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FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

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FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
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de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.


Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
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Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Thiely Rodrigues Ott

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade irá abordar os principais conteúdos da área da
farmácia estética. A farmácia estética é um ramo da farmácia que tra-
balha com os conhecimentos básicos do farmacêutico associados aos
conhecimentos estéticos, sendo um campo promissor de atuação para
o profissional farmacêutico dentro das ciências estéticas. Nesta unidade
você revisará temas importantes e básicos da área da farmácia como:
a) fundamentos básicos de farmacologia clínica, b) farmacocinética e
farmacodinâmica, c) cosméticos e dermocosméticos, d) farmacologia e
sua interação com o sistema nervoso, e) respostas inflamatórias e alér-
gicas ao uso de medicamentos, f) interações medicamentosas e g) far-
macovigilância e legislação em estética. Será através destes conteúdos
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que iniciaremos nossos conhecimentos na área da farmácia estética.

Farmacologia, Cosmético, Dermocosmético, Farmacovigilância.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
FUNDAMENTOS DE FARMACOLOGIA E ESTÉTICA

Fundamentos Básicos de Farmacologia Clínica _________________ 12

Farmacocinética & Farmacodinâmica ___________________________ 14

Cosméticodinâmica & Dermocosméticos _______________________ 15

Farmacologia de Sistemas (Mediadores Químicos e Neurotrans-


missores – Sistema Nervoso Autônomo e Periférico) ____________ 18

Respostas Inflamatórias e Respostas Alérgicas _________________ 21

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Interações Medicamentosas ___________________________________ 22

Farmacovigilância e Legislação em Estética ____________________ 23

Recapitulando _________________________________________________ 26

CAPÍTULO 02
DERMOCOSMETOLOGIA

Fundamentos e princípios da cosmetologia & dermocosmetologia 30

Biologia Funcional da Pele _____________________________________ 31

Mecanismos de Intervenção Dermocosmética _________________ 39

Boas práticas e prescrição de Cosméticos e Dermocosméticos _ 40

Pesquisa Clínica _______________________________________________ 41

Recapitulando _________________________________________________ 44

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CAPÍTULO 03
CUIDADOS FARMACEUTICOS EM DERMOCOSMETOLOGIA

Anamnese Farmacêutica em Dermocosméticos ________________ 48

Plano de Cuidados em Dermocosmetologia ____________________ 49

Seleção de Cosméticos e Dermocosméticos ____________________ 58

Prescrição e Orientação ao Paciente ____________________________ 60

Recapitulando _________________________________________________ 62

Fechando a Unidade ___________________________________________ 66

Referências ____________________________________________________ 69
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A farmácia estética é uma das áreas que o profissional far-
macêutico devidamente habilitado conhece para desempenhar o seu
trabalho, podendo atuar em diversos ambientes como clínicas, consul-
tórios, salões de beleza e spas. Esta é uma área que cresce a cada dia
no mercado de trabalho, através das inovações tecnológicas e atualiza-
ções dos procedimentos estéticos realizados nos clientes.
Neste módulo você aprenderá conteúdos importantes para
o seu desenvolvimento profissional como: os fundamentos básicos
de farmacologia, onde os aspectos como absorção e distribuição das
substâncias são importantes para total eficácia dos processos, estuda-
rá sobre um mercado em crescimento, que é o dos dermocosméticos
dentro da estética farmacêutica, além da dermocosmetologia e todos os
cuidados que os profissionais farmacêuticos devem possuir na área de
farmácia estética.
Este curso será capaz de fornecer as ferramentas necessárias
para que você seja um profissional capaz de atualizar-se e destacar-se
no mercado de trabalho, que é amplamente competitivo.

