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Fusão e Deformação
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM........................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÃO DE SOLDAGEM....................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
TERMINOLOGIA....................................................................................................................... 17
CAPÍTULO 3
SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM................................................................................................... 23
UNIDADE II
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO............................................................................................................. 27
CAPÍTULO 1
ELETRODOS REVESTIDOS......................................................................................................... 35
CAPÍTULO 2
TIG......................................................................................................................................... 51
CAPÍTULO 3
MIG/MAG............................................................................................................................... 59
UNIDADE III
SOLDAGEM E CORTE A GÁS................................................................................................................. 73
CAPÍTULO 1
SOLDAGEM A GÁS.................................................................................................................. 73
CAPÍTULO 2
OXICORTE.............................................................................................................................. 82
UNIDADE IV
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM................................................................................................... 84
CAPÍTULO 1
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM...................................................................................... 84
CAPÍTULO 2
ESTUDOS DE CASO E ARTIGOS SOBRE PROCESSOS DE SOLDAGEM POR
FUSÃO E DEFORMAÇÃO......................................................................................................... 92
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
A soldagem é um processo que tem por objetivo final a união de peças metálicas,
seja por meio de forças macroscópicas ou microscópicas. Trata-se de um importante
processo industrial de fabricação de peças metálicas, que evoluiu muito no último
século, conforme o conhecimento expandia e se globalizava.
Os processos de soldagem envolvem não somente a união de duas peças metálicas para
a formação de um novo produto, como trabalha na recuperação de peças desgastadas.
A eficácia de uma solda está associada a diferentes fatores, sejam eles: o processo
propriamente dito; materiais utilizados e recursos humanos capacitados para tal.
Atualmente, existe uma ampla gama de processos envolvidos na soldagem, e cada qual
com o seu objetivo. A escolha do tipo de processo de soldagem ideal é fundamental para
uma solda bem-sucedida, assim como a capacitação das pessoas envolvidas em todas as
etapas do processo, seja de desenvolvimento, fabricação ou reparos.
Objetivos
»» Conhecer o histórico e fundamentos da soldagem.
7
8
INTRODUÇÃO AO
PROCESSO DE UNIDADE I
SOLDAGEM
CAPÍTULO 1
Definição de soldagem
No segundo caso, a união das peças se dá pela proximidade das moléculas ou átomos dos
materiais ou de um material intermediário entre as peças a serem unidas. Ou seja, há
uma ligação química entre materiais, mesmo que esta seja em uma superfície pequena
de contato entre elas. Dentro desta categoria de união, podemos colocar os processos
de brasagem, colagem e soldagem como exemplos.
Para unir peças metálicas usamos o termo “processo de solda” e para unir peças
plásticas usamos o termo “processo de colagem”, por que não se pode usar
colagem para peças metálicas e soldagem para peças plásticas?
Na verdade, existem os dois casos, o que acontece no dia a dia é que nós
associamos o processo de soldagem com altas temperaturas para realizar a
união e temperatura ambiente para colagem, mas esquecemos que existe o
processo de sola a frio (veremos mais adiante) e o processo que utiliza uma cola
aquecida (ex. pistola de “cola quente”).
9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
Processos de soldagem
Podemos imaginar uma peça metálica em nível atômico, todos arranjados de forma
especial com uma característica singular (estrutura cristalina). Estes átomos estão
cercados pelos seus vizinhos, a uma distância r0, na qual a energia do sistema é mínima,
como mostra a figura 1.
+
ENERGIA
DISTÂNCIA
0
r0
-
Sobre esta condição, nenhum átomo tem a necessidade de se ligar a nenhum outro, tendo
uma estabilidade molecular. O que acontece na superfície deste material é que não há
vizinho suficiente para manter esta estabilidade, tendo assim um nível de energia maior
em relação ao átomo que está mais no interior do material. Sabendo disso, é possível
aproximar duas peças metálicas a uma distância de proporção molecular para formar
uma ligação permanente entre elas, assim, uma solda é formada. Este efeito é facilmente
visto quando se coloca em contato dois cubos de gelo, como mostra a figura 2.
SOLDA
10
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
E por que não vemos este efeito com peças metálicas? A explicação disso está
na existência de agentes que impedem esta ligação, obstáculos, que podem ser
de dois tipos:
F
E
A – Metal D
B – Metal + óxido
C – Óxido C
D – Gás absorvido
E – Umidade B
F – Gordura
G – Partícula de Poeira Ionizada
Para superar estas barreiras, dois métodos de união foram criados e que hoje formam as
categorias do processo de soldagem. O primeiro se trata de deformar as superfícies de
contato, permitindo a aproximação atômica entre elas (distância r0), em alguns casos,
um aquecimento localizado das superfícies pode ser utilizado. (figura 4)
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
PRESSÃO
ÓXIDOS
SOLDA
PRESSÃO
No segundo caso, a alta temperatura localizada é utilizada nas peças até a fusão, fazendo
com que as superfícies de contato deixem de existir, criando uma fusão entre elas, a
solda é formada após a solidificação delas. (figura 5).
METAL BASE
SOLDA
A soldagem por pressão é o grupo que é formado pelos processos de soldagem por
forjamento, ultrassom, fricção, difusão, explosão etc.
A soldagem por fusão é constituída por um grande número de processos e que podem
ser separados por subgrupos de acordo com o tipo de energia, por exemplo, a soldagem
12
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
a arco (fonte de energia: arco elétrico) que são os mais utilizados pelas indústrias
metalúrgicas atualmente. Por conta das reações químicas entre o material fundido e a
atmosfera, é comum neste tipo de processo utilizar um meio de proteção para reduzir
ou eliminar os efeitos destas reações. O quadro 1 mostra os diferentes processos de
soldagem por fusão e suas diferentes características.
TIPO DE AGENTE
FONTE DE OUTRAS
PROCESSO CORRENTE E PROTETOR OU APLICAÇÕES
CALOR CARACTERÍSTICAS
POLARIDADE DE CORTE
Automática mecanizada.
Aquecimento
Junta na vertical. Soldagem de aços carbono, baixa e alta
Soldagem por por resistência Contínua ou
Escória Arame alimentado liga espessura ≥ 50mm. Soldagem de
eletro-escória da escória alternada
mecanicamente na poça peças de grande espessura, eixos etc.
líquida
de fusão. Não existe arco.
Automática mecanizada Soldagem de aços carbono, baixa e alta
Contínua ou
Soldagem ao Escória e gases ou semiautomática. liga espessura ≥ 10mm. Posição plana ou
Arco elétrico alternada
arco submerso gerados O arco arde sob uma horizontal de peças estruturais, tanques,
(Eletrodo +)
camada de fluxo granular. vasos de pressão etc.
Soldagem de quase todos os metais,
Soldagem Contínua ou
Escória e gases Manual. Vareta recoberta exceto cobre puro, metais preciosos,
com eletrodos Arco elétrico alternada
gerados por camada de fluxo. reativos ou de baixo ponto de fusão.
revestidos (Eletrodo – ou +)
Usado na soldagem em geral.
Escória e gases O fluxo está contido
gerados ou dentro de um arame Soldagem de aços carbono com
Soldagem com Contínua
Arco elétrico fornecidos por tubular de pequeno espessuras ≥ 1mm. Soldagens de
arame tubular (Eletrodo +)
fonte externa. Em diâmetro. Automático ou chapas.
geral o CO2 semiautomático.
Argônio ou Hélio, Soldagem de aços carbono, de baixa e
Automática mecanizada
Soldagem Contínua Argônio + O2, alta liga, não ferrosos, com espessura ≥
Arco elétrico ou semiautomática. O
MIG/MAG (Eletrodo +) Argônio + CO2, 1mm. Soldagem de tubos, chapas etc.
arame é sólido.
CO2 Qualquer posição.
Manual ou automática.
O arame é adicionado Todos os metais importantes em
Soldagem a Contínua Argônio, Hélio, ou separadamente. Eletrodo engenharia, exceto o Zn, Be e suas ligas,
Arco elétrico
Plasma (Eletrodo -) Argônio + H2 não consumível de com espessuras até de 1,5mm. Passes
tungstênio. O arco é de raiz.
constrito por um bocal.
Manual ou automática. Todos os metais exceto o Zn, Be e suas
Contínua ou Eletrodo não consumível ligas, com espessuras entre 1 a 6mm.
Argônio, Hélio, ou
Soldagem TIG Arco elétrico alternada de tungstênio. O Soldagens de não ferrosos e aços
mistura destes
(Eletrodo -) arame é adicionado inoxidáveis. Passes de raiz de soldas em
separadamente. tubulações.
Soldagem automática. Soldagem em todos os metais, excetos
Soldagem Não há transferência de nos casos de evolução de gases ou
Feixe Contínua, alta Vácuo
por Feixe metal. Feixe de elétrons vaporização excessiva, a partir de
eletrônico tensão (Peça +) (>>10-4mmHg)
Eletrônico focalizados em um 25mm de espessura. Indústria nuclear e
pequeno ponto aeroespacial.
