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Resumos de Direito Administrativo

2º Semestre

Nota: Resumos baseados no Livro do Professor Diogo Freitas do Amaral “Curso de Direito
Administrativo, Vol.II”

Breve introdução ao Direito Administrativo: noção e caracterização

Direito Administrativo: breve noção


De acordo com António Santos Justo (Livro “Introdução ao Estudo do Direito”), Direito
Administrativo refere-se ao “sistema de normas jurídicas que regulam a organização e o
funcionamento da Administração Pública, bem como as relações por ela estabelecidas com outros
sujeitos de direito, no exercício da atividade administrativa de gestão pública.
Três modalidades:
→ Orgânicas: disciplinam a organização da Administração Pública;
→ Funcionais: estabelecem os processos de funcionamento, as formalidades, a tramitação a seguir,
etc. da atividade administrativa;
→ Relacionais: disciplinam a atividade administrativa de direito público que se traduz em relações
jurídicas entre a Administração Pública e os particulares; entre duas ou mais pessoas coletivas
públicas; e entre particulares.

O poder administrativo: caracterização


A expressão PODER ADMINISTRATIVO engloba o poder executivo e as atividades públicas
administrativas não estaduais (aliás, na esteira do Professor Marcello Caetano, o Professor Freitas do
Amaral apresenta uma terceira acepção de Administração Pública – enquanto sinónimo de poder
público, autoridade).

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SOBRE O PODER ADMINISTRATIVO

O princípio da prossecução do interesse público


Aparece consignado no art. 266.º, n.º1, 1.ª parte da CRP.
O que é o interesse público? Pode definir-se como o interesse colectivo, o interesse geral de uma
determinada comunidade, o bem-comum. Num sentido mais restrito, representa, na esteira de Jean
Rivero, a esfera das necessidades a que a iniciativa privada não pode responder e que são vitais para a
comunidade na sua totalidade e para cada um dos seus membros.
Podemos distinguir (segundo rogério soares):
→ Interesse público primário – a definição e satisfação compete aos órgãos governativos do estado
no desempenho das funções política e legislativa.
→ Interesse público secundário – a definição é feita pelo legislador, mas cuja satisfação cabe à
Administração pública no desempenho da função administrativa.

Princípio da boa Administração


Também chamado de princípio da eficiência está previsto no art. 81.º alínea C) da CRP e art. 10.º do
CPA. É um dever jurídico imperfeito, por não comportar sanção jurisdicional (os tribunais tutelam
apenas a legalidade, e não o mérito das decisões administrativas).

O princípio da legalidade

A Administrativa não pode prosseguir o interesse público de qualquer maneira, e muito menos de
maneira arbitrária: tem de fazê-lo com observância de um certo número de princípios e de regras. Os
órgãos e agentes da Administração pública só podem agir com fundamentação na lei e dentro
dos limites por ela impostos (definição pela positiva – lei não apenas como limite mas como
fundamento da atuação Administrativa).
Art. 266.º, n.º2 da C.R.P.
Não há um poder livre de a Administração fazer o que entender, salvo quando a lei lho proibir – ela só
pode fazer aquilo que a lei lhe permitir que faça.
O princípio da legalidade tem a função de assegurar o primado do poder legislativo sobre o
administrativo, garantindo os direitos legalmente protegidos dos particulares.

Exceções ao princípio da legalidade


A maior parte da doutrina administrativa entende existirem três excepções:
A teoria do estado de necessidade – A administração, se tanto for exigido pela situação, fica
dispensada de seguir o processo legal estabelecido para circunstâncias normais e pode agir sem forma
de processo, mesmo que isso implique o sacrifício de direitos dos particulares. O art. 3.º, n.º2 do CPA
dá cobertura a esta teoria. Professor Marcelo Rebelo de Sousa – o regime amplo do CPA visa
englobar o estado de necessidade como um todo, o que converte o respectivo regime num regime
legal excepcional, sendo tb ele, princípio da legalidade.
Teoria dos actos políticos – os actos materialmente correspondentes ao exercício da função política –
chamados actos políticos ou actos de governo -, não são susceptíveis de recurso contencioso perante
os tribunais administrativos. No entanto, o Professor Freitas do Amaral entende que continua a dever
obediência à lei, apenas não há sanção jurisdicional.
O poder discricionário da Administração – não é propriamente uma excepção, mas antes um modo
especial de configuração da legalidade administrativa. Os poderes discricionários são conferidos por
lei e estão vinculados ao menos em dois elementos (competência e fim). Para além disso existem
normas que condicionam normativamente o exercício do poder discricionário.

O professor Freitas do Amaral entende estarem incluídas no princípio da legalidade todas as


manifestações da atividade administrativa, inclusive da administração constitutiva ou prestadora (art.
266.º, n.º2 da CRP). Por outro lado, tb na esfera própria da administração constitutiva podem ocorrer
violações dos direitos dos particulares.
Além disso, nem sempre se podem beneficiar todos os particulares ou beneficiar todos por igual, e os
não selecionados têm de poder socorrer-se da lei, a qual tem de estabelecer critérios.
Deste modo, a ideia de administração constitutiva ao serviço do desenvolvimento económico e da
justiça social, não é dissociável da ideia de sacrifício de direitos legalmente protegidos.

