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na Manutenção
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO........................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA MANUTENÇÃO.................................................................... 11
UNIDADE II
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)....................................................................... 26
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA DO SISTEMA DE CONTROLE DA MANUTENÇÃO....................................................... 27
CAPÍTULO 2
SISTEMAS INFORMATIZADOS PARA MANUTENÇÃO.................................................................... 35
UNIDADE III
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE...................................................................... 47
CAPÍTULO 1
CONFIABILIDADE..................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 2
DISPONIBILIDADE..................................................................................................................... 52
CAPÍTULO 3
MANUTENIBILIDADE................................................................................................................. 58
UNIDADE IV
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS........................................................................................................... 66
CAPÍTULO 1
COMO OCORREM AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS................................................................ 66
CAPÍTULO 2
COMO DESENVOLVER UM SISTEMA DE TRATAMENTO DAS FALHAS............................................ 78
CAPÍTULO 3
FERRAMENTAS PARA O AUMENTO DA CONFIABILIDADE............................................................ 94
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 115
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Toda empresa quer que seus equipamentos, sistemas e intalações operem de forma
confiável e eficaz, funcionando corretamente durante o período esperado, para que
a produção e os resultados da planta sejam alcançados. Infelizmente, não existe um
mundo ideal no cenário emprasarial, nenhum ativo físico funciona perfeitamente
por um tempo indeterminado. Na maioria das organizações, as falhas e paradas são
constantes, resultando na perda de qualidade e produtividade. Muitos problemas
são relacionados à manutenção, fazendo com que a área e seus integrantes sejam,
por muitas vezes, responsabilizados pelas dificuldades que acometem as plantas,
instalações e corporações. É comum observar que, em várias empresas, é dada atenção
para a manutenção quando a produção exige que os equipamentos parados, devido
à alguma falha, retomem o seu funcionamento rapidamente. Com isso, o trabalho de
manutenção é feito de forma reativa, sem planejamento e controle.
7
produção e minimiza o custo, além de provocar o maior envolvimento dos integrantes
da equipe que resultam em um melhor rendimento.
8
Objetivos
»» Promover embasamento teórico para o entendimento do planejamento e
da estrutura da organização da manutenção.
9
10
PLANEJAMENTO E
ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE I
MANUTENÇÃO
CAPÍTULO 1
Estrutura organizacional da
manutenção
Divisão de responsabilidades
As relações de subordinação na área de manutenção variam de acordo com alguns fatores,
como o tamanho da empresa, a política organizacional e o impacto das atividades de
manutenção nos resultados. Nas empresas menores, as funções técnicas são agrupadas
e incluem os setores de manutenção, engenharia, inspeção e serviçoes gerais. A função
suprimentos pode ser incorporada na manutenção, porém, está geralmente ligada à
área administrativa. (KARDEC; NASCIF, 2009)
11
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Funções primárias
12
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
Nas plantas em que é feita a geração própria de eletricidade e vapor para serem usados
em seus processos, são assumidas as funções de uma pequena empresa de serviços
públicos, o que pode justificar a existência de um departamento operacional próprio.
Essa atividade enquadra-se no campo da engenharia de manutenção, mas pode ser
administrada como uma área separada ou como parte de alguma outra função,
dependendo das exigências da gerência. (MOBLEY; HIGGINS; WIKOFF, 2008)
Três fatores, geralmente, determinam em que nível essa área envolve o departamento
de manutenção:
»» tamanho da planta,
»» a política da empresa.
Em uma pequena fábrica de uma empresa com uma única unidade, esse tipo de trabalho
pode ser realizado por empresas externas. Em uma pequena fábrica que faz parte de
uma empresa de grande porte com várias unidades, a maioria das novas instalações e
grandes alterações podem ser realizadas pelo departamento de engenharia central da
empresa. Em uma grande fábrica, uma organização separada deve lidar com a maior
parte desse trabalho. (MOBLEY; HIGGINS; WIKOFF, 2008).
Funções secundárias
O departamento de manutenção muitas vezes assume atividades ímpares que nenhum
outro departamento pode ou quer lidar. Diante disso, deve-se ter atenção para não
diluir as responsabilidades primárias de manutenção com esses serviços secundários.
Quaisquer que sejam as responsabilidades atribuídas ao departamento de manutenção,
é importante que sejam claramente definidas e que os limites de autoridade e
responsabilidade sejam estabelecidos e acordados por todos os interessados. (MOBLEY;
HIGGINS; WIKOFF, 2008)
13
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Algumas dessas funções secundárias que podem fazer parte das atividades da área de
manutenção estão apresentadas a seguir.
Armazenamento
Segurança da fábrica
A área de manutenção pode ser responsável pelo manejo e depósito dos rejeitos da
fábrica, além da manutenção da parte externa, como jardins. (MOBLEY; HIGGINS;
WIKOFF, 2008)
14
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
Direção Industrial
Engenharia/PCM Execução
Direção Industrial
15
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Direção Industrial
Engenharia Oficina
PCM Central
»» aumento da produtividade;
»» aumento da qualidade;
16
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
»» atuação multifuncional;
Forma de Atuação da %
Manutenção 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013
Centralizada 46,20 42,50 40,52 36,62 42,52 36,14 26,28 32,59 31,72 47,30
Descentralizada 13,70 15,83 21,55 21,13 21,26 27,20 33,97 26,67 27,59 23,65
Mista 33,50 41,67 37,93 42,25 36,22 35,96 39,75 40,74 40,69 29,05
Unidade de Negócio 6,60 - - - - - - - - -
17
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Estruturas da manutenção
A manutenção deve ser cuidadosamente adaptada às situações técnicas, geográficas
e de pessoal existentes. No entanto, existem regras organizacionais básicas. Além
disso, existem algumas regras gerais que abrangem condições específicas que regem a
estruturação do departamento de engenharia de manutenção. É igualmente essencial
que exista alguma relação reconhecida estabelecida formalmente para determinar linhas
firmes de autoridade, responsabilidade e prestação de contas. Essa organização baseada
em teorias universais, adaptada às situações locais e dotada de pessoas que interagem
positivamente e com um forte espírito de cooperação, é aquela que, provavelmente,
terá êxito. (MOBLEY; HIGGINS; WIKOFF, 2008)
18
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
19
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Os dados obtidos pela ABRAMAM em 2013 mostram que o cenário nas empresas
brasileiras segue a tendência mundial, onde os níveis hierárquicos da manutenção
são em sua maioria gerenciais, como pode ser observado na tabela 2 e na figura 5.
