Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e Ensaios Destrutivos
e Não Destrutivos
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO............................................................................. 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
CORTE POR OXIGÊNIO/OXICORTE.......................................................................................... 12
CAPÍTULO 3
CORTE A PLASMA................................................................................................................... 22
CAPÍTULO 4
CORTE A LASER....................................................................................................................... 38
UNIDADE II
ENSAIOS DESTRUTIVOS.......................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO, CONCEITOS BÁSICOS, TIPOS DE ENSAIOS E NORMATIZAÇÃO............................ 47
CAPÍTULO 2
ENSAIO DE TRAÇÃO................................................................................................................ 52
CAPÍTULO 3
ENSAIO DE DOBRAMENTO....................................................................................................... 61
CAPÍTULO 4
ENSAIO DE DUREZA................................................................................................................. 65
CAPÍTULO 5
ENSAIO DE IMPACTO CHARPY................................................................................................. 67
CAPÍTULO 6
ENSAIO DE FADIGA................................................................................................................. 70
CAPÍTULO 7
ENSAIO DE FLUÊNCIA.............................................................................................................. 73
CAPÍTULO 8
ENSAIO DE TENACIDADE À FRATURA........................................................................................ 77
UNIDADE III
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS.................................................................................................................. 81
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO, CONCEITOS BÁSICOS, TIPOS DE ENSAIO E NORMATIZAÇÃO.............................. 81
CAPÍTULO 2
LÍQUIDOS PENETRANTES........................................................................................................... 86
CAPÍTULO 3
MÉTODOS MAGNÉTICOS....................................................................................................... 101
CAPÍTULO 4
ENSAIO ULTRASSÔNICO DE MATERIAIS................................................................................... 107
UNIDADE IV
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVO............................................................................ 113
CAPÍTULO 1
TIPOS DE ENSAIO E NORMATIZAÇÃO..................................................................................... 113
CAPÍTULO 2
ENSAIO BASEADO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR................................................. 116
CAPÍTULO 3
ENSAIO PELA ALTERAÇÃO DE CAMPO MAGNÉTICO............................................................... 120
CAPÍTULO 4
ENSAIO POR PERTURBAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA............................................................ 122
CAPÍTULO 5
ESTUDOS DE CASO E ARTIGOS SOBRE PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO E ENSAIOS
DESTRUTIVOS E NÃO DESTRUTIVOS......................................................................................... 125
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 131
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Com o aumento da competitividade industrial e com o avanço das tecnologias de corte,
por meio de novos processos e equipamentos sofisticados, tornou-se possível definir com
maior precisão os processos mais adequados para determinados materiais específicos.
Além disso, será estudado os ensaios mecânicos. Os ensaios mecânicos podem ser
classificados em não destrutivos e destrutivos, conforme o procedimento adotado.
Objetivos
»» Conhecer o histórico e fundamentos de corte térmico.
8
INTRODUÇÃO AOS
PROCESSOS DE CORTE UNIDADE I
TÉRMICO
CAPÍTULO 1
Conceitos básicos
Os processos de corte térmico são importantes dentro das indústrias, uma vez que
mais máquinas, equipamentos e ferramentas estejam adequados às necessidades e
às aplicações de uma determinada indústria, permite uma otimização não apenas nos
processos de corte, mas sim uma otimização em diversas etapas do processo.
9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Um processo de corte térmico pode ser adotado dentro da indústria para diversas
aplicações. Podemos citar algumas aplicações mais comuns:
»» fabricação de arruelas;
»» corte para corpos de prova para ensaios destrutivos e/ou ensaios não
destrutivos;
»» fabricação de chaves;
»» fabricação de chaveiros;
10
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Atualmente, três processos de corte térmico são destacados em seu uso nas indústrias,
a saber:
»» corte a Plasma;
»» corte a Laser.
Basicamente, estes processos diferenciam-se principalmente pela fonte que gera o corte,
pelos materiais que podem ser cortados, pela profundidade do corte, pela velocidade do
corte e pelo custo do processo em si.
Nos capítulos seguintes serão detalhado cada um dos processos de corte citados acima.
11
CAPÍTULO 2
Corte por oxigênio/oxicorte
Fundamentos
O corte por oxigênio, ou oxicorte, é um processo classificado como erosão térmica, ou
seja, o corte por oxigênio é um processo que tem como premissa o desgaste da superfície
pela ação mecânica do material por meio da ação do calor proveniente do oxigênio puro
com um determinado metal.
O aço ou metal a ser cortado é pré-aquecido com uma chama até atingir uma temperatura
que se suceda uma reação do metal com o oxigênio. Em outras palavras, podemos dizer
que, o oxicorte é um processo que o corte ocorre por meio da reação química do oxigênio
puro com o metal, do qual aquece o material a ser cortado até uma temperatura ideal,
que então seja possível ocorrer a reação com o oxigênio. Esse fenômeno é chamado de
temperatura de ignição.
Oxigênio + combustível
Bocal de corte
Chamas
Marcas de corte
A erosão térmica ocorre através de partículas por meio de calor gerado pela ignição de
gases, raios laser, arco voltaico etc.
12
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
No processo de corte a oxigênio, a energia é gerada por uma mistura de gás combustível
com o próprio oxigênio.
Existem muitos gases carburantes, ou seja, gases que permitem a obtenção de energia
mecânica, geralmente são utilizados no processo de oxicorte, tais como: butano,
hidrogênio, propano e acetileno. Porém, a grande maioria desses gases apresenta
capacidade térmica baixa, mesmo na mistura com o oxigênio.
Dos gases supracitados, o acetileno é um gás que apresenta alta potência da sua
chama e também apresenta alta velocidade de inflamação.
Todo metal que seja capaz de fazer reação química com o gás oxigênio e que o ponto
de fusão do óxido seja inferior ao ponto de fusão do material pode ser cortado pelo
processo de oxicorte.
A presença de elementos químicos no metal, por sua vez, influência o nível e na fluidez
do oxicorte, conforme mostra o quadro a seguir:
Aços-Liga
Elementos Não
Proporção Cortável Observações
Químicos Cortável
13% de Mn e 1,3% de C X Material facilmente cortável.
Manganês (Mn) Quantidades elevadas de manganês não permitem o
18% de Mn e 1,3% de C X
corte.
2,5% de Si e 0,2% de C X O corte é limpo.
Silício (Si) 3,8 de Si e 0,4% de C X O corte apresenta dificuldades.
Mais de 12% de Si X Quantidades elevadas de silício não permitem o corte.
Cromo (Cr) 1,5% de Cr X
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Aços-Liga
Elementos Não
Proporção Cortável Observações
Químicos Cortável
7% de Ni X Facilmente cortável.
35% de Ni e 0,3% de C X Cortável.
Níquel (Ni)
Teores maior de 0,3% de C tornam as bordas do material
35% de Ni e mais de 0,3% de C X
muito duras, tornando-o não cortável.
Cobre (Cu) 0,5% de Cu X
5% de Cr e 0,2% de Si até 8% Ligas com teor de W acima de 20% se tornam não
Tungstênio (W) X
de C e até 10% de W cortáveis.
8% de W e 1,4% de Cr
Molibdênio (Mo) X O molibdênio torna o aço liga não cortável.
1% de C e 5,5 de Mo
Fósforo (P) 2% de P X O fósforo causa baixa influência em um processo de corte.
Enxofre (S) 3,5% de S X O enxofre causa baixa influência em um processo de corte.
Equipamentos
14
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Para realizar o corte dos materiais, são utilizados maçaricos, as mangueiras são acopladas.
Existe uma diversidade de tipos de maçaricos de corte. Cada um deles dispões de válvulas
de oxigênio e de acetileno que servem para o ajuste da chama, além de conterem um
volante para ajustar a quantidade de oxigênio a ser dosada no processo de corte.
corta-chamas
válvula
válvula
acetileno
oxigênio
mangueira
regulador preta ou verde
mangueira
vermelha regulador
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Consumíveis
Os consumíveis utilizados no processo de oxicorte são os gases combustíveis e o
oxigênio, os metais de adição e os fluxos de soldagem, caso sejam necessários. O quadro
a seguir apresenta as principais características de combustão de alguns gases que são
utilizados nas indústrias.
