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INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO E A ADM.

PÚBLICA

FRANK AGUIAR RODRIGUES


Nos conhecendo...
- Prof. Mestre e Doutorando em direito – Frank Aguiar Rodrigues
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- E-mail: frankaguiarrodrigues@hotmail.com
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Plano de Ensino
- O Plano de Ensino é nosso “roteiro”, contém todas as informações acerca
do conteúdo da disciplina, objetivos, formas de avaliação, bibliografia, etc.
- O Plano de Ensino está disponível no Portal do Aluno.
 Regras do Jogo
 Provas:

 Primeira avaliação;
 Segunda avaliação;
 Segunda chamada no modelo da colegiada;
 Prova final.
 Todas as provas serão realizadas sem consulta salvo no caso das provas
de direito processual e prática.
 Trabalhos (avaliação parcial): os trabalhos serão sempre compostos por
estudo de texto, exercícios, pesquisa, prova oral, seminários, etc, levando-
se em consideração a necessidade de avaliação continuada e participativa.
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Homem : Ser essencialmente gregário

 Sociedade: Consequência da essência de seus membros

 Estado: Decorre da necessidade de organização da sociedade

 Direito: conjunto de regras e princípios que disciplinam a vida em


sociedade
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Direito Público  Direito Privado

 Preponderância do  Supremacia da
interesse público manifestação da
sobre o individual vontade

 Ex: Direito
Administrativo,
Tributário,  Ex.: Direito Civil,
Constitucional Empresarial
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Origem do D. Administrativo
Seu nascimento decorreu:
 Do declínio dos regimes absolutistas
 Do aparecimento do Estado de Direito (preponderância da lei para
administrados e administradores)
 Da ideia de separação dos poderes (Montesquieu)
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Objeto :
 Regulamentar toda e qualquer atividade da administração pública
(Executivo, Legislativo e Judiciário)

 Fontes:
 Lei (Fonte Primária): assim entendidos todos os atos com conteúdo
normativo e obrigatório, que expressem a vontade popular (CF, lei orgânica,
ordinária, complementar, delegada, decretos legislativos, MPS e resoluções).
 Jurisprudência (Fonte Secundária) Não tem efeito vinculante. Exceção as
súmulas vinculantes
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Doutrina (Fonte Secundária)

 Princípios Gerais do Direito

 Costumes (Prática habitual da autoridade administrativa que se acredita


ser obrigatória) - controvérsia doutrinária*
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Autonomia:
 Objeto próprio
 Princípios Específicos.

 Conceito de D. Administrativo: em 03 elementos:


 Natureza de direito público
 Complexo de princípios e normas próprias
 Função Administrativa (engloba os órgãos, os agentes e as pessoas da
Administração Pública)
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 “É o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem
como pessoas e órgãos que a exercem.” Celso Antônio Bandeira de Melo.

 “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os


agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado.” Hely Lopes Meirelles

 Direito administrativo é o ramo do direito público que estuda princípios e


normas reguladoras do exercício da função administrativa.” Alexandre Mazza.
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 “O ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e
pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública,
a atividade jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se
utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.” Maria Sylvia
Zanella Di Pietro.

 “O conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse


público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do
Estado e entre este e as coletividades a que devem servir.” José dos
Santos Carvalho Filho
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Princípios
 “verdadeiro alicerce, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para
exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a
lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhe a tônica
que lhe dá sentido harmônico.

Celso Antônio Bandeira de Mello


Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
Princípios Gerais
Comum a todos os ramos do Princípios Específicos
 Aplicáveis apenas a
direito:
a) ninguém pode transferir
determinado ramo do
mais direitos do que tem; direito
b) ninguém deve ser
condenado sem ser ouvido;
 Princípio da
c) quem exercita o próprio
direito não prejudica a
hipossuficiência do
outrem; empregado/consumid
d) ninguém pode invocar a
or
própria malícia;
Introdução ao Estudo do Direito
Administrativo
 Princípios Constitucionais aplicáveis ao D. Administrativo (Artigo 37,
caput, CF/88)

 LEGALIDADE
 IMPESSOALIDADE
 MORALIDADE
 PUBLICIDADE
 EFICIÊNCIA
DEMAIS PRINCÍPIOS

1. Continuidade: determina que a atividade administrativa não pode


parar.
Este princípio trás importantes conseqüências, como:
a) Proibição da interrupção na prestação de serviços públicos, com
exceção do disposto no artigo 6º § 3º da lei 8.987/95
b) Limitação ao direito de greve dos servidores públicos garantido pelo
artigo 37, VII, da CF/88
Obs. Para os militares há proibição do direito de greve ( art. 142,§ 3º, IV,
da CF/88.