Soldagem a Como acima. Corte de materiais não
Feixe de luz Argônio ou Hélio Como acima
Laser metálicos
Soldagem manual de aço carbono, Cu,
Soldagem a Chama Oxi- Gás (CO, H2, CO2, Manual. Arame adicionado
Al, Zn, Pb e bronze. Soldagem de chapas
Gás acetilênica H2O) separadamente
finas e tubos de pequeno diâmetro
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
Fazendo uma breve comparação com outras técnicas de união de peças, a soldagem
é uma técnica de união permanente, ou seja, quando não se deve ou não pretende
desfazer a união. Como no caso do uso de rebites e parafusos, há uma necessidade de
confeccionar furos nas peças para que a união seja feita, este processo traz com ele uma
fragilização, tendo como contrapartida o aumento de espessuras das seções. No caso de
tubos, podemos comparar a soldagem com as juntas roscadas, que têm características
semelhantes, no entanto, uma solda quando bem feita, não há necessidade de artifícios
para estancar a junta, a própria solda tem esta característica, além de trabalhar bem
sobre grande pressão.
Histórico de soldagem
O processo de soldagem que conhecemos hoje é de um passado recente, cerca de 100
anos, no entanto, o processo de brasagem e soldagem por forjamento existe a milênios,
por exemplo, há museus em que pingentes de ouro podem ter sidos soldados e fabricados
em 4000 a.C.
14
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
consiste em aquecer as peças até atingir uma cor vermelha incandescente, adicionava-
se areia para que as impurezas ficassem na escória e, por fim, os martelavam até a
soldagem.
O processo de soldagem foi importante até o século Xll, com o surgimento do ferro em
estado líquido e, mais tarde, no século XIV e XV com o surgimento dos alto-fornos, que
produziram em alta escala o ferro-fundido. Outros processos de união também foram
surgindo, como o uso do rebite e parafusos, o processo de soldagem por forjamento
acabou sendo substituído por processos mais adequados.
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
Por volta de 1890, Charles Coffin (Estados Unidos) e N.G. Slavianoff (Rússia)
desenvolveram, independentemente, o processo de soldagem a arco elétrico com
eletrodo metálico nu. O eletrodo revestido só seria patenteado em 1907 por Oscar
Kjellberg na Suécia, onde o eletrodo continha uma camada de cal como revestimento,
com a finalidade de estabilizar o arco. Com o avanço da tecnologia, este método é o mais
utilizado até hoje.
16
CAPÍTULO 2
Terminologia
Quadro 2.
ARESTA SOBREPOSTA
METAL DE
ADIÇÃO
POÇA DE FUSÃO
PENETRAÇÃO
SOLDA
METAL BASE
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
I V Meio V
X K U
A escolha do tipo de chanfro depende muito do tipo da junta (figura 9), da geometria
de ambas as peças a serem soldadas, facilidade de acesso e o custo de preparação do
chanfro. As dimensões dos chanfros são definidas através de projetos ou da necessidade
do momento de realizar a união (digo isso por conta de situações onde a tomada de
decisão tem que ser rápida para se obter uma união soldada de emergência).
I I (com fresta)
I (ambos os lados) V
JUNTAS
DE TOPO
Duplo V (ou X) ½V
K U
JUNTAS
DE
CANTO
V V e filete Filete
JUNTAS
DE
ARESTA
I V
JUNTAS
SOBREPOSTAS
Filete Filete duplo
½V K
18
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
Onde:
s = raiz ou nariz.
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
Convexidade
Largura
Face da Solda
Garganta Face
Margem da Solda Reforço
Penetração da Perna
Penetração da Junta
Raiz
Em alguns casos, há a necessidade de se usar uma peça adicional para que a poça de fusão
não escorra para baixo ou para fora da junta, esta peça adicional é chamada de “cobre-
junta”. O cobre-junta pode ser permanente, quando a peça pertence definitivamente à
junta, ou ela pode ser removível, ou seja, ela é retirada após o processo de soldagem.
Como mostra a figura 12.
Zona Termicamente
Zona Fundida (ZF) Afetada (ZTA)
Metal de
Base (MB)
Cobre Junta
A figura 13 também mostra que a união soldada é constituída por zonas, a “zona fundida”
(ZF) é formada pelo material do eletrodo ou matéria de adição com o material fundido
das próprias peças, que é chamado de “material base” (MB). A zona térmica afetada
(ZTA) é a região do metal base que sofre alterações em sua propriedade mecânica e
características moleculares.
A zona fundida não é formada por uma única vez em que o soldador passa com o eletrodo
ou material de adição fundido, pode ser formada por mais vezes, este procedimento é
conhecido como “passe”, tudo isso é feito dentro da altura do chanfro, como mostra a
figura 13. Cada vez que é dado um passe de solda, é formada uma poça de fusão. Em
20
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
várias ocasiões, inclusive nesta apostila, o termo “cordão” é usado para definir a solda
em si e em outros casos, um passe e outros, a própria junta soldada.
Um dos fatores que aumenta o grau de dificuldade em aplicar a solda numa junta é a
posição de soldagem. No caso da soldagem na posição plana horizontal, é a mais fácil de
se aplicar e por esta razão, a mais produtiva. O grau de dificuldade aumenta de acordo
com a posição de soldagem, mas esta situação pode variar quando se faz soldagem em
tubulações. Nas figuras 14 e 15, são mostrados exemplos de posições de soldagem de
topo e de tubos.
21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
22
CAPÍTULO 3
Simbologia de soldagem
Consiste em uma série de símbolos, sinais e números, que fornecem informações sobre
uma solda e/ou operação de soldagem. No Brasil, o sistema mais usado é o da American
Welding Society (AWS A2.4 - Symbols for Welding and Nondestructive Testing) e
consiste dos seguintes elementos:
»» Seta.
»» Símbolos suplementares.
»» Símbolos de acabamento.
»» Cauda.
Lado da
Cauda seta Seta
Linha de referência
23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
O símbolo básico indica o tipo de solda e chanfro desejados. Cada símbolo básico
representa um esquema da seção transversal da solda em questão. Se o símbolo básico
é colocado sob a linha de referência, a solda deve ser feita do mesmo lado da seta. Se o
símbolo básico estiver sobre a linha de referência, a solda deve ser feita do lado oposto
à seta. Segue na figura 17 e 18, alguns símbolos básicos e suas respectivas relações:
Soldas em chanfro
Outros
24
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM │ UNIDADE I
»» C – rebartamento.
»» G – esmerilhamento.
»» M – usinagem.
»» R – laminação.
»» H – martelamento.
A linha base da simbologia determina o local em que a solda irá ser feita, se é do
mesmo lado da seta ou se é do lado oposto.
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE SOLDAGEM
Figura 20. Exemplos de vários tipos de juntas com respectivos símbolos e cordões.
Solda de Filete
mesmo lado
Solda de Filete
lado oposto
Solda de Filete
ambos lados
Chanfro em V
mesmo lado
Chanfro em
duplo V ou X
Solda de Filete
mesmo lado
Solda de Filete
lado oposto
Solda de Filete
ambos lados
26
SOLDAGEM A UNIDADE II
ARCO ELÉTRICO
Introdução
O arco elétrico utilizado no processo de soldagem nada mais é que uma descarga elétrica
em meio a um gás ionizado, a uma alta temperatura, gerando energia térmica suficiente
para fundir o material em uma área localizada para união destas peças. Os primeiros
testes realizados com este tipo de fenômeno, sob condições controladas, foi dado pelo
Sir Humphry Davy, no início do século XIX.
Não existe um limite máximo em um arco elétrico, que pode atingir centenas de milhares
de amperes em determinados circuitos. Para o processo de soldagem mais comum, os
valores variam de 10 a 100 A. No processo de arco submerso, a corrente costuma ser
acima de 1000 A e no processo de microplasma são inferiores a 1 A.
27
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
- Arco +
la
Tensão
(V) Queda (V )
a
Anódica
Queda na
coluna (E.la)
Queda (Vc)
Catódica
Distância
A parte brilhante e visível do arco é denominada como coluna de plasma, ela apresenta
uma variação gradiente térmico e elétrico, a diferença de potencial nesta coluna varia
de acordo com o comprimento do arco, de uma forma quase linear. Então, conforme
o valor da corrente para soldar, a diferença de potencial entre o eletrodo e a peça é
calculada pela fórmula abaixo:
28
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Tensão (V) 6 mm
4 mm
2 mm
Corrente (A)
A figura 23 mostra uma curva de variação da queda de tensão ao longo do arco para dois
valores de correntes diferentes. É possível observar que há uma relação próxima de ser
linear entre a tensão e o comprimento do arco que, quando este valor é muito baixo, o
valor da tensão não tende a zero.
150 A
100 A
Tensão (V)
29
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
O plasma é formado por átomos, íons, elétrons e moléculas. Os íons e os elétrons são
responsáveis pela passagem da corrente elétrica no arco, sendo assim, quanto maior a
produção destes, maior será a estabilidade do arco. A produção dos íons e elétrons é
feita através do choque entre os constituintes desta coluna devido à alta temperatura.
Por ter a massa menor que o restante dos constituintes, os elétrons são obrigados a se
movimentarem em uma velocidade maior, como resultado, quase toda eletricidade é
transportada pelos elétrons. Sendo assim, a neutralidade elétrica do arco tem que ser
mantida com elétrons adicionais, gerados pelo polo negativo do arco (cátodo).
