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No séc. XIX, a AP era centralizada (Estado absoluto) e vista como o inimigo das
liberdades, logo a justiça administrativa era entendida como o conjunto das garantias
dos particulares contra as atuações ilegítimas da Administração que ofendessem os
seus direitos ou interesses. A proteção dos direitos dos particulares era vista então
como a finalidade exclusiva do princípio da legalidade administrativa.
- a substancial ou material: quais os litígios que lhe cabe resolver (o quê? Litígios
emergentes de relações jurídicas administrativas);
1. Tutela da legalidade:
•Significa que é uma justiça administrativa, face a uma ação contra a administração
pública, praticou ou não uma ilegalidade independentemente se houve lesão dos administrados
ou não. É meramente formal, é de interesse público – intervenção do tribunal para proteger o
cidadão. É uma posição objetivista
Por exemplo: Não cumprimento das regras do orçamento, em relação á despesa da administração
pública tem de estar cabimentada, como ter um x valor para parafusos e comprar com essa verba
cabimentada pregos, aqui há apenas uma ilegalidade formal, e não prejudica o cidadão.
Não somos objetivistas nem subjetivistas ou legalista/proteção ou não, segundo o artigo 266º
nº1 da CRP. Não basta cumprir a lei, mas que respeite a proteção e interesses dos administrados,
só pode cumprir a todo o custo, como a imagem da expropriação, não chega ter uma boa razão,
é preciso provar, não se pode expropriar mais do que o necessário e deve se ter esgotado todas
as possibilidades em ultimo lugar tem que pagar uma quantia ao expropriado – indemnização,
não poem ser conseguidos a todo o custo, não só satisfazer o interesse público mas também
privado o direito, ter em conta os direitos e interesses dos particulares, também ocultados estes
interesses, e não só o incumprimento da lei é o desrespeito em relação aos administrados.
Podemos ter um conflito de uma r.j. ad. que não pertencem neste âmbito, são as relações
graciosas, como por exemplo, requerimento inferido – podem efetuar um recurso ao
superior hierárquico, é considerado pré-contencioso, é uma questão orgânica – como
também a reclamação e recurso hierárquico imperfeito – não pertencem ao contencioso
administrativo.
• Sentido – Funcional – já não importa o conteúdo, mas a forma como se trata a matéria.
A justiça administrativa não pode preocupar-se com todas as formas de exercício de
direito, mas tão só com as formas de jurisdicionalizada. O que interessa é o meio através
o qual o cidadão exerce o direito administrativo de forma jurisdicionalizada. De acordo
com um critério funcional, a justiça administrativa, atualmente não abrange todo e
qualquer tipo de resolução de controvérsias emergentes das relações jurídicas
administrativas, referindo-se apenas aos processos que visam a resolução de uma
questão de direito e implicam o exercício da função jurisdicional, isto é que se
apresentem como questões jurídicas a solucionar por órgãos independentes segundo um
processo justo e através de atos com autoridade de caso julgado.
Insurge a interpretação do preceito constitucional art 212 nº3 para equacionar se nele se
consagra uma reserva material absoluta atribuída aos tribunais administrativos. As tendências
doutrinarias desenvolveram-se admitindo-se generalizadamente a atribuição legal aos tribunais
administrativos da resolução de litígios referentes à atividade da administração ainda que
incluíssem aspetos de direito privado.
Para alguns (gomes Canotilho e Vital Moreira), resulta da CRP uma reserva perante a qual o
legislador não pode atribuir a outros tribunais o julgamento de litígios materialmente
administrativos, só sendo legitimas as devoluções de competências para outros tribunais se
previstas constitucionalmente ou em caso de estado de necessidade.
Outros (Freitas do Amaral) assumem uma posição mitigada admitindo a remissão para a
jurisdição comum de questões emergentes de relações jurídicas administrativas, quando estejam
em causa direitos fundamentais dos cidadãos, pretendendo assegurar uma proteção processual
mais intensa desses direitos por falta de meios e insuficiência do número de tribunais para
corresponder às necessidades de uma tutela judicial efetiva.
Num sentido próximo, o conselho consultivo da Procuradoria geral da república distinguia entre
o contencioso por natureza (recurso contra atos administrativos), exclusivo dos tribunais
administrativos, e o contencioso acidental suscetível de ser atribuído aos tribunais comuns
porque tais matérias ainda se prendem com as garantias dos particulares contra a Administração
(posição ultrapassada).
A posição mais razoável (Sérvulo Correia) sufragada pelo STA e TC parece ser a que não lê o
preceito como um imperativo estrito, contendo uma regra definidora de um modelo típico
suscetível de desvios em casos especiais desde que não fique prejudicado o núcleo caracterizador
do modelo. O preceito introduzido na revisão de 1989 explica-se na intenção de consagrar a
ordem judicial administrativa como uma jurisdição própria, ordinária e não excecional ou especial
em face dos tribunais judiciais. Constitui um preceito que define a área própria da ordem judicial
administrativa e fiscal, sem com isso pretender estabelecer uma reserva material absoluta. Essa
definição do âmbito-regra deve ser entendida como uma garantia institucional da qual deriva
para o legislador ordinário tão somente a obrigação de respeitar o núcleo essencial da
organização material das jurisdições. Fica proibida a descaracterização da jurisdição
administrativa, mas não a atribuição pontual a outros tribunais do julgamento de questões
substancialmente administrativas admitindo-se remissões orgânicas designadamente nas
situações de fronteira em que há duvidas de qualificação ou zonas de interseção entre matérias.
Aquele preceito serve para delimitar o sentido da parte final do nº1 do art 211 que atribui aos
tribunais judiciais uma competência jurisdicional residual. Uma interpretação tão rigorosa
implicaria a dúvida sobre a constitucionalidade de leis de práticas de longa tradição em matéria
registral, policia judiciaria, de expropriações, de contraordenações.
Assim a interpretação mais razoável é que o preceito visa consagrar os tribunais administrativos
como os tribunais comuns em matéria administrativa. Se se optasse pela existência de uma
reserva material absoluta da jurisdição administrativa, o critério orgânico de delimitação não
perderia sentido na medida em que a própria CRP atribuía a outros tribunais o julgamento de
questões emergentes de relações jurídicas administrativas:
O modelo português regra oscila entre o judicialista ou o judicialista mitigado. Cfr arts
71,1 (atuação administrativa: poder de jurisdição plena) e 159, 1 (causa legitima de
inexecução) CPTA. Por vezes o nosso contencioso segue, a título excecional, o terceiro,
o judiciarista ou quase judicialista, pois há entidades administrativas independentes
com competências no contencioso administrativo como é o caso do Banco de
Portugal, da Entidade Reguladora para a Comunicação Social ou da Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários.
