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Função/dever pública (o): atividade desempenhada pelo Estado ou por uma pessoa em
nome do Estado com a finalidade de promover o interesse público
Poder: instrumento de realização do dever, não é um fim em si mesmo. A ordem jurídica
prevê os poderes e estabelece os limites dentro dos quais estes poderes serão utilizados.
Função administrativa e trilogia das funções do Estado = critério para batizar os poderes:
preponderância
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Poder Executivo:
Função típica: função administrativa
Função atípica: função legislativa
Por que o Poder Executivo não desempenha a função jurisdicional? Porque nós seguimos
o modelo norte-americano denominado sistema da jurisdição uma (não adotamos o sistema
europeu do contencioso administrativo)
Âmbito da função administrativa regulada pelo direito administrativo o dir. adm. regula
parte considerável da função administrativa. Mas existe uma pequena parcela que é regulada
por outros ramos do direito administrativo que ganharam autonomia como, por exemplo,
direito tributário e direito previdenciário.
Função administrativa ≠ Função de governo (fixação de diretrizes a serem perseguidas pelo Estado = política
pública/relações internacionais)?
Ex.: Transposição do Rio São Francisco (função de governo) x Licitação para a escolha da
empreiteira que fará a transposição (função administrativa)
OBS.: função de governo sujeita-se ao controle jurisdicional.
No Estado de direito há limitação do poder pela ordem jurídica com o objetivo de evitar o
arbítrio e a injustiça. ►O dir. adm. é um direito eminentemente protetivo do cidadão.
►Os atos praticados pela adm. pública sujeitam-se ao controle jurisdicional.
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Proteger o cidadão contra o poder econômico que está por detrás da adm. pública. ►
Direito eleitoral – voto universaliza-se – Constituição plural: absorve reivindicações de
diversas camadas da sociedade. ►função administrativa passa a abranger função de
assistência e integração social. ► justiça, segurança e bem estar social.
1. Lei
Competência legislativa para ditar normas de direito adm. : União, Estados, DF e Municípios:
Competência concorrente: art. 24 da CF/88 – União dita normas gerais e os demais entes
ditam normas para as suas especificidades. Obs.: Municípios desfrutam dessa parcela de concorrência
mesmo não sendo citado no art. 24.
Competência independente: art. 39 da CF/88 – matérias que serão reguladas quatro entes,
mas, cada um regulará ao seu modo, sem que haja superposição. Obs.: a norma ditada pela União
baseada no art. 39 é uma norma federal.
2. Regulamento
É ato administrativo normativo = não inova originariamente a ordem jurídica; tem por
fundamento de validade uma lei a qual ele visa regulamentar.
3. Costume
O fato do dir. administrativo ser regido pelo p. da legalidade não impede que ele seja regido
por costumes. Em virtude das lacunas da lei, se a administração não tivesse como resolver
seus problemas, o serviço público pararia. ►Costumes admitidos no dir. adm. secundum-
legem (costume contra-legem não é admitido em virtude do p. da legalidade; a doutrina admite o costume
praeter legem de forma restrita).
Especificidades metodológicas do Dir. Adm ►Juventude e mutabilidade* (*o dir. adm., assim
é permeável a influencias políticas e ideológicas ). ►Influência jurisprudencial. ►baixa densidade
normativa¹ e uso acentuado de conceitos vagos² – Consequências:
Composto por princípios próprios do direito público + princípios específicos do direito administrativo.
Interesse público conceito jurídico indeterminado = só pode ser mensurado diante do caso
concreto. ► É o interesse resultante do conjunto de interesses que os indivíduos
pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da sociedade e pelo
simples fato de o serem.
Não há divórcio entre interesse particular e interesse público desde que consideremos o
interesse particular em sua dimensão coletiva.
O interesse público pode ser protegido individualmente pelo particular quando ele,
individualmente, for vítima de uma violação do interesse público.
O interesse do Estado não é necessariamente o interesse público.
Interesse primário: interesse público propriamente dito
Interesse secundário: interesse individual do Estado enquanto pessoa jurídica.