O princípio da igualdade
Atualmente a nossa CRP tem-no consagrado no seu art. 13.º, n.º e ainda art. 266.º, n.º2, e no art. 5.º
n.º1 do CPA. Hoje é ponto assente que a igualdade e a generalidade não são sinónimos. O princípio da
igualdade não se circunscreve à obrigação de os órgãos administrativos e jurisdicionais aplicarem a lei
de modo igual, envolvendo ainda, como seu componente essencial, uma ideia de igualdade na própria
lei ou através da lei.

O princípio da proporcionalidade
Generalidades - é uma manifestação constitutiva do princípio do Estado de Direito (art. 2.º da CRP);
as medidas dos poderes públicos não devem exceder o estritamente necessário para a realização do
interesse público.
Conceito - surge consagrado no art. 18.º, n.º2; 19.º, n.º4; 272.º, n.º1 da CRP e art. 5.º, n.º2 do CPA.
O princípio da proporcionalidade – é limitação de bens ou interesses privados por actos dos poderes
públicos deve ser adequada e necessária aos fins concretos que tais actos prosseguem, bem como
tolerável quando confrontada com aqueles fins.

O princípio da boa fé
Generalidades - está inscrito na CRP no art 266.º, n.º2 e no art. 10º n.º1 do CPA. Realiza-se através da
ponderação dos «valores fundamentais do direito, relevantes em face das situações consideradas»,
concedendo-se especial importância à «confiança suscitada na contraparte pela actuação em causa» e
ao «objecto a alcançar com a actuação empreendida». Necessidade premente de criar um clima de
confiança e previsibilidade no seio da Administração Pública. Concretização. – a boa fé determina a
tutela das situações de confiança e procura assegurar a conformidade material (e não apenas formal)
das condutas aos objectivos do ordenamento jurídico – princípios da «tutela da confiança legítima» e
da «materialidade subjacente».

O princípio da imparcialidade
Noção e regime – Literalmente significa não tomar o partido de uma das partes em contenda (ser
super-partes).
Hoje está no art. 6.º do CPA. A Administração pública deve tomar decisões determinadas
exclusivamente com base em critérios próprios, adequados ao cumprimento das suas funções
específicas no quadro da atividade geral do estado.
Impõe que os órgãos e agentes administrativos ajam de forma isenta e equidistante relativamente aos
interesses em jogo nas situações que devem decidir ou sobre as quais se pronunciem sem caráter
decisório.
Não devo votar (por exemplo), em nenhuma deliberação se houver conflito de interesses.
Tem duas vertentes:
Vertente negativa – os titulares de órgãos e os agentes da Administração Pública estão impedidos de
intervir em procedimentos, actos, ou contratos que digam respeito a questões do seu interesse pessoal
ou da sua família, ou de pessoas com quem tenham relações económicas de especial proximidade, a
fim de que não possa suspeitar-se da isenção da sua conduta. (art. 44.º, n.º5 do CPA).
Impedimento e suspeição – a grande diferença é que havendo impedimento, é obrigatória por lei a
substituição do órgão ou agente administrativo normalmente competente por outro que tomará a
decisão no seu lugar. Nas situações de suspeição, a substituição não é automaticamente obrigatória, a
substituição é apenas possível, tendo de ser requerida pelo próprio órgão ou agente que pede escusa de
participar naquele procedimento, ou pelo particular que opõe uma suspeição àquele órgão ou agente e
pede a sua substituição por outro.
Casos de impedimento:
- Não pode intervir o órgão que tenha interesse pessoal no caso.
- Não pode intervir qualquer agente, se houver para resolver ao mesmo tempo um caso semelhante em
que ele ou as pessoas atrás indicadas estejam diretamente interessados.
- Não pode intervir o órgão que, no mesmo procedimento, e antes de se encontrar na posição em que
está hoje, já tenha intervindo como perito, mandatário ou emitindo parecer.
-Não pode intervir o órgão contra quem esteja intentada uma ação judicial proposta por quem tenha
interesse no caso.
Casos de suspeição:
- Relações familiares mais afastadas.
- Haver entre o órgão que deveria decidir e o particular que requerer a decisão uma relação de crédito.
- Ter o órgão recebido dádivas por parte do interessado.
- Haver inimizade ou grande intimidade entre o órgão e o particular.

Nestas situações não pode o órgão intervir no procedimento. O Professor Freitas Amaral defende que
se deve interpretar a expressão no sentido de só serem proibidas as intenções que se traduzam em
decisão ou acto influencie significativamente a decisão em certo sentido.
Declarado o impedimento, o agente é imediatamente substituído pelo seu substituto legal, a não ser
que o superior hierárquico avoque a decisão (conjugação do regime dos art. 45.º e 47º do CPA). Se for
órgão colegial funcionará sem o membro impedido.
Declarada a suspensão, procede-se à substituição do agente, aplicando-se o regime do impedimento
(art. 50.º do CPA).
O acto praticado nestas situações será anulável (art. 51.º, n.º1 do CPA). Se o órgão não comunicar a
sua situação de impedimento comete falta disciplinar grave (art. 51.º, n.º2 CPA).