Obs. A greve ilegal de servidor não pode ser punida com a demissão, mas
apenas com o desconto dos dias parados ou com regime de
compensação das horas não trabalhadas.
2. Autotutela
A administração pública deve controlar seus próprios atos, apreciando-os
quanto ao mérito (oportunidade e conveniência) e quanto a legalidade
trata-se do poder- dever administrativo de Autotutela.
Este controle será feito da seguinte forma:
Revogação: extinção do ato administrativo legal em razão de
inconveniência e inoportunidade, feito apenas pela a administração
pública, com efeitos ex nunc. Importante ressaltar que a revogação só
pode ocorrer sob o pressuposto de fato novo.
Anulação: extinção do ato administrativo em razão de ilegalidade,
podendo ser feita pela a administração pública ou pelo judiciário, com
efeitos ex tunc
Veja 346 e 473 do STJ
3. Especialidade:
Princípio relacionado com a descentralização administrativa, determina
que as pessoas jurídicas da adm. indireta criadas pelas União, Estados,
DF e Municípios devem agir de acordo com a finalidade que lhe foi
definida em lei (art. 37, XIX e XX, da CF/88), dado o fato de seus
administradores não possuírem a livre disponibilidade dos interesses
públicos.
Ex: uma autarquia criada para fins de saúde, não pode atuar na
área da educação.
4. Tutela ou Controle
 Impõe a adm direta a fiscalização dos entes que criou.
 Vale Ressaltar que esse controle é o chamado controle finalístico, não
estamos falando em subordinação, mas em vinculação das entidades
da adm indireta à adm direta
 Ex: a união (adm direta) deve fiscalizar a atuação do INSS (autarquia
federal – adm indireta), não permitindo que este, por ex: passe a atuar
no mercado financeiro. Mas não poderá se envolver na rotina de
trabalho da autarquia.
5. Motivação
 Princípio que impõe a ao administrador publico o dever de indicar os
pressupostos de fato e de direito que o levaram a a pratica do ato.
 A motivação pode ser previa ou contemporânea, mais o STF já decidiu
que a motivação é necessária em todo e qualquer ato administrativo. Ela
terá detalhamento maior ou menor conforme o ato seja vinculado ou
discricionário, porem não se admite mais que este seja imotivado, como
parte da doutrina clássica defendia.
 Exceção alei dispensa a motivação no caso de provimento e exoneração
no caso de cargo em comissão. Art 37, II da CF.
6. Hierarquia
 Os órgãos da administração publica são estruturados, organizados com
relação de coordenação e subordinação entre eles. Com base nesta
disposição os subordinados devem obedecer as ordens expedidas pelos
superiores.

7. Razoabilidade e proporcionalidade
 A ADM pública deve agir de forma razoável ou seja dentro de um padrão
normal de comportamento sem excessos com meios e fins
compatíveis(proporcionalidade).
 Obs.: alguns autores chamam o princípio da razoabilidade como principio
da proibição de excessos.
8. Devido processo legal
De acordo com o texto constitucional todo processo, inclusive o
administrativo, deve obediência ao devido processo legal (due process
of law) assim devido processo é aquele que segue as normas
processuais em vigor sob pra de sua anulação. É particularmente
importante este principio da esfera judicial, mas a constituição é clara
ao exigi-lo no âmbito da ADM pública: art. 5º, LIV “ ninguém será
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”, e
LV “ aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa com
os meios e recursos a ela inerentes”.
Veja sumula vinculante numero 05.
 Os outros dois principios, que advem tambem do devio processo legal,
são o contraditório e amapla defesa. O contraditório assegura que a
aprte tem o direito de se manisfetar sobre todas as porvas produzidas e
sobre as alegações pela parte adversa.
 Por ampla defesa a possibilidade que o acusado tem de usar todos os
meios licitos para provar o que alega inclusive manter-se calado, art.5º
LXIII, da CF/88) e não produzir porvas contra si.
9. Segurança Jurídica:
princípio aplicável não apenas ao direto administrativo, mas a todos
os ramos do direito defende a necessidade da estabilidade nas relações
jurídicas, com o objetivo de atender ao interesses público mesmo na
hipótese de alguns vícios nos atos administrativos.
 Vem previsto expressamente na ordem jurídica no art. 2º, caput, da lei
9.784/99, decorrendo dele o dever d respeito ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito a coisa julgada. Art. 5º XXXVI.
 Também é o princípio da segurança jurídica que fundamenta o instituto
da convalidação dos atos administrativos, procurando a preservação da
boa-fé e da confiança do administrado na adm.
10. Supremacia do interesse publico sobre o particular
 Principio que restringe os direitos do particular frente ao interesse
publico ou interesse da maioria(coletividade).

