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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
HEMÁCIAS............................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
HEMATÓCRITO........................................................................................................................ 13
CAPÍTULO 2
DETERMINAÇÃO DE HEMOGLOBINA........................................................................................ 16
CAPÍTULO 3
FRAGILIDADE OSMÓTICA ERITROCITÁRIA................................................................................. 19
CAPÍTULO 4
VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS)........................................................................ 24
UNIDADE II
HEMOGLOBINA.................................................................................................................................... 27
CAPÍTULO 1
FERRO SÉRICO....................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 2
CAPACIDADE DE LIGAÇÃO DE FERRO (CTLF OU TIBC)............................................................. 36
CAPÍTULO 3
DETERMINAÇÃO DE HEMOGLOBINA ALCALINO-RESISTENTE...................................................... 38
CAPÍTULO 4
DOSAGEM DE HEMOGLOBINA FETAL....................................................................................... 41
CAPÍTULO 5
ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA.......................................................................................... 43
CAPÍTULO 6
PROVA DE FALCIZAÇÃO.......................................................................................................... 45
UNIDADE III
COAGULOGRAMA............................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
TESTE DE SANGRAMENTO........................................................................................................ 53
CAPÍTULO 2
TEMPO DE COAGULAÇÃO...................................................................................................... 56
CAPÍTULO 3
RETRAÇÃO DO COÁGULO...................................................................................................... 58
CAPÍTULO 4
PROVA DO LAÇO OU RUMPEL-LEEDE....................................................................................... 60
CAPÍTULO 5
TEMPO DE PROTROMBINA (TP)................................................................................................. 62
CAPÍTULO 6
TEMPO DE PROTROMBINA PARCIAL ATIVADA (TTPA)................................................................... 66
CAPÍTULO 7
TEMPO DE TROMBINA.............................................................................................................. 68
CAPÍTULO 8
PROVA DE AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA................................................................................... 70
UNIDADE IV
GRUPOS SANGUÍNEOS......................................................................................................................... 74
CAPÍTULO 1
DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGUÍNEOS DO SISTEMA ABO............................................... 82
CAPÍTULO 2
TESTE DE COOMBS.................................................................................................................. 86
CAPÍTULO 3
PROVAS DE COMPATIBILIDADE TRANSFUSIONAL....................................................................... 89
UNIDADE V
OUTROS PROCEDIMENTOS HEMATOLÓGICOS....................................................................................... 95
CAPÍTULO 1
CÉLULAS LE............................................................................................................................. 95
CAPÍTULO 2
ANTICORPOS ANTINUCLEARES (ANA)....................................................................................... 97
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 103
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
A Hematologia é a ciência que tem por finalidade o estudo do sangue. Tal palavra é
derivada de dois radicais gregos: Haima (de haimatos), que significa “sangue”, e logos
“estudo, discurso”. O sangue é o veículo por meio do qual as substâncias e os elementos
necessários à vida são transportados pelo organismo; ele é um tecido de coloração
vermelha e com consistência líquida, formado por plasma e diferentes tipos de células,
como: glóbulos brancos (leucócitos), vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.
A Hematologia, portanto preocupa-se em compreender o sangue incluindo formação de
seus componentes; órgãos onde estes são produzidos (órgãos hematopoiéticos), como
medula óssea, baço e linfonodos; manutenção, bem como patologias a ele relacionadas.
Diferentes exames laboratoriais fazem parte do setor de Hematologia e são de extrema
importância na pesquisa de causas, monitoria de tratamentos, estabelecimento de
diagnósticos e prognósticos e direcionamentos, auxiliando, portanto, na Medicina. A
presença de um profissional atuando neste setor dentro de qualquer serviço de saúde,
seja ele hospital, laboratório ou clínica, é indispensável devido ao grande número de
doenças relacionadas ao sangue, atuando assim na melhoria da qualidade de vida e na
saúde das pessoas.
Objetivos
»» Preparar o aluno, do ponto de vista teórico e prático, para o exercício das
análises clínicas no que se refere ao campo da Hematologia.
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HEMÁCIAS UNIDADE I
Muitas doenças podem afetar tanto a produção como a função dos glóbulos
vermelhos, resultando em consequências para a saúde dos indivíduos por
elas acometidos. A mais conhecida dentre estas é a anemia, que possui
uma variedade de tipos devido às diferenças nas causas, desde produção
insuficiente de glóbulos vermelhos pela medula óssea, pela produção deles
com baixa taxa de hemoglobina ou destruição acelerada desses glóbulos
vermelhos. As anemias são consideradas como sinal de doenças de base
responsáveis por ocasionar alteração sanguínea. Entre as causas podemos
citar: ingestão baixa de ferro ou absorção reduzida pelo organismo que pode
ter caráter genético devido a mutações nas moléculas de hemoglobina ou
alteração da quantidade de hemoglobina produzida, defeitos genéticos nas
proteínas das membranas e/ou no citoesqueleto dos glóbulos vermelhos que
pode ser de origem autoimune, incapacidade da medula óssea em produzir
partículas sanguíneas entre outras.
Nesta unidade, vamos fornecer uma compreensão básica da função das hemácias,
como ocorre sua produção no organismo, sua morfologia e algumas patologias a elas
relacionadas.
O sangue pode ser definido como um tecido que se apresenta na forma de fluido
contendo várias substâncias químicas em solução e uma diversidade de células em
suspensão. Ele atua em todas as atividades vitais do organismo, desde respiração e
nutrição celular, até o controle de infecções e hemorragias. O sangue é constituído de
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UNIDADE I │ HEMÁCIAS
duas frações: 55% para o plasma e 45% para as células. A porção acelular, ou plasma,
é constituída de 91,5% de água que serve de solvente das substâncias orgânicas e
minerais e ainda de veículo para as células, moléculas e íons, e o restante é formado
por proteínas, como fibrinogênio, importante para o processo de coagulação do sangue,
sais e outros constituintes orgânicos em dissolução (VIVAS, 2013). Entre as funções
do sangue, temos: transporte de gases, defesa do organismo, coagulação, veiculação
de nutrientes, regulação térmica e hídrica e manutenção do equilíbrio ácido-base. A
fração celular apresenta três tipos de células: glóbulos brancos (leucócitos), vermelhos
(hemácias ou eritrócitos) e plaquetas (trombócitos).
Figura 1. Demonstração dos componentes celulares encontrados no sangue.
6o ao 8o mês de gestação, até os cinco anos de idade. Após esse período ocorre uma
substituição gordurosa na medula dos ossos longos e, portanto, na vida adulta somente
ossos da pelve, esterno, crânio, úmero, fêmur e costelas serão capazes de produzir
células sanguíneas.
Fonte: <http://www.uff.br/hematolab/pluginfile.php/28/mod_folder/content/2/Hematopoiese.pdf?forcedownload=1>.
11
UNIDADE I │ HEMÁCIAS
Figura 3.
A) Representação de hemácias. B) Esfregaço sanguíneo evidenciando eritrócitos.
12
CAPÍTULO 1
Hematócrito
13
UNIDADE I │ HEMÁCIAS
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HEMÁCIAS │ UNIDADE I
Pessoas que vivem há mais de seis meses em altitudes superiores a 2.500 metros
passam a formar maior quantidade de eritrócitos, devido ao ar ser mais rarefeito e
consequentemente apresentar menor quantidade de oxigênio, e apresentam um
hematócrito elevado. Nesses indivíduos cerca de 60 a 65% do volume sanguíneo é
constituído de hemácias para superar as dificuldades impostas pela escassez de ar
atmosférico nos locais em que vivem. Isto justifica o porquê de muitos atletas preferirem
realizar seus treinamentos físicos em locais de alta altitude, com isto aumentam a
quantidade de hemácias no organismo adquirindo vantagens como maior energia e
menos cansaço em uma competição, pois seu “estoque de oxigênio” demora mais a
acabar (NIGRO, 2010).