Vertente Positiva – obriga à racionalidade decisória e à ponderação, proibindo as decisões aleatórias.


A Administração deve ponderar todos os Interesse Públicos secundários equacionáveis na decisão. Só
há uma verdadeira discricionariedade se a protecção legislativa dos vários interesses for de igual
natureza e medida. A ausência de ponderação é um vício da decisão que traduz a realização de um
processo de decisão aleatório.

O EXERCÍCIO DO PODER ADMINISTRATIVO


Desde logo, muitas vezes os órgãos administrativos têm a necessidade de completar ou desenvolver os
comandos genéricos contidos na lei, com vista a viabilizar a sua aplicação aos casos concretos.

Quatro modos paradigmáticos de exercício do Plano Administrativo:


Regulamentos administrativos – normas (gerais e abstractas) que, com o fundamento na lei,
completam ou desenvolvem-na, viabilizando a sua aplicação ao caso concreto.
Ato administrativo – resolução de casos concretos, por aplicação da lei e dos regulamentos às
situações da vida real.
Contrato administrativo – celebração de acordos bilaterais com entidades privadas, atuam ao invés
de unilateralmente, com particulares.
Operações materiais – têm como característica comum não produzirem qualquer alteração na ordem
jurídica, não produzem efeitos jurídicos (operações físicas de demolição de um imóvel que ameaça
ruína).

O REGULAMENTO ADMINISTRATIVO
«Regulamentos administrativos» - são as normas jurídicas emanadas no exercício do poder
administrativo por um órgão da Administração ou por outra entidade pública ou privada para tal
habilitada por lei (são o nível inferior do ordenamento jurídico administrativo mas não deixam de ser
uma fonte de direito administrativo).
Qual o fundamento de serem consideradas fonte de direito administrativo?
Os regulamentos são indispensáveis ao funcionamento do Estado moderno. Permitem ao parlamento,
por razões de tempo e por razões materiais, desonerar-se de tarefas para as quais se encontra pouco
habilitado. Possibilitam uma adaptação rápida do tecido normativo a múltiplas situações específicas
da vida que, por razões várias, sobretudo técnicas, se encontram hoje em dia em constante mutação.
No que toca aos regulamentos de entes da administração autónoma, eles adequam-se a lei às
diferentes especificidades regionais e locais. Quando precisamos de saber a resposta ao exercício de
um direito, normalmente encontramo-la no regulamento.

Elementos essenciais:
Elemento de natureza material – ele consiste em normas jurídicas. Tem uma natureza normativa,
consiste em regras de conduta da vida social dotadas de generalidade (aplica-se a uma pluralidade de
destinatários), e abstração (aplica-se a uma ou mais situações definidas pelos elementos típicos da
previsão da norma). Já o acto administrativo está em princípio vocacionado para se aplicar a um único
destinatário e para resolver uma situação concreta. É uma norma jurídica (e não mero preceito
administrativo), podendo ser imposta por ameaça de coação sendo que a sua violação leva, em geral, a
sanções.

Elemento de natureza orgânico – é ditado por um órgão de uma pessoa colectiva pública integrante
da Administração pública. Mas não só. O poder regulamentar é típico do poder administrativo, sendo
exercido por entidades que dele façam uso (e portanto também entidades privadas – federações
desportivas com estatuto de utilidade pública). Todos estes regulamentos se subordinam ao regime
dos regulamentos externos (art. 114.º do CPA).

Elemento de natureza funcional – é emanado no exercício do poder administrativo. É sobretudo


relevante naqueles casos em que o órgão considerado não é exclusivamente órgão da Administração
(por exemplo o governo -? ). A actividade regulamentar é, pois, secundária,dependente e subordinada
face à actividade legislativa e política; o regulamento administrativo tem na lei e CRP o seu
fundamento e parâmetro de validade (podendo ser ilegal ou inconstitucional se entrar em relação
directa com a lei ou CRP).

O Regulamento é todo o acto dimanado de um órgão com competência regulamentar e que revista a
forma de regulamento, ainda que seja independente ou autónomo e inovador.

Distinção entre regulamento e lei


Freitas do Amaral baseia-se na identidade material entre a lei e o regulamento. A distinção entre
ambos só pode ser feita no plano formal e orgânico. Tanto a lei como o regulamento são
materialmente normas jurídicas; a diferença vem da posição hierárquica dos órgãos de onde emanam.
Teoricamente em cada área normativa deveria haver uma parte legislativa e uma regulamentar. Mas a
proporção em que isso acontece depende essencialmente da lei (esta pode esgotar a regulamentação
da matéria).