Administrativista Judiciarista Judicialista
Controlo Órgão da AP, não é a Órgão de autoridade Tribunal – pode não ser só o
propriamente um modelo de administrativa independente tribunal administrativo –
contencioso, porque é a – temos um salto qualitativo como acontece na Inglaterra
própria AP que vai julgar – – do pré-contencioso, é um com a common law.
ainda está a administrar, não é ramo independente da
um verdadeiro contencioso, administração – no mesmo
impugnação administrativa âmbito, com poderes não
como – reclamação e recursos vão de recomendações e
hierárquico é no ceio da pareceres, como acontece
própria administração. com a Procuradoria, banco
de Portugal.
Processo Não há um verdadeiro Processo – não Processo
processo, é um procedimento jurisdicionalizado. jurisdicionalizado.
administrativo
Força jurídica das decisões Não há, porque a AP fica com a Não há também Aqui já existe, todas as
(Saber se é ou não obrigado disponibilidade de executar ou decisões dos tribunais, têm de
a executar). deixar de executar, faculdade ser executadas pela AP, isto
de execução ou não no PURO.
Modelos processuais ou operativos: está em causa qual o processo. Temos então dois
modelos: o objetivista e o subjetivista. A comparação entre os modelos baseia-se em
dois critérios: a função do contencioso e o objeto do processo.
Objectivita Subjactivista
1º O contencioso administrativo é O contencioso administrativo é
Característica exercido por um tribunal administrativo e exercido por tribunais comuns, deve estar
não pelos tribunais comuns, ou seja, tem que sob a alçada dos tribunais comuns, como
ser entregue a um tribunal especial e não em Inglaterra a common law.
comum, é especificamente
vocacionado para um fim
2º Do ponto de vista dos meios Este modelo defende o principio da
Característica processuais este modelo objetivista tutela jurisdicional efetiva, que nos diz que
defende que haja uma ação tipo ou meio todos os interesses e direitos devem ser
processual tipo, que é o recurso protegidos, independentemente da
contencioso ou impugnação dos atos existência de um meio processual tipo. O
administrativos, a forma de recorrer aos contencioso administrativo não deve ser
tribunais é principalmente através de um um limite ao exercício dos direitos.
pedido de impugnação de um ato Por exemplo: tenho um direito
administrativo subjetivo, a AP lesou o meu direito,
agora quero um meio processual para
exercer esse direito.
3º O objeto da justiça administrativa é a A razão da existência e controlo
Característica satisfação de interesses públicos pelo que o executado pelos tribunais administrativos
tribunal se deve centrar exclusivamente no é a proteção de interesses e direitos dos
controlo da legalidade, ou seja, o horizonte do cidadãos, aqui é a satisfação dos direitos e
tribunal é que a decisão administrativa é legal interesses dos cidadãos.
ou não, independemente de estarem ou não Aqui quer se proteger as suas
em causa, direitos ou interesses posições jurídicas é para isso que o
administrativo. Quando o tribunal intervém é tribunal desenvolve o processo e o juiz
com um objetivo: é se cumpre ou não a ordem profere uma decisão.
jurídica em vigor, haver ou não
efetividade, cumpriu ou não cumpriu a
Diferenças
administrativos
efetivo
Vantagens
O tribunal controla a legalidade, deste modo É mais restrito, isto porque protege com mais
defende muitas situações – abrange, á uma vasta profundidade, mais intensidade faz dele um
extensão de ações – aplica-se a muitos casos. modelo mais efetivo, mais intenso, fica pelo
caso concreto
É mais superficial, pode ser exagerado onde na
era necessário.
Exemplo:
Destetou-se que uma instância da administração pública não cumpriu o cabimento orçamental (o saldo tem que dar 0
na AP as receitas têm que ser iguais ás despesas) e deste modo nas rubricas da verba da aquisição de mesas foi
esgotada e eram necessárias mais foram á verba das cadeiras e compraram mesas.
Aqui não é ilegal porque não Segundo este modelo é ilegal, era
ultrapassou o orçamento, é mais sindicável, não era possível de se
amplo o conceito. retirar de um lado
Ao consagrar o direito dos administrados a uma proteção judicial efetiva, a CRP não
pretende regular em pormenor o processo administrativo. A revisão do CPTA e do
ETAF não trouxe alterações ao modelo desenhado em 2002, mas introduziu alterações
significativas no sentido de aperfeiçoar processualmente o modelo.
A “relação jurídica administrativa” não foi definida pelo legislador devendo-se retira-
la do seu conceito constitucional no sentido estrito tradicional de “relação jurídica de
direito administrativo”, excluindo-se todas as relações de direito privado em que
intervém a Administração. São consideradas relações jurídicas de direito público
aquelas em que pelo menos um dos sujeitos é uma entidade pública ou uma entidade
particular no exercício de um poder publico, atuando com vista à realização de um
interesse publico legalmente definido. Estão também excluídas do domínio da justiça
administrativa as questões relativas à validade de atos praticados no exercício de
outras funções estaduais como os atos políticos e os atos legislativos.
Noção de relação jurídica administrativa: relação jurídica (relação social tutelada pelo
direito), externa, interpessoal ou intersubjetiva, entre dois ou mais sujeitos públicos
ou privados (entre particulares e os entes administrativos ou entre sujeitos
administrativos), regulada pelo direito administrativo, de onde resultam posições
jurídicas ativas e passivas.
Este será o primeiro limite material: a exigência de uma relação jurídica administrativa.
As questões que aqui se colocam são, primeiro, se o tribunal administrativo só deve
intervir quando esteja em causa uma relação jurídica administrativa e depois se
sempre que exista uma relação dessa natureza o tribunal administrativo pode intervir
(art 212/3 CRP).
A resposta a estas questões será que o tribunal apenas deverá intervir quando está
em causa uma relação jurídica administrativa que afete direitos e interesses dos
particulares. Nos termos do art. 268, 4 CRP, só é garantida tutela jurisdicional efetiva
aos administrados titulares de direitos ou interesses legalmente protegidos. É, assim,
necessário verificar se os interesses dos particulares foram afetados. Este será o outro
limite material. Temos assim dois pressupostos: a existência de uma relação jurídica
administrativa e a afetação de direitos e interesses dos particulares.
