de se extinguir a instância e podemos pedir a renovação da
instância, temos que juntar a decisão que seja proferida no incidente de liquidação.

Ocorre antes da ação executiva


- Para depois procedermos para a ação executiva, as duas coisas (liquidação e sentença)
dá origem ao título executivo.

- Afirmamos que estamos perante um título executivo composto.

Resumindo:

Uma ação declarativa que seja procedido uma sentença de condenação genérica e que seja
proferido uma ação genérica e que não seja possível quantificar o quantitativo vai dar lugar
a uma sentença de condenação genérica e para avançar para ação executiva temos que
executar um incidente de liquidação e só depois do que for decidido no incidente de instância
é que teremos um título executivo e poderemos avançar para a ação executiva. A sentença
só constituiu título executivo após a liquidação ser executada no processo declarativo.

- O artigo 358ºnº2 + o artigo 359º - diz-nos o que teremos de fazer: apresentar um


requerimento, especificar os danos do facto ilícito e pedimos uma quantia certa, ou
especificar os danos, mas sem uma quantia certa.

Teremos na mesma, articulados, prova e decisão – as duas coisas juntas são o título
executivo.

- Pode acontecer que a liquidação seja feita através de arbitragem, mas não é os casos mais
comuns.

Título Executivo Judicial

A alínea b) do artigo 703º, prevê os títulos executivos extrajudiciais, essencialmente dá conta


de duas coisas: forma de documento + conteúdo que pode dar ao título executivo.

Forma: os documentos autênticos, são aqueles que são exarados pelo notário; um
documento que seja exarado pelo notário é autêntico; alem dos documentos autênticos
temos os documentos particulares feitos pelas próprias partes: autenticados - sujeitos a um
termo de autenticação feito pelos que têm autenticidade e os documentos particulares – não
foram sujeitos a termo de autenticação;

A alínea b) abrange os documentos autênticos e os documentos particulares


autenticados.

Reconhecer as assinaturas não atribuiu ao documento força executiva.

Conteúdo: para ser título executivo tem que através dele tem que se ter constituído ou
reconhecido qualquer obrigação; poderá ser uma obrigação de pagamento, entrega da coisa
ou prestar um facto – a lei não excluiu nenhuma das obrigações. Esclarece que o
documento, será título executivo na medida em que se tenha constituído uma obrigação ou
reconhecido uma obrigação: documentos constitutivos (foi através daquele ato que a
obrigação se constituiu) e documentos recognitivos de obrigações (é um documento que
vai reconhecer uma obrigação que foi previamente constituída).
Documentos
autenticados

forma
Documentos
Particulares
Autenticados (DPA)
titulo executivo
judicial
Documentos constitui-se a obrigação
Constitutivos através daquele ato

Conteúdo
Documentos a obrigação já foi
recognitivos de efetuada, apenas
obrigações reconhece a obrigação

Na alínea c), foi alterada pelo código processo civil de 2013, antes os documentos
particulares eram títulos executivos. Depois de 2013, deixaram de ser títulos executivos.
Colocou se a questão a dúvida “documentos elaborados antes de 2013 enquanto ainda eram
títulos executivos, deixaram de ser título executivo?” – Houve problemas da aplicação da lei
no tempo, e ao alterar se a alínea se ela ia tirar os documentos de títulos executivos. Alguns
tribunais aceitavam as execuções outros rejeitavam, e o tribunal constitucional veio decidir
pela inconstitucionalidade, quando interpretada para retirar força a executivo a esses
documentos por violação do princípio de confiança (acórdão 408/2015).

Estamos restritos aos títulos de crédito, nas execuções, porque são títulos executivos, que
já tem um modelo pré-concebido e que servem de meio de pagamento porque através deles
conseguimos dar ordens de pagamento ou promessas de pagamento. Quando entregamos
a alguém implica que somos devedores dessa pessoa. Uma coisa é a relação subjacente e
independentemente dessa relação nasce uma nova relação jurídica de caráter abstrato e
que tem autonomia da relação subjacente. (art.29ºLUC + artigo 52º LUC)

Cheque há um ano: executa a obrigação de carater abstrato (obrigação cambiária) mas


esta extingui se através da prescrição. A prescrição não é de conhecimento oficioso.

1. Título de crédito enquanto tal para executar uma obrigação cambiaria reunindo
todas as obrigações, entre na ação executiva e não precisa de explicar a ação
subjacente;
2. Título de crédito, porem a obrigação cambiária já se extinguiu. Caso o executado
não diga nada, o que será pouco provável, na medida em que a prescrição tem de
ser invocada, por isso o juiz ou agente de execução não diz nada; posso receber o
valor do cheque desde que o executado não diga nada ou não se recebe nada se o
executado invocar a prescrição.
A causa de pedir não se pode alterar a não ser pelo acordo das partes.

3. Posso usar os documentos como meros quirógrafos (documento particular);


perderam as qualidades e estão a servir como meros documentos particulares, mas
neste caso teremos de alegar no requerimento executivo os factos da relação
subjacente porque essa é que será a causa de pedir. Se isto acontecer, o executado
não poderá invocar a prescrição da obrigação cambiária.
Porém, é sempre no pressuposto de que a relação subjacente é válida.

Documentos disposição especial seja atribuída força executiva: em legislação avulsa,


o exemplo que tem de saber é o da ata da assembleia dos condóminos (dl 268/94 – art.6º).
para valerem como título executivo há condições mais apertadas: valor anual de cada fração
e data de vencimento – nas ações executivas só pode se entrar se for ilegível. (lei 8/2022
de 10 de janeiro)

A obrigação tem de estar determinada; antes teremos de decidir qual das obrigações será
realizada. Do ponto de vista da liquidez, só se pode avançar quando se souber o quantitativo.
Tem que se saber antecipadamente.

Relativamente à exigibilidade só se pode exigir à força uma que o devedor teria que fazer.
A obrigação teria de ser exigida.

Tem de ser condições definidas à partida.

Tem de estar definido quando? Antes da execução? Durante a execução?

O que o legislador diz, de acordo com o artigo 713º, afirma que a execução inicia se pelas
diligencias de forma a torná-las certas, líquidas e exigível. Dá a entender que ocorrer dentro
da execução. Contudo, teremos que condicionar ao facto de ação executiva só se tornar
certa, líquida e exigível quando for necessário. Podemos olhar para o título e constatar que
a ação é certa, líquida e exigível. Pode acontecer que constate que não se verifiquem, mas
não se pode fazer nada para se verificar. Temos o exemplo de uma obrigação a prazo, em
que por exemplo no título temos que o devedor tem de pagar em janeiro de 2025, a
obrigação ainda não é exigível e não podemos fazer nada. A execução não se vai iniciar
porque não há nada a fazer. Na verdade, há outros casos em que alguns destes requisitos
a luz do título executivo diz que não tem nenhuma destas qualidades, mas podemos fazer
algo para que comprovar os requisitos do artigo 713º. O regime associado é os dos artigos
714º,715º e 716º.

 Certeza: o exemplo de uma obrigação incerta é o das obrigações alternativas. Só


se tornam certas quando se faz a escolha. Se olhar para um título executivo e se lá
constar uma obrigação alternativa, teremos que resolver antes de avançar: fazer a
escolha. Como sabemos quem te de fazer a escolha? A escolha pode ser feita pelo
credor, devedor ou um terceiro.
 Exibilidade: obrigações puras: as partes não estipulam um prazo, são exigíveis a
todo o tempo. Esta é exigível e o devedor tem de ser interpelado para incorrer em
mora. Esta pode ser judicial (citação) ou extrajudicial. As obrigações a prazo,
enquanto o prazo não correr não são exigíveis; se o prazo decorrer são exigíveis,
porque o devedor incorre logo em mora.

Regime aplicável às obrigações com condição ou sinalagmáticas.

Art.715º: obrigação sob condição: é ónus do exequente juntar factos e prova de que resulte
que a condição já se verificou. O legislador preferencialmente, diz para juntar prova
documental, o que não se verifique que use outra, mas se for inequívoca, o legislador deixa
que a questão seja resolvida sem ouvir a parte contraria. O legislador só no nº3 é que diz
que se não houver prova documental pode juntar outra prova. Se o juiz decidir ouvir o
executado manda cítalo – esta execução tem sempre citação prévia. O despacho limiar
existe sempre, porque há partida o juiz tem sempre de ver os documentos.

O artigo 550ºnº3, na alínea a) também refere o artigo 715º é uma execução que segue a
forma ordinária, em que regra geral vai haver despacho limiar e citação prévia. O executado
é citado e se quiser colocar em causa vai colocar em sede de encargos do executado, ou
seja, uma concentração da defesa – nº5.

A oposição há execução é o mecanismo que o executado usa para se opor. A oposição


normas gerais estão no artigo 728º e seguintes. No executivo pro executado se defender,
defendesse através de embargos de executado. Vai nascer um apenso ao lado da execução
para ele se defender.

Nota: quando o executado é citado, e lhe é dito que se não deduzir oposição dá se verificada
a condição e avança se.

Obrigações puras: essa obrigação só por si reúne do ponto de vista da exigibilidade as


condições necessárias para a propositura da ação executiva. É a citação que vai servir de
interpelação para o cumprimento. Traz algum risco avançar usando a citação para ser
interpelação do devedor? Para evitar é conveniente, mas não é obrigatório. De acordo com
o artigo 535ºb) diz que se o devedor só incorrer em mora e a citação seja usada para
interpelação e só incorrer depois de ser citado, se não deduzir oposição, o exequente incorre
no pagamento das custas do processo.

É obrigatório interpelar antes? Não, porque não falta nenhum pressuposto processual.
Incorre é o risco de ser invocado o artigo 535º. Para evitar esta consequência usa a
interpelação extrajudicial.

Uma obrigação pura está em termos de ser executada, o credor deveria de interpelar de
forma extrajudicial embora não seja necessário. Pode realizá-la de forma judicial em que
corre o risco de o exequente pagar as custas judiciais.

Nota: no artigo 550º, usa se o requisito de a obrigação estar vencida, o devedor tem que
estar em mora, e se estivermos perante uma obrigação pura, para ter o requisito vencimento
teremos que fazer a interpelação antes. Contudo se não se fez, a execução entra na mesma,
mas por acaso se pudesse ser sumária ela será ordinária porque tem tudo o resto, mas não
tem o convencionamento das partes.

É um motivo para fazer a interpelação extrajudicial para beneficiar da forma sumária.

 Liquidez: a obrigação para ser executada tem de ser líquida ou tornar se líquida.
Apurar o quantitivo se falarmos de uma obrigação pecuniária, mas também significa
liquidar relativamente universalidade, identificarmos as coisas que compõem a
universalidade ou direitos.

Exemplo: entrega de uma biblioteca. A biblioteca é uma universalidade, a dada altura


teremos que saber o que compõe a biblioteca.
Quando se está numa ação executiva para entrega de coisa certa, se for uma universalidade
a operação de liquidez é fundamental, porque tem de se explicar as coisas que compõem a
universalidade para se depois dar se a apreensão.

O que acontece mais frequentemente é a necessidade de apurar quantitativos.

Temos como exemplo, uma obrigação de pagamento de juros.

Quando as obrigações são liquidaz, não há problema. Quando são ilíquidas carecem de ser
liquidadas e é necessário apurar o montante.

Como se faz? Quem faz? E onde se faz? Desde logo depende da maneira como será feita
a liquidação. Na maioria dos exemplos é necessário realizar um cálculo e a liquidação na
maioria das vezes quando se faz uma das formas é através de calculo aritmético. Quem faz
é o exequente, no requerimento executivo, especificando (art.716ºnº1) como chegou aquela
conclusão. Pode acontecer de os juros continuarem-se a vencer e estejam a ser devidas
quantias a título sanção pecuniária compulsória e nestes casos quem faz o apuramento é o
agente de execução (art.829ºA).

O artigo 724ºh) também reforça que é feito no requerimento executivo.

Quando é o agente de execução que faz também podem reclamar.

Existe uma situação mais rara que traz um regime excecional. A liquidação não se consegue
fazer por calculo aritmético. Tem de se alegar factos, juntar prova e o juiz decide. Isto
acontece no exemplo das sentenças de condenação genéricas. Nesse caso é um problema
da formação do título executivo. Pode acontecer o mesmo problema e o título ser
extrajudicial.

Exemplo: imagine que A com filho pequeno entre num antiquário. O senhor B tinha acabado
de receber umas peças novas e não sabia o valor. A criança parte uma ou duas peças. A
num sentido de responsabilidade, responsabiliza se e vai ao notário e reconhece se
responsável pelos danos causados. A quantia a pagar ainda não se sabe.

Estamos perante alguém que se reconhece devedor, um documento que é título executivo,
mas a quantia não é líquida e nem se consegue liquidar através de calculo aritmético
(art.716ºnº4).

Em vez de se calcular um facto, vai se alegar um facto. Explicar o valor das peças que é de
X e coloca no requerimento executivo, junta prova e avança com a ação executivo. Só pode
acontecer se o título não for judicial.

Como consequência, entra se numa ação executiva que tem de se resolver a liquidação e
ouvir a parte executada e o executado vai ser citado previamente e terá de se prenunciar se
não considera se a obrigação líquida e vem discutir em sede de embargos. É um problema
que será resolvido dentro dos embargos do executado. É um caso em que a obrigação por
ser ainda definida o seu montante e não se pode definir por calculo, determina que o
executado seja citado previamente logo a execução será ordinária (art.550ºnº3 b)).
Pressupostos Processuais Gerais
Competência dos tribunais:

Em termos de tipos de competência, critérios, são exatamente os mesmos da ação


declarativa.