O percentual de empresas em que a manutenção está no nível hierárquico gerencial
teve um aumento de 27,83%, em 1999, para 54,36%, em 2013.
20
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
21
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
»» Manutenção de caminhões.
»» Manutenção elétrica.
»» Manutenção de instrumentação/automação.
»» Inspeção de equipamentos.
»» Ferramentaria.
»» Segurança do trabalho.
»» Em estrutura matricial.
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PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
Gerente Geral
da Planta
Elétrica e Engenharia de
Mecânica Complementar Planejamento
Instrumentação manutenção
23
UNIDADE I │ PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO
Gerente da
Planta
Gerente de Gerente de Gerente de
Engenharia Manutenção Operação
Manutenção
Oficial de Inspetor
Complementar
Planejador Técnico de
Segurança
Mecânico
24
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO │ UNIDADE I
»» maior flexibilidade;
25
PLANEJAMENTO
E CONTROLE DA UNIDADE II
MANUTENÇÃO
(PCM)
26
CAPÍTULO 1
Estrutura do sistema de controle da
manutenção
Para que ocorra a harmonização e a sintonia entre os processos que tem interação
na manutenção é essencial que exista um Sistema de Controle da Manutenção.
Esse sistema de controle possibilitará identificar de maneira clara informações
importantes, como (KARDEC; NASCIF, 2009):
27
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
28
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
29
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
·· Ferramentas necessárias.
30
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
Fonte: <https://cdn.pixabay.com/photo/2015/08/18/14/09/astronaut-894185_960_720.jpg>.
·· Normal Operacional.
31
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
32
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
33
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
causa, para que a programação feita seja confiável. Com o intuito de que
a programação das máquinas cadastradas no sistema, como máquinas
operatrizes, máquinas de elevação de carga, dentre outras também seja
confiável. A disponibilidade desses recursos deve ser de conhecimento do
planejamento.
Processamento das
Solicitações de Serviço
(SS) Administração da
Matriz de Carteira de Serviços
Planejamento dos Criticidade
Serviços Gerenciamento dos
Padrões de Serviço
Gerenciamento de Ativos
34
CAPÍTULO 2
Sistemas informatizados para
manutenção
35
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
36
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
CMMS - EAM
ERP
Origem Nome Comercial Empresa
37
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
»» Controle de inventário.
»» Recursos humanos.
»» Compras e recebimentos.
38
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
39
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
Fazer as atribuições dos serviços: o CMMS não atribuirá serviços para indivíduos
ou grupos específicos, embora alguns programas fornecem a ferramenta para
nomear integrantes da equipe para uma ordem de serviço, a partir da sua
disponibilidade. Em ambos os casos, o CMMS provém uma vasta quantidade
de informações que possibilita que o gerente de manutenção ou o responsável
pelos agendamentos tome as decisões para distribuição dos serviços.
40
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
»» Implementação parcial.
»» Falta de recursos.
»» Fragmentação de aplicação.
»» Expectativas inapropriadas.
»» Problemas de comunicação.
»» Falta de experiência.
»» Modificações no CMMS.
Seleção do software
O sistema informatizado para o gerenciamento da manutenção é uma ferramenta
essencial para a otimização dos recursos. Por isso, a escolha do software a ser
adquirido e o domínio sobre a sua operação é fundamental para o bom desempenho do
PCM e da Manutenção. Dentre os critérios de seleção para aquisição de um software
CMMC/EAM deve-se considerar prioritariamente (KARDEC; NASCIF, 2009):
41
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
42
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM) │ UNIDADE II
»» Manutenção: Planejamento/Programação.
»» Suprimentos: Materiais/Sobressalentes.
»» Operação ou Produção.
43
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
»» Fazer a programação.
»» Nivelar os recursos.
»» Comprar material.
»» Acompanhar os serviços.
O método CPM (Critical Path Method) ou Método do Caminho Crítico foi desenvolvido,
paralelamente ao PERT, pela Dupont, para o controle das suas atividades de manutenção.
As duas metodologias possuem motivações filosóficas distintas, mas chegam ao mesmo
resultado. No PERT a pergunta seria “Em quanto tempo a tarefa “X” estará finalizada?”,
enquanto que no CPM, o objetivo é realizar o serviço dentro do prazo estabelecido, tendo
em vista que o período de um serviço é definido por um acerto entre a manutenção e
a produção, e esse período será sempre o menor possível. (KARDEC; NASCIF, 2009)
45
UNIDADE II │ PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO (PCM)
Figura 12. Diagramas de representação da sequência de atividades, segundo o sistema americano e o sistema
francês.
A B
1 2
tA tB
A B
tA tB
1,2 = Eventos
A, B = Atividades ou Tarefas
tA, tB = Tempo de duração das tarefas
»» MS – Project;
»» MS – Visio.