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CAPÍTULO 2
Determinação de hemoglobina
Método da cianometa-hemoglobina
Trata-se de um método colorimétrico que se baseia na oxidação da hemoglobina para
cianometa-hemoglobina por meio da adição de cianeto de potássio. Esta metodologia
denominada cianometa-hemoglobina baseia-se na oxidação do átomo de ferro (ferro II)
da molécula de hemoglobina pelo ferroacianeto de potássio em pH fracamente alcalino,
formando a meta-hemoglobina que é convertida em cianometa-hemoglobina após a
reação com cianeto de potássio, esta é então determinada por espectrofotometria. A
coloração avermelhada que se observa é proporcional à concentração de hemoglobina
presente na amostra (Bioclin). A amostra utilizada neste método é o sangue total obtido
livre de hemólise, colhido com EDTA, citrato ou oxalato. Podem ser utilizados kits
comerciais, com reagentes semiprontos e solução padrão comercial. Nesta metodologia
todas as formas da hemoglobina podem ser medidas, exceto sulfa-hemoglobina.
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HEMÁCIAS │ UNIDADE I
Os valores de referência em g/dL, para o presente método são: Homens 12,5 a 17,5 g/dL e
mulheres 11,5 a 15,5 g/dL, porém estes valores podem variar dependendo do teste utilizado.
A determinação da hemoglobina, juntamente com resultados obtidos pelo hematócrito e
a contagem do número de reticulócitos, é de extrema valia para o diagnóstico de anemias
e policitemias bem como para a avaliação da evolução durante o tratamento.
Método da oxiemoglobina
Neste método a hemoglobina é capaz de ser convertida a oxiemoglobina quando
em contato com água, porém, atualmente, já não é tão utilizada. Ela não é capaz de
dosar compostos anormais que possam estar presentes, como meta-hemoglobina ou
sulfa-hemoglobina. Neste método, 0,020 mL de sangue são adicionados a 5 mL de água
destilada, são colocadas então duas gotas de amônia a 50% e realiza-se a homogeneização.
A leitura é realizada em espectrofotômetro (540 nm) ou fotocolorimétrico (filtro
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UNIDADE I │ HEMÁCIAS
verde) contra um branco contendo água e duas gotas de amônia. O cálculo é realizado
(g de hemoglobina/100 mL de sangue) = absorbância X fator de calibração.
Método SLS-hemoglobina
Nesta metodologia é utilizado o surfactante laurilsulfato de sódio (que lisa as hemácias
liberando a hemoglobina). A reação segue a ordem: hemólise dos eritrócitos, alteração
da conformação da molécula de globina, oxidação do ferro e formação do complexo
SLS-hemoglobina. A quantificação é feita pela leitura da absorbância a 555 nm.
Hemoglobinômetros portáteis
Consistem em equipamentos contendo fotômetro pré-calibrado, portátil, com
comprimento de onda fixo, que funciona com pilhas ou corrente elétrica, projetados
para a realização da medição de hemoglobina. Utilizam microcubetas contendo
deoxicolato sódico que atua hemolisando as hemácias, a hemoglobina livre é convertida
em meta-hemoglobina pelo nitrato de sódio. Após, a meta-hemoglobina é convertida em
azida meta-hemoglobina por adição de azida sódica. As amostras são lidas a 565 nme
880 nm.
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CAPÍTULO 3
Fragilidade osmótica eritrocitária
Fonte: <http://descubrelasciencias.blogspot.com.br/2010/10/diario-de-una-entrada-ii.html>.
patológicos (ELIAS et al., 2004). O controle do volume celular por meio da eliminação
ativa de solutos é um dos mecanismos pelos quais a lise da membrana eritrocitária é
evitada in vivo (MAKINDE; BOBADE, 1994). As células, quando suspensas em meio
hipotônico, aumentam até atingir um volume crítico de hemólise antes de serem
lisadas. Assim, a fragilidade celular varia conforme a concentração de sal e segue uma
distribuição normal em pessoas sadias (JAIN, 1973). As hemoglobinas normais são
solúveis em soluções de alta molaridade.
A curva avalia então a capacidade dos glóbulos vermelhos de incorporar água em seu
interior, sem que ocorra a lise da célula (CEACLIN, 2012). Por esse, motivo pode-se
dizer que a resistência é dependente da relação entre volume/superfície do glóbulo. A
habilidade dos glóbulos vermelhos normais em resistirem à hipotonicidade provém da
sua forma bicôncava, o qual permite que a célula aumente de volume até 70%, superado
este limite ocorre a lise.
Para melhor avaliação da F.O.E., os resultados são expressos em gráficos nos quais a
porcentagem de hemólise distribui-se no eixo das ordenadas, e as concentrações das
soluções hipotônicas de NaCl, no eixo das abscissas, resultando em uma curva sigmoide
que representa a distribuição da frequência acumulativa da fragilidade osmótica dos
eritrócitos em uma população de células normais (PONDER, 1948), ou por meio da
curva derivativa, idealizada por Perk et al., (1964).
Entre os fatores que podem afetar a composição da membrana celular, temos as doenças
associadas a alterações metabólicas, como insuficiência renal e doença hepática, que
alteram a proporção de fosfolipídios e colesterol na membrana dos eritrócitos, alterando
também a F.O.E.
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HEMÁCIAS │ UNIDADE I
Diferentes tipos de doenças (que podem variar de acordo com a raça) ocorrem devido
a alterações genéticas na estrutura da hemoglobina. A população brasileira apresenta
uma grande mistura de raças que podem levar a uma diversidade de alterações na
estrutura da hemoglobina e consequentemente a diferentes patologias.
Dentre estas doenças, podemos citar a talassemia, na qual ocorre uma redução ou
ausência na produção de um dos tipos de cadeia de globina que compõem a hemoglobina.
Indivíduos heterozigotos normalmente não apresentam sintomas, embora se possa
detectar tal defeito por meio de exames laboratoriais. Já indivíduos que carregam mais
de um gene anormal (sejam homozigotos ou heterozigotos compostos – aqueles que
carregam uma associação de defeitos), apresentam manifestações clínicas, podendo
ser acometidos por anemia grave incompatível com a vida até a forma mais branda
praticamente assintomática. A talassemia pode acometer a produção tanto de cadeias
α como de cadeias β e, por isso, são classificadas em: α-talassemias e β-talassemias.
As α-talassemias, por sua vez, ainda podem ser subdivididas em traço talassêmico
(deleção de um ou dois genes α), doença da HbH (três genes α afetados) e a síndrome
da hidropsia fetal (quatro genes α afetados); e as β-talassemias, em talassemia menor,
intermediária e maior.
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UNIDADE I │ HEMÁCIAS
Na talassemia, a cadeia que não sofre alteração é produzida em taxas normais, porém
encontra-se em excesso dada a ausência da outra cadeia complementar com a qual
se possa formar o tetrâmero. As cadeias normais em excesso precipitam-se na célula,
lesando a membrana e provocando a destruição prematura da hemácia (TORRES;
BONINI-DOMINGOS, 2005), dificultando o processo de eritropoise e causando
hemoglobinização deficiente dos eritroblastos (SANTOS, 2011).
Alfa-talassemias
São mais frequentementes causadas por deleções dos genes correspondentes e podem
ter duas causas: hereditárias (mais comuns) ou adquiridas (geralmente devido a algum
processo patológico primário). O traço talassêmico α+ heterozigoto (-α/ α α), também
denominado portador silencioso, resulta em uma forma talassêmica praticamente
assintomática e com alterações laboratoriais mínimas ou ausentes. O traço talassêmico
α+ homozigoto e o traço talassêmico α0 heterozigoto, que correspondem à perda de dois
genes alfa, ou seja, -α/- α e --/ α α, respectivamente, caracterizam-se por apresentarem
anemia (Hb geralmente entre 11,0 a 13,0 g/dL), hemácias hipocrômicas e microcíticas
(VCM etre 75-80 fl) e presença de hemoglobina Barts no nascimento (5-10%). A
hemoglobina H formada na vida adulta é rapidamente proteolisada pela própria
hemácia, o que dificulta sua detecção (CANÇADO, 2006).
