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Conceitos Fundamentais

Direito administrativo ramo do direito público que disciplina o exercício da função


administrativa, bem como as pessoas e órgãos que a exercem.

 Ramo do direito público – Consequências:


 Estado participa das relações jurídicas exercendo sua soberania
 Relações jurídicas caracterizadas pela subordinação
 Prevalece o interesse público sobre o interesse privado
 A relação jurídica regulada pelo dir. adm. subordina-se ao regime jurídico
administrativo

 Exercício da função administrativa


 Dir. administrativo  Função administrativa

 Ramo que disciplina as pessoas e órgãos que exercem a função administrativa


 Pessoas jurídicas que desempenham a função administrativa
 APD – União, Estados, DF e Municípios.
 API – Autarquias, Fundações Governamentais (de dir. público e de dir.
privado), Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

 Pessoas naturais que desempenham a função administrativa – Agentes Públicos:


 Agente político
 Servidor estatal: *Servidor público e *Servidor de ente governamental de direito privado.
 Particular em colaboração com o Poder Público.

 Órgãos que desempenham a função administrativa


 Órgão = conjunto de competências delineado por lei; ente despersonalizado;
figura abstrata; é subdivisão da pessoa jurídica que nasce em virtude do p. da
eficiência.

► Direito Administrativo Positivo ≠ Ciência do Direito administrativo ≠ Ciência da Administração

Função administrativa função pública é a atividade exercida no cumprimento do dever de


alcançar o interesse público, mediante o uso de poderes instrumentalmente necessários
conferidos pela ordem jurídica.

 Função/dever pública (o): atividade desempenhada pelo Estado ou por uma pessoa em
nome do Estado com a finalidade de promover o interesse público
 Poder: instrumento de realização do dever, não é um fim em si mesmo. A ordem jurídica
prevê os poderes e estabelece os limites dentro dos quais estes poderes serão utilizados.

Função administrativa e trilogia das funções do Estado = critério para batizar os poderes:
preponderância

1
 Poder Executivo:
 Função típica: função administrativa
 Função atípica: função legislativa

 Por que o Poder Executivo não desempenha a função jurisdicional? Porque nós seguimos
o modelo norte-americano denominado sistema da jurisdição uma (não adotamos o sistema
europeu do contencioso administrativo)

Caracterização da função administrativa: caráter heterogêneo¹ e residual²

 ¹Exs.: coleta de lixo, demissão de servidor público, exploração de atividade econômica,


concessão de bolsas, edição de decreto regulamentar* (obs.: *não é função legislativa)
 ²Função adm. = função pública que não pode ser caracterizada nem como função
legislativa nem como função jurisdicional:
 Função jurisdicional Definitividade e Existência de uma pretensão
 Função legislativa Edição de normas gerais e abstratas que inovam
originariamente o sistema jurídico. (*Inovar: ter como fundamento direto de validade a CF)

Âmbito da função administrativa regulada pelo direito administrativo  o dir. adm. regula
parte considerável da função administrativa. Mas existe uma pequena parcela que é regulada
por outros ramos do direito administrativo que ganharam autonomia como, por exemplo,
direito tributário e direito previdenciário.

Função administrativa ≠ Função de governo (fixação de diretrizes a serem perseguidas pelo Estado = política
pública/relações internacionais)?

 Ex.: Transposição do Rio São Francisco (função de governo) x Licitação para a escolha da
empreiteira que fará a transposição (função administrativa)
 OBS.: função de governo sujeita-se ao controle jurisdicional.

Administração Pública sentidos:

 Objetivo/Funcional/Material – designa a função administrativa = “adm. pública”


 Subjetivo/Orgânico – designa os sujeitos (pessoas jurídicas, naturais e órgãos) que integram a
adm. pública = “Adm. Púbica”
 OBS.: Adm. Pública (em sentido subjetivo) = Poder Executivo? Não. Designa também as
pessoas e órgãos ligados ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo quando estes estejam
desempenhando função administrativa.

Direito Administrativo e Estado de Direito

 No Estado de direito há limitação do poder pela ordem jurídica com o objetivo de evitar o
arbítrio e a injustiça. ►O dir. adm. é um direito eminentemente protetivo do cidadão.
►Os atos praticados pela adm. pública sujeitam-se ao controle jurisdicional.

Direito Administrativo e Estado Social

2
 Proteger o cidadão contra o poder econômico que está por detrás da adm. pública. ►
Direito eleitoral – voto universaliza-se – Constituição plural: absorve reivindicações de
diversas camadas da sociedade. ►função administrativa passa a abranger função de
assistência e integração social. ► justiça, segurança e bem estar social.

Direito Administrativo e Estado Democrático

 A decisão administrativa deve levar em consideração a opinião do administrado. ► deve


haver um canal de comunicação efetivo entre administração e administrado ►Reflexos:
ouvidorias, ideia de administração participativa, treinamento de servidores etc.

Constitucionalização das fontes formais do direito administrativo diversas normas do


direito administrativo foram inseridas no corpo da Constituição. O estudo do direito
administrativo é o estudo da Constituição.

Filtragem constitucional fenômeno da constitucionalização do direito: ordenamento


jurídico deve ser interpretado sob as luzes da Constituição.

Direito Administrativo e Codificação não há um código de dir. adm. no Brasil.


►Organização da legislação brasileira: *Codificação parcial do dir. administrativo ( Exs.: Código
de Águas, Código Florestal) e *Leis Extravagantes.

Fontes do Direito Administrativo CF, Lei, Regulamento e Costume.

1. Lei

Prevalece o p. da legalidade. Na esfera do direito público os sujeitos de direito só podem


fazer aquilo que a lei determina ou, pelo menos, permita.

Competência legislativa para ditar normas de direito adm. : União, Estados, DF e Municípios:

 Competência concorrente: art. 24 da CF/88 – União dita normas gerais e os demais entes
ditam normas para as suas especificidades. Obs.: Municípios desfrutam dessa parcela de concorrência
mesmo não sendo citado no art. 24.
 Competência independente: art. 39 da CF/88 – matérias que serão reguladas quatro entes,
mas, cada um regulará ao seu modo, sem que haja superposição. Obs.: a norma ditada pela União
baseada no art. 39 é uma norma federal.

 OBS.: Desapropriação* = competência legislativa privativa da União. Só a União pode


legislar sobre desapropriação, mas todos os entes ( inclusive territórios, concessionárias etc.) podem
desapropriar.

2. Regulamento

É ato administrativo normativo = não inova originariamente a ordem jurídica; tem por
fundamento de validade uma lei a qual ele visa regulamentar.

Lei ≠ Regulamento  lei é ato normativo legislativo infraconstitucional e regulamento é ato


normativo administrativo infralegal.
3
Regulamento e decreto  o mesmo ato administrativo pode ser denominado decreto ou
regulamento (decretos-regulamentares). Decreto* é um ato praticado pelo Presidente da República
(ou, de acordo com o p. da simetria, pelos: governadores, governador do DF e prefeitos).