46
CONFIABILIDADE,
DISPONIBILIDADE E UNIDADE III
MANUTENIBILIDADE
Nos capítulos dessa unidade estão detalhados os conceitos e itens estudados que
envolvem os termos de Confiabilidade, Disponibilidade e Manutenibilidade.
CAPÍTULO 1
Confiabilidade
47
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
Com o passar dos anos, o termo confiabilidade e seus conceitos tornaram-se objeto de
estudo e passaram a influenciar as ações de indústrias de diversos setores. Por isso, é
importante que seja bem caracterizado e compreendido.
Para o melhor entendimento, cada um dos termos importantes para a definição será
detalhado nos tópicos seguintes.
Probabilidade
A probabilidade é um conceito presente nos estudos estatísticos e tem como definição
(KARDEC; NASCIF, 2009):
48
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
A confiabilidade, por ser uma probabilidade, é uma medida numérica que varia entre 0
e 1, ou seja, 0 e 100%. Tendo em vista esse conceito, a confiabilidade é a probabilidade
estatística de não ocorrer falha de um determinado tipo, para uma certa missão, com
um dado nível de confiança. (KARDEC; NASCIF, 2009)
Função requerida
A função requerida representa a atividade que deve ser cumprida como missão, ou seja,
a realização do serviço esperado. Pode ser definida como o limite de admissibilidade
abaixo do qual a função não é mais satisfatória. (KARDEC; NASCIF, 2009)
Além disso, também se entende por condições definidas de uso, a forma de operação
do equipamento, pois a operação inadequada danifica o equipamento e diminui sua
confiabilidade, afetando inclusive na sua disponibilidade. A WCP Consulting realizou
um estudo para o Ministério da Industria e Comercio da Inglaterra e os resultados
indicaram que 45% das perdas nas indústrias analisadas ocorreram devido as práticas
inadequadas de operação, 30 a 40% das perdas foram atribuídas à erros nos projetos
e condições inadequadas e 10 a 30% estavam associadas às práticas de manutenção
inadequada. (KARDEC; NASCIF, 2009)
49
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
Intervalo de tempo
A confiabilidade varia em função do tempo, como foi visto na equação (1), o que faz
dessa variável fundamental. Para exemplificar, tem-se os carros de Fórmula 1 que
devem realizar uma prova em aproximadamente 2 horas. Caso o tempo de prova seja
modificado de 2 horas para 5 horas, espera-se que a confiabilidade dos carros tenha
uma drástica diminuição. (KARDEC; NASCIF, 2009)
Desempenho e falha
Os equipamentos são projetados segundo uma especificação, ou seja, uma função básica
que irá desempenhar. O desempenho de um equipamento pode receber as seguintes
classificações (KARDEC; NASCIF, 2009):
»» Interrupção da produção.
50
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
Na próxima unidade serão abordados temas específicos para aprofundar o estudo sobre
as falhas, onde serão detalhados tópicos como: determinação da taxa de falhas, como
ocorrem as falhas, quais são os sistemas de tratamento das falhas e como atuar antes
que as falhas aconteçam.
51
CAPÍTULO 2
Disponibilidade
TMEF
Disponibilidade
= inerente (% ) ×100 (3)
TMEF + TMPR
Em que:
TMEF = Tempo médio entre falhas (MTBF – Mean time between failures).
O tempo dado pelo TMEF indica uma medida básica de confiabilidade de itens reparáveis
e, de forma geral, é relacionado à vida média de uma população. O TMPF (tempo
médio para falha) é uma medida básica de confiabilidade dos itens não reparáveis,
como lâmpadas, que são normalmente uma peça ou componente de um equipamento.
(KARDEC; NASCIF, 2009)
52
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
TMEF
Disponibilidade
= técnica (% ) ×100 (4)
TMEM + TMPRativo
Em que:
TMEM = Tempo médio entre manutenções (MTBM – Mean time between maintenance).
O tempo médio para reparo (TMPR) nos cálculos da disponibilidade técnica, assim
como na disponibilidade inerente, não considera os tempos adicionais, como logística,
espera e atrasos, mas inclui as manutenções corretivas e preventivas. (KARDEC;
NASCIF, 2009)
TMEF
Disponibilidade operacional
= (% ) ×100 (6)
TMEM + TMp
Em que:
TMEM = Tempo médio entre manutenções (MTBM – Mean time between maintenance).
53
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
T1 t1 T2 t2 T3 t3 T4 t4 T5 t5 T6
340 8 290 8 640 12 100 6 190 7 160
T 1 + T 2 + T 3 + T 4 + T 5 + T 6 340 + 290 + 640 + 100 + 190 + 160
TMEF = = 286, 7 h
N 6
t1 + t 2 + t 3 + t 4 + t 5 8 + 8 + 12 + 6 + 7
=TMPR = = 8, 2 h
N 5
O TMPR (tempo médio para reparo) está ligado à performance da manutenção, por
isso é um importante indicador para a área e depende de certos fatores (KARDEC;
NASCIF, 2009):
1
TMEF = (7)
λ
Assim, o tempo médio para reparos (TMPR) pode ser definido pelo inverso da taxa de
reparos, como mostra a equação 9 (KARDEC; NASCIF, 2009):
1 (9)
TMPR =
µ
54
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
Tipo 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013
Disponibilidade
85,82 89,30 91,36 89,48 88,20 90,82 90,27 91,30 89,29
operacional
Indisponibilidade
4,74 5,63 5,15 5,82 5,80 5,30 5,43 5,44 6,15
devido à manutenção
55
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
56
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
Tempo Total
(Equipment Time)
Tempo de
Produção Tempo Parado
(Up Time) (Down Time)
Tempo em Tempo em
Modificação Tempo Perdido
Manutenção (Delay Time)
(MaintenanceTime) (Modification
Time)
Tempo em Tempo em
Manutenção Manutenção
Preventiva Corretiva
Calibração e Ajustes
Calibração e Testes
Limpeza do Local
Limpeza do Local
Substituição de
Componentes
Preparação do
Identificação e
Colocação em
Colocação em
Execução do
Diagnóstico
Operação
Inspeção
Operação
Trabalho
Trabalho
57
CAPÍTULO 3
Manutenibilidade
M(t)=1-e-μt (10)
Em que:
58
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
59
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
Melhorias da manutenibilidade
A manutenibilidade e as suas variáveis influenciam diretamente no indicador de
efetividade operacional e englobam (KARDEC; NASCIF, 2009):
»» características do projeto;
»» planejamento da manutenção;
»» Suporte logístico.