Distinção entre regulamento e acto administrativo


Regra geral – reconduz-se à distinção entre norma jurídica e acto jurídico. Tanto o acto administrativo
como o regulamento administrativo são comandos jurídicos unilaterais emitidos por um órgão
competente no exercício de um poder público de autoridade: mas o regulamento, como norma jurídica
é uma regra geral e abstracta (note-se que há excepções de regulamentos meramente formais, que
disciplinam casos concretos). O acto administrativo é individual, reporta-se a uma pessoa ou algumas
pessoas identificadas (concreto).

Termo do regulamento Administrativo


Podem cessar a sua vigência por:
- Caducidade. Cessa automaticamente a vigência, por ocorrência de factos, que determinam esses
efeitos:
→ Regulamento temporário.
→ Transferência de atribuições da pessoa colectiva para outra autoridade administrativa, ou
cessação da competência regulamentar do órgão que fez o regulamento
→ Quando haja revogação da lei que se destina executar, sem que esta tenha sido substituída por
outra.
→ Revogação. Quando um acto voluntário dos poderes públicos impõe a cessação dos efeitos,
total ou parcial, do regulamento. Nova referência ao art. 119.º do CPA (não pode haver
revogação de regulamento de execução não acompanhado de emissão de um novo).
→ Decisão contenciosa. Declaração de nulidade ou de anulabilidade.

O ATO ADMINISTRATIVO
O conceito surgiu com base em necessidades jurisdicionais da fiscalização da atividade
administrativa. Ainda hoje o conceito serve para delimitar comportamentos susceptíveis de
fiscalização contenciosa – art. 268.º, n.º4 da CRP – com função de garantia dos particulares. Fixa o
direito de forma individual e concreta. É uma decisão administrativa.

Concepções doutrinárias acerca do conceito de acto administrativo


Há quem entenda que são actos administrativos só os actos jurídicos, e quem entenda que o podem ser
tb as operações materiais ou os meros fatos involuntários ou naturais. Há quem entenda que são actos
administrativos apenas os organicamente administrativos e por oposição aqueles que pensam que são
também os materialmente administrativos.

O ato administrativo é o ato jurídico unilateral praticado, no exercício do poder administrativo, por
um órgão da Administração ou por outra entidade pública ou privada para tal habilitada por lei, e que
traduz uma decisão tendente a produzir efeitos jurídicos sobre uma situação individual e concreta. Ver
art. 120.º do CPA.

Atos praticados por indivíduos estranhos à Administração pública tem três consequências jurídicas:
-Inexistência.
-Usurpação de funções.
-Responsabilidade civil.

Elementos do ato administrativo:


Elementos subjectivos – o ato administrativo típico põe em relação dois sujeitos de direito: a
Administração pública e um particular ou duas pessoas colectivas públicas/privadas. Existem no
entanto excepções a esta regra: é o caso dos actos administrativos multipolares, direcionados erga
omnes com eficácia em relação a terceiros, susceptíveis de afectar múltiplos particulares; e dos actos
reais onde não há sujeito destinatário de uma decisão administrativa ou, melhor, todos os sujeitos são
destinatários, pois o ato é dirigido rega omnes. Pela lei o autor do acto administrativo não é a pessoa
colectiva (em rigor é) mas o órgão que o pratica. O outro sujeito é o destinatário.

Elementos formais – todo o acto administrativo tem sempre uma forma, isto é um modo pelo qual se
exterioriza ou manifesta a conduta voluntária em que o acto consiste. Além da forma, há ainda a
assinalar as formalidades prescritas pela lei para serem observadas na fase da preparação da decisão
(procedimento administrativo) ou na própria fase da decisão. O prof. Freitas considera formalidades –
todos os trâmites que a lei manda observar com vista a garantir a correcta formação da decisão
administrativa, bem como o respeito pelos direitos subjectivos e interesses legítimos dos particulares.
As formalidades, ao contrário da forma, não fazem parte do acto administrativo, em si mesmo
considerado: são-lhe anteriores,contemporâneas ou posteriores, mas não são elementos do acto.
Contudo, como a lei, em regra, apenas permite aos particulares atacar contenciosamente a
inobservância de formalidades através da impugnação do acto administrativo a que elas respeitam,
tudo se passa na prática como se as formalidades fizessem parte do próprio acto.

Elementos objectivos – são o conteúdo e objecto. O conteúdo é a substância da conduta voluntária


em que o acto consiste, fazendo dele parte: a decisão, as cláusulas acessórias e os fundamentos da
decisão tomada. Devemos distinguir o conteúdo principal (necessário) do acto e do conteúdo
acessório (facultativo – as cláusulas acessórias, a condição, o termo, o modo, e a reserva de
revogação). O objecto consiste na realidade exterior sobre que o acto incide (uma pessoa, uma coisa,
um acto administrativo primário).