 11. Indisponibilidade dos bens públicos


 Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre
disposição dos órgãos públicos, ou do agente público, mero gestor da
coisa publica, a quem apenas cabe curá-los e aprimorá-los para a
finalidade pública a que estão vinculados. O detentor desta
disponibilidade é o Estado. Por essa razão há necessidade de lei para
alienar bens, outorgar a concessão de serviços públicos. "Serão
observados critérios de atendimento a fins de interesse geral, vedada a
renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei" (Lei 9.784/99, parágrafo único, II).
Centralização e Descentralização
Formas de descentralização.
Por serviço ou por outorga - a lei atribui ou autoriza que determinada
pessoa jurídica da administração Pública indireta detenha a
titularidade de determinado serviço publico, concedida por prazo
indeterminado.

Por colaboração ou delegação – quando o serviço é confiado a um


terceiro (pessoa física ou jurídica de caráter privado) para que o exerça
por sua conta e risco, sem receber a titularidade do mesmo e por
tempo determinado
Ex: contratos de concessão e permissão. (cite Luz)
Concentração e Desconcentração
 Concentração:
 A prestação concentrada de um serviço ocorreria em uma pessoa jurídica
que não apresentasse divisões em sua estrutura interna.

 Essa figura é apenas teórica.

 Um ex: fictício seria um pequeno município eu presta todos os serviços


sobre sua competência, sem esta dividido em órgãos, situação que se
confunde com a própria pessoa jurídica do município.
Concentração e Desconcentração CONT.
 Desconcentração:
 É a distribuição interna de atividades administrativas, de
competência, ocorrendo de órgão para órgão da entidade.
 Ex: a União distribuindo suas competências aos seus diversos
órgãos (Ministério da fazenda, do desenvolvimento Agrário que se
divide em sec. de Reordenamento agrário. A Universidade tem
suas divisões em departamentos de graduação, pós-graduação,
Direito, Filosofia, etc.,
Classificação da Desconcentração

1. Desconcentração em razão da matéria.


Ex: Ministério da Educação, de transporte, de saúde.
2. Desconcentração em razão do grau ou hierarquia.
Ministérios, Secretarias, Superintendências e Delegacias.
3. Desconcentração por território:
Ex: delegacia da receita federal de São Paulo, Rio de Janeiro.
Pessoas Jurídicas do Direito Público e Privado.

 Pessoas de Direito Público- envolve entes da União, Estados, DF,


Municípios, Autarquias e Fundações Públicas. São criadas para
exercer típica atividade administrativa.
 Pessoas Jurídicas do Direito Privado- compreende empresas
públicas e sociedade de economia mista, que são criadas para
prestar serviços públicos mas também exercer atividade
econômica.
Órgãos públicos

 Conceito: são centros de competências integrantes das pessoas estatais


para o desempenho das funções públicas por meio de agentes públicos,
segundo hely Lopes órgãos públicos são centros especializados de
competências.