3. Costume

O fato do dir. administrativo ser regido pelo p. da legalidade não impede que ele seja regido
por costumes. Em virtude das lacunas da lei, se a administração não tivesse como resolver
seus problemas, o serviço público pararia. ►Costumes admitidos no dir. adm. secundum-
legem (costume contra-legem não é admitido em virtude do p. da legalidade; a doutrina admite o costume
praeter legem de forma restrita).

Especificidades metodológicas do Dir. Adm ►Juventude e mutabilidade* (*o dir. adm., assim
é permeável a influencias políticas e ideológicas ). ►Influência jurisprudencial. ►baixa densidade
normativa¹ e uso acentuado de conceitos vagos² – Consequências:

 ¹Espaço para discricionariedade administrativa – quando ao administrador se


apresentem duas ou mais soluções para o mesmo problema: caberá ao legislador
verificar qual satisfaz melhor o interesse público (≠ arbítrio).
 ²Se os conceitos são vagos, e se a lei não diz tudo o que é necessário para ser aplicada,
é necessária a edição de regulamentos.

Regime Jurídico Administrativo

Composto por princípios próprios do direito público + princípios específicos do direito administrativo.

RJA = conjunto de prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração pública

Princípios fundamentais P. da supremacia do interesse público sobre o particular e P. da


indisponibilidade do interesse público.

Interesse público conceito jurídico indeterminado = só pode ser mensurado diante do caso
concreto. ► É o interesse resultante do conjunto de interesses que os indivíduos
pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da sociedade e pelo
simples fato de o serem.

 Não há divórcio entre interesse particular e interesse público desde que consideremos o
interesse particular em sua dimensão coletiva.
 O interesse público pode ser protegido individualmente pelo particular quando ele,
individualmente, for vítima de uma violação do interesse público.
 O interesse do Estado não é necessariamente o interesse público.
 Interesse primário: interesse público propriamente dito
 Interesse secundário: interesse individual do Estado enquanto pessoa jurídica.

O Estado DEVE promover o interesse primário e PODE promover o interesse secundário nas
seguintes condições:

4
 O interesse secundário não se oponha ao interesse primário
 O interesse secundário, de algum modo, ainda que indiretamente, contribua para o
interesse primário.

Princípio da supremacia do interesse público sobre o particular p. implícito na CF;


princípio do direito público.

 Posição privilegiada dos órgãos/entidades públicos em suas relações com os


particulares: a ordem jurídica confere ao poder público uma série de prerrogativas ( Exs.:
prerrogativas processuais da fazenda pública/poder público, prazos processuais e decadenciais
diferenciados, presunção de veracidade e de legitimidade dos atos administrativos ).
 Posição de supremacia dos órgãos/entidades públicos em suas relações com particulares:
subordinação característica da relação jurídico-administrativa ( Exs.: possibilidade de
estabelecer obrigações para os particulares mediante ato unilateral e possibilidade de modificar
unilateralmente relações jurídicas já estabelecidas).
 Autoexecutoriedade: o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria
administração pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Requisitos:
 Previsão legal expressa
 Caráter de urgência ditado pelo interesse público.
 Autotutela: independentemente de manifestação jurisdicional a administração pode anular
os atos ilegais assim como pode revogar1 os atos inconvenientes e inoportunos.
 Súmula 346 do STF: a administração pública pode declarar a nulidade dos seus
próprios atos.
 Súmula 473 do STF: a administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revoga-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos e, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Ato
Discricionário Revogado Invalidado

Ato Vinculado Revogado Invalidado

OBS.: revogação e invalidação sujeitam-se ao controle jurisdicional.

P. da indisponibilidade do interesse público a administração pública não pode dispor


validamente do interesse primário. Fundamento: interesse primário é difuso: pertence a todos
e a cada um dos membros da comunidade. Violações a esse princípio: Omissão/Retardamento
na adoção de providências necessárias ao interesse público;

P. da legalidade norma jurídica consoante a qual a atividade administrativa deve


subordinar-se à lei* (lei em sentido amplo = direito como um todo = p. da juridicidade). Violação da
legalidade pela administração pública em duas situações:

1
Invalidação ≠ Revogação: Invalidação é sanção aplicada a um vício – ato administrativo viciado = ato ilegal;
Revogação: se dá diante de um ato perfeito, que, diante de um novo juízo de conveniência e oportunidade
entende-se que esse ato deva ser revogado.

5
 Conduta contrastante com o modelo legal;
 Adoção de uma conduta que não foi previamente autorizada pela lei.

 P. da legalidade e subordinação à Constituição: o administrador está autorizado à aplicar


a CF assim como a deixar de aplicar uma lei que se revele inconstitucional. Obs.: ainda que
não haja um diploma infralegal regulamentando a previsão constitucional, o administrador poderá aplicar o
disposto na CF, com exceção das normas de eficácia limitada.
 Subordinação também aos diplomas normativos infralegais que tenham sido ditados em
consonância com a lei.
 O p. da legalidade só pode ser afastado provisoriamente: medida provisória, estado de
sítio, estado de defesa (previsões constitucionais e em caráter de urgência)

P. da Supremacia Especial mitigação do rigor do p. da legalidade – algumas atividades


poderiam ser praticadas pelo administrador embora não houvesse uma decisão legal a
fundamentar essa atividade. Aplicação: hipóteses de relação jurídica de grande proximidade
entre as partes. Fundamento: relação jurídica concreta; surge diante da impossibilidade de o
legislador disciplinar todos os aspectos da intimidade das repartições públicas. Controle:
baseado no p. da razoabilidade e proporcionalidade. Limites: não pode contrariar a lei.

P. da finalidade norma segundo a qual a administração pública deve guiar sua atuação por
uma única finalidade: a promoção do interesse público. ►O interesse público deve ser
concretizado naquilo que a lei estabelece, para evitar arbitrariedades. ►Atividade
discricionária: deve ser guiada pelo interesse público. ►Desvio de poder = desvio de
finalidade: ato praticado por agente competente só que com finalidade diversa daquela que a
lei atribui ao ato.

P. da proporcionalidade (ou razoabilidade)

 Adequação racionalidade entre o meio utilizado e o fim perseguido.


 Necessidade escolha do meio que ocasione menor prejuízo.
 Proporcionalidade em sentido estrito ponderação entre as desvantagens na utilização
do meio escolhido e as vantagens na consecução/promoção do fim.

*Aplicação: diante do caso concreto - controle doa atos discricionários.

P. da motivação norma jurídica segundo a qual a administração pública ao praticar um ato


administrativo é obrigada a apresentar a respectiva justificativa, explicitando as razões de fato
e de direito que conduziram a sua prática.

 REGRA: tanto o ato discricionário quanto o ato vinculado precisam ser motivados.
 Motivação no ato discricionário: em REGRA deve ser detalhada e
contemporânea ao ato (não pode ser posterior, sob pena de invalidação do ato).
 Motivação do ato vinculado: dependerá da situação concreta.
 EXCEÇÃO: casos em que a motivação e incompatível com a natureza do ato ( Ex.: demissão
ad nutum nos cargos em comissão).