O oxigênio (O) é incolor e não apresenta cheiro aparente, porém é um gás que se
encontra de forma abundante na atmosfera. Mesmo assim, o oxigênio pode ser obtido
pelas indústrias por três métodos:
»» reação química;
»» eletrólise da água;
»» liquefação do ar.
16
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
O acetileno é muito popular por ser o gás mais utilizado em processos de oxicorte,
pois tem características para soldagem superior quando comparado aos outros gases.
Sendo assim, os outros gases têm seu uso restrito aos materiais com união de ligas com
baixo ponto de fusão, aquecimento, brasagem e operações de corte.
O fluxo de solda é um material fusível que é utilizado para preparar a área na qual a
solda será realizada. Ou seja, o fluxo é um material que protege contra diversos danos,
como oxidações na superfície, sobrecargas de temperatura e ou pressões, que podem
provocar incêndios, explosões etc.
Técnica operatória
Referente à técnica operatória, o oxicorte pode ser realizado de maneira manual,
semiautomática ou automática.
carrinho cintel
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
softwares específicos, pode existir uma biblioteca com programas prontos ou por meio
de uma programação customizada, de acordo com a própria empresa. Essas operações
permitem uma maior eficiência no aproveitamento da matéria-prima, reduzindo ao
mínimo o desperdício por meio de sobremetais que sobram do processo.
Após cortar a peça desejada, deve-se apagar a chama. Para isso, primeiro deve-se fechar
o volante de acetileno e, em seguida, fechar o volante de oxigênio.
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Aplicações industriais
20
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
21
CAPÍTULO 3
Corte a plasma
Fundamentos
Os primeiros estados físicos das matérias conhecidos são os seguintes:
»» estado sólido;
»» estado líquido;
»» estado gasoso.
Para exemplificar, de maneira simples, vamos ilustrar os três estados físicos da matéria
por meio de uma substância muito conhecida: a água. Nesse caso temos:
Ao dispor de um gelo e aplicar sobre ele uma energia, em forma de calor, o gelo se
derrete e transforma-se em água. Ou seja, ocorre a transformação do estado sólido
(gelo) para o estado líquido (água). Se continuarmos a aplicar mais calor sobre a água,
vaporiza-se, transformando-se em vapor (estado gasoso).
Por fim, quando a fonte de calor continua a ser aplicada sobre o vapor, os gases se
ionizam, tornando os gases condutores elétricos. É nesse estágio que obtém-se o quarto
estado físico da matéria: o plasma. O plasma é um gás ionizado que é a base fundamental
em que todos os sistemas de plasma operem.
O processo de ionização dos gases resulta na criação ode elétrons livres e de íons positivos
entre os átomos do gás. Quando este processo ocorre, o determinado gás torna-se um
condutor elétrico com uma excelente capacidade para a condução de energia elétrica.
22
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
um determinado ponto para o outro, dando origem ao raio. Dessa mesma forma, dá-se
origem à tocha de plasma que é utilizada no processo de corte térmico a plasma.
O corte a plasma é um processo que tem como objetivo o corte de materiais, geralmente
dispostos em matéria-prima no formato de chapas ou barras. Para obter-se o corte,
utiliza-se um dispositivo com um bico que contém um orifício otimizado, com a
finalidade de comprimir um gás ionizado em temperatura extremamente elevada,
tornando possível o derretimento das secções de metais condutores, promovendo dessa
forma a separação do material cortado do seu material original.
Um gás com alto teor de condutividade elétrica (plasma) é usado para realizar a
transferência da energia negativa fornecida pela fonte plasma da tocha, para que
dessa forma o material seja cortado. A tocha acaba funcionando como um suporte
para os consumíveis, por fornecimento de um fluído refrigerante, geralmente água ou
ar comprimido.
O corte a plasma foi desenvolvido a partir de 1955 para substituir ou otimizar outros
processos de corte, como o corte por serra, por prensa, tesouras, lâminas e corte com
chama adição de pós, particularmente na aplicação para corte de materiais não ferrosos
e aços inoxidáveis.
Já na década de 1960, o processo de corte a plasma foi inovado por meio de diversas
melhorias. A melhoria mais impactante foi a adição de água entre o bico do plasma e um
bocal, localizado na parte frontal, com o objetivo de elevar a vida útil dos componentes
e consumíveis e, por consequência, contribuir para um grau de qualidade do corte mais
elevado.
Porém, foi na década de 1980 que o corte a plasma ganhou destaque e amplitude de
no cenário industrial. Um avanço tecnológico da época permitiu a utilização do plasma
para o corte de materiais não ferrosos, por meio da adição do oxigênio como gás de
plasma no processo de corte.
Com a adição do oxigênio como gás de plasma, o calor do processo passou a ser
proveniente de duas fontes distintas:
»» do plasma;
23
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
No final da década de 1980, uma melhoria foi adicionada ao processo de corte a plasma:
trata-se do bocal protetor eletricamente isolado. Sua principal função era minimizar
a formação de arco duplo do plasma. Com a diminuição do arco duplo de plasma no
processo de corte, aumentou-se ainda mais a vida útil dos consumíveis e dos dispositivos
utilizados no processo de corte a plasma.
Também na década de 1990 foi desenvolvido o plasma de alta definição, que na época foi
uma enorme inovação dentro do processo de corte a plasma, aumentando de maneira
extremamente elevada a qualidade de corte dos materiais, principalmente dos cortes
que exigia-se cortes com formas geométricas mais complexas e elaboradas.
24
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Com todo esse avanço tecnológico ao decorrer do tempo, o processo de corte a plasma
tornou-se um método muito confiável e de excelente qualidade, fazendo do processo
de corte a plasma um dos processos mais importantes dentro das indústrias de corte
de matérias em âmbito nacional. Nos dias de hoje, o plasma tem sido aplicado para
substituir processos de cortes por meio de ferramentas manuais, para processos de
corte com custo operacional mais elevado e até mesmo para processos de corte mais
lentos, contribuindo para o crescimento da indústria de maneira geral.
O corte a plasma é um processo com excelente custo x benefício devido a sua capacidade
de cortar qualquer material que seja condutor de eletricidade, com destaque e vantagem
para o corte de metais não ferrosos, que por sua vez não são capazes de serem cortados
pelo processo de oxicorte.
O processo de corte a plasma ocorre por meio da emissão de jatos. O jato de plasma
funde e expulsa o material de base de maneira muito eficiente, proporcionando um
corte com excelente acabamento e com uma ótima precisão dimensional.
Em outras palavras, o processo de corte a plasma ocorre por meio da liberação de calor
proveniente de uma coluna de plasma, por sua vez originada de um aquecimento de gás
originado por um arco elétrico. Com alta vazão rotacional, o plasma é transferido até a
superfície do material cujo será cortado. O calor do plasma realiza a fundição da peça
e a parte cortada é expulsa do restante do material com a ajuda do gás em alta vazão.
Geralmente, o corte a plasma é indicado e utilizado para cortes de peças com espessuras
entre 3 mm e 40 mm. Existem três processos de corte a plasma, sendo os dois primeiros
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
mais comuns (processos convencionais): o primeiro é com fluxo de gás simples com
proteção por água; o segundo é com duplo fluxo de gás; o terceiro é com injeção de água.
Já no corte a plasma com injeção de água, existe um jato de água que passa pelo
bocal constritor, aumentando o efeito de confinamento do plasma e, dessa forma,
protegendo-o de contaminação. A parte inferior desse bocal é geralmente de material
cerâmico. O corte a plasma com injeção de água permite a utilização e maiores
velocidades de corte em comparação aos processos de corte a plasma convencionais.