Hemoglobina Barts é formada por quatro cadeias gama, apresentando grande afinidade
ao oxigênio.
Beta-talassemias
Clinicamente são identificados dois grupos de talassemia beta: talassemia menor (traço
talassêmico ou talassemia heterozigota beta) e talassemia maior (talassemia homozigota
beta ou anemia de Cooley). Alguns pacientes ficam entre esses dois extremos, sendo
considerados portadores de talassemia intermediária (ELGHETANY; DAVEY, 1999). A
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HEMÁCIAS │ UNIDADE I
talassemia menor não requer tratamento, sendo considerada apenas uma característica
genética, e não uma doença. Seu portador não apresenta sintomas, por ser geralmente
assintomático, mas apresenta aumento discreto de glóbulos vermelhos caracterizando
uma policitemia hipocrômica, a concentração de hemoglobina varia de 10 a 1 g/dL
(Melo-Reis et al., 2006), porém é importante que a pessoa saiba que é portadora do
traço, pois esta pode ser transmitida aos filhos, gerando um portador de talassemia
maior caso o cônjuge também seja portador de traço talassêmico. Na intermediária,
o quadro pode variar desde leve anemia até casos em que pode haver necessidade de
transfusão de hemácias.
Figura 7. A) Representação do teste de Fragilidade Osmótica Eritrocitária. Lise anormal de eritrócitos pode ser
observada em soluções levemente hipotônicas no canto direito da fila inferior de tubos1; B) Curva de Fragilidade
Osmótica Eritrocitária.
Fonte: <http://institutocoi.org/wp-content/themes/coi/pdf/Outras-anemias-hemoliticas.pdf>.
1 Fonte:<http://www.med-ed.virginia.edu/courses/path/innes/rcd/membrane.cfm>.
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CAPÍTULO 4
Velocidade de Hemossedimentação (VHS)
Os eritrócitos apresentam resíduos com carga negativa do ácido siálico em sua superfície,
o que faz com que haja repulsão entre as células e os eritrócitos permaneçam em
suspensão. Quando ocorre a neutralização dessas cargas, devido à presença de proteínas
plasmáticas que são carregadas positivamente, as hemácias se unem e precipitam. Os
eritrócitos são “puxados” para baixo pela gravidade e tendem a se aglomerar no fundo do
tubo. No entanto, as hemácias apresentam cargas elétricas negativas em sua superfície
e, portanto, à medida que se aproximam do fundo do tubo, repelem-se umas às outras.
Essa força magnética de repulsão se contrapõe à gravidade, diminuindo naturalmente
a velocidade com que as hemácias caem. Porém, se no plasma houver outras estruturas
com cargas positivas (proteínas), estas anulam as cargas negativas das hemácias,
permitindo a aglutinação e acelerando a velocidade de hemossedimentação.
Fonte: <http://www.reumatologiaavancada.com.br/wp-content/uploads/2011/02/VHS2.jpg>.
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HEMÁCIAS │ UNIDADE I
Entre os fatores que podem alterar os valores de VHS estão: jejum, viscosidade do
plasma, concentração de íons hidrogênio, tamanho e forma dos eritrócitos, concentração
de colesterol, conteúdo hemoglobínico, concentração de fibrinogênio e das globulinas do
plasma, bem como idade, sexo e tabagismo (DICKINSON, 1998), e também interferentes
analíticos, como erro na diluição da amostra, inclinação do tubo, demora em se realizar
o teste após a coleta da amostra e temperatura do ambiente. Vale ressaltar que se trata
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UNIDADE I │ HEMÁCIAS
Figura 9. A) Pipetas de Westergren sendo preenchidas com sangue a ser analisado. B) Esquema representativo de VHS.
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HEMOGLOBINA UNIDADE II
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UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
»» cristalização e falcização.
Ela é composta pela porção denominada heme, que contém átomos de ferro em sua
estrutura, e a porção proteica, denominada globina. A hemoglobina é um tetrâmero
composto de dois tipos de cadeias, sendo que uma delas contém 141 aminoácidos
(globina α) e a outra 146 aminoácidos (globina β), cada uma das quais ligadas a um
grupamento heme. A ordem desses aminoácidos na cadeia determina a sua estrutura
primária. A sequência que se encontra esses aminoácidos na cadeia de globina faz com
que ela assuma a forma helicoidal (α-hélice), denominada de estrutura secundária.
Quando a estrutura secundária enovela-se em alguns pontos, ocorre a mudança de
aspecto espiral e alongado para a forma globular, denominada de estrutura terciária.
Cada globina tem uma bolsa capaz de acomodar o grupamento heme protegendo o ferro
contra a oxidação.
Cada grupo heme contém uma parte orgânica (protoporfirina) e um átomo de ferro
que pode estar no estado de oxidação ferroso (+2) ou férrico (+3), porém somente o
ferro na forma +2 que se combina reversivelmente com uma molécula de oxigênio.
Além do oxigênio, este componente sanguíneo também transporta H+ e CO2. Dessa
forma cada molécula de hemoglobina pode potencialmente associar-se com quatro
moléculas de oxigênio. A interação da hemoglobina com o oxigênio é dependente dos
níveis de ferro presentes no organismo, a oxi-hemoglobina, formada após a interação
hemoglobina-oxigênio, ao chegar às células do organismo é liberada e o sangue arterial
transforma-se em venoso. A hemoglobina livre pode ser reutilizada para o transporte
de oxigênio.
2 <http://www2.iq.usp.br/docente/mhgdmede/Vet_2012/proteinas_funcao2009.pdf>.
28
HEMOGLOBINA │ UNIDADE II
Fonte: <http://faqbio.blogspot.com.br/2012/06/por-dentro-do-corpo-humano-hemacias.html>.
30
CAPÍTULO 1
Ferro sérico
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UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
O ferro não heme ocorre principalmente na sua forma oxidada (Fe3+), forma esta não
biodisponível, e por isto necessita passar pelo processo de redução à forma Fe2+ para
então ser transportada através do epitélio intestinal (SIAH et al., 2006). A redução de
seu estado férrico (Fe3+) para o estado ferroso (Fe2+) ocorre na superfície dos enterócitos
pela ação de uma ferroredutase (Dcytb) (ANDERSON et al., 2007). Após a redução, o
ferro é absorvido pela ação do transportador de metal divalente (DMT-1). A quantidade
de ferro absorvida é dependente das necessidades do organismo, portanto, em situações
em que há falta de ferro ou aumento da necessidade (hemólise, gravidez), há uma maior
absorção. Para alcançar essa demanda, há maior expressão de proteínas envolvidas
neste processo, como a proteína DMT-1 e a FPT (ferroportina) (GROTTO, 2008).
A transferrina, além de agir nos sítios de absorção de ferro no intestino, também age nos
sítios onde ocorre a degradação da hemoglobina, ligando-se ao metal e transportando-o
através da corrente sanguínea para a medula óssea, onde disponibiliza o ferro para os
precursores de células vermelhas. A transferrina também atua transportando o ferro
para estocagem no baço, na medula óssea e no fígado. Após a liberação do ferro, a
transferrina retorna à circulação, onde é então reciclada. Possui meia-vida de 7-8 dias,
32
HEMOGLOBINA │ UNIDADE II
além do papel no transporte, minimiza os níveis de ferro livre no plasma, a perda através
da urina e previne os efeitos tóxicos de níveis elevados de ferro livre circulante.
Como a transferrina possui alta afinidade pelo ferro na forma Fe2+, este deve ser oxidado
para a forma Fe3+, a hefaestina, uma oxidase, é responsável por essa conversão. Outra
proteína envolvida no metabolismo do ferro é a proteína da hemocromatose (HFE), que está
relacionada com a regulação da absorção intestinal do ferro, ela interage com o receptor da
transferrina (TfR) detectando seu grau de saturação, sinalizando para o enterócito maior ou
menor necessidade de absorção de ferro. No interior da célula, o ferro absorvido liga-se a
ferritina (responsável pelo estoque do ferro) e hemossiderina (armazena o ferro, mas libera de
forma mais lente) dirigindo-se para a membrana basolateral, onde está a ferroportina (presente
em enterócitos, macrófagos e hepatócitos), que é uma proteína necessária para o transporte
do ferro para o plasma (GROTTO, 2008). A concentração sérica de ferritina é diretamente
proporcional às reservas de ferro no organismo. Cada ng de ferritina corresponde a 10 mg de
ferro armazenado.