Noção de interesses dos particulares: Cfr art. 266, 1 CRP – “… respeito pelos direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos”. Daqui resulta que nem todas as
posições jurídicas dos cidadãos são protegidas. Apenas serão aquelas em que o
cidadão é titular de um direito ou de um interesse legalmente protegido. O cidadão
pode ser titular de um direito subjetivo, de um interesse legítimo ou legalmente
protegido ou de um interesse de facto. Para distinguir estas três situações deverá,
segundo o Professor Gomes Canotilho, recorrer-se à teoria legalista que assenta numa
interpretação do texto legal que valoriza entre outros o elemento teleológico. O
cidadão será titular de um direito subjetivo quando por força da interpretação do
texto legal se pode concluir que o seu principal objetivo é a proteção efetiva de um
bem jurídico próprio do cidadão. Será titular de um interesse legítimo ou legalmente
protegido quando apesar de a principal preocupação do legislador ser o interesse
publico, indireta ou reflexamente, este também se preocupou com o interesse do
cidadão. Quando o texto legal tem como única preocupação o interesse publico, o
cidadão apenas tem um interesse de facto, como é o caso da lei que obriga a que as
estradas estejam em bom estado de conservação.
apenas os direitos subjetivos e os interesses legítimos têm guarida, permitem o recurso aos
tribunais administrativos.
Status – Situação jurídica complexa em que, da mesma situação, temos posições de vantagem e
posições de desvantagem. Por exemplo: concessão da nacionalidade.
Fiscalizar bem implica que a entidade de controlo, enquanto 2º interprete, órgão inoficioso e
imparcial apenas precisa de elaborar o paradigma normativo até onde este seja determinável na
situação concreta, submeter a decisão a testes de juridicidade fundamentais para detetar o
eventual incumprimento dos princípios que regulam a atividade decisória.
O juiz também de respeitar a força do caso decidido de um ato administrativo, quando este, ainda
que invalido (desde que não seja nulo), se tenha tornado inimpugnavel pela queda do prazo de
impugnação, salvo eventualmente e incidentalmente para efetivação da responsabilidade civil da
administração. Assim o princípio da separação de poderes não implica uma proibição absoluta
ou regra de o juiz condenar, dirigir injunções, sancionar proibir ou impor comportamentos à
Administração. Implica apenas uma proibição funcional do juiz afetar a essência do sistema de
administração executiva, não pode ofender a autonomia do poder administrativo, o núcleo
essencial da discricionariedade, na medida que a lei confira à administração poderes próprios de
apreciação ou decisão, como tem de respeitar, em regra, a autoridade e força estabilizadoras
características do ato administrativo r a força do caso decidido.
Em face do princípio da decisão administrativa prévia o juiz administrativo só podia ser chamado
a intervir em segunda instancia (a reagir). Tal princípio nunca vigorou plenamente no nosso
ordenamento jurídico e perdeu sentido em face do direito fundamental dos cidadãos de acesso
aos tribunais administrativos. Deixou de valer a ideia de que a justiça administrativa se limitava à
impugnação de atos e que as ações só se incluíam no contencioso administrativo por atribuição.
A exigência de prévio requerimento particular da intervenção administrativa só pode ser
condição substancial ou pressuposto processual de uma ação quando essa atuação administrativa
seja por força da lei necessária ao caso. A lei admite mesmo, excecionalmente, a possibilidade de
pedido em ação comum, de condenação à não emissão de um ato administrativo (art 37 nº2 c)
CPTA) que representa uma proteção preventiva.
o ETAF reafirma no art 1º a clausula geral estabelecida pela CRP, mas entendeu determinar a
competência da jurisdição através de enumerações no art 4º, através de uma enumeração
positiva e negativa. Mas subsistem problemas porque as enumerações são exemplificativas e
porque utilizam conceitos que carecem de precisão, bem como não prejudicam a existência de
legislação especial divergente,
entendemos que a enumeração positiva é concretizadora da clausula que deriva da CRP, mas tem
de ser considerada aditiva, quando seja inequívoco que visa atribuir competências que não
caberiam no âmbito definido pela clausula. A enumeração negativa é também concretizadora da
clausula geral, mas contem também disposições que restringem tal âmbito, reconhecendo-lhes
um efeito subtrativo.
A generalidade das alíneas do nº1, exceto de parte das alíneas b), e), g) e h), relativas a matéria
de contratos e de responsabilidade civil, visa apenas a concretização positiva.
São “os elementos de cuja verificação depende, num determinado processo, o poder-dever do
juiz de se pronunciar sobre o fundo da causa, isto é, de apreciar o mérito do pedido formulado e
de sobre ele proferir uma decisão, concedendo ou indeferindo a providência requerida”[1]. Como
podemos ver, a verificação é de facto essencial pois sem esse preenchimento obsta-se a que o
tribunal possa validamente conhecer o mérito da causa e apreciar as matérias de facto e de
direito do caso concreto. E obsta-se nos mesmos termos do Processo Civil, ou seja, através de
uma exceção dilatória de acordo com os artigos 89º do CPTA e 576º/2 e 577º do CPC, que levam
à absolvição do réu da instância.
São requisitos de admissibilidade do julgamento do mérito da causa. Art. 89º do CPTA e 577º do
CPC: contêm exemplos de questões que podem obstar ao conhecimento do mérito da causa,
dando lugar à absolvição da instância. Tratam-se de exceções dilatórias, conduzem a decisões de
mera forma e apenas adquirem força de caso julgado formal no âmbito do processo a que poem
termo, pelo que não impedem a propositura de nova ação, entre as mesmas partes e com o
mesmo objeto. Algumas são comuns ao processo civil (ineptidão da p.i., litispendência, caso
julgado) outras são próprias do processo administrativo.
Podemos distinguir pressupostos positivos, “cuja verificação obriga o juiz a conhecer do mérito
da causa”, e negativos, aqueles cuja verificação o impede de o fazer. Podemos também distinguir
os absolutos, que podem ser conhecidos oficiosamente, dos relativos, que podem/devem ser
invocados pelas partes, mas cuja falta pode ser sanada ou até considerar-se irrelevante. E por
último, fazemos a distinção conforme sejam relativos ao tribunal, às partes ou ao processo em
concreto.