Em casos específicos, a peça pode ser submersa em água para que o processo de corte
a plasma seja realizado. Geralmente, esse tipo de processo aplica-se em situações que
o material a ser cortado pode sofrer variações de suas propriedades, devidas ao calor
do corte. Essa técnica evita também a geração de grande quantidade de vapor metálico,
diminuindo assim a contaminação do ambiente.
Equipamentos
Os equipamentos utilizados em um processo de corte a plasma são basicamente os
seguintes:
»» fonte de energia;
26
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
»» tocha de corte;
»» unidade controladora;
27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Eletrodo
fixo
Centelha
(alta frequência)
Distribuidor de gás
Eletrodo
Bico
Capa
28
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Existem também diversos tipos de máquinas de corte a plasma, que podem ser divididas
dentro de três categorias:
30
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Consumíveis
Se comparado os processos de corte a laser que usam misturas de gases com os processos
que usam o ar atmosférico, pode notar-se que a qualidade de corte é bem semelhante.
O plasma é obtido por meio do superaquecimento dos gases, por meio do aquecimento
por uma diferença de potencial elétrico, provocando o rompimento das moléculas e
resultando na produção de elétrons e íons entre si. Dessa forma, a eficiência do processo
de corte e a qualidade dele estão diretamente relacionadas à qualidade do gás utilizado
como consumível.
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
do plasma e para a refrigeração dos eletrodos. A vazão do gás é muito importante para
assegurar a qualidade do processo de corte e também do material cortado.
Existem alguns processos manuais de corte térmico a plasma que podem utilizar a
combinação de mais de um gás, podendo chamá-lo de múltiplos gases. Para esses casos,
a vazão de gás é menor comparada à sistemas e/ou processos que só existe um gás
(gás único). Os processos que têm múltiplos gases apresentam uma tocha mais robusta
e, por consequência, mais pesada.
O sistema de múltiplos gases possui mecanismos dedicados para cada tipo de gás. Ou
seja, o sistema de múltiplos gases torna possível o uso de gases distintos para a proteção
do eletrodo e para a geração do plasma.
As máquinas de corte a laser mais modernas também são equipadas com um dispositivo
chamado escudo frontal. Esse dispositivo torna capaz o apoio da tocha do plasma
diretamente na peça, mesmo em correntes elétricas maiores de 100 A.
Apesar do crescimento desse nicho industrial nos últimos anos, o corte a plasma teve
uma enorme ampliação da sua aplicação em substituição ao oxicorte no corte de chapas
com espessuras mais grossas e também na substituição do corte a laser para chapas
mais finas e também de metais não ferrosos.
Técnica operatória
Quando a vazão é estabilizada, a alta frequência é ativada. A alta frequência pode ser
vista entre o eletrodo e o bico, pela parte interior da tocha, tornando o gás ionizado
quando ele passa pelo arco.
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
No momento em que o arco piloto realiza o contato com a chapa ou com o material que
será cortado, ele é transferido à superfície desse determinado material, realizando a
fundição do metal e contribuindo para que o gás, em alta velocidade, remova o material
derretido, resultando no processo de corte.
»» Corrente (A).
»» Tipo de tocha.
Material Espessura (mm) Diâmetro do orifício Corrente (A) Velocidade de corte (mm/s)
34
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Existem também diversos modos de operação para o corte a plasma. Iremos conhecer
três desses principais modos:
Aplicações industriais
O processo de corte a plasma pode ser utilizado na maioria dos metais. Em muitos
casos, há uma vantagem no processo de corte a plasma em relação ao processo de
oxicorte de aços-carbono, particularmente em cortes longos e em grande volume de
peças. Já em relação ao oxicorte de aço-inoxidável realizado com pós, as vantagens são
bem mais sensíveis.
35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Sendo assim, o corte a plasma é aplicado nos mais diversos tipos de indústrias, a saber:
»» indústrias metalúrgicas;
»» indústrias metais-mecânica;
»» indústrias químicas;
»» indústrias alimentícias;
»» indústria automobilística;
»» indústria aeronáutica;
»» fabricação de radiadores;
O processo de corte a plasma ocupa uma vasta aplicação, com vantagens técnicas e
econômicas.
Para assegurar a qualidade de peças cortadas pelo processo de corte a plasma, deve-se
seguir as recomendações técnicas da norma EN ISO 9013. Com o auxílio desta norma,
torna-se mais fácil a definição dos limites de aceitação do processo de corte e também a
definição de tolerâncias admissíveis.
36
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
O corte a plasma é uma técnica que possibilita cortar peças de diversos tamanhos e
tipos, desde perfis brutos até a diâmetros internos, de acordo com as especificações das
máquinas e do tipo de bicos utilizado no corte.
Sendo assim, por essas razões, o operador de uma máquina ou equipamento de corte
a plasma deve proteger-se de maneira adequadas contra as chamas, os resíduos, e até
o próprio calor inerentes ao processo. A proteção facial também deve ser adotada, pois
é uma parte do corpo humano muito sensível e requer cuidados especiais para evitar
maiores complicações, incidentes e até acidentes. Recomenda-se o uso de protetores
e de lentes de sombreamento, garantindo maior conforto e segurança para os olhos
dos operadores.
37
CAPÍTULO 4
Corte a laser
Fundamentos
O nome Laser é uma sigla formada pelas letras iniciais das palavras Light Amplification
by Stimulated Emission of Radiation, que em português quer dizer: amplificação da luz
por emissão estimulada da radiação.
A radiação laser ocorre quando os átomos de uma estrutura recebem energia externa,
levando-os a um estado de excitação.
O laser produz um feixe de luz utilizando um veículo ativo, que pode ser um sólido
(o rubi) ou um líquido (o dióxido de carbono sob pressão). Este feixe de luz produz
intensa energia na forma de calor.
Para voltar ao seu estado fundamental, a estrutura libera energia na forma de fótons.
Esse processo se repete e os fótons podem, dessa maneira, ser refletidos dentro de um
tubo, resultando em uma cadeia de emissão fotônica, em uma amplificação da emissão
inicial. A radiação emitida nesse processo é monocromática, ou seja, os fótons têm
sempre o mesmo comprimento de onda e energia.
Ao serem excitados, os fótons saltam de um nível de energia mais baixo para outro nível
mais alto e, ao retornarem ao estado original, a diferença de energia entre esses níveis
será liberada com a emissão de um fóton, conforme evidenciado na figura 10.
38
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
O processo de corte a laser ocorre por meio do foco de feixe de luz de alta intensidade,
concentrado sobre a superfície da peça. A incidência de um feixe de laser sobre um ponto
da peça é capaz de fundir e vaporizar até o material em volta desse ponto, causando um
furo que penetra profundamente no metal-base. Desse modo, é possível furar e cortar
praticamente qualquer material, independentemente de sua resistência mecânica.
O corte a laser é um processo poderoso, que pode ser usado na fabricação de peças
complexas.
39
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Equipamentos
Os equipamentos de corte a laser não podem ser operados de maneira manual, pois
o processo envolve alta concentração de energia, uma vez que o feixe deve ser muito
concentrado e o corte ocorre a velocidades muito altas.
Nas máquinas de corte a laser, como a que é mostrada a seguir, o material a ser cortado
normalmente encontra-se em forma de chapas, embora existam máquinas que se
destinem ao corte de tubos.
Observe que a chapa é colocada sobre uma espécie de “cama de pregos”, apoiando-se
em vários pontos.
40
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Pelo cabeçote laser flui um gás que tem por função, entre outras, remover o material
fundido e óxidos da região de corte. O gás normalmente usado para esta finalidade é o
oxigênio, porque ele favorece uma reação exotérmica, isto é, libera calor, aumentando
ainda mais a temperatura do processo e, por consequência, a velocidade de corte.
Porém, quando forem necessárias superfícies livres de óxidos, como no corte de aços
inoxidáveis, o gás recomendado é o nitrogênio.
Consumíveis
»» bicos;
»» corpo do bico;
»» cerâmicas;
»» cabos;
»» arruelas;
»» conectores.
Os bicos são geralmente feitos de cobre. Os bicos são importantes para aumentar a
precisão na centralização do laser no cabeçote da máquina.