Elementos funcionais – Comportam três elementos:


Causa: Para Freitas do Amaral a causa é a função jurídico-social de cada tipo de acto administrativo
ou o motivo típico imediato de cada acto administrativo (a causa da nomeação é o preenchimento de
lugares vagos nos quadros do funcionalismo).
Motivos: razões de agir que impelem o órgão da Administração a praticar um certo ato administrativo
ou a dotá-lo de um determinado conteúdo. A causa engloba o motivo típico e imediato e o motivo os
motivos mediatos e atípicos.
Fim: objetivo ou finalidade a prosseguir através da prática do acto administrativo. Distingue-se entre o
fim legal e o fim efectivo.

Menções obrigatórias do acto administrativo


O CPA sistematizou o conjunto de menções obrigatórias do acto administrativo
(art. 123.º do CPA). A lei exige cinco menções em todo e qualquer acto administrativo
que tenha destinatário determinado e que, como é regra, deva ser praticado por escrito
(autor, destinatário, conteúdo, data, assinatura do autor).

Extinção e modificação
Os efeitos jurídicos podem extinguir-se por variados modos. Cessam imediatamente com a prática do
acto em certos casos: actos de execução instantânea,cujos efeitos se esgotam num só momento, numa
aplicação isolada. Efeitos do acto administrativo perduram no tempo, só se extinguindo uma vez
decorrido um certo período (actos de execução continuada).

A revogação
Revogação – acto administrativo que se destina a extinguir os efeitos de um acto administrativo
anterior podemos falar de uma tensão dialética entre o acto de revogação e o acto revogado (ex: a
legalidade daquele pode depender deste). A revogação pertence à categoria dos chamados actos
secundários, ou actos sobre actos: na verdade, os efeitos jurídicos recaem sobre um ato anteriormente
praticado, não se concebendo a sua existência desligada desse acto preexistente O conteúdo da
revogação é a extinção dos efeitos jurídicos produzidos pelo acto revogado é a decisão de extinguir
esses efeitos. O objectivo da revogação é sempre o acto revogado, justamente porque a revogação é
um acto secundário, um dos mais importantes actos sobre actos. A revogação é em si um acto
administrativo.

Efeitos jurídicos da revogação


Relativamente aos efeitos pode ser: anulatória ou ab-rogatória.
- A revogação anulatória retroage os seus efeitos jurídicos ao momento do acto revogado (os efeitos
do acto revogado têm-se como não produzidos, os actos de execução e os actos consequentes do acto
revogado tornam se ilegais e as operações materiais desencadeadas ao abrigo do acto revogado
tornam-se ilícitas.).
- A revogação ab-rogatória respeita os efeitos já produzidos. É o regime regra da revogação fundada
em inconveniência (art. 145.º, n.º1 do CPA). É possível a revogação ab-rogatória dum acto já
revogado por inconveniência (porque ainda há efeitos a destruir).

O CONTRATO ADMINISTRATIVO
A utilização da via contratual pela Administração Pública pode traduzir-se no uso de dois tipos
completamente diferentes de contratos: No exercício de atividades de gestão privada, lançará mão de
um contrato civil. No exercício de atividades de gestão pública lançará mão do contrato
administrativo.
Este não é sinónimo de qualquer contrato celebrado pela Administração Pública, só é contrato
administrativo o contrato com regime jurídico traçado pelo Dt. Administrativo. Convém também não
identificar as expressões «contrato público» e «contrato administrativo».
O contrato administrativo vem regulado no art. 178.º, n.º1 e n.º2. O contrato administrativo define-se
hoje em função da sua subordinação a um regime jurídico de Direito administrativo: serão
administrativos os contratos cujo regime jurídico seja traçado pelo direito administrativo. Sendo
ambos acordos de vontades,contrato administrativo e contrato de direito privado da Administração
distinguem-se pela diferente natureza jurídica dos seus efeitos, ou pela especial intensidade que o
fator «interesse público» desempenha no primeiro.
Marcelo Rebelo de Sousa – o que autonomiza os contratos administrativos é o facto de o interesse
público prosseguido pela administração não só encontrar-se presente como tb prevalecer sobre os
interesses privados em presença, o que explica um afastamento do regime de Direito Privado
traduzido na previsão de situações jurídicas activas, ou na imposição de situações jurídicas passivas
exorbitantes.

Âmbito do contrato administrativo: Utilização da figura do contrato administrativo


Ao consagrar expressamente os contratos administrativos por natureza, o legislador alargou muito o
campo de aplicação da figura. Esta não se cinge mais aos chamados contratos administrativos típicos
ou nominados, compreende também os contratos administrativos atípicos. De acordo com o n.º1 do
178.º do CPA, o contrato administrativo perfila-se como alternativa:
Ao acto administrativo.
E ao contrato administrativo de direito privado da Administração.
Se no âmbito da prossecução das atribuições das pessoas colectivas públicas em que se inserem não
existir nenhuma disposição legal que proíba expressa ou implicitamente o recurso à figura do contrato
administrativo e se a natureza da relação a estabelecer for compatível com tal forma de actuação os
órgãos administrativos podem, por força desta norma geral de habilitação plasmada no art. 179.º do
CPA, utilizar o módulo contratual em alternativa ao ato administrativo para constituir, modificar ou
extinguir relações jurídicas e administrativas.
A regra é a de que a Administração tem, salvo se «outra coisa resultar da lei ou da natureza das
relações a estabelecer», todo o direito de celebrar outros contratos administrativos como alternativa
quer à prática de actos administrativos quer à celebração de contratos privados.
Exemplos: concessão de obras públicas, concessão de serviços públicos.