O Estado DEVE promover o interesse primário e PODE promover o interesse secundário nas
seguintes condições:
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O interesse secundário não se oponha ao interesse primário
O interesse secundário, de algum modo, ainda que indiretamente, contribua para o
interesse primário.
Ato
Discricionário Revogado Invalidado
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Invalidação ≠ Revogação: Invalidação é sanção aplicada a um vício – ato administrativo viciado = ato ilegal;
Revogação: se dá diante de um ato perfeito, que, diante de um novo juízo de conveniência e oportunidade
entende-se que esse ato deva ser revogado.
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Conduta contrastante com o modelo legal;
Adoção de uma conduta que não foi previamente autorizada pela lei.
P. da finalidade norma segundo a qual a administração pública deve guiar sua atuação por
uma única finalidade: a promoção do interesse público. ►O interesse público deve ser
concretizado naquilo que a lei estabelece, para evitar arbitrariedades. ►Atividade
discricionária: deve ser guiada pelo interesse público. ►Desvio de poder = desvio de
finalidade: ato praticado por agente competente só que com finalidade diversa daquela que a
lei atribui ao ato.
REGRA: tanto o ato discricionário quanto o ato vinculado precisam ser motivados.
Motivação no ato discricionário: em REGRA deve ser detalhada e
contemporânea ao ato (não pode ser posterior, sob pena de invalidação do ato).
Motivação do ato vinculado: dependerá da situação concreta.
EXCEÇÃO: casos em que a motivação e incompatível com a natureza do ato ( Ex.: demissão
ad nutum nos cargos em comissão).
P. da impessoalidade
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1º sentido = p. da isonomia: diz como a administração deve ver o administrado – a
administração deve dispensar tratamento igualitário para todos os administrados.
Exs.: sistema de precatórios, p. da ampla acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas,
exigência do p. da obrigatoriedade do concurso público, exigência de licitação para contratar com o
poder público etc.
2º sentido diz como o administrado deve ver a administração ( os atos administrativos devem
ser atribuídos à administração e não ao administrador).
Exs.: proibição da promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos e reconhecimento da
validade dos atos praticados pelo agente de fato putativo2
Não é absoluto! Há casos em que determinadas informações ficarão protegidas pelo sigilo.
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pública indireta, com o objetivo de assegurar a observância de suas finalidades institucionais,
bem como a harmonia com a atuação administrativa global do Estado.
Os atos praticados pela administração pública não se sujeitam à coisa julgada, por isso,
qualquer ato administrativo pode se submeter a controle jurisdicional, pois não estão
sujeitos à definitividade.
Sistema da jurisdição una: necessidade de controle externo da função administrativa.
APD designa os órgãos das entidades federadas que se ocupam de desempenhar a função
administrativa (órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário).
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Regra: somente por intermédio de lei - cf/88, art. 48, xi
Exceção: criação e extinção de subórgãos por meio de resolução4
A quem cabe a iniciativa do projeto de lei para criar ou extinguir órgãos?
Regra: Chefe do Poder Executivo (p. da simetria – CF/88, art. 61, §1º, II, ‘e’)
Exceção: Poder Judiciário (CF/88, art. 96, II, ‘c’ e ‘d’) - Ministério Público (CF/88 art. 127,
§2º)
Obs.: Para a reorganização dos órgãos públicos, sem aumento de despesas, não é necessário
lei.
1. Quando houver expressa permissão legal dando legitimidade ao órgão público para ser
parte ►Ação civil pública: qualquer órgão público é parte legítima para ajuizar esse
tipo de ação; ►Ministério Público: é órgão que pode vincular-se à União ou aos Estados –
é vocacionado a atuar como parte; ►Defensoria Pública: é legitimada para o ajuizamento
de ações civis públicas; é parte em um processo judicial na ação civil pública6;
Descentralização delegação de uma atividade estatal realizada pelo poder central a uma
outra pessoa jurídica.