Art. 5º ETAF: a competência dos tribunais fixa-se no momento da propositura da ação. Segundo
o princípio da perpetuação do foro a referida competência afere-se no momento da propositura
da ação. Tratando-se de uma ação que deve ser proposta perante a jurisdição administrativa
(competência em razão da jurisdição e em razão da matéria), há que estabelecer o nível
hierárquico do tribunal perante o qual a ação deve ser proposta (competência em razão da
hierarquia).
- alínea c) atos materialmente administrativos praticados por órgãos públicos que não
pertencem à Administração Publica (Presidente da Republica, Presidente da Assembleia
da Republica, Presidentes do TC, STA, TContas, CS de Defesa Nacional, PGR); está
excluída a apreciação dos litígios relativos à fiscalização da legalidade dos atos
materialmente administrativos praticados pelo Presidente do STJ e dos atos do
Conselho Superior da Magistratura e do seu Presidente que é reservada aos tribunais
judiciais- art. 4º, nº 3, d) e c)
5. E ainda:
Competência em razão da matéria: Por regra, os tribunais administrativos são competentes para
dirimir os litígios cuja resolução exige a aplicação de normas de Direito Administrativo e os
tribunais tributários são competentes para dirimir conflitos cuja resolução exige a aplicação de
normas de Direito Fiscal.
TCA – 37º
Primeiro teremos de ir ao artigo 24º - STA senão couber, iremos para o artigo 37º do TCA, porém
senão couber aqui cabe tudo no 44º no TAC por exclusão de partes – estamos perante uma
distribuição da competência em razão da matéria.
Depois de ver o artigo 24º e senão couber teremos de continuar no 37º e por fim 44º. 26
TAC – é um tribunal com competência residual, cabe tudo o que não couber nos outros dois
tribunais. A intuição não é boa conselheira e o resto fica em causa, por isso teremos sempre de
verificar todos os tribunais.
b) Tribunal de Conflitos:
Se o tribunal para o qual for remetido o processo vier a declarar-se igualmente incompetente,
configura-se um conflito que deve ser dirimido mediante recurso para o Tribunal de Conflitos,
nos termos do art. 109º do CPC.
Incompetência em razão da matéria e resolução de conflitos: arts 14º, 2 CPTA, 29º ETAF,
135ºss CPTA e 109º CPC
A competência dos tribunais administrativos não se determina de forma hierárquica, mas sim
atendendo à matéria. Não há distinção entre tribunais de 1ª instância e tribunais de recurso.
Todos os tribunais são de 1ª instância. A competência do STA está prevista no 24º/1 ETAF
(excetuando a alínea g)). Se a ação versar sobre uma matéria descrita naquele preceito, deve
ser proposta no STA. Caso não caiba nessa competência, verificamos se a competência é do
TCA. As matérias deste tribunal estão previstas no 37º, a), c) e d) ETAF. Se não couberem na
competência do TCA, devemos recorrer ao 44º ETAF. São as matérias que são da competência
dos TAC. Daquele preceito resulta a competência residual dos TAC. Este tribunal é competente
para as ações relativamente às quais não seja competente qualquer um dos outros tribunais.
Incompetência:
Absoluta 1º ETAF; 2º CPTA – temos nas situações referias nos nº2 e 3, quando a petição é
dirigida a um tribunal que não pertença á jurisdição administrativa. Consequência: primeiro no
nº2 do 14º - após o trânsito em julgado, considera o tribunal incompetente, o interessado tem
30 dias para requerer a remessa dos autos e o nº3 – ação considera-se proposta na data em
que a petição deu entrada no tribunal incompetente – há direito que procedem como o direito
de reconvenção.
Relativa – 14º nº1 e 3 – quando se dirige a um tribunal incompetente mas o competente está
dentro da jurisdição administrativa do Porto, mas afinal era Penafiel. Ou é o TAC e deveria ser o
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STA. Consequências: 1º no nº1 – é oficiosamente o processo remetido ao tribunal competente,
se possível por via eletrónica. 2º nº3 – á data da propositura da ação que foi apresentada. Pode
resultar da matéria ou do território. Isto porque os tribunais administrativos dividem-se em razão
daqueles. Quanto à matéria (24º, 37º e 44º ETAF), a competência divide-se entre o STA, TCA, TAC.
Contudo, a competência desses mesmos tribunais também se delimita em razão do território;
onde o STA tem a sua jurisdição alargada a todo o território nacional, mas tanto o STA como o
TAC têm a sua competência determinada pelo território.
personalidade judiciária: tal como no processo civil se define como “a suscetibilidade de ser parte
no processo”. Hoje a legitimidade é atribuída às pessoas coletivas a que pertencem esses órgãos.
Ambos no artigo 8ºA do CPTA, atenção ao nº3.
Capacidade judiciária: prevê a “suscetibilidade de uma pessoa estar por si em juízo” e que também
esta se confunde em certa medida com o conceito do direito processual civil. Importa destacar
que no que se refere às entidades públicas, a capacidade “é determinada pela competência do
órgão para representar a pessoa coletiva” e que provém da lei. Já em relação ao Estado, será
representado pelo Ministério Público, enquanto entidade competente para essa representação.
Art 8 A CPTA
legitimidade das partes: O regime regra da legitimidade está previsto no artigo 9º e 10º CPTA mas
alguns tipos de meios processuais consagram algumas especificidades. Exemplo: 55º CPTA.
temos de distinguir entre ativa e passiva. A primeira implica que o interessado seja efetivamente
o titular do direito que invoca, a segunda será aferida pelo facto de, caso a ação seja procedente,
a parte ser prejudicada por essa circunstância, o que denota uma relação de correspondência
entre si. É hoje definida pela lei a legitimidade ativa direta que considera o autor “como parte
legítima quando alegue ser parte na relação jurídica (material ou substancial) controvertida, em
função da titularidade de um direito ou interesse legalmente protegido”. A legitimidade passiva
pertencerá à parte que é titular do dever correspondente ao direito invocado, em regra, uma
pessoa coletiva pública e também aos terceiros contra-interessados, enquanto prejudicados
diretos com a procedência do pedido.
Aceitação do ato: que consiste na impossibilidade de impugnação judicial de ato pela parte que
anteriormente já o havia aceitado ou com o qual havia concordado. Trata-se, portanto, de um
pressuposto negativo. Importa destacar que no âmbito deste pressuposto há doutrina que
distingue aceitação do ato (ou da pretensão) em termos substantivos da renúncia ao direito de o
impugnar como é o caso do Professor Rui Machete[4], posição com a qual não concorda o
Professor Vieira de Andrade ao defender que a aceitação do ato não vale como declaração
negocial e apenas como “mero ato jurídico” afetando a posição jurídica substantiva e processual
da parte passiva e com o qual devo expressar concordância.
