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Educação Popular nas Cartas do Educador
Carlos Rodrigues Brandão
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Fernanda dos Santos Paulo & Adriana Gaio
Editora Livrologia
Chapecó-SC
2021
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Educação Popular nas Cartas do Educador
Carlos Rodrigues Brandão
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN: 9786586218817
DOI: 10.52139/livrologia9786586218817
© 2021
Permitida a reprodução deste livro, sem fins comerciais,
desde que citada a fonte.
Impresso no Brasil
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Fernanda dos Santos Paulo & Adriana Gaio
SUMÁRIO
Carta-Prefácio ............................................................................................. 7
Carta-Pedagógica de Carlos Rodrigues Brandão ........................................ 10
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 15
CAPÍTULO - 1 ......................................................................................... 18
PRIMEIRAS PALAVRAS ....................................................................... 18
CAPÍTULO - 2 ......................................................................................... 28
CAMINHOS METODOLÓGICOS PERCORRIDOS ............................. 28
SISTEMATIZAÇÕES DE EXPERIÊNCIAS ........................................... 35
2.1 CARTAS COMO DOCUMENTOS: RECUPERAÇÃO DO
PROCESSO VIVIDO ............................................................................... 37
CAPÍTULO - 3 REVISÃO DE LITERATURA: ANÁLISECRÍTICA DA
PRODUÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 46
3.1 REVISÃO DE LITERATURA: CONTEXTUALIZANDO OS
ACHADOS .............................................................................................. 48
CAPITULO 4 ........................................................................................... 58
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL ......................... 58
4.1MAPEAMENTO DAS CARTAS DO ACERVO DO EDUCADOR
CARLOS RODRIGUES BRANDÃO: PRINCIPAIS INTELECTUAIS DA
EDUCAÇÃO POPULAR ........................................................................ 71
4.1.1 Educação Popular presente no Acervo de Cartas do educador Carlos
Rodrigues Brandão: principais temas e ideias ............................................ 88
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CARTA-PREFÁCIO
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rias, entre tantas outras questões que emergiram da análise das cartas de
Brandão, remetendo ao inédito viável!
Debruçar-se sobre cartas escritas pelos sujeitos da Educação Popular
dos anos de 1960-1980 é produzir ciência nova, é fazer pesquisa arrojada,
rigorosamente amorosa e dialógica, redescobrindo e reinventando formas de
produzir conhecimento que dialogam por um lado com os princípios freiria-
nos da valorização do saber de experiência feito, do contexto concreto como
ponto de partida – fazendo o caminho, ou trânsito, como gostava Freire
nessa época, do senso comum a consciência filosófica-científica.
Uma carta como as analisadas nessa obra, podem ficar esquecidas
numa gaveta, contendo um conteúdo riquíssimo, registrando a gênese e o
desenvolvimento da Educação Popular, mostrando os sujeitos e ideias que
traduzem o tempo dos anos 1960-1980, mas também as lutas, a clandestini-
dade, as proibições, os cerceamentos, as censuras, os impedimentos... O que
esses sujeitos viveram devem servir de vitamina para nós, hoje em tempos
parecidos – mesmo que diferentes – precisamos tomar como ponto de parti-
da para nossa práxis de educadores/as, pesquisadores/as e produzir o novo,
sem ficar reproduzindo o produtivismo academicista, escrevendo sobre mais
do mesmo, sem inovação ou reinvenção.
Por isso, esse livro planta uma semente: produzir outros tipos de co-
nhecimento é possível. Podemos parar de usar a ciência positivista como
muleta para seguir produzindo academicamente. Precisamos avançar para a
invenção de um novo método, precisamos ousar como Freire e os pionei-
ros/as de 1960-1980.
Penso que temos que seguir as trilhas que esse livroabriu, avançar
nesse novo caminho com passos firmes e de mãos dadas, lançar redes nesse
mar que está a nossa frente, imenso, desconhecido, mas que se mostra aco-
lhedor, que aposta na amorosidade, na acolhida, na partilha, no diálogo, na
ternura, na intuição, na generosidade. Ou seja, que ultrapassa a impressão
dicotômica do ser humano somente racional, suprimindo a emoção, e incor-
pora o que já foi produzido pela Ecopedagogia de Cruz Prado e Gutiérrez;
do pensamento de Maturana (que dialogava com Freire por cartas com o
apoio do prof. Adriano Nogueira); da nova física quântica; da nova biologi-
amorfogenética que afirma que nossos genes são resultado da repetição dos
hábitos culturais (a genética é cultura repetida) ...
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sos documentos do que eu vivia então. E vi ao meu redor, por toda parte,
outras pessoas e coletivos de pessoas como eu fazendo o mesmo.
Restaram algumas cartas menos ―comprometedoras‖ e as que troca-
mos após o final do regime militar no Brasil. Preciosas cartas restantes, jus-
tamente as mais ―inofensivas‖ então.
Há toda uma história apagada, silenciada, destruída durante os longos
anos da ditadura militar. Não foi a primeira vez e nem foi apenas aqui no
Brasil. Pessoas companheiras em países como o Uruguai, a Argentina, o
Paraguai e o Chile passaram pelos mesmos perigos, as mesmas fogueiras e os
mesmos sofrimentos. Não será um exagero lembrar que à diferença de outras
vocações pedagógicas, aquilo q que viemos a dar o nome de Educação Popu-
lar foi algo ao longo que boa parte da América Latina, criado, partilhado,
difundido e praticado entre pessoas perseguidas, presas, torturadas, exiladas.
Quase dezesseis anos exilado fora do Brasil foi o preço pago por Paulo Freire
por pretender criar uma modalidade de educação que ao invés de se servir
interesseiramente do povo, viesse a se colocar em seu nome e a seu serviço.