No caso de uma soldagem com o cátodo, tendo um ponto de fusão de valor alto, como
carbono ou tungstênio, a temperatura pode atingir cerca de 3.500 K, para que ocorra a
emissão dos elétrons. Na prática, veremos que este tipo de eletrodo não é consumido,
mas a fusão ocorre no material que tem o ponto de fusão menor.
Quando o cátodo é feito de material que tem o ponto de fusão menor, como aço, alumínio
ou cobre, a temperatura da região catódica fica abaixo de 3.500 K, que não é suficiente
para emissão dos elétrons. Então, um processo alternativo começa a funcionar, a
emissão dos elétrons é dada por uma camada fina de óxido que existe no material do
eletrodo, uma distribuição desta camada começa a surgir e é a partir destes filmes que
começa a emissão dos elétrons. Logo, já imaginamos a solda com deposição de material
do eletrodo, ou seja, o eletrodo é consumido para que a solda ocorra.
Q=VxIxt
Onde:
30
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
É importante manter a ionização do plasma e, para isso, altas temperaturas devem ser
mantidas também no arco elétrico. A figura 24 mostra um exemplo de um perfil térmico
de um arco feito através de um eletrodo de tungstênio e uma peça de cobre a 5m de
distância, sob uma atmosfera de argônio. Claro que se aumentarmos a corrente, maior
será a energia gerada e, com isso, maiores temperaturas iremos encontrar, além das
dimensões do arco.
(-)
15x103 K
15x103 K 15x103 K
14x103 K 13x103 K
12x103 K 11x103 K
10x103 K
(+)
Fonte: Machado, 2007.
Além de luz e calor, o arco elétrico também gera raios infravermelhos e ultravioletas,
devendo sempre ser observados com algum tipo de proteção.
F=BxIxl
31
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
P = PA + (µ0I²/4π²R²) x [1-(r/R)²]
Onde:
P = Pressão.
PA = Pressão atmosférica.
R = Raio do condutor.
Esta Pressão atinge o ápice quando está ao centro, ou seja, r = 0, e é nula quando está
na superfície (r = R).
Eletrodo
P1 ¯
B
Arco
P2<P1
¯
B
P2
Peça
32
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Essas forças, além de atuarem no fluxo dos gases, também influenciam na formação
de gotas do material fundido do eletrodo, para os casos de eletrodos consumíveis. A
pressão é exercida da extremidade sólida do eletrodo, fazendo um estrangulamento
da parte líquida, até que ambos se separem e a gota é formada, sendo assim, a pressão
magnética está ligada diretamente à deposição de material do eletrodo no processo de
soldagem (figura 26).
Eletrodo
FL
Gota
Arco
Podemos dizer que existe um efeito colateral desta pressão magnética, acontece que
a pressão não varia constantemente ao longo do arco, ela consiste em um desvio em
relação à posição normal de soldagem e isso pode ocorrer de forma intermitente
e assimétrica, o efeito é similar a uma chama sendo soprada, daí o nome de “sopro
magnético”. A consequência deste sopro magnético é uma distribuição assimétrica do
campo magnético em torno do arco causando forças radiais que atuam sobre o arco.
Tudo isso pode ser causado por uma mudança brusca de direção da corrente e/ou da
diferença das geometrias das peças a serem soldadas (figura 27).
Eletrodo
Indução
magnética
Sopro Saída de
magnético corrente
Peça
Indução
magnética
33
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
O sopro magnético sempre deve ser evitado porque, geralmente, o arco é direcionado a
uma posição que prejudica a uniformidade do cordão e a penetração da solda, além de
dificultar a operação devido à instabilidade do arco.
Algumas medidas simples podem ser tomadas para evitar ou minimizar os efeitos do
sopro magnético:
34
CAPÍTULO 1
Eletrodos revestidos
Revestimento
Alma
Metal de
Adição Eletrodo
Revestido
Escória
Arco
Solda
Metal de
Base
Poça de Fusão
Seu processo tem aplicação muito ampla, desde oficinas até em campos abertos,
geralmente é usado de maneira manual (sem automatização do processo), sendo muitas
vezes confundido como uma soldagem manual. O processo automatizado ou mecanizado
de solda mais utilizado pelas indútras é a soldagem por gravidade, principalmente em
estaleiros.
O eletrodo nada mais é que uma barra metálica recoberta por uma mistura de materiais
diversos, que varia de acordo com sua aplicação, chamada de “revestimento”. A barra é
35
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
chamada de “alma” e sua função é conduzir a corrente elétrica e ser depositada em sua
forma líquida como material de enchimento no cordão de solda. O revestimento tem
como funções:
»» Através dos vapores gerados pela alta temperarura, criar uma atmosfera
favorável ao cordão de solda dando proteção contra contaminações.
Por outro lado, a soldagem por eletrodo revestido apesenta uma baixa produtividade,
tanto em termos de material depositado no cordão, como em termos no ato de soldagem
em si (relação de tempo de arco aberto em relação ao tempo total ocupado pelo soldador),
que é em torno de 40%. Outros aspectos também são levados em conta quando se pensa
em um processo de soldagem no geral, por exemplo, preparação dos eletrodos antes
de se iniciar a soldagem, treinamentos específicos para um soldador, além do fator
de segurança para quem for aplicar a solda. Há emissão de gases e vapores gerados
durante o processo que podem ser prejudiciais à saúde, pricipalmente em ambientes
com baixa ventilação.
Diferentes metais necessitam diferentes eletrodos, um processo manual pode ser usado
com aços-carbonos, de baixa, média e alta-liga, aços inoxidáveis etc. Materiais de baixo
ponto de fusão, refratários ou reativos, não são soldáveis com eletrodos revestidos.
Diferentes combinações de metais que fazem parte do mesmo grupo ou tipo podem ser
utilizados neste processo.
36
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Quadro 2. Tabela de faixas típicas de espessuras para utilização da soldagem e aços com eletrodos revestidos.
Deve-se tomar muito cuidado para soldar peças com espessuras menores que
2mm, devido à alta temperatura, é muito comum acontecer das peças serem
perfuradas pelo arco. Para espessuras muito grande, o principal fator limitante é
o tempo de soldagem, pois com espessuras acima de 40mm, sua produtividade
começa a decair. Por isso, este tipo de soldagem é muito utilizado para espessuras
entre 3mm a 40mm, em aços.
Consumíveis
Um eletrodo revestido é formado por uma barra metálica, denominada alma, que varia
de 1,5mm a 8mm de diâmetro e 230 a 450mm de comprimento. Esta alma é coberta
por uma camada de liga, denominada revestimento. Sua composição determina as
características dos eletrodos, em termos operacionais, e influencia diretamente as
propriedades mecânicas e químicas do cordão de solda. Além do que já foi dito, o
resvestimento também serve para:
37
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Para isso, as sociedades de padronização ( AWS, DIN, ABNT, ISO etc) criaram algum
tipo de classificação como meio de padronizar de acordo com as características de cada
eletrodo, como poderemos ver no quadro 3. No Brasil, utiliza-se a classificação da ASW.
Por mais variada que seja sua composição, é comum encontrar alguns materiais abaixo
com suas respectivas funções:
38
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Existem também eletrodos revestido por polímeros, neste caso, o material ajuda na
conservação dos eletrodos quando estocados absorvendo a umidade do ar.
»» Revestimento oxidante.
»» Revestimento ácido.
»» Revestimento rutílico.
»» Revestimento básico.
»» Revestimento celulósico.
O tipo de revestimento rutílico tem em sua composição o dióxido de titânio (TiO2), sua
escória também é abuntante e fácil de destacar. São eletrodos de fácil manipulação e
podem ser usados em quanquer posição de soldagem. Produz um tipo de cordão estável
e de baixa a média profundidade. Tem grande versatilidade para o uso.
39
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Mas daí vocês vão me perguntar: “E como vamos saber identificar um tipo de
eletrodo do outro?”. Um sistema de classificação por códigos para eletrodos de
baixo teor de carbono foi criado pela ASW, a combinação de números e letras
dará bastante informação a respeito dos eletrodos, como mostra a figura 29.
Nesse sistema, o eletrodo está repesentado pela letra E, se fosse uma vareta, seria a
letra R. Os dois ou três algarismo a seguir, representados pelos XX, significam o
valor mínimo da resistência à atração do cordão de solda feito em corpos de prova
devidamente especificado. Por exemplo, se o eletrodo depositado no cordão de solda,
nas condições exigidas pela norma, apresentar uma resistência mínima de 70.000 psi e
outro de 100.000 psi, seriam respectivamente classificados como ASW E 70YY e ASW
E 100YY. O próximo algarismo representa a posição de solgaem em que o eletrodo irá
ser utilizado. Exemplo: 1 para todas as posições; 2 para posição plana e horizontal e 4
para posição plana, horizontal e vertical descendente. Por fim, o último indica o tipo de
revestimento e suas características operacionais, mas é somente para eletrodos de aço-
carbono. Alguns exemplos são mostrados no quadro 4.