Figura 11. Enterócito e proteínas envolvidas na absorção de ferro. Dcytb: ferroredutase; DMT-1: transportador de
metal divalente; HCP-1: proteína transportadora do heme-1; Nu: núcleo; HFE: proteína da hemocromatose; TfR:
receptor de transferrina.
33
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
Para a realização do teste, a coleta do sangue deve ser realizada preferencialmente pela
manhã, respeitando-se o jejum obrigatório e atentando-se ao fato de o paciente ter
administrado suplemento férrico nas 24 horas que antecedem o teste, o que poderia
levar a resultados falsos. A metodologia para determinação de ferro sérico é denominada
de Goodwin modificada, o princípio de ação baseia-se na liberação de ferro a partir da
transferrina em meio ácido, este é então reduzido ao seu estado ferroso pela ação da
34
HEMOGLOBINA │ UNIDADE II
Fonte: <http://www.bioclin.com.br/sitebioclin/wordpress/wp-content/uploads/arquivos/instrucoes/INSTRUCOES_FERRO_SERICO.pdf>.
Figura 13. Alterações dos níveis de ferro e outros componentes envolvidos no metabolismo do ferro.
Fonte: <http://www.biotecnica.ind.br/sitebio/informes/ferro_ferritina_transferrina.pdf>.
35
CAPÍTULO 2
Capacidade de ligação de ferro
(CTLF ou TIBC)
36
HEMOGLOBINA │ UNIDADE II
Figura 14. Cálculos da capacidade de ligação de ferro, metolodia de Goodwin modificada. CLLF= capacidade
latente de ligação de ferro; 500= concentração conhecida de ferro do padrão utilizado; Ap= absorbância do padrão.
Fonte: <http://www.goldanalisa.com.br/arquivos/%7B48BA2B98-C8D1-49B2-881F-913FB9FDD5E2%7D_CAP_LIGACAO_FERRO.PDF>.
IST é obtido dividindo a concentração de ferro sérico (FS) pela CTLF, e multiplicando-se
por 100%. Então, IST = FS/CTLF x 100%
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CAPÍTULO 3
Determinação de hemoglobina
alcalino-resistente
A maior afinidade por oxigênio pode ser explicada pela falta de interação da Hb F com
2,3-difosfoglicerato (2,3-DPG), produto exclusivo do metabolismo de hemácias, formado
a partir de um dos intermediários da via glicolítica por uma enzima mutase específica,
devido a diferenças estruturais desta hemoglobina (mudança de um aminoácido que
se encontra no domínio de ligação de 2,3-BPG, de histidina para serina). Em células
vermelhas do sangue de adultos, esta substância compete com o oxigênio pela ligação
à hemoglobina. 2,3-DPG é então um regulador alostérico negativo da hemoglobina, ele
também está presente em células vermelhas do sangue fetal, mas interage com menor
eficiência com a Hb F quando comparada a hemoglobina adulta.
A Hb F também é responsável por obter oxigênio para o feto a partir do sangue materno.
Em relação à estrutura das Hb F e adulta, ambas apresentam duas das quatro cadeias
38
HEMOGLOBINA │ UNIDADE II
de globinas idênticas (cadeia α), mas a hemoglobina adulta apresenta duas cadeias
β, enquanto que a Hb F apresenta duas cadeias γ. As cadeias β normais ligam-se ao
difosfoglicerato, que participa da liberação do oxigênio. As cadeias γ não se ligam da
mesma forma ao difosfoglicerato e, por consequência, têm uma maior afinidade ao
oxigênio. No ambiente pobre em oxigênio, como a placenta, o oxigênio é liberado da
hemoglobina materna e então é captado pela Hb F. Esta diferença em relação à afinidade
é essencial ao transporte de oxigênio da mãe para o feto.
Fonte: <http://medicina.med.up.pt/bcm/trabalhos/2006/aminhaproteinafavorita/fetal.html>.
Nas talassemias ocorre redução na síntese de uma ou mais cadeias polipeptídicas que
formam o tetrâmero de hemoglobina, o que normalmente resulta no desenvolvimento
de anemia microcítica (eritrócitos menores) e hipocrômica (eritrócitos descorados).
Ocorrem com maior frequência as talassemias do tipo α e β, seguidas das do tipo alfa-
beta, delta-beta, delta e gama-delta. Há ainda outro grupo, mais raro, caracterizado pela
manutenção de Hb F em quantidades aumentadas na vida adulta por PHHF, muitas
vezes considerada uma forma compensada de delta-beta talassemia (MARTINS, 2010).
A síntese da globina gama também pode ser estimulada por fatores externos, como
leucemias, transplantes de medula óssea, induções químicas e outros. Em adultos, a
produção da Hb F pode ser reativada farmacologicamente, sendo útil para o tratamento
de doenças entre elas a anemia falciforme.
39
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
Figura 16. A) Teste negativo para Hb F eritrocitária. Técnica de eluição ácida. B) Teste positivo para Hb F
eritrocitária. Distribuição heterogênea de Hb F. 2/3 dos eritrócios apresentam-se corados. Caso de beta-
talassemia maior. Técnica de eluição ácida.
40
CAPÍTULO 4
Dosagem de hemoglobina fetal
Figura 17. Procedimento de desnaturação alcalina pelo método de Singer para quantificação da Hb Fetal. A:
Tubos com reagentes utilizados na técnica; B: Desnaturação da Hb Fetal (tubo 1); C: Precipitação das Hbs após
adição de sulfato de amônio (tubo 1), tubo 3: diluição da solução total de Hb.
41
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
D: Filtração da Hb Fetal (tubo F) e rediluição da solução total de Hbs do tubo 3 no tubo P, usado como padrão.
42
CAPÍTULO 5
Eletroforese de hemoglobina
43
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
lenta devido à redução das cargas negativas, e a substituição de ácido glutâmico para
lisina na mesma posição 6 (cargas positivas) na HbC causa uma migração mais lenta do
que para as outras hemoglobinas. A HbD pode ser classificada em tipo Los Angeles, em
que um ácido glutâmico é substituído por glutamina na posição 121 da cadeia beta da
globina, e também tipo D Bushman, em que a substituição é de uma glicina por arginina
na posição 16 da cadeia beta de globina, as HbsD apresentam a mesma mobilidade
eletroforética que a HbS.
Para a HbE a mutação no gene beta da globina é devido à substituição de uma lisina
por ácido glutâmico na posição 26, esta possui mobilidade eletroforética ligeiramente
à frente da HbC, o que pode causar confusão. As hemoglobinas HbN, HbJ, HbG entre
outras (mais de 400 tipos) não possuem consequências patológicas. Apenas HbS e
HbC causam patologia. A HbS leva à falcização do eritrócito e a HbC à cristalização da
hemoglobina.
Fonte: <www2.ucg.br/cbb/.../39/.../Aula%2010_Anemias%20Hereditarias.ppt>.
44
CAPÍTULO 6
Prova de falcização
A entrada de valina nesta posição favorece a polimerização sob condições de baixo teor de
oxigênio. Quando desoxigenada, a HbS apresenta acentuada diminuição na solubilidade
e agrega-se formando polímero, ocorrendo a mudança da morfologia do eritrócito da
forma discoide para a forma de foice ou meia lua (WOITOWICZ et al., 2010). A forma
defeituosa dificulta a passagem dos eritrócitos pelos pequenos vasos, bloqueando a
circulação de sangue, provocando dor e danos aos tecidos da região afetada.
Figura 19. Mutação que leva à formação da hemoglobina S. Substituição da base timina por adenina, que faz
com que o RNA mensageiro (mRNA) e consequentemente a proteína formada seja diferente.
Fonte: <https://waggner7.wordpress.com/2010/07/05/anemia-falciforme-2/>.