Extinção do contrato administrativo


Também aqui a Administração possui alguns poderes de autoridade.
Para Além das causas normais de extinção do contrato administrativo e de outras causas menos
frequentes, há causas específicas que importa considerar: a extinção por acordo das partes
(revogação), a extinção por decisão unilateral da Administração (rescisão) e a extinção por facto
jurídico alheio às partes (caso de força maior). Pode também ter origem no particular, em casos de
falta grave da Administração, quer quando as modificações que esta pretende impor-lhe excedam os
limites do objecto do contrato. Se a Administração concordar em pôr termo ao contrato, não haverá
que ir a tribunal e a extinção do contrato ocorrerá por acordo (revogação).

Rescisão-sanção
A rescisão administrativa consiste na extinção do contrato por decisão unilateral da Administração.
Compreende duas modalidades, e uma delas é esta. A rescisão sanção – é a mais grave sanção que o
co-contratante pode incorrer.verifica-se quando o contraente particular não cumpre as suas obrigações
por modo a determinar grave prejuízo para o serviço público. Deve ser considerado, no catálogo das
sanções disponíveis, uma sanção excepcional, que deve ser aplicada como último ratio. É necessário
que a infracção que a ela dá lugar consista numa «violação grave» dos deveres descritos (uma
violação menos grave dará em princípio lugar a multas contratuais). Em contratos de concessão,
constituem situações justificativas do exercício da rescisão pela Adm. as seguintes: desvio do objecto
da concessão; dissolução da concessionária; trespasse da concessão sem prévia autorização etc.

Pareceres
Os pareceres são obrigatórios ou facultativos, conforme a lei imponha ou não a necessidade de eles
serem emitidos; são vinculativos ou não conforme a lei imponha ou não a necessidade de as suas
conclusões serem seguidas pelo órgão decisório competente. A regra é a do art. 98.º do CPA – não
vinculativos.
Normalmente são diligências procedimentais a que falta autonomia para, sem mediatização de um
outro acto jurídico produzirem efeitos jurídicos numa esfera externa ao órgão emitente. Todavia,
quando as conclusões do parecer têm necessariamente de ser seguidas pelo órgão competente para
decidir, na realidade quem decide é a entidade que emite o parecer (a decisão da segunda entidade é
apenas uma formalização de algo que estava pré-determinado no parecer – Freitas do Amaral fala
então em acto administrativo em co-autoria). Se o parecer é obrigatório mas não vinculativo, a sua
falta gera vício de forma. Pelo art. 99.º do CPA uma parecer sem conclusões, ou apenas com
conclusões implícitas é um acto nulo, por ininteligibilidade do respectivo objecto (art. 133.º, n.º2,
alínea c)). Na falta de disposição legal ou de fixação de outro prazo, os pareceres devem ser emitidos
no prazo de 30 dias (cpa art. 99.º, n.º2). Por via de regra, a lentidão da administração consultiva não
deve bloquear a eficiência da administração ativa (art. 99.º, n.º3 do CPA).
É uma opinião profissional fundamentada → é recolhido na fase de instrução

Procedimento administrativo
Sequência juridicamente ordenada de actos e formalidades tendentes à preparação da prática de um
acto da Administração ou à sua execução.
É a lei que determina quais os actos a praticar e quais as formalidades a observar, sendo ela que
estabelece os trâmites a seguir. Traduz-se numa sequência de actos e formalidades. Não há nele
apenas actos jurídicos ou tão-só formalidade: no procedimento administrativo tanto encontramos actos
jurídicos como meras formalidades. Tem por objecto um acto da administração (pois pode haver
procedimentos respeitantes a contratos ou regulamentos). Tem por finalidade preparar a prática de
uma acto ou a respectiva execução. Daqui decorre a distinção entre procedimentos decisórios e
executivos.

Não confundir procedimento administrativo com processo administrativo (o primeiro é uma noção do
mundo jurídico, a segunda é uma noção do mundo físico).

Objectivos da regulamentação do procedimento administrativo


Desde logo o art. 267.º da CRP dá os grandes objectivos da regulamentação jurídica do procedimento
administrativo.
O processo administrativo é para os administrados uma garantia e uma defesa contra a arbitrariedade e
a precipitação das resoluções administrativas. A observância das formas impõe-se sobretudo nos actos
discricionários, visto ser precisamente nesses casos que os administrados carecem de maiores
garantias da conformidade do acto com o fim legal.

Princípios fundamentais do procedimento administrativo


Carácter escrito – o modo de funcionamento da Administração não se compadece com a oralidade.
Em regra o procedimento administrativo tem carácter escrito. É uma exigência formulada quer em
razão da necessidade de as decisões serem suficientemente ponderadas, quer como forma de
conservar para o futuro o registro completo do que se fez.