P. da impessoalidade

6
 1º sentido = p. da isonomia: diz como a administração deve ver o administrado – a
administração deve dispensar tratamento igualitário para todos os administrados.
 Exs.: sistema de precatórios, p. da ampla acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas,
exigência do p. da obrigatoriedade do concurso público, exigência de licitação para contratar com o
poder público etc.
 2º sentido diz como o administrado deve ver a administração ( os atos administrativos devem
ser atribuídos à administração e não ao administrador).
 Exs.: proibição da promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos e reconhecimento da
validade dos atos praticados pelo agente de fato putativo2

P. da obrigatoriedade do desempenho da atividade pública a lei atribui o DEVER à adm.


pública de desempenhar a função pública tendo em vista a promoção do interesse público.

 P. da continuidade do serviço público: corolário do princípio supracitado. Sentido: o


serviço público deve ser oferecido à comunidade sem interrupções indevidas.
 Suplência, delegação e substituição = institutos jurídicos criados para evitar a
vacância;
 Concessão de serviço público e assunção de serviço pelo poder público.

 Pode haver interrupção do serviço por falta de pagamento? Quando o próprio


administrado der causa, sim! (Art. 6º, §3º da lei 8987/95 – STJ defende a constitucionalidade desse
dispositivo).

P. da publicidade  a atuação da administração deve caracterizar-se pela transparência,


permitindo o respectivo controle pelos administrados3.

 Não é absoluto! Há casos em que determinadas informações ficarão protegidas pelo sigilo.

P. da hierarquia norma técnica de organização que estabelece vínculo hierárquico sólido a


relacionar os diversos órgãos e agentes que integram a estrutura de uma determinada pessoa
jurídica componente da adm. pública.

 Desconcentração: fenômeno jurídico por intermédio do qual se dividem competências no


interior de uma pessoa jurídica. É uma imposição do p. da eficiência, da necessidade da
divisão do trabalho. Em virtude da desconcentração é que nasce a hierarquia. S urge a figura
do superior hierárquico que tem o poder de fiscalizar, de solucionar conflitos de competência entre os
diversos subordinados, de avocar competências dos subordinados, de coordenar os subordinados, de delegar
atribuições aos subordinados etc.
 Princípio característico da função administrativa: no desempenho das funções legislativa e
jurisdicional NÃO há hierarquia.

P. do controle administrativo (ou tutela) norma consoante a qual a administração pública


direta possui o dever-poder de fiscalizar a atividade dos entes que integram a administração
2
Os atos são considerados válidos pois o agente age de boa fé em nome da administração pública.
3
Lei 9051/95, art. 1º - As certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos
órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e
às fundações públicas da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo
improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor.

7
pública indireta, com o objetivo de assegurar a observância de suas finalidades institucionais,
bem como a harmonia com a atuação administrativa global do Estado.

 Tutela e descentralização* (criação de pessoas jurídicas): as pessoas jurídicas criadas


possuem independência. NÃO há HIERARQUIA entre a APD e a API. Embora não haja
hierarquia, a fiscalização é necessária.

Essa fiscalização NÃO se baseia no P. DA HIERARQUIA, mas no P. DO CONTROLE


ADMINISTRATIVO.

P. do controle judiciário dos atos administrativos  determina a necessidade de controle


externo da administração pública por intermédio de um órgão imparcial e independente.

 Os atos praticados pela administração pública não se sujeitam à coisa julgada, por isso,
qualquer ato administrativo pode se submeter a controle jurisdicional, pois não estão
sujeitos à definitividade.
 Sistema da jurisdição una: necessidade de controle externo da função administrativa.

P. da moralidade relacionado à ideia de boa fé da administração perante o administrado.

 Moralidade ≠ Improbidade: todo ato imoral é um ato de improbidade, mas há atos de


improbidade que não configuram imoralidade (Ex.: art. 11 da Lei 8.429/92).
 Nepotismo: não está previsto em lei, mas sua proibição é uma manifestação do p. da
moralidade.

P. da eficiência norma que impõe presteza e perfeição ao desempenho da função


administrativa com vistas à consecução do interesse público.

P. da segurança jurídica o direito, e também a atuação administrativa devem conferir aos


administrados a previsibilidade das consequências de seus atos. (P. da boa fé e P. da confiança legítima)

 Reflexos desse princípio:


 Prescrição e decadência: administrado dispõe do prazo de cinco anos para deduzir
suas pretensões contra a administração pública. Prazo de cinco anos para a
administração pública invalidar seus atos viciados.
 Teoria do fato consumado: se determinada situação se consolidou no tempo, de modo
que o desfazimento da situação ocasionará muito mais prejuízos do que benefícios,
não há porque se tentar desfazê-la apenas para evitar a ilegalidade.
 Proibição de surpresas que poderiam decorrer de uma mudança repentina de
orientação: nova interpretação da norma não pode fazer que se revogue benefício
concedido sob as luzes da interpretação anterior.
 Proteção da confiança depositada pelo administrado na atuação legislativa: P. da
presunção de veracidade dos atos administrativos: ainda que posteriormente se
verifique um erro na administração, o administrado não poderá ser prejudicado por
esse erro.

Administração Pública Direta


8
APD é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, das funções administrativas do Estado.

APD designa os órgãos das entidades federadas que se ocupam de desempenhar a função
administrativa (órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).

Estrutura básica do Poder Executivo Federal desempenho da função administrativa de


forma típica. Duas unidades orgânicas fundamentais:

 Presidência da República ÓRGÃO de cúpula do Poder Executivo Federal. Não é


composta somente pelo Presidente, ela é um órgão complexo ( se subdivide em diversos outros
sub-órgãos).
 Ministérios NÃO integram a Presidência da República. NÃO são sub-órgãos da
Presidência da República. Possuem existência autônoma em relação a esta. Temos 24
Ministérios enumerados.

Estrutura básica da APD Estadual, Municipal e Distrital existência de simetria entre a


organização da União e esses entes. Autonomia: esses outros entes não precisam seguir
rigorosamente o modelo da União. ►P. da eficiência: cada entidade política deve se organizar
de modo a criar uma estrutura que seja mais eficiente possível conforme às suas
peculiaridades.

 União = Presidência da República e Ministérios


 Estados Membros = Governadoria e Secretarias de Estado
 DF = Governadoria e Secretarias do DF.
 Município = Prefeitura e Secretarias Municipais

Órgãos Públicos conjunto de atribuições; unidade de competência; divisão interna da


pessoa jurídica; P. da eficiência: necessário que haja divisão do trabalho.

 Órgão NÃO possui personalidade jurídica.