45
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
O termo anemia falciforme é utilizado para determinar a doença que acomete indivíduos
homozigotos (HbSS). O gene da HbS pode se combinar com outras anormalidades
hereditárias da hemoglobina como hemoglobina C, D, beta-talassemia, entre outros,
gerando combinações que também são sintomáticas, denominadas, respectivamente,
hemoglobinopatia SC, hemoglobinopatia SD e S/beta-talassemia. No conjunto, todas
essas formas sintomáticas do gene HbS, em homozigoze ou em combinação, são
conhecidas como doenças falciformes (MANFREDINI et al., 2007).
Figura 20. AA: sem alterações; AS: traço falciforme; SS: anemia falciforme.
Fonte: <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/13963>.
Figura 21. Teste de falcização demonstrando hemácias em forma de foice nas setas.
Fonte: <http://plugbr.cdnfacil.com.br/wp-content/uploads/2010/02/anemia-falciforme.gif>.
47
UNIDADE II │ HEMOGLOBINA
Figura 22. Prova de falcização pelo teste de solubilidade. Exemplos de resultado positivo e negativo.
Fonte: http:<//www.sabinonline.com.br/GERENCIADOR/ba/arquivos/comparabilidade_entre_o_teste_da_falcizacao_e_teste_
da_mancha.pdf>.
48
COAGULOGRAMA UNIDADE III
49
UNIDADE III │ COAGULOGRAMA
50
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
Figura 23. Participação das plaquetas no processo de hemostasia durante a formação de tampão. A) processo
de injúria (lesão) com exposição de agonistas plaquetários. B) adesão das plaquetas ao subendotélio. C)
mudança de forma da plaqueta com secreção de grânulos. D) ligação plaqueta/plaqueta. E) depósito de fibrina
sobre o tampão plaquetário.
51
UNIDADE III │ COAGULOGRAMA
A via intrínseca envolve uma série de reações enzimáticas para a produção do coágulo.
Estão envolvidos os fatores XII e XI, pré-calicreína, cininogênio. Tanto o fator XII como
a pré-calicreína necessitam do cininogênio para efetuar a fixação à superfície ao qual
se encontra o fator XIIa; quando estes elementos interagem, ocorre a ativação do fator
XI, que transforma o fator IX em IXa. Uma vez formado o fator IXa, ele interage com o
fator VIIa estimulando a conversão do fator X para Xa.
A partir da ativação do fator X pelas duas vias anteriores, este então passa a atuar na
via comum, pela combinação de fator III, cálcio, fator VII e fosfolipídios teciduais na
via extrínseca e também fator IX e VII na via intrínseca. O fator X uma vez ativado
interage com fosfolipídeos e fator V gerando o complexo ativador de protrombina, o
qual é convertido à trombina que atua transformando o fibronogênio em fibrina.
52
CAPÍTULO 1
Teste de sangramento
A utilidade clínica desse teste tem suas limitações devido à dificuldade na padronização
da metodologia. O teste de sangramento (TS), que avalia a função plaquetária, foi
descrito primeiramente por Duke em 1910, em que vasos sanguíneos do lóbulo da
orelha são excisados para a realização do teste, porém o método de Duke apresenta
apenas valor histórico, devido à dificuldade de padronização e obtenção de resultados
reprodutíveis. Na técnica de Duke realiza-se a assepsia do lóbulo da orelha (pode-se
usar também a polpa digital) e com o auxílio de uma lanceta específica faz-se uma
incisão local, com cerca de 2 mm de profundidade, o cronômetro é disparado e a cada
30 segundos uma gota de sangue é recolhida em papel de filtro (tendo o cuidado de que
o papel não toque o lóbulo ou a polpa), isto é feito até que a última gota deixe apenas
um sinal puntiforme no papel de filtro, avalia-se o tempo decorrido entre a primeira e a
última gota de sangue recolhidas. O valor normal para o tempo de Duke é 1 a 3 minutos.
53
UNIDADE III │ COAGULOGRAMA
se o sangue com papel de filtro, sem esfregar o corte. Quando o papel não apresentar
mais nenhuma mancha de sangue, o cronômetro é parado. O tempo é contado a partir
do número de manchas no papel de filtro multiplicado por 30 segundos. Valores de
referência para este teste quando as plaquetas estão acima de 100.000 por µL: até 5
meses – 1 a 2 minutos; de 5 meses a 13 anos – 1,5 a 9 minutos; acima de 13 anos – 1,5 a
8 minutos. Para plaquetas dentro da faixa de 10.000 a 100.000/µL, o TS médio é feito
por meio da fórmula: TSm = 30,5-(Plaq/3.850), em que TSm é o tempo de sangramento
médio em minuto e plaq o número de plaquetas por microlitro.
Fonte: <http://pt.scribd.com/doc/3151668/Tempo-de-Sangria-ou-Tempo-de-Sangramento#scribd>.
O TS avalia o tempo necessário para que a hemorragia provocada por um lâmina de bisturi
ou dispositivo automático em vasos de pequeno calibre seja estancada pela formação
do tampão hemostático. A prova avalia a reação dos capilares à lesão, reação esta que
depende das plaquetas, de fatores plasmáticos, do endotélio e da contratilidade capilar.
O tamanho do corte e a sua profundidade devem ser padronizados. Pode ser indicativo
de distúrbios plaquetários (em relação ao número e funcionalidade das plaquetas) e de
alterações de integridade vascular. As alterações mais evidentes são encontradas nas
púrpuras trombocitopênicas ou tromboplásticas. TS prolongado pode ser resultante de
diminuição do número de trombócitos ou vasos sanguíneos com deficiência, porém deve-
se ficar atento a erros gerados por diferenças na profundidade da punção ou excisão.
Valor normal de TS está entre 1-3 minutos, porém varia de acordo com a metodologia
54
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
utilizada. Valor de TS aumentado pode ser indicativo de: plaquetopenia, doença de Von
Willebrand, uso de aspirina, mieloma múltiplo, uremia, insuficiência hepática.
Este teste não é recomendado como teste de triagem para o potencial de sangramento
cirúrgico devido ao alto índice de resultados falso-positivos entre a população normal.
Pacientes com distúrbios cutâneos e pele frágil podem ser predispostos a resultados
falsamente positivos. A realização do TS em pacientes que usam aspirina e serão
submetidos a cirurgias deve ser desencorajada, uma vez que deficiências na função
plaquetária persistem por 7 a 10 dias, mesmo em face de um TS normal. Portanto, um
resultado normal neste caso resultaria em uma falsa sensação de segurança.
55
CAPÍTULO 2
Tempo de coagulação
O tempo de coagulação (TC) corresponde ao tempo gasto para o sangue coagular quando
retirado do organismo. Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue. É
um teste que apresenta inúmeras variáveis e atualmente vem sendo substituído pelo
tempo de tromboplastina parcial, mais facilmente controlada e reprodutível.
56
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
Figura 25. Tempo de coagulação. Procedimentos e melhor posição dos tubos para se observar a formação
do coágulo.
Fonte: <http://www.ufrgs.br/lacvet/coagulacao.htm>.
57
CAPÍTULO 3
Retração do coágulo
Fonte: <http://pt.slideshare.net/nelcivone/plaquetas-fisiologia-e-avaliacao-laboratorial>.
58
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
marcada uma hora após a realização do teste de coagulação com o tubo a 37oC. Após este
período, utilizando-se uma pipeta volumétrica de 1 mL, todo o soro do tubo é aspirado.
O volume de soro aspirado do volume total é considerado o valor de retração do coágulo.
Por exemplo, se foram aspirados 0,5 mL de soro, então a retração do coágulo tem como
resultado 50%.
Este teste pode estar alterado em volume na presença de plaquetopenia e nas anemias.
A avaliação da retração tem sua maior utilidade na avaliação de deficiências funcionais
das plaquetas. É quando a retração se encontra diminuída, mesmo na presença de um
número normal de plaquetas. Pode ser influenciado pela quantidade de trombina e de
fibrinogênio e por valores alterados do hematócrito.