As pessoas que já ―surgiram no mundo‖ depois dos avanços incríveis
na eletrônica, e que desde cedo são usuárias dos recursos abertos pela inter-
net, dificilmente poderão imaginar o que eram os rituais de uma simples
carta. Escolher o papel, decidir se ―escrita a mão‖ ou com ―máquina de es-
crever‖, escrever ou datilografar. Colocar a carta dentro de um envelope e
endereçar. Levar a carta ao correio. Escolher a modalidade do envio: ―carta
simples‖, ―expressa‖ ou ―registradas‖. Colar os selos, escolhidos quando
possível também por critérios estéticos. Enviar enfim a cara. E esperar dias,
às veze meses por uma resposta. Vivi esses rituais durante décadas em minha
vida. E muitas dentre as cartas preservadas e algumas das que estão neste
livro são o que sobrou de tantos e tantos envios e recebimentos.
Esta não é a primeira vez e que eu sou desafiado a escrever o prefácio
de um livro do qual eu sou um dos personagens. É, na verdade, uma estra-
nha experiência. Mas convenhamos que é desde estranhas experiências que
vivemos os nossos grandes aprendizados.
Educação Popular nas Cartas do Educador Carlos Rodrigues Bran-
dão:Contribuições para a Pedagogia Latinoamericana é um livro que sucede um
outro trabalho que possui também cartas como algo mais do que apenas um
―objeto de pesquisa‖. E sendo eu o emissário da maior parte das cartas deste
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livro, devo antecipar que na verdade o seu protagonista principal não sou eu.
É o professor e educador Paulo Freire. É desde a sua obra inapagável e desde
o seu legado, neste ano em que no mundo inteiro nos reunimos para celebrar
―Os 100 anos de Paulo Freire‖ que minhas cartas foram escritas e o que se
trabalha neste livro de Fernanda e Adriana foi pesquisado criteriosamente e
foi escrito. Assim, saibamos que este é um livro a respeito do legado de Pau-
lo Freire, através – também – de algumas cartas de Carlos Rodrigues Bran-
dão. Assim, este é um livro... ―através de‖.
De meus anos de convivência com Paulo Freire, posso acreditar que
ele sempre me pareceu gostar mais de falar ao redor de um círculo para um
grupo de pessoas do que de dar aulas em uma sala, para uma turma de alu-
nos (expressão que ele sempre evitava). E penso que ele gostava mais de
escrever carta do que de escrever artigos ou capítulos de livros.
Fernanda dos Santos Paulo e Adriana Gaio apresentam uma obra que
―origina-se da necessidade e importância de conhecermos uma parte da his-
tória da Educação Popular ainda não pesquisada – presentes em documentos
como Cartas/correspondências – as quais denominamos como ― Cartas
Pedagógicas. Identificamos e analisamos a Educação Popular presente no
acervo de cartas do educador Carlos Rodrigues Brandão, apresentando te-
mas, ideias e sujeitos presentes em correspondências datadas entre 1964 e
1980.‖ O livro é uma verdadeira Arqueologia nas minhas cartas. A obra é
resultado do projeto vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas interinstitu-
cional ―Paulo Freire e Educação Popular‖, constituído a partir da Associa-
ção de Educadores Populares de Porto Alegre (AEPPA) e Movimento e
Educação Popular (MEP), da pesquisa do CNPq, da pesquisa de Mestrado
de Adriana e do Pós-doc de Fernanda. O livro de vocês está de fato... Anto-
lógico!
Quero dizer que nada que parece ―meu‖ é de verdade meu. Apenas
passa por mim e flui entre nós. E este é o valor de quem somos. Como uma
pessoa no mundo universitário há 60 anos, sempre gosto de dizer que os
nossos currículos ―lattes‖ ou ―vitae‖ deveria ser escritos de uma outra ma-
neira. Não tanto a coleção biográfica do ―quem somos e do que realizamos‖,
mas a memória de através de quem e do que acabamos sendo quem proviso-
riamente somos e logramos junto e através de outras pessoas, ―produzir‖ ou
realizar o que ilusoriamente imaginamos ser ―o que eu fiz‖.
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Escrever um livro não é uma tarefa individual, pois em nossa escrita es-
tamos acompanhados de muitas mulheres e muitos homens que escre-
veram sobre temas que compõem nosso arcabouço teórico, e muitos/as
deles/as passam a ser nossos companheiros de vida, não apenas de es-
tudos ou de uma lista de referências bibliográficas
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APRESENTAÇÃO
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Assim, desejamos que esse livro possa contribuir para os estudos e con-
tinuidades de pesquisas, especialmente sobre a História da Educação Popu-
lar no Brasil - conectada com a história da Educação Popular latino-
americana – e, acerca de pesquisas com Cartas/correspondências, em espe-
cial as Cartas Pedagógicas.
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CAPÍTULO - 1
PRIMEIRAS PALAVRAS
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a) Objetivo Geral:
Investigar as ideias, temas e sujeitos presentes nas cartas de Carlos Rodri-
gues Brandão que possam contribuir para a história da Educação Popular e
para a Pedagogia Latino-americana.
1
Conferir em Fávero (2006, p.209): ―O diálogo era um dos temas presentes em quase todos os
momentos de educação popular no período, principalmente no MEB e no grupo que iniciara o
trabalho com Paulo Freire‖.
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Vale conferir Andreola (2001), que, inspirado em Freire, argumenta sobre a ética da solidarie-
dade humana.
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b) Objetivos Específicos:
1. Identificar os temas e ideias educacionais abordados nas cartas de
Carlos Rodrigues Brandão, entre os anos de 1964 e 1980, e suas relações
com a Educação Popular.
2. Indicar os sujeitos que trocaram cartas com Carlos Rodrigues Bran-
dão entre os anos de 1964 e 1980.
3. Apresentar as contribuições, presentes nas cartas, para a Pedagogia
latino-americana a partir da Educação Popular.
Com relação às questões problematizadoras, que emergiram a partir da
escolha do tema de pesquisa, destacam-se:
3
Há cartas em espanhol, em inglês e em francês. Muitas escritas à mão. Vamos utilizá-las para
pesquisas posteriores.
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Fernanda Paulo (2018) traz expressões utilizadas como sinônimas de Educação Popular: educação
crítica libertadora, cultura popular, educação humanizadora, educação revolucionária.