 Órgão (personalidade jurídica) ≠ Ente (personalidade jurídica)
 Subórgão = órgão. ►Órgão simples/unitários (não possui subórgão); ►Órgão composto
(possui subórgãos)
 Órgão (conjunto divisível de atribuições) ≠ Cargo (conjunto indivisível de atribuições)
 Teoria do Órgão (aceita) agente público, órgão público e pessoa jurídica devem ser
compreendidos e visualizados unitariamente. *Quando um agente pratica um ato, manifestando
sua vontade, nos termos da lei, esse ato não é um ato do agente, é um ato imputado ao órgão, mas como o
órgão não pode ser visualizado destacado da pessoa jurídica, este ato não é um ato do órgão, mas da pessoa
jurídica.
Aplicação: pela teoria da aparência e pelo p. da confiança legítima os atos
praticados pelo agente de fato putativo devem ser vistos como uma vontade da pessoa
jurídica. P. da imputação volitiva: as manifestações da vontade do agente e, portanto, do
órgão ao qual ele integra, são imputadas à pessoa jurídica.
 Classificação dos órgãos públicos: ►Federais, Estaduais, Distritais e Municipais;
►Superior – Inferior; ► Singular – Colegiado *quanto ao número de pessoas que participam da
tomada de decisões. Ex.: Presidência da República – órgão singular.
 Criação e extinção dos órgãos públicos

9
 Regra: somente por intermédio de lei - cf/88, art. 48, xi
 Exceção: criação e extinção de subórgãos por meio de resolução4
 A quem cabe a iniciativa do projeto de lei para criar ou extinguir órgãos?
 Regra: Chefe do Poder Executivo (p. da simetria – CF/88, art. 61, §1º, II, ‘e’)
 Exceção: Poder Judiciário (CF/88, art. 96, II, ‘c’ e ‘d’) - Ministério Público (CF/88 art. 127,
§2º)

Obs.: Para a reorganização dos órgãos públicos, sem aumento de despesas, não é necessário
lei.

 Órgão público pode ser parte em processo judicial?


 Regra: NÃO. Órgão não tem personalidade jurídica; ele integra uma pessoa
jurídica; quem deve participar num processo judicial não é o órgão público, mas a
pessoa jurídica por ele integrada5.
 Exceções:

1. Quando houver expressa permissão legal dando legitimidade ao órgão público para ser
parte ►Ação civil pública: qualquer órgão público é parte legítima para ajuizar esse
tipo de ação; ►Ministério Público: é órgão que pode vincular-se à União ou aos Estados –
é vocacionado a atuar como parte; ►Defensoria Pública: é legitimada para o ajuizamento
de ações civis públicas; é parte em um processo judicial na ação civil pública6;

2. Órgão de estatura constitucional atuando na defesa de sua competência ou


prerrogativas se eu tenho dois órgãos municipais litigando ( atuando na defesa se sua
competência ou prerrogativas), o município não pode figurar no polo ativo e passivo num
mesmo processo.

Administração Pública Indireta

Administração indireta do Estado é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas às


respectivas administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada.

API = pessoas jurídicas = entidades = Autarquias, Fundações Governamentais, Empresas


Públicas e Sociedades de Economia Mista

Descentralização delegação de uma atividade estatal realizada pelo poder central a uma
outra pessoa jurídica.

4
Resolução* = ato legislativo: dispensa sanção presidencial por isso não é lei, mas tem força de lei.
5
Erro grosseiro visto na prática: ajuizamento de ação em face da prefeitura municipal – quem deve figurar como
parte é o município.
6
CUIDADO: a defensoria pública, na maioria dos casos, não é parte do processo, mas representante da parte.
Todavia, na ação civil pública a defensoria pública será parte.

10
P. da especialidade a atuação das pessoas jurídicas que integram a API é especializada
porque ela é norteada pelas finalidades específicas determinadas em sua lei criadora

Supervisão Ministerial o poder central precisa verificar se o p. da especialidade está sendo


atendido. As entidades compreendidas na API vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade.

Autonomia administrativa e funcional as pessoas da API não são hierarquicamente


subordinadas ao poder central. Mas isso não quer dizer que elas estão livres de controle.
Conclusão: não se aplica aqui o p. da hierarquia, mas o p. da tutela.

Qualquer ente pode criar entidades da API.

A entidade da API criada deverá vincular-se necessariamente ao Poder Executivo?  NÃO.


Pode vincular-se a qualquer um dos Poderes7.

Administração Indireta e descentralização

Espécies ►Descentralização territorial/geográfica: criam-se pessoas jurídicas de direito


público; possuem capacidade de autoadministração; estão sujeitas a uma delimitação
geográfica; vinculação ao Poder Central; capacidade genérica - Ex.: Territórios, Brasília;
►Descentralização por serviços/funcional/técnica: a pessoa criada pelo poder central para
receber a delegação do serviço público possui personalidade jurídica que pode ser tanto de
direito público quanto privado; a instituição dessa pessoa jurídica é precedida por lei –
autarquia: a própria lei a cria; demais entidades: a lei autoriza previamente a criação –; transferência da titularidade e
da execução do serviço público; capacidade específica; capacidade de autoadministração;
controle ou tutela; pessoa dotadas de patrimônio próprio. ►Descentralização por
colaboração: por meio de contrato (concessão) ou ato administrativo unilateral (permissão), se
transfere a execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado,
previamente existente, conservando o poder público a titularidade do serviço.

Descentralização por serviços Descentralização por colaboração

O poder central delegada à entidade por ele criada Somente se transfere a execução do serviço; a
a titularidade e a execução de determinado titularidade fica em mãos do poder público.
serviço
Instrumento jurídico que se dá a descentralização: Instrumento jurídico que se dá a descentralização:
lei – via legal contrato (concessão) ou ato administrativo unilateral
(permissão) – via negocial

 Concessionárias e permissionárias não integram a API;


 Somente integram a API as entidades que fazem parte da descentralização por serviço;
 Adm. Indireta ≠ Adm. Descentralizada (é mais ampla)

Questões terminológicas:
7
Todavia, é incomum que uma entidade da API vincule-se a outros Poderes que não o Poder Executivo. Mas, em
tese, é possível a vinculação. Ex.: IPRAJ – vinculava-se ao Poder Judiciário

11
 Entidade paraestatal várias definições. Como saber o significado? ❶: verificar se a
própria lei indica o sentido em que ela utiliza a expressão; ❷: Entendimento
doutrinário predominante: designa as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e os serviços sociais autônomos; ❸: definição do anteprojeto: inclui as
corporações profissionais (OAB, CREA...).
 Primeiro, segundo e terceiro setor ►Primeiro setor: entidades da APD e API que
integram o Estado; ►Segundo setor: designa o mercado = empresas privadas,
concessionárias e permissionárias; ►Terceiro setor: sociedade civil organizada =
SSA, OS, OSCIP

Autarquias Pessoas jurídicas de direito público de capacidade exclusivamente


administrativa

Características ►Personalidade jurídica de direito público (regime jurídico muito próximo do


regime jurídico das entidades da APD). ►Capacidade exclusivamente administrativa. ► Principal
forma de descentralização por serviços: prestação de um serviço público ou desempenho de
atividade administrativa que implique poderes próprios do Estado. ► Criação e extinção
sujeitos ao p. da reserva legal; ► Autonomia financeira e administrativa: possuem personalidade
jurídica própria que as distingue do ente criador.

Exemplos nas esferas Federal (INSS, IBAMA, BANCO CENTRAL, UFJF); Estadual (IEF, IGA,
UEMG); Municipal (SAAE, IPREV, IMAS). Obs.: IPLAM não é autarquia é órgão!