59
CAPÍTULO 4
Prova do laço ou Rumpel-Leede
60
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
61
CAPÍTULO 5
Tempo de protrombina (TP)
62
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
Figura 28. Cascata de coagulação. Fatores que influenciam na determinação do tempo de protrombina estão
destacados em verde.
Fonte: <http://www.pathology.vcu.edu/clinical/coag/PT%20INR.pdf>.
A amostra utilizada para o teste é o plasma. A qualidade da amostra é o passo crítico para
a acurácia da realização do TP. O sangue deve ser colhido de maneira não traumática
por punção venosa evitando hemólise, garroteamento prolongado, formação de bolha
ou aspiração de líquido tissular, para evitar contaminação com tromboplastina tecidual
O sangue coletado deve ser misturado ao anticoagulante apropriado (citrato de sódio),
seguido da centrifugação e remoção do plasma sem pipetar células vermelhas ou
camada amarela. As amostras devem ser testadas dentro de poucas horas (3h), porém,
se o teste não puder ser realizado neste período, o plasma pode ser congelado por no
máximo uma semana a -20oC.
63
UNIDADE III │ COAGULOGRAMA
Fonte: <http://www.pathology.vcu.edu/clinical/coag/PT%20INR.pdf>.
Uma vez que existe uma relação linear entre os logaritmos dos níveis de PT obtidos
com diferentes extratos teciduais de humanos e cérebro de coelho, foi desenvolvido
o sistema de calibração para relacionar o valor obtido de PT e os valores padrões da
OMS. Para isto, um lote muito sensível de amostras de cérebro humano foi designado
como a primeira preparação de referência internacional (IRP) e o fator de correção –
64
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1676-24442005000400006&script=sci_arttext>.
65
CAPÍTULO 6
Tempo de protrombina parcial ativada
(TTPA)
Outros processos patológicos que inibem a coagulação sanguínea podem ser detectados
pelo TTPA, o mais comum deles é a presença de lúpus anticoagulante (LA), sendo
utilizado para avaliar a terapia de reposição de alguns fatores da cogulação.
O TTPA é o tempo que o plasma citratado leva para formar coágulo de fibrina após
a adição de uma mistura contendo fosfolipídeos pró-coagulantes de origem humana,
animal ou vegetal, como a cefalina (tromboplastina parcial), o ativador (caolim, ácido
elágico, sílica micronizada, entres outros, que ativa o fator XII) e cálcio (LOPES;
BIONDO; SANTOS, 2007). A cefalina é um substituto do fator plaquetário. O TTPA
estimula a agregação plaquetária por meio da superfície do fosfolipídeo (que apresenta
superfície carregada negativamente) onde ocorrerão as reações enzimáticas.
Assim como para o tempo de protrombina, o sangue deve ser colhido de maneira
não traumática por punção venosa evitando hemólise, garroteamento prolongado,
formação de bolha ou aspiração de líquido tissular, para evitar contaminação com
tromboplastina tecidual, ele deve ser então misturado ao anticoagulante apropriado
(citrato de sódio, na proporção 9:1, sangue:anticoagulante), em seguida realiza-se a
66
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
centrifugação para separação do plasma. Com o plasma realiza-se o TTPA pelo método
de formação de coágulo. O método resulta da coagulação das proteínas hemostáticas
ao entrarem em contato com a cefalina, uma proteína plaquetária capaz de iniciar
o mecanismo intrínseco de coagulação. Os valores de referência estão entre 28 a 35
segundos, podendo variar de acordo com os reagentes utilizados no teste.
Fonte: <www.austincc.edu/mlt/coag/Lab4_PTT_F12.doc>.
Fonte: <http://www.blogbiotecnica.ind.br/blog/2012/07/fisiologia-da-coagulacao>.
67
CAPÍTULO 7
Tempo de trombina
Critérios importantes para a seleção dos reagentes do TT são de grande importância para
a sensibilidade do teste frente à terapia com heparina e para a precisão aceitável.
Para amostras de sangue contendo heparina, a trombina pode ser substituída pela
baltroxobina (substância derivada de veneno de cobra que possui ação semelhante à
trombina) que não é inibida pela heparina, o contrário da trombina.
O valor encontra-se prolongado quando ocorre uma queda em torno de 70-100 mg/dL
do fibrinogênio. Os níveis de outros fatores da coagulação não afetam o TT.
69
CAPÍTULO 8
Prova de agregação plaquetária
Figura 33. Representação das etapas que levam à agregação plaquetária. Receptores dos principais agentes
antiagregantes plaquetários: TXA2R (receptor de tromboxano A2); PAR-1 (receptor de protease ativada 1; P2Y12
(receptor de ADP) e GPIIb/IIIa (glicoproteína IIb/IIIa (receptor de fibrinogênio/fibronectina.
70
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
71
UNIDADE III │ COAGULOGRAMA
Figura 34. Teste de agregação plaquetária por turbidimetria utilizando agregômetro (A) e exemplo de registro
experimental (B). A: plaquetas normais (acima), deficientes ou tratadas com antagonistas plaquetários (abaixo)
são testadas com agonistas como ADP, ácido aracdônico, resultando em diferentes registros; B: registro de ensaio
utilizando plaquetas normais, mostrando o início do experimento (1), após a adição do agonista, quando ocorre a
mudança da forma da plaqueta com posterior secreção de grânulos (2) e, finalmente, a agregação plaquetária (3).
Figura 35. Exemplo de onda característica de uma agregação plaquetária por turbidimetria.
72
COAGULOGRAMA │ UNIDADE III
Fonte: <http://www.einstein.br/Ensino/eventos/Documents/dia19-TaniaRubia.pdf>.
73
GRUPOS SANGUÍNEOS UNIDADE IV
74
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
Anticorpos são proteínas produzidas pelo organismo que são recrutadas pelo
sistema imune para identificar e neutralizar qualquer agente que seja estranho
ao organismo.
Os antígenos dos diferentes sistemas podem ser produtos diretos da expressão dos
respectivos genes do sistema ou podem ser carboidratos e, neste caso, os genes codificam
enzimas com atividade transferase, que são responsáveis pela biossíntese dos antígenos.
75
UNIDADE IV │ GRUPOS SANGUÍNEOS
O sistema de grupo sanguíneo ABO foi o primeiro dos grupos sanguíneos a serem
descobertos no século XX por Landsteiner e até hoje é considerado o mais importante
sistema de grupos sanguíneos na Medicina Clínica Transfusional. Este grupo sanguíneo,
juntamente com o grupo Hh, constituem-se de antígenos do tipo carboidratos.
Os genes ABO não são os codificadores dos antígenos ABO; eles apenas codificam as
enzimas que acrescentam na estrutura da molécula H carboidratos específicos em
resposta a enzimas transferases também específicas. Isto é, os antígenos A, B e H
são formados a partir de um mesmo material, uma glicoproteína que funciona como
uma substância precursora à qual são fixados carboidratos específicos. Deste modo,
a ação do gene H está diretamente relacionada com a formação dos antígenos ABO
(PSCHISKY, 2003).
Os antígenos do sistema ABO não estão presentes apenas na membrana dos eritrócitos,
também podem ser encontrados em outras células, como linfócitos, plaquetas,
endotélio capilar venular e arterial, células sinusoidais do baço, medula óssea, mucosa
gástrica, além de secreções e outros fluidos como saliva, urina e leite (BATISSOCO;
NOVARETTI, 2003).
B) Formação do antígeno H.
77
UNIDADE IV │ GRUPOS SANGUÍNEOS
Fonte: <http://www.lahem.com.br/wp-content/uploads/2013/10/grupos-sangu%C3%ADneos-ABO.pdf>.
78
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
Uma menor produção dos antígenos A ou B pode ocorrer quando há variações fenotípicas
dos genes responsáveis por codificar o sistema ABO, e isto resulta na formação dos
subgrupos pertencentes a este sistema. Tal heterogenicidade dos alelos A e B se refletem
em dificuldades nos testes imunohematológicos. Os principais subgrupos gerados
dessas variações são os grupos A1 e A2, que são distintos entre si quantitativamente
e qualitativamente, o que pode resultar em discrepâncias na tipagem sanguínea ABO.