40
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Eletrodo Tipo de revestimento Posição de soldagem ou tipo (*) Tipo de corrente (**)
E 6010 Celulósico, sódio P, H, V, SC CC+
E 6011 Celulósico, potássio P, H, V, SC CC+, CA
E 6012 Rutílico, sódio P, H, V, SC CC-, CA
E 6013 Rutílico, potássio P, H, V, SC CC+, CC-, CA
E 6019 Ácido/Rutílico, potássio P, H, V, SC CC+, CC-, CA
E 6020 Ácido P, Filite H CC+, CC-, CA
E 7014 Rutílico com pó de ferro P, H, V, SC CC+, CC-, CA
E 7015 Básico, sódio P, H, V, SC CC+
E 7016 Básico, potássio P, H, V, SC CC+, CA
E 7018 Básico, potássio, pó de ferro P, H, V, SC CC+, CA
E 7024 Rutílico, pó de ferro P, Filite H CC+, CC-, CA
E 7027 Ácido, pó de ferro P, Filite H CC+, CC-, CA
E 7048 Básico, potássio, pó de ferro P, H, V, SC, Vd CC-, CA
(*) P – Plana, H – Horizontal, V – Vertical, SC – Sobrecabeça, Filete H – Filete Horizontal, Vd – Vertical descendente
(**)CA – Corrente Alternada, CC+ – Corrente contínua com o eletrodo positivo (polaridade invertida), CC- – Corrente coontínua com o eletrodo
negativo (polaridade direta).
Quadro 5. Tabela de códigos de composição química dos eletrodos de baixa liga (AWS A 5.5).
Código Significado
A1 Eletrodos de aço-carbono-molibdênio (0,40 - 0,65% Mo)
B1 a B9* Eletrodos de aço cromo-molibdênio (0,40 a 10,5% Cr e 0,40 a 1,20% Mo)
C1 a C5* Eletrodos de aço ao níquel (0,80 a 7,25% Ni)
NM Eletrodos de aço níquel-molibdênio (0,80 a 1,10% Ni e 0,40 a 0,65% Mo)
D1 a D3 Eletrodos de aço manganês-molibdênio (1,0 a 2,0% Mn e 0,25 – 0,65% Mo)
G Eletrodos de aço baixa-liga em geral com teor mínimo de pelo menos um dos seguintes elementos: 1% Mn, 0,8% Si,
0,5% Ni, 0,3% Cr, 0,2% Mo, 0,1% V ou 0,2% Cu
M Eletrodos para aplicações militares
P Eletrodos para soldagem de tubulações
W Eletrodos resistentes à corrosão atmosférica
(*) O sufixo L adicionado após o número indica baixo teor de carbono, em geral inferior a 0,05%
41
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Eletrodos de aço inoxidável e outras ligas ricas em cromo, são agrupados na norma
AWS A 5.4. Ainda dentro desta norma, existe uma divisão em cinco grupos de acordo
com as características do revestimento:
301 Aço
Metais 405 Aços
302 310 321 Baixa-
Base 304L 316 316L 317 410 430 446(c) ao
304 314(b) 347 liga
(AISI) 420 C
308 Cr-Mo
301
302
E308 E308 E308 E308 E308 E308 E308 E309 E309 E310 E309 E309
304
308
304L E308L E308 E308 E308 E308 E309 E309 E309 E310 E309 E309
310
E310 E316 E317 E308 E309 E309 E309 E310 E309 E309
314(b)
316 E316 E316 E316 E308 E309 E309 E310 E309 E309
316L E316L E316 E316L E309 E309 E310 E309 E309
317 E317 E308 E309 E309 E310 E309 E309
321
E347 E309 E309 E310 E309 E309
347
405
410 E410 E430(d) E410(d) E410(d,e) E410
420
430 E430 E430 E410(d,e) E430(d)
446 E446 E410(d,e) E430(d)
42
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
E como os eletrodos resvestidos são fabricados? Bom, não existe nenhum segredo ou
tecnologia no processo de fabricação. Os componentes do revestimento são de dois tipos,
os sólidos, transportados em forma de pó, e os líquidos, que são os agromerantes, silicatos
etc. Os arames são transportados em rolos com mais quilometros de comprimento.
Primeiro, uma mistura dos componentes a pó são misturados, e em paralelo, os líquidos
também são misturados em outro processo. Enquanto isso, os rolos de arames são
cortados no comprimento desejável para um eletrodo. Neste ponto, as mituras secas e
líquidas são misturadas, resultando numa mistura pastosa e, ao mesmo tempo, rígida
o suficiente para o transporte. Tanto esta mistura pastosa quanto os arames cortados,
são encaminados para as extrusoras, cujas máquinas fazem a cobertura do arame com
o material de revestimento. Por conta deste processo, lixadeiras nas extremidades dos
eletrodos são posicionadas para dar o devido acabamento e decapagem em uma das
pontas. Depois disto, os eletrodos são encaminhados para fornos de secagem, com
a finalidade de dar as características mecânicas finais, e por fim, são embalados. O
processo completo está esquematizado na figura 30.
ENTRADA Controle de
laboratório
Material para
revestimento
Pureza
Gases Depósito Mistura Estoque de
Granulometria de pó seca pós prontos
Pressão – velocidade
Arames Concentricidade
Pontas – identificação
Corrida Amostras preliminares
Análise Cortes de Depósito de
Diâmetro Arames arames
Marcação
Escovamento
Lixamento
Extrusora de eletrodos
Fornos de
secagem dos
eletrodos
Testes finais
para cada Temperaturas
Depósitos lote Tempo
Embalagens
Pesagem Abertura do arco Aparência do cordão
Marcação das Estabilidade – respingos Características econômicas
embalagens Fusão – fumos Análise química/dimensional
Estanqueidade das Cobertura/destacabilidade Umidade do revestimento
embalagens da escória Ensaios mecânicos e de
soldabilidade
O eletrodo revestido, por mais que seja um material metálico na sua composição, é
de certa fragilidade, o revestimento pode tricar ou até mesmo quebrar em casos de
choques e quedas. Caso isso ocorra, o eletrodo danificado não deve ser utilizado. Há
tamtém a questão da absorção de umidade da atmosfera, um eletrodo convencional
tende a absorver a umidade do ambiente de acordo com o tempo de exposição. O
43
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
2,5
Temperatura: 20°C
98%
2,0
Umidade
Umidade (% peso)
relativa
1,5
73%
1,0
47%
0,5 %
15%
%
0,0
0 100 200 300 400
Tempo (min)
Outros métodos também foram criados para manter ou ressecar os eletrodos, como
no caso do uso de estufas, que armazenam pequenas quantidades de eletrodo em uma
determinada temperatura por um determinado período de tempo, como mostra o
quadro 7 e a figura 32 mostra, como exemplo, o procedimento do uso da estufa.
44
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Ressecagem
Tipo de eletrodo Temperatura (°C) Tempo (h)
Básico 300-350 1,0-2,0
Alto rendimento 250-300 1,0-2,0
Rutílico 70-90 1,0-2,0
Ferro fundido 70-90 1,0-2,0
Inoxidável rutílico 250-300 1,0-2,0
Inoxidável básico 200-250 1,0-2,0
Embalagem Embalagem
fechada aberta
Estufa de 20-30°C
conservação Forno de
ressecagem
150°C 300/350°C
2h
Estufa do
soldador
100°C
4h
45
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Operacional
Os principais parâmetros de processo de soldagem são: tipo de materiais e diâmetro do
eletrodo; tipo de corrente, polaridade e valor; valor da tensão e comprimento do arco;
velocidade de soldagem; técnica de manipulação e sequência de deposição; sentido e
posição das peças.
Alguns parâmetros estão interligados quanto à escolha deles, por exemplo, o tipo e
espessura do revestimento determinam a corrente que for utilizar. Assim como, o
diâmetro do eletrodo varia de acordo com a posição e das espessuras das chapas a
serem soldadas. Outro exemplo são as juntas soldadas fora da posição plana horizontal,
para estes tipos de solda são utilizados eletrodos de almas menores para que possam ter
mais controle da poça de fusão.
Intervalos típicos de corrente, e função da bitola e da classe (AWS), dos eletrodos revestidos para soldagem dos aços ao carbono
E7015 E7024-1
Bitola do E6010 E6027 E7018
eletrodo E6012 E6013 E6020 E6022 E7014 E7016 E7024 E7048
(mm) E6011 E7027 E7018-1
E7016-1 E7028
1,6 - 20 a 40 20 a 40 - - - - - - - -
2,0 - 25 a 60 25 a 60 - - - - - - - -
2,4 40 a 80 35 a 85 45 a 90 - - - 80 a 125 65 a 110 70 a 100 100 a 145 -
3,2 75 a 125 80 a 140 80 a 130 100 a 150 110 a 160 125 a 185 110 a 160 100 a 150 115 a 165 140 a 190 80 a 140
4 110 a 170 110 a 190 105 a 180 130 a 190 140 a 190 160 a 240 150 a 210 140 a 200 150 a 220 180 a 250 150 a 220
4,8 140 a 215 140 a 240 150 a 230 175 a 250 170 a 400 210 a 300 200 a 275 180 a 255 200 a 275 230 a 305 210 a 270
5,6 170 a 250 200 a 320 210 a 300 225 a 310 370 a 520 250 a 350 260 a 340 240 a 320 260 a 340 275 a 365 -
6,4 210 a 320 250 a 400 250 a 350 275 a 375 - 300 a 420 330 a 415 300 a 390 315 a 400 335 a 430 -
8 275 a 425 390 a 500 320 a 430 340 a 450 - 375 a 475 390 a 500 375 a 475 375 a 470 420 a 525 -
46
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
+ -
- + CA
h1 h2 h3
Cordões de arcos muito longos causam dificuldade de controle para o soldador, surge
então respingos, proteção ineficiente do cordão, o arco fica sem direção e concentração e
principalmente causa porosidade. O comprimento correto do arco depende diretamente
47
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
A velocidade com que o soldador executa a solda também influencia na forma do cordão.