 Vale ainda lembrar que a lei 9.784/99 em seu artigo 1º,§ 2º define órgão
como: unidade de atuação integrante da estrutura da administração
direta e da estrutura da administração indireta
Classificação dos órgãos públicos
 Quanto à posição estatal
 Órgãos independentes: originários da constituição e representativos
dos poderes do estado, suas atribuições são exercidas por agentes
políticos, aqui estão todas as corporações legislativas, chefias de
executivos, tribunais judiciários e juízos singulares. Ex: Legislativo,
Executivo e Judiciário
 Órgãos autônomos: estão na cúpula da administração, logo abaixo dos
órgãos independentes, caracterizam-se como órgãos diretivos com funções
de planejamentos, supervisão, coordenação e controle das suas atividades
que compõe sua área de competência. Ex: os ministérios, as Secretarias
Estaduais e Municipais, a Procuradoria Geral da Justiça.
 Órgãos Superiores: detêm poder de direção quanto aos assuntos de
sua competência, mas sem autonomia administrativa e financeira,
subordinados ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Ex:
gabinetes, procuradorias judiciais, departamentos, divisões etc.

 Órgãos subalternos: são os que se acham na base da hierarquia entre


órgãos, tendo reduzido poder decisório, com atribuições de mera
execução. Ex: seções de expediente, de pessoal etc.
Hierarquia e controle
 Hierarquia: poder que um órgão superior tem sobre outro inferior, que
lhe confere, dentre outras prerrogativas, uma ampla possibilidade de rever
os atos do órgão subordinado.

 Controle: (tutela supervisão ministerial): poder que a pessoa jurídica


política tem sobre a pessoa jurídica que criou, que lhe confere tão-somente
a possibilidade de submeter a segunda ao cumprimento de seus objetivos
globais, nos termos que dispuser a lei.

 Ex: a união não pode anular um ato administrativo de concessão de


aposentadoria por parte do INSS ( autarquia por ela criada) por não
haver hierarquia, mas pode impedir que o INSS passe a comercializar
títulos de capitalização, por exemplo, por haver nítido desvio dos
objetivos globais para os quais fora criada a autarquia. Aqui não fala
em subordinação, mas em vinculação administrativa.
Autarquias
 Conceito doutrinário: são pessoas jurídicas de direito publico indireto criadas por
lei especifica: lei ordinária específica de iniciativa do chefe do poder executivo
(art. 71 § 1º,II, e da CF/88) vai criar autarquia conferindo-lhe diretamente
personalidade (não há necessidade de levar a registro público atos constitutivos
pois não se leva lei a registro), para titularizar atividade típica da administração
publica. qualquer ente político: união,estados- membros, DF e municípios) podem
criar uma autarquia desde que por lei especifica e para realizar atividades típicas
da administração.
 Conceito Legal
 De acordo o art. 5º do DEC-LEI 200/1967: “pára os fins desta lei considera-se: I-
autarquia – o serviço autônomo criado por lei com personalidade jurídica,
patrimônio e receitas próprias para executar atividades típicas da administração
pública que requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e
financeira descentralizada”.
Exemplos de autarquias tradicionais

 Instituto Nacional do Seguro Social – INSS


 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
 Instituto Brasileiro do Meio-ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA
Autarquias especiais

 Ocorre quando a lei criado determina que tal autarquia terá alguns
privilégios em relação as autarquias tradicionais.
 Ex: Banco Central do Brasil – BACEN
 Universidade de São Paulo - USP
Autarquias profissionais

 São conselhos de classe


 Ex: CRM, CREA
 Segundo a ADIN 1.717-DF são consideradas autarquias federais e suas
anuidades tem caráter tributário e por isso prestam conta ao TCU.
A OAB é autarquia?

 Tratando-se da OAB o plenário do STF julgou improcedente a ADIN


3.026-DF requerida pelo procurador geral da republica que pretendia
obrigar a OAB a contratar seus funcionários por meio de concursos os
argumento utilizados foram no sentido da necessidade da autonomia e
independência da OAB permanecendo a entidade desatrelada do poder
publico e fora do alcance da sua fiscalização como acontece com a
imprensa este julgamento passou a considerar a OAB antes enquadrada
como autarquia especial, uma categoria impar no elenco das
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
 Conceito: a fundação é uma figura que surgiu no direito privado,
caracteriza-se pela atribuição de personalidade jurídica a um determinado
patrimônio destinado a fim específico.
 Este fim específico no caso das fundações públicas é a atividade
administrativa voltada para o desempenho de atividade de caráter social.
 Ex: Educação, Saúde e Cultura.
 Ex de Fundações Públicas: Fundação Nacional do Índio – FUNAI;
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Atenção turma!