»» Requisitos qualitativos:
60
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
›› Modularidade.
›› Padronização.
›› Intercambiabilidade.
›› Manobrabilidade
›› Simplicidade de operação.
»» Requisitos quantitativos:
61
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
equipamentos, desde que todos os itens negociados sejam incluídos na garantida dada
pelo fabricante.
Suporte logístico
A palavra ‘logística’ é uma derivação do termo usado pelos militares para definir a
“ciência que trata do alojamento, equipamento e transporte de tropas, produção,
distribuição, transporte e manutenção de material e de outras atividades não
combatentes relacionadas”. De maneira análoga, no campo empresarial e industrial,
o termo é entendido como aquilo que “engloba todas as atividades que dão apoio e/ou
suporte à produção”. (KARDEC; NASCIF, 2009)
Capacitação de pessoal
62
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
Apesar dos aspectos negativos citados, as empresas nacionais sofrem mais a cada dia
com a concorrência de empresas internacionais que vem para o mercado brasileiro, o
que provoca uma reavaliação em relação ao treinamento e capacitação dos integrantes.
Além disso, ocorre o aumento da tendência da admissão de pessoal com maior nível de
escolaridade. As grandes empresas brasileiras investem em treinamento para as áreas
de operação e manutenção e o Programa Nacional de Qualificação e Certificação (PNQC)
vem sendo aplicado de forma gradativa para o seu próprio pessoal e terceirizados.
O treinamento externo, entretanto, é mais frequente para os gerentes e supervisores.
(KARDEC; NASCIF, 2009)
63
UNIDADE III │ CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE
64
CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE │ UNIDADE III
na figura 18. É possível notar que o número de empresas cientes sobre o programa se
mantém crescente ao longo dos anos, o que é um bom sinal de que a preocupação com
a capacitação dos profissionais da área de manutenção está aumentando. No ano de
2013, o número de profissionais inscritos no programa foi de 25.434, sendo que 17.053
certificados foram emitidos.
65
AS FALHAS NOS UNIDADE IV
EQUIPAMENTOS
CAPÍTULO 1
Como ocorrem as falhas nos
equipamentos
Definição de falha
As causas das falhas podem ser divididas em 3 categorias: falta de resistência, uso
inadequado ou manutenção inadequada. Os erros na especificação dos materiais usados
na fabricação e as deficiências nos processos de fabricação, montagem e no projeto
66
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
67
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Os modelos de falhas
A frequência de ocorrência de falhas pode ser constante, crescente ou decrescente.
As falhas de frequência constante são causadas por eventos aleatórios, resultando
na aplicação de esforços que excedem a resistência intrínseca do equipamento.
A probabilidade de ocorrência desses eventos não tende a variar com o envelhecimento
do equipamento, como esforços excessivos devido a sobrecargas acidentais ou erros
de manutenção e operação que acontecem em uma razão relativamente constante.
(XENOS, 2004)
68
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
69
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Anos atrás, era um consenso aceitar a curva da banheira e admitia-se que os novos
equipamentos sempre apresentam elevada frequência de falhas, seguida de uma
queda, no início da sua operação. Enquanto que os equipamentos mais antigos sempre
apresentavam uma frequência crescente. Entretanto, as iniciativas gerenciais realizadas
com o intuito de reduzir a ocorrência de falhas nos equipamentos podem contestar esse
senso comum e trazer contribuições que suavizam o perfil da curva da banheira, como
pode ser visto na figura 22. (XENOS, 2004)
70
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
A mortalidade infantil, representada pela fase inicial da curva da banheira, pode ser
minimizada pela prática de prevenção da manutenção. Algumas medidas que podem
ser tomadas incluem (XENOS, 2004):
71
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
72
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Além disso, os sinais de falha ficam encobertos pela sujeira. Por isso,
quando se mantém os equipamentos sempre limpos é mais fácil
detectar as falhas de forma antecipada. A limpeza interna e externa
dos equipamentos deve ser uma atividade básica da manutenção, para
manter a boa aparência do equipamento e evitar o acúmulo de sujeiras
que causa as falhas (XENOS, 2004).
73
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
74
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Esses itens são o número de falhas e o tempo de interrupção da produção, que devem
ser constantemente monitorados no dia a dia.
Caso 1
Em uma empresa de transporte ferroviário, no setor de descarregamento de
vagões, o resultado do trabalho das equipes de manutenção dos equipamentos
de descarregamento de vagões era calculado em função da quantidade de
vagões descarregados em um determinado período.
Nesse caso observa-se que o resultado das equipes de manutenção tinha uma
forte influência dos problemas operacionais. Assim, se não houvesse vagões
para serem descarregados, o resultado na manutenção era avaliado de forma
incorreta, já que o pessoal da área não possuía autoridade sobre os problemas
relacionados à operação.
Caso 2
75
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Um método simples para o cálculo dos itens: disponibilidade, taxa de falhas e taxa de
utilização dos equipamentos, é apresentado por Xenos (2004). O método proposto não
tem a intenção de ser um padrão para calcular esses índices nas empresas, mas poderá
servir como orientação para as empresas que querem adotar ou modificar seus índices
para o monitoramento dos resultados da manutenção. Dessa forma, torna-se possível
comparar os resultados desses índices com os de outras empresas.