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Síntese do Capítulo
Uma palavra
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Uma frase
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Um parágrafo
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―Tanto Brandão como Paulo Freire, autores a quem nos filiamos na con-
cepção de Educação Popular, possuem na sua trajetória teórico-prática
Cartas Pedagógicas que estabelecem diálogo com autores de-coloniais.
Interessante que, ao revisitarmos os livros Cartas a Guiné- Bissau e Dialo-
gando com a própria história, localizamos importantes narrativas, que nos
orientam nas reflexões epistêmicas e metodológicas da Educação Popular,
Pedagogia Latino-americana e suas relações com as Cartas Pedagógi-
cas.De partida, dois fundamentos epistêmico-metodológicos se fazem
presentes nas cartas, ambos coerentes com a concepção de Educação Po-
pular: a dialogicidade eaparticipação 5.‖
5
Cartas pedagógicas: tópicos epistêmico-metodológicos na educação
popular. 1. ed. – Chapecó: Livrologia, 2020. (Coleção Paulo Freire; v. 2). Fernanda dos Santos
Paulo, Ivo Dickmann (organizadores)
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CAPÍTULO - 2
CAMINHOS
METODOLÓGICOS
PERCORRIDOS
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(Fernanda Paulo).
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PAULO, Fernanda dos Santos. Memórias e trajetórias: sistematização de experiências de
educação popular e de movimentos sociais. l.ed. - São Paulo: Diálogo Freiriano, 2019.
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No segundo semestre de 2020 participei de um curso de extensão denominado ―Influências da
Filosofia na Pedagogia de Paulo Freire‖, oferecido pela UNINTER e ministrado pela professora
Drª Fernanda Paulo, cujo conteúdo tratou destas influências.
8
Brutscher (2005) expõe as raízes epistemológicas de Freire: mostra que Hegel, Marx e Husserl
foram inspirações de Freire. Em seu livro, encontramos o método dialético e histórico, o méto-
do ver-julgar-agir e o método fenomenológico, que congregam a dialética freireana. No prefácio
desta obra, encontramos a seguinte declaração: "Paulo Freire inspira-se na dialética hegeliana
do Escravo Senhor, mas ele a historiciza e tira daí as consequências para uma educação como
conscientização e emancipação" (GADOTTI, 2005, p.9).
9
Diz Balduino Andreola: ―Paulo Freire conclui Pedagogia do oprimido proclamando sua ―fé nos
homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar‖. Nesse horizonte, por ele
vislumbrado, a ciência e a práxis humana atingem seus limites. O compromisso meramente
político é insuficiente. Cabe avançar nos horizontes da transcendência e da fé. Sem uma ética do
amor e do perdão, a reconciliação e a solidariedade humana parecem quimera vã. São perspec-
tivas que transitou Mounier e transitam hoje pensadores como Paul Ricoeur‖ (2001, p. 18).
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SISTEMATIZAÇÕES DE EXPERIÊNCIAS
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Na tese de Fernanda Paulo (2018), ela apresenta a análise a partir da Pedagogia do Oprimido,
cuja dimensão é o olhar para a totalidade por meio da codificação-decodificação.
11
Encontramos na obra Pedagogia e conflito a argumentação sobre o conhecimento enquanto
mediação da relação educador-educando. Identificamos que esse conhecimento, construído via
mediação, é uma possibilidade da edificação do caminho de libertação em Freire.
12
Conferir no Verbete escrito por Brandão, denominado: Pesquisa Participante/Investigação-Ação-
Participativa, localizado no Dicionário Paulo Freire.
13
No livro Cartas a Guiné-Bissau (1978), na Carta 11, encontramos Gramsci, citado ao tratar do
papel dos intelectuais no processo revolucionário – intelectuais que trabalham com e não para o
povo.
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Nesses pontos, cabe ressaltar que fazemos parte das experiências a par-
tir do projeto de Pesquisa sobre Educação Popular, citado anteriormente. Na
inserção na pesquisa do CNPq, apresentamos trabalhos em Seminários de
Educação e escrevemos artigos e capítulos de livros sobre o tema. Além de
lives.
No segundo tempo construímos questões problematizadoras a partir do
acervo de cartas.
No tempo seguinte (recuperação do processo vivido): realizamos um
trabalho de sistematização das cartas por meio de tabelas e de quadros temá-
ticos que identificassem os temas, as ideias e os sujeitos em correspondências
datadas entre 1964 e 1980.
Em relação à reflexão de fundo, construímos tabelas para contribuir na
sistematização, na análise e na interpretação dos documentos (cartas). Refe-
rente aos pontos de chegada, a publicação deste livro é parte da divulgação
da nossa.
Para Oscar Jara Holliday (2012, p. 33), a Sistematização de Experiên-
cias é uma proposta ―enraizada na história latino-americana‖. E, nesse sen-
tido, reconhecer que a Sistematização de Experiências é considerada uma
ruptura metodológica, como trabalhamos no Seminário Temático: Educação
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Após a construção das tabelas com temas e ideias, organizamos um quadro com os sujeitos,
excertos das falas e categorias que apareceram. Depois, identificamos categorias emergentes a
partir do quadro 1- apresentando-as no capítulo 5º.
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e) Instituições citadas.
f) Cidades, estados, países citados.
g) Outras questões.
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Síntese do Capítulo
Uma palavra
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Uma frase
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Um parágrafo
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―Oscar Jara (2001), nos provoca a pensar em como se pode fazer asistema-
tização de experiências nos colocando que não existe um receituário,mas
algumas propostas que podem contribuir para a realização desse registro-
teórico-prático. Para ele, existem aspectos que colaboram para o registro
dasexperiências e um deles é o da necessidade do sujeito que escreve e
pesquisa terparticipado da experiência, fazendo um recorte daquilo que se
quersistematizar.”