Pressupostos relativos ao processo:
meio processual adequado à sua pretensão e que só por essa via consiga obter a tutela judicial
desejada.
necessidade de tutela judicial: normalmente referida como “interesse processual” e que obriga a
que haja um interesse real e atual do interessado, ou seja, que este retire alguma utilidade da
procedência da ação.
A tempestividade: enquanto pressuposto, implica que exista um prazo contínuo que não provoca
a suspensão fora dos dias úteis ou em férias judiciais como prevê o artigo 58º/2 do CPTA. Neste
âmbito destaca-se a diferença de prazos de impugnação do Ministério Público, que é mais longo
(1 ano) e que segue o regime típico de um prazo de caducidade e a sua decorrência determina a
formação de “caso decidido”, tornando impossível a impugnação do ato. Para os interessados, o
prazo só começa a contar a partir do momento em que o interessado é notificado, em que tem
conhecimento ou no momento da execução. Outra diferença passa também pela não formação
de caso decidido pelo decurso do tempo. Além destes casos, o artigo 58º/3 do CPTA prevê já
casos em que é possível a impugnação para além do prazo de 3 meses. “O prazo de impugnação
do particular constitui, pois, um prazo de caducidade especial, suscetível de suspensão e de
interrupção”.
interpelação administrativa prévia em certos casos. Acontece que muitas vezes a Administração
pratica um ato que apesar de já poder ser impugnado pelos destinatários, ainda não é um ato
definitivo por não consistir na “última palavra da Administração” e como tal, partilhando da
opinião de que não existe qualquer restrição ao direito de acesso à justiça e aos tribunais, há
casos em que previamente deve existir uma impugnação administrativa necessária como são os
casos que a lei prevê de acordo com a 2ª parte do 185º/2 do CPA.
cumulação ilegal de pedidos: que resulta da preterição de alguma das exigências previstas no
artigo 4º do CPTA, ou seja, quando a causa de pedir seja distinta ou não exista qualquer conexão
material entre os diferentes pedidos. Destaque ainda para a litispendência e o caso julgado a
litispendência, que são de conhecimento oficioso, e que impedem o conhecimento do mérito da
ação quando haja uma repetição de uma causa com os mesmos elementos essenciais, quando
seja formulado um pedido idêntico perante outro tribunal nacional e sobre o qual este já esteja
a pronunciar-se ou já tenha havido sentença onde se decidiu o caso concreto.
Assim, em contencioso administrativo, para se fixar o valor de uma causa, há que ter em conta
uma equivalência entre a utilidade económica do pedido e o valor. Esta é a regra. Atente-se, no
entanto, aos casos especiais dos 32º a 34º, que nos apresentam circunstâncias diferentes para
identificar o valor da causa. Circunstâncias essas que só se verificam quando não há utilidade
económica do pedido, ou seja, quando não dê para traduzir em dinheiro o pedido.
O 34º apresenta-nos situações limite, são as ações com valor indeterminável, relacionadas com:
• Bens imateriais;
• Todas quantas não se possa identificar um valor por aplicação dos restantes critérios.
2. Âmbito do processo
• Princípio da garantia da assistência jurídica: (20º CRP E 11º CPTA) – segundo o qual é
garantido aos cidadãos a proteção no recurso ao tribunal. Do 11º CPTA resulta que é
obrigatória a constituição de advogado. Está excluído o advogado estagiário e o agente
de execução. O nº2 prevê uma exceção: permite que as pessoas coletivas de direito
público sejam assistidas judicialmente no foro por meros licenciados em direito.
• Princípio da necessidade do pedido: decorre de uma característica estrutural-funcional do
poder judicial, em que os tribunais são órgãos indiferentes e inoficiosos. O tribunal não
pode resolver o conflito de interesses que a ação pressupõe sem que a resolução lhe seja
pedida por uma das partes.
• O princípio da promoção alternativa: a iniciativa cabe normalmente aos particulares,
interessados na proposição das ações destinadas a salvaguardar e a promover os seus
direitos e interesses (princípio do dispositivo). Contudo a esta iniciativa particular, soma-
se a iniciativa popular para defesa de determinados valores, bens ou interesses
comunitários, o poder geral de iniciativa do MP encarregue da defesa da legalidade
administrativa (princípio da oficialidade).
Enquadramento no artigo 9º do CPTA, o que está em causa é a legitimidade ativa, de
quem pode demandar em juízo. Significa que a OJ concebe de forma alternativa a um ou
a outro. O nº2 qualquer pessoa pode intentar uma ação contrasta com o processo civil –
quem tiver interesse no demando, aqui qualquer pessoa – há um alargamento enorme
eu pode demandar, no CPC há uma restrição na legitimidade ativa.
o Nos processos iniciados pelos particulares, vale o princípio da liberdade de
iniciativa visto que o direito de ação é um direito disponível. Ainda podemos
falar de um direito fundamental de ação quando esteja em causa a ação popular
para a defesa de valores, bens e interesses comunitários. Já não será assim
quando se trate da iniciativa das pessoas coletivas publicas ou de órgãos
administrativos para defesa dos interesses que lhes cumpra por lei defender,
sendo o exercício do direito de ação integrado nas suas atribuições ou
competências.
o não parece razoável que o MP seja obrigado a promover um processo sempre
que seja levado ao seu conhecimento uma situação em que haja dúvidas sobre a
legalidade de um ato ou de uma norma, sendo que isso depreciaria as normas
que fixam os prazos de impugnação dos particulares e instituiria um
fundamentalismo legalista que poderia levar a uma asfixia da justiça
administrativa. A iniciativa do MP não tem sentido quando estejam em causa
interesses meramente particulares, sendo que a estabilidade deve prevalecer
sobre a legalidade. Mas deve ser utilizado o direito do MP de recurso de
sentenças que violem disposições ou princípios constitucionais ou legais, apesar
de o preceituado no artigo 141 permitir uma interpretação mais larga.