 Competência internacional: se estiver em causa saber se os tribunais portugueses


são competentes, o diploma para saber a competência internacional é o que se
aplica na falta de regulamento europeu ou tratado – regulamento de Bruxelas 1 que
continua a ter aplicação – art.24ºnº5 (regulamento) – 63ºd) CPC. Considera se que
somos sempre competentes para executar bens que se situem em território
português. Não há permissão para que outro estado venha executar em território
português.
1. matéria – distinção entre ordens jurisdicionais, tribunais judiciais e outras
ordens. As execuções fiscais não são da nossa competência, porque são
dirigidas e tramitadas junto da administração.
2. Hierarquia – no caso do executivo, para as execuções é exclusivamente
competente a 1ºInstância. Não há exceções. Os tribunais superiores são
tribunais de recurso. Excecionalmente, a LOJ atribuiu lhes competência de
1ºInstância. Contudo não lhe é atribuída nenhuma exceção para competência
executiva.
3. Território – distinguir a norma aplicável consoante o título executivo. O artigo
85º aplica se quando tiver em causa uma execução e uma sentença num tribunal
português; o artigo 89º aplica se de forma geral. Quando está em causa o artigo
85º, corre nos próprios autos, ou seja, nas execuções de sentença, o exequente
que dá entrada da ação executiva apresenta o requerimento executivo no
mesmo processo. Portanto, há partida leva se a pensar que o tribunal
competente é o mesmo. O artigo 129ºnº2(LOJ), diz que não vão para o juízo de
execução tribunais que têm competência executiva própria, mas não podem
julgar juízos de execução. O artigo 85º acrescenta que nos termos da LOJ seja
competente para a execução juízo especializado deve ser remetido com carater
de urgência, copia da sentença e documentos – a secretária oficiosamente
remete para o juízo de execução; só acontece se o mesmo existir. O nº2 do
artigo 89 aplica se: execução pra entrega de coisa certa ou execução de divida
com garantia real associada (hipoteca) – neste caso, o tribunal competente é
respetivamente: 1º o lugar onde a coisa se encontra; 2º lugar da situação do bem
onerado. O nº1 do artigo 89º é igual ao artigo 71º; tem duas partes: a primeira
parte é aquela que determina que o tribunal competente para uma execução é o
domicílio do executado, é uma regra que se aplica a todos os casos que caiam
neste âmbito; a segunda parte é uma faculdade atribuída ao exequente na
medida em que se verifique duas condições: o executado é pessoa coletiva, ou
o exequente e o executado têm residência na mesma área metropolitana, ou de
lisboa ou do porto. Se as partes não convencionam, o lugar da obrigação
pecuniária é o domicílio do credor (art.774ºCCIV).
 Competência em razão da matéria:
o Competência genérica
o Competência especializada: se estes forem competentes estes não abrem mão da
sua competência e ficam apenas a ser estes; se existirem juízos de execução, regra
geral, estes absorvem a competência da sua execução.
4. Valor – superiores a 50.000€, é competente o tribunal e juízo central cível
(art.117ºnº1b) LOJ); valores iguais ou inferiores a 50.000€ é competente o juízo
local cível ou competência genérica (art.130ºnº2c)).
Nas incompetências aplica se os artigos 96º, 102º e 104º. Podem ser absolutas ou relativas.

Se for uma sentença do tribunal de propriedade intelectual / juízo de execução, estamos


sempre no âmbito da matéria, pois a competência seria do mesmo.

Patrocínio Judiciário
Obrigatoriedade de constituição de mandatário ou advogado. Está previsto no artigo 58º e
para a execução propriamente dita, podem nascer apensos da natureza declarativa. As
regras são as que se aplicam para a execução propriamente dita:

 Para valor superior ao valor da alçada da relação (30.000€) é obrigatório constituir


mandatário advogado;
 Superior alçada da primeira instância até alçada da relação é obrigatório constituir
mandatário, mas pode ser advogado, advogado estagiário ou solicitador.
 Até 5.000€ não é obrigatório sequer constituir mandatário. Por maioria de razão
neste intervalo não é necessário, mas não é proibido. Quem pode patrocinar são
advogados, advogados estagiários ou solicitadores.
Se surgir algum apenso de natureza declarativa, e deduzir oposição há execução já vigoram
a regra do processo declarativo, ou seja, para ações superiores a 5.000€ já é obrigatório
constituir mandatário. Se no apenso estiver em causa a execução toda, será aquele ver. Se
por exemplo, no apenso estiver em causa uma execução no valor de 20.000€ mas 3.000€
já tiverem sido pagos, o apenso tem o valor de 3.000€ e não de 20.000€.

Na reclamação de créditos, se for superior a 5.000€ para a sua apreciação também é


necessário constituir advogado. Significa que a reclamações dá origem a uma tramitação
declarativa propriamente dita, só acontece se o crédito for impugnado.

Art.857 – 829º - pressuposto de ser aplicado com as devidas alterações.

Qualquer falta constitui razoes para o executado opor se a execução, é o mecanismo


processual que permite ao executado fazer o contraditório. Por apenso, deduz se embargos.
Por outro lado, sendo de conhecimento oficioso estas falhas, vão ser objeto de fiscalização
por parte do juiz ou em sede de despacho liminar, por exemplo, incompetência absoluta, ou
pessoa que é parte ilegítima e não se pode corrigir, podem ser convite ao aperfeiçoamento.
Quando a execução é sumária o agente de execução provoca a intervenção do juiz –
855ºnº2 b).

Legitimidade
Art.53º

O critério da legitimidade é um critério formal, é parte legitima quem figura no título executivo
como credor e devedor. Devedor pode ser principal como pode ser subsidiário.
Exemplo:

A pede dinheiro emprestado a B e C constitui se devedor. A devedor principal e C é devedor


subsidiário.

1º situação: art.54ºnº1

Os créditos e as dividas podem se transmitir quer inter vivos quer mortis causa. Estas
situações vão determinar que no título figure como credor e devedor A e B, mas também
pode ser inclusa outras pessoas que tenham sucessido aos credores ou devedores
originários.

Exemplo 2:

A (credor) emprestou dinheiro a B (devedor) e ficou de lhe pagar em 2023. B falece. A


pode intentar a divida contra os sucessores de B. Demonstra se que C é herdeiro de B e
por esta divida é considerado parte legitima. Pode acontecer do mesmo do lado do credor
e este pode fazer uma cessão de créditos, D que compra os créditos a A e passa a ser
parte legitima.

A regra é que quem faz parte do título, mas podem ser incluídas outras pessoas desde que
sejam transmitidos ou inter vivos ou mortis causa.

2º Situação

A e B celebram um contrato de mútuo por escritura pública, e simultaneamente foi


constituída uma hipoteca. Teve por objeto o imóvel X. Quem é o proprietário do imóvel é C.

Pelo artigo 53º é parte legitima A e B.

Contudo, quando temos um bem que foi dado em hipoteca, o credor quando executa quer
acionar a sua garantia e que o bem seja penhorado, vendido para depois se pagar. Para o
bem ser penhorado, C tem de obrigatoriamente estar no processo – art.735º.

A primeira afirmação que a lei faz é a penhora de bens do devedor. Quando dizemos
devedor é de B porque C não é devedor é proprietário pelo bem dado em garantia. A lei abre
o âmbito e também pode ser penhora bem de terceiro (substantivamente nesta relação
substantiva) desde que ele seja executado. Portanto, numa ação executiva só se pode
penhorar bens de quem é executado. O proprietário de um bem dado em garantia pode ser
executado e parte legitima no processo de acordo com o artigo 54ºnº2.

3º situação

A propõe execução apenas contra B.

B é parte legitima porque é devedor e consta no título executivo. Nada na lei impede de a
execução seja movida só contra B; a lei também não exige que a execução seja movida
contra C, mas é possível pode é não ser racional.

Esta na disponibilidade do credor querer ou não acionar a garantia, se não mover a


execução contra C naquela, execução não se poderá penhorar o imóvel que foi dado em
hipoteca.
Não impede de o devedor esteja no princípio ou passe a estar na eventualidade de o bem
dado em garantia não tenha valor suficiente – litisconsórcio voluntário.

Art.56º

Fala no âmbito da legitimidade relativamente a figura de coligação, ou seja, pluralidade de


partes no sentido de que há vários sujeitos, mas também há várias relações jurídicas
subjacentes.

A lei obriga a falar de outra, ou seja, para perceber se se pode coligar ou não tem de se
saber se há algo prévio ou não – acumulação de execuções – é na mesma ação
executarmos mais do que uma sentença e o título ser apenas um. O que temos dentro dos
títulos são obrigações e o que queremos é que no mesmo processo consiga se executar
mais do que uma obrigação. Se a obrigação tem sujeitos diferentes temos também
coligação.

Exemplo 3

A vendeu mercadorias a B, este emite um cheque no valor de 10.000€ e o cheque veio


devolvido por falta de provisão.

A emprestou dinheiro a B.

Tem em mãos um cheque de B e uma escritura publica de que no dia 23 de janeiro B teria
de pagar 4.000€ e não o fez.

Estamos perante um caso de acumulação porque o devedor e o credor são os mesmos.

A vende as mercadorias a B e vendeu também a C e este passa um cheque de 15.000€ que


veio devolvido por falta de provisão.

A pode no mesmo processo executar B e C com base em dois cheques?

Neste caso seria coligação passiva, porque há pluralidade pelo lado do devedor.

A propôs ação declarativa contra B onde pediu a condenação de B a pagar 10.000€ e a


construir um muro.

Podemos propor uma só execução?

Neste caso estaríamos perante uma acumulação e o título seria uma sentença porque era
condenado a duas obrigações

Por escritura pública A reconheceu se devedor de B na quantia de 5.000€. Na mesma


escritura comprometeu se a entregar uns projetos. B e C podem colocar uma só execução
contra A?

Trata se de um caso de coligação ativa porque há pluralidade pela parte do credor.

A cumulação está no 709º, 710º e 711º.

A cumulação há partida é facultativa e só se cumula se quiser. Esta cumulação pode


acontecer no momento de propor a execução, mas também pode ser sucessiva, ou seja, ter
uma ação executiva em andamento e a cumulação acontecer na pendencia de uma
execução.
No artigo 728º, cada vez que colocamos uma cumulação sucessiva, o executado tem de ser
notificado para se puder defender – princípio do contraditório.

Pode haver cumulação independentemente de um único título ou mais de um título. Tem de


acontecer necessariamente que se identifica mais que uma obrigação.

O artigo 709º pode ser aplicado quando esteja em causa a cumulação de obrigações que
surgem em um ou mais títulos, mas esses não podem ser uma sentença que se execute
nos próprios autos, ou seja, está fora do âmbito cumulações se o título for uma sentença de
um tribunal judicial.

Os requisitos que se tem de verificar são:

 Identidade quanto a forma do processo;


 Identidade da competência absoluta do tribunal;
 Identidade quanto fim da execução;

Basta duas execuções seguirem a forma comum para haver cumulação. No artigo 709ºnº5
se uma sozinha for comum sumaria e outra for comum ordinárias ambas juntas seguem a
forma comum ordinária. Não impede a cumulação, o que impede é uma ser comum e outra
ser especial. O tribunal tem de ser competente em razão da matéria, hierarquia e
competência internacional. Se tivermos um reconhecimento de divida em escritura publica
e trata se de um crédito laboral no tribunal de trabalho e outro no local cível relativamente a
alimentos, aqueles créditos tem de ser executados no juízo de família e trabalho – iam estar
impedidas de ser cumuladas por o tribunal não ser o mesmo para as duas coisas.

Por último, o que se encontra na alínea d) é o que fala do assunto de mistura de sentenças
com outros títulos.

No 710º são execuções de uma obrigação que resulta de uma sentença. Podem condenar
o reu a fazer mais que uma coisa.

Tendo em conta que as execuções de sentença correm nos próprios autos e o tribunal quer
que sejam no mesmo processo, tudo a seguir vai dar origem ao mesmo processo. São todos
os pedidos mesmo que deem origem para execuções com fins diferentes – art.626º.

No artigo 711º é possível coligar com todos os requisitos preenchidos da cumulação e


basicamente é que alem dos requisitos de cumulação há um requisito adicional que está
presente no nº2 e as obrigações serem líquidas ou poderem ser liquidadas por calculo
aritmético. O outro requisito só se aplica a coligação passiva (dupla) não é exigido quando
a coligação é ativa. Ambos os devedores terem se obrigado no mesmo título executivo, o
que elimina o caso de dois cheques de dois devedores diferentes.

O que acontece quando a cumulação é ilegal ou a coligação é ilegal?

O que impede é o tribunal pra uma delas ser incompetente em razão da matéria;
indeferimento liminar parcial. Nos outros casos em que o que não funcionou pergunta se ao
exequente qual ele quer que fique, há convite ao aperfeiçoamento. Caso não responda
extingue se a execução quanto as duas.
Forma do Processo

Os processos quanto as formas são classificadas para sabermos quais tramites do processo
temos que seguir.

Classifica se porque disso vai depender a tramitação do processo. A primeira classificação


das execuções quanto a forma é a mesma do declarativo, ou seja, é entre processos comuns
e processos especiais, que resulta do artigo 556º.

