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22/02/2023

Contraditório é eventual e deferido no tempo. Na forma ordinária o contraditório é antes da


penhora.

A contestação é feita por uma petição de contestação.

Princípio da legalidade da decisão – aplica-se à ação declarativa e executiva

Princípio da publicidade dos atos processuais – decorre da Constituição, sendo uma garantia de
um processo equitativo.

Princípios instrumentais:

1. Princípio dispositivo – não há ações executivas que comecem oficiosamente


relativamente aos direitos dos sujeitos privados. As partes decidem que atos
processuais praticam. As partes dispõem sobre o objeto da ação, mas também a
extinção da ação executiva - Artigo 806º do CPC – acordo para pagar a prestações que
implica a extinção da ação. Este princípio é a expressão da autonomia das partes.
2. Princípio da oficialidade – na matéria dos atos materiais (penhora, venda e pagamento)
o agente de execução pratica os atos oficiosamente. O agente de execução tem poder
de direção do processo.
3. Princípio da legalidade do procedimento – o procedimento executivo está
predeterminado na lei e as partes, nem o tribunal, não podem as partes alterar o que
está na lei – não se pode adicionar ou retirar atos, prazos, etc.
4. Princípio da adequação formal – aplica-se à ação executiva que permite o juiz autorizar
a prática de atos diferentes ou noutro momento de atos previstos na lei.
5. Princípio da cooperação – se houver litigância de má-fé (do executado ou do
exequente)

Principio da economia processual – princípio estruturante – só deve ser praticado dentro


do que é necessário. A prática de atos inúteis é ilícita e proibida (130º do CPC).

Princípio da autorresponsabilidade das partes – existe um prazo para praticar os atos. As


partes respondem pelas consequências dos atos dentro dos prazos como também pela não
prática dos atos.

Há princípio específicos da ação executiva?

1. Princípio da patrimonialidade – os atos executivos, materiais, têm por objeto situações


(coisas, prestações de facto) jurídicas que integram o património do devedor, mas
nunca a integralidade física do devedor ou a liberdade do devedor. A ação executiva
comprime os direitos fundamentais do executado, mesmo os não patrimoniais. Por um
lado, direito do credo ao cumprimento, por outro lado, o direito de devedor e temos
de ter em conta o princípio da proporcionalidade que diz que os atos executivos devem
ser feitos dentro do necessário para a satisfação - 731º, 735º.
2. Princípio da formalização – sem título executivo, sem papel, não há ação executiva,
esta depende de um documento sob pena de não poder prosseguir – artigo 10º.
Tutela jurisdicional efetiva – favor creditoris – não é só um conjunto de exceções ao
princípio da igualdade. Não sendo um princípio (para o regente), é um conjunto de
exceções, é uma característica da ação executiva. Outra característica é a prática de atos ius
imperium, a coação, independentemente da vontade.

Qual é o pedido e a causa de pedir da ação executiva?

O pedido da ação executiva é a realização coativa da prestação devida – objeto


imediato do pedido, diz o regente. A prestação devida é o objeto mediato do pedido. Este
pedido pode ser pagamento de quantia certa (724º e seguintes), entrega de coisa certa, ou
prestação de facto. É um objeto específico. A regra é que a ação executiva é uma ação de
execução especifica. Pagamento em moeda estrangeira é uma entrega de coisa certa.
Prestação de facto infungível – converter a prestação de facto em pagamento de quantia
certa, na indemnização pelo incumprimento.

A causa de pedir da ação executiva não é o título executivo (este apenas incorpora,
refere, certifica, individualiza a causa de pedir). A causa de pedir são os factos de aquisição
de um direito a uma prestação exigível. Não basta de contrair o direito que me pagassem,
mas é necessário que a obrigação esteja vencida.

01/03/2023

Vários regulamentos da OSAE que regulam a atividade do agente de execução

A atividade do agente de execução é semelhante aos advogados. Podem existir sociedades


de agentes de execução, no entanto, não pode existir mistura (advogados e sociedades).

Deveres dos agentes de execução – 6 grupos.

Remuneração do agente de execução: 721º1 – é o exequente que tem de pagar ao agente


de execução, suportado a título antecipado, uma estimativa dos gastos e no final fazem-se
os acertos – portaria 282/2013, artigo 47º.

Artigo 533º2 c).

Artigo 540º do CPC - se as custas não forem pagas o processo não acaba.

Se a penhora não chegar o exequente pode colocar uma execução à parte a outros títulos
(721º).