Princípios relativos ao âmbito do processo (qual o perímetro processual- objetiva e
subjetivamente):
Desde que se inscrevam no âmbito da jurisdição administrativa (art. 4º ETAF e 2º CPTA), todos os
tipos de pretensões podem ser deduzidos perante os tribunais administrativos. Nos termos do nº
1 do art. 2º do CPTA, todas as pretensões regularmente deduzidas em juízo encontram a via
processual que lhes permitirá obter decisão judicial que as aprecie. Os artigos 2º, nº 2 e 37º, nº
1 têm caracter exemplificativo. O CPTA introduziu no processo administrativo o princípio da livre
cumulabilidade de pedidos que está previsto no art. 4º. Significa que, nos termos do nº 1 desse
artigo, diferentes tipos de pretensões podem ser deduzidos em conjunto, no âmbito de um só
processo, se for essa a vontade do interessado.
Meios processuais:
• Ações
A anulabilidade dos atos administrativos pode ser invocada por um amplo conjunto de entidades
e por qualquer interessado que possa retirar uma vantagem da anulação. O prazo de impugnação
aqui é de um ano para o Ministério Publico e de 3 meses para os eventuais interessados (art. 58º
CPTA). A sentença de anulação é uma sentença constitutiva, que tem o alcance de destruir
retroactivamente o ato anulado, constituindo a Administração no dever de restabelecer uma
situação que, tanto quanto possível, se aproxime daquela que deveria existir se o ato nunca
tivesse sido praticado (173º).
Em cumprimento do art. 268º, nº 4 da CRP, o CPTA confere aos tribunais administrativos o poder
de procederem à condenação à prática de atos administrativos legalmente devidos. Nos termos
do art. 66º, nº 1, não está apenas em causa a condenação da Administração à prática de atos
administrativos, mas também a fixação de um prazo para a prática dos mesmos, podendo chegar-
se ao ponto de fixar uma sanção pecuniária compulsória (art. 3º, nº 2, 95º, nº 4 e 169º, nº 1). A
pretensão condenatória surge num contexto em que a Administração não satisfaz pretensões
dirigidas à prática de atos administrativos, seja porque se recusa a satisfazer um requerimento
dirigido à emissão de um ato administrativo ou se abstém, permanecendo omissa, de praticar um
ato administrativo que alegadamente deveria praticar, seja porque não dá integral satisfação a
pretensões que nesse sentido lhe foram dirigidas. Por regra, a condenação à prática de ato devido
dirige-se à prática de um ato administrativo ilegalmente recusado ou omitido. Também é possível
a condenação da Administração à prática de atos administrativos de conteúdo discricionário,
desde que a emissão desses atos seja devida (art. 71º). Quando não possa condenar a
Administração à prática de atos administrativos com um conteúdo determinado, o tribunal deve,
na medida do possível explicitar as vinculações a observar pela Administração na emissão do ato
devido (art. 71º, nº 2). O ónus de demonstrar o bem fundado da sua pretensão, o preenchimento
dos respetivos elementos constitutivos, recai sobre o interessado, cabendo à Administração a
demonstração de factos impeditivos ou extintivos que lhe possam ser oponíveis.
O tribunal não pode, no entanto, intrometer-se no espaço próprio que corresponde ao exercício
de poderes discricionários por parte da Administração. Só deste modo se assegura o respeito pelo
princípio da separação e interdependência de poderes, por força do qual aos tribunais
administrativos só cumpre dizer e aplicar o Direito, tal como ele resulta das normas e princípios
que vinculam a Administração (art. 3º, nº 1).
Impugnação de normas
74º - Prazos
76º Efeitos
Ações relativas à validade e execução de contratos – arts 4º, nº 1, e) do ETAF e 37º, nº 1, l) do CPTA
Estas pretensões podem dirigir-se, tanto a exigir o cumprimento do contrato, como fazer valer a
responsabilidade contratual decorrente do seu incumprimento. No âmbito das relações
contratuais administrativas, estas ações tendem a ser propostas por contraentes privados.
Estão em causa litígios relativos aos processos eleitorais que legislação especial não submeta à
apreciação do Tribunal Constitucional ou dos tribunais judiciais (art. 4º, nº 1, m) ETAF): litígios
relacionados com a eleição de titulares de órgãos que se realizam no seio de entidades
administrativas como as instituições públicas de ensino superior, os hospitais, etc… Estão
excluídos todos os litígios relativos a todas as eleições que se realizam em Portugal por sufrágio
direto e universal dos cidadãos eleitores, para órgãos de soberania e autarquias locais.
Estes processos não são meramente cassatórios, mas de plena jurisdição, o que significa que o
tribunal não possui apenas poderes de anulação, mas também de condenação.
Visa assegurar que são intentados, dentro do mesmo prazo, mais curto, de um mês, no mesmo
tribunal, o da sede da entidade demandada, e submetidos a uma tramitação de urgência, os
múltiplos processos a que podem dar origem procedimentos relativos a concursos de pessoal,
realização de provas e recrutamento que, por envolverem mais de 50 pessoas, o CPTA qualifica
como procedimentos de massa. Para além da celeridade acrescida que se visa imprimir nestes
casos, a utilidade de os diferentes processos em causa serem intentados dentro do mesmo prazo,
mais curto, e no mesmo tribunal reside na possibilidade da sua apensação, quando se preencham
os correspondentes pressupostos de admissibilidade.
Também aqui o tribunal não possui apenas poderes de anulação, mas também de condenação.
Esta forma de processo apenas corresponde aos litígios relativos a atos administrativos praticados
no âmbito do procedimento de formação de determinados tipos de contratos: contratos de
empreitada de obras públicas, de concessão de obras públicas, de concessão de serviços públicos,
de aquisição ou locação de bens móveis e de aquisição de serviços.
Nos termos do art. 100º, nº 1, tanto podem ser deduzidas pretensões impugnatórias, dirigidas
contra atos administrativos de conteúdo positivo, como pretensões de condenação à prática de
atos administrativos, em situações de omissão ou recusa da prática de tais atos. O art. 103º
submete ao regime do contencioso pré-contratual a impugnação dos programas dos
procedimentos, dos cadernos de encargos e outros documentos conformadores dos
procedimentos pré-contratuais. Nos termos do 103º-A, a impugnação de atos de adjudicação no
âmbito do contencioso pré-contratual urgente faz suspender automaticamente os efeitos do ato
impugnado. Faz suspender, igualmente, a execução do contrato, se este já estiver celebrado.