A diferença e vantagem é que há menos processos especiais de natureza executiva:

 Execução por alimentos (especial)


Quando já se está na forma de processo comum, vai se encontrar a classificação no artigo
550º. Os números 1,2 e 3 são aplicados a execução de pagamento quantia certa; o nº4 é
para execuções de entrega de coisa certa e prestação de facto. As execuções seguem uma
forma única.

Seguem os tramites que estão previstos para elas próprias: certa (859º) prestações de facto
(868º).

Art.550º

Entra o requerimento
executivo (724º) quem
Ordinária recebe ou recusa é a Citação previa - pode
secretaria (725º) a deduzir oposição (728º);
(regra) - secretaria abre conclusao dispõe do prazo de 20
art.550ºnº1 e 3 do processo ao juiz e este dias
profere despacho liminar
Execução (726º)
comum para
pagamento
de quantia
certa Sumária Ocorre penhora entra o
Penhora/citação do
executado
(Exceção) - imediata e há requerimento mas
quem recebe ou Ocorre o prazo de 20
art.550ºnº2 e 3 dispensa de citação recusa é o agente dias para pagar ou
(excluiu a prévia e de de execução deduzir oposição a
forma sumária) despacho liminar (art.855ºnº2a) execução e/ou a
penhora

Art.550ºnº2

a) Decisão judicial que não corra nos próprios autos. Na genelaridade dos casos
correm nos próprios autos. Quando a execução é de sentença e corre nos próprios
autos não pode ser incluída nesta alínea. Para a execução de sentenças
condenatórias que são consequência de uma sentença de um tribunal judicial aplica
se o artigo 626º.
b) Basta ter um requerimento de injunção de forma executória que a execução é
sumária;
c) Conjunto de requisitos cumulativos: título judicial; pecuniária; tem de se encontrar
vencida, garantia real associada (penhor ou hipoteca) – são sumárias;
d) Título extrajudicial, obrigação pecuniária, vencida e o que importa é o limite de valor
10.000€ - dobra da alçada da primeira instância.

Art.550nº3

Situações que o legislador decidiu que não são de penhora imediata, ou seja, apesar de
ser uma execução sumária impõe para que o devedor seja chamado.

Estas situações do artigo 715º são ordinárias porque o problema tem de ser resolvido
antes.

Na alínea b) é a situação em que temos uma obrigação ilíquida, mas que não se líquida
por calculo aritmético e o título não é judicial e é necessário resolver a questão da
liquidação chamando o executado para se pronunciar (art.716ºnº4) – citação previa do
executado.

A alínea c) tem a ver com a possibilidade que o exequente tem a oportunidade para em
sede executiva invocar que a divida contraída por um dos cônjuges é comunicada ao outro
e como não participou na relação jurídica que deu início ao título executivo só o que está
no título é que é responsável, o legislador decidiu abranger o incidente de
comunicabilidade da divida: art.741º para exequente; art.742º para executado.

Quando o exequente faz isto no início da divida (só pode acontecer se o título não for
judicial) deduz o incidente e requer a comunicabilidade da divida, a execução é ordinária
porque quando a execução entra queremos discutir a divida e a lei manda chamar o
cônjuge do executado e chamamos também o executado onde terá de existir citação
prévia.

alínea d) diz a execuções que estão a ser propostas contra o devedor subsidiário. A divida
ao ser contraída tinha o devedor principal e o devedor subsidiário (fiador). É possível
porque ele também é parte legitima.

A legitimidade justifica se pelo artigo 53º, sendo subsidiário quem assume a condição de
fiador, regra geral, em termos de responsabilidade, goza do chamado benefício de
execução previa e não renunciado a esse tem de ser dada a oportunidade invocar o
benefício.

Regime da fiança

Regra geral quando é assumida, goza do beneficia da excussão prévia. A lei diz que ao
beneficiar pode porventura renunciar, mas tem de ser expressa, poder responder ao
mesmo nível do devedor principal. Os bens só são excutidos depois de serem esgotados
os bens do devedor principal. (art.638º + art.640º)

Estes são dois cenários, mas cada um dos caminhos tem uma exceção.

Regra geral, a execução ordinária tem despacho liminar e citação prévia, mas pode
acontecer excecionalmente que uma ordinária tenha um despacho liminar, mas seja
ordenada a dispensa de citação previa, ou seja, resulta do artigo 727º.
Tramitação Ação Executiva
É tramitada eletronicamente de acordo com o artigo 712º. Quando existe mandatário
constituído obrigatoriamente tem de ser apresentada eletronicamente através do portal
CITIUS. Todo o requerimento transforma se no requerimento executivo. Nesse
requerimento, o exequente tem de preencher e incluir os elementos necessários – art.724º.

Tem de se juntar o título executivo – art.724ºnº4. Pode se indicar bens a penhora ou não
porque não é obrigatória, contudo se o exequente juntar bens a penhora e for legal, o agente
de execução deve seguir essa indicação.

Nesta fase, deve se indicar o agente de execução ou não indicar porque não é obrigatório,
mas depois o tribunal conjugado com a OSAE vai indicar quem é o agente de execução
responsável – art.720º.

Há conhecimento do
Segue para distribuição exequente, do
Entrada da (art.203º) - repartição
dos processos pelos
executado, do juiz de
execução, do agente
ação juizes - uma das
especies de distribuição de execução e da
executiva é as execuções
(art.212ºnº5)
secretária. O
processo está
disponivel online

Art.724º: o requerimento tem de ser válido, não pode apresentar um


motivo de recusa de forma em que o processo possa ser recebido. Podem
ser formais, ou pode estar relacionado com o pagamento de custas. São
motivos de recusa: o que está presente nas alíneas a),b),d) a h).

O nº4 é importante porque diz que se tem de juntar o título executivo e o


comprovativo de pagamento de taxa de justiça; o nº5 é quando tem de se
ir ao tribunal depositar o título nos 10 dias subsequentes à distribuição.

Quem recebe ou recusa é a secretária se a execução for ordinária (regra); se a execução


for sumária é o agente de execução (855º).

Tramitação de execução ordinária: art.726º


O juiz recebe o processo e vai proferir despacho liminar, porque é o primeiro despacho após
o processo dar entrada; visa evitar execuções que não reúnam os prossupostos processuais
ou tentar corrigir se for possível ultrapassar:
 Convite ao aperfeiçoamento;
 Notificação/citação do executado;
 Indeferimento liminar.
Na consequência da falta dos pressupostos é que se entra numa destas opções.

Se estiver tudo correto, o juiz profere despacho de citação do executado, é feita pelo agente
de execução (art.726ºnº8). A secretária remete o processo ao agente de execução para este
fazer a citação do executado. Quando o agente de execução cita, para ele pagar ou deduzir
oposição à execução no prazo de 20 dias – art.726ºnº6 + art.728º.

 O executado pode pagar;


 Deduzir oposição; art.748ºnº1 alínea c) e d) – quando deduz oposição pode
desdobrar se em deduzir oposição e a execução não se suspender e o agente de
execução avança para penhora, e ao lado temos a oposição a execução – andam
em paralelo. Enquanto ocorre discute se o que pode colocar em causa a execução.

Apenso autonomo mas


Por apenso de natureza
Executado depois de funcionalmente ligado
Ação executiva declarativa ocorre os
citado deduz oposição há execução (tem uma
embargos de execução
tramitação declarativa)

Os embargos extinguem as ações quando são procedentes; não extinguem a ação quando
não são procedentes. No artigo 748º, se deduzir oposição e a execução não se suspender
avança se, se o executado deduzir embargos de executado e a execução se suspender
(casos de suspensão art-723º), avança se para a penhora no fim do apenso e já tiver uma
decisão transitada em julgado e os embargos serem declarados improcedentes.

 Não deduzir oposição; ao fim dos 20 dias, o agente de execução inicia as


diligencias previas à penhora, ou seja, avança se para a fase de penhora
(art.748ºnº1 b)).

Tramitação de execução sumária: art.855º


Dá entrada do requerimento executivo, a agente de execução recebeu e faz a fiscalização
de acordo com o artigo 855ºnº2 alínea b). Se não descobrir nada avança para as diligencias
para a penhora, encontrados bens penhora e só depois feita a penhora notifica o executado
e depois citado. Tem o prazo de 20 dias para deduzir oposição ou não a penhora.

Embargos do Executado
Também designados, oposição à execução, são um apenso de natureza declarativa que
são a concretização do princípio do contraditório na ação executiva. O executado tem o
direito de se defender e o mecanismo processual é os embargos de executado. Apresenta
se no artigo 728º até ao 734º e depois acresce as disposições, o artigo 857º, mas
obviamente só se aplica conforme às execuções que são sumárias e fundadas em
requerimento de injunção com formula sumária.
1. Prazo que é deduzido;
2. Quem deduz;
3. Como o próprio apenso é tramitado;
4. Efeitos da decisão proferida dos embargos relativamente à execução;
5. Efeitos da pendencia dos embargos relativamente à execução;
6. Regime de fundamentos dos embargos.

1. Prazo que é deduzido:


Regra geral, ocorrem no prazo de 20 dias depois de ser citado. Resulta do artigo 726ºnº6 +
856ºnº1 para a sumária e do 728º para efeitos gerais. O 728º acrescenta que caso exista
algum facto superveniente poderá se apresentar no prazo de 20 dias. Por outro lado, a lei
acrescenta que se houver cumulação executiva corre prazo para deduzir embargos de
executado.

2. Quem deduz o apenso:


São deduzidos pelo executado e passa a ser o embargante. Dentro desta ação declarativa
confirma se ou não se a execução reúne condições para existir – condições processuais ou
verificar se a obrigação existe ou se nunca se constituiu. Corre ao lado da ação executiva;
o embargado é o exequente. O executado deduz embargos de executado através de uma
petição inicial, que deduz por apenso (dirigido ao juiz) atribuindo um valor, junta prova e
constituiu mandatário conforme for obrigatório. A seguir é notificado o exequente para por
sua vez, defender se dos embargos. O exequente pode defender se no prazo de 20 dias.
Quando estamos num apenso declarativo, se a parte passiva não se defender, considera se
os factos provados através de revelia. Caso o exequente não deduza oposição não se
considera admitidos os factos que sejam contrariados do título e do requerimento executivo.
Tem de se ter em consideração o que também está presente na ação executiva – art.723º.
Após ter deduzido oposição não há mais articulados e seguem se os tramites do processo
declarativo comum (art.590º).

3. Efeitos da pendencia dos embargos relativamente à execução:

Depende sempre se é ordinária ou sumária, mas em regra não se suspende, de acordo com
o artigo 723º que determinada quando são deduzidos os embargos, procedendo para
penhora. A execução só para se acontecer o que está presente no artigo 733º. Divide se
nos termos seguintes:

a) Causa de suspensão que é aplicável em qualquer circunstância, mas tem de ser o


executado acionar desde que preste caução.
b) O executado pode pedir para que a execução se suspenda sem prestar caução, mas
está condicionado pelo fundamento apresentado defesa (alíneas c e d). Só se aplica
aos títulos de crédito (documento particular): invocação de assinatura falsa ou a
obrigação não é exigível nem líquida.
c) A alínea d) dá ideia de que é a única que possivelmente poderá permitir a suspensão
da execução por decisão do juiz quando recebe os embargos; só é aplicável quando
o fundamento de oposição for o do artigo 729º d) que remete para a 696º alínea e).
O artigo 733º, dispõe de outros números e o nº5 que é outra situação que permite a
suspensão. A particularidade do nº5 é um âmbito de aplicação restrito porque só se aplica
a embargos de executado e já tiver sido penhorado ou venha a ser penhorado. Para evitar
a venda, pode requerer ao juiz para suspensão caso a venda lhe traga danos irreversíveis
e irrecuperáveis com a particularidade de que o executado não terá que prestar caução.

Caso a execução prossiga, nem o exequente nem outro credor podem receber. Na prática,
quando entramos nos embargos de executado e a execução não suspendeu, a uma dada
altura ninguém recebe enquanto o apenso não tiver resolvido. Pode fazer penhora, venda,
só não se pode pagar. A execução prossegue porque o executado não a fez parar e não
estava em nenhuma das situações de que não precisava de prestar caução.

Se o bem foi vendido, a execução não parou e os embargos foram procedentes, a venda é
desfeita (art.839ºnº1 alinea a) + nº3). O executado tem 30 dias para pedir a restituição do
bem, e o terceiro adquirente recebe o preço e é reembolso. Se o executado não pedir a
restituição a venda prossegue, o executado perde o bem e tem direito apenas ao dinheiro
do valor do bem – requerida oposição a execução.

No fundo é o juiz que verifica coisas que sejam do conhecimento oficioso independemente
do executado ter deduzido embargos de executado ou não.

Regime de fundamento de embargos de executado


 Regime fechado (art.729º)
 Regime aberto (art.731º) (art.729º)
 Regime hibrido (art.857º - art.729º

Regime de Fundamento
Quais são os argumentos que o executado pode invocar em sua defesa numa ação
executiva? Regime diferente consoante o título executivo que serviu de fundamento à ação.

- art.731º- regime aberto.