O arco deve ficar à frente da poça de fusão, se isso não ocorrer, a velocidade deve ser
ajustada. Quanto maior a velocidade, mais estreita e mais baixa será a penetração,
causando um aspecto de mordedura do cordão e escória de difícil remoção. Velocidade
mais baixa tende a causar um cordão de largura maior, com reforço e penetração em
excessos. Deve-se ter muita atenção ao manuseio do eletrodo, desde a abertura do arco,
até o fim do consumo do eletrodo. A abertura do arco deve ser feita através do contato
muito rápido da alma do eletrodo, na região da peça por onde o cordão de solda deve
passar, e posicioná-lo a uma distância de acordo com o diâmetro da alma, como mostra
a figura 34. Caso abra o arco fora da região fundida, o eletrodo deixará marcas de
abertura de arco na peça, deixando-a com aspecto visível não agradável (na indústria,
essas marcas podem ser consideradas como não conformidades e/ou defeitos na peça),
e até mesmo causar trincas.
Direção de
soldagem 2,5 Ømax
Eletrodo d
Movimento
Enquanto o soldador executa a tarefa, ele deve exercer certos movimentos para garantir
um cordão de solda de boa qualidade, que são três movimentos básico:
48
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Circular Chicote
“C”
“T” Oito
Caixa
49
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
4G
(Sobrecabeça)
2G
1G (plana) (horizontal) 3G
(vertical)
Garganta da solda vertical
Eixo de solda horizontal
45°
4F
1F (plana) (Sobrecabeça)
Se num processo de soldagem o eletrodo chega ao seu fim, mas não finalizou ainda o
cordão de solda, o processo deve ser reiniciado com a remoção total da escória. Quando
isso não acontece, podem ser geradas inclusões e, assim, comprometer a qualidade
do cordão, e dependendo da criticidade da união, esta junta soldada deve ser retirada
e refeita. A dificuldade da remoção da escória vai depender da escolha do tipo de
revestimento, da geometria do cordão de solda e das dimensões que foram usadas nos
chanfros, para o caso de necessidade de chanfros. A figura 37 ilustra a remoção parcial
da escória em uma junta soldada no trecho inicial.
50
CAPÍTULO 2
TIG
A palavra TIG, na verdade, é uma abreviatura do termo em inglês “Tungsten Inert Gas”,
que pela tradução significa gás inerte e tungstênio. É um processo que consiste em unir
peças pela fusão dada através do arco elétrico com eletrodo de tungstênio submetida
a uma atmosfera de gases inertes. A união pode ou não ter o uso de metal de adição, e
quando há necessidade do uso, ela é feita diretamente na poça de fusão. Figura 38.
Eletrodo de W Tocha
Gás de
Metal de
Proteção
Adição
Solda
Metal de
Base
Poça de Fusão
O processo tem este nome de gás inerte pelo fato de que não há reação química entre
o metal base e o gás ou entre a escória e o gás, também não são gerados vapores, que
permitem ao soldador uma ótima visibilidade da tarefa. Outro fato interessante deste
processo é que este usa um eletrodo não consumível e pode se tornar bem viável seu
uso em chapas finas. Seu arco elétrico é bem estável, suave, produz um cordão de solda
de boa aparência de acabamento que, muitas vezes, não tem a necessidade de limpeza
após sua aplicação.
51
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
uso, ficando restrito a processos onde a qualidade da solda é mais importante quanto
à velocidade de aplicação ou custo de operação. Apesar de ter uma ampla variedade
de aplicação em metais e ligas, em várias faixas de espessuras, por conta dos custos de
operação, o processo TIG tem sido utilizado principalmente nas soldagens de metais
não ferrosos e aços inoxidáveis, em peças de espessuras na ordem de 1 a 2mm e em
passes de raíz na soldagem de tubulações.
Uma vatangem que também pode ser atribuída a este processo é o uso do próprio metal
base como metal de adição, bastanto cortar e dar uma forma adequada para a aplicação
na soldagem. Porém, este procedimento é indicado somente quando o metal adicional
padrão não estiver disponível.
Equipamentos
O equipamento necessário para um processo de soldagem por TIG consiste em uma
fonte de energia, um dispositivo de abertura de arco ou ignição, uma fonte de gás, a
tocha apropriada para a soldagem e as mangueiras e cabos elétricos. A figura 39 ilustra
o esquema básico de um equipamento de solda TIG.
Tocha
Ignitor
Gás Arco
Gás
Peça Fonte
52
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Fontes dos tipos eletrônicas vêm sendo usadas nos últimos anos, pois têm como
características um meio de controle maior da saída da corrente, que pode ser ajustável
entre contínua, alternada e pulsada. Em termos de capacidade, uma corrente mínima
fornecida gera em torno de 5 a 10 A e corrente máxima de 500 A.
A tocha funciona como um suporte para o eletrodo fixo de tungstênio e também fornece
o gás direcionado de forma apropriada. A tocha pode ser refrigerada pelo próprio gás,
quando o equipamento tem a capacidade máxima de 150 A, ou refrigerada à água
quando ultrapassa este valor. Neste caso, um circuito fechado de refrigeramento
compõe o equipamento de soldagem.
A tocha funciona como uma pinça que assegura o posicionamento correto do eletrodo
de tungstênio para fazer o contato elétrico. Possui também um bocal que direciona o
fluxo dos gases, o material deste bocal pode ser de materiais metálicos ou cerâmicos
e em diversos tamanhos, variando de acordo com o diâmetro do eletrodo. A escolha
do diâmetro do eletrodo e do bocal varia com a espessura da junta e da corrente a ser
utilizada. A figura 41 ilustra a construção da tocha.
Gatilho
Energia
Pinça
Difusor de gás
Bocal cerâmico
Gás de proteção
Eletrodo Tungstênio Cordão de solda
Gás de proteção
A fonte de gás é relativamente simples, ela é formada por um cilindro ou uma quantidade
de cilindros de acordo com a mistura de gases inertes. Em situações diferentes, mais
53
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
de um gás é utilizado, sempre de uma forma misturada. Para utilizar esta mistura, um
componente chamado de misturador deve ser incorporado ao equipamento.
Consumíveis
Os consumíveis de um processo TIG de soldagem são as varetas e arames, como metais
de adição, e os gases de proteção. Os eletrodos de tungstênio não são considerados
consumíveis, no entando eles sofrem desgastes com o processo, sendo assim, são
substituídos dado um certo tempo de uso, assim como os bocais.
Os gases de proteção usados neste processo, como argônio, o hélio e certas misturas,
são inertes, ou seja, não têm função de atuar na ligação metálica, apenas são usados
para criar uma atmosfera de proteção. Em aguns casos, as misturas de gases contêm
hidrogênio, para a soldagem de aços inoxidáveis. Para soldagem de cobre e suas ligas,
é utilizado o nitrogênio.
54
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Como existe a possibilidade de misturar esses dois gases, o desempenho varia de acordo
com a proporção utilzada, geralmente, a proporção de 80% de Ar de 20% de He, tem
um desempenho melhor de soldagem em relação aos gases usados individualmente.
Claro que a escolha do uso dos gases vai depender da espessura das chapas, do tipo
de metal a ser soldado e da posição. O quadro 10 mostra uma pequena relação entre
espessuras, gases e tipo de correntes.
55
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
A varetas de metais de adição são fabricadas em diversos tipos, apesar de serem feitas
do mesmo material que compõe o material base, as varetas têm uma tolerância muito
inferior e, por consequência, um valor de custo bem mais alto.
56
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
57
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
A vazão do gases tem influência direta na qualidade do cordão de solda. Quando se usa
uma vazão muito baixa, diminui a proteção do cordão de solda e isso causa porosidade,
oxidação do cordão e entre outros efeitos. No entanto, quando se usa uma vazão muito
grande, não terá efeito sobre o cordão, mas elevará o custo da operação. O procedimento
que soldadores experientes usam é de se fazer um teste antes da operação definitiva,
se usa uma vazão mais alta no início e, durante o processo, vão diminuindo a vazão até
perceber uma pequena oxidação do cordão. O ajuste é dado com uma vazão ligeiramente
superior à vazão que iniciou a oxidação, esta é considerada a vazão ideal.