Intimações
Intimação para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões
Nos arts. 104º-108º, o CPTA institui esta forma específica de processo urgente que visa dar
resposta mais célere às questões que possam surgir no domínio particularmente sensível do
exercício dos direitos dos cidadãos à informação e de acesso aos documentos administrativos,
que se encontram consagrados nos nºs 1 e 2 do art. 268º da CRP como direitos de natureza
análoga aos direitos, liberdades e garantias. A prestação de informações e do acesso a
documentos e a passagem de certidões são prestações cuja realização se consubstancia em
meras atuações administrativas. Artigo 106º - estabelece efeito interruptivo – diferente
suspensão.
Suspensão – suspende o prazo, o prazo pára e quando retoma a contagem e conta o resto do
prazo não é contado de início, por exemplo o prazo são 20 dias, ao 13 dia é suspenso – e retoma
passado 1 mês o prazo é contado do 13 a 20 só falta 7 dias não volta ao 1º dia – retoma a
contagem.
Interrupção – o prazo pára num determinado momento, e quando retoma, a contagem será feita
de início, não retoma a contagem como na suspensão
Os arts 109º-111º CPTA instituem a intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias
que pode ser requerida quando a célere emissão de uma decisão de mérito que imponha a
adoção de uma conduta positiva ou negativa se revele indispensável para assegurar o exercício,
em tempo útil, de um direito, liberdade ou garantia, por não ser possível ou suficiente, nas
circunstâncias do caso, o decretamento provisório de uma providência cautelar, segundo o
disposto no art. 131º (109º, nº 1). Tem sido utilizada no domínio dos direitos sociais, como o
ensino superior, a saúde ou a segurança social. Trata-se de obter, em tempo útil e com caracter
de urgência, uma decisão definitiva sobre o mérito da causa, que não se compadece com uma
providência cautelar, de caracter precário e provisório (por ex. autorização para realização de
uma manifestação). O processo tanto pode ser intentado contra a Administração como contra
particulares, designadamente concessionários (art. 109º, nº 2).
E última – artigo 109º e 111º - parte dos DLG – só se aplica em casos muito pontuais, extremos –
não há nenhum caso, isto porque são situações muito reduzidas.
Artigo 110ºA – ainda mais difícil de aplicar – transforma se numa procidência cautelar.
Estes meios processuais não são ações – não apreciam o mérito (fundo) da causa. São apenas
decisões provisórias, e não definitivas
• periculum in mora
113º - relação entre a ação principal e a PC. Há sempre uma relação de dependência. A PC pode
ser instaurada antes, durante ou após a ação principal
116º - há efeitos da PC que ocorrem só porque estas estão pendentes. Apreciação liminar da PC
pelo juiz
118º/2 – Semelhante à revelia operante
121º - a lei permite que a decisão da PC seja também a decisão da ação principal. São julgadas as
duas ao mesmo tempo. Contudo, não é muito comum
124º - Provisoriedade das PC. Pode haver uma decisão cautelar que depois de ter transitado em
julgado pode ser modificada
• Processos urgentes.
Há uma lógica de especialização: 1º vamos aos processos urgentes, depois à ação especial e só
depois à ação comum. Sendo que a mais particular/específica é o processo urgente.
Ação administrativa comum (37º a 45º CPTA): Estas ações aplicam-se a dois tipos de situações:
• Forma considerada residual a todos aqueles casos para os quais não seja aplicada
qualquer outra ação prevista (37º/1).
40º - Vem especificar o 9º, apresenta algumas especialidades.
41º/1 – regra para os prazos: as ações podem ser intentadas a todo o tempo. 41º/2 – exceção
para os prazos: 6 meses para anulação de contratos.
42º - segue os termos do processo de declaração do CPC. Remissão expressa. 43º - segue a
tramitação da ação declarativa do processo civil.
43º/2 deve ser interpretado conjuntamente com o nº3 (sumaríssimo). Ou seja, o processo
ordinário é para quando o valor é superior a 30.000 €. Os que o valor seja menos de 5.000 € e
situações do nº3 é sumaríssimo. Em todos os outros casos, o processo é sumário.
• Regime comum (46º a 49º e 78º a 96º) – regras que disciplinam todas as ações administrativas
especiais. Aplicam-se a todas as ações especiais indistintamente;
• Regime específico – regras que são particulares, específicas de cada ação especial.
Petição inicial – artigo 78º a 81º - é no artigo 78º - é onde o autor deduz, a ação – requisitos da
petição inicial. Artigo 78ºA – contra-interessados, quando o autor não conhece o outro
demandado, ou seja, contra-interessado é contrário ao autor, mas não são demandados diretos.
Artigo 79º - o que deve acompanhar o pedido – taxa de justiça – cuidado com o nº3 – prescreveu
por razão de prova – deve ser carreado para os autos com a petição inicial, os documentos.
Cuidado com o nº7 – remissão direta para o CPC.
Artigo 80º - recusa da petição – quando a secretaria pode recursar.
Artigo 81º - não há despacho de citação – subida ao juiz para mandar citar, hoje em dia é a
secretaria que promove, havendo exceções.
Artigo 82º - contestação – 30 dias a contar da citação, cuidado com o nº4 – concebe ao ministério
público – se assim o entender pode prorrogar o prazo, não superior a 30 dias.
Artigo 83º - nº4 – só nestas o que significa – situações clássicas, é uma exceção o facto da
contestação, os factos arrolados pelo autor, são dados como provados, isto acontece quando o
acusado não põe em causa nem ataca, é silent, falta de impugnação não específica, consideram-
se os factos provados. Direitos indisponíveis – a não impugnação específica não é admissão por
acordo. Se a AP não responder, silenciar-se, não é impugnar diretamente. É trazer um efeito útil
prejudicial para a AP. São os administrados e toca-nos a nós, coerência administrativa.
Artigo 83ºA – reconvenção – o demandado reconvir, é inserido na contestação, mas é uma ação
independente – os papéis invertem-se.
Artigo 84º a 86º - atenção envio do processo administrativo – é obrigado ao envio do processo
administrativo – no fundo é um procedimento e não um processo. É o prazo da contestação, tem
que se juntar o processo administrativo – ao processo judicial.
Artigo 84º nº5 – sanções pecuniárias compulsórias – quando pratica, é em dinheiro, serve para
compelir ao cumprimento, levar o demandado a cumprir. Pode ser um montante diário, por hora,
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por mês pelo caso concreto, senão cumprir temos um processo disciplinar ou criminal, crime de
desobediência, infrações disciplinares. Cuidado como nº5. Nº6, o processo administrativo não foi
entregue, prova impossível ou de considerável dificuldade. Tem uma função ás vezes difícil
demonstrar a veracidade dos factos. Não é do facto automático – o tribunal é que tem de dizer
qual o efeito – no caso concreto.