( Fernanda Paulo, 2019)
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CAPÍTULO - 3
REVISÃO DE
LITERATURA: ANÁLISE
CRÍTICA DA PRODUÇÃO
TEÓRICA
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PAULO, Fernanda dos Santos. A Formação do (as) Educadores (as) Populares a partir da
Práxis: Um estudo de caso da AEPPA. 2013. 273 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Educação.Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
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Para produção de artigo, posterior a defesa, desejamos atualizar a nossa pesquisa para 2020/2
e ano de 2021. Realizamos uma revisão sem recorte temporal, localizando uma pesquisa de
Fleuri (1988) e Christofoletti (1994). Observamos que em 2020/2 há mais uma pesquisa conten-
do o descritor ―História da Educação Popular‖: SCHLINDWEIN, Ian Gabriel Couto, A edu-
cação popular sob o céu da história: um estudo a partir da rememoração em Walter Benjamin.
2020. (188 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Educação, Campinas, SP.
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a) Sistematização de Experiências.
b) Análise documental.
c) Pesquisa bibliográfica.
d) Pesquisa Qualitativa.
e) Pesquisa Quali-quantitativa.
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Uma palavra
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Uma frase
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Um parágrafo
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CAPITULO 4
HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO POPULAR
NO BRASIL
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A escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o
ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu
único praticante. Em mundos diversos, a educação existe diferente: em peque-
nas sociedades tribais de povos caçadores, agricultores ou pastores nômades;
em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e industrializados; em
mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito en-
tre as suas classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Esta-
do em formação ou com ele consolidado entre e sobre as pessoas. (BRAN-
DÃO, 2007 p.09).
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Tradução livre: O pensamento de Paulo Freire chega à Colômbia no final dos anos 60. Década
marcada pela ascensão do movimento popular independente e revolucionário; pela figura de
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Pois entre os últimos anos 50 e os primeiros da década inesquecível dos 60, ha-
víamos posto no chão das práticas várias pequenas sementes de um trabalho
generosamente político, realizado através da cultura e por meio, também, da
educação. A ênfase estava posta sobre o que, desde muito antes, em todo o
mundo, vinha sendo uma Educação de Adultos, transformada em pouco tempo
e em nosso meio em múltiplos projetos de Educação Popular. De uma maneira
mais motivada, em pequenos Trabalhos de Alfabetização Popular. Foi a esta
modalidade de vivência pedagógica, que envolvia então não apenas professores
de vocação e educadores de carreira, e que julgo ser conhecida o bastante para
ser de novo descrita aqui, que denominamos genericamente de Cultura Popu-
lar.
Camilo Torres e seu trabalho político e educacional para através do jornal United Front, pelo
bem-estar de muitas instituições e pelo governo / regime da Frente Nacional (1958-1970).
Falou-se então de Educação Libertadora.
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Falar sobre Educação Popular é falar de uma educação que surge fora da escola
e da universidade, pois emerge com iniciativas das organizações populares. Po-
rém, as suas práticas e modo de ensinar tiveram tamanha repercussão que pas-
saram a fazer parte de diversos espaços de nossa sociedade, como escolas, uni-
versidades e grupos de pesquisa. Assim, ao olhar para a história da Educação
Popular e tentar reconstruir sua trajetória, é possível perceber que se trata de
uma tarefa bastante complexa, pois a mobilização em favor da educação do
povo brasileiro, ao longo da história de nosso país, faz parte e se ajusta à histó-
ria das mudanças no cenário político, econômico e das estruturas sociais.
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Nesse sentido, o que passa a ser defendido, a partir da criação dos cen-
tros de cultura, é a reinvenção da cultura a favor das classes populares, e não
como um mecanismo que as mantém em condição subalterna, nas palavras
de Brandão (2001). Ainda conforme Brandão (2001, p. 28), ―uma prática
cultural libertadora deveria envolver trabalho intelectual de reelaboração dos
elementos ideológicos da tradição de um povo.‖. Nasce o Centro Popular de
Cultura (CPC), 1961-1964, incentivando e valorizando a cultura a partir do
conhecimento por meio das experiências de trabalho com os saberes das
classes populares. Foi o primeiro movimento que produziu festas folclóricas,
oficinas de leitura, de teatro e de cinema. Para Vanilda Paiva (1973, p. 236),
neste tempo,
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MEB dedicadas à alfabetização de adultos 18.‖. Isto é, além dos relatos, al-
guns temas, experiências e ideias educacionais constam nas cartas de Carlos
Rodrigues Brandão. Abaixo, apresentamos uma correspondência que discor-
re a respeito de atividades realizadas por ele.
O MEB foi fechado em 1967, logo depois que Maria Alice e eu retornamos dos
estudos no CREFAL, no México. Foi encerrado pelo próprio D. Fernando,
bispo de Goiânia e grande amigo de Maria Alice até a sua morte (a dele). Hou-
ve acusações de que o MEB-GOIÁS estaria abrigando clandestinamente ações
de integrantes da Ação Popular. O que seria uma coisa boa! Ele foi fechado
por falta absoluta de trabalhos sob a ditadura militar, que chegou a Goiás em
1966. [...] Antes de o MEB-GOIÁS ser encerrado, a equipe passou dias e dias
queimando em fundos de quintais todo o material de anos e anos de trabalho
que poderia ser considerado subversivo e aprendido. (BRANDÃO, 2020b, p.
1. Grifos nossos).
18
Os e-mails fazem parte da pesquisa da professora Fernanda Paulo, minha orientadora – proje-
to do qual faço parte. Por conta da pandemia do COVID-19, foi inviável a realização de entre-
vistas presenciais e de visitas na casa do educador Carlos Rodrigues Brandão.
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Há várias experiências que buscaram e ainda buscam romper com a lógica do-
minante, mas aqui vamos destacar apenas as que se tornaram referências lati-
no-americanas por sua abrangência e por sua capilaridade em rede social: o
Movimento de Educação de Base (MEB), criado na década de 1960, que se in-
tegrou aos Movimentos de Cultura Popular; o Movimento de Alfabetização de
Adultos (Mova), criado em 1989; a Rede Educação Cidadã (Recid) e o MOVA-
Brasil, ambos criados em 2003. (PICCIN; BETTO, 2018, p.44).