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Resolução* = ato legislativo: dispensa sanção presidencial por isso não é lei, mas tem força de lei.
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Erro grosseiro visto na prática: ajuizamento de ação em face da prefeitura municipal – quem deve figurar como
parte é o município.
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CUIDADO: a defensoria pública, na maioria dos casos, não é parte do processo, mas representante da parte.
Todavia, na ação civil pública a defensoria pública será parte.
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P. da especialidade a atuação das pessoas jurídicas que integram a API é especializada
porque ela é norteada pelas finalidades específicas determinadas em sua lei criadora
O poder central delegada à entidade por ele criada Somente se transfere a execução do serviço; a
a titularidade e a execução de determinado titularidade fica em mãos do poder público.
serviço
Instrumento jurídico que se dá a descentralização: Instrumento jurídico que se dá a descentralização:
lei – via legal contrato (concessão) ou ato administrativo unilateral
(permissão) – via negocial
Questões terminológicas:
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Todavia, é incomum que uma entidade da API vincule-se a outros Poderes que não o Poder Executivo. Mas, em
tese, é possível a vinculação. Ex.: IPRAJ – vinculava-se ao Poder Judiciário
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Entidade paraestatal várias definições. Como saber o significado? ❶: verificar se a
própria lei indica o sentido em que ela utiliza a expressão; ❷: Entendimento
doutrinário predominante: designa as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e os serviços sociais autônomos; ❸: definição do anteprojeto: inclui as
corporações profissionais (OAB, CREA...).
Primeiro, segundo e terceiro setor ►Primeiro setor: entidades da APD e API que
integram o Estado; ►Segundo setor: designa o mercado = empresas privadas,
concessionárias e permissionárias; ►Terceiro setor: sociedade civil organizada =
SSA, OS, OSCIP
Exemplos nas esferas Federal (INSS, IBAMA, BANCO CENTRAL, UFJF); Estadual (IEF, IGA,
UEMG); Municipal (SAAE, IPREV, IMAS). Obs.: IPLAM não é autarquia é órgão!
Regime jurídico: relações da autarquia com a pessoa jurídica que a criou ►Pessoa
jurídica central só pode criar ou extinguir uma autarquia por lei. ►Autarquias sujeitam-se ao
p. da especialidade e ao p. do controle – quem exerce o controle? A entidade a qual a
autarquia está vinculada. Qual órgão da entidade é responsável pelo controle administrativo?
Supervisão Ministerial: o controle será desempenhado pelo Ministério que desenvolva o
mesmo tipo de atividade que a autarquia8 – Ex.: UFV: sujeita-se ao controle realizado pela União por
intermédio do Ministério da Educação. ► Uma autarquia pode vincular-se ao Poder Executivo* ( *regra),
Legislativo e Judiciário.
Obs.: Pode o controle ser realizado por uma entidade da API? Excepcionalmente sim. Ex.:
Hospital das Clínicas de SP vincula-se à USP.
Regime jurídico: relações da autarquia com terceiros ►REGRA: regime jurídico é igual
em tudo e por tudo ao regime jurídico das entidades que integram a APD. ►Reflexos dessa
regra:
Atos praticados e contratos celebrados pela autarquia: são atos administrativos e têm
como características: imperatividade, autoexecutoriedade, presunção de veracidade e de
legitimidade, a exigibilidade etc. Estão sujeitos à tutela e controle jurisdicional. Contratos
celebrados pelas autarquias = contratos administrativos sujeitos à Lei 8666/93 – só podem
ser celebrados após a realização de licitação.
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OBS.: Inovação pela Lei 10.683/03, art. 49: estabeleceu que as entidades da API federal encontram-se
vinculadas aos Ministérios ou a alguns dos órgãos da Presidência da República.
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Responsabilidade pelos danos causados por seus agentes: responsabilização direta da
autarquia: *isso porque ela possui personalidade jurídica própria. Ex.: motorista do Ministério da Agricultura
(órgão) atropela Manuel – quem responde é a União; motorista da UFJF atropela Manuel – quem responde é a autarquia
. Responsabilidade objetiva. Responsabilidade direta da
UFJF que tem personalidade jurídica própria
autarquia e subsidiária do ente criador dessa autarquia na hipótese de ela ser extinta.
