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GUIA DE ESTUDO

Direito Constitucional e
Administrativo
UNIDADE III
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO

UNIDADE III

Palavras do Professor

Olá, aluno (a)!

Seja bem-vindo (a) ao terceiro guia de estudo da disciplina Direito Constitucional e Administrativo.

Lembro que o enfoque da disciplina é o Direito Público, que assevera a base primordial do entendimento
jurídico brasileiro. Estamos vendo, a partir do Direito Administrativo, o início da matéria e suas diretrizes.
E a sistematização do assunto está sendo discutida sob a égide do Direito Constitucional.

Podemos ir em frente?

Nesta unidade vamos conhecer os processos e procedimentos administrativos, os princípios e objetivos


fundamentais e a estrutura e organização do estado brasileiro!

Sucesso e mãos a obra!

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DIREITO ADMINISTRATIVO: PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Processo e procedimento administrativo: distinção. Modalidades. Processo administrativo


disciplinar
Procedimento administrativo é uma cadeia de ações, ou seja, uma sucessão organizada de atos e
formalidades, distintas entre si, porém, relacionados, com tendência à obtenção de um resultado, a qual
se torna concreta em uma decisão final. Tal procedimento deixou de apenas anteceder a uma decisão
administrativa, passando a ser seu sustento, o que o molda e o que o condiciona, por meio de uma
sequência de atos e formalidades públicas, permitindo assim explicar, evidenciar e informar as decisões.
O procedimento é concebido dentro de uma ideia de racionalização e eficiência administrativas.
Processo administrativo é um conjunto de documentos que traduzem os atos e as formalidades
integrantes do procedimento administrativo. Não é, portanto, um mero aglomerado de documentos, mas
um conjunto cronologicamente ordenado, unificados, o qual demonstra o modo como se formou o desejo
jurídico da Administração, e que pressupõem um fácil consulta. Também são produzidos com o objetivo
de servir como suporte físico e jurídico ao procedimento administrativo, que assume a forma escrita, por
meio de atas, autos, relatórios, notificações dentre outros, que são incorporados no processo para que
sejam tomados em consideração na decisão final.
O Processo Administrativo Disciplinar é um instrumento que se destina a averiguar a responsabilidade
de servidor público por alguma infração praticada quando do exercício de suas funções, ou que se relacione
com as atribuições do cargo em que se encontre investido. É a apuração da culpabilidade do servidor
público, quando já estão claras a materialidade e as provas de sua autoria.

Princípios constitucionais do processo administrativo. Princípios da Lei Federal n° 9.784/99

O contraditório e a ampla defesa são direitos constitucionalmente garantidos no art. 5º, inciso LV, da
CF/88. Todos que tiverem contra si um processo administrativo instaurado, bem como os acusados no
âmbito administrativo, poderão ser assegurados a observância destes princípios, sob pena de ser nulo do
processo.
Há pelo menos dois princípios a serem observados:
Principio do devido processo legal – O art. 5°, LIV, da CF/1988, afirma que ninguém poderá ser
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Tal princípio irá garantir ao servidor
público acusado o direito de se defender, de ser ouvido e de produzir provas, assim como a garantia de
uma decisão com fundamento. Além da observância de critérios legais, este princípio atenderá também a
proporcionalidade e a razoabilidade.
Princípio do contraditório e da ampla defesa - Estes princípios também estão amparados no art.
5°, LV, da Constituição Federal de 1988, pois retrata que são assegurados aos litigantes que estão em
processo administrativo, e aos acusados em geral o direito do contraditório e ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes. O direito de punir pressupõe o direito de defesa, o qual deve ser amplo e sem
restrição.
Há pelo menos 10 princípios na Lei Federal nº 9.784/99:
Principio da Legalidade - Ninguém é obrigado a fazer ou não alguma coisa, a não ser em virtude de
lei. Este princípio tornou-se uma das principais garantias de responsabilidade aos direitos individuais. Ele