19
A prefeita é vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e, assim como Paulo Freire, foi um
dos primeiros membros filiados. Sobre essa filiação, sugerimos o documento intitulado ―Órgão
do Comitê Eleitoral Unificado do Partido dos Trabalhadores - São Paulo, outubro 1982‖, no
qual Freire diz que o PT tem como tarefa combater a visão elitista, presente inclusive na classe
trabalhadora. Afirma que a política não é e não deve ser um privilégio das classes dominantes.
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Pela primeira vez surge a proposta de uma educação que é popular não porque
o seu trabalho se dirige a operários e camponeses prematuramente excluídos da
escola seriada, mas porque o que ela ―ensina‖ vincula-se organicamente à pos-
sibilidade de criação de um saber popular, por meio da conquista de uma edu-
cação de classe, instrumento de uma nova hegemonia. (BRANDÃO; AS-
SUMPÇÃO, 2009, p.32).
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Morou em vários estados do Brasil, como Brasília, Goiás e São Paulo e já tra-
balhou como professor universitário em várias universidades brasileiras, dentre
elas, na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e na Universidade
Estadual de Campinas, já aposentado desde a década de 1990. Seus textos são,
sobretudo, nas áreas de Antropologia e Educação, tendo dezenas de livros e ar-
tigos publicados acerca dos temas acima citados. Já no campo da Educação, a
ênfase de suas pesquisas e produções versa sobre Educação Popular. O educa-
dor carioca é, portanto, um andarilho do mundo e um militante apaixonado pe-
la escrita, pela poesia, pela música e pela Educação e Cultura Popular. (PAU-
LO; ZITKOSKI, 2016, p. 49).
Não é por acaso que localizamos nas cartas temas sobre Alfabetização,
Música, Poesia, Cultura, Movimento Popular e Arte como Movimentos de
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Carlos Rodrigues Brandão
A partir do mapeamento das cartas de Carlos Rodrigues Brandão tem sido pos-
sível identificar e analisar a história da educação popular em documentos inédi-
tos, as cartas. Estas são oriundas do acervo pessoal do educador Carlos Rodri-
gues Brandão, assentado em Poços de Caldas/Minas Gerais, e foram entregues
a mim em janeiro de 2019. São 488 cartas, as quais compõem nosso objeto de
estudo, possuindo relevância no campo histórico-educacional, mas nesse texto
apresentamos um breve estudo de 65 cartas, entre os anos de 1996 a 2001. Nos-
so estudo acerca do pensamento do educador Carlos Rodrigues Brandão medi-
ante cartas inéditas traz significativas contribuições para a Educação Popular,
sobretudo no atual contexto político-cultural do país; e 89 no cenário de transi-
ção histórica do país, desde os anos de 1960. (PAULO; DICKMANN, 2020a,
p.88).
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coisa a fazer por aqui. Agora mesmo, estou editando um livro sobre A Ques-
tão Política da Educação Popular. Junto textos de Paulo Freire a Nazira
Vargas. Lá estamos oito de nós, um outro time de companheiros.‖ (fragmen-
to da carta escrita por Brandão, 2 de maio de 1980). Marcos Arruda é geólo-
go, economista e educador popular:
21
Conferir em: https://www.youtube.com/watch?v=TR5ktbQvR4w. Acesso. abril de 2021.
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[...] foi o nome primeiro, a meu ver, que caracterizou todo o movimento de
múltiplas expressões culturais-artísticas promovidas pela UNE antes do golpe
de 1964. A educação popular surgiu neste contexto, e sintonizava com aquela
terminologia e conotação. O popular tinha a ver com o mundo do trabalho, dos
que vivem do seu trabalho e não de rendas do capital. Tinha a ver com os seto-
res pobres e oprimidos, excluídos do sistema educativo convencional, ou preca-
riamente integrados a ele. O ambiente cultural de origem do termo Educação
Popular era ligado à lógica do empoderamento daqueles atores sociais, portan-
to tratava-se de uma educação para a autogestão da luta de libertação do povo.
Fazia parte de um projeto político que visualizava o empoderamento para a
participação política do povo como Sujeito, não mais como objeto ou ator su-
balterno. Portanto, a cronologia do Carlos está correta: o conceito e a prática
da educação popular têm sua origem na década de 60, no caso do Brasil.
(BRANDÃO, 2015, p. 122).
22
Brandão criou um grupo de pessoas para dialogar sobre a questão advinda de Oscar JaraHolli-
day para ele: ―Enfin, elasuntoes que quiero saber a partir de cuándo aparece el uso del término
"Educación Popular". Paulo (2018) denomina esse diálogo como ―e-mail dialógico‖. Fernanda
Paulo (fernandaeja@yahoo.com.br) estava no grupo que iniciou com 8 integrantes: Oscar Jara,
Brandão, Osmar Fávero, Danilo Streck, Moacir Gadotti, Marcos Arruda, Eymard Vasconcelos,
Miguel Arroyo e Balduino Andreola. Depois, ingressaram outros educadores, como Marcos
Raul Mejia, Norma Mechi. A orientadora desta dissertação recuperou em seu e-mail os dados
para a nossa pesquisa.
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Educação Popular nas Cartas do Educador
Carlos Rodrigues Brandão
creveu sua tese de doutorado com o tema ―teologia da libertação‖. Seu traba-
lho esteve voltado aos oprimidos. Assim como outros educadores progressis-
tas, foi perseguido pelo regime militar, acusado de subversivo.
Nas cartas de Brandão, Rubem Alves é citado como amigo e compa-
nheiro de trabalhos populares. As ideias presentes são: trabalho e religiosi-
dade popular a favor dos oprimidos. Os temas trabalho, religiosidade e educação
estão presentes, ao lado de referência a outros sujeitos, presentes nas cartas
de Carlos Rodrigues Brandão. Muitas vezes, não há o nome do destinatário,
sendo mencionados como: velho companheiro, irmão e pastor. Em uma
carta para Joel (abril de 78), Brandão descreve alguns diálogos com Rubem
Alves sobre sua amizade, companheirismo, trabalho popular e projetos futu-
ros.