Corpo de bicos são extensões feitas do mesmo material que o bico, geralmente utilizados
quando a lente focal tem variações de distância focal (75mm, 100mm, entre outras), para
poder dar a distância necessária do foco, pois é muito mais fácil desenvolver um elemento
padrão que usa algumas adaptações do que produzir um específico para cada foco.
Cerâmicas, são materiais muito resistentes a calor muito utilizados para conter a
temperatura interna do cabeçote em algumas regiões que a temperatura é muito
elevada, também são utilizados para inserção de componentes metálicos, para evitar
interferência de sinais devido a alta temperatura.
Cabos são por sua vez caminhos por qual os sinais elétricos passam para tráfego e
transmissão de dados.
41
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
Arruelas servem para vedar e/ou fixar elementos que não possam ter movimentação ou
vibração dentro de um sistema. São utilizados para conectar os cabos de transmissão e
tráfego de dados do sistema.
Técnica operatória
»» a energia do feixe;
»» a distância focal;
»» a velocidade do corte.
A distância focal é o ponto que existe concentração máxima de energia do feixe. No caso
de chapas finas, deve ser colocado na superfície. Se as chapas forem grossas, a distância
focal deve ser ajustada para regiões ligeiramente abaixo da superfície, desde que não
ultrapasse 1/3 da espessura da chapa.
42
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
43
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
44
INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO │ UNIDADE I
Aplicações industriais
O corte a laser tem sido muito utilizado na indústria metalmecânica, em processos que
se exige grande precisão dimensional em peças de baixa espessura.
Em fábricas do ramo automotivo, tem-se usado o corte a laser para processos de corte de
peças que exigem posicionamento e movimentações precisos sobre a série de trabalho.
Além disso, o corte a laser é empregado em indústrias dos mais diversos ramos e
segmentos, como, por exemplo:
»» corte de madeira;
»» corte de papel;
»» corte de papelão;
»» corte de plásticos;
»» corte de couro;
»» corte de acrílicos,
»» carimbos de borracha;
»» modelos de arquitetura;
45
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE CORTE TÉRMICO
»» corte de esponjas;
»» cortes de filtros;
»» corte de borrachas;
»» produção de laminados;
»» corte de delrin;
»» placas de identificação.
46
ENSAIOS DESTRUTIVOS UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Introdução, conceitos básicos, tipos de
ensaios e normatização
Materiais compósitos são materiais que tem sua estrutura constituída por
uma combinação de dois ou mais materiais não solúveis entre si. Um material
compósito constitui da mistura de materiais compostos de natureza diferentes,
com o objetivo de alcançar ou criar novas propriedades aos materiais.
48
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
é obtida diretamente, uma vez que todo o método e processo do ensaio destrutivo é
estabelecido por uma norma específica padronizada. Ou seja, o método de realização do
ensaio destrutivo bem como a interpretação e avaliação dos resultados não depende da
interpretação do operador ou do inspetor que realiza o procedimento de teste.
Os ensaios destrutivos são estabelecidos com base em normas especificas, de modo que
o processo de realização do ensaio não dependa da interpretação do operador ou do
inspetor que está executando a atividade.
Diversos parâmetros podem ser obtidos por meio de ensaios destrutivos como, por exemplo:
»» ductilidade;
»» limite de escoamento;
»» resistência a fadiga;
49
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
»» o ensaio não pode ser realizado na peça que vai diretamente em uma máquina
ou outra aplicação qualquer, pois, como trata-se de um ensaio destrutivo,
a reutilização do material, corpo de prova ou peça torna-se impossível.
Deve-se então utilizar amostras de um mesmo lote para a inspeção pelo
ensaio destrutivo e utilizar esse mesmo lote para a fabricação das peças
e dos componentes. Em função disso, por meio de outros métodos,
recomenda-se efetuar uma comparação com as peças que serão utilizadas;
50
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
Existem diversos tipos de ensaios destrutivos, e eles podem ser classificados conforme
descrito a seguir:
»» ensaio de tração;
»» ensaio de dobramento;
»» ensaio de dureza;
»» ensaio de fadiga;
»» ensaio de fluência;
51
CAPÍTULO 2
Ensaio de tração
Tensão
Deformação
»» garras, que são utilizadas para pender a peça e/ou corpo de prova que
será ensaiado;
Cabeça
Parte útil
Raio de concordância
Cabeça
Parte útil
Raio de concordância
P
σ=
S
Onde:
53
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
Lei de Hooke
σ = E x ε; onde:
σ – é a tensão em Pascal;
ε – é a deformação (adimensional);
E – é o módulo de elasticidade.
O gráfico que representa essa deformação mostra que existe uma parte que é linear e
outra não. A Lei de Hooke é válida somente na parte que é linear.
Módulo de elasticidade
54
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
A deformação plástica é a etapa que a Lei de Hooke não pode ser mais aplicada,
a linearidade do gráfico não é mais verificada. Nesta aplicação, a deformação
causada na peça ou no corpo de prova não é mais temporária, como na
deformação elástica. Ou seja, a deformação causada na deformação plástica é
definitiva: quando a força deixa de ser aplicada, não há retorno das dimensões
iniciais. No início deste processo, a deformação é caracteristicamente pequena
e não proporcional à carga aplicada. Isso é um sinal de que o material está no
regime plástico e prestes a entrar em ruptura.
O limite de resistência à tração se dá pela relação entre a carga que é aplicada na peça
pela área de secção transversal no material.
Nos ensaios realizados em matérias com maior flexibilidade, aços com baixo teor
de carbono, ocorre um fenômeno que é chamado de escoamento. O escoamento é
uma característica que define bem o início da deformação plástica. Os limites do
escoamento dependem das normas que são adotadas na aplicação dos ensaios.
Já nos ensaios realizados em matérias com médio teor de carbono, o fenômeno de
escoamento não ocorre nitidamente. Nesses casos, o método adotado para definir os
limites é o gráfico apresentado na figura 14, que evidencia a interrupção do ensaio
já na fase de deformação plástica, quando o alongamento apresenta valor residual
permanente. Para este tipo de material, o limite convencional n é definido pelo método
gráfico, o limite n é adotado de maneira arbitrária. Geralmente, estabelece-se o valor
de 0,2% de deformação, valor que corresponde a 0,002 de deformação permanente
por unidade de comprimento. Sendo assim, o valor de n é definido ao traçar uma
paralela ao gráfico da deformação elástica, marcando nas abcissas o valor de 0,002,
conforme a figura a seguir.
55
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
E
B
Tensão (kgf/mm²)
0 0,002
Deformação %
0,005
Em ensaios realizados em materiais com alto teor de carbono como, por exemplo,
aços mola ou ligas não ferrosas de alta dureza, é adotado o valor de 0,1 % para o valor
de n. Em materiais com essas características que apresentam menor flexibilidade, o
valor adotado é de 0,01%. Nesses ensaios é característico uma deformação pequena do
material ou corpo de prova.
No ensaio de matérias de cobre e suas ligas, o valor adotado para n é de 0,5%. Nesses
casos, é realizado uma medição a partir da origem, traçando uma perpendicular ao eixo
das abscissas.
56
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
“Do mesmo modo que a “tensão real” é obtida dividindo-se a carga aplicada,
em qualquer estágio de sua aplicação, pela área de secção real, pode-se
obter a “deformação real” ou “deformação logarítmica” que equivale, para um
determinado aumento de carga, à relação da mudança comprimento devido ao
incremento da carga para a grandeza do comprimento, imediatamente, antes da
aplicação do incremento de carga”. (CHIAVERINI, 1986, p. 105).
Corpo de prova
Recomenda-se que os ensaios de tração sejam realizados com uma parte do próprio
material que será utilizado para o desenvolvimento, construção ou produção de uma
determinada peça. Para isso, são retirados pedaços diretamente das barras destes
materiais, que podem ser barras redondas, quadradas ou chatas (retangulares).