Figura 23.
76
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
8. Atrasos de Processo: tempo perdido por set up, espera por materiais,
atrasos por interrupção de processos anteriores ou posteriores, incluindo
os atrasos causados por falhas nos equipamentos, produção de produtos
defeituosos, queda de ritmo.
Assim, a partir dos tempos definidos, pode ser realizado o cálculo dos itens:
disponibilidade, taxa de falhas e taxa de utilização dos equipamentos pelas equações:
Tempo Real de Operação (7) F
Taxa de Utilização = =
Tempo Total de Operação (1) A
Tempo de Reparo de Falhas nos Equipamentos (6) E
Taxa de Falhas = =
Tempo Planejado para Operação (3) C
77
CAPÍTULO 2
Como desenvolver um sistema de
tratamento das falhas
Buscar soluções para ocorrência de falhas ainda responde por grande parte do trabalho
no setor produtivo de quase todas as empresas. A ocorrência de falhas inesperadas
toma o tempo que a equipe de trabalho poderia utilizar para aplicar metodologias e
estratégias para evitar que essas falhas aconteçam. Esse tipo de cenário se transforma
em um ciclo vicioso, onde os recursos para a manutenção sempre serão insuficientes,
uma vez que sempre existiram falhas inesperadas a serem corrigidas. Essas falhas,
devido sua própria natureza, tendem a ter um elevado impacto produtivo, uma vez que
geram paradas na linha de produção e exigências de muitas horas extras, tornando-as
muito mais dispendiosas que a simples substituição da peça danificada.
Uma vez que é impossível evitar por completo falhas nos equipamentos, a busca de uma
linha de produção onde exista uma elevada confiabilidade em relação a prever e evitar
as falhas é um processo vital. Nesse capítulo serão abordados os passos necessários para
desenvolver sistemas de tratamento de falhas, bem como as dificuldades e vantagens de
se utilizar esse recurso.
assim, a reincidir. Como exemplos desses fatos temos a troca de um motor elétrico
queimado, onde ao se colocar um motor novo pode-se reiniciar os trabalhos na linha de
produção, contudo, a não identificação das causas da queima do motor elétrico podem
(e geralmete irão) resultar em outra queima de motor inesperada, causando a perda do
motor substituido e paralisação da cadeia produtiva.
Causa
Fundamental
Causa
Fundamental
Ação corretiva
Falha somente para
Causa
Fundamental remoção do sintoma.
Causas fundamentais da
Causa falha não são
Fundamental investigadas.
Falha
reincidente
As mesmas causas
fundamentais atuam
novamente.
7. Execução os projetos.
INÍCIO
Tanto do ponto de vista prático como estatístico a falha zero é impossível de ser
atingida, pois significaria que todos os equipamentos funcionariam perfeitamente sem
nunca sofrer desgaste, em concordância com operadores à prova de falhas que jamais
errariam suas funções. Contudo, as falhas não são eventos inevitáveis ou imprevisíveis,
sendo possível prever com certa segurança seu acontecimento e reparar ou substituir o
componente antes que esse falhe de maneira “inesperada”.
80
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Para que métodos de análise de falhas sejam efetivos, os esforços não devem ser oriundos
apenas do departamento de manutenção, devendo haver apoio do departamento
de produção e operação. Assim como as equipes de manutenção devem se esforçar
para não apenas corrigir as falhas, mas também as prever, as equipes de produção e
operação devem planejar suas atividades de maneira com que os operadores operem os
equipamentos de uma forma que evitem ao máximo as falhas. Ao invés de encarar as
falhas como inevitáveis, as equipes devem trabalhar em conjunto para minimizar sua
ocorrência e seus efeitos nocivos.
Relatar as falhas após seu acontecimento é extremamente desvantajoso, uma vez que
significa que a produção já foi parada, de maneira não programada, por causa dessa falha.
A detecção prévia da falha antes dela ocorrer permite que uma parada do equipamento
seja programada em um horário menos nocivo ao bom andamento da cadeia produtiva,
minimizando, assim, os prejuízos. O termo anomalia é o mais utilizado para designar
sinais de falhas em equipamentos. A diferença entre falha e anomalia é que a anomalia
não necessariamente afeta a capacidade de funcionamento do equipamento.
81
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Quanto às falhas que não podem ser reparadas no âmbito do Departamento de Produção,
a rapidez e precisão do relato para as equipes de manutenção se tornam ainda mais
críticas. Nesse caso, a melhor maneira de assegurar a eficácia das ações corretivas da
manutenção é distribuir as equipes nas áreas de produção, em vez de mantê-las em um
único local. Assim, cada equipe de manutenção terá a responsabilidade de cuidar de um
grupo de equipamentos específico, e não da fábrica como um todo.
A descentralização dá bons resultados nas fábricas de grande porte, e seus benefícios são
inúmeros, pois as equipes de manutenção passam a conhecer melhor um menor grupo
de equipamentos sob a sua responsabilidade. A rapidez e precisão da comunicação
com os operadores da produção são muito maiores, o que melhora as ações corretivas.
Além disso, o relato de ocorrências anormais nos equipamentos se torna mais simples
e menos burocrático.
82
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
É
necessário
reparar
imediata-
mente?
Sim
Executa o
Reparo
Reparo
OK?
Não
Reparo
OK?
Sim
Sim
83
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
»» observar o equipamento e
»» observar o fenômeno.
dos Porquês”. Esse método consiste em indagar os porquês de uma falha, ao menos
5 vezes até chegar a causa-raiz. Um exemplo de aplicação do Método dos Porquês
simultaneamente ao Princípio dos 3 Gen é ilustrado na figura 27.