Na indústria, o uso da soldagem TIG tem uma versatilidade muito muito grande,
no entanto é relativamente caro, lento e de baixa produtividade. Então, seu uso
é direcionado à união de peças de materiais de difícil soldabilidade e processos
onde há uma rígida exigência de qualidade no cordão de solda. As pricipais
aplicações são: união de peças feitas em aço inoxidáveis, alumínio, magnésio
e titânio, solda em tubulações, peças de pequenas espessuras ou de grande
precisão e, principalmente, na indústria aeroespacial.
58
CAPÍTULO 3
MIG/MAG
Denominada como GMAW – Gas Metal Arc Welding, traduzindo, soldagem a arco
com proteção gasosa, que consiste na união de peças de metal através do aquecimento
gerado por um arco elétrico feita por um eletrodo metálico nu e consumível sob uma
atmosfera de gases, cujos podem ser ativos ou inertes ao processo. UFA!! Parece difícil
descrito desta maneira, mas é mais simples do que parece. A solda é feita através de um
arco elétrico por um eletrodo consumível (ao contrário da soldagem TIG) e a proteção
é feita sob um ambiente de gases inertes, que não tem uma função física na poça de
fusão, conhecida como MIG (Metal Inert Gas), ou por uma mistura de gases que atuam
ativamente interagindo na poça de fusão, o MAG (Metal Active Gas). A figura 44 mostra
graficamente como é um processo de soldagem MIG/MAG.
Peça
Bico de contato
Metal
solidificado
Arco Bocal
elétrico Gás de proteção
Poça de fusão
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UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Quadro 14. Forma de preparação para diversas espessuras a soldar pelo processo MIG/MAG.
O diâmetro do eletrodo varia entre 0,8 a 2,4mm, já os gases ativos (MAG) são usados
apenas na união de peças de metais ferroso e o tipo de gás é uma mistura rica em CO2 ou
exclusivamente só este gás é utilizado. No caso dos gases inertos, o MIG, é usado tanto
em metais não ferrosos quanto ferrosos, como o cobre, alumínio, magnésio, níquel e
suas ligas.
Por outro lado, o MIG/MAG também tem suas limitações: maior custo do
equipamento, menor variedade de consumíveis, além da principal, maior
sensibilidade à variação dos parâmetros elétricos que, por sua vez, interagem
diretamente à qualidade do cordão de solda. Esta característica implica em
maior controle nos ajustes do parâmetro.
60
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Comprimento
do arco
A solda feita por curto-circuito acontece quando se usa baixa tensão e corrente,
normalmente é a maneira usada para soldar fora da posição plana ou em união de
peças de pequenas espessuras, nesses dois casos, há uma necessidade de baixa energia
de soldagem. Uma gota de eletrodo fundido é formada na ponta, que vai aumentando
de tamanho conforme o tempo passa, até tocar na poça de fusão, atraída pela tensão
superficial. Este tranferência tem como característica uma grande quantidade de
respingo, devido à grande instabilidade do arco. No entanto, estes respingos podem
ser controlados através do controle dos parâmetros de indutância na fonte de energia,
suavizando o curto-circuito, fazendo com que a gota gerada fique em contato com a
poça de fusão. A figura 46 mostra como a gota é formada, passo a passo, na figura 47,
mostra a interação da corrente, tensão da abertura do arco de acordo com a fomação
da gota.
61
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
tempo
zero
período de arco
reignição
extinção
voltagem
curto
zero
A B C D E F G H I
62
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
posição plana. O que causa esta instabilidade é a variação da corrente, o tamanho das
gotas tende a diminuir conforme a corrente aumenta, mas sempre este tamanho será
maior que o diâmetro do eletrodo. A figura 48 ilustra como é feita a transferência
globular.
Então, se conforme aumenta a corrente diminui o tamanho das gotas do metal de adição,
é possível aumentar ainda mais a corrente para obter gotas menores, menores até que
o eletrodo? A resposta é sim, o que vai acontecer é que com a diminuição do tamanho
destas gotas, maior será a quantidade, mas isso ocorre numa faixa esterita de corrente,
que é conhecida como “corrente de transição”. O nome que se dá a esta tranferência é
spray. O uso deste método de transferência só é usado em determinados gases, como o
argônio ou uma mistura de argônio + oxigênio. A tranferência por spray tem um arco
bastante estável, não contém respingos e a aparência do cordão de solda é bem regular
e suave. A figura 49 ilustra este método.
Por conta das características citadas antes, este método é muito indicado para chapas
finas. A soldagem fora da posição plana será mais complicada, devido à grande
quantidade de poça e isso pode dificultar o seu controle.
63
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
1 4 5
2
3
3
2
CORRENTE (A)
4
1 5
TEMPO (MSEGS)
O TEMPO DE PULSO
PODE SER VARIÁVEL
»» A velocidade com que o arame é alimentado tem que ser igual à velocidade
do seu consumo, ou melhor dizendo, da sua fusão.
64
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Alimentador
Arame
Sistema ƒ
de
controle Sensor
Peça
Consumíveis
O MIG/MAG tem como consumíveis o arame eletrodo, gás de proteção e um líquido de
proteção para as regiões próximas ao cordão de solda, contra a adesão de respingo, e
proteção da tocha.
65
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Quadro 15. Tabela de especificações AWS de metais de adição para soldagem MIG/MAG.
A classificação dos arames eletrodos para a soldagem em aços pelas especificações AWS
A 5.18 e A5.28 segue um padrão de classificação conforme os quadros 16 e 17.
Indica um eletrodo
Indica um eletrodo
E XX C – X X X HZ
66
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Os gases utilizados no processo MIG/MAG podem ser ativos, inertes ou ainda uma
mistura deles. A escolha destes gases influencia nas características do arco, na
transferência do metal, na penetração, na geometria do cordão de solda, velocidade de
soldagem e no custo de operação.
O uso dos gases inertes são pricipalmente para união de metais não ferrosos como
alumínio, magnésio, cobre e o titânio. Já no caso de soldagem de materiais ferrosos, uma
pequena adição de gases ativos (óxigênio, por exemplo) resulta numa sensível melhora
na estabilidade do arco, já que a presença de óxidos facilita a emissão de elétrons, por
consequência, melhora a transferência de metal.
Contra a adesão dos respingos provenientes do processo de solda, um líquido pode ser
utilizado como proteção para a tocha e entorno do metal base. Fornecido em forma de
aerosol, ele é aplicado com uma fina camada no bico e no bocal, mas seu uso deve ter
cuidado quando aplicado próximo à região onde deve passar o cordão de solda, pois a
superfície contaminada pelo líquido poderá ocasionar falta de continuidade da solda,
ou em casos de processos de pinturas posteriores, podem ocasionar falta de aderência
da tinta de cobertura.
67
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Figura 52. Representação gráfica dos efeitos de proteção através dos gases.
BOCAL
BICO DE CONTATO
ESCÓRIA SOLIDIFICADA
GÁS DE PROTEÇÃO
ARAME TUBULAR
FLUXO
ESCÓRIA
LÍQUIDA
METAL DE SOLDA POÇA
SOLIDIFICADO DE
FUSÃO ARCO E
TRANSFERÊNCIA
DE METAL
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SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
Ø Garganta Perna I V Velo. Sold. Vel. Arame Taxa dep. Tempo arco
(mm) (mm) (mm) (A) (V) (cm/min) (cm/min) (Kg/h) (min/m)
1,2 2,5 4,0 200 26 50 440 2,15 2,0
1,2 4,0 6,0 290 30 60 1210 5,90 1,6
1,2 5,5 8,0 280 30 30 1100 5,40 3,3
Ø Garganta Perna I V Velo. Sold. Vel. Arame Taxa dep. Tempo arco
(mm) (mm) (mm) (A) (V) (cm/min) (cm/min) (Kg/h) (min/m)
1,2 2,5 4,0 250 28 110 1000 4,69 0,90
1,2 4,0 6,0 360 32 80 1680 7,88 1,25
1,2 5,5 8,0 350 32 42 1515 7,09 2,38
1,6 2,5 4,0 330 30 120 690 5,33 0,83
1,6 4,0 6,0 390 30 84 840 6,50 1,19
1,6 5,5 8,0 375 32 38 780 6,04 2,63
O modo com que o metal é transferido é pelo modo spray, no entanto, melhor distribuído
em relação ao spray do processo MIG/MAG, o que dá outra vantagem ao processo por
eletrodo tubular, quando escolhido adequadamente os gases de proteção, este processo
é livre de respingo. A explicação fica ilustrada na figura 53.
Figura 53. Tendência de espalhar mais as gotas na transferência com arame tubular.
Sólido Tubular
69
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Consumíveis
Os consumíveis deste processo são os gases de proteção, o líquido anti-respingo e o
eletrodo de arame tubular.
Esses arames tubulares são classificados pela AWS e diversos fatores são levados em
conta na hora de classificá-los, como: enchimento de pó metálico ou fluxo convencional,
gases de proteção, corrente, posição de soldagem, composição química e propriedades
do cordão de solda. Os quadros 21 e 22 mostram estas especificações. O sistema de
classificação AWS segue o seguinte padrão:
Indica um eletrodo
Os arames são fabricados a partir de uma fita metálica, esta fita é conformada em
formato de “U”, para que tenha a capacidade de conter o fluxo ou o pó metálico,
70
SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO │ UNIDADE II
como se fosse um “recheio”. Após isso, a fita então é conformada em formato de tubo,
fachando o conteúdo interno, o processo final é a trafilação ou laminação onde se dão
as dimensões finais deste arame tubular. Claro que este processo é muito rápido, são
vários metros de arame tubular por segundo sendo fabricado. A figura 54 ilustra como
é feita a fabricação do arame tubular.