Regime jurídico: relações da autarquia com a pessoa jurídica que a criou  ►Pessoa
jurídica central só pode criar ou extinguir uma autarquia por lei. ►Autarquias sujeitam-se ao
p. da especialidade e ao p. do controle – quem exerce o controle? A entidade a qual a
autarquia está vinculada. Qual órgão da entidade é responsável pelo controle administrativo?
Supervisão Ministerial: o controle será desempenhado pelo Ministério que desenvolva o
mesmo tipo de atividade que a autarquia8 – Ex.: UFV: sujeita-se ao controle realizado pela União por
intermédio do Ministério da Educação. ► Uma autarquia pode vincular-se ao Poder Executivo* ( *regra),
Legislativo e Judiciário.

Obs.: Pode o controle ser realizado por uma entidade da API? Excepcionalmente sim. Ex.:
Hospital das Clínicas de SP vincula-se à USP.

Regime jurídico: relações da autarquia com terceiros  ►REGRA: regime jurídico é igual
em tudo e por tudo ao regime jurídico das entidades que integram a APD. ►Reflexos dessa
regra:

 Atos praticados e contratos celebrados pela autarquia: são atos administrativos e têm
como características: imperatividade, autoexecutoriedade, presunção de veracidade e de
legitimidade, a exigibilidade etc. Estão sujeitos à tutela e controle jurisdicional. Contratos
celebrados pelas autarquias = contratos administrativos sujeitos à Lei 8666/93 – só podem
ser celebrados após a realização de licitação.

8
OBS.: Inovação pela Lei 10.683/03, art. 49: estabeleceu que as entidades da API federal encontram-se
vinculadas aos Ministérios ou a alguns dos órgãos da Presidência da República.

12
 Responsabilidade pelos danos causados por seus agentes: responsabilização direta da
autarquia: *isso porque ela possui personalidade jurídica própria. Ex.: motorista do Ministério da Agricultura
(órgão) atropela Manuel – quem responde é a União; motorista da UFJF atropela Manuel – quem responde é a autarquia
. Responsabilidade objetiva. Responsabilidade direta da
UFJF que tem personalidade jurídica própria
autarquia e subsidiária do ente criador dessa autarquia na hipótese de ela ser extinta.
 Caráter público dos bens9 das autarquias: bens públicos podem ser alienados? Bem
dominical SIM. Bens de uso comum e bem de uso especial = enquanto afetados não
podem ser alienados. Mas é possível desafetar um bem de uso comum ou especial,
transformando-os em dominiais, sendo passíveis, a partir de então, de alienação. A
alienação deve ser precedida de licitação. Bens públicos NÃO podem ser objeto de
usucapião. Impenhorabilidade dos bens públicos: execução contra a Fazenda Pública
segue o sistema dos precatórios. Se os bens públicos são inalienáveis, consequentemente, são
também, impenhoráveis.
 Imunidade tributária: não pode qualquer dos entes federados cobrar tributos sobre o
patrimônio e renda uns dos outros – imunidade que se estende para as autarquias.
 Relação com seus servidores: servidores das autarquias = servidores públicos
estatutários* – ocupam cargos públicos. *Obs.: pelo menos os servidores das autarquias federais,
pois, ainda há a exigência do regime jurídico único.

Autarquias universitárias possuem regime jurídico diferenciado; legislação própria –


confere à elas autonomia universitária = em tese, maior grau de independência. Lei 9394/96, art.
54.

 Peculiaridades: ►Nomeação do reitor e vice-reitor: feita pelo Presidente da República


através de uma lista tríplice elaborada após consulta pela comunidade. O reitor
desempenha um mandato – STF entende que não ele não pode ser demitido ad nutum.
►Possibilidade de a universidade elaborar seu próprio estatuto ►Existência de órgãos
colegiados com funções deliberativa e normativa.

Fundação = Fundação estatal = fundação governamental = fundação pública


Fundação CC Fundação Governamental

Instituidor Particular Poder público

Patrimônio Origem particular Origem total ou parcialmente


pública
Regime Jurídico Inteiramente privado Público ou privado a depender a
lei que as instituiu

Corrente majoritária sobre a natureza jurídica das Fundações Públicas  no direito


brasileiro atual convivem FG como pessoas jurídicas com personalidade jurídica de direito
privado e FG como pessoa jurídica com personalidade jurídica de direito público10.

9
Espécies de bens públicos: BENS DE USO COMUM E BENS DE USO ESPECIAL: são afetados a uma
finalidade específica; BENS DOMINIAIS: não são afetados à finalidade alguma.
10
Apesar de a doutrina afirmar que essa corrente é majoritária, Gláucio duvida disso, pois, a maioria dos
julgados que Gláucio encontrou, considerava as fundações como de personalidade de direito público.

13
Atividades que podem exercer: as FG não estão limitadas às finalidades citadas no art. 62 do
CC (atividades religiosas, morais, culturais ou de assistência). A lei criadora estabelece as finalidades
específicas que devem ser perseguidas pela fundação, e ao estabelecer essas finalidades, por
via reflexa, a lei acaba por indicar as atividades que serão exercidas.

Regime Jurídico:

 FG de direito público: são concebidas como espécie de autarquia, daí falar-se que elas
são fundações autárquicas, ou autarquias fundacionais. Regime jurídico = direito
público.
 FG de direito privado: regime jurídico delas não é idêntico ao regime jurídico das
fundações não governamentais (instituídas pelo CC). Fundamento: FG de direito privado
integram a administração pública indireta, o que impossibilita a aplicação de um
regime jurídico exclusivamente privado. Essas pessoas estão sujeitas, portanto, a um
regime jurídico de direito privado que sofrerá derrogações pontuais impostas por
normas de direito público. Conclusão: Regime jurídico híbrido:
 FG estão sujeitas ao controle finalístico realizado pelo MP? NÃO. Controle
finalístico é realizado pelo ente que a criou através da supervisão ministerial.
 Justiça competente para processar e julgar processos em que uma FG seja parte 
❶Processos em geral = ►FG que integra a API com personalidade de direito público: (=
às autarquias): Justiça Comum Federal; ►FG que integra a API com personalidade de
direito privado: Justiça Comum Estadual. ►E se a FG integrar a API do Estado, do DF
ou do Município: nesses casos a competência será sempre da Justiça Comum Estadual. ❷
Processos em que se discuta a relação da FG e seus servidores = *Vínculo estatutário:
►FG federais de direito público: Justiça Comum Federal; ►FG federal de direito
privado: Justiça Comum Estadual; ►FG dos Estados, DF, Municípios: Justiça Comum
Estadual. *Vínculo celetista: Justiça do Trabalho.11

Obs.: art. 114, I da CF/88: dá a impressão de que qualquer causa seja da competência da
Justiça do Trabalho; mas houve uma emenda que sofreu controle de constitucionalidade: foi
ajuizada a ADI 3395-6 – O STF conferiu ao art. 114, I uma interpretação conforme: não pode
abranger todos os regimes. Devemos interpretá-lo restritivamente, para entender que ele se
refere apenas ao regime celetista.

Fundações universitárias Aplica-se às fundações universitárias tudo o que foi dito sobre as
autarquias universitárias. Fundações universitárias = autarquias universitárias.

