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Funções:
a) unidade sistemática – o direito adm passa a ser estruturado a partir da principiologia
b) fornecem pauta para ação da adm – o exercício da função busca seu conteúdo na principiologia
c) aperfeiçoam e incrementam o controle da administração
Os princípios não são monovalentes, pois aplicam-se a vários ramos do direito. O princípio da legalidade existe no Direito
Tributário, visto que os tributos são instituídos mediante lei; também no Direito Penal, em razão da exigência de que o fato, para
ser considerado crime (típico), deve estar prévia e precisamente definido em lei
Classificações:
a) gerais – aplicação obrigatória, exemplo: LIMPE
b) setoriais – aplicação em campos específicos, exemplo: princípio da vinculação ao edital
c) constitucionais – tem o art. 37 como norte, mas não se restringem a ele
d) infraconstitucionais – espalhados por toda a legislação
Princípios:
Legalidade – na concepção tradicional, o exercício da função adm depende de prévia autorização em lei; na concepção
clássica, diz que este princípio é a de que a lei predetermina o conteúdo da ação, ou seja, a função adm seria executar a lei de
ofício
vinculação positiva – aplicável à administração pública
vinculação negativa – aplicável aos particulares, que podem fazer tudo o que a lei não proíbe
Decorrente do princípio da legalidade, há o princípio da reserva legal, exigindo que determinados assuntos sejam tratados
especificamente por meio de lei confeccionada pelo Parlamento. Dessa forma, princípio da legalidade exige atuação conforme a
Lei e a reserva legal veda que determinados assuntos sejam tratados por fontes normativas diversas da Lei.
Segundo Celso Antônio Bandeira é possível apontar 3 restrições excepcionais ao princípio da legalidade:
I) estado de defesa
II) estado de sítio
III) medida provisória
Impessoalidade – sem promover interesses pessoais igualdade ou isonomia e proibição de promoção pessoal
vedação de privilégios ou discriminações desproporcionais – tratamento isonômico aos particulares em idêntica situação
vinculação absoluta ao interesse público – princípio da finalidade, o adm não pode agir para satisfazer fim pessoal
imputação volitiva – os atos praticados são imputados à PJ que eles fazem parte
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA: a doutrina tradicional, Hely Lopes, entende que o princípio da impessoalidade se equipara ao
da finalidade; significa que o administrador não pode buscar interesse pessoal ou de outrem, impondo ao administrador a
prática exclusiva do ato para o seu fim legal. Impessoalidade e finalidade são expressões sinônimas
Celso Antônio entende que o princípio da finalidade é autônomo. Sendo que o princípio da finalidade busca uma vontade maior
da lei, busca o espírito desta, seu fim; enquanto a impessoalidade é agir de forma impessoal.
Publicidade – divulgação dos atos estatais, ideia de visibilidade e transparência; ela não se traduz na mera formalidade, mas
exige que os administrados tenham conhecimento do conteúdo dos atos.
Motivação – decorre do princípio da publicidade que significa explicitar os fatos e fundamentos; o administrador deve embasar
a decisão. Os atos que precisam de motivação são aqueles dotados de conteúdo decisório, sobretudo os restritivos de direitos.
Obrigatoriedade de motivação:
neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; decidam processos de concurso ou seleção pública
dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório
decidam recursos administrativos
decorram de exame de ofício
deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais
importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
Eficiência – princípio que foi incluído pela EC 19/98 que busca a otimizar da atuação com foco no resultado:
em relação ao modo de atuação do agente, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições
em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a administração
“A demora excessiva e injustificada para cumprir obrigação é omissão violadora do princípio da eficiência, na medida em que
denuncia a incapacidade em desempenhar, num prazo razoável, as atribuições que lhe foram conferidas, fere também a
moralidade por colocar em xeque a confiança que o cidadão deposita na administração.”
Em regra, os Tribunais têm entendido que a proibição ao nepotismo não se aplica aos cargos de natureza política, como o
cargo de Secretário. Contudo, mesmo em caso de cargos políticos, é possível considerar a nomeação indevida nas seguintes
hipóteses:
a) fraude à lei
b) nepotismo cruzado
c) falta de razoabilidade da indicação por ausência de qualificação técnica ou idoneidade moral do nomeado
“Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar cargo de assessor de controle externo do TC mesmo que o tio exerça
o cargo de assessor-chefe de gabinete o cargo do tio não tem qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A
incompatibilidade da prática não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada ou
servidor, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à
pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção.”
Continuidade – deve ser contínua e ininterrupta. A atividade deve estar disponível ao administrado, deve haver uma constância
e regularidade. Há alguns temas, entretanto, que são ininterruptos, pois são essenciais como saúde, segurança pública.
Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:
a) razões de ordem técnica ou de segurança das instalações
b) inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade
Razoabilidade – limite para a discricionariedade; todas as vezes que o mérito administrativo extrapola os limites da lei, seja por
atuação que afronta a lei, seja pela violação ao princípio da razoabilidade, compete ao judiciário, desde que provocado, sanar o
vício da conduta estatal, determinando a anulação do ato ilícito.
Proporcionalidade – equilíbrio entre o ato e os fins alcançados, sendo um limite à discricionariedade. Se subdivide em:
a) adequação ou idoneidade
b) necessidade ou exigibilidade
c) proporcionalidade em sentido estrito
A razoabilidade e proporcionalidade são princípios importantes para conter os excessos administrativos que podem advir de
atos discricionários.