Figura 27. Utilização do Método dos Porquês e do Princípio dos 3 Gen para solucionar um problema na indústria.
85
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Tabela 11. Aspectos a serem observados na busca das causas fundamentais das falhas.
PRINCIPAIS ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NA BUSCA DAS CAUSAS FUNDAMENTAIS DAS FALHAS
»» Existem padrões de inspeção? A periodicidade das inspeções e seus critérios de julgamento (valores-
padrão) estão definidos?
»» Existem padrões de reforma dos equipamentos? As periodicidades das reformas estão definidas?
Padronização de Manutenção »» Existem padrões de troca das peças? A periodicidade das trocas e seus critérios de julgamento estão
definidos?
»» Existem meios para registrar os resultados reais das inspeções, reformas e trocas das peças?
»» As inspeções, regulagens e trocas de peças dos equipamentos estão sendo feitas com base nos
padrões e de acordo com a periodicidade estabelecida?
Cumprimento dos Padrões de
»» As inspeções, regulagens e trocas de peças dos equipamentos estão sendo feitas com base nos
Manutenção
procedimentos (manuais de manutenção)?
»» Os resultados reais das inspeções, regulagens e trocas de peças estão sendo registrados?
Condições de Operação dos »» Existem procedimentos padrão para operar os equipamentos (manuais de operação)?
Equipamentos »» Os equipamentos estão sendo operados de acordo com os procedimentos padrão?
»» Houve erro de manutenção durante a inspeção, regulagem e troca de peças dos equipamentos?
Revisar padrões de manutenção.
86
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Estabelecendo contramedidas
Após a correção dos sintomas e identificação das causas-raiz, deve-se, em seguida,
ser estabelecida as contramedidas a fim de evitar ou minimizar novas ocorrências
dessa falha. A tabela 12 ilustra possíveis contramedidas para uma falha hidráulica.
É importante salientar que não se deve tomar contramedidas até se ter certeza absoluta
de que as causas fundamentais foram encontradas, do contrário essas medidas terão
apenas um efeito paliativo sendo, portanto, um gasto desnecessário.
»» Trocar as mangueiras de borracha de acordo com a Itens com vida útil limitada devem ser
periodicidade recomendada pelo fabricante → revisar plano trocados periodicamente. Fazer uso
Mangueiras de borracha não de manutenção dos equipamentos. da tecnologia (novos materiais mais
são trocadas periodicamente. resistentes) e introduzir melhorias nos
»» Fazer estudo técnico-econômico para aumento do intervalo
equipamentos. Avaliar a relação
de troca das mangueiras hidráulicas → avaliar possibilidade
custo-benefício das melhorias.
de utilizar mangueiras de teflon.
87
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Cronograma (When)
Contramedidas Justificativas Responsável Local Procedimento
(What) (Why) (Who) (Where) Semana (How)
Semana 1 Semana 2
3
Modificar desenhos
1. Modificar projeto Para reduzir a
e especificações
do eixo para concentração
de engenharia
aumentar o raio de tensões entre Departamento
Daniela e informar o
de concordância as superfícies de Engenharia
Departamento de
entre as superfícies transversais do
Compras sobre as
transversais. eixo.
novas especificações.
Rever especificação
Para avaliar a do material do eixo.
2. Reavaliar material
resistência do Utilizar um dos eixos
empregado no eixo Departamento
eixo aos esforços Rogério em estoque como
através de testes de de Engenharia
combinados de corpo de prova
resistência.
flexão e rotação. para os testes de
resistência.
3. Na partida do
Para evitar Projetar mecanismo
equipamento,
a aplicação sincronizador e
sincronizar o
de esforços Departamento alterar sistema de
acionamento das Newton
assimétricos nas de Engenharia acionamento elétrico
rodas direita e
rodas direita e das rodas direita e
esquerda em todos
esquerda. esquerda.
os carros.
Para verificar
4. Fazer testes Fazer testes de
a presença de
de detecção de detecção de
trincas em outros
trincas (ultrassom) Áreas de trincas segundo
eixos em uso da Fábio
em outros eixos de Produção procedimento de
fábrica e substituí-
outros carros de manutenção T-051-
los antes que
transferência. 92.
falhem.
Alterar
5. Reduzir o intervalo Para evitar outras
temporariamente
de inspeção dos falhas até que as
Departamento o programa de
eixos de 30 para 10 contramedidas 1 Cláudia
de Manutenção manutenção dos
dias (contramedida a 4 tenham sido
carros e sistema de
temporária). executadas.
ordens de serviço.
88
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Uma vez que as falhas sejam corretamente identificadas e tratadas, tende-se a ter
uma queda no número de ocorrências. Contudo, como já explicado anteriormente, é
impossível eliminar por completo as falhas. Caso uma falha ocorra novamente após
toda sua equipe de análise ter se aposentado ou mudado de emprego, a nova equipe de
manutenção teria que começar do zero a investigação do evento, perdendo um tempo
precioso que poderia ser empregado em outras atividades. Uma maneira de evitar esse
retrabalho é a utilização de um sistema de registro de falhas. Esse sistema de registro
de falhas permite não apenas encontrar rapidamente a solução para um problema
específico, como também fornecer subsídios para problemas semelhantes. Por outro
lado, caso as falhas sejam documentadas, mas seus dados não forem analisados
periodicamente, deixando a informação por eles gerada em sua forma bruta, o trabalho
do registro pode ser considerado como desperdiçado.