No fragmento abaixo, carta destinada ao ―companheiro‖, em 1978, cita
Rubem Alves, que acompanhava o seu trabalho e dos muitos encontros no
Brasil e na América Latina.
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[...] uma carta só terá cunho pedagógico se seu conteúdo conseguir interagir
com o ser humano, comunicar o humano de si para o humano do outro, pro-
vocando este diálogo pedagógico. Sendo um pouco mais incisivo nesta refle-
xão, diríamos que uma Carta Pedagógica, necessariamente, precisa estar grávi-
da de pedagogia. Portar sangue, carne e osso pedagógicos.
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Carlos Ro- Meu velho e querido 18/01/1980 Ministrando curso sobre metodolo-
drigues mestre e pastor, gia de pesquisa em Goiás.
Brandão
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gente, mas também treinados sobre o método a ponto de sabê-lo usar, ao mes-
mo tempo, com eficiência autônoma e criatividade.
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Nos anos 60, vai surgir pesquisa participante, eu até costumo dizer que foram as
três experiências latino-americanas, basicamente, que acabaram repercutindo no
mundo inteiro, a educação popular, nos anos 60, a teologia da libertação, 60,70, e
a pesquisa participante; ainda agora eu estou vindo da Colômbia, do encontro in-
ternacional de pesquisa participante. (Entrevista, 2015 – grifo nosso).
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Junto aos textos de Paulo Freire e Nazira Vargas. Lá estamos oito de nós,
um outro time de companheiros.‖ (Carta de Brandão).
No livro citado, A Questão Política da Educação Popular (BRANDÃO,
1980), os companheiros são: Paulo Freire, Luís Eduardo, Aída, Bezerra,
Vanilda Paiva e Brandão, conforme localizamos na carta de Brandão, escrita
para ―Querida Aldayr‖.
A publicação do livro ―A questão da educação política da Educação Popu-
lar”, em sete artigos, ocorreu na mesma época do retorno de Paulo Freire do
exílio. O livro também apresenta quatro cartas que contemplam a escrita dos
Círculos de Cultura de São Tomé e Príncipe, onde a política da educação
política popular é literalmente exposta em trabalhos de alfabetização e pós-
alfabetização, escritos por Paulo Freire.
Dos autores do livro, três deles pertencem ao Movimento de Educação
de Base, estando, entre eles, Bezerra, cujo texto reconstrói práticas anteriores
e faz críticas às práticas anteriores de educação popular. Luís Eduardo Wan-
derley foi da Equipe Nacional do MEB, e discutiu e avaliou as condições
concretas de uma educação popular democratizada.
Silvia Manfredi, Vanilda Paiva e Pedro Garcia participaram de traba-
lhos na Educação Popular, quando estudantes. Sílvia pesquisa problemas
teóricos e metodológicos da educação popular. Vanilda discute qual o alcan-
ce da educação estendida pelo estado às classes subalternas. Pedro Garcia
estuda o saber popular como matéria prima da Educação Popular. Carlos
Rodrigues Brandão, também autor do artigo A cultura do povo e a Educação
Popular: Sete canções de militância pedagógica, acompanhado de enunciados de
início e notas ao final, fala da Cultura Popular como conhecimento intelec-
tual do povo.
Outros apontamentos são de suma importância, os quais são:
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Medelimé resultado e adaptação da Igreja da América Latina ao VII. A Igreja Católica inicia
uma caminhada de renovação no Concílio Vaticano II. Ou seja, ―A Igreja assume de forma
clara o trabalho de inserção nas comunidades pobres. A educação passa a ser pensada numa
perspectiva libertadora e há a inserção dos religiosos nas comunidades de base.‖( SIQUEIRA,
BAPTISTA e SILVA (2018, 648).
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16 de junho Paulo Freire, Brandão Este poema faz parte de nosso livro A Questão
de 1980 mestre e amigo Política da Educação Popular. A Brasiliense vai
lançá-lo nas ruas ainda nesta semana. Ficou
muito sério e muito bonito. São sete artigos de
sete de nós. Começa com um prefacio de um
lavrador mineiro e termina com as suas 4 cartas
aos animadores de São Tomé e Príncipe. O livro
vai ser lançado na SDPC, onde espero vê-lo,
quem sabe? com calma e vagar.
8 de novem- Nicole, minha Brandão Por aqui há uma redescoberta da Educação
bro de 1980 doce irmã Popular. Na verdade, o pessoal do Sul não está
descobrindo nada demais. O que tem sido cha-
mado de Educação Popular a Igreja já fazia em
1962 no MEB, ou fazia, como Pastoral Popular,
em tantas dioceses, em tantos cantos, junto com
o povo.
[...] em janeiro ainda vamos ter três dias de
estudos para pensarmos o trabalho de Educação
Popular na Diocese.
01 de maio Queridas Brandão Na educação muita coisa acontecendo. O pessoal
de 1980 professoras do CEDES criou um grupo de Educação Popu-
lar. Eu preparo um livro para ser editado pela
brasiliense até julho. Coisa fina, com 8 autores.
Gente do nosso grupo quer começar consigo
(mesmo sem verba ainda) una parte da pesquisa
de saber popular. Acabo de acertar em Goiás
uma pesquisa participante na área da educação.
18 de janeiro Meu velho e Brandão Eu tenho muita vontade de viver uma experiên-
de 1980 querido mestre cia "de mundo", entrar em lugar do Paulo Freire
e pastor, e para trabalhar com Educação Popular é algo
que me motiva muito mesmo. Mas há muito a
conversar ainda. Qual o lugar onde eu seria mais
útil agora?
17 de janeiro Meu amigo Brandão O RELATO DE 0 MEIO GRITO - Paulo escre-
de 1980 Jether veu um longo relato explicando o que foi a pes-
quisa e como ela foi feita, desde o trabalho ante-
rior da equipe de pesquisa. Ficou muito bom e
muito útil. Neide vai escrever um texto sobre a
pesquisa participante, do ponto de vista da
Antropologia Social. Eu vou escrever um outro,
falando de pesquisa-participante como uma
forma de Educação Popular. Deverá ser publica-
do como um futuro Caderno do CEDI
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10 de maio Paulo, compa- Brandão Falei com o pessoal do NOVA, no Rio de Janei-
de 1980 nheiro. ro. Eles me haviam convidado para um pequeno
(Freire) encontro interno sobre Educação Popular. Coisa
que fazem todos os anos. Haviam dado a liber-
dade para que eu escolhesse um outro convidado.