11
CUIDADO: art. 114, I da CF/88: dá a impressão de que qualquer causa seja da competência da Justiça do
Trabalho; mas houve uma emenda que sofreu controle de constitucionalidade: foi ajuizada a ADI 3395-6 – O
STF conferiu ao art. 114, I uma interpretação conforme: não pode abranger todos os regimes. Devemos
interpretá-lo restritivamente, para entender que ele se refere apenas ao regime celetista.

14
Empresas Estatais empresas administradas e controladas pelo Poder Público.
 Englobam = EP, SEM e demais empresas controladas pelo Poder Público.
 Finalidades:
 Explorar atividade econômica (Exceção – hipóteses reguladas pela CF/88)
 Prestar serviço público
 Campo de atuação = baseado na experiência (vide exemplos p. 55)

Empresa Pública Empresa Pública Federal é a pessoa jurídica criada por força de
autorização legal como instrumento de ação do Estado, dotada de personalidade jurídica de
direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrente de ser coadjuvante da ação
governamental, constituída sobre quaisquer das formas admitidas em direito e cujo capital
seja formado unicamente por recursos de pessoas de direito público interno ou de pessoas de
suas administrações indireta, com preponderância acionária na esfera federal.

 Características
 CAPITAL = integralmente público (integralizado, a princípio, pela entidade política
que cria essa EP).
 SÓCIOS? NÃO podem advir da iniciativa privada – precisam ser
necessariamente pessoas jurídicas que integram a Administração Pública.
 Finalidades:
 Prestar serviços públicos;
 Explorar atividade econômica.
 Criação mediante autorização legal
 Personalidade Jurídica – direito privado.
 Regime jurídico – híbrido (*privado = personalidade jurídica de direito privado + *público =
porque integram a API).
 Forma societária – pode ser criada por QUALQUER forma societária.

Sociedade de Economia Mista SEM federal há de ser entendida como pessoa jurídica
cuja criação é autorizada por lei como um instrumento de ação do Estado, dotada de
personalidade de direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrentes dessa
natureza auxiliar de atuação governamental constituída sob a forma de sociedade anônima
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou entidade de sua
administração indireta, sobre remanescente acionário de propriedade particular.

 Exs.: Banco do Brasil, Petrobrás, SABESP, COPASA, CEMIG, PRODAM


 Características
 Capital: admite-se a participação de investidores privados. Capital parcialmente
público, parcialmente privado.
 Controle: permanece em mãos do poder público. A maioria das ações com direito a
voto permanece em nome do Poder Público.
 Criação: mediante autorização legal.
 Personalidade jurídica de direito privado
 Regime jurídico híbrido (= EP)

15
 Forma societária = Sociedade Anônima

EP SEM
Admite-se participação dos
Origem do Capital Integralmente Público particulares

Forma Societária Qualquer uma prevista pelo S.A.


direito brasileiro

Justiça Competente Esfera EP Federal = Justiça Comum Justiça Comum Estadual* (CF é
Federal Federal omissa)

Justiça Competentes nas


Esferas Distrital, Municipal e Justiça Comum Estadual Justiça Comum Estadual
Estadual

Relações Trabalhistas Justiça Especial do Trabalho Justiça Especial do Trabalho

Finalidade das EP/SEM

 EP/SEM que prestam serviço público

Prestação de serviço público – atividade típica do poder público – associada à satisfação de


um interesse público

 EP/SEM que exploram atividade econômica

Exploração de atividade econômica – atividade típica dos particulares – atividade atípica do


estado = excepcional.

Hipóteses em que o estado pode desempenhar essa atividade?

 Previsão Constitucional¹;
 Quando a exploração for um imperativo da segurança nacional²;
 Quando a exploração da atividade econômica atender a relevante interesse coletivo.

OBS¹-².: conceitos jurídicos indeterminados que somente podem ser precisados no caso
concreto. Nesses dois casos a lei autorizadora deve apontar o imperativo da segurança
nacional e o interesse coletivo que justifique a criação.

Regime Jurídico das EP/SEM

 EP/SEM que prestam serviço público

Regime jurídico HÍBRIDO – não estão tão próximas do regime jurídico de direito privado
quanto as EP/SEM que exploram atividade econômica. Influência mais forte do direito
público.

Ex.: ECT – STF entende que gozam de todas as prerrogativas aplicáveis às pessoas de direito
público (autarquias, fundações públicas, União, Estados e municípios ). Execução contra a ECT não
admite penhora, a execução é por precatória; Como parte no processo: ECT = Fazenda
Pública (prazo em quádruplo para contestar; em dobro para recorrer etc.)

16
 EP/SEM que exploram atividade econômica

Regime jurídico HÍBRIDO – aproxima-se do regime jurídico de direito privado

Se elas fossem protegidas somente pelas normas de direito público isso lhes garantiam mais
vantagens – configuraria concorrência desleal.

Aplicação do p. da indisponibilidade do interesse público e do p. da supremacia do interesse


público Ex.: necessário concurso público para contratar seus servidores e sujeição à tutela
do TCU.

O que é essencial na criação de uma EP/SEM? Ser presidida pelo interesse público.

O que é acidental nas EP/SEM? A personalidade jurídica de direito privado – pode o Estado
nos casos em que ele desejar descentralizar um serviço público, tendo em vista as peculiaridades do serviço a ser
prestado e o p. da eficiência, fazê-lo sob a forma de EP/SEM.

Empresas Estatais Clandestinas aquelas que foram constituídas sem prévia autorização
legal. – criação não atendeu ao p. da legalidade

 Ex.: Grupo Hospitalar Conceição


 Quando Surgiram? Empresa era mal administrada e o Estado era interessado na
continuidade da atividade exercida por aquela empresa OU quando o Estado queria
intervir num setor da economia, não querendo que esse setor ficasse sob controle
privado.
 Consolidação pelo decurso do tempo – Solução = deixar as empresas sobreviverem,
mas dar a essas empresas o mesmo tratamento jurídico que é dado às pessoas jurídicas
de direito privado da Adm. Indireta – p. da razoabilidade
 Regime jurídico – HÍBRIDO (= EP/SEM)
 Âmbito de aplicação – doutrina defende que a empresa clandestina que a nossa ordem
jurídica admite é a empresa clandestina antiga que se consolidou com o tempo. A
doutrina defende que tentar criar uma empresa clandestina hoje não é possível.
 Empresa estatal clandestina = empresa estatal de fato

Empresas Controladas pessoa jurídica de direito privado, constituída sob forma societária,
que se encontra sob controle de uma empresa estatal em virtude de autorização legislativa.

 EC C EE – EE = gênero que contém EP, SEM e EC.


 EC integram a API? Divergência – mas, maioria da doutrina entende que sim.
 Ex.: PETROBRÁS – é uma SEM – pode ter outras EE sobre seu controle, ou seja,
pode deter mais de 50% do capital social de outra empresa – Petroquísa, Gaspetro,
Transpetro etc.
 Empresa Subsidiária – dois sentidos:
 Sentido estrito  Empresa subsidiária = Empresa Controlada
 Sentido amplo  Empresa subsidiária engloba o conceito de EC + se refere a
qualquer empresa privada em o Estado seja sócio minoritário.