Um corpo de prova tem formas e dimensões padronizadas e são indicados para ensaios
destrutivos. Porém, o corpo de provas tem que obedecer às normas específicas. No
Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é adotada do método MB-
4, que indica a formas e as dimensões de um corpo de prova de acordo com o tipo de
material utilizado no ensaio e a sua aplicação.
57
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
É muito comum que o corpo de prova tenha a forma da secção transversal retangular
ou circular, de acordo com as dimensões do produto ou material cujo foi retirado.
Geralmente, os corpos de prova são retirados de placas, chapas ou lâminas, e tendem
a manter a espessura da secção transversal do material, bem como o perfil retangular.
Cabeça
Parte útil
Raio de concordância
Cabeça
Parte útil
Raio de concordância
58
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
As fraturas dos corpos de prova ensaiados à tração, quando observadas a olho nu,
podem ser observadas e classificadas de acordo com as seguintes características:
59
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
60
CAPÍTULO 3
Ensaio de dobramento
F F
F F
Quando essa força produz uma deformação elástica, temos a flexão. Quando a
deformação for plástica, temos o dobramento.
Região comprimida
Linha
Neutra
Região expandida
61
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
Corpo de prova
62
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
Mandril
63
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
Em materiais mais frágeis como, por exemplo, o ferro fundido, realiza-se o ensaio de
ruptura transversal, pois nesses casos a deformação é muito pequena e a ruptura acontece
de forma repentina, sendo necessário pouca ou nenhuma deflexão. É possível fazer
uma relação entre o limite de resistência e o módulo de ruptura, conforme a tabela 1.
64
CAPÍTULO 4
Ensaio de dureza
O conceito de dureza não é o mesmo para todas as suas aplicações, conforme descrito:
»» resistência à penetração;
»» resistência ao corte;
»» resistência à abrasão.
65
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
O minério considerado o mais mole nessa escala é o talco e inicia a escala com valor
relativo de 1. O minério considerado o mais duro é o diamante, com valor relativo de 10.
Como pode-se observar na tabela 6, a dureza dos materiais, em sua maioria, está
localizada entre 4 e 8 na escala de Mohs. É um intervalo considerado pequeno para
comparar a diversidade de dureza nesses materiais, por isso os materiais pertencentes
a essa faixa de dureza não são empregados na metalurgia.
66
CAPÍTULO 5
Ensaio de impacto Charpy
Para aplicações mais robustas são recomendados materiais que tenham uma
maior capacidade de absorver energia e dissipá-la, para que a ruptura não
aconteça com tanta facilidade.
O método do ensaio de impacto Charpy tem como objetivo medir a quantidade de energia
absorvida por um corpo de prova do material após a ação de um esforço mecânico, de
valor mensurável e estabelecido, proveniente de um golpe que é lançado por um peso
em oscilação por meio de um dispositivo chamado martelo pendular.
67
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
A figura mostra um esquema do teste de impacto Charpy por meio do martelo pendular.
Mostrador
Corpo de prova
O resultado da energia absorvida pelo material é dado por meio da diferença entre a
energia inicial e energia final, sendo adotado a unidade de medida joule, de acordo com
o Sistema Internacional de Unidades (SI).
Os corpos de prova para ensaio de impacto Charpy devem seguir três padrões
especificados, classificados em Charpy tipo A, tipo B e tipo C, são qualificados de acordo
com dimensões padrão e a sua forma de entalhe.
68
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
55 10
Raio = 0,25
10
8
Corpo de prova Charpy tipo A
10 45º
10
5
1,6
Corpo de prova Charpy tipo B
10
10
5
Corpo de prova Charpy tipo C 2
As diferentes formas e tipos do entalhe são importantes para garantir que exista a
ruptura do corpo de prova, mesmo nos materiais mais resistentes. Quando a queda
do martelo pendular não provoca a ruptura do corpo de prova, o ensaio deverá ser
submetido novamente com outro tipo de corpo de prova com um entalhe mais severo,
aumentando assim a probabilidade de ocorrer a ruptura do material. Dos três corpos de
prova Charpy apresentados, o tipo C é o que apresenta o entalhe mais severo, ou seja, a
maior área de entalhe.
69
CAPÍTULO 6
Ensaio de fadiga
Uma fadiga ocorre no momento em que o material sofre uma falha de fratura por
fadiga com uma tensão ou carga muito menor do que o limite da resistência estática do
material.
Geralmente uma ruptura por fadiga ocorre quando um determinado material sofre
variações alternadas de carga em diversos ciclos.
+
Tensão
Estresse
Compressão
Tempo
+
Estresse
Compressão
-
Tempo
70
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
Limite da fadiga
71
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
»» temperatura;
»» efeito do atrito.
72
CAPÍTULO 7
Ensaio de fluência
Em outras palavras, a fluência é definida como uma deformação plástica que acontece
em um determinado material quando o próprio é submetido a uma tensão constante
em função do tempo.
Outra diferença entre o ensaio de fluência e o ensaio de torção é que, nos ensaios de
fluência, é preciso submeter o corpo de prova a um tempo de experimento muito maior
do que um ensaio de tração, que geralmente ocorre em tempos mais curtos.
73
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
Forno
Corpo de
prova
Pesos
74
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
Durante todo o tempo do ensaio de fluência, seja ele qual for, é necessário controlar a
temperatura do material do corpo de prova. Para isso, é preciso realizar um número mínimo
de medições com o objetivo de coletar resultados satisfatórios para o ensaio de fluência.
»» ensaio de relaxação.
Os valores devem atender aos requisitos das normas de aplicação para que a velocidade
de fluência não ultrapasse 1% em 10.000 horas ou 1% em 100.000 horas.
Quando, em um determinado teste, não é possível esperar muito tempo para a obtenção
dos resultados, são realizadas alterações nas cargas aplicadas, com o objetivo de verificar
o comportamento do material mediante a essa alteração. Desta forma, obtém-se uma
estimativa de comportamento do material.
O resultado obtido no ensaio por fluência tradicional pode ser dividido em três fases,
conforme a figura a seguir.
Figura 31. Estágios do teste de fluência.
Ruptura
Estágio
Estágio 1 Estágio 2 3
Deformação
Tempo
75
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
No ensaio de ruptura por fluência, o corpo de prova é submetido a testes com cargas
maiores, com o objetivo de levá-lo a ruptura mais rapidamente, fator que aumenta a
velocidade da fluência.
O ensaio de ruptura por fluência é indicado para testes e estudos de novos materiais e,
geralmente, é aplicado em etapas iniciais de desenvolvimento de produtos. A aplicação
de um ensaio de ruptura por fluência leva vantagens na sua velocidade de execução
devido à rapidez da sua realização.
Ensaio de relaxação
O ensaio de relaxação tem como objetivo buscar a redução da tensão a que o corpo
de prova está submetido a um determinado período de tempo, mantendo, para isso, a
deformação constante a uma determinada temperatura.
Os ensaios de relaxação têm como principal aplicação em aços que são utilizados
na construção civil, como em barra de aços que são submetidas ao tratamento para
aumentar a resistência do concreto, que consiste em dar tensão aos cabos de aço antes
que a massa endureça.
76
CAPÍTULO 8
Ensaio de tenacidade à fratura
77
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
O efeito pode ocorrer principalmente por causa das deformações plásticas presentes
nas regiões das pontas das trincas, ou até por algum crescimento estável da trinca.
78
ENSAIOS DESTRUTIVOS │ UNIDADE II
Após a fratura do corpo de prova, recomenda-se que seja realizada medições nas trincas
apresentadas no material. Recomenda-se que três pontos diferentes sejam medidos,
obtendo-se assim um valor médio para a utilização em cálculos.