FITA DE AÇO
SILO DE FLUXO
ROLETES
ALIMENTAÇÃO DE CONFORMAÇÃO
PARA DE FLUXO
TREFILAÇÃO
OU
LAMINAÇÃO ROLETES
DE FECHAMENTO
A figura 55 mostra alguns exemplos de fechamento dos tubos. Isto é importante pois
influencia no aparecimento de oxidação nos arames e/ou no desgaste prematuro do
bico.
71
UNIDADE II │ SOLDAGEM A ARCO ELÉTRICO
Sua aplicação nas indústrias tem crescido significativamente nos últimos anos, segundo
Marques (2016, p. 254)
72
SOLDAGEM E UNIDADE III
CORTE A GÁS
CAPÍTULO 1
Soldagem a gás
OXIGÊNIO
+
MAÇARICO
COMBUSTÍVEL
DIREÇÃO DO
MOVIMENTO
METAL DE
ADIÇÃO
SOLDA
CHAMA
POÇA DE
FUSÃO
METAL BASE
73
UNIDADE III │ SOLDAGEM E CORTE A GÁS
Os equipamentos utilizados neste processo são bastantes simples, de baixo custo, que
também podem ser utilizados em outros tipos de processo de conformação mecânica,
como dobra e desempenamento de peças metálicas, preaquecimento e pós-aquecimento
de peças em processos de soldagem, brasagem e corte a gás.
O gás combustível mais utilizado neste processo é o acetileno, por apresentar caractísticas
próprias para a soldagem, como alta taxa de propagação de chama, mínima reação
química com metais, alto potencial energético e, principalmente, alta temperatura de
chama.
Equipamentos
Os equipamentos que compõem este processo são relativamente simples, consistem em
um reservatório de gás combustível e outro de oxigênio, maçarico ou tocha de soldagem,
mangueiras e reguladores de pressão. A imagem 57 ilustra esta composição.
REGULADORES
DE PRESSÃO
CILINDRO DE
OXIGÊNIO
CILINDRO DE
ACETILENO
MAÇARICO
MANGUEIRAS
Os cilindros para os gases armazedos em alta pressão são fabricados a partir de tubos
de aço sem costuras, que chegam a suportar uma pressão de 200kgf/mm² e uma
74
SOLDAGEM E CORTE A GÁS │ UNIDADE III
capacidade de 10m³. Testes hidroestáticos com pressão muito maiores são realizados
para a aprovação da utilização. Todo cilindro deve estar devidamente armazado
conforme as instruções dos fabricantes, nunca se deve utilizar na posição horizontal,
além disso, choques mecânicos violentos devem ser evitados.
Existem dois tipos básicos de maçaricos: tipo injetor, que é de baixa pressão; tipo
misturador, de média pressão. O maçarico do tipo misturador trabalha com a pressão
do acetileno com a mesma pressão do oxigênio, como mostra a figura 58.
Gás
Combustível
Já o tipo injetor trabalha com a pressão do cilindro de acetileno mais baixa que a
do oxigênio, a função do maçarico é misturar os gases através da velocidade alta do
oxigênio, este gás passa por um pequeno orifício, chamado de injetor que, por sua
vez, restringe o volume de oxigênio passando por ele e aumeta sua velocidade, isso faz
com que o oxigênio arraste o acetileno junto de si, devido ao pequeno vácuo criado.
Estes gases se misturam em um tubo divergente, onde há um aumento de pressão. A
proporcionalidade destes gases é dada através do ajuste de pressão do oxigênio, já que
a quantidade de acetileno é dada proporcionalmente à pressão do oxigênio. A figura 59
ilustra como é feita esta mistura no maçarico.
75
UNIDADE III │ SOLDAGEM E CORTE A GÁS
Gás Combustível
Junta do misturador Misturador Lança
Oxigênio
Cabeça da Tocha
76
SOLDAGEM E CORTE A GÁS │ UNIDADE III
Como foi dito antes, a escolha da extensão é dada em função das espessuras
das peças a serem soldadas, para melhor informação, um catálogo de fabricante
deve ser utilizado para executar a tarefa.
A saída dos gases dos cilindros é dada por mangueiras que suportam pressões elevadas
em ambiente agressivo de trabalho. Cores diferentes entre elas são usadas para
77
UNIDADE III │ SOLDAGEM E CORTE A GÁS
identificação dos gases, geralmente, o verde ou o azul são usados para o oxigênio e
vermelho para o acetileno.
Consumíveis
Neste processo, os consumíveis são os metais de adição e os gases, em alguns casos se
utiliza o fluxo de soldagem. O quadro 23 mostra alguns gases utilizados no processo de
soldagem e suas respectivas características.
Neste processo, o acetileno é o mais utilizado como gás combustível, devido a suas
propriedades, ele é incolor e seu cheiro é bem característico. Este é um tipo de gás
que muito raramente se encontra na natureza, então é produzido a partir da reação de
carbureto de cálcio (CaC2) com água (H2O). Em volumes industriais, o acetileno pode
ser fornecido em cilindros de alta pressão ou ser produzido em geradores.
O oxigênio é um gás abundante em nossa atmosfera, se trata de gás incolor e não possui
odor. Ele pode ser obtido de três maneiras diferentes: reação química, eletrólise da água
e liquefação do ar, este que é a maneira mais comum de se obter. O processo consiste
na retirada do gás carbônico, expansão e liquefação do ar. Após este processo, o ar é
separado em colunas onde cada gás é separado de acordo com o ponto de evaporação.
O oxigênio retirado neste processo, chega a ter uma pureza de 99% ou mais.
78
SOLDAGEM E CORTE A GÁS │ UNIDADE III
óxidos metálicos para formar a escória. Eles também ajudam na fluidez e viscosidade
da poça de fusão.
Operacional
A chama oxiacetilênica apresenta duas regiões: o dardo, que é uma chama interna
cônica, de forma bem definida e de coloração azulada, ela se posiciona bem na ponta do
bico, é onde se dá a reação primária, que segue a fórmula:
C2H2 + O2 – 2 CO + H2 + CALOR
A segunda região é chamada de penacho, de formato mais alongado, não muito definido
e de coloração alaranjada ou avermelhada, que segue a fórmula:
79
UNIDADE III │ SOLDAGEM E CORTE A GÁS
CHAMA REGULADORA OU
CARBURANTE
Direção de
soldagem
Direção de
Metal de soldagem Metal de
adição adição
Sold Sold
a
Metal a
Metal
de base de base
80
SOLDAGEM E CORTE A GÁS │ UNIDADE III
Na indústria, seu uso é muito restrito devido a sua baixa produtividade, porém é mais
comum ver este equipamento em departamentos de manutenção, pois é um método de
soldagem muito comum para reparos, chapas finas e tubos de pequenos diâmetros. O
quadro 25 mostra algumas ligas soldáveis com o oxiacetileno
81
CAPÍTULO 2
Oxicorte
Oxigênio
Oxigênio+combustível
Bocal de corte
Chamas
Marcas de corte
Metal de Corte
base
Equipamentos
Os equipamentos são similares ao processo de soldagem a gás e podem ser manuais ou
mecanizados, sendo o último, mais eficaz e feito com precisão. O básico de equipamento
para este processo são:
»» Maçarico.
»» Bicos de corte.
82
SOLDAGEM E CORTE A GÁS │ UNIDADE III
Os maçaricos do oxicorte também são dos tipos misturador e injetor, tendo eles bicos
intercambáveis, que são escolhidos de acordo com a espessura da chapa. Neste caso,
um catálogo de um fabricante do equipamento deve ser consultado.
Operacional
Em função da espessura da peça a ser cortada, uma velocidade de avanço da chama é
determinada. Fica mais fácil controlar esta velocidade em equipamentos e máquinas
automatizadas, já no processo manual, esta velocidade é dada pelo soldador e sua
habilidade. O efeito desta velocidade fica muito visível na superfície cortada, a figura 66
ilustra alguns exemplos.
83
OUTROS
PROCESSOS DE UNIDADE IV
SOLDAGEM
CAPÍTULO 1
Outros processos de soldagem
Feixe de elétrons
Esta soldagem se dá por um bombardeamento de um feixe de elétrons de alta
velocidade, produzindo uma alta concentração de energia e calor, além de radiação
eletromagnética (raio X) no metal a ser soldado. Esse dispositivo, que promove esse tipo
de bombardeamento, consiste em um filamento, usualmente de tungstênio, emitindo
elétrons quando aquecido, além de um anodo tubular, normalmente de cobre.
Parte dessa energia cinética gerada é convertida em calor, fazendo a fusão do material.