Caráter público dos bens9 das autarquias: bens públicos podem ser alienados? Bem
dominical SIM. Bens de uso comum e bem de uso especial = enquanto afetados não
podem ser alienados. Mas é possível desafetar um bem de uso comum ou especial,
transformando-os em dominiais, sendo passíveis, a partir de então, de alienação. A
alienação deve ser precedida de licitação. Bens públicos NÃO podem ser objeto de
usucapião. Impenhorabilidade dos bens públicos: execução contra a Fazenda Pública
segue o sistema dos precatórios. Se os bens públicos são inalienáveis, consequentemente, são
também, impenhoráveis.
Imunidade tributária: não pode qualquer dos entes federados cobrar tributos sobre o
patrimônio e renda uns dos outros – imunidade que se estende para as autarquias.
Relação com seus servidores: servidores das autarquias = servidores públicos
estatutários* – ocupam cargos públicos. *Obs.: pelo menos os servidores das autarquias federais,
pois, ainda há a exigência do regime jurídico único.
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Espécies de bens públicos: BENS DE USO COMUM E BENS DE USO ESPECIAL: são afetados a uma
finalidade específica; BENS DOMINIAIS: não são afetados à finalidade alguma.
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Apesar de a doutrina afirmar que essa corrente é majoritária, Gláucio duvida disso, pois, a maioria dos
julgados que Gláucio encontrou, considerava as fundações como de personalidade de direito público.
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Atividades que podem exercer: as FG não estão limitadas às finalidades citadas no art. 62 do
CC (atividades religiosas, morais, culturais ou de assistência). A lei criadora estabelece as finalidades
específicas que devem ser perseguidas pela fundação, e ao estabelecer essas finalidades, por
via reflexa, a lei acaba por indicar as atividades que serão exercidas.
Regime Jurídico:
FG de direito público: são concebidas como espécie de autarquia, daí falar-se que elas
são fundações autárquicas, ou autarquias fundacionais. Regime jurídico = direito
público.
FG de direito privado: regime jurídico delas não é idêntico ao regime jurídico das
fundações não governamentais (instituídas pelo CC). Fundamento: FG de direito privado
integram a administração pública indireta, o que impossibilita a aplicação de um
regime jurídico exclusivamente privado. Essas pessoas estão sujeitas, portanto, a um
regime jurídico de direito privado que sofrerá derrogações pontuais impostas por
normas de direito público. Conclusão: Regime jurídico híbrido:
FG estão sujeitas ao controle finalístico realizado pelo MP? NÃO. Controle
finalístico é realizado pelo ente que a criou através da supervisão ministerial.
Justiça competente para processar e julgar processos em que uma FG seja parte
❶Processos em geral = ►FG que integra a API com personalidade de direito público: (=
às autarquias): Justiça Comum Federal; ►FG que integra a API com personalidade de
direito privado: Justiça Comum Estadual. ►E se a FG integrar a API do Estado, do DF
ou do Município: nesses casos a competência será sempre da Justiça Comum Estadual. ❷
Processos em que se discuta a relação da FG e seus servidores = *Vínculo estatutário:
►FG federais de direito público: Justiça Comum Federal; ►FG federal de direito
privado: Justiça Comum Estadual; ►FG dos Estados, DF, Municípios: Justiça Comum
Estadual. *Vínculo celetista: Justiça do Trabalho.11
Obs.: art. 114, I da CF/88: dá a impressão de que qualquer causa seja da competência da
Justiça do Trabalho; mas houve uma emenda que sofreu controle de constitucionalidade: foi
ajuizada a ADI 3395-6 – O STF conferiu ao art. 114, I uma interpretação conforme: não pode
abranger todos os regimes. Devemos interpretá-lo restritivamente, para entender que ele se
refere apenas ao regime celetista.