Mesmo que a coleta e análise de dados de uma falha leve mais tempo que um
brainstorming, ainda sim, a presença de dados prévios é um caminho mais seguro no
auxílio a se romper o círculo vicioso das falhas. O problema é como fazer essa coleta de
informações da maneira mais efetiva possível, permitindo rápidas análises e tomadas
de ações. A simples presença de um grande banco de dados não garante que seja prática
a extração de suas informações. Esses fatos demonstram que o objetivo dos registros
não deve ser apenas guardar informações, mas também as fornecer de maneira concisa
e coesa aos futuros consultantes.
89
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
»» Detecção da falha:
›› descrição da falha;
»» Perdas:
›› perdas de produção;
»» Ações corretivas:
›› tempo de reparo;
›› plano de ação;
O relatório de falha pode ser preenchido pelo técnico de manutenção ou qualquer outro
funcionário com conhecimentos técnicos suficientes para preenchê-lo, desde que esse
tenha participado da equipe de investigação da falha. É recomendado que o relatório
seja revisado pelos supervisores ou gerentes imediatamente após sua conclusão, quando
os detalhes da falha ainda estão recentes na memória de todos. Caso o número de falhas
90
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
seja muito elevado e os supervisores não tenham tempo de avaliar todos os relatórios de
falhas, pode-se estipular um parâmetro de corte, como tempo de parada, para definir
quais relatórios devem chegar às mãos dos chefes. Por exemplo, apenas falhas que
gerem paradas superiores a 30 minutos devem ser revisadas por supervisores, sendo
paradas inferiores a essa tratadas apenas pelo nível técnico.
As falhas reincidentes são um dos maiores problemas para qualquer empresa, devendo
ser tratadas por meio de análises periódicas dos registros de falha. Quanto maior é a
existência de falhas, maior deve ser a frequência e a análise dos dados dos relatórios
por elas gerados.
»» a periodicidade da falha;
Com essa finalidade pode-se elaborar um fluxograma similar ao da figura 26, o qual
indica as fases da análise da falha desde suas investigações iniciais até a análise periódica
dos relatórios de falhas.
91
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
92
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
93
CAPÍTULO 3
Ferramentas para o aumento da
confiabilidade
A equipe de manutenção fica mais envolvida na FMEA de processo, sendo dessa área
oriundos os especialistas para realizar as análises de falhas. Isso se justifica pelo fato de
que a equipe de manutenção tem maior familiaridade com a instalação e operação dos
equipamentos. Essa equipe deve contar com engenheiros e técnicos, sendo a formação
desses a mais complementar possível, a fim de que decisões colaborativas tendam a
englobar todas as facetas do problema abordado, aumentando, assim, a produtividade.
Os principais conceitos utilizados para análise de falhas pelo método FMEA são listados
na tabela 15.
Paralelamente à FMEA, existe também a FMECA, que pode ser entendida como uma
medida do risco de falha, cuja sigla vem do inglês Failure Mode Effects and Critically
Analisys, ou seja, Análise do Modo, Efeito e Criticidade de Falhas. Na FMECA a
precisão na definição da taxa de risco é proporcional ao número de pessoas envolvidas
em sua análise. A diferença entre a FMEA e a FMECA é que enquanto a FMEA foca
mais no aspecto quantitativo em especial da avaliação de projetos, a FMECA também
se utiliza de análise crítica, ou CA (Critically Analisys), o qual leva em consideração a
probabilidade de ocorrência das falhas na sua classificação. (KARDEC; NASCIF, 2001)
94
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
95
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Tabela 18. Ações, prazos e responsáveis estipulados com o auxílio da metodologia FMEA.
Ações Preventivas
Medida Prazo Responsável
Instalar bomba hidráulica 1 mês João
Projetar novo sistema 5 meses Márcia
Fazer escala 2 dias Joaquim
Instalar chuveiro apropriado ao sistema 15 dias Pedro
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AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Tabela 20. Exemplo de emprego do RCFA para encontrar a causa-raiz da falha de uma bomba.
Pergunta Resposta
Por que a bomba falhou? O selo falhou.
Por que o selo falhou? Desgaste excessivo das faces de vedação.
Por que ocorreu o desgaste? Houve superaquecimento.
Por que houve superaquecimento? O flushing não estava alinhado.
Por que o flushing não estava alinhado? O operador se esqueceu de abrir a válvula.
Por que ele se esqueceu? Ele é novo na área e não tinha operado, ainda, uma bomba desse tipo.
Por que ele não tinha operado esse tipo particular de bomba? O seu treinamento não contemplou esse tipo de bomba.
97
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
›› a produção;
›› a qualidade do produto;
›› o meio ambiente;
›› os custos.
98
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Recomendações:
1 - Reprojetar o eixo.
2 - Substituir os eixos em estoque.
3 - Modificar a sistemática de inspeção de equipamento.
Acompanhamento das recomendações
Ação – Reprojetar eixo Responsável: J. Ferrer
Prev. Conclusão:
Data Receb.: 12/6/2001 Data Conclusão: 21/6/2001
22/6/2001
Ação – Substituir eixos do estoque Responsável: A. Salgado
Prev. Conclusão:
Data Receb.: 25/6/2001 Data Conclusão: 22/9/2001
25/9/2001
Ação – Modificar plano de inspeção Responsável: J. Ferrer
Prev. Conclusão:
Data Receb.: 12/6/2001 Data Conclusão: 29/6/2001
30/6/2001
Custo Real Melhoria (US$) Aprovação Data
16.349,00
Fonte: Kardec; Nascif, 2001.
99
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
A relação de Pareto, por sua vez, indica que ao se atacar as causas mais efetivas pode-se
resolver uma parcela significativamente maior dos problemas, aumentando, assim, a
eficiência na solução de problemas. Os principais passos para implementação do MASP
são ilustrados na tabela 21, e as principais tarefas de cada etapa nas tabelas 22 e 23.