 Não devemos confundir as fundações públicas, entidades pertencentes a


adm. indireta com as funções privadas. As privadas são criadas por ato de
vontade um particular, a partir de um patrimônio privado, enquanto as
publicas são criadas por ato do poder executivo após autorização em lei
especifica, a partir de patrimônio público

 Ex: fundação Ayrton Senna, fundação Roberto marinho.


EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
(Estatais ou Governamentais)

 Conceito de Estatais:
 Este conceito envolve as empresas públicas e as sociedade de
economia mista, portanto as características abaixo irão se referir as
duas entidades Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista:
 Características:
A) Regime de direito privado: as estatais tem regime próprio das
empresas privadas como determina a CF/88, inclusive no que tange as
direitos e obrigações de direito civil e comercial.
 No Direito do Trabalho, o regime de contratação será o celetista – CLT,
e as controvérsias julgadas pela JT.
 No Direito Tributário: não há imunidade tributaria prevista no art. 150,
VI, a da CF: exceção: empresa brasileira de correios e telégrafos - ECT,
que conseguiu tal imunidade junto ao STF que por maioria deu provimento
ao referido pedido motivando-se no ato da ECT executar ao menos, dois
serviços de manutenção obrigatória para a União, nos termos do art. 21,X
da CF, quais sejam, os serviços postais e de correio aéreo nacional
 No Direito Processual Civil: as estatais não têm prerrogativas quanto
aos prazos em dobro
B) Licitação: o art. 173,§ 1.º ,III, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços dispondo dentre
outras coisas solicitação e contratação de obras, enquanto esta lei ainda
não foi criada, aplica-se a elas a lei 8.666/93.
 Empresa pública é a pessoa jurídica de direito privado, administrada
exclusivamente pelo Poder Público, instituído por um Ente estatal, com
a finalidade prevista em Lei e sendo de propriedade única do Estado. A
finalidade pode ser de atividade econômica ou de prestação de serviços
públicos. É a pessoa jurídica que tem sua criação autorizada por lei,
como instrumento de ação do estado, dotada de personalidade de
direito privado mas submetida a certas regras decorrente da finalidade
pública, constituídas sob qualquer das formas admitidas em direito, cujo
capital seja formado por capital formado unicamente por recursos
públicos de pessoa de administração direta ou indireta. Pode ser
Federal, municipal ou estadual.
 sociedade de economia mista" é uma sociedade na qual há colaboração
entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a
realização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico.
 A sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado
e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado. Depende,
na verdade seu foro e a justiça federal: de acordo com o STF a Súmula
nº 517 - Diz: "As sociedades de economia mista só tem foro na justiça
federal, quando a união intervém como assistente ou opoente". Apenas
em certos casos de acordo com a Súmula nº 556 do STF . Diz: É
competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista.
EXEMPLOS DE EMPRESAS PÚBLICAS
1. Exploradora de atividades econômicas: CEF
2. Prestadora de serviços públicos: Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social( sua função não é típica de banco mas sim de
financiar projetos sociais
 ECT
 Rádiobrás ( Voz do Brasil); Serviço Federal de Processamento de Dados
– SERPRO.
EXEMPLOS DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
 Exploradora de atividade econômica: BB S/A, Petróleo brasileiro S/A –
PETROBRAS.

 Prestadora de serviços públicos: Sabesp


REVISÃO EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA

Capital Social Público Misto (público e privado)

Forma de constituição Qualquer modalidade Apenas como sociedade


anônima

Foro – art..109,I, da CF/ ‘ As federais, na justiça Tanto as federais como as


federal, e as estaduais e estaduais e municipais na
556 do STF municipais, na justiça justiça comum
comum.
1. Agências Reguladoras
1.1 Breve Histórico

 As agências reguladoras surgem no inicio da década de 90, em


decorrência da orientação política e econômica conhecida como neo
liberalismo.