Se não enviarmos o documento comprovativo – só se considerando proposta ação na data


de pagamento ao agente de execução – 734º6.

No início de cada fase temos de pagar, tendo 30 dias para pagar – 721º. A logica é
provisionar primeiro para o processo avançar.

Honorários com parte fixa e variável. A parte fixa é o valor que deve ser provisionado antes
de cada fase do processo, valor tabulado na portaria 282/2013. Por outro lado, a parte
variável, uma percentagem sobre o produto da venda, uma compensação pelo sucesso da
sua atividade que varia consoante o tempo (quanto mais depressa melhor) e consoante o
valor total da execução.
Atividade do agente de execução está sujeito a inspeção e fiscalização – OSAE e CAAJ.
Agente pode ser sujeito a processo disciplinar da CAAJ. Pode ser sujeito de
responsabilidade civil e penal.

Como se distribui uma ação executiva a um agente de execução – não é por sorteio.
Designa-se o agente de execução pelo exequente. O agente de execução é indicado, pelo
artigo 720º1 e 724º. Se não for designado o processo não avança e terá que ser a
secretaria a escolher por sorteio. O agente será notificado por via eletrónica e tem 5 dias
para dizer que não aceita, silêncio vale como aceitação – 720º8.

Pode ser retirado do processo em caso de morte, doença, suspensão em processo


disciplinar superior a 10 dias. Pode também sair do processo por destituição do próprio
exequente (720º4).

Atos praticados por um agente de execução: em primeiro lugar, pode existir um agente de
execução antes da ação executiva, um procedimento extra judicial pré executivo (lei
32/2014). Pesquisa de bens para efeitos de futura penhora e, se não encontrarmos bens o
credor pode requerer uma certidão ao agente que a divida não é cobrável (incobralidade
da divida para fins de iva) ou, se encontrarem bens o exequente pode avançar para a ação
imediatamente com a penhora dos bens já descobertos.

719º1 – competência negativa e residual.

Como é que se impugnam os atos dos agentes de execução – 723º1C – meio especifico de
impugnação, a reclamação dos atos do agente de execução. Regime especial e residual que
só pode ter lugar quando outro meio a lei não tenha previsto para o mesmo vício. Assim,
não há reclamação em situações de nulidade porque se aplica o regime geral. As nulidades
de procedimento aplicam-se as regras gerais das nulidades. Pede a revogação do ato de um
agente de execução e, se for revogado, pede-se que seja substituído pelo ato correto, por
ordem do juiz. Pode também existir reclamação por omissão, para que o agente pratique o
ato em falta.

Reclamação por violação do estatuto do agente de execução, por atos expressamente


previstos na lei.

Agente de execução é mandatário do estado e tem natureza administrativa. No plano


formal, orgânico, a ação executiva é judicial, mas no plano material a ação executiva insere-
se no plano administrativo porque abrange atos administrativos acessórios da ação judicial,
embora não sejam em bom rigor judicias.

06/03/2023

Título executivo

Natureza da necessidade de o exequente retirar do título uma obrigação que seja exigível e
ser determinada.

Direito à execução só se constitui com a existência de um título executivo – lógica do MTS,


mas o regente interessa-se mais pela vertente processual. Como é que está relacionado
com a causa de pedir? É assim, o título executivo, um documento que incorpora a causa de
pedir logo não temos de fazer a prova (com testemunhas e afins) porque já consta no
título, no documento. Assim, o título certifica a causa de pedir e justifica a execução.
A obrigação deve ser determinada e exigível estamos a dizer que a obrigação que é objeto
do pedido e que decorre da causa de pedir deve ser uma obrigação com certas características:
ser imposta coativamente no momento da petição inicial, suscetível de pagamento imediato.

Princípio da formalização – documento que certifica a causa de pedir e a existência de


incumprimento.

Título executivo como condição formal e a obrigação ser exigível é uma condição material.

Título executivo – é o documento pelo qual o requerente da prestação coativa da prestação


demonstre a aquisição de um direito a uma prestação segundo requisitos legalmente
prescritos. Só os documentos que a lei qualifique como tendo eficácia executiva.

Funções do título executivo – tem função de representação e certificação da causa de pedir


porque é um documento que constitui a obrigação ou reconhece uma prévia obrigação, mas
saber o lugar do cumprimento, etc, é um facto complementar, demonstrar que a obrigação é
exigível não é necessário – artigo 713º. Função de delimitação do título executivo, artigo 10º
diz que este é a base da execução, tendo uma função de individualização porque é este que
determina o objeto da execução e os seus sujeitos. MTS diz que há uma função constitutiva, a
existência deste título é condição de exequibilidade perante o tribunal.