O MASP tende a ser mais consistente quanto melhor for o histórico de manutenção.
Assim como na FMEA e RCFA, a interdiciplinaridade da equipe de análise de falhas
é fundamental, pois assim se abrange uma parcela maior das variáveis do sistema,
aprofundando mais a sua análise. É dado especial enfoque à participação de membros
técnicos como mecânicos e operadores, pois o conhecimento adquirido pelo trabalho
desses muitas vezes não é escrito, não chegando, assim, aos círculos responsáveis por
tomar as decisões. O período de observação na aplicação do MASP está diretamente
ligado à atitividade abordada, uma vez que etapas posteriores podem ser sequênciais,
exigindo, então, ações imediatas. Por fim, recomenda-se manter um bom histórico de
manutenção, a fim de evitar o retrabalho investigativo, caso o problema volte a surgir.
100
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
101
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
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AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Com base nas características apresentadas na tabela 24, fica claro que a RCM dá um
maior enfoque à função do que ao equipamento em si. Diferentemente da manutenção
tradicional, a RCM atua por meio da utilização rigorosa sistêmica de dados obtidos,
agindo, assim, com uma metodologia estruturada no combate às consequências das
falhas e seus efeitos mais significativos.
104
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Funções do sistema
Nessa etapa são determinadas as funções realizadas pelo sistema e seus subsistemas
com base no contexto operacional de cada função. Segundo Moubray (1997) as ações
presentes nessa etapa são:
106
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
A etapa final de documentação pode ser realizada por diversos métodos, devendo-se
levar em conta para a escolha a disponibilidade de recursos e a necessidade do processo.
Como principais métodos destacam-se (DE SIQUEIRA, 2005):
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UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Falha operacional
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UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
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AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
Através dos estudos de Nowlan e Heap (1978) a curva da banheira foi atualizada, sendo
identificados seis padrões de taxa de falhas de equipamentos, conforme ilustra a figura
36. O padrão A é a curva padrão da banheira, com altas taxas de mortalidade infantil,
estabilização das falhas e aumento das falhas ao fim da vida útil. No padrão B, a taxa de
falha é constante, com um aumento significativo ao fim da vida útil, sendo essa curva
típica de motores de movimento alternado. O padrão C mostra um aumento gradual
da taxa de falhas durante a vida útil de equipamentos, sendo característico de sistemas
como turbinas, engrenagens e rolamentos. O Padrão D relata um equipamento com
taxa de falhas reduzidas no início de sua vida útil ou após sua manutenção, seguido de
um aumento e estabilização na taxa de falha. O padrão E apresenta uma taxa de falhas
constante durante toda a vida útil. Por fim, o padrão F ilustra um equipamento com
elevada mortalidade infantil, seguida de estabilização ou pequeno aumento na taxa
de falhas, sendo comum em equipamentos eletrônicos. Segundo Siqueira (2005), os
padrões de falha, em todos os componentes, ocorrem por desgaste progressivo, falha
intempestiva, desgaste por fadiga ou mortalidade infantil.
É importante distinguir modo de falha da causa da falha, uma vez que o modo descreve
o que está errado na função do sistema, enquanto a causa descreve o motivo da função
estar errada. Em um equipamento, a causa da falha representa o fenômeno que induz ao
seu modo de falha. O modo de falha pode possuir diferentes causas de falha, em virtude
das particularidades de cada sistema. As causas mais comuns de falhas são erros de
projeto, defeitos do material ou processo de fabricação, falhas de instalação, condições
operacionais inadequadas, falhas de manutenção e falhas operacionais.
111
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Os modos de falha devem ser classificados de acordo com seu impacto no nível de
desempenho na função definida, sendo fenômenos que podem induzir a uma falha.
Segundo Moubray (1997), um desempenho inferior ao desejado, um desempenho
superior à capacidade inicial e ao não cumprimento do desempenho desde o início. Os
modos de falha podem ser originados de sistemas mecânicos, elétricos, estruturais ou
humanos.
Implantação do RCM
Como na implantação de qualquer processo em qualquer organização, a implantação do
RCM deve ser apoiada pela alta gerência, havendo, assim, comprometimento de todos e
aporte de recursos. Segundo Kardec e Nascif (2001), é recomendado que o RCM tenha
um Cordenador Geral ou Gestor, atuando na supervisão da implantação do processo.
A equipe de análise de RCM deve ser multidisciplinar, contando com profissionais
da operação, manutenção, inspeção e segurança, com eventuais participações de
fabricantes de equipamentos ou especialistas externos. A figura 37 ilustra a estrutura
básica de implantação do RCM.
112
AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS │ UNIDADE IV
decisões consensuais nas análises em grupo, prezando pela objetividade das reuniões
e preenchimento das documentações exigidas. É de extrema importância que os
participantes dos grupos não sejam substituídos durante uma análise. É também
responsabilidade dos coordenadores que todos os equipamentos da planta sejam
contemplados pela manutenção.
Os principais benefícios do RCM são listados abaixo (KARDEC; NASCIF, 2001; GARZA,
2002; BACKLUND, 2003; SMITH; HINCHCLIFFE, 2003; LEVERETTE, 2006):
113
UNIDADE IV │ AS FALHAS NOS EQUIPAMENTOS
Outros conceitos específicos sobre o RCM podem ser encontrados nas normas
SAE JA1011, Evaluation Criteria for Reliability-Centered Maintenance (RCM)
Processes e SAE JA1012, A Guide to the Reliability-Centered Maintenance (RCM)
Standard.
114
Referências
KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio. Manutenção: função estratégica. 3. ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2009. 384p.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
Sites
<https://pixabay.com/pt/astronauta-caminhada-no-espa%C3%A7o-894185/>.
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