17
 Personalidade Jurídica – NÃO é órgão da empresa controladora. NÃO se confunde
com a empresa controladora – cada uma delas possui personalidade jurídica própria.
 Personalidade Jurídica de Direito Privado
 Finalidade – majoração da eficiência no setor econômico (p. da eficiência)
 Forma societária – REGRA: S.A ou SQRL, mas admitem outras formas.
 Controle por outra empresa
 Empresa controladora = EP ou SEM
 Autarquia? NÃO podem ser entidades controladoras – desvirtuação de
finalidade da autarquia.
 EC como sociedade de 2º grau e possibilidade de multiplicação dos graus societários
 PETROBRÁS – empresa de 1º grau; PETROQUÍSA – empresa de 2º grau.
 Diferenças entre a EC e a SEM controladora:
Capital social da SEM é da União; Capital da EC é da SEM.
Possibilidade da empresa controlada ser controladora de uma empresa
(empresa de 3º grau).
 Necessária autorização legislativa para a criação de uma EC – Lei genérica ou Lei
específica? STF: não é necessário lei específica que autorize a criação de EC.
 Regime Jurídico = HÍBRIDO (= EP e SEM) ►Vide ex. p. 63

Participação estatal minoritária em sociedade privada o Estado pode ser sócio


MINORITÁRIO em sociedade particular.

 Caráter excepcional – participação anômala porque essa possibilidade relaciona-se à


aplicação de recursos públicos em atividade tendente ao lucro.
 Essa sociedade privada NÃO passará a ter regime jurídico de direito público –
continuará a ter regime de direito privado ( risco: não é necessário concurso público para
ingressar nos quadros dessa pessoa jurídica).
 Conclusão: investimento é excepcional – interesse público deverá ditar a participação.

Agências Reguladoras é uma autarquia especial sujeita a regime jurídico que assegure
sua autonomia em face da administração direta e investida de competência para regulação
setorial.

 Exs.: ANEEL, ANATEL, ANTT, ANTAQ, ANCINE, ANAC, ANP, ANVISA, ANA,
ANS...
 Se enquadram na API dentro da categoria jurídica das autarquias.
 Personalidade jurídica de direito público
 Regime jurídico de direito público
 “Autarquia especial” ou “Autarquia de regime especial” = Expressão relacionada à ideia
de maior autonomia que possuem essas autarquias se comparadas às demais.
 Criação por lei
 Autarquias Universitárias e “Autarquia especial” = regime jurídico das autarquias
universitárias ≠ regime jurídico das AR. (grau de independência também é diferente!)
 “Autarquia especial” – só o título não configura maior autonomia. O uso da expressão
constitui mero indício de que o legislador pretende conferir autonomia àquela autarquia.

18
 Grau de independência comum? Não. Cada lei criadora desenha um perfil específico para
a AR criada. Desse modo, há agências reguladoras com maior grau de independência do
que outras.
 Traço comum – 1) dirigentes não podem ser destituídos do cargo nem mesmo pelo
Presidente da República. 2) desempenham atividade regulamentadora que cria normas que
deverão ser observadas por outra pessoa jurídica.
 Funções:
 Função reguladora: função administrativa-normativa (A CF não atribui função
legislativa às AR – o fundamento de atuação das AR é extraído das leis que estão abaixo da CF)

Função de composição de composição de conflitos num determinado setor
econômico: NÃO é função jurisdicional (as decisões da AR não gozam de
definitividade) – é função administrativa.
 Teoria da Captura – defende uma atuação mais independente das AR. Crítica: os
dirigente das autarquias às vezes são capturados pelos interesse do Estado ou das
empresas privadas.
 Caráter VINCULANTE de suas deliberações para o setor público e privado.
 As normas ditadas pela AR estão sujeitas ao controle de constitucionalidade para análise
de razoabilidade.

OBS.:

 AR é novidade? Não. Já existiam outras entidades com características semelhantes antes do governo FHC:
Banco Central do Brasil e CADE – Conselho Administrativo de Decisão Econômica.
 O vocábulo agência é empregado com outro sentido no direito brasileiro? Sim. Aqui utilizamos para
designar autarquia, mas é muito utilizado para designar órgãos.
 AR e desestatização: AR = consequência natural do Estado-regulador.

Regime jurídico dos dirigentes da AR

 Escolha do dirigente: escolha cabe ao PR e aprovação da escolha pelo SF.


 Requisitos: brasileiro, reputação ilibada, formação universitária, elevado conceito no
campo de especialidade.
 Cargo em comissão e mandato = embora o cargo de dirigente da AR seja de livre
nomeação, não é de livre exoneração. O dirigente da AR possui mandato e durante o
prazo do mandato não há como ele perder o cargo sem justificação. OBS: ele pode perder
o cargo através de processo administrativo se ficar provada alguma ilegalidade em sua conduta.
 QUARENTENA: o ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividade ou de
prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência por um período de
quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato.

Agência Executiva expressão utilizada para designar um título jurídico atribuído a


uma autarquia ou fundação que preencha cumulativamente os dois requisitos seguintes:
tenha um plano estratégico de restruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento e tenha celebrado contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor. Ex.:
IMETRO

19
 Entidade nova? NÃO. AE é uma autarquia ou uma FG. OBS.: nenhuma autarquia ou FG
nasce como AE, elas se tronam uma AE.
 AE = título jurídico (= rótulo): significa que ela terá mais autonomia, menos controle.
Estará sujeita a um regime jurídico diferenciado do que ela recebia antes dessa
qualificação. Receberá um aporte maior de recursos financeiros.
 Ato de qualificação: ato administrativo (decreto) que modifica o regime jurídico de uma
autarquia ou de uma FG atribuindo-lhe o título de agência executiva.
 Quem qualifica? PR
 Se a AE não cumprir sua função de eficiência ela pode perder sua qualificação.
(desqualificação por meio de decreto)
 Obs.: nenhuma autarquia ou FG possui direito subjetivo de se tornar uma AE.
 Requisitos:

 Celebração de um contrato de gestão com o Ministério Supervisor

 Contrato de gestão é um mecanismo de conferir maior autonomia a uma entidade


 Natureza jurídica: NÃO é contrato! Doutrina: “simples acordo de gestão”, “fato jurídico
institucional”, “ato consensual normativo de organização interna”.
 Desenho do novo regime jurídico diferenciado: NÃO é o contrato. O contrato marca
apenas a passagem de um para outro regime jurídico, mas quem vai definir o novo regime
é a LEI.
 Contrato: controle pelo TCU e p. da moralidade.
 IMETRO: se tornou uma AE contra a ordem jurídica.
 Objeto do contrato de gestão: ►concessão do poder central ( maior autonomia = definida por
LEI) e contrapartida da autarquia ou FG (metas, forma de controle e prazos)

 Existência de um plano estratégico de restruturação e desenvolvimento institucional:


plano estratégico vai estabelecer o conjunto de atividades e projetos a serem
desenvolvidos para concretizar essas metas.

Consórcios Públicos são associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, DF e Municípios)
com personalidade de direito público ou de direito privado. Criadas
mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços públicos. Ex.: Consórcio
intermunicipal de saúde.