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limita a atuação da administração pública, ou seja, só poderá ser feito aquilo que a lei permitir, não podendo
por simples ato administrativo, conceder direitos, criar obrigações ou impor vedações ao administrado.
Princípio da supremacia do interesse público – Também muito importante, pois, além de nortear
outros princípios, é conhecido também pelos doutrinadores como Princípio da Finalidade Pública e está
presente tanto no momento da elaboração da lei, como também na sua execução em concreto.
Princípio da motivação - Significa que a administração pública é obrigada a justificar de fato e de
direito o motivo de seus atos. Não pode ser confundido com fundamentação, é uma exigência do Estado
de Direito, ao qual é inerente, o direito a uma decisão fundada, motivada, com explicação dos motivos.
Princípio da razoabilidade - Trata de limitar a discricionariedade administrativa, ampliando o âmbito
de apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário.
Princípio da proporcionalidade - serve para direcionar a administração pública de como poderá ter
sua competência validamente exercida.
Princípio da moralidade – Faz com que os agentes da administração pública atuem em conformidade
com a moral, os bons costumes e os princípios éticos da sociedade, não tornando os atos ilícitos e invalida-
los.
Principio da ampla defesa – Com base neste, o acusado ou qualquer outra pessoa de que se faça
uma acusação terá o direito de defesa antes de ser tomada qualquer decisão que venha a prejudicá-lo. É
aplicável a qualquer tipo processo que contenha situações conflitivas ou de sanção do Estado contra as
pessoas físicas ou jurídicas.
Princípio do contraditório - Serve apenas para que a parte contrária rebata os fatos a ele atribuídos
que venham a lhe desfavorecer.
Princípio da segurança jurídica - Serve como impedimento para a desconstituição sem justificativa de
atos ou situações jurídicas, mesmo acontecendo algum tipo de inconformidade com o texto legal durante
sua constituição.
Princípio da eficiência - Estabelece que todo processo administrativo chegue ao seu final, que se
decida de forma conclusiva negando ou afirmando um direito, que solucione a controvérsia.

Instauração, Instrução, Decisão, Invalidades e Recursos administrativos


Instauração – é a fase inicial, em que se apresentam os fatos e a indicação do direito o qual se deseja
pleitear no processo. O interessado poderá ser a Administração Pública ou pessoa física que, no caso,
seria o servidor público ou mesmo uma pessoa jurídica pública ou privada.
Instrução - Fase em que ocorre a produção das provas, as quais podem ser através de depoimento
da parte, oitiva de testemunhas, inspeções entre outras. Poderão ser colhidas informações, laudos e
pareceres que ajudarão na decisão do processo.
Decisão – Essa é a última fase do processo, onde é decidido a respeito do objeto do processo. Pode
acontecer de acordo com a sugestão apresentada no relatório ou diferente deste.
Invalidades – Acontece quando o ato administrativo é praticado de forma contrária às disposições
legais, ao ser elaborado, o processo traz consigo a carência de legalidade, ou seja, apresenta defeitos
jurídicos. Como se busca o princípio da verdade real e da legalidade, não se é permitido a permanência

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de tais vícios ou defeitos, sendo necessário a extinção logo em sua criação. É a retirada retroativa, de
forma parcial ou total, de um ato administrativo, o qual é praticado em discrepância com o ordenamento
jurídico, por outro ato administrativo.
Recursos administrativos – Os recursos serão dirigidos à autoridade que proferiu a decisão, a qual,
caso não a reconsidere no prazo de cinco dias, o mesmo será encaminhado à autoridade superior. Salvo
exigência legal, a interposição de recurso administrativo não depende de caução. Caso o recorrente alegue
que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora
da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