Fundações universitárias Aplica-se às fundações universitárias tudo o que foi dito sobre as
autarquias universitárias. Fundações universitárias = autarquias universitárias.
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CUIDADO: art. 114, I da CF/88: dá a impressão de que qualquer causa seja da competência da Justiça do
Trabalho; mas houve uma emenda que sofreu controle de constitucionalidade: foi ajuizada a ADI 3395-6 – O
STF conferiu ao art. 114, I uma interpretação conforme: não pode abranger todos os regimes. Devemos
interpretá-lo restritivamente, para entender que ele se refere apenas ao regime celetista.
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Empresas Estatais empresas administradas e controladas pelo Poder Público.
Englobam = EP, SEM e demais empresas controladas pelo Poder Público.
Finalidades:
Explorar atividade econômica (Exceção – hipóteses reguladas pela CF/88)
Prestar serviço público
Campo de atuação = baseado na experiência (vide exemplos p. 55)
Empresa Pública Empresa Pública Federal é a pessoa jurídica criada por força de
autorização legal como instrumento de ação do Estado, dotada de personalidade jurídica de
direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrente de ser coadjuvante da ação
governamental, constituída sobre quaisquer das formas admitidas em direito e cujo capital
seja formado unicamente por recursos de pessoas de direito público interno ou de pessoas de
suas administrações indireta, com preponderância acionária na esfera federal.
Características
CAPITAL = integralmente público (integralizado, a princípio, pela entidade política
que cria essa EP).
SÓCIOS? NÃO podem advir da iniciativa privada – precisam ser
necessariamente pessoas jurídicas que integram a Administração Pública.
Finalidades:
Prestar serviços públicos;
Explorar atividade econômica.
Criação mediante autorização legal
Personalidade Jurídica – direito privado.
Regime jurídico – híbrido (*privado = personalidade jurídica de direito privado + *público =
porque integram a API).
Forma societária – pode ser criada por QUALQUER forma societária.
Sociedade de Economia Mista SEM federal há de ser entendida como pessoa jurídica
cuja criação é autorizada por lei como um instrumento de ação do Estado, dotada de
personalidade de direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrentes dessa
natureza auxiliar de atuação governamental constituída sob a forma de sociedade anônima
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou entidade de sua
administração indireta, sobre remanescente acionário de propriedade particular.
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Forma societária = Sociedade Anônima
EP SEM
Admite-se participação dos
Origem do Capital Integralmente Público particulares
Justiça Competente Esfera EP Federal = Justiça Comum Justiça Comum Estadual* (CF é
Federal Federal omissa)
Previsão Constitucional¹;
Quando a exploração for um imperativo da segurança nacional²;
Quando a exploração da atividade econômica atender a relevante interesse coletivo.
OBS¹-².: conceitos jurídicos indeterminados que somente podem ser precisados no caso
concreto. Nesses dois casos a lei autorizadora deve apontar o imperativo da segurança
nacional e o interesse coletivo que justifique a criação.
Regime jurídico HÍBRIDO – não estão tão próximas do regime jurídico de direito privado
quanto as EP/SEM que exploram atividade econômica. Influência mais forte do direito
público.
Ex.: ECT – STF entende que gozam de todas as prerrogativas aplicáveis às pessoas de direito
público (autarquias, fundações públicas, União, Estados e municípios ). Execução contra a ECT não
admite penhora, a execução é por precatória; Como parte no processo: ECT = Fazenda
Pública (prazo em quádruplo para contestar; em dobro para recorrer etc.)
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EP/SEM que exploram atividade econômica
Se elas fossem protegidas somente pelas normas de direito público isso lhes garantiam mais
vantagens – configuraria concorrência desleal.
O que é essencial na criação de uma EP/SEM? Ser presidida pelo interesse público.
O que é acidental nas EP/SEM? A personalidade jurídica de direito privado – pode o Estado
nos casos em que ele desejar descentralizar um serviço público, tendo em vista as peculiaridades do serviço a ser
prestado e o p. da eficiência, fazê-lo sob a forma de EP/SEM.