 Execuções baseadas noutro título que nem sejam uma sentença nem requerimento
de injunção com forma executória.
A remissão feita para o 729º só deve ser feita quando diga respeito a argumentos que estão
feitos fora do âmbito do declarativo que estão relacionadas com os pressupostos do título
executivo:

 Falta de liquidez;
 Falta de título;
 Falta de legitimidade.
Numa execução fundada em sentença só se pode invocar o que está no artigo 729º que
funciona de forma contrária ao 731º.

O 729º tem muitas coisas que funcionam como exceções dilatórias. A alínea d) tem de ser
conjugada com a 696º alínea e), porque se enquadra nos recursos extraordinários que são
de revisão – são recursos que são admitidos excecionalmente mesmo nas sentenças, que
até já transitaram em julgado. São situações que poderão ser levadas a recurso, mas só
naquelas ações que o réu tenha sido condenado à revelia.
Execução
de
sentença
 Nulidade da citação;
 Falta de citação;
 O réu não teve conhecimento e não apresentou contestação por motivo de força
maior.
Se se provar isto, deita se por terra aquela sentença e começa se tudo de novo – em sede
de recurso.

A lei articulou que se aquele que foi réu antes de interpor o recurso a dada altura venha a
ser surpreendido com uma execução pode invocar esta situação nos embargos de
executado, demonstrando que o que está a ser executado é uma sentença e que nunca foi
citado. A renovação da instância declarativa, ocorre quando a execução extingue se e na
qualidade de exequente (autor) poderá renovar, repetir se a citação do réu para depois ele
se defender (art.732ºnº5). Alínea g): processualmente chamamos exceção perentória e
comporta que mesmo estando perante uma execução de sentença poderemos invocar
exceções perentórias. Porém, desde que o facto, seja posterior ao encerramento do
processo de declaração e se prove por documento à exceção de prescrição. Se quiser
invocar um facto modificativo ou extintivo, só poderei faze lo se conseguir demonstrar que
só aconteceu depois do encerramento do processo de declaração na ação declarativa,
porque é nesta fase que se traz novos factos ao processo. O artigo 588º, sob articulados
supervenientes, a última parte fala que podem ser levados até ao encerramento da
discussão – só o que acontece depois é que pode ser levado ao executivo. Exclusivamente
aplicável às execuções de sentença – só acontece se houver uma ação declarativa antes.
É mais limitada.

Alínea h): invoca se o contra crédito para ser compensado. Na ação declarativa falamos do
réu e para fazer ações contra o autor faz através de reconvenção, que consta da
contestação. Uma das situações onde há reconvenção, no caso da 266º alínea c), para
efeitos de condenação ou compensação – pode ser inferior, igual ou superior ao crédito
originário, e o réu se tiver razão consegue fazer com que seja pago. Não se usa nas ações
executivas porque não há pedidos reconvencionais e como a lei integrou e classificou a
como reconvenção, se o réu não dissesse nada ficava a dúvida, e fica expresso que poderá
fazê-lo na ação executiva, mas como título de defesa e não de reconvenção.

Regime Misto ou hibrido: art.857º


Este regime é aplicável as execuções com requerimento de injunção com forma executória.

Em 2019, pela lei 117/2019, voltou a ter alterações e o decreto-lei 269/98º foi alterado e
mesmo assim, não está perfeito.

Nos inícios só existia dois regimes: equivalente ao 729º e outro equivalente ao 731º, mas
referia outros títulos – surgiu a dúvida porque o requerimento de injunção não é uma
sentença nem é um título extrajudicial completo e formou se título executivo.

Quando se notifica o requerido temos de o advertir que se não apresentar defesa, mais tarde
já só se vai poder defender com o que está presente no artigo 14ºA do decreto-lei 269/98.

No nº1, o executado poderá defender se com os pressupostos do artigo 729º que são
aplicáveis e acrescenta que além destes, podem invocar se os meios de defesa que não
devam considerar se precludidos nos termos do decreto-lei.

No nº2 e nº3 não acrescenta nada.


Perante um caso concreto, se a pessoa quiser se defender, temos de ser capazes de dizer
se é um fundamento válido ou não atendendo ao regime de fundamento aplicável:

1. Título executivo
2. Regime aplicável- enquadrar se se aplica ou não.

Diligências à penhora: art.748º


Remarca o momento em que a coisa acontece. O agente de execução a primeira coisa que
deve fazer é consultar o registo informático de execuções – previsto no artigo 717º - base
de dados onde consta as execuções pendentes, findas, identificações das partes, bens que
estão penhorados, créditos reclamados, se a execução está extinta se houve pagamento
total ou parcial etc.

Um dos casos é quando deste registo constem execuções findas sem integral pagamento
nos últimos 3 anos, onde não houve bens suficientes e não se pagou tudo ao exequente. O
agente de execução, deve consultar a base de dados e se não encontrar bens envia essa
informação para o exequente e se o exequente não indicar bens em 10 dias a execução
extingue-se.

Execução ordinária: o executado já foi citado. Só se não se verificar


está situação é que a execução avança. A lei não diz expressamente,
mas, esta consulta da base de dados é para ambas as execuções
(sumária e ordinária)

No artigo 750º, supondo que a execução prossegue, o agente de execução faz as diligencias
previas à penhora, e pode acontecer de não encontrar bens. Se não encontrar entramos
num regime que diz que se não forem encontrados bens penhoráveis no prazo de 3 meses,
o agente notifica o exequente e o executado para apresentar bens, e depois se se
descobrirem bens serão sancionados e se ninguém indicar bens a execução extingue se.
No nº3 reporta se a situação do 727º, com dispensa de citação prévia, e diz que se não
houve citação e não há bens, cita se o executado porque ainda não foi chamado ao processo
e vai aparecer pela primeira vez.

Estes casos estão referidos no 850ºnº5, nesses casos o exequente pode requerer a
renovação quando indicar os bens, e tem de indicar expressamente os bens que quer que
sejam penhorados.

Diligências à penhora sumária: art.853ºnº3


A logica é a mesma que o 750º. Se ainda não foi citada e avança se para as diligencias, cita
se o executado. Se não conseguir pessoalmente não se faz a citação edital e a execução
extingue se.

Quando nada disto se verificar e existir bens, o agente de execução prossegue para a penhora
Diligências prévias à penhora: art.749º
O legislador determina que a realização de diligencias à penhora é procedida pelas
diligencias que o agente de execução considere uteis para identificar bens, consultar base
de dados presentes no artigo.

Está autorizado de pedir ao banco de Portugal informações de contas bancárias onde o


executado é titular (nº6).

Em situações de sigilo precisa de despacho judicial (nº7).

Penhora
Fase do processo e é a fase essencial do processo executivo. Se não conseguir encontrar
bens que possam garantir o cumprimento coercivo, a penhora não pode existir.

Vai haver normas do cpc e normas do código civil. Temos que ter atenção especialmente o
artigo 818º, 819º, 822º e o 824º - subsequeção que vai do artigo 817º ao 826º. Falam da
penhora e da venda.

No código de processo civil, vem do artigo 735º até ao 785º.

É o ato de execução por excelência porque concretiza a ideia de executado de apreender


bens ou direitos do executado (corpóreas ou incorpóreas). São todas as coisas que se
possam transmitir para quem até está na própria execução e que esteja no património do
executado e que se possa obter a quantia para satisfazer o crédito do exequente. Podem
gerar ainda rendimentos para pagarmos ao exequente.

Apreende se bens do executado que através do seu valor se satisfaça o crédito exequente.

Quer dizer que quando se pratica um ato deste, o executado perde alguns poderes sobre o
bem. Regra geral, perde os poderes de gozo sobre o bem – é apreendido e fica à ordem do
processo e à guarda de outra pessoa que se chama de depositário (sai da esfera de ação
do executado, deixa de puder usar e fruir dessa coisa).

O depositário tem de guardar e conservar a coisa e não a pode fazer desaparecer.

O depositário é regra geral o agente de execução.

Contudo, se o exequente consentir, também pode ser depositário o próprio executado ou


alguém que o A.E. venha a designar. Há, no entanto, algumas situações em que a lei,
excecionando, determina quem é em concreto o depositário:

 Caso tenha sido penhorada a casa de morada de família, o depositário é o executado;


 Se o bem estiver arrendado, o depositário é o arrendatário;
 Se estiver na posse de um terceiro que seja credor retenticio, quem é depositário é o
credor retenticío.

Alíneas a), b) e c) do artigo 756º.

O executado perde os poderes de disposição da coisa?

Não, não perde os poderes de disposição da coisa.

Pode vender um bem quando já está penhorado?

Pode. Porque não está a usar nem a fruir, mas continua a ser o proprietário. No entanto se
o bem ta penhorado e se a penhora for equivalente aos direitos reais de garantia, atribuiu
ao exequente o direito de se fazer pagar da coisa, com prioridade em relação aos outros
credores. Se vendermos o bem, e como a penhora é um ónus, quem comprar sabe que está
Efeitos da penhora

a comprar um bem que está penhorado. A compra não deixa de ser válida, contudo, aquela
venda não lhe é oponível. Significa que porventura, se a penhora vier a ser levantada, e não
venha a ser vendido na própria execução, o adquirente do bem tem a coisa adquirida e fica
com ela. Se porventura, o bem for vendido ao terceiro e depois também é vendido na própria
execução, o que prevalece é a venda na execução porque não lhe é oponível (819ºCCIV).
Se for coisas sujeitas a registo, antes do negócio, convém pedir uma certidão à conservatória
para saber se existe algum ónus sobre o bem ou não. À partida, se for um automóvel,
quando está penhorado, a penhora é registada e são apreendidos os documentos do
automóvel, e o carro deixa de circular e as vezes o bem é mesmo apreendido – art,768ºnº3
alínea a).

Efeitos da penhora:

Perde os poderes de gozo, mas não perde os poderes de disposição e quando são
praticados são oponíveis à execução.

Art.822ºnº1CCIV: o exequente adquire pela penhora, o direito de ser pago de preferência a


outro credor que não tenha garantia real anterior. Quer dizer que, o exequente é o primeiro
a receber a partir da venda, pelo valor daquele bem, em relação a outros credores comuns,
a outros credores com garantia real posterior. Se houver algum credor com garantia real
anterior, o exequente perde do direito de prevalência no pagamento.

No nº2, diz nos que se a penhora quando feita, resultar da conversão de um arresto em
penhora (art.762ºCPC), faz se o respetivo averbamento, ou seja, significa que, por
exemplo:

Em 2018, foi feito o arresto do bem X, em que B devia dinheiro a A, e este à cautela fez o
arresto do bem e propôs a ação declarativa contra B (o arresto processualmente é uma
providencia cautelar que não tem existência definitiva por ela própria; se ocorre antes da
propositura da ação, temos de propor a ação declarativa se não o arresto caduca no fim do
prazo de 30 dias – art.373º).

A propõe ação contra o B + o arresto – se for dada razão a A é que entramos na ação
executiva e é aqui que se converte o arresto em penhora.
Já em 2021, B dá
em hipoteca o bem O C reclama o
Se for dada Nesta ação a C. Não é
A propõe ação impossivel serem seu crédido a
razão a A executiva constituidas mais dada a altura, e
contra B em
entramos na converte se o que uma garantia
2018 real sob o bem diz que a
ação arresto em
juntamente
penhora - desde que se saiba garantia é
com o arresto. executiva - que o bem tem
2023 anterior a
2022 valor para chegar a
pagar a toda a penhora
gente.

Quem teria prevalência era o


exequente porque de acordo com o
Bens que podem ser penhorados: artigo 822º, os efeitos da penhora são
reportados a data do arresto
A garantia do credor, é os bens do devedor – património do devedor, no sentido que é o
sujeito da relação jurídica que está subjacente e deu lugar de origem a esta execução
(art.735º).

Podem ser penhorados bens de terceiro, que nem é credor nem devedor, e nesta relação
poderá ter bens que sejam penhorados e terá de ter uma ação proposta contra ele, quando
estejam vinculados como garantia de um crédito, ou se os bens passaram para a esfera
jurídica do terceiro de forma a prejudicar o credor – impugnação pauliana – art.818ºCCIV.

 Bens de devedor;
 Bens de terceiro – art.818º- tem de ser executado;

Princípios pelos quais é feita a penhora:


Art.735ºnº3 + artigo 751º

Princípio da proporcionalidade: quando penhora os bens, atribuiu lhe um valor e não deve
ser superior ou muito superior em excesso relativamente à quantia exequenda. Deve se
penhorar os bens cujo valor seja suficiente para pagar a quantia exequenda e uma taxa para
se garantir o pagamento das despesas, honorários, juros etc.- art.735ºnº3

Há exceções, onde as vezes é possível penhorar um imóvel mesmo com valor excessivo se
já tiver elementos de que o princípio de mais fácil realização não vai ser possível para
permitir atingir o fim da execução (art.751ºnº3 e nº4)

Princípio da mais fácil realização: art.751ºnº1: deve se penhorar os bens que mais
facilmente permitam atingir os fins da execução. É mais fácil penhorar uma conta bancária
do que um imóvel. Entre vários bens, deve se sempre escolher os de mais fácil realização.

Definição de quem decide o que vai ser objeto de penhora: quem decide é o agente de
execução que decide o que se vai penhorar (art.719º). Contudo, este poder, ao ser exercido,
deve exercê-lo:

1. Respeitar a lei;
2. Deve respeitar as indicações do exequente, se essas indicações respeitarem a lei e
não violarem os princípios nem nenhuma norma imperativa (art.751ºnº2).