 Em poucas palavras neo liberalismo preconiza que o estado não é tão


eficiente (tese do estado mínimo – redução do Estado) quanto o setor
privado, quando produz bens ou presta serviços.
1.2 Conceito

 São autarquias em regime especial, com a função de regular um setor


especifico da atividade econômica que deve atuar com a maior
independência possível perante o poder executivo e com
imparcialidade em relação as partes interessadas (Estado, Setores
Regulados e Sociedade).
1.3 Porque as Agências Reguladoras assumiram a natureza
de Autarquias Especiais?
 O STF através de ADIN 1.717-6/99 já se manifestou no sentido de que
determinadas atribuições somente podem ser imputadas a pessoas de
direto público o serviço de fiscalização de profissões regulamentadas é
atividade típica do estado e envolve poder de policia e aplicação de
sansões, portanto não pode ser delegado a entidades privadas.
 A GRANDE POLÊMICA.
As agências reguladoras que são autarquias e estão dentro da adm.
Publica indireta, sendo assim estão submetidas a controle externo feito
pelo ente federativo que o criou, como poderiam essas agências também
regularizarem o Estado uma vez que fazem parte dele?
1.4 O Escape...
 Foi dar a essas agencias o termo bastante subjetivo: especiais, que
garante segundo os termos da lei uma maior independência e liberdade
de atuação.

1.5 Note bem!


 Cuidado com o termo órgão regulador que está escrito na CF no art. 21,
XI e art. 177 § 2º, se referindo a agência reguladora , pois a palavra
órgão da idéia de ente sem personalidade jurídica própria o que não
acontece com as agencias reguladoras uma vez que elas pertencem a
administração publica indireta e por isso possuem personalidade jurídica
própria.
1.6 Atenção!
Vale ressaltar que a atividade reguladora não é exercida apenas pelas
agências reguladoras: o sistema financeiro nacional é regulado pelo
Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional

1.7 Exemplos de Agências Reguladoras


ANEEL (lei 9.427/96)
ANATEL (lei 9.472/97)
ANP (lei 9.478/97)
ANVISA (lei .9.782/99)
ANA (lei 9.984/2000)
ANS (lei 9.961/2000)
ANTT e ANTAQ (lei 10.233/2001)
ANAC (lei 11.182/2005)
ANCINE
Existem Agências Reguladoras
Estaduais e Municipais?
1.8 Resposta
 Sim, existem agencias reguladoras estaduais e municipais
 EX. DE AR ESTADUAIS
 AAGISA – Agência de Águas, Irrigação e Saneamento do Estado da
Paraíba. Lei (7.003/2001)
 AGEAC – Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado do
Acre. Lei (1.480/2003)
 EX. DE AR MUNICIPAIS
 ARSAE – Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto de São
Paulo. Lei (13.670/2003)
 ARSBAN - Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do
Município de Natal. Lei (5.346/2001)
1.9 Informação importantíssima!!!
 As duas únicas agências que tem previsão constitucional são a ANP
(art. 177 §2º, III da CF/88) e a ANATEL (art. 21, XI a CF/88)

Prerrogativas das Agências Reguladoras


Investidura especial – especialidade das AR na medida em que eles são
nomeados pelo presidente da república,mas esta nomeação depende da
previa apropriação pelo senado federal art. 5º da lei 9.986/00 está
investidura é conhecida como investidura especial.
Importante ressaltar a necessidade de que esta indicação dos
dirigentes seja pautada por critérios técnicos e não meramente políticos.
Mandato fixo – os dirigentes tem mandato de duração determinada
conforme prevê o artigo 6º da lei 9.986/00
Estabilidade - estabilidade dos dirigentes determina que estes só serão
afastados no caso de renuncia, de condenação judicial transitada em
julgado, ou de processo administrativo disciplinar, sendo permitido que a
lei criadora da agencia estabeleça outras condições artigo 9º da lei
9.986/00.
Quarentena - É o período de tempo de 4 meses em que os dirigentes
continuam vinculados as agencia após o exercício do cargo ficando
impedidos de prestar serviços no setor publico ou empresas integrantes
do setor regulado pela agencia, conforme o artigo 8º da lei 9.986/00
Sob pena de cometimento de advocacia administrativa.
O que é risco de captura?