Natureza inquisitória – os tribunais são passivos. A Administração é ativa, goza do direito de


iniciativa para promover a satisfação dos interesses públicos e não está condicionada pelas posições
dos particulares (art. 56 e 86 do CPA).

Colaboração da Administração com os particulares – está consagrado no art. 7.º do CPA. Não
obstante a redacção do n.º2 do mesmo art. quando houver o dever jurídico de dar a informação, deve
entender-se que esta responsabiliza a Administração mesmo que prestada oralmente.

Princípio da desburocratização e eficiência – consagrado no art. 10.º do CPA, implica que a


Administração deve organizar-se de modo a possibilitar uma utilização racional dos meios ao seu
dispor, simplificando tanto quanto possível as suas operações.

O procedimento decisório de 1.º grau


Fase inicial /iniciativa – art. 74 a 85 do CPA. Pode ser desencadeado pela Administração ou pelos
particulares interessados (art. 54.º do CPA). Apresentado um requerimento inicial podem os serviços
desde logo proferir despacho: de indeferimento liminar, caso aquele seja anónimo ou ininteligível (art.
76.º, n.º3 do CPA), ou de aperfeiçoamento, na hipótese de não se encontrarem devidamente
preenchidas todas as exigências feitas pelo art. 74.º do CPA.
Iniciativa: Privada ou pública
↓ ↓
requerimento: exposição ao auto de notícia, participação, denúncia..
órgão competente que tem o
dever de responder;
- tem de decidir de acordo com as
suas competência.

Fase do saneamento - 2 elementos:


- correções: 1- oficiosamente; 2- notificação
- questões “pré-judiciais”: antes da decisão
→ avaliação obrigatória.
4 questões:
→ 1ª - Competência: o órgão deve perguntar-se a si mesmo se é competente;
→ 2ª - Legitimidade: “eu sou a pessoa que pode tratar do requerimento?”;
→ 3ª - Caducidade: “já passou ou não o prazo para eu agir?”
→ 4ª - Intempestividade e Extemporaneidade
↓ ↓
Antes do tempo Depois do tempo

Se alguma das questões acima for respondida negativamente, o procedimento termina.

Fase de instrução – destina-se a averiguar os factos que interessem à decisão final e à recolha das
provas que mostrem necessárias (CPA, art. 86.º a 99.º), segundo o princípio do inquisitório (art. 56.º
do CPA). O principal meio de instrução é a prova documental (art. 94.º do CPA).pode ser ouvido o
particular cujo requerimento tenha dado origem ao procedimento ou contra quem este tenha sido
instaurado: mas esta audiência não deve ser confundida com aquela a que necessariamente se terá de
proceder na terceira fase do procedimento: nesta trata-se de um diligência instrutória. As principais
regras do CPA em matéria de prova constam dos artigos: 87.º, n.º1, 1ª parte; 91.º, n.º2; 87.º, n.º2 e 3 e
art. 88.º do CPA.
Produz, recolhe e avalia
A fundamentação de fato é o momento mais importante do procedimento administrativo.
O parecer é recolhido nesta fase.
Nesta fase surge o projeto de decisão- se for indeferido dá lugar à audiência dos interessados.

Fase da audiência dos interessados (fase facultativa) – art. 100.º a 105.º do CPA. Manifestação dos
princípios da colaboração da Administração com os particulares e da participação. É um dever com
dignidade constitucional (CRP art. 2.º - Corolário da democracia participativa e 267.º, n.º5).
Tradicionalmente correspondia ao direito de defesa, apenas nos procedimentos sancionatórios. Hoje é
um direito genérico de participação dos particulares através da audiência prévia dos interessados (art.
100º do CPA).
No procedimento disciplinar, a fase da audiência começa com a acusação, a qual é comunicada ao
arguido, que tem direito a defender-se. Seguidamente, deve o instrutor inquirir as testemunhas de
defesa e apreciar os demais elementos de prova oferecidos pelo arguido.
→ recolha de novas provas;
→ relatório final;
→ Proposta de decisão.

Fase da decisão
Ela cabe ao órgão competente para decidir (art. 106.º do CPA).
Além da extinção através da decisão final expressa e formalidades complementares, o procedimento
administrativo pode também extinguir-se por uma das seguintes causas:
-Desistência do pedido ou renúncia por parte dos interessados aos direitos ou interesses que
pertencem fazer valer no procedimento (art. 110.º do CPA).
-Deserção dos interessados (art. 11.º do CPA).
-Impossibilidade ou inutilidade superveniente do procedimento (art. 112.º do CPA).
-Falta de pagamento de taxas ou despesas (art. 113.º do CPA). - Formação de acto tácito (art. 108.º e
109.º).

Alguns apontamentos das aulas:

Direito à informação - é essencial para decidir.


268º- CRP
82º- CPA
Sem informação não é possível decidir

Existem dois prazos: perentório e dilatório


O perentório inicia-se depois do prazo dilatório. O dilatório é anterior ao perentório.