O executado tem um mecanismo de deduzir oposição a penhora, mas se o próprio


exequente achar que não seguiu as suas indicações ou que está a violar alguma norma, em
primeiro lugar dirige se ao agente de execução, mas caso mantenha, dos atos do agente de
execução impugna se/reclama se ao juiz – art.723º.

Existindo vários bens a partida, só se penhora o que for proporcional ao valor da quantia
exequenda.

O artigo 751º, prevê algumas exceções em que será possível penhorar um imóvel ou um
estabelecimento comercial, mesmo que tenha um valor desproporcionado se em alternativa
existir para penhorar um crédito, mas não satisfaz a quantia exequenda num determinado
prazo.

Exemplo: o executado tem um imóvel + rendas. Em primeiro lugar iriamos penhorar as


rendas, pelo princípio da mais fácil realização. Contudo, se a penhora dessa renda demorar
muito tempo a satisfazer a quantia exequenda, o legislador admite que se penhore o imóvel
mesmo que tenha um valor desproporcionado.

Exemplo 2: temos uma quantia exequenda de 100.000€. Temos também um imóvel no valor
de 500.000€ que não é casa de morada de família. Também temos rendas mensais no valor
de 1000€. Neste cenário, excecionalmente e ao abrigo do artigo 751ºnº3 é admissível a
penhora do imóvel, porque as rendas não iriam satisfazer a quantia exequenda.

Pode se penhorar a casa de morada de família, contudo, o nº4 trata do caso em que é casa
de habitação efetiva. O legislador esticou mais o prazo, e acaba por tornar menos possível,
a penhora desse imóvel, o que não significa que seja impossível.

 Para execução igual ou inferior a 10.000€ só se admite, se a penhora das rendas


não satisfazer o credor no prazo de 30 meses (alínea a)).
 Para execução no valor superior a 10.000€, penhora se se as quantias das rendas
não satisfazer o credor no prazo de 12 meses (alínea b)).

O artigo 752º permite a penhora de bens que foram dados como garantia real com prioridade
em relação aos outros bens que só correspondem subsidiariamente.

Regimes de Penhorabilidade – art.736º


Nestas normas, dizem nos quais são:

 Absolutamente impenhoráveis;
 Relativamente impenhoráveis;
 Parcialmente penhoráveis.

Absolutamente penhoráveis – art.736º


Mesmo que façam parte dos bens do devedor, são afastados da penhora e se forem
penhorados, o executado tem razoes para se opor a penhora. Perde o levantamento da
penhora com fundamento, no artigo 784º que diz que sendo penhorado bens do executado
que não são passiveis de penhora este pode opor se.

O legislador afastou estes bens, pelo facto de haver certas situações em que estes bens ou
não podem ser transmitidos ou se sobrepõe ao direito do exequente, não se penhora.

a) Se realmente houver algum direito que não se pode inalienar, não faz sentido
penhorar o bem. Temos o exemplo, do direito do uso de habitação que como são
intuitos persona não se pode penhorar.
b) Se são bens que são de domínio público são de todos e não se pode penhorar para
satisfazer os interesses de um credor;
c) As coisas que tem valor muito pequeno, não vale a pena o esforço quando o valor
não tem significado; a apreensão de bens ofensivos dos bons costumes, tem haver
com certos negócios que não se pode fazer, não vai o próprio estado vender bens
ilícitos para satisfazer o exequente.
d) Tem haver com os valores religiosos.

Bens relativamente penhoráveis


Estão isentos de penhora os bens do estado e das pessoas coletivas públicas que se
encontrem afetos aos fins de utilidade pública. Se a execução for para pagamento de
garantia real já podem ser penhorados.

No nº2 também estão isentos, por regra, as ferramentas de trabalho. Há situações que se
pode penhorar quando a execução se destinar ao preço da aquisição ou da sua reparação;

O executado os indicar; como elementos corpóreos do estabelecimento comercial.

Regra geral, quando se penhora um estabelecimento comercial, este continua a trabalhar


apenas é gerido pelo gerente que lhe é administrado e não pelo devedor.

Bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica da casa de habitação, salvo para


pagamento do preço da respetiva aquisição ou custo da sua reparação.

Bens parcialmente penhoráveis – art.738º


Só é penhorado uma parte dos bens.

Que tipos de créditos abrangidos?

Regra geral, é sempre valores que as pessoas recebem que diz respeito a renumeração de
prestação de trabalho, ou relacionado com valores de quem trabalhou uma vida inteira
(salários, vencimentos, pensões). A lei diz que são impenhoráveis uma parte dos salários,
vencimentos, pensões, seguro, indeminização por acidente, renda vitalícia ou prestações de
qualquer natureza que assegurem a subsistência do executado.

Se o crédito está abrangido qual parte penhorar?

Temos um exemplo de um salário de valor líquido:

 Parte impenhorável: 2/3 terços


 Parte penhorável: 1/3 terço.
Contudo, o legislador pensou que poderia criar situações de desigualdade relativa. A lei
impôs uns limites que vão tentar atenuar as desigualdades. A parte impenhorável tem
limites. Tem um limite mínimo e um limite máximo. O máximo é equivalente a três salários
mínimos nacionais e o limite mínimo é equivalente a um salário mínimo nacional. Contudo,
só se respeita este limite mínimo se o executado não tiver outros rendimentos e não são
aplicáveis quando se tratar de uma execução de alimentos, em que neste caso, aplica se o
que está presente no nº4.

Exemplo:

Salário Líquido:

- 1050,00€ - 2/3 são 700€ (parte impenhorável por regra) é inferior a um salário mínimo.

1/3 são 350€ (parte penhorável) – tira se 60€ para ajustar a parte impenhorável
– logo são 290€.

- 1500,00€ - 2/3 são 1000€ (parte impenhorável) respeita o limite mínimo. Não ultrapassa o
limite máximo. - 1/3 são 500€ (parte penhorável)

- 9000,00€ - 2/3 são 6000€ (parte impenhorável) é superior ao limite máximo permitido.
6.000-2280 = 3720€ (em excesso) Os 2280€ é a parte impenhorável

- 1/3 são 3000€ (parte penhorável) junta se o e passa a ser a parte impenhorável
de 6720€ - acontece porque a parte impenhorável excede três salários e o renascente passa
para a parte impenhorável. (9000€ - 2280€ = 6720€)

O que o executado pode fazer é usar o nº6 do 738º, onde o juiz excecionalmente reduzir a
parte penhorável e isentar penhora não superior a 1 ano. Ocorre a requerimento do
executado, que tem de apresentar prova, e o juiz ouve o exequente, produz a prova e depois
decide. Não constituiu propriamente oposição à penhora. Isto pode ocorrer enquanto a
penhora estiver a ser usado. A condição do individuo não é sempre a mesma, vai mudando.
Se a execução for de alimentos, prevalece sobre os interesses do executado. Quando se
penhora contas bancárias, a lei afirma que tem de se deixar na mesma, o equivalente a um
salário mínimo.

Regimes de penhorabilidade Subsidiária


Artigo 752º - para aquela obrigação foi constituída uma garantia o primeiro bem a ser
executado é o da garantia sob pena de violação deste artigo que dá lugar ao executado se
este opor se à penhora (art.784º nº1 alínea b)).

O bem só corresponde se o bem X que foi dado em garantia não tenha valor suficiente.

Numa execução movida apenas contra um dos cônjuges, os bens que devem ser objeto de
penhora são os bens próprios do executado. Também se podem penhorar bens comuns,
mas só podem na falta de bens próprios.

Numa execução contra um dos cônjuges só se executa um porquê só ele constava do título
executivo – art.740º.

O agente de execução tem de citar o outro cônjuge para ele vir pedir a separação de bens.
O que se pretende atingir é a meação – penhoramos tudo, mas como objetivo é atingir a
parte do que é executado, o legislador criou um mecanismo para que venha requerer a
separação de bens para saber o que coube ao cônjuge executado e ao cônjuge não
executado – se vier a requerer é por apenso à execução, a execução suspende se e depois
a penhora ou mantem se se o bem for para o cônjuge executado originário ou penhorar
outros bens se couber ao cônjuge não executado.

Caso não diga nada, a execução avança sobre os bens que foram penhorados. Se não
requer a separação naquela execução pode vender se aquele bem e depois que se
entendam no meio da atual partilha e já cumpriu a minha parte no processo.

Artigo 786ºnº1 alínea a) parte final é o estatuto do cônjuge executado que determin a que
pode requerer a partilha.

Exemplo:

A casado com B.

Jogou no casino, comprou fichas com um cheque e o cheque foi devolvido por falta de
provisão. A execução foi feita sob o cônjuge A, e constatamos na execução que tem um
bem X, mas tem um bem Y que é um bem comum, este é possível de penhorar porque o
bem próprio não é suficiente. B tem de ser citado para que possa haver a partilha de bens,
caso contrário o valor total reverte para pagamento da divida.

Se B não for citado e o bem for penhorado, penhoramos um bem que em parte é do cônjuge
que não é executado e vê um bem ser atingido pela penhora poderá embargar de terceiro.

Num outro cenário, o cheque foi dado para pagamento do colégio do filho. Neste
caso, como é um direito substantivo, embora seja praticado por um abrange os dois.
Processualmente falando, existem algumas regras que não se contabilizam
rigorosamente com o direito substantivo – só podemos mover ações executivas sob
quem aparece como devedor. A forma seria propor uma ação declarativa contra os
dois. Contudo o legislador quis conjugar tudo isto e criou um mecanismo – indecente
de comunicabilidade da divida – que pode ser usado pelo exequente com vista a
obter o que ele não tem – título executivo – proporciona se lhe for dada razão a
ampliação subjetiva do título executivo.

O exequente teve que invocar ou suscitar a comunicabilidade da divida. Pode fazer ou no


próprio requerimento executivo ou requerimento autónomo até as diligencias para venda.
Terá de alegar e juntar prova de onde resulte que a dívida é comum.

Esta questão entra neste incidente de natureza declarativa e determina que nasce a
discussão e feita a prova, cumprindo o contraditório depois o juiz decide se a divida é ou
não comum. Se não for comum, responde os bens próprios do devedor e subsidiariamente
os bens de meação. Se decidir que é comum, responde os bens comuns e depois os bens
próprios de cada um.

Há quem entenda que se for em requerimento autónomo, o exequente deve alegar porque
está a faze lo em momento mais a frente, para que quando suscitamos este mecanismo no
requerimento executivo esta é de forma ordinária. No termos do 550ºnº3 alínea c) é um dos
casos em que a execução é obrigatoriamente ordinária se for suscitada no requerimento
executivo porque vai alterar o processo.

Podemos avançar para a penhora não podemos avançar para venda.


Só ocorre se o título não for uma sentença.

Se o título for uma sentença não é possível suscitar a comunicabilidade da divida.

Art.34ºnº3 segunda parte – se o ato for praticado só por um, mas se quiser ter o titulo sobre
os dois deve propor a ação contra os dois; se não quiser o tribunal decide na mesma; era
conveniente ao autor porque depois está questão não se poderá discutir numa ação
executiva – não é suscitável caso o titulo seja uma sentença.

Uma ação movida contra si mas achou que o outro cônjuge também é devedor tem o ónus
de o outro cônjuge intervir também.

Se não fez isso precludiu o direito de discutir se a divida é comum ou não.

 Como o executado o faz? Suscita em sede de oposição à penhora. Na prática acaba


por quando o executado se vê confrontado com a penhora de bens próprios, vem
dizer que a divida é comum, suscitando a comutabilidade da divida em sede de
penhora. Tem de indicar bens comuns, para demonstrar que a divida é comum.
Quando suscita o cônjuge de executado é citado.

O artigo 745º é uma norma, em que se existir um devedor principal e um devedor subsidiário,
responde os bens do devedor principal em primeiro lugar e os bens do devedor subsidiário
em segundo lugar. Acaba por dizer quais são os momentos em que o devedor subsidiário
pode vir ao processo invocar a execução prévia (pode acontecer de execução ser movida
contra os dois e se for penhorada um bem dele antes do devedor principal, deve invocar
para levantar a penhora desse bem).

Quando se penhora os bens e são do executado, supostamente estão na esfera de ação do


executado. Pode ser que se encontre um bem que seja do executado, mas esteja na esfera
de ação de um terceiro.

Pode se penhorar bens do executado que estejam na esfera de ação de um terceiro? Sim,
contudo, esses terceiros estão com o bem por algum motivo. Podem ter alguns direitos que
devemos considerar para efeitos de ação (art.747º).

No ato de apreensão, o agente de execução deve verificar se o terceiro tem os bens em ser
poder por via de penhor ou direito de retenção (são direitos reais de garantia).

 Hipoteca;
 Privilégios creditórios;
 Consignação de rendimentos;
 Penhor;
 Direito de retenção.
Art.656º, Art.666º, Art.686º, Art.733º, Art.754ºCCIV.

Estas pessoas podem ser chamadas ao processo executivo para qualquer coisa. Se não
identificar não saberemos se serão chamadas ou não.