Conforme a imagem a seguir, podemos conhecer um pouco mais sobre os tipos comuns
de fraturas que geralmente ocorrem em um ensaio destrutivo por tenacidade à fratura:
79
UNIDADE II │ ENSAIOS DESTRUTIVOS
80
ENSAIOS NÃO UNIDADE III
DESTRUTIVOS
CAPÍTULO 1
Introdução, conceitos básicos, tipos de
ensaio e normatização
O ensaio não destrutivo é um conjunto de técnicas que tem como principal objetivo
a realização de medições de descontinuidades, defeitos e falhas de um determinado
material, detectar as suas propriedades mecânicas, identificar a composição química
do material e verificar o desempenho dos metais ferrosos e não ferrosos e também dos
materiais não metálicos.
Claro que o ensaio não destrutivo pode deixar alguma marca ou vestígio na
peça, característica que pode ser inerente ao processo de ensaio não destrutivo
dependendo do método que seja escolhido e aplicado para tal. Porém, essas
características devem estar dentro de limites aceitáveis para que não comprometa
o funcionamento de um determinado item em um equipamento ou sistema.
81
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Dentre as diversas razões que levam uma indústria a aplicar o ensaio não destrutivo de
materiais em seu âmbito fabril, podemos citar os seguintes pontos:
Um ensaio não destrutivo pode verificar diversas caraterísticas como, por exemplo:
»» trincas em geral;
82
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Em casos que mais de um método de ensaio não destrutivo seja capaz de detectar
as características, propriedades ou defeitos a serem inspecionados, recomenda-se a
escolha do método que mais se adapte à realidade da inspeção, pensando nos custos,
83
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
na sua aplicação e nos recursos que se têm disponíveis para a realização completa do
método escolhido.
Outra variável que pode ser considerada no momento da escolha do método de ensaio
não destrutivo a ser realizado é a velocidade cujo o processo de inspeção é realizado.
Esse fator é de extrema importância, pois pode exigir a disponibilidade de processos ou
de equipamentos com elevado grau de automação, com incorporações ao processo de
construção dos corpos de prova como ferramentas especiais ou a construção/elaboração
de dispositivos personalizados e até mesmo o planejamento e o controle da produção da
fábrica, levando em conta que é uma realidade muito comum a utilização das maquinas
pertencentes ao meio de produção para a fabricação e/ou confecção dos corpos de prova,
pois manter uma máquina dedicada para essa função pode gerar um custo excessivo e
elevado, a não ser que a empresa em questão seja especialista na prestação de serviços
de ensaios não destrutivos e não realize a produção de outros tipos de produtos, peças,
itens e componentes. Deve-se considerar também que a escolha por um método de
ensaio não destrutivo mais rápido nem sempre será o método que apresenta o custo
mais barato. Todos esses fatores devem ser considerados no momento da definição do
método de inspeção que será realizado.
A grande vantagem dos ensaios não destrutivos é que o material e/ou corpo de prova não
precisa ser descartado após a submissão ao teste. Isso faz dos ensaios não destrutivos
uma excelente alternativa na aplicação de inspeções de qualidade e para auditorias nas
condições de operação de máquinas e equipamentos.
»» líquidos penetrantes;
»» métodos magnéticos;
»» métodos radiológicos.
84
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
A utilização dos métodos de ensaios não destrutivos pode ser empregada como
um recurso auxiliar para a realização de ensaios destrutivos, considerando que
os métodos de ensaios não destrutivos podem ser utilizados como processos
complementares nesse cenário.
A realização dos ensaios não destrutivos geralmente não requer que os serviços sejam
interrompidos, bem como as paradas de máquinas para verificar ou analisar as peças.
Esse fator contribui para que a integridade do material esteja assegurada e que as
condições de operações de um determinado processo, máquina ou equipamento não
sejam alteradas, garantindo o cumprimento dos padrões estabelecidos.
Os ensaios não destrutivos são realizados diretamente nas peças que serão colocadas
em operação, seja em máquinas, equipamentos, automóveis, sistemas em geral etc.
Esse fator gera maior confiabilidade nos ensaios não destrutivos quando comparados
aos ensaios destrutivos, pois neste método deverá extrair a parte de um material e testar
de modo a rompê-la ou deformá-la, evitando assim a sua utilização.
85
CAPÍTULO 2
Líquidos penetrantes
O ensaio não destrutivo realizado por meio de líquidos penetrantes é um dos métodos
de ensaio de materiais mais antigos, tenso sua origem em oficinas de manutenção de
estrada de ferro. Apesar de ser um método de criação mais antiga, é um teste muito
eficiente e que é muito aplicado até os dias atuais.
O ensaio não destrutivo foi criado na época da revolução industrial, período que durou
entre os anos de 1760 e 1840. Nessa época, havia pouco conhecimento referente a
descontinuidades e falhas existentes em peças mecânicas.
O único método utilizado na época era o ensaio visual, que possuía limitações na
detecção de trincas, pois apenas as trincas maiores tinham capacidade de ser detectadas.
Outro fator que dificultava a detecção de trincas nas peças era a dificuldade em realizar
limpeza nas peças.
O ensaio não destrutivo realizado por meio de líquidos penetrantes foi desenvolvido na
indústria ferroviária com o objetivo de auxiliar a detecção de falhas, quando elas não
podiam ser notadas por meio da inspeção visual.
O método do óleo e giz consistia em lavar as peças com soda cáustica ou com água
fervendo, para em seguida submergir as peças em um recipiente com óleo e querosene
por um determinado período de tempo, podendo ficar dentro desses recipientes por
horas ou por até um dia inteiro, para que o óleo penetrasse nas descontinuidades e
falhas existentes no material.
seguida serem dispostas em um local adequado para que fossem secadas. Após as peças
encontrar-se secas, pintavam-se as peças com uma mistura de álcool e giz, resultando
em uma camada de pó branco na superfície da peça.
Apesar de se tornar um teste muito eficiente para a época, com o passar do tempo
esse tipo de ensaio apresentava margens para erros, pois não existiam métodos de
controle para a quantidade de óleo, giz e querosene utilizados. Além disso, o teste era
mais eficiente na detecção de trincas e falhas de porte médio para alto. Trincas e falhas
superficiais pequenas não eram bem detectadas com a utilização deste método.
Foi então que, na década de 1940, Roberto C. Switzer decidiu aprimorar a técnica
do método de óleo e giz, desenvolvendo então o ensaio não destrutivo por meio da
utilização de líquidos penetrantes.
As etapas do método de um ensaio não destrutivo por líquido penetrante são as seguintes:
»» limpeza da superfície;
»» aplicação do revelador;
»» expansão do penetrante;
»» avaliação da peça;
»» limpeza da peça.
87
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
O líquido penetrante
O líquido penetrante é o insumo que apresenta maior importância neste método de
ensaio. Um líquido penetrante apresenta em sua composição outros líquidos que devem
apresentar características essências e fundamentais para garantir uma boa performance
e resultado na realização do ensaio.
De acordo com a visibilidade a olho nu, os líquidos penetrantes são classificados em:
88
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Com diversas opções e características dos líquidos penetrantes, algumas dicas são
importantes para decidir qual líquido penetrante utilizar em um ensaio.
89
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Um outro fator que deve ser considerado na escolha do líquido penetrante, com base nas
especificações do produto e nos requisitos de qualidade, é o planejamento de quais falhas
ou descontinuidades são críticas para aplicação, ou seja, as falhas ou descontinuidades
que devem ser detectadas, e também planejar as falhas e descontinuidades que não
são críticas para a aplicação, que são falhas que não precisam necessariamente serem
detectadas.
Com base desses pontos, o líquido penetrante é escolhido e aplicado em um ensaio não
destrutivo.
90
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Para se efetuar um ensaio não destrutivo por líquidos penetrantes, deve-se seguir os
seguintes passos:
»» revelação;
»» inspeção;
91
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
A limpeza da superfície da peça ou material que será ensaiado é uma etapa muito
importante para o processo de teste, pois contribui para uma revelação precisa das
descontinuidades e falhas, elevando assim o grau de confiabilidade no resultado obtido.
O processo de limpeza da superfície tem como principal objetivo a remoção de tintas,
de camadas protetoras, graxa, óleo, poeira ou até oxidações da superfície do material,
para facilitar a entrada do líquido penetrante nas descontinuidades do material, uma
vez que os resíduos supracitados podem impedir a boa eficiência do líquido penetrante.