Para o processo de soldagem por feixe de elétrons, é necessária uma câmara de vácuo,
bombas para a produção de vácuo, lentes eletromagnéticas, um canhão eletrônico e
uma fonte de energia e sistemas para movimentação das peças envolvidas na soldagem.
Quanto ao uso do vácuo durante o processo de soldagem, pode-se utilizar do alto vácuo,
médio ou a pressão atmosférica, a escolha vai depender do tamanho das peças a serem
soldadas, entre outros fatores. A desvantagem desse tipo de processo de soldagem é seu
alto custo, principalmente devido à necessidade de vácuo, além dos custos em recursos
humanos, pois para este tipo de processo, é necessário que o operador seja qualificado
e bem treinado para a realização dos procedimentos necessários.
Esse tipo de soldagem é aplicável tanto em espessuras finas, como uma folha de
papel, até por exemplo, um cobre de mais ou menos 150 mm ou em 250 mm em aço,
é amplamente utilizado na indústria de foguetes e nuclear, podendo soldar peças de
grande espessura como aço de até 100 mm.
84
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM │ UNIDADE IV
Soldagem a laser
O processo de soldagem a laser se faz por um bombardeamento de um feixe de luz
concentrada e monocromática de alta intensidade, sendo suficiente para fundir e
vaporizar parte do metal da junta.
Na indústria, o laser tem aplicações na soldagem, corte e gravação. Existem dois tipos
de laser que são utilizados para soldagem, são eles: CO2 e o YAG (Ytrium aluminum
garnet), que emitem radiação eletromagnética em comprimento de ondas entre o
infravermelho e ultravioleta.
Os equipamentos necessários são: fonte de energia e seus controles e uma fonte do laser
e seu sistema de refrigeração. Dentre as variáveis da soldagem a laser estão: energia do
feixe; distância focal; velocidade de soldagem e refletividade das peças.
A soldagem LBW tem sido utilizada em fábricas de automóveis, com o auxílio de robôs,
na fabricação da carroceria de veículos.
85
UNIDADE IV │ OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM
Região de Cordão
soldagem de solda
Rolo de pressão
Corrente
Bobina de
indução
Mandril
No processo por pontos, dois eletrodos são posicionados em contato, sobre pressão,
com chapas sobrepostas, a corrente então é aplicada nos eletrodos e a solda então
é executada. Este procedimento pode ser repetido por várias vezes ao longo do
comprimento da junta, ou uma carreira de eletrodos são posicionados de maneira que
a solda ocorra simultaneamente neles. Este processo é muito comum nas indústrias de
automóveis, na fabricação de carrocerias e chassis.
Na soldagem por costura, os eletrodos são em forma de discos que rolam em ambos
os lados da junta das peças sobrepostas, a frequência com que é dada a passagem da
corrente forma pontos de solda muito próximos uns dos outros, formando um cordão
contínuo.
86
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM │ UNIDADE IV
A resistência à corrente elétrica, juntamente com as faíscas que são produzidas durante
o contato dos metais, causam um aquecimento do material, até atingir o ponto de
soldagem. Finalmente, quando as superfícies unidas estiverem aquecidas o suficiente, a
corrente elétrica já pode ser desligada e podem ser pressionadas uma à outra, finalizando
assim o processo de soldagem.
Variáveis
Alta frequência
A soldagem por alta frequência é também conhecida como High Frequency Induction
Welding – HFIW, por ter muita semelhança ao processo de soldagem por resistência,
muitos consideram-nas como se fossem os mesmos processos. O HFIW consiste em
utilizar duas bobinas de alta frequência que, por meio da indução, aquecem a junta por
efeito Joule, facilitando a defomação por pressão e, assim, executando a solda.
Fricção
O processo de soldagem por fricção é um processo em que a união das peças ocorre
no estado sólido, a solda é obtida através do calor gerado pelo atrito entre elas e pela
87
UNIDADE IV │ OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM
pressão de uma contra a outra. O calor gerado pelo atrito e a força no sentido axial
fazem com que as peças se deformem plasticamente, com o decorrer do processo. Para
finalizar, é aplicada uma força adicional para a consolidação da união e formação de
rebarba, como ilustra a figura 68.
A C
B D
Ultrassom
A soldagem por ultrassom se faz pela aplicação de energia vibracional de alta frequência
(ultrassom), enquanto as peças são mantidas unidas sob pressão. A pressão é aplicada
perpendicularmente às superfícies e o ultrassom induz forças de cisalhamento. As forças
de cisalhamento causadas pelo ultrassom quebram e produzem a ligação superficial dos
metais. A soldagem se faz pelo aquecimento e deformação plástica das superfícies em
contato.
Equipamentos
»» transdutor;
»» sonotrodo.
88
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM │ UNIDADE IV
Variáveis
Os metais mais adequados ao uso desse processo são os não ferrosos como o cobre,
alumínio e suas ligas.
Difusão
Conhecido também como Diffusion Welding – DFW, a soldagem por difusão é um
processo que liga materiais por meio de aplicação simultânea de pressão e calor. Quando
ocorre deformação plástica por ação de calor, as camadas de átomos que compõem a
estrutura cristalina do metal vibram e se movimentam em várias direções, ocupando
lugares diferentes nos planos cristalinos.
Este processo traz como vantagem também fabricar componentes na geometria, forma
e/ou dimensões próximas às finais, como se fossem um “blank”; produzir peças de
grandes espessuras com o mínimo de variação das propriedades mecânicas ao longo
da espessura.
Este processo tem seu uso restrito a indústrias de eletrônicos e aeroespacial, pois o
processo tem um custo elevado, só sendo viável quando a produção de itens que
necessitam deste processo tem um volume alto de produção ou que se exige uma
qualidade maior em peças soldadas.
Explosão
O processo de soldagem por explosão utiliza-se de uma energia de detonação de um
explosivo para unir peças metálicas. A fusão dessas duas peças metálicas se dá pelo
alto impacto ao qual uma das peças é lançada ao encontro da outra (daí o significado
de explosão), e ainda, sem adição de materiais extras. O processo todo acontece ao ar
livre, em atmosfera controlada, ou a vácuo, de maneira muito rápida, a temperatura
ambiente, embora ocorra algum aquecimento em ambas as peças, durante o impacto
ou explosão.
89
UNIDADE IV │ OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM
Equipamentos
»» Equipamentos de proteção.
»» Pessoal capacitado.
»» Explosivo.
Laminação
Este processo produz a união de peças metálicas por aquecimento e deformação
superficial por aplicação de pressão. Produz-se chapas metálicas através da laminação
conjunta (co-laminação) de chapas de metais diferentes, geralmente em temperatura
ambiente.
Equipamentos
»» cilindros de trabalho;
»» controle da temperatura.
Este processo pode ser usado, por exemplo, pelas indústrias de aparelhos domésticos,
equipamentos elétricos e indústria automotiva.
Soldagem a frio
A soldagem a frio, também conhecida como soldagem por pressão, é realizada por
aplicação de uma forte pressão das peças a serem unidas, em temperatura ambiente.
O processo pode ser feito por deformação, expulsão, extração ou ainda por rotação. Este
processo é aplicável, na maioria dos casos, para metais não ferrosos como alumínio e
cobre. Uma plicação bastante comum é na fabricação de congeladores de alumínio.
90
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM │ UNIDADE IV
Equipamentos
Eletroescória
Conhecida também como Electroslag Welding – ESW, é um processo que consiste na
união entre peças metálicas através da fusão de um metal de adição e parte dos metais
base, o material fundido é obtido através do calor gerado pela passagem da corrente
elétrica em uma poça de escória fundida. Parece difícil de entender, mas, passo a passo,
fica mais fácil a visualização do processo.
Eletrodo
Escória fundida
Poça de fusão
Escória fundida
Poça de fusão
Solda
Metal de base
Metal
de base
Solda
91
CAPÍTULO 2
Estudos de caso e artigos sobre
processos de soldagem por fusão e
deformação
Teste IMIG/MAG [A] IPLASMA [A] Vsold [m/min] Valim [m/min] (Vsold/ Valim)*102
92
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM │ UNIDADE IV
Quadro 27. Resultados encontrados de acordo com a aplicação das configurações preestabelecidas.
IMIG/MAG =200A IMIG/MAG =240A IMAG =240A
IPLASMA=0A
IPLASMA=60A
IPLASMA=60A
Quadro 28. Resultados encontrados de acordo com a aplicação das configurações preestabelecidas.
Segundo os autores, foi observada uma taxa de consumo maior do eletrodo quando há
corrente do Plasma, que indica a possibilidade do aumento da velocidade de aplicação
e aumento da capacidade de produção. Outro ponto observado foi que a presença do
Plasma diminui a penetração do cordão de solda e aumenta a sua largura e, por último,
que o valor da corrente do Plasma não foi mais significativo no experimento do que a
simples presença dela.
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Para (Não) Finalizar
Automação da soldagem
Na soldagem, a classificação dos processos quanto ao tipo de operação é baseada nos
procedimentos necessários para se iniciar uma solda. Estes procedimentos são:
94
PARA (NÃO) FINALIZAR
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Referências
GEAR, Don.; REX, Muller. Soldagem. Tradução Bassani C. Lange et al. Porto Alegre:
Bookman Editora, 2013.
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