Indiquei o seu nome e ele foi muito bem aceito. É
o pessoal do NOVA que escreve os textos de
Educação Popular que o CEDI que publica. Este
é um encontro de umas 15 a 20 pessoas por 2
dias. Vai ser em 12 e 13 de junho, no Rio. Eles
confirmaram o convite a você pedindo que você
entre em contato com eles. [...]
Entreguei na Brasiliense um livro sobre Educa-
ção Popular. Uma coletânea de textos de 9
autores. Começa com um prefácio de um lavra-
dor [...]. O diretor o encomendou um pequeno
livro chamado Que é Educação? pra jovens.
Fiquei entusiasmado e devo fazê-lo até setembro.
29 de janeiro Pedro, irmão Brandão Ha promessas de uma volta a dedicação aos
79 estudos e trabalhos de Educação Popular a quem
tenho sido fiel há l6 anos e para onde quero
voltar de corpo e alma. Com a poesia e muito
mais do que com a antropologia acadêmica -
seria o meu modo de fazer alguma coisa.
13 de agosto Júlio Barreiro, Brandão Eva viu a Luta acaba de sair aqui no Brasil em
de 1979 amigo Educação e Sociedade (nº 3). Se interessa a
vocês, posso enviar um número da revista. Eu
fico feliz de saber que ela acompanha os profetas
o se veste de espanhol, o que é como ganhar uma
outra vida.
Creio que em minha última carta eu falava de um
livro sobre Educação Popular. Penso agora que a
iniciativa de vocês torna a minha ideia sem
efeito. Ou, pelo menos, obriga a que ela seja
repensada e, quero saber se prevista para algum
ano próximo. Por aqui voltamos a falar em
―trabalho com o povo‖ e em Educação Popular
como nos idos de 1964* Queira Deus que tenha-
mos aprendido com as lições do passado e sai-
bamos agora medir o tamanho de nossos gestos e
os momentos de seus limites. Paulo Freire está
estes dias entre nós. Devo estar com ele quarta-
feira aqui na UNICAMP.
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14 de março Prezado com- Brandão O meu lado mais verdadeiro fazendo o trabalho
de 1978 panheiro de que o Rubem deve ter contado a você. Muitos
encontros no Brasil e na América Latina. Depois,
um livro, dizem os amigos que o melhor. Dizem
os mais radicais que o único bom (procure Júlio
Barreiro, Educação Popular e o Processo de
Conscientização, Siglo XXI). O outro lado
dividia-se entre um professor ocupado e um
psicólogo que nunca gostou de ser. Finalmente, o
mestrado. De algum modo, a redescoberta de
sinais e verdades.
21 de março Prezado Ro- Brandão Devo estar em julho na reunião da SBPC. É
de 1977 berto possível que participe de uma Mesa Redonda
sobre Educação Popular.
14 de outu- Brandão Vanilda E Campinas como vai? Agora com o Paulo
bro de 1980 Freire aí pode-se pensar mais realisticamente no
tal mestrado em Educação Popular. Quanto a
mim, sigo aguardando o contrato. Se sair no
começo de novembro, como espero, estarei por aí
dentro de umas 3 semanas.
2 de maio de Marcos Arru- Brandão Os trabalhos de Educação Popular multiplicam-
1980 da, se por aqui. As pessoas voltam de todos os cantos
e há muita coisa a fazer por aqui. Agora mesmo
estou editando um livro sobre A Questão Políti-
ca da Educação Popular. Junto textos de Paulo
Freire a Nazira Vargas. Lá estamos oito de nós,
um outro time de companheiros.
10 de feve- Prezado Paulo Brandão Estávamos combinando uma "concentração‖ em
reiro de Freire Educação Popular ou em Sociologia da Educa-
1980 ção para o mestrado. Falamos muito em seu
nome. Concluímos que, a partir de julho deste
ano, poderíamos compor uma equipe invejável
entre teóricos e práticos da Educação Popular, na
UNICAMP.
Fonte: Fernanda dos Santos Paulo, pesquisa Pós-doutorado, 2020.
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A Pastoral Popular situa-se como uma das presenças no grande mundo dos
movimentos sociais. Deu, está dando e continuará a dar sua contribuição para
o objetivo comum de uma sociedade nova, baseada sobre relações de justiça e
fraternidade. [...] Tem, também, sua especificidade no sentido de que se trata
de um trabalho de Igreja.
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Síntese do Capítulo
Uma palavra
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Uma frase
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___________________________________________________________
_______________________________________________________
Um parágrafo
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______________________________________________________
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______________________________________________________
______________________________________________________
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CAPÍTULO 5
A HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO POPULAR E
CONTRIBUIÇÕES PARA A
PEDAGOGIA LATINO-
AMERICANA A PARTIR
DAS CARTAS
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Vejamos que Freire dialoga com Dewey em seus primeiros escritos; de-
pois, na Pedagogia do Oprimido, verificamos autores da pedagogia crítica,
sendo Marx o mais citado no livro25. Ainda, para Paulo (2020b, p. 31), Frei-
25
Informação advinda do curso de extensão que participei: ―influência da filosofia na pedago-
gia de Paulo Freire: pedagogia de Paulo Freire e a sua concepção de ser humano - diálogo
entre o marxismo e a fenomenologia”, ministrado por minha orientadora, pelo Centro Univer-
sitário Internacional (UNINTER), com carga horária de 12 horas, nas datas de 23 e 24 de outu-
bro de 2020. Também tem o livro de PITANO, S. C.; STRECK, D. R.; MORETTI, C. Z. (org.).
Paulo Freire: uma arqueologia bibliográfica. 1.ed. Curitiba: Appris, 2019.