No artigo 747º, diz que se verificar que o bem tá a ser apreendido por alguém e essa penhora
é um credor penhorantíssimo ou um credor retintíssimo, o penhor só produz efeitos entres
as partes quando a coisa é entregue ao credor. No direito de retenção, retemos a coisa para
caso o devedor não cumprir vender a coisa para satisfazer o crédito.
Como são credores com garantia real sob o bem que foi objeto de penhora, cita-os para os
efeitos do artigo 786ºnº1 alínea b), porque nas execuções quando se faz a penhora e se
constanta que temos credores com garantia real, essas pessoas têm direito para vir reclamar
o seu crédito e são citadas para isso – art.788º (trata da reclamação de créditos)

A alínea a) e b) do artigo 784º são fundamentos que ao dizer como se deveria fazer a
penhora articulou se com esses artigos.

Diligências Para Efetivação de Penhora

Penhora de bens Imóveis


Art.755º até 783º - normas que consoante o objeto da penhora quais são os procedimentos
que o agente de execução leva a cabo.

Art.755º

As coisas que são sujeitas a registo a penhora faz se através do registo. A penhora regista
se para saber a prioridade da penhora. Embora, quer num caso quer noutro, alem do registo
há atos adicionais porque a penhora consiste na apreensão de bens de modo o executado
perder os direitos de gozo sobre as coisas. Quer nos imoveis quer nas coisas moveis sujeitas
a registo à atos adicionais: no caso do imóvel passa a estar na posse do depositário;
apreendem se os documentos do veículo de modo que deixe de circular. Quem realiza estas
coisas é o agente de execução. No caso dos imoveis toma posse dos mesmos, e publica
editais. No caso do veículo automóvel, regista se a apreensão dos documentos por
entidades policiais, o bem deixa de circula e se é apreendido, pode acontecer ou não.

Para tomar posse do imóvel é necessário deslocar se e a colaboração do próprio executado.


Se o executado não colaborar é possível recorrer as autoridades, pode pedir o auxílio para
tomar posse dos imoveis. Se for casa de morada do executado só pode acontecer entras as
7h e as 21h e o auxílio para entrar na casa tem de ter um despacho judicial. Aplica se de
igual modo se for um despejo judicial – art.757º.

Se for noutros que não sejam bens imóveis, pode pedir se auxílio, mas sem despacho
judicial.

O nº4 do 764º remete para os 757º.

Penhora de moveis sujeitos a registo – art.768º


Apreensão dos documentos, e ocorre a remoção do veículo salvo se o A.E. entender que
não é necessário.

O nº2 determina que pode ser precedida da imobilização do veículo, e se o A.E. fizer isto a
execução de penhora tem de ser até ao primeiro dia útil seguinte.

O que acontece é que o prazo é muito curto, e o A.E. não quer avançar porque paga se.
Penhora de coisas móveis não sujeitas a registo – artigo 764º
No fundo, retira se as coisas da esfera de ação do executado e só uma penhora assim é
que é consolatória porque coloca o executado numa situação complicada.

Primeiro tem de haver lugar que se pagam para armazenar essas coisas. Quem avança com
o custo é o exequente, que tem de prestar declaração e no fim se receber recebe essas
quantias também.

Pode autorizar que as coisas continuem na esfera do executado caso não queria pagar.

Tem de ocorrer o auto de penhora em que estão descritas as coisas que ficaram penhoradas
e devem ser bem identificadas com o respetivo valor.

Há coisas que não podem sair do sítio onde estão, e nesse caso não há remoção. Se
implicar uma desvalorização substancial dos bens ou a sua inutilização também não há
remoção. Se o custo for superior aos dos bens também não acontece.

Quando o individuo tiver algo em sua casa que não seja dele, o agente de execução penhora
na mesma (nº5) podendo o executado ou terceiro a quem pertence o bem afastarem a
penhora por presunção através de um mero requerimento, mas tem de juntar uma prova
documental. Se não conseguir por não ter prova documental tem de fazer embargos de
terceiro.

Penhora de créditos – 773º


Nos direitos inclui se:

 Créditos; art.773º
 Títulos de crédito; art.774º
 Depósitos bancários; art.780º
 Expectativas de aquisição. Art.778º.
Como se faz a penhora de um crédito? Faz se por notificação ao devedor de que aquele
crédito fica penhorado à ordem daquele processo. Comunica se ao devedor.

Exemplo:

Execução de A contra B com base num cheque com o valor de 10.000€ de uma compra e
venda de mercadorias. A é o exequente e B o executado. Entretanto, B em 2020 celebrou
com C um contrato de mútuo no valor de 12.000€, por escritura pública. B passa a ser credor
e C devedor.

C ficou de restituir a quantia no prazo de 3 anos.

A execução aconteceu em maio, e foi penhorado o crédito de B com C.

Nesta penhora pode se penhorar esse crédito, fazendo com que saia uma notificação com
formalidades de citação, para C (devedor do executado) a dizer que o crédito que é de B e
do qual é devedor fica penhorado à ordem do processo, se quiser tem o prazo de 10 dias
para se pronunciar sob a existência e as condições do crédito. Se se pronunciar nos 10 dias
passa a ser um crédito litigioso – artigo 773
Se nada disser, de acordo com o nº4 entende se que o crédito fica reconhecido.

 Impugna (litigioso);
 Nada diz;
 Reconhece expressamente.
Quando C deposita o dinheiro? De acordo com o artigo 777º, C é obrigado a depositar numa
entidade à ordem do processo. De seguida apresenta se o documento do deposito e cumpre
se as obrigações (devedor do nosso devedor).

Caso não cumpre o deposito depois de a obrigação se vencer, o exequente pode executar
o devedor, ou seja, A pode executar C no âmbito do processo de A contra B. Se usar este
mecanismo, a execução desta quantia acontece contra C e poderão ser penhorados bens
de C e vendidos para pagar a A.

No artigo 779º, a diferença é que são rendimentos periódicos, e é na mesma notificado o


devedor do executado, mas estes possuem nomes devido ao contrato que celebraram. São
comunicados para fazer os devidos descontos.

O artigo 773º e 777º aplicam se a esta penhora.

Penhora de rendas, abonos, vencimentos, salários – art.779º


São notificados para depositarem todas as vezes que as quantias se vençam até vencer o
valor de X.

Pode acontecer que estejam alguns anos a fazer estes pagamentos.

No artigo 779º, a diferença é que são rendimentos periódicos, e é na mesma notificado o


devedor do executado, mas estes possuem nomes devido ao contrato que celebraram. São
comunicados para fazer os devidos descontos.

Exemplo 2:

A executa uma penhora contra B no valor de 1 milhão. B deposita o valor de rendas de 300€
no processo. A quer saber se poderá ir recebendo ou se terá que esperar.

Quid Iuris? Ninguém recebe enquanto o executado não passar o prazo para se defender e
enquanto houver pendencias de oposições.

A partir deste limite, já se pode libertar esse valor, embora tenha que
acautelar que estão pagos os honorários e as custas do processo.
Depois adjudica se essas quantias comunicando à entidade patronal
ou ao locatário, que passa a pagar diretamente a A (credor).

Caso não exista mais nada a execução vai se extinguir sem prejuízo de ser renovada no
caso de as quantias devidas acabarem.
Art.779º

Penhora de depósitos bancários: fica penhorada até determinado valor e se havia saldo ou
não;

Penhora de estabelecimento comercial: art.782º - é uma universalidade é no sentido de


penhorar o conjunto de coisas comporias e incorpóreas que se destinam aquele fim e
penhora se o todo. Vende se o estabelecimento comercial com tudo o que lá está dentro.
Quando penhoramos o estabelecimento fazemos uma descrição de todos os elementos e
de tudo o que compõe o mesmo. A administração desse estabelecimento fica a cargo de
um administrador e se o exequente aceitar pode ser o próprio executado a administrar.

Oposição à penhora
Quando se faz uma penhora, por vezes podem ser ilegais: ou porque se penhorou algo que
não podia, ou se penhorou mais ou penhorou se em primeiro lugar um bem que devia ser
subsidiariamente. Sempre que se encontrar alguns dos fundamentos do artigo 784º, o
executado tem razoes para poder opor se à penhora. Existe este mecanismo da oposição
há penhora que é o método que o executado pode fazer para se opor a penhora. O que se
pede numa oposição à penhora é que a mesma seja levantada total ou parcialmente, que
resulta do artigo 785ºnº6.

Tem de se invocar a factualidade e pede se o levantamento da mesma e junta se prova.


Tem 10 dias da notificação da penhora, para se opor à penhora se tiver fundamento. Porém,
são 10 dias que resulta do artigo 785º, mas são aplicáveis quando a execução segue a
forma ordinária, porque nos casos em que segue a forma sumária não são 10 dias porque,
quando é sumária já estamos no artigo 856º e então o executado foi notificado ao mesmo
tempo que foi citado para a execução que incorre em 20 dias e desse prazo dispõe para se
opor a penhora ou opor se a execução.

Imagine que o executado foi citado para a execução e notificado para se opor a penhora.
Apenas se opôs a penhora. Qual o prazo que dispõe? Dispõe do prazo de 20 dias de acordo
com o artigo 856º se seguir a forma sumária.

Tramitação
Ocorre por apenso. Há diferenças consoante a execução seja ela ordinária ou sumária. Ou
seja, quando se opõe a penhora e a execução é ordinária segue se os tramites do artigo
855º. Esta oposição segue os termos dos incidentes (art.293º a 295º), mas faz uma
nuansses porque também se aplica o nº1 e 3º do artigo 782 – significa que no apenso vai
haver despacho liminar e vai as mãos do juiz para receber ou rejeitar; o exequente é
notificado no prazo de 10 dias para se pronunciar (art.293ºnº2). A prova resulta dos artigos
dos incidentes (art.294º) e o nº3 do 732º fala da revelia que não se considera admitidos os
factos que estejam em oposição do requerimento executivo.

Na execução com forma sumária, tem de se conjugar com o artigo 856º. Resulta deste artigo
que o executado foi citado e notificado e começou a correr um único prazo. A lei diz que
caso o executado se oponha a execução e a penhora abre se apenas um único apenso e
segue se os tramites do artigo 732º que são os tramites próprios da oposição à execução –
vai ser uma verdadeira ação declarativa com audiência prévia, despacho saneador etc.

Contudo, o executado poderá opor se há execução ou opor se a penhora ou opor se aos


dois (execução e penhora).
O prazo em qualquer circunstância são 20 dias.

No que diz respeita a tramitação se ele opor se a execução e a penhora também seguem
se o artigo 732º porque é o mais solene; se apenas se opor a penhora seguimos o artigo
785º.

O que acontece a execução?

A execução só é suspensa se o executado prestar caução. Regra geral, se mesmo que se


oponha a penhora não quer dizer que a mesma se suspensa. Mesmo que se preste caução
a execução só se suspende relativamente aquele bem.

Há um caso em que o legislador admite que a execução se suspensa sem prestar caução
que é o caso previsto no 733ºnº5 donde remete o artigo 785ºnº4 que é a penhora do imóvel
de habitação efetiva, onde a venda vai causar danos irreversíveis.

Se porventura, o executado se opõe a penhora, não presta caução nem usa a situação
excecional, a execução prossegue o bem é vendido, a oposição a penhora é decida
favoravelmente e o bem já foi vendido, o que acontece? O artigo 839ºnº1 conjugado com o
nº3, permite que o executado venha pedir que o bem seja restituído e a venda fica sem
efeito. Caso nada diga tem direito a receber o dinheiro sob o bem.

Citações: art.786º
Na ação executiva vamos chamar outras pessoas ao processo, elas entram como parte
(acessória) do executado ou do exequente, mas podem ter um estatuto paralelo
dependendo das execuções. A dada altura diz que o A.E. tem de fazer as citações.

A lei diz que concluída a fase da penhora, essas pessoas têm que ser citadas.

 Quem?
i) Cônjuge do executado. (art.741º). Por uma questão de coerência disse que é
citado, mas de acordo com o regime das normas. Pode acontecer no início do
processo ou só nesta altura. Pode ser citado, na situação do artigo 740º da
penhora de bens comuns ou na falta de bens próprios; no 787º fala do estatuto
do cônjuge e diz que no caso do 740º tem o estatuto que resulta dessas normas;
manda citar quando a penhora tenha recaído sobre um imóvel ou
estabelecimento comercial para cujo a alienação seja necessário o
consentimento do outro cônjuge.
ii) São chamados os titulares de direito real de garantia sob o bem que foi objeto
de penhora.
iii) Fazenda pública, Segurança Social – são potencialmente credoras são créditos
privilegiados – são entidades que têm privilégios creditórios e são pessoas
titulares de direitos reais de garantia que podem abranger como garantia o bem
que foi objeto de penhora.
 Pra que?
i) O cônjuge pode opor se a execução ou a penhora e fica a poder exercer
todos os direitos iguais ao executado para poder atuar se assim entender.
 Porquê?
i) A lei quer dizer que se a luz do direito civil, e no âmbito de uma venda privada
se aquela venda carece de consentimento do outro cônjuge caso a venda
seja feita forçadamente no âmbito de uma ação executiva e por uma
coerência sistemática, participa se o cônjuge o que não quer dizer que venha
consentir caso a venda seja forçada porque a venda ocorre quer o executado
queira ou não.
iv) são entidades que têm privilégios creditórios e são pessoas titulares de direitos
reais de garantia que podem abranger como garantia o bem que foi objeto de
penhora.
 Quando acontece?
i) Regime no código civil 1682 A, em que se são casados no regime de
comunhão de adquiridos mesmo que seja um bem próprio carece do
consentimento do outro cônjuge; se constituir casa de morada de família tem
de haver consentimento para a alienação e temos de chamar o cônjuge do
executado.
ii) Cita pelo registo, ou o A.E. pode ter conhecimento destas situações quando
vai fazer a penhora.