Empresas Estatais Clandestinas aquelas que foram constituídas sem prévia autorização
legal. – criação não atendeu ao p. da legalidade
Empresas Controladas pessoa jurídica de direito privado, constituída sob forma societária,
que se encontra sob controle de uma empresa estatal em virtude de autorização legislativa.
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Personalidade Jurídica – NÃO é órgão da empresa controladora. NÃO se confunde
com a empresa controladora – cada uma delas possui personalidade jurídica própria.
Personalidade Jurídica de Direito Privado
Finalidade – majoração da eficiência no setor econômico (p. da eficiência)
Forma societária – REGRA: S.A ou SQRL, mas admitem outras formas.
Controle por outra empresa
Empresa controladora = EP ou SEM
Autarquia? NÃO podem ser entidades controladoras – desvirtuação de
finalidade da autarquia.
EC como sociedade de 2º grau e possibilidade de multiplicação dos graus societários
PETROBRÁS – empresa de 1º grau; PETROQUÍSA – empresa de 2º grau.
Diferenças entre a EC e a SEM controladora:
Capital social da SEM é da União; Capital da EC é da SEM.
Possibilidade da empresa controlada ser controladora de uma empresa
(empresa de 3º grau).
Necessária autorização legislativa para a criação de uma EC – Lei genérica ou Lei
específica? STF: não é necessário lei específica que autorize a criação de EC.
Regime Jurídico = HÍBRIDO (= EP e SEM) ►Vide ex. p. 63
Agências Reguladoras é uma autarquia especial sujeita a regime jurídico que assegure
sua autonomia em face da administração direta e investida de competência para regulação
setorial.
Exs.: ANEEL, ANATEL, ANTT, ANTAQ, ANCINE, ANAC, ANP, ANVISA, ANA,
ANS...
Se enquadram na API dentro da categoria jurídica das autarquias.
Personalidade jurídica de direito público
Regime jurídico de direito público
“Autarquia especial” ou “Autarquia de regime especial” = Expressão relacionada à ideia
de maior autonomia que possuem essas autarquias se comparadas às demais.
Criação por lei
Autarquias Universitárias e “Autarquia especial” = regime jurídico das autarquias
universitárias ≠ regime jurídico das AR. (grau de independência também é diferente!)
“Autarquia especial” – só o título não configura maior autonomia. O uso da expressão
constitui mero indício de que o legislador pretende conferir autonomia àquela autarquia.
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Grau de independência comum? Não. Cada lei criadora desenha um perfil específico para
a AR criada. Desse modo, há agências reguladoras com maior grau de independência do
que outras.
Traço comum – 1) dirigentes não podem ser destituídos do cargo nem mesmo pelo
Presidente da República. 2) desempenham atividade regulamentadora que cria normas que
deverão ser observadas por outra pessoa jurídica.
Funções:
Função reguladora: função administrativa-normativa (A CF não atribui função
legislativa às AR – o fundamento de atuação das AR é extraído das leis que estão abaixo da CF)
Função de composição de composição de conflitos num determinado setor
econômico: NÃO é função jurisdicional (as decisões da AR não gozam de
definitividade) – é função administrativa.
Teoria da Captura – defende uma atuação mais independente das AR. Crítica: os
dirigente das autarquias às vezes são capturados pelos interesse do Estado ou das
empresas privadas.
Caráter VINCULANTE de suas deliberações para o setor público e privado.
As normas ditadas pela AR estão sujeitas ao controle de constitucionalidade para análise
de razoabilidade.
OBS.:
AR é novidade? Não. Já existiam outras entidades com características semelhantes antes do governo FHC:
Banco Central do Brasil e CADE – Conselho Administrativo de Decisão Econômica.
O vocábulo agência é empregado com outro sentido no direito brasileiro? Sim. Aqui utilizamos para
designar autarquia, mas é muito utilizado para designar órgãos.
AR e desestatização: AR = consequência natural do Estado-regulador.