Para efetuar uma limpeza desses resíduos de maneira eficaz, sem contaminar a superfície
do material que será ensaiado, geralmente utilizam-se desengraxantes, solventes,
ou outros, como água, solução alcalina ou soluções ácidas, de acordo com o tipo de
contaminante ou da condição da superfície do material, de acordo com o quadro 7.
Contaminante
Condição da Efeito/Sintoma Solução
Superfície
Prejudica a ação do líquido penetrante; Aplicar solvente ou removedor;
Graxa ou óleo Pode ser facilmente detectado pela luz negra, pois graxa e óleo apresentam Limpeza alcalina a quente ou
florescência sob luz negra. vapor desengraxante.
Solvente ou solução alcalina;
Essas substâncias absorvem o líquido penetrante, evitando que ele seja absorvido
pela peça a ser ensaiada; Jateamento;
Carbono, verniz ou terra
Pode causar fluorescência quando submetido à luz negra, podendo confundir a Limpeza com escova;
substância com alguma falha ou descontinuidade.
Submeter a peça a vapor.
Solução alcalina;
Oxidações ou ferrugens em geral absorvem o líquido penetrante, evitando que ele Solução ácida;
seja absorvido pela peça a ser ensaiada;
Oxidação ou ferrugem Limpeza com escova;
Pode causar fluorescência quando submetido à luz negra, podendo confundir a
substância com alguma falha ou descontinuidade. Jateamento;
Submeter a peça a vapor.
Solvente removedor de tinta;
Pintora/Tintas Impede a entrada do líquido penetrante nas descontinuidades ou falhas do material. Removedor alcalino;
Jateamento.
Dispor a peça em uma estufa;
Água Impede a entrada do líquido penetrante nas descontinuidades ou falhas do material. Aquecer a peça;
Ar seco.
92
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Contaminante
Condição da Efeito/Sintoma Solução
Superfície
Usinagem;
Conformação ou Pode encobrir a falha ou descontinuidade do material, impedindo a entrada do
Fresagem
jateamento líquido penetrante
Ataque químico.
Por meio de um método por imersão da peça ou pela aplicação por pinceis, pistolas ou
spray, o líquido penetrante é aplicado no material a ser ensaiado.
93
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Tempo de remoção do
Material Processo de fabricação Descontinuidade/Falha
líquido penetrante
Porosidade;
Fundido Trinca a frio; 3 minutos
Gota fria
Alumínio Forjado Dobra 7 minutos
Solda Porosidade 3 minutos
Qualquer Trincas em geral 5 minutos
Gota fria;
Fundido 3 minutos
Porosidade
94
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Tempo de remoção do
Material Processo de fabricação Descontinuidade/Falha
líquido penetrante
Gota fria;
Fundido 5 minutos
Porosidade
A etapa de remoção do líquido penetrante pode ser feita de maneira manual, com o
auxílio de guardanapos de papel, podendo ser seco ou umedecido com solvente, ou de
pedaço de pano, também secos ou umedecidos com solvente.
Revelação
95
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
»» deve ser de fácil remoção, auxiliando na limpeza final da peça e/ou material.
96
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Sendo assim, recomenda-se observar a peça para que seja possível realizar a
inspeção no material ensaiado logo no início da secagem do revelador e também
realizar uma nova inspeção quando a peça estiver totalmente seca.
Porém, de acordo com alguns estudos realizados, o tempo de espera para a aplicação do
penetrante e do revelador pode ocorrer conforme o quadro 10.
97
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Inspeção
Para casos que se é aplicado líquidos penetrantes visíveis, a inspeção ocorre por meio
de exposição do material a uma luz branca ou luz natural. Nestes casos, o revelador
apresenta uma característica inerente de apresentar um fundo branco, fazendo assim
um contraste com a descontinuidade ou falha, que geralmente é vermelha e brilhante,
por causa do líquido penetrante.
Limpeza
Após a emissão desse relatório, a peça deve passar pelo processo de limpeza, com o
objetivo de remover totalmente os resíduos que foram gerados no processo de ensaio.
98
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Por sua vez, o ensaio por líquido penetrante também apresenta algumas limitações:
99
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
»» a superfície da peça ou do material a ser ensaiado não pode ser nem porosa
e nem absorvente, uma vez que essas características tornam a remoção
do excesso de líquido penetrante ineficaz, alterando ou negligenciando o
resultado final da análise;
Esses kits são completos e facilitam as operações de quem irá realizar o ensaio e
até mesmo inspecionar os resultados obtidos.
100
CAPÍTULO 3
Métodos magnéticos
Um fator determinante no ensaio não destrutivo por métodos magnéticos são as linhas
de campo.
N Imã S
Trinca Porosidade
Superficial Superficial
Porosidade
Peça de aço Linhas de interna
fluxo do campo magnético
101
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
facilidade que o material tem de ser magnetizado. Sendo assim, o ensaio não destrutivo
por métodos magnéticos só pode ser utilizado nos materiais ferromagnéticos.
102
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
realizar, que por sua vez é definido de acordo com o tipo de falha ou de
descontinuidade que se deseja verificar ou detectar.
103
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
104
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
105
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Essas partículas magnéticas também podem ser encontradas em diversos tipos de cores,
sendo algumas dessas cores indicadas para a inspeção com a luz branca (geralmente a cor
de partículas mais utilizada neste método é a cor vermelha) e outras cores florescentes,
indicadas para métodos que utilizem a luz negra para a inspeção.
Sendo assim, os métodos de aplicação das partículas magnéticas são classificados como:
»» Forma de inspeção: ocorrem por meio da luz branca para cores visíveis
e por luz negra para cores fluorescentes.
Geralmente, o método utilizado para a aplicação das partículas ocorre por meio da
aplicação por borrifadores manuais, chuveiros de baixa pressão, ou derramado a
mistura diretamente sobre a superfície da peça ou material.
106
CAPÍTULO 4
Ensaio ultrassônico de materiais
O som é uma propagação mecânica que ocorre por meio de dois sentidos de vibração
(ondas latitudinais e longitudinais). Esta vibração é transmitida ao ar e levada, na forma
de ondas sonoras, até a fonte receptora, ou seja, o som pode se propagar e ser percebido
em todas as direções.
Um som qualquer tem a sua origem a partir da vibração de um material e pode ter
frequência abaixo de 20 Hz (infrassom) ou frequência acima de 20Hz (ultrassom).
Velocidade (m/s)
Material
Onda longitudinal Onda transversal
Alumínio 6300 3100
107
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Cristal piezelétrico
Cristal piezelétrico
Volume
Corrente elétrica
Estes princípios supracitados são utilizados no processo de ensaio não destrutivo por
método ultrassônico, ao aplicar uma corrente alternada em um cristal piezelétrico,
ocorrerá uma vibração mecânica na mesma frequência da corrente aplicada, gerando
assim o ultrassom.
108
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE III
Cristal piezelétrico
Vibração
Corrente elétrica
Equipamento ultrassom
Cabeçote ou transdutor
Superfície 1
Superfície 3
Peso
Superfície 2
109
UNIDADE III │ ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Amortecedor
Conector coaxial
Elemento de proteção
Cistal piezelétrico
Carcaça
Conector coaxial
Amortecedor
Elemento de inclinação
Cistal piezelétrico
Amotecedores
Elemento acústico
Cristais piezelétricos
»» Face protetora: são elementos que fazem contato com a peça. É muito
comum a utilização de películas de plástico para essa característica.
O método de ensaio não destrutivo por método ultrassônico é realizado por meio
do contato do transdutor com a peça. É imprescindível o uso de um acoplante,
que tem a função de fazer a ligação do transdutor para a peça com o mínimo de
interferência possível. Os acoplantes utilizados são água, óleo, graxa, glicerina etc.