Outros antígenos estão presentes nas hemácias humanas, entre eles os antígenos M
e N. Em estudo realizado com o sangue de diferentes pessoas, constatou-se que em
algumas existia apenas o antígeno M, em outras, somente o N e, adicionalmente, várias
pessoas possuíam ambos os antígenos, sugerindo a existência de três grupos nesse
sistema: M, N e MN. Os genes responsáveis pela síntese desses antígenos são apenas
dois: LM e LN (a letra L é a inicial do descobridor, Landsteiner). O sistema sanguíneo
MN segue a herança mendeliana simples (transmissão hereditária), assim como para
o sistema ABO. O genótipo LMLM condiciona a produção do antígeno M, e LNLN a do
antígeno N. Entre LM e LN há codominância, de modo que estas pessoas com genótipo
LMLN produzem os dois tipos de antígenos.
M e N foram adquiridos por meio deste soro e colocados em contato com hemácias
de macaco Rhesus, esperando-se que nenhuma reação ocorresse, já que os anticorpos
que desencadeariam as reações (anti-M) não estariam presentes no soro. Porém, de
forma inesperada, quando os soros obtidos de coelhos foram colocados em contato com
hemácias humanas, observou-se a aglutinação independente do grupo ABO avaliado e
dos fatores M e N em 85% das hemácias avaliadas. Estes indivíduos foram chamados de
Rh+ e os que não apresentaram aglutinação Rh-, demonstrando que o Rh positivo era
herdado como um caráter dominante. A característica das hemácias que determinava
a aglutinação das células foi denominada de fator Rh, ou aglutinogênio Rh, devido
à maneira como foi descoberto, ou seja, utilização de hemácias de macacos Rhesus
(BATISTETI et al., 2007).
O antígeno RhD possui vários epítopos, sendo assim, alterações de aminoácidos desse
antígeno podem modificar a expressão dos epítopos originais ou levar a uma expressão
de novos epítopos, consequentemente, variações na expressão dos antígenos RhD na
membrana eritrocitária podem ocorrer. Os indivíduos que são RhD positivos podem
ser classificados em RhD positivo, RhD fraco e RhD parcial.
Hemácias que apresentam o fenótipo conhecido como RhD fraco possuem menor
expressão da proteína RhD na membrana eritrocitária, devido a alterações na porção
intramembranar, e portanto, pessoas com este fenótipo não produzem anticorpos
anti-D. Estima-se que a frequência de RhD fraco na população seja inferior a 1%
(GIRELLO, 2002).
80
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
81
CAPÍTULO 1
Determinação dos grupos sanguíneos
do sistema ABO
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfuy8AG/grupos-sanguineos>.
Dentro de um hemonúcleo, a tipagem sanguínea faz parte da rotina, assim como exames
imuno-hematológicos adicionais para a correta identificação do doador a fim de evitar
problemas relacionados à futura doação.
82
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
Com maior sensibilidade, a técnica em tubo apresenta vantagens, como a incubação por
longos tempos, a secagem da mistura da reação é evitada, a leitura é de fácil execução e
a classificação dos resultados é mais limpa e higiênica.
Para a tipagem ABO, existem as provas direta e reversa. Na prova direta, realiza-se
a pesquisa de antígenos do sistema ABO, presentes na superfície das hemácias do
indivíduo avaliado. Nesta prova, reagem-se amostras de sangue com soros contendo
anticorpos anti-A, anti-B e anti-AB (porém, quando se utiliza anticorpos monoclonais,
a utilização do anti-AB deixa de ser obrigatória). Quando há reatividade com o soro
anti-A, as hemácias são denominadas do grupo A e, quando reagem com o soro anti-B,
pertencem ao grupo B. Há reatividade com ambos os anticorpos quando as hemácias
são do grupo AB, já as hemácias do grupo O não apresentam reatividade com nenhum
dos anticorpos. O soro divalente anti-AB é usado como confirmatório e somente não
reagirá com hemácias do grupo O.
São identificados vários tubos que vão conter 50 μL dos anticorpos: anti-AB, anti-A,
anti-B, Anti-D, CRh (controle Rh) e as hemácias A1 e B. Adiciona-se então 100 μL de soro
(obtido após a decantação do sangue total por centrifugação) nos tubos correspondentes
às tipagens com hemácias (prova reversa). Para a tipagem direta, aspiram-se as
hemácias contidas no fundo do tubo e realiza-se uma diluição em salina (5%); adiciona-
se então 50 μL dessas hemácias diluídas nos tubos contendo os anticorpos. Pipeta-se
50 μL das hemácias A1 e B nos seus respectivos tubos, que já receberam previamente
o soro do paciente; os tubos são centrifugados e observa-se então a presença ou não de
aglutinação. Resumindo:
84
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
Para o reagente utilizado nesta identificação, apesar de ser do tipo monoclonal, indica-
se a realização da pesquisa da variante D-fraco quando o teste anterior é Rh negativo.
Para a detecção do D-fraco, realiza-se a lavagem (três vezes) das hemácias do paciente
que apresentou Rh negativo na reação com o anti-D e faz-se uma suspensão a 5% em
solução salina. Adiciona-se 50 μL das hemácias lavadas e diluídas a tubos contendo
anticorpo anti-D e controle Rh. Os tubos são centrifugados e observa-se então a presença
ou não de aglutinação. Caso o resultado continue negativo, é realizada a incubação dos
tubos à 37oC por 30 minutos, seguida de nova centrifugação. Se houver aglutinação no
tubo anti-D, o paciente é classificado como Rh positivo e finaliza-se então o teste. Caso
não ocorra aglutinação no tubo anti-D, dá-se continuidade ao teste. As hemácias após
a lavagem com salina são decantadas e então adiciona-se 100 μL do soro antiglobulina
humana (poliespecífico); os tubos são homogeneizados e centrifugados. Se houver
ausência de aglutinação nos dois tubos (anti-D e controle Rh), pode-se classificar esse
paciente como Rh negativo. Se ocorrer a aglutinação no tubo correspondente ao anti-D,
o paciente é classificado como Rh positivo (D-fraco). Se houver aglutinação em ambos
os tubos, não considerar o paciente como Rh positivo, neste caso considera-se o paciente
como tendo teste de Coombs Direto Positivo, provavelmente por sensibilização de suas
hemácias por auto ou aloanticorpos, caso não tenha tempo para realizar estudos mais
aprofundados e seja necessária a transfusão sanguínea, escolher sangue Rh negativo.
Fonte: <http://www.joseferreira.com.br/blogs/biologia/2012/junho/fotos-da-aula-pratica-de-tipagem-sanguinea-2a-serie-do-
ensino-medio/>, com modificações.
85
CAPÍTULO 2
Teste de Coombs
Os anticorpos maternos são formados por meio de isoimunização quando esta entra em
contato com antígenos estranhos. Tal contato com o sangue fetal pode ocorrer a uma
transfusão fisiológica entre o feto e a mãe na gestação. A frequência com que isto ocorre
aumenta com os meses de gestação por causa do aumento da superfície placentária,
ocorrendo maior risco de transporte de eritrócitos fetais para a circulação da mãe. A
86
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
provém da aglutinação que ocorrerá se houver anticorpos anti-Rh ligados nas hemácias
do bebê.
88
CAPÍTULO 3
Provas de compatibilidade transfusional
Jean-Baptiste Denis, no século XVII, foi a primeira pessoa a tentar realizar uma
transfusão sanguínea, a tentativa, falha, foi realizada pela infusão de sangue de ovelha
em um ser humano. O sucesso na terapia de transfusão sanguínea somente ocorreu
após a descoberta dos grupos sanguíneos e compatibilidade sanguínea4.
As ações dos anticorpos que propiciam proteção são as mesmas que geram muitas vezes
reações adversas na hemoterapia, em doenças hemolíticas autoimunes, na doença
hemolítica do recém-nascido e em reações a tecidos transplantados (OLIVEIRA;
RIBEIRO; VIZZONI, 2013).