O direito de retenção é quando a coisa tá retida e tinha direito a receber o crédito e usa esse
bem como garantia. Estas figuras são possíveis de identificação quando se faz a penhora.
O penhor é um direito em que a entrega da coisa tem de acontecer para o próprio penhor
produzir efeitos entre as partes. Há uma norma que é o artigo 747º que é a apreensão de
bens em poder de terceiro – se constatarmos que está nas mãos a titulo de penhor ou direito
de retenção faz se logo a citação dessas pessoas para efeito do artigo 786º.

Exemplo 1:

Ação executiva; um cheque no valor de 100.000€ e foi penhorado o imóvel X. Esta acontecer
em 2023.

Em 2020, C tinha emprestado a B (contrato de mútuo com hipoteca sob o imóvel X). B tinha
que pagar a C 20.000€ em 2024.

A é credor e B devedor;

C é credor e B devedor;

Na ação executiva de A contra B é penhorado o imóvel X. C tem uma garantia de que os


20.000€ vão ser pagos através da garantia de hipoteca.

A lei diz que quando penhoramos um bem e há direitos de garantia sob o bem, os credores
têm que ser citados.

Sob os efeitos da penhora, a lei diz que a partir do momento que se faz a penhora tem o
direito de ser pago o valor daquele bem com prevalência dos outros credores excetos
daqueles que têm garantias reais anteriores.

A penhora de A não vai prevalecer sob o direito de C caso o mesmo venha ao processo.

Citamos C, porque o bem ao ser penhorado e ser vendido, de acordo com o artigo 824ºCCIV
são vendidos livres de ónus e de encargos, ou seja, a hipoteca vai desaparecer e C vai ver
a sua garantia excluída. C vai ter o sei direito de ser pago dentro do processo se se
pronunciar. Se não o fizer e o bem for vendido, a garantia caduca embora C mantenha se
na mesma credora. Vai receber os 20.000€ pelo património de B e não pela garantia de
hipoteca.
C é chamado de acordo com o artigo 788º, para ser citado no prazo de 15 dias vir querendo
reclamar os seus créditos mesmo que não sejam citados não significa que não o reclame
porque o nº3 fala que pode ser espontânea que so pode acontecer até a transmissão do
bem declarado. Tem de alegar e fazer prova que está em condição de o reclamar. Vai dar
origem a um apenso declarativo que corre no tribunal perante o juiz; vai querer ver quais
são os créditos reconhecidos e por outro lado, depois de reconhecidos a graduação dos
mesmos.

Apenso de verificação e graduação de créditos: art.788º


Junta se tudo num único apenso, todos reclamaram e justificaram a presença; entretanto
caso queiram excluir credores, o juiz gradua esses créditos e decide quem tem ou não
direito.

Contudo, para o crédito ser reconhecido tem de reunir um conjunto de condições quando se
apresenta a reclamação de créditos dirigida ao juiz por apenso e no fim pede se que seja
reconhecido e graduado – apenso de natureza declarativa.

 Credor – relação jurídica que deu início ao crédito;


 Garantia real sob o bem objeto de penhora;
 Título executivo;
 Obrigação certa e líquida (a lei não obriga que a obrigação esteja vencida).
São apresentadas as reclamações de crédito, e a secretaria vai notificar todas as pessoas
das reclamações. O exequente é interessado, o executado porque pode entrar pessoas que
queiram cobrar indevidamente, os outros credores porque pode dar para toda a gente e
possam ver o seu crédito pago.

Se ninguém impugnar e a prova for documental, estamos numa situação mais limiar e
entramos no nº2 do 791º que diz que o juiz pode proferir a sentença de graduação de
créditos. Se houver prova para produzir entramos numa verdadeira ação declarativa até
proferir se a sentença.

Há casos, em que a pessoa não tem título executivo, como no caso do direito retenção.
Como o legislador está consciente que podem acontecer estas situações previu no artigo
792º um regime que é aplicável a essas pessoas, mas que estão em condições de obter
esse título executivo numa ação própria para esse efeito. A lei diz que quem não tenha título
executivo, venha ao apenso de verificação e graduação de créditos, pedir para que seja
suspensa até obterem o título executivo. Quando pedem, a lei diz que é comunicado ao
exequente e ao executado. O executado quando notificado pode reconhecer esse crédito e
caso o faça e o exequente não impugne forma se o título executivo sem necessidade de ir
formar a outra ação própria.

Caso alguém impugne, o requerente tem de propor uma ação para discutir o crédito. Neste,
entretanto, de acordo com o nº7 caduca os efeitos dos requerimentos (graduação de créditos
deixa de estar suspensa) se nada fizer:

 Executado tem de demonstrar que está a fazer o que lhe compete e tem de dizer
que propôs a ação declarativa no prazo de 20 dias;
 Tem 15 dias da decisão do transito em julgado (ação declarativa) tem de trazer o
título executivo.
O juiz vai hierarquizar os direitos reais de garantia sob a mesma coisa:

1. Regra geral, quando há mais que um direito real sob a mesma coisa, a prioridade
do registo; Tempo. Os que constituírem em primeiro lugar prevalece sob os que
foram constituídos em segundo lugar, sob a regra do registo e sem prejuízo das
exceções que a lei prevê.
Exemplo: artigo 751ºCCIV – dividas de segurança social, finanças etc.

O artigo 794º é a última norma dentro da secção de citações e do concurso de credores.


Reporta-nos a um cenário e traz a solução para o mesmo:

Pode acontecer que um mesmo devedor tenha a correr contra si mais que uma execução.
Pode ainda que nessas ações executivas seja objeto de penhora o mesmo bem: execução
1 e depois uma execução 2 – penhora se o bem x e constaste se que há uma penhora sob
esse bem noutra execução.

O que acontece quando há pluralidade de execuções sob os mesmos bens? O A.E. faz uma
penhora e constata que o bem está penhorado ao abrigo de outro processo e tem de
suspender a execução 2 remetendo o exequente desta execução 2 para a execução 1 para
ele reclamar o seu crédito. O objetivo é receberem pelo valor do bem que só pode ser
vendido uma vez. Para reclamar o crédito tem de ter um título, uma obrigação, garantia real
sob o bem que foi objeto de penhora (ganhou quando foi feita a penhora a favor dele).

O nº2 diz que se por acaso tivesse uma garantia real sob o bem (credor hipotecário e
avançou com a execução e o bem já tinha sido penhorado noutra execução. O legislador
levanta a hipótese de ele já ter sido citado para reclamar e teria de o fazer no prazo. Se não
foi citado terá de o fazer no prazo de 15 dias onde o A.E. irá avisar que a sua execução vai
ficar parada até ser resolvida a primeira execução).

O nº3 fala dos bens. Nesta execução poderia estar penhorado dois bens ou três bens.
Imaginemos que na execução existe o bem X, Y, Z. O bem X está penhorado em ambas as
execuções. A execução do bem X é que iria ficar suspensa. As execuções dos outros bens
iriam continuar na mesma com processos opostos.

No nº4 fala que se há duas penhoras sob o mesmo bem, o A.E. suspende a execução 2
quanto a esses bens. Caso não exista outros bens a execução 2 extingue se e a pessoa
tem os seus direitos garantidos podendo ir a execução 1 e recebe como credor reclamante.

No caso de C chegar a execução 1 e não receber integralmente, aplicamos a segunda parte


do nº4 do 794º, que fala que sem prejuízo do nº5 do 850º é o caso que é possível o
exequente renovar a execução extinta desde que apresente bens que sejam possíveis de
penhorar. Também pode acontecer de C até estar na execução 1 e que A e B entenderam
se o executado pagou voluntariamente ao exequente. O bem não chega a ser vendido.
Contudo, a execução por força do pagamento extingue se. C será notificado da extinção da
execução; neste cenário, falamos do artigo 850ºnº2 e 3º, onde diz que o credor reclamante
cujo crédito esteja vencido, e haja reclamado para ser pago do produto de bens penhorados
que não chegaram a ser vendidos, pode requerer no prazo de 10 dias contados depois da
extinção da execução (nº2 do 849º) para requererem que a execução se renove e avance.
Conclusão: caso acontece que sob o mesmo bem do devedor que é executado em duas
execuções venha a incidir duas penhoras, o executado da execução 2 vai ficar com a sua
execução a partida suspensa ou extinta se não existir outros bens e vai ser remetido para a
execução 1 aparece como credor reclamante tem 15 dias a contar da sustação. Caso já
tenha garantia real, já foi notificado e teria que se pronunciar no prazo de 15 dias a contar
de quando foi citado. Se o bem não for vendido terá que regressar a sua execução e renovar
a mesma. Caso o bem não tenha sido vendido por pagamento voluntário, pode querer a
renovação da execução 1 onde apareceu como credor

Pagamento
Há um momento em que avançamos com as diligencias necessárias para o pagamento, que
pode acontecer por várias modalidades e timings que a lei afirma.

A lei diz que no 796º, as diligencias necessárias para o pagamento efetuam se no prazo de
3 meses a contar da penhora, indecentemente do apenso de verificação e graduação de
créditos. Há partida, antes do prazo de acabar a reclamação de créditos não se avança,
havendo a exceção de consignação de rendimentos que poderá ser requerida logo a seguir
há penhora.

 Modos de pagamento:
i) Consignação de rendimentos;
ii) Produto da venda;
iii) Adjudicação de bens penhorados;
iv) Entrega de dinheiro:
(1) Pagamento a prestações;
(2) Pagamento voluntário.

Tudo isto está a acontecer porque no inicio houve uma penhora de bens ou direitos.
Entrega de dinheiro: o que se penhorou já permite
entregar se o dinheiro ao proprio exequente.

Adjudicação; art 799º. (alguem que tem um crédito e


quer que o bem seja transmitido para o mesmo
compensando com o que tem de receber e pagar)

consignação de rendimentos; art.803º (só acontece


se for requerida e so pode ser pelo proprio
Penhora de bens ou de exequente e quando requerida o bem nao chega a
direitos ser vendido porque o exequente requere ser pago
através dos rendimentos do bem

produto da venda; art.811º

Art.755ºnº2 só
acordo de pagamento entre as partes ou acontecer se as
pagamento voluntário partes assim o
acordarem

Quando a penhora recai sob algum bem ou direito tem de se fazer a transmissão para uma
terceira pessoa, o normal da execução é encaminharmos para o produto da venda. Quando
um A.E. e tem uma penhora e penhorou algo que não o leva para a entrega de dinheiro leva
o caminho da execução para a venda.

Também são modalidades de pagamento, mas alguém tem de pedir para que aconteça; se
não for possível nem houver pedido não acontece.

1) Acordo de Pagamento (art.806º) ou Pagamento voluntário (art.846/847º):


O executado se quiser e quando quiser pode pagar. Este pagamento é feito ao A.E. ou então
feito o deposito numa instituição de crédito à ordem do processo. Quando se apresenta e
deposita dinheiro, isto não é automático. O primeiro passo é suspender a execução até
verificar se o que depositou corresponde à quantia devida e necessária para pagamento
incluindo, os juros, a quantia exequenda, os honorários etc. O nº4 do 846º, fala que susta
se a execução a menos que seja manifestamente insuficiente e tem lugar a liquidação de
toda a responsabilidade do executado, ou seja, depois de depositar suspende se e é feita a
liquidação: o A.E. aporá o montante que é devido a tudo – art.847º.

Só quando o A.E. concluiu que se encontra depositado a quantia liquidada nos termos do
847º só aí é que a execução se extingue.

Só os que tiverem o crédito vencido é que vão puder requerer a renovação da execução
extinta para serem pagos – a logica é não desperdiçar uma execução onde o bem já está
penhorado e onde já está tudo a que tenham direito.
2) Acordo Pagamento em prestações (art.806 a 810º):
A lei admite que o exequente e o executado entrem a acordo quanto ao pagamento da
quantia exequenda em prestações e diz que esse acordo é apresentado ao A.E. subscrito
por ambas as partes até à transmissão do bem penhorado ou no caso de venda até à
aceitação das propostas. Caso o acordo seja aceite, uma das consequências é que a
execução se extinga e entre em funcionamento o acordo.

 Valor de cada prestação;


 Quantas prestações;
 Vencimento de cada uma das prestações;
 Como é efetuado o pagamento das prestações.
Além disto há, mais uma referência que resulta do 795ºnº2 que é admitido o pagamento nos
termos do 806º a 810º e que em qualquer caso deve prever se o pagamento de honorários
e das despesas do A.E.

Constar ou não, não invalida o acordo, mas é um elemento importante na ótica do


exequente. A execução extingue se, e quando acontece as penhoras levantam se. Se a
garantia dada pela penhora continue embora reconfigurada tem de fazer uma declaração –
art.807º.