Extinção do procedimento
- decisão;
- impossibilidade e inutilidade superveniente;
- falta de pagamento de taxas e preparos;
- deserção do procedimento.

CPA- lei especial


objetivo do legislador- dezenas de procedimentos administrativos cingem-se a um só.
foi a lei que mais tempo demorou a ser criada
O CPA gera segurança, certeza e permite fiscalizar
É uma garantia sobre o livre arbítrio
Efeito de tentar diminuir a tendência do despotismo
O procedimento nasce a seguir à II guerra mundial
As sucessivas revisões tornaram o CPA uma lei supletiva.

3 regras interpretativas:
→ Saber se existe um procedimento especial;
→ se não existir vamos ao CPA;
→ existem regras no CPA que são imperativas e sempre aplicadas.

Processo- suporte documental do procedimento, é a parte física do procedimento.


O que não existe no processo, não existe no Mundo. Toda a decisão deve ser tomada com base em
documentos.
art2º- objetivo→ aplica-se a toda a atividade administrativa
- subjetivo→ pessoas jurídica a quem é aplicado o CPA

órgãos-
singulares, decidem→ apenas um titular;
colegiais, deliberam→ mais do que um titular (normalmente são mais do que 3, regra ímpar para
formar maiorias.

Um órgão deliberativo pode ter competências executivas e consultivas.


Órgãos consultivos não podem ter competências executivas e deliberativas.
O funcionamento dos órgãos singulares não esta regulado por lei.
Existem formalidades a serem cumpridas para que exista um órgão colegial.

Se não houver o momento constitutivo, o órgão colegial não existe.


O presidente do órgão é o único responsável pela convocatória .

2 pessoas obrigatórias em todos os órgãos- presidente e secretários

Reuniões ordinárias→ previsíveis


Todas aquelas fixadas pelo órgão com período de periodicidade.
Todas aquelas estipuladas por lei
Não dispensam de ordem do dia, por vezes dispensam convocatória.

Reuniões extraordinárias→ ocorrem quando não se pode esperar por uma reunião ordinária.
Geralmente é marcada quando é urgente e necessária.

Reunião ordinária Reunião extraordinária


↓ ↓
-não é necessária convocatória; -é preciso convocatória;
-a ordem de trabalho pode ser alterada -a ordem de trabalho não pode ser alterada
(tem de ser por uma maioria qualificada)

Quando acaba a reunião, o órgão deixa de existir.


É necessário que exista um número mínimo de titulares para que o órgão exista→ quórum
constitutivo.
o quórum constitutivo é contínuo ao longo da reunião. Tem de ahver este quórum até ao fim da
reunião.

3 quóruns-
-quórum constitutivo inicial;
-quórum constitutivo contínuo;
-quórum constitutivo reforçado.

Votação nominativa /nominal- eu sei quem votou em que sentido (o número de votos a favor e contra
vai para a ata);
Votação secreta- só temos o dado objetivo da votação, não sabemos quem votou contra ou a
favor → expressão da vontade num órgão colegial.

Normalmente, as votações são de caráter nominal, devido ao princípio da responsabilização.

O que não está na ata não existe. (lá esta, a ata é um documento, e tudo o que não existe em
documento não existe no mundo).

→ Antes de tudo acabar (reunião), a ata deve ser redigida e aprovada;


→ quem não esteve presente na reunião anterior não entra para o quórum da relação seguinte.

Aprovação da ata em minuta: art 34 nº6


→ se a ata em minuta for aprovada, as deliberações tomadas tornam-se eficazes.
O presidente do órgão tem o voto de qualidade.

Competências → poderes que são definidos por lei, para que o órgão possa prossegui com o
interesse público.
A primeira pergunta a ser feita é a competência, se eu tenho competência para algo.

3 pressupostos:
– tem de ser exercida;
– é irrenunciável;
– é inalienável. → estes 3 pressupostos aplicam-se a todos os titulares e funcionários

exceção- delegação de poderes/ competências- ao nível dos órgãos e agentes.

O processo não pode avançar sem que o órgão se certifique, sem margem para dúvidas, de que é
competente .

suplência do titular- deve estar disponível na falta do titular


As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

Delegação de poderes /competências


4 requisitos : 3 materiais e um formal
materiais:
1- habilitações legais:
→ o que posso; a quem posso
ex: art 44º nº3 CPA - norma habilitante
2- Previsão legal
3- Ato administrativo de delegação de poderes:
tem de ser expresso
No silência não há delegação
O ato deve ter:
→ nome do titular da competência;
→ identificação do órgão;
→ conteúdo da delegação;
art 45º
a) delegação de um órgão para um órgão dentro da mesma P.C.P;
b) delegação de um órgão para um agente dentro da mesma P.C.P;
c) delegação de um órgão de uma P.C.P para outro órgão de outra P.C.P.

Quem é o sujeito da relação jurídica procedimental → todos os que estabelecem relação com a
Administração.
O mandato exige um contrato.
impedimento
→ não podem intervir → dever de abstenção
suspeição
→ devem pedir dispensa → tenho o dever de pedir para ser apreciado

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