4 <http://www.saude.mt.gov.br/hemocentro/pagina/74/transfusao-de-sangue>.
89
UNIDADE IV │ GRUPOS SANGUÍNEOS
5 <http://www.hemocentro.unicamp.br/pdfs/manualtecnicotransfusional-2010.pdf>.
90
GRUPOS SANGUÍNEOS │ UNIDADE IV
6 <http://www.controllab.com.br/pdf/201110_quest_ih_TXT_complementar.pdf>.
91
UNIDADE IV │ GRUPOS SANGUÍNEOS
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKQUAI/testes-antiglobulina-direto-indireto>.
a sua realização para a detecção de erros nas tipagens ABO do doador e receptor,
presença de anticorpos irregulares clinicamente significantes não detectados no P.A.I.
do receptor e anticorpos contra antígenos de baixa frequência presentes nas hemácias
do doador. Porém, vale ressaltar que essa prova não acusa todos os erros de tipagem,
determinações errôneas na tipagem ABO resultarão em prova cruzada incompatível
devido às isoaglutininas naturais (A e B), mas quando se trata do sistema Rh isto
naturalmente não ocorre. Por isso, quando o sangue de um doador for Rh positivo,
tipado erroneamente como Rh negativo, ele será “compatível” com um paciente Rh
negativo resultando em aloimunização ao antígeno d, devido a sua alta antigenicidade7.
93
UNIDADE IV │ GRUPOS SANGUÍNEOS
Figura 43. Exemplo de reação positiva em tubo na prova cruzada (aglutinação intensa).
Fonte: <http://www.ufrgs.br/lacvet/prova_cruzada.htm>.
Figura 44. A) Rouleaux – reação negativa. B) Aglutinação microscópica intensa – reação positiva.
8 <http://www.ufrgs.br/lacvet/prova_cruzada.htm>.
94
OUTROS
PROCEDIMENTOS UNIDADE V
HEMATOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Células LE
Uma das características do sistema imune normal é a sua habilidade em reagir a uma
grande quantidade de microrganismos, mas normalmente não contra cada antígeno
próprio do indivíduo. Os linfócitos que reconhecem esses antígenos próprios são
produzidos constantemente pela maturação de linfócitos, porém existem mecanismos
para prevenir a resposta imune aos antígenos próprios, e estes são os grandes responsáveis
por discriminar entre antígenos próprios e não próprios. Quando esses mecanismos
falham, pode ser desencadeada uma agressão a células e tecidos do próprio indivíduo
pelo sistema imune, tais reações são chamadas de autoimunes, e as doenças que elas
causam de doenças autoimunes (ABBAS; LICHTMAN, 2009. LIMA; SILVA, 2012).
95
UNIDADE V │ OUTROS PROCEDIMENTOS HEMATOLÓGICOS
Fontes: <https://raulcalasanz.wordpress.com/2012/09/10/ud1-fisiologia-leucocitaria-leucopoyesis-y-alteraciones-de-la-serie-
blanca/> e <http://www.adeluna.asociacionespamplona.es/presentacio3_1/_5G1ICS7tAW6N7Thu04UuRmISE9GTTKrQgg-
czrsNm2oGTysrjz96Fg>.
9 <http://laboratoriobiolider.com.br/media/images/195.pdf>.
96
CAPÍTULO 2
Anticorpos antinucleares (ANA)
Inicialmente, a classificação do LES era realizada por meio da pesquisa de células LE,
mas esta apresenta empecilhos, como alta complexidade e dificuldade na interpretação
dos resultados assim como falta de reprodutibilidade e baixa especificidade, sendo,
portanto, abolido como um dos critérios para a classificação do LES. Posteriormente
outros testes foram desenvolvidos tendo vantagens, como execução metodológica mais
simples, reprodutiva e com maior sensibilidade.
A ANA é indicada para diagnóstico de pacientes que possuem quadro clínico sugestivo
de doenças autoimunes, como LES, esclerose sistêmica, síndrome CREST, doença mista
do tecido conjuntivo, síndrome de Sjögren, poliomiosite/dermatomiosite e cirrose biliar
primária. Distintos perfis de autoanticorpos são observados nas diferentes doenças.
No ANA a fluorescência observada equivale à distribuição dos locais onde estão presentes
os antígenos ao longo do ciclo celular e que são reconhecidos pelos autoanticorpos,
em determinado soro e da diluição seriada desse soro avaliado. O complexo antígeno-
anticorpo formado é revelado pela adição de anticorpos contra gamaglobulina humana
marcada com fluorocromo (DELLAVANCE; ANDRADE, 2007).
Somente com o teste ANA-IFI não é possível especificar o antígeno reconhecido, servindo
apenas para o rastreamento da presença de autoanticorpos. Para a especificação, outros
testes são realizados, como: imunodifusão dupla de Outcherlony (IDD) – identificação dos
antígenos: SS-A/Ro, SS-B/La, Sm, U1RNP, Jo-1, Scl-70, PM/Scl – e a imunofluorescência
indireta com substrato específico, como Crithidia luciliae para detecção de anticorpos
anti-DNA nativo. Mais recentemente têm sido desenvolvidos kits comerciais baseados
nas técnicas de ELISA e hemaglutinação (DELLAVANCE; ANDRADE, 2007).
10 <http://www.lustosa.com.br/files/informations/Texto%20FAN%20GLC%202008%20II.pdf>.
98
OUTROS PROCEDIMENTOS HEMATOLÓGICOS │ UNIDADE V
Informações referentes aos títulos de anticorpos também são importantes, pois títulos
baixos (1/80) são frequentemente encontrados em indivíduos hígidos ou sem doenças
autoimunes, e títulos altos (≥ 1/640) e moderados (1/160 e 1/320) possuem maior
relação com a presença de doença autoimune.
Para o teste ANA-IFI critérios como condições do cultivo das células HEp-2 (densidade
celular, número de mitoses, expressão de antígenos relevantes para os autoanticorpos,
manutenção da morfologia). Em relação ao protocolo, pode variar de acordo com o kit
utilizado, mas basicamente consiste em incubar a camada de células HEp-2 formada
em lâminas com os soros diluídos em diferentes titulações à temperatura ambiente por
um determinado tempo (30 min.), após esse período são adicionados os anticorpos
secundários anti-IgG humana conjugada com isotiocianato de fluoresceína (FITC) em
câmara escura à temperatura ambiente. Após esta incubação, as lâminas são lavadas
em tampão PBS e montadas com glicerina tamponada e lamínula. A leitura é feita em
microscópio de imunofluorescência observando-se os padrões de marcação nuclear.
Figura 47. Estágios da imunofluorescência para a detecção de anticorpos anti-nucleares. As células HEp-2
são permeabilizadas (1) e então incubadas com o soro do paciente (2), caso o soro do paciente contenha
os anticorpos eles se ligarão aos antígenos contidos nos núcleos das células HEp-2. Esses anticorpos podem
então ser visualizados pela adição seguida da incubação com anticorpos anti-IgG humana conjugados com
fluorocromo (3).
Fonte: <http://en.wikipedia.org/wiki/Anti-nuclear_antibody#mediaviewer/File:ANA_Immunofluorescence.png>.
99
Para (não) finalizar
Neste texto é abordada a Hematologia com outra aplicação, realizar o estudo do sangue
com o objetivo de colher prova criminal, o que é conhecido como Hematologia forense,
que não foi abordada nos capítulos deste Caderno de Estudos, porém, apresenta grande
importância para apontar vestígios e supostos criminosos.
Figura 48. Demonstração do uso do luminol no ambiente de um crime. À esquerda exemplo de ambiente sem e
com luminol e marcas de um calçado realçadas pelo reagente.
Fonte: HowStuffWorks.
Abaixo segue texto publicado no Portal da Educação, por Péricles Freitas Avelino Filho,
referente à Hematologia Forense.
100
PARA (NÃO) FINALIZAR
101
PARA (NÃO) FINALIZAR
102
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