Artigo 85º - intervenção do MP em quase todos ou mesmo todos os processos.
Artigo 85ºA – replica – quando há reconvenção, contestação por reconvenção, ou quando houver
exceção invocadas pelo MP. O nº3 prazo – 20 ou 30 dias. Nº6 treplica – é possível quando o
demandado é chamado para responder ás exceções da reconvenção. O demandante exceciona e
ai á treplica – 20 dias.
Artigo 86º - são supervenientes – acontece depois, pode ser objetivo (é anterior á ação mas só
conhece posteriormente cumprimento ou o não cumprimento) e subjetiva (acontece antes e só
conhece depois) ver em processo civil. Senão o direito préclude o direito. O nº3 estabelece as
provas e prazos.
Saneamento – nesta fase pode acontecer muita coisa. Artigo 87º - é concluso ao juiz – só aqui
chega á mao do juiz o processo, o nç1 – sendo caso disse profere o despacho saneador, supre as
exceções dilatórias, aperfeiçoamento dos articulados. O nº3 – podem convidar as partes a suprir
as insuficiências.
Cuidado com o nº6 – não há recurso do despacho não é passível de recurso. Á lugar a absolvição
da instancia o nº7, em regra quando há irregularidade convida a corrigir, e não faz a absolvição
da instancia. Como diz o artigo no nº8, tem 15 dias para retomar os autos tempestividade da
ação.
Artigo 87ºA – audiência prévia – vários objetivos. 87ºB – a audiência prévia só se realiza se o
processo prosseguir – obrigatório com a exceção deste artigo.
Alegações – significa argumentar, justificações para uma determinada decisão.
Artigo 87º - pré-saneador – 1ª fase que o processo é levado a juízo – só aqui. Sendo caso disso
significa que é uma fase eventual, não caracteriza todos os processos. Quando existe, verifica-se
as circunstâncias no referido artigo.
Artigo 87ºA – concluídas as diligências u caso haja um despacho pré-saneador, a audiência prévia
será nos 30 dias subsequentes, renova uma chamada de atenção no nº4 (falta de mandatário) e
6 (alterado o probatório – aditar uma testemunha, substituir).
Artigo 87ºB – quando não se realiza, a audiência prévia – deve findar no despacho saneador –
alem desses casos podem dispensar quando se verificar uma circunstância.
Artigo 87ºC – foi criada propositadamente para evidenciar a conciliação. A audiência prévia ou
despacho saneador pode existir ou não.
Artigo 88º - serve para conhecer do mérito da causa total ou parcial, pôr fim as autos, estabelece
a força jurídica de decisão.
Artigo 88º nº1 b) – saneador de sentença, quando previstos faz caso julgado formal, não se
pronunciou sobre um pedido de ilegitimidade, pode pronunciar-se na sentença? Não, porque o
saneador fez caso julgado formal, em relação a esta matéria. O que não foi apreciado não pode
ser mais apreciado, senão concordar só pode recorrer. O mesmo é objeto de recurso – definitivo
das questões advertidas é possível de recurso. Senão houver recurso, faz caso julgado formal e
não pode pedir a reapreciação.
88º nº5 – atenção – remete para o CPC, nas situações que aqui não está regulada. Remissivo –
aplica- se subsidiariamente.
Exceção do 89º - defender por impugnação ou por exceção. Defender por exceção:
• O nº1 diz nos quais são: as dilatória e/ou perentórias,
• No nº2 – Conhecimento oficioso absolvição da instância ou remessa para o
tribunal competente.
• No nº3 – é de conhecimento oficioso, absolvição d pedido, invocação dos
factos do autor, a absolvição pode ser total ou parcial. São ais graves do ponto
de vista dos efeitos, não pode ser pedido outra vez, a mesma causa de pedir, só
se for diferente.
• No nº4 – diz quais são do nº2.
Instrução
89ºA – quando a ação deve prosseguir – só começa se houver processo, se prossegue senão
terminar, produz-se a subfase seguinte – elaboração dos quesitos. Nº5 – cuidado, por causa do
rol de testemunhas, contraditória de 5 dias.
90º - Instrução – são controvertidas. Nº2 – remete para o CPC e o nº3 – dá ao tribunal de
promover as diligências necessárias, indicar o meio de prova, diferente pode indeferir um meio
de prova que ache inadequada.
91º/91ºA – alegações produzem-se na audiência final, que não é o julgamento, julgar é
pronunciar-se sobre, senão era audiência de julgamento, nº3 – conciliação faz referência.
91º - Atenções á alínea e) Alegações orais – são o último momento da audiência, expõe as
alegações e pode ser uma vez cada advogado. Cuidado com o nº5 – alegações escritas – no prazo
de 20 dias.
91º/A – regime das alegações quando não há audiência final, notificados para alegar em 20 dias
– notificados, prerrogativa de produzirem alegações.
• Saneamento – ou um despacho pré-saneador – etc.., fazem o saneamento do
processo. Vão retirar do processo o que não faz falta, e versam-se sobre os meios
de prova.
• Instrução – instrução – tempo / espaço de tempo que as provas, irão ser
produzidas.
• Alegações – na audiência final – alegam apenas matéria de facto, um alega
contra e outro alega a favor. Dialética das alegações.
Última fase – do julgamento (3º fase) – vai do artigo 92º a 96º
É feito pelo tribunal, o prazo é meramente indicativo – isto porque não há atos silent – prazo de
30 dias para proferir a sentença, resulta de atos disciplinares. Como deve produzir a sentença, do
artigo 94º n3 e 4. Deve pronunciar-se – não omissão segundo o artigo 95º nº1. O que não está
no processo não existe – o juiz só se pode pronunciar o com base no que está no processo. O
artigo 95º/3 – é a identificar as causas de invalidade e outros vícios de ilegitimidade. Não está no
processo não existe, só se detetar uma causa de invalidade, diferente do que foi invocado, com
base em motivos distintos do que está no processo judicial, condenar.
Os artigos 95º/5 + 71º/2 – relação próxima, que avaliam a valoração de atos próximos –
discricionariedade – legalmente possível. O tribunal não pode condenar, só pode enunciar.