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re, no livro Pedagogia da Esperança (1994), nos oferece uma importante refe-
rência da relação da pedagogia com a educação popular e o socialismo. Se-
gundo Freire (1994, p. 27), ―prescindiremos da luta, do empenho para a
criação do socialismo democrático, enquanto empreitada histórica.‖. Para
Paludo (2019, p. 405) ―[...] a perspectiva econômica, política, social e educa-
tiva de Freire não se confunde com os preceitos liberais e neoliberais e se
associa a um socialismo democrático.‖. Freire (2015, p. 37) tece críticas ao
―dogmatismo do socialismo autoritário‖ e reafirma a sua defesa pelo ―socia-
lismo realmente democrático‖ (FREIRE, 1995, p. 38.). Florestan Fernandes,
por exemplo, é citado por Freire em sua tese, especialmente em suas refle-
xões sobre a democracia e defesa do socialismo. Freire continuou nessa luta,
embasando-se em um projeto de socialismo democrático, em tempos de
constituinte (1986), da fundação do Partido dos Trabalhadores e da sua ges-
tão enquanto secretário de educação. Não foi diferente em Brandão, pois ele
cita Florestan Fernandes em várias cartas, como consta no livro ―Arqueolo-
gia nas cartas de Carlos Rodrigues Brandão: contribuições para a Educação
Popular‖, organizado por Paulo e Dickmann (2021). Ambos defendem uma
Pedagogia socialista democrática, apresentando asComunidades Eclesiais, a
Teologia da Libertação, o jornal Pasquim, a Ação Popular, o MEB, o MCP,
pesquisa participante e outros movimentos contrários à ditadura como expe-
riências democráticas e de Educação Popular. No século XXI, as experiên-
cias de Pesquisas Participativas em diferentes contextos educativos e dos
movimentos sociais contemporâneos (como o movimento feminista campo-
nês, movimento de educadores/as populares, entre outros,) vêm recuperan-
do a Educação Popular freiriana.
Para uma retomada dos dois apontamentos, o primeiro contribui para o
desdobramento do item 2, isto é, queremos retomar a origem do socialismo
democrático em Freire, que dialogou com John Dewey e Karl Marx:
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Sobre isso, Paludo afirma: ―Com efeito, o conjunto da obra freiriana mostra sua condição de
crítico do capitalismo. Ele também se opõe ao neoliberalismo como modelo econômico e ao
conservadorismo comoideologia política. Assim, ao criticar o socialismo realista como autoritá-
rio, Freire (1995) também critica o capitalismo como não sendo o futuro radiante a que já che-
gamos (1992). Ele acredita na possibilidade da construção de um socialismo democrático.‖
(2019, p. 403).
27 Texto sem paginação e sem ano da reprodução do texto, que conta com uma nota de rodapé
que explicita: ―Este texto, pertencente ao arquivo de Florestan Fernandes, foi escrito em fins
1989‖. Disponível em:
https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo153_Florestan.pdf
Acesso: 15 de jun. 2021.
28
Disponível em: https://bdtd.ibict.br/. Último acesso em maio de 2021.
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1. Comunidades Eclesiais;
2. Teologia da Libertação;
3. O jornal Pasquim se destaca como alternativo ao modelo autoritá-
rio.
4. Ditadura militar: prisões, exílio, censura, perseguição, repressão,
etc.
5. Ação Popular, MEB e movimentos contrários à ditadura.
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lhagens‖ da Educação Popular. Era por meio delas que ideias, temas e sujei-
tos discutiam a Educação Popular, constituindo-se, a partir da nossa pesqui-
sa, como parte da história da Educação Popular brasileira.
Em uma das cartas de Carlos Rodrigues Brandão, ele escreve para Marcela
Gajardo, perguntando quando ela viria para o Brasil encontrar Paulo Freire;
indica que ela não deixe de fazer o livro do IDAC, expondo que é um convite
irrefutável, vindo de ClaudiusCeccon. Na atualidade, segue como diretor do
Cecip, escrevendo, fazendo ilustrações para livros infantis, charges, tendo sua
vida atrelada a projetos de inclusão digital de escolas públicas, educação e ci-
dadania. (PESCADOR, 2021, p. 50. Grifos nossos).
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Afirmação de SelvinoHeck: Membro de CEAAL Brasil, em nome do CAMP (Centro de
Assessoria Multiprofissional). Disponível em: https://sul21.com.br/colunasselvino-
heck/2019/10/freireando-porto-alegre/. Acesso 02/09/2021.
30
Retirado de um documento referente ao Estatuto do CEAAL – a ser aprovado em assembléia,
ainda neste ano ( 2021). O documento nãoestá publicado e tivemos acesso ao mesmo por conta
da Associação de Educadores Populares de Porto Alegre ( AEPPA), movimento que é associa-
do ao CEAAL e que eu faço parte do Grupo de estudos Paulo Freire e Educação Popular.
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O anexo encontra-se na Dissertação de Gaio (2021).
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Síntese do Capítulo
Uma palavra
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Uma frase
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Um parágrafo
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CONSIDERAÇÕES PARA
CONTINUIDADE DOS
DIÁLOGOS
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Para Paulo ―Outra característica da Educação Popular é a solidariedade na partilha de sabe-
res, apresentando-se como um movimento de educação que valoriza o trabalho coletivo, a
socialização de experiências e saberes e a construção de novos saberes a partir de uma Pedago-
gia Engajada. (PAULO, 2020a, p. (31).
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POSFÁCIO
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aprendendo quando as lemos. Por isso é justo que sejam adjetivadas como
pedagógicas.
Fernanda e Adriana, vocês nos ajudam a ver a força renovadora
do companheirismo em tempos difíceis, como foram esses abrangidos pelas
cartas e que infelizmente ainda não acabaram. Continuem vasculhando os
baús!
Um abraço amigo
Danilo R. Streck
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REFERÊNCIAS
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FREIRE, P. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Pau-
lo: Olho D‘Água, 1997.
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SOBRE AS AUTORAS
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