DIREITO CONSTITUCIONAL: PRINCÍPIOS E OBJETIVOS FUNDAMENTAIS


Os princípios fundamentais estão apresentados no artigo 1º da Constituição, e são conhecidos como:
§ Soberania;
§ Cidadania;
§ Da dignidade da pessoa humana;
§ Dos valores sociais do trabalho;
§ Da livre iniciativa;
§ Do pluralismo político.
Percebe-se, portanto, que a Constituição teve a intenção de evitar que houvesse desigualdades sociais
advindas da consagração apenas da livre iniciativa como princípio fundamental, sem fazer a compatibilidade
com os valores sociais do trabalho.
O artigo 3º da Constituição deixa fundamentados os objetivos fundamentais, que são verdadeiros
programas de governo a serem adotados, e seu conteúdo é de essencial conhecimento.
São objetivos fundamentais da Constituição:
§ A construção de uma sociedade que seja livre, justa e solidária;
§ O garantir do desenvolvimento nacional;
§ A erradicação da pobreza e da marginalização, bem como a redução das desigualdades sociais
e regionais;
§ A promoção do bem de todos, sem haver preconceitos em relação à raça, cor, sexo, idade ou
qualquer outra forma discriminatória.

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO


A estrutura e a organização do Estado são divididas em três aspectos:
ü A forma;
ü O sistema de governo;
ü A forma de estado.
No Brasil, a forma de governo adotado é a república, o sistema é o presidencialismo e a forma de estado é
a federação. Os entes federativos do Estado Brasileiro são a União, os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal.
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Organização dos Poderes
A Constituição Federal organiza os poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário.
O Poder Legislativo é desempenhado pelo Congresso Nacional, e é composto pela Câmara dos
Deputados e Senado Federal. É um sistema Bicameral a nível federal. Cada legislatura terá a duração de
quatro anos.
O Poder Executivo é desempenhado pelo Presidente da República, com auxílio dos Ministros de Estado.
Esse sistema é Federalista e ao Presidente é dado o poder de Chefe de Governo e o Chefe de Estado
ao mesmo tempo. Este, em conjunto com o vice-presidente, deve manter, sair em defesa e cumprir
a Constituição, além de observar as leis, fazer a promoção do bem geral do povo, a integridade e a
independência do país.
O Poder Judiciário tem função jurisdicional, ou seja, deve julgar aplicando a lei a um caso concreto,
resultado de conflitos de interesses. Desempenha também outras funções atípicas, como função legislativa
e a administrativa.

Funções essenciais à Justiça

Ministério Público – é instituição permanente, fundamental à função da justiça do Estado, que o


responsabiliza da defesa da ordem jurídica, do regime da democracia e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis. Ele não promove a defesa da vontade dos governantes, mas sim, o interesse da sociedade.
Advocacia Pública – é a instituição que, de forma direta ou por meio de órgão vinculado, representa a
União, seja por meio judicial ou extrajudicial, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
sobre sua organização, prever o ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição por meio de
concurso público, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
Advocacia – O advogado é o porta-voz da sociedade, diante da máquina Estatal. Não se pode requerer
nada em juízo senão por meio do advogado, salvo algumas poucas exceções, como as da Justiça do
Trabalho (em que, de maneira rara, o processo se desenvolve sem a participação do advogado), do habeas
corpus, e dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
Defensoria Pública – é uma instituição pública que tem a função de oferecer serviços jurídicos
totalmente gratuitos a todos os cidadãos que não tem condições financeiras para contratar advogados,
atuando em diversas áreas.

Palavra Final

Encerramos aqui o terceiro guia de estudos!


Espero que você esteja gostando, e, sobretudo, compreendendo o conteúdo.
Qualquer dúvida, conte com seu tutor!
Na quarta e última unidade vamos conhecer os serviços públicos, a tributação e o orçamento e o direito
constitucional comparado.
Realize as atividades desta unidade e passe para a próxima com a compreensão dos conhecimentos
anteriores bem fixados!
Bons estudos e até lá!

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