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Entidade nova? NÃO. AE é uma autarquia ou uma FG. OBS.: nenhuma autarquia ou FG
nasce como AE, elas se tronam uma AE.
AE = título jurídico (= rótulo): significa que ela terá mais autonomia, menos controle.
Estará sujeita a um regime jurídico diferenciado do que ela recebia antes dessa
qualificação. Receberá um aporte maior de recursos financeiros.
Ato de qualificação: ato administrativo (decreto) que modifica o regime jurídico de uma
autarquia ou de uma FG atribuindo-lhe o título de agência executiva.
Quem qualifica? PR
Se a AE não cumprir sua função de eficiência ela pode perder sua qualificação.
(desqualificação por meio de decreto)
Obs.: nenhuma autarquia ou FG possui direito subjetivo de se tornar uma AE.
Requisitos:
Consórcios Públicos são associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União,
Estados, DF e Municípios)
com personalidade de direito público ou de direito privado. Criadas
mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços públicos. Ex.: Consórcio
intermunicipal de saúde.
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OBS: entes optaram pelo consórcio público com personalidade jurídica de
direito privado = “associação pública” consórcio público.
A qual administração indireta pertence o consórcio? Pertence a todos os entes
consorciados. Os consórcios com personalidade jurídica de direito privado integrariam a
AI de todos os entes consorciados.
Regime jurídico:
Conclusões:
Entidades que NÃO integram a API, mas se relacionam com o Estado com ele cooperando a
fim de auxiliar na promoção do interesse público = são entidades cooperadoras.
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OAB não é considerada corporação autárquica. STF considerou-a diferente das demais
ordens e conselhos profissionais. OAB não é autarquia. É um serviço público independente;
categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas do direito brasileiro.
Fundação de apoio são fundações instituídas para colaborar com instituições oficiais
de ensino superior, dando apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão, bem como de
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse das instituições federais
contratantes.
Ex.: FUNARBE
Objetivo: facilitar a captação de recursos privados para serem investidos internamente nas
instituições de ensino superior.
Criação das fundações de apoio = SÃO FUNDAÇÕES NOS MOLDES DAS
FUNDAÇÕES CIVIS.
São, em essência, um patrimônio personalizado = basta que haja um instituidor que
designe um patrimônio determinado que será personalizado, criando-se assim, uma
fundação. O instituidor pode ser:
Pessoa física/grupo de pessoas físicas
A própria entidade de ensino superior
Qualquer pessoa jurídica
Natureza jurídica: PJ de direito privado (são pessoas jurídicas destituídas de finalidade lucrativa -
*superávit)
FUNDAÇÃO DE APOIO ≠ FG PJ de direito privado.
FA sujeita a um regime jurídico disciplinado pelo CC – ex.: fiscalização do
MP.
FA e Instituição de Ensino Superior: FA terá que realizar o seu registro e credenciamento
junto ao MEC e junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Serviço Social Autônomo pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
constituída com a finalidade de propiciar assistência social, médica ou educacional à
população por certos grupos profissionais.
OBS: ¹ Se o SSA receber recursos públicos ele estará sujeito ao controle do TCU; ²
Paraestatal. ³ Sistema “S”
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Organização Social qualificação jurídica dada à pessoa jurídica de direito privado sem
fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do poder
público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social.
= rótulo jurídico – ninguém nasce OS, ela se torna OS ao receber esse título jurídico.
Pessoa jurídica alheia à AP.
Obs.: Estados, Municípios e DF para qualificas as OS devem fazê-lo por meio de lei
própria.
Objetivo: enxugar a máquina administrativa – extinguir pessoas jurídicas e órgãos
públicos, delegando as suas funções às OS.
Auxílios recebidos pelas OS:
Repasse de verbas públicas;
Permissão do uso dos bens públicos às OS
Cessão de servidores públicos às OS com ônus financeiro para o Estado
Dispensa de licitação em contratos com o poder público
OS realiza com o poder público um contrato de gestão
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