 Modificação do vocábulo “consórcio”:


 Antes da Lei 11.107/05: era um acordo de vontades entre entes federativos
com o objetivo de conjugar esforços para atingir uma finalidade comum
(convênio)
 Depois da Lei 11.107/05: passou a ser utilizado para designar/dar origem uma
pessoa jurídica. Consórcio hoje = união de entes federativos.
 Consórcio: pessoa jurídica de direito público ou privado? Tanto faz – quem escolhe são
os entes consorciados.
 Consórcio público = associação pública = espécie de autarquia

20
OBS: entes optaram pelo consórcio público com personalidade jurídica de
direito privado = “associação pública”  consórcio público.
 A qual administração indireta pertence o consórcio? Pertence a todos os entes
consorciados. Os consórcios com personalidade jurídica de direito privado integrariam a
AI de todos os entes consorciados.
 Regime jurídico:

 Consórcio público com personalidade jurídica de direito público: = autarquia com


pequenas variações. Esse consórcio integra a AI e cada um dos entes consorciados.
 Consórcio público com personalidade jurídica de direito privado: regime jurídico
HÍBRIDO (= EP, SEM, FGPJDPrivado) – ver lei 11.107, arts 6º, §2º e 15* (*interpretação restritiva)

Conclusões:

AR = constituem uma autarquia = essência são autarquias


Empresas subsidiárias = SEM
Consórcios: PJ de direito público = autarquia. PJ de direito privado = NÃO ENQUADRA
EM NENHUMA FIGURA JURÍDICA – PODE SER COLOCADO COMO UMA QUINTA FIGURA
AO LADO DAS QUATRO QUE INTEGRAM A API.

Entes em situação peculiar ( paradministração, entes de cooperação,


paraestatais )

Entidades que NÃO integram a API, mas se relacionam com o Estado com ele cooperando a
fim de auxiliar na promoção do interesse público = são entidades cooperadoras.

Ordem ou Conselho Profissional entidade que exerce, por delegação do poder


público a polícia de determinada profissão – atividade de fiscalização e disciplina das
profissões. A princípio, o poder de polícia de polícia é um poder do Estado, mas o Estado
delega a fiscalização do exercício da profissão respectiva.
 Estrutura: geralmente os Conselhos são compostos por um órgão de nível nacional e outro
de nível estadual/regional (Ex.: CFM e CRM).
 Gestão: administração pelos membros da classe. Escolha dos gestores por eleição entre as
partes.
 Personalidade jurídica de direito público de natureza autárquica – são autarquias
corporativas ou corporações autárquicas. OBS: não é porque é autarquia que integra a
API, as corporações autárquicas NÃO ESTÃO CONTIDAS NA API.
 Regime jurídico = HÍBRIDO. Tem personalidade jurídica de direito público, mas incidem
normas de direito privado. OBS: aqui se dá o oposto do que ocorre com os outros regimes híbridos,
em que as normas de direito privado sofrem incidência das normas de direito público.
 Justiça competente: Justiça Federal Comum de 1º instância.
 OAB: Justiça Comum Estadual (jurisprudência majoritária não entende assim).

21
OAB não é considerada corporação autárquica. STF considerou-a diferente das demais
ordens e conselhos profissionais. OAB não é autarquia. É um serviço público independente;
categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas do direito brasileiro.

 Não é necessário concurso público para ingresso na OAB (37, II da CF)

Fundação de apoio são fundações instituídas para colaborar com instituições oficiais
de ensino superior, dando apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão, bem como de
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse das instituições federais
contratantes.

 Ex.: FUNARBE
 Objetivo: facilitar a captação de recursos privados para serem investidos internamente nas
instituições de ensino superior.
 Criação das fundações de apoio = SÃO FUNDAÇÕES NOS MOLDES DAS
FUNDAÇÕES CIVIS.
 São, em essência, um patrimônio personalizado = basta que haja um instituidor que
designe um patrimônio determinado que será personalizado, criando-se assim, uma
fundação. O instituidor pode ser:
 Pessoa física/grupo de pessoas físicas
 A própria entidade de ensino superior
 Qualquer pessoa jurídica
 Natureza jurídica: PJ de direito privado (são pessoas jurídicas destituídas de finalidade lucrativa -
*superávit)
 FUNDAÇÃO DE APOIO ≠ FG PJ de direito privado.
 FA sujeita a um regime jurídico disciplinado pelo CC – ex.: fiscalização do
MP.
 FA e Instituição de Ensino Superior: FA terá que realizar o seu registro e credenciamento
junto ao MEC e junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Serviço Social Autônomo pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
constituída com a finalidade de propiciar assistência social, médica ou educacional à
população por certos grupos profissionais.

 Natureza jurídica: PJ de direito privado.


 SSA não possui finalidade lucrativa: finalidade assistencial (dirigida à sociedade como um todo
OU a um determinado grupo social)
 Exs.: SESI, SESC, SENAI, SENAC
 Recursos destinados pelo Estado: ►Recursos provindos de contribuições sociais; ►Pode
celebrar contrato de gestão com a APD; ►Pode celebrar convênios com as entidades
públicas (inclusive API) ou privadas

OBS: ¹ Se o SSA receber recursos públicos ele estará sujeito ao controle do TCU; ²
Paraestatal. ³ Sistema “S”

22
Organização Social qualificação jurídica dada à pessoa jurídica de direito privado sem
fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do poder
público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social.
 = rótulo jurídico – ninguém nasce OS, ela se torna OS ao receber esse título jurídico.
 Pessoa jurídica alheia à AP.
 Obs.: Estados, Municípios e DF para qualificas as OS devem fazê-lo por meio de lei
própria.
 Objetivo: enxugar a máquina administrativa – extinguir pessoas jurídicas e órgãos
públicos, delegando as suas funções às OS.
 Auxílios recebidos pelas OS:
 Repasse de verbas públicas;
 Permissão do uso dos bens públicos às OS
 Cessão de servidores públicos às OS com ônus financeiro para o Estado
 Dispensa de licitação em contratos com o poder público
 OS realiza com o poder público um contrato de gestão

 OS e privatização da gestão de servidores públicos – objetivo é a desestatização.


 Regime jurídico: HÍBRIDO – muito próximo do privado.
 Críticas:
 Para a qualificação não é exigido capacidade técnica e financeira;
 Inexistência de licitação para escolha da entidade = qualificação arbitrária, não há
processo seletivo, não há obrigatoriedade de publicação de edital dizendo que
haverá um repasse de bens.

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público = qualificação jurídica dada à


pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de
particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e
fiscalização do poder público, mediante vínculo jurídico instituído por termo de parceria.

 Termo de parceria: previsão de publicização;


 Campo de atuação: mais amplo que o das OS (art. 3º da Lei)
 Finalidade:
 OS = visa a substituir um órgão ou entidade
 OSCIP = visa a colaborar, o Estado não se afasta do serviço.
 OSCIP: necessidade de constituição prévia = para que uma autarquia ou uma associação
seja considerada como OSCIP ela deve ter uma história.

23

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