É a situação em que o ente regulador passa a atuar não mais de forma


imparcial ou atuar de forma ineficaz,
(ex: não suporta o poder econômico dos agentes regulados e passa a atuar
tendenciosamente em favor dos interesses destes)

O ente regulador passa a equivocadamente a ser um representa te dos


interesses das empresas do setor regulado.
Agravantes do risco de captura:
Circunstâncias como a influencia política.
A dependência da agencia reguladora em relação ao conhecimento
tecnológico superior da industria regulada
A seleção indiscriminada de quadros técnicos oriundos do setor ou
indústria regulada para servir a agencia.
A possibilidade de ocupar futuras posições ou empregos na industria
ou setor regulado
A rotatividade dos próprios dirigentes das agencias entre funções
exercidas no governo e na iniciativa privada.
Natureza jurídica dos funcionários das AR

Embora a lei 9.986/00 tenha determinado que os funcionários terão


regime de empregos públicos a ADIN 2310-1 DF declarou este dispositivo
inconstitucional fundamentado sua decisão mo fato de que a natureza de
pessoa jurídica de direito publico (autarquia)prestadora de serviços
públicos desempenha pelas agencias reguladoras as obrigava ao regime de
cargo público (servidor publico).
ATRIBUIÇÕES DA AGÊNCIAS REGULADORAS

As principais atribuições destas autarquias em regime especial são regulamentar os


serviços; definir valor da tarifa e sua revisão; aplicar sansões; encapar, intervir;
exercer papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos usuários etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as agências criadas com a finalidade de
disciplinar e controlar certas atividades podem ser divididas em agências que atuarão
nos seguintes setores:
a) Serviços públicos propriamente ditos. Ex: ANEEL, ANATEL, ANTT, ANTAQ.
b) Atividades de fomento e fiscalização de atividade privada. Ex: ANCINE.
c) Atividades exercitáveis para promover a regulação, a contratação e fiscalização das
atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo. É a ANP.
d) Atividades que o Estado também protagoniza ( e quando o fizer serão serviços
públicos), mas que, paralelamente, são facultada aos particulares Ex: ANVISA, ANS>
e) Uso de bem público. É a ANA.
PODER NORMATIVO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
Embora esteja pacificada a questão com relação à impossibilidades da
edição de normas primárias pelas agências reguladoras, ainda temos
algumas discussões com relação à possibilidade ou não de estas
entidades editarem normas secundárias.
Doutrina majoritária defende que é possível este poder normativo, mas
ressaltam que ele não poderá ser exercido quanto às matérias
reservadas à lei pela CF/1988.
Portanto, as agências só podem editar atos secundários, delegados ou
autorizados pela lei, restritos à área técnica.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
6.1 CONCEITO
Agência executiva é um qualificativo atribuível autarquias e fundações públicas
integrantes da Administração indireta, por iniciativa do ministério supervisor e com anuência
do Ministério da Administração ( que não existe mais em razão da medida provisória 2.216-
37 de 31.08.2001 e cujas atribuições passaram para o Ministério do Planejamento), a
entidade que haja celebrado contrato de gestão ( de no mínimo um ano) com aquele, e
possua um plano estratégico de restauração e desenvolvimento institucional.
Esta possibilidade de qualificação veio a partir de introdução do princípio da eficiência
pela EC 19/1998 e da previsão contida no art.37,§ 8.°, da CF/1998: “ A autonomia
gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e
o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre: I – o prazo de duração do contrato; II – os controles
e critérios de avaliação de desempenho,direito, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes; III – a remuneração do pessoal”.
A existência do contrato e o cumprimento dos demais requisitos permitirão a qualificação em questão,
habilitando a entidade a receber as vantagens previstas na lei e comprometendo-a a atingir as metas
de desempenho e eficiência.

Assim a agência executiva tem mais privilégios que as demais autarquias ou fundações públicas sem essa
qualidade, mas fica adstrita a um contrato de gestão. Trata-se de entidade já existente que,
temporariamente, ( o aspecto transitório refere-se à duração de dito contrato de gestão), tem essa
característica. Tal figura jurídica é trazida na Lei 9.649/1998 e também no Dec. 2.487/1998.

De acordo com estes diplomas legais, o contrato de gestão deverá conter:


a) Metas que devem ser atingidas;
b) Prazo em que as metas serão atingidas;
c) Instrumentos de controle exercidos pela Administração Direta;
d) Penalidades a serem aplicadas em caso de descumprimento das metas;
e) Condições para revisão, renovação e rescisão;
f) Termos da ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

Exemplos de agência executiva: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e tecnologia - INMETRO.


OBRIGADO

FRANK AGUIAR E-mail: frankaguiarrodrigues@hotmail.com


RODRIGUES Professor Mestre em Direito
Instagram: @frankaguiar.adv

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