Os ensaios não destrutivos por métodos ultrassônicos podem ser realizados e classificados
de acordo com os seguintes grupos:
Água
Transdutor
Acoplante
Superfície da peça
112
MÉTODOS ESPECIAIS
DE ENSAIOS NÃO UNIDADE IV
DESTRUTIVOS
CAPÍTULO 1
Tipos de ensaio e normatização
113
UNIDADE IV │ MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Um operador ou inspetor de ensaios não destrutivos com métodos especiais deve possuir
habilidade e experiência na execução da atividade, o que são fatores fundamentais
na identificação da quantidade de descontinuidades, defeitos ou falhas nas peças ou
materiais, bem como suas posições no sólido. Outro fator fundamental em um ensaio
não destrutivo é a habilidade de interpretação e da compreensão dos fenômenos físicos
que são inerentes ao processo.
A avaliação dos resultados obtidos em um ensaio não destrutivo com métodos especiais
pode ser realizada e registrada por meio de uma análise de probabilidade e estatística.
As indústrias que utilizam esses dados para definir os parâmetros na definição da
técnica aplicada apresentam melhores desempenhos e melhores índices de detecção,
bem como melhor definição de desempenho dos matérias ou peças ensaiadas.
114
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
115
CAPÍTULO 2
Ensaio baseado na ressonância
magnética nuclear
O ensaio não destrutivo realizado por meio da ressonância magnética nuclear é uma
técnica analítica que pode ser aplicada em diversos segmentos industriais.
Esta técnica baseia-se no fato de que os núcleos atômicos possuem uma propriedade
inerente ao material, denominada spin nuclear.
116
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
Estado do spin
Campo magnético
aplicado
Energia
Estado spin
A diferença de energia observada entre dois estados de spin depende da força do campo
magnético.
Figura 46. Spin com campo magnético aplicado.
600 MHz
300 MHz
Energia
14.092 7.046
Uma imagem obtida por meio da Ressonância Magnética Nuclear tem como base o
registro da localização espacial da densidade de núcleos atômicos existentes em diversos
ou específicos pontos da amostra estudada.
117
UNIDADE IV │ MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Para a obtenção de uma imagem por ressonância magnética nuclear, é preciso identificar
as propriedades do material ensaiado. Para isso, é necessário focar na propriedade
específica da estrutura que é desejado obter a fotografia ou no registro de uma de suas
propriedades em função da sua posição no espaço.
Para que um determinado objeto seja visualizado por meio da ressonância magnética
nuclear, é necessário que haja contraste entre o objeto e o meio que o cerca, de modo
a diferenciar o que é o objeto de ensaio e no qual ele está, facilitando assim a detecção
pelo contraste.
Na imagem por ressonância magnética nuclear, o contraste é dado pela relação entre
as intensidades do componente magnético transversal do objeto e intensidades do
componente magnético transversal daquilo que está à sua volta.
»» identificar impurezas;
119
CAPÍTULO 3
Ensaio pela alteração de campo
magnético
O ensaio não destrutivo pela alteração de campo magnético consiste em, ao identificar
um defeito no material condutor, na criação de um obstáculo à corrente secundária,
de modo a diminuir o campo magnético secundário e reduzir a sua oposição ao campo
magnético primário. Tal alteração resulta na impedância elétrica da bobina, por meio
da diminuição da resistência elétrica.
Existem alguns métodos de ensaio não destrutivo por meio da alteração de campo
magnético:
120
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
121
CAPÍTULO 4
Ensaio por perturbação da corrente
elétrica
O ensaio não destrutivo por meio da perturbação da corrente elétrica tem como base
a indução eletromagnética por pequenas correntes elétricas em um material condutor
de eletricidade, na qual corrente elétrica é definida de acordo com o movimento dos
elétrons mediante a um condutor, podendo observar alterações nos efeitos do campo
magnético causados por essa corrente.
O ensaio não destrutivo por perturbação da corrente elétrica ocorre por meio da indução
eletromagnética com o objetivo de induzir correntes parasitas em uma determinada
peça, sendo dentro de uma ou mais bobinas de indução, podendo também ocorrer em
suas extremidades. Esse processo de indução gera um aquecimento, resultante das
perdas que são produzidas pelo fluxo de correntes parasitas na peça.
122
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
Corrente alternada
Descontinuiade
Trinca detectada
123
UNIDADE IV │ MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Apesar das vantagens supracitadas, o ensaio não destrutivo por perturbação elétrica
apresenta também algumas desvantagens:
124
CAPÍTULO 5
Estudos de caso e artigos sobre
processos de corte térmico e ensaios
destrutivos e não destrutivos
Após análise nos processes de corte a plasma e de oxicorte, um estudo comparativo foi
elaborado com o objetivo de identificar qual é o melhor método para o corte de chapas
de ½’’ de espessura.
Por meio da análise das variáveis entre os dois processos, tornou-se possível estabelecer
alguns parâmetros que permitissem a comparação entre os métodos de corte a plasma e
oxicorte e assim, encontrar um resultado aceitável sobre o melhor método a ser adotado
para o corte desejado. Os parâmetros escolhidos por Angeli (2011) foram:
125
UNIDADE IV │ MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Turatti (2017) propõe um estudo de caso para avaliar o comportamento do aço SAE
4140 submetido aos diversos ensaios destrutivos.
O aço SAE 4140 é um material muito comum na indústria utilizado para a fabricação
de componentes mecânicos, pois possui uma boa resistência mecânica e apresenta um
custo relativamente baixo.
Para tal, foram confeccionados diversos corpos de prova, sendo que cada um dele será
submetido a um ensaio destrutivo diferente, a saber:
»» ensaio de dureza;
»» ensaio de tração;
Após a realização dos ensaios destrutivos, cada corpo e prova foi submetido a uma
análise de falha por fadiga. O aspecto visual das fraturas dos corpos de prova foram
analisados, por meio de um microscópio modelo AM4013 MT da marca DINO-LITE.
126
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
De acordo com Turatti (2017), por realização dos ensaios destrutivos no aço SAE 4140
foi possível simular situações reais que os componentes fabricados com este material
sofreriam no dia a dia.
127
UNIDADE IV │ MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
Segundo o autor do estudo de caso, os resultados obtidos são valores consistentes e estão
situados dentro dos limites aceitáveis. Turatti (2017) ainda descreve que, por se tratar
de testes experimentais, alguns fatores ou parâmetros podem ter afetado os resultados
das medições como, por exemplo, não linearidades, incertezas dos equipamentos
utilizados, falhas operacionais, incertezas sistemáticas aleatórias etc.
Ruiz e Batalha (2004) propõem um estudo de caso de um critério de modo de falha para
a solda ponto por resistência, e como parte da análise utilizam o método de ensaio não
destrutivo ultrassônico de maneira qualitativa.
De acordo com Ruiz e Batalha (2004), a utilização do método de ensaio não destrutivo
ultrassônico foi importante pois contribuiu para a identificação dos modos de falha,
128
MÉTODOS ESPECIAIS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS │ UNIDADE IV
bem como suas causas e seus efeitos. Os autores também sugerem a realização de
medições em chapas de diferentes espessuras, de diferentes acabamentos e também
para diferentes parâmetros de solda, com o objetivo de realizar um comparativo entre
outros tipos de solda e de materiais.
129
Para (Não) Finalizar
Os processos de corte térmico são importantes em um ambiente fabril, visto que são
processos que contribuem para a otimização das etapas de produção, obtendo-se
melhores resultados em tempo de processos, em redução de custos de fabricação e em
otimização na disponibilidade de equipamentos. Além disso, a escolha do processo
mais adequado para o corte de um determinado material é extremamente importante,
pois, dependendo da aplicação do material, alguns processos podem alterar ou não as
propriedades dos materiais, afetando no resultado que se é esperado.
130
Referências
ASM Handbook, Nondestructive Evaluation and Control. vol. 17, 9. ed., The Materials
Information Society, 1989.
GARCIA, Amauri et al. Ensaios dos Materiais. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000.
GE. Inspection Technologies & Sensing. Soluções em END. USA, Abril 2009.
131
REFERÊNCIAS
132