Tipicidade e a literalidade – características.

Formas de classificar os títulos executivos

Por força da tipicidade só têm força executiva documentos que a lei expressamente
permite, não há títulos executivos implícitos (regente).

Os títulos executivos estão previstos principalmente no CPC, artigos 703º a 708º.

Sentenças condenatórias – qualquer sentença que a título singular ou cumulado imponha


o comando de atuação ao reu. Julga proceder um pedido condenatório, qualquer que seja.
Também as providências cautelares condenatórias cabem na alínea a).

Declarado nulo um contrato mas o reu não pede o dinheiro de volta, será uma condenação
implícita de devolver o dinheiro e podemos executar? Obrigações que não existiam, mas se
constituíram por causa da procedência de um pedido condenatório, será assim necessário
arranjar título executivo? Juros de mora legais, 703º2, pode acontecer. Doutrina maioritária
defende que há obrigação implícita. Regente considera que constitui uma limitação razoável ao
princípio da igualdade e ao princípio da proibição da indefesa porque há uma parte que vai
receber um caso julgado que desconhecia, que não está anunciado, que só se poderá defender
depois da penhora.

Admitem-se obrigações futuras – 557º2 – se conduzir a um dano grave.

08/03/2023

Sentença estrangeira

Podemos executar uma sentença que esteja pendente de recurso? Não faz sentido se não
sabemos se a sentença vai transitar em julgado (artigo 688º). A sentença constitui título
executivo só depois de transito em julgado, salvo se o recurso contra ela imposto não tiver
efeito suspensivo. 647º. Podemos executar provisoriamente.
Problema de necessidade de justiça e segurança jurídica – o recorrente pode recorrer ao
tribunal de recurso.

Suspender a instância executiva – 704º5

O executado pode pedir ao juiz que fique suspensa a venda enquanto não soubermos o
efeito final do recurso – 704º4

Se houver produtos da venda a entregar aos credores – têm de prestar caução caso exista
uma sentença de providência da sentença

Títulos executivos extrajudiciários, privados, negociais:

a) Documentos não condenatórios, que não sejam sentença, documentos exarados ou


autenticados – documentos autênticos, materialmente produzidos e negociais cujo
corpo é produzido por uma entidade certificada, notária de fé pública ou um advogado
e até um agente de execução. Documentos exarados são por exemplo as escrituras
públicas. Os documentos autentificados são materialmente privados, exarados pelas
próprias partes. Documentos particulares simples (em que constam o negócio sem
intervenção de uma entidade com fé pública, ficou só entre as partes), com assinatura
ou letra reconhecidas (por semelhança, presencialmente), tal como, os particulares
autenticados (a entidade notária de fé pública apuseram um termo de autentificação).
b) Têm de ser formalmente válidos, ou seja, são títulos executivos ao preencherem os
pressupostos formais.
c) Têm de constituir uma obrigação, são uma fonte da obrigação, ou então reconhecem
uma anterior e preexistente obrigação, tem de ser obrigações já constituídas, podem é
não estar vencidas.

Se existir um título executivo de compra de uma casa que obrigações posso executar, só as
enunciadas? Se for título executivo constitutivo é discutível, a compra e venda de uma casa,
podem ser as enunciadas e aquelas que decorram do contrato. As enunciadas e as implícitas
que decorram do tipo legal.

A lei admite a possibilidade de executar uma obrigação futura, de título executivo não
constituído, uma obrigação que à data de celebração/conclusão do título executivo, não existe.
Prevê-se uma exceção à alínea b, no artigo 707º, têm de ser documentos que preveem
documentos no futuro ou abram espaço a constituir obrigações no futuro. Contrato de
abertura de crédito – entidade bancária que compromete que, quando o cliente quiser,
transferir dinheiro ao cliente a título de crédito que precisa da prova complementar do título
via documento (identificado no contrato).

715 – Não está vencida em nome do título

Alínea c do 713º1 – títulos de crédito (documentos negociais que incorporam uma


obrigação caracterizados pela literalidade, autonomia e abstração). A sua causa de pedir é a
própria subscrição a título de crédito e enunciam uma certa obrigação. Uma obrigação cautelar
que tem data de vencimento, juros de mora, mas os títulos valem por si próprios, no entanto
têm uma relação subjacente. Depois da vírgula estamos a executar a relação subjacente, no
entanto, temos de individualizar o contrato efetivo.

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