Exemplo:

Suponha que a ação executiva foi celebrada um acordo de pagamentos a prestações mais
existia credores reclamantes: A e B são exequentes e executados, a penhora caiu sobre o
imóvel X, C que tinha direito titular de garantia veio reclamar o seu crédito que já se
encontrava vencido. A e B celebram um acordo de pagamento em prestações. (art.809º)

O que vai acontecer a execução? A execução extingue se. Mas se existir um credor ou mais
que um na ação cujo crédito esteja vencido, quando for notificado que a execução se
extinguiu vai poder requerer a renovação da execução extinta. Ou seja, vai poder C agarrar
na execução e prosseguir. Tem a particularidade de quando a execução se extinguiu o
objeto de penhora não se vendeu e o exequente ficou com uma garantia real se não
prescindiu da penhora. Agora ao avançar a execução por parte de C, o bem vai ser vendido
sem ónus e encargos, e B perde a garantia sob o bem. O legislador pensou que tem direito
a renovar a ação, mas como temos um exequente que ficou com o direito de ser pago por
força da hipoteca e com o pagamento em prestações, pergunta se ao exequente originário
que ao avançar a execução ele quer ficar e desiste do acordo ou quer ficar com o acordo e
sai da ação executiva. Se for notificado e nada diz, desiste da garantia. Quando o exequente
desiste, é o credor reclamante que passa a tomar a posição do exequente.

3) Acordo Global – 810º

É um acordo de pagamento em prestações, mas onde são intervenientes, os credores


reclamantes e o exequente. Usamos o acordo global se todos tiverem de acordo e para
evitar o que acontece no 809º. O facto de haver credores reclamantes com créditos vencidos
vai criar perturbações, porque vão poder vir ao processo pedir a renovação da execução
extinta.

Precisamente para evitar, o legislador criou o acordo global que envolve o exequente,
executado e credores reclamantes, todos eles terão de fixar a quantia exequenda o valor
que vão receber, plano de pagamentos, como é vencido e alem disso temos que
salvaguardar as garantias se se mantém ou não ou se tem de se criar outras.
Quanto ao incumprimento, o legislador tem um regime próprio que diz caso exista
incumprimento deve se fazer uma interpelação no prazo de 10 dias, e só depois se considera
que o acordo global caduca e só assim pode se renovar a execução extinta.

4) Consignação de rendimentos – 803º, 804º e 805º

Estaticamente não é muito aplicada.

É um direito real de garantia que se constituiu quando usamos este meio de pagamento,
quer dizer que vai funcionar como forma de o exequente ser pago, o que significa que
alguma coisa ou direito já foi penhorado.

Pode ser pago não a favor do valor da coisa, mas sim do produto dos seus rendimentos da
coisa que foi objeto de penhora.

Só acontece se for requerido: não acontece pelo normal fluir da execução e so pode ser
requerido pelo exequente. Enquanto a adjudicação pode ser pelo exequente ou um
reclamante, neste caso só pode ser pelo exequente e só funciona se o executado não se
opuser.

Há dois momentos em que pode ser requerido e consoante o momento tem uma
consequência adicional:

 Art.796º nº1 – diligências para pagamento: acontecem até 3 meses depois da


penhora, mas a regra é que só devem iniciar se depois de decorrido o prazo para a
reclamação de créditos exceto se se tratar da consignação de rendimentos que deve
acontecer logo após a penhora. Quando se requer a consignação logo após a
penhora fica prejudicada a citação dos credores reclamantes, já não se faz a citação
dos mesmos. Teoricamente, pedir a consignação evita que o exequente concorra
com outros credores reclamantes. Consegue receber através do rendimento dos
bens, evitar que entrem os credores reclamantes. Pode ser uma falsa questão
porque quem não entrou não quer dizer que não proponham uma ação executiva e
penhore o mesmo bem, o que acontece é que o credor que se quis evitar, sendo
credor consignatário, é chamado a execução para receber pelo produto da venda –
lugar da penhora. É sujeita a registo e é feito por averbamento à penhora.
O bem tem de gerar rendimentos ou produzir rendimentos. Ou os rendimentos já estavam a
ser produzidos (rendas). O que acontece é que o exequente vai ter o direito de ser pago por
esses rendimentos.

A partir daquele momento o credor passa a ser um credor consignatário – mesmo que o
bem seja transmitido ele tem o direito de receber. A execução extingue se.

 Mesma execução que um credor reclamante.


O bem que tá a gerar rendimentos, o exequente passou a ser credor consignatário. Se o
proprietário do bem for objeto de uma ação executiva e o bem for penhorado e vendido é
vendido livre de ónus e encargos, o credor é citado pelo remanescente e aparece como
credor consignatário. Vai poder receber desde que reclame o seu crédito na ação executiva.

5) Venda – 811º

Modalidades de venda – art.811º


Algumas destas modalidades são imperativas: quando acontecerem não há escolha. Quem
determina a modalidade de venda é o A.E. seguindo e cumprindo a lei.

Sempre que o exequente/executado não fez a escolha certa reclama se para o juiz.

Imperativas:

 Venda em mercados regulamentados;


 Venda Direta
Estão previstas no 830º e 831º.

Os bens são vendidos quando se trate de instrumentos financeiros (ações de uma empresa
cotada em bolsa), e mercadorias.

Por lei se tiverem de ser entregues a determinadas entidades (cooperativas) tem de ser
vendida a eles.

No caso de o bem objeto de penhora ter sido objeto de um contrato promessa com eficácia
real, o promitente comprador mantém o direito de o bem ser transmitido a ele mesmo que
tenha sido objeto de penhora.

No 837º vende se preferencialmente por leilão eletrónico.

 Venda em leilão eletrónico: tem despacho 2624/2015 publicado no diário da


república em 2º série a 9 de novembro 2015.
As pessoas que tenham direito de preferência, são notificadas no prazo de 15 dias
após o leilão para fazerem valer o seu direito.

O direito de remissão prevalece sob o direito de preferência.

Quando o bem vai ser vendido tem de ser atribuído um valor, porque as propostas iniciam
se a partir de um determinado valor “base” – art.812º - quem decide é o A.E. e tratando se
de um imóvel é o do VPT há menos de 6 anos ou de mercado consoante o que seja mais
alto.

Este valor nos termos do 816º normalmente quando o bem vai a venda as propostas são
aquelas que correspondam a 85% do valor base; se for uma proposta inferior se alguém
discordar desse valor a proposta não é aceite.

Para chegar ao objetivo final tem que haver modalidades de pagamento. A maioria delas só
vai ter concrecitazação ou pela vontade das duas partes, ou por uma das partes (pagamento
voluntário), adjudicação, consignação de rendimentos e deixando de parte o pagamento de
entrega de coisa efetiva. Quer dizer que, nada for requerido e se o que está penhorado tem
de ser transmitido o fluxo normal é entrarmos na fase da venda – o A.E. tem de decidir a
modalidade de venda. A esse propósito, de acordo com o 811º, o A.E. vai estar sujeito a
várias modalidades, venda direta ou venda em mercados regulados, ambas são imperativas.

A venda em estabelecimento de leilão, depósitos e venda de negociação particular são


modalidades são mais aplicáveis a penhora de coisas moveis.

 Venda por negociação particular:


Art.832º

O legislador elenca os casos que possam existir.


O A.E. encontra alguém que queira adquirir o bem. Só é aplicável em casos com carater
excecional. Se for a primeira hipótese, é porque toda a gente está de acordo por transmissão
por essa via. Está articulado nas duas primeiras alíneas.

Outra situação, é quando se frustre a venda por proposta em carta fechada, por falta de
proponente e terem sido esgotadas todas as hipóteses.

A última hipótese é para venda de coisas que tem um valor de 4 UC. A unidade conta é uma
referência que neste momento está em 102€ e é um critério para o valor de taxa de justiça,
multas etc. É uma unidade de referência, e se o valor do bem for de 4 UC podemos vender
por negociação particular. Os encargos envolvidos não justificam.

Por ultimo, a alínea c), aplica se quando exista urgência na realização da venda, que deve
estar reconhecida pelo juiz. Relativamente a esta questão temos de articular com o artigo
814º, porque é ai que encontramos os critérios para saber quando a venda se considera
urgente e temos ai a posição do juiz que tem de autorizar a venda antecipada. Tem carater
urgente, após a penhora admite se a venda, porque o que se penhorou não compadece com
as delongas que estão associadas a proposta de carta fechada ou leilão eletrónico. Falamos
de bens:

 Cuja depreciação, detioração não possa esperar pelo longo processo;


 Vantagem na antecipação da venda.
Quando falamos de vendas em leilão ou carta fechada, há questões que temos de perceber.
O bem vai a venda porque valor? Quando decidimos a modalidade, o A.E. atribuiu um valor
ao bem – 812º. O valor do bem (valor base do bem) será o valor do VPT se a avaliação for
feita a menos de seis anos, ou o valor comercial do bem se for superior. Notifica o exequente,
executado e credores reclamantes da decisão. Se alguém tiver em desacordo pode recorrer
para o juiz e a ultima decisão é a dele – 812ºnº7. Avança se para a modalidade de venda
regra, e se for leilão ou carta fechada, esta modalidade pressupõe que apresente propostas
ou licitações.

A partir de que valor se aceita proposta? A regra é de acordo com o artigo 816º, os bens
penhorados são vendidos e o valor anunciar é 85% do valor base dos bens. É valido para o
leilão eletrónico.

Abre se um período para propostas ou leilão. Quando se encerra ve se quem fez a melhor
proposta e o bem é vendido a essa pessoa.

Essa pessoa tem de depositar o preço – 824º. Tem o prazo de 15 dias para o fazer.

Se o preço estiver correto, o A.E. emite o título de transmissão cancelando todos os ónus e
encargos – art.827º.

O terceiro com o título pode requerer uma execução para entrega de coisa -art.828º.

Há pessoas que possam ter um direito de aquisição, nomeadamente por exemplo, os


preferentes.

Estas pessoas sendo identificadas (bem-estar arrendado), são notificados do local para
abertura das propostas para poderem exercer o direito de preferência – 823º. Se for aceita
alguma proposta são interpelados para se quiserem exercer ou não o direito.
No caso do leilão eletrónico, notifica se os preferentes no fim.

O outro caso em que o bem pode deixar de ser é no direito de remição – 842,843,844 e
845º.

É um direito que tem características do direito de preferência e está acima de todos, mas é
um direito que normalmente dizemos que é processual porque apenas surge na venda
realizada no âmbito de um processo executivo. Tem uma razão de ser,
proporcionar/privilegiar que um determinado bem se mantenha na esfera familiar e por isso
assiste, o cônjuge, ascendentes e descendentes; podem apresentar se a exercer este direito
designando se “remir”, apenas quando a venda é feita no âmbito de um processo executivo.

Têm direito a que o bem seja transmitido pelo mesmo preço.

Estas pessoas podem apresentar se no caso de venda por carta até a emissão do titulo e
no caso de leilão igual, e nas outras modalidades até a entrega do bem.

Estas pessoas não são notificadas.

6) Adjudicação – art.800º

Funciona para quem está dentro do processo: executado, exequente e credor reclamante.
No fundo estão a declarar que pretendem que o bem seja transmitido para elas por conta
do crédito que têm.

Exemplo:

Estão em causa 50.000€. foi penhorado o bem Y, com valor base de 1 milhão. O exequente,
tem de apresentar um preço se quiser o bem.

Manifesta que está interessado que o bem seja transmitido, mas quando o faz oferece X
para o receber. Esse valor tem de ser a partida superior a 85%; se não for só é aceite se
toda a gente concordar.

Quando se quer a adjudicação é como se fosse um novo proponente.

O bem só é transmitido se a oferta dele for a maior. Garante se isso por duas vias: esta
manifestação de vontade, pode ser feita antes de a venda ser anunciada ou depois. Se
requerer depois de ser anunciada, a oferta concorre com outras e só ganha se for a mais
elevada. No caso de requerer antes de a venda ser anunciada, é anunciada a própria
adjudicação com a oferta que foi feita dando se um período para se apresentar outras
propostas.

O exequente e o credor reclamante só ficam com o bem se não aparecerem, propostas


superiores, preferentes, proponentes, remição.

800º: requerida a adjudicação é anunciada com a proposta e preço. Corre prazo para
apresentação de outras propostas e que também são notificados os preferentes e depois só
vai vingar a proposta do requerente se for a maior proposta.

Aplica se as mesmas regras: depositar o preço, cancelado os registos, emissão do título. O


802º remete para os artigos seguintes.

Exemplo:
A propõe ação contra B por 50.000€.

Foi penhorado o imóvel X no valor de 100.000€.

A requer a adjudicação e oferece o preço de 110.000€.

Terá de pagar (110.000€ - 50.000€ = 60.000€)

Acontece que as vezes, estão mais pessoas no processo – credor reclamante.

Estado – reclamou um crédito reconhecido, graduado; tinha que receber 75.000€.

Quem recebe primeiro era o Estado, logo teria que garantir esse valor. 75% vão ter que
aparecer para garantir que o credor graduado antes dele tem de receber. Fica dispensado
de depositar o que não excede – 75.000€ - fica dispensado de 35.000€ e a execução
mantém se para receber 15.000€.

A --------- B no valor de 50.000€

Penhora se o imóvel X no valor de 100.000€

1º Estado credor garantido com 60.000€;

2º Credor Reclamante C

3º Credor A

O C oferece 200.000€: 40.000€ são para ele por ser credor reclamante; deposita 160.000€:
60.000€ pro Estado, 50.000€ para A e 50.000€ para B.

NOTA: O Estado é sempre pago em primeiro lugar; por exemplo se o valor fosse de
80.000€, 60.000€ eram logo retirados para o estado e A só recebia 20.000€, tendo de
continuar a sua execução até receber o valor restante.

Desde que o crédito esteja vencido pode pegar naquele bem e avançar com uma execução.

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