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FUNDAMENTOS DE
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FARMACOLOGIA & ESTÉTICA

FUNDAMENTOS BÁSICOS DE FARMACOLOGIA CLÍNICA

Um breve histórico
A farmácia surgiu como ciência propriamente dita, nos meados
do século XIX, iniciou-se experimentalmente através de testes em hu-
manos e animais e foi evoluindo ao longo dos anos. As farmacopeias
foram reescritas no inicio dos experimentos com a utilização de ervas,
no entanto, careciam de embasamento científico. Alguns documentos
escritos foram encontrados na China e Egito, e neles constam informa-
ções valiosas sobre a história da farmácia, como a utilização de alguns
tipos de remédios que são utilizados até os dias de hoje.
Antigamente, antes mesmo dos estudos da química orgânica
e sintética, a farmacologia era direcionada apenas para a compreen-

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são dos efeitos de substâncias naturais, basicamente pelos extratos
vegetais. Com o avanço das técnicas de análise da química orgânica,
pode-se então, trabalhar de maneira mais específica, estudando a pu-
rificação de estruturas químicas das drogas sintéticas, podendo, dessa
forma, classificá-las em novas classes de fármacos. Com este avanço,
passamos para o período dos tratamentos como a quimioterapia anti-
microbiana e das disfunções psiquiátricas, que foram marcos históricos
dentro da área da farmácia.
Novas tecnologias passaram a ser criadas e incorporadas para
o estudo de fármacos, possibilitando a caracterização de novas molé-
culas, permitindo que os fármacos fossem mais específicos e forneces-
sem ao consumidor um menor efeito adverso. Coincidindo com a evo-
lução das tecnologias, o homem passou a buscar mais conhecimentos
na área da medicina, procurando terapias mais eficazes para os qua-
dros patológicos que os pacientes apresentavam. Mas não paramos por
aqui, a farmacologia é uma ciência que apresenta mudanças constan-
tes. Com o advento da biotecnologia, genética e nanotecnologia, novas
mudanças estão por vir, tornando a farmacologia uma ciência dinâmica.

Conceitos em Farmacologia

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A farmacologia é conhecida principalmente como a ciência que
estuda os fármacos, este estudo caracteriza o fármaco e sua interação
com o homem em todos os sentidos. Com o passar dos anos, definições
foram criadas para que pudéssemos entender e explicar os mecanis-
mos de atuação dos fármacos e o efeito que exercem, dessa forma,
vamos conhecer alguns conceitos básicos dentro da área?

Conceitos Básicos
• Fármaco: é uma substância química, com propriedades ati-
vas e que interage com um órgão em específico, agindo de maneira
fisiológica e bioquímica, causando um aumento ou diminuição da ex-
pressão da função daquele órgão alvo.
• Droga: é considerada droga, qualquer substância que produ-
za algum efeito em nosso organismo.
• Medicamento: é considerado uma droga com fins terapêuti-
cos. • Remédio: qualquer substância de origem animal, vegetal, mineral
ou sintética, usados com intenções benéficas à saúde.
• Placebo: utilizado em estudos clínicos, são substâncias que
possuem a intenção benéfica para alívio de sintomas em pequenas con-
centrações, ou até mesmo com sua ausência.
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Tipos de efeitos
• Efeito terapêutico: ação esperada quando o paciente utiliza a
dose e posologia adequadas para o seu tratamento.
• Efeito secundário: não é o efeito principal desejado, ocorre
devido ao mecanismo de ação do fármaco, podendo ser benéfico ou não.

Efeito benéfico do uso de AAS em pacientes com problemas de


formação de trombos e coágulos.

• Efeito tóxico: reação do organismo quando exposto a uma


dose excessiva ou acúmulo do fármaco no organismo.
• Efeito local: efeito do fármaco apenas no local de administração.
• Efeito sistêmico: ação terapêutica.
• Farmacologia pré-clínica: eficácia e RAM do fármaco nos ani-
mais.
• Farmacologia Clínica: eficácia e RAM do fármaco nos homens.
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• Farmacognosia: estudo das substâncias ativas em vegetais,


minerais, animais, no estado natural e em suas fontes.
• Farmacoterapia: assistência farmacêutica voltada ao uso ra-
cional de medicamentos.
• Fitoterapia: uso de plantas medicinais como medicamentos.
• Farmacoepidemiologia: estudo das reações adversas aos me-
dicamentos, análise do risco/benefício em uma determinada população.
• Farmacovigilância: um ramo da farmácia que trabalha com o
registro e detecções de reações adversas, controlando a validade, apre-
sentação, eficácia, comercialização e custo dos medicamentos aprova-
dos e licenciados pelo ministério da saúde (ANVISA, 2020).

FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

Para cumprir com a eficácia e objetivo da utilização de um fár-


maco, é necessário que ele atinja uma contração adequada, local de
ação, ou órgão ou sistema orgânico alvo. Para que ocorra tal eficácia é
necessário conhecer as doses e informações relevantes sobre o fárma-
co e sua interação com o sistema biológico, sendo o sucesso da terapia
altamente dependente dessa relação.
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O conhecimento sobre os esquemas posológicos padrão e
dos ajustes necessários mediante as variáveis individuais como: ida-
de, sexo, peso e aquelas pertinentes ao hábito de vida do paciente,
são importantes para pensarmos sobre como será o comportamento
do fármaco na presença dessas variáveis e se será eficaz ou não. Para
estudarmos essa interação dos fármacos com a fisiologia dos nossos
pacientes, a farmacologia subclassificou duas áreas de estudo: a farma-
cocinética e farmacodinâmica. Vamos conhecê-las?

Farmacocinética
A farmacocinética é um ramo da farmacologia que estuda o
mecanismo de ação do fármaco dentro do organismo, e como ele se
comporta ao longo da distribuição fisiológica, sendo analisados de for-
ma quantitativa os processos de:
• Absorção;
• Distribuição;
• Metabolismo ou biotransformação;
• Eliminação.

Farmacodinâmica

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A farmacodinâmica é um ramo da farmacologia que demons-
trará a interação do fármaco a nível celular, como ocorre a interação
do fármaco com moléculas especificas e o que é necessário para que
ocorra essa interação. Para que isso ocorra, precisamos:
• Proteínas alvo, que consistem de receptores, canais iônicos,
enzimas e moléculas transportadoras.
• Especificidade recíproca.
• Afinidade.

COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS

Noções de dermatologia
O maior órgão do corpo humano é a pele, sua composição e
sua estrutura histológica principal constituem inervações, vasculariza-
ções, queratinização, pigmentação, hidratação, filme hidrolipídico, flora
cutânea e anexos cutâneos. É composta basicamente por água em tor-
no de 70%, mas possuímos outros sais minerais como sódio, potássio,
magnésio, cálcio, ferro, zinco, manganês, peptídeos e proteínas, que
são importantes para manter a sua estrutura e elasticidades como o
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colágeno, queratina e elastina. Entre tantos componentes é importante
lembrar que a pele possui lipídios como: fosfolipídios, esqualeno, ácidos
graxos, triglicerídeos e glicídios.
Segundo HALLA et al, 2018, a camada córnea é recoberta por
um filme hidrolipídico ou filme cutâneo de superfície, sendo ele uma
emulsão do tipo água no óleo. No que diz respeito à composição do
filme hidrolipídico, ela poderá variar de acordo com vários elementos,
entre eles:
• Idade: no nascimento a porcentagem de lipídios é considera-
da elevada, oscilando durante a vida. Na infância há uma diminuição,
já na puberdade ela cresce novamente e, por sim, diminui no envelhe-
cimento.
• Sexo: os homens possuem uma porcentagem maior de lipí-
dios do que as mulheres.
• Regiões do corpo: o abdômen, pernas e braços possuem me-
nos lipídios do que a face e o tórax.

Figura 1 – Elementos que causam variação dos lipídios


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Fonte: Autora, 2021.

No que diz respeito às funções da vascularização cutânea, po-


de-se dizer que elas são:
• Termorreguláveis;
• Nas glândulas sudoríparas atuam como nutrição do folículo
pilossebáceo;
• Atuam como forma de defesa contra as diversas agressões e
drenam os resíduos pelo sistema linfático;
• Queratinização epidérmica;
• Em vista de conferir resistência à penetração e fricção, ela
atua com uma proteção mecânica;
• Pigmentação cutânea;
• Hidratação cutânea.
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Cosmético e Dermocosméticos
A palavra cosmético refere-se à beleza, substâncias que po-
dem estar relacionadas à higiene pessoal e/ou tratamento de alguma
disfunção estética. Já os dermocosméticos são produtos são utilizados
para tratamentos dermatológicos como, por exemplo, o clareamento de
manchas na pele.
Para que um cosmético seja eficaz, é necessário que possua
um princípio ativo, responsável por atingir o local específico da pele
onde será desempenhada a sua função, pois as moléculas precisam
ultrapassar as várias camadas que constituem a pele para atingir os
pontos alvo.
Para que a substância possa penetrar na pele, são necessá-
rios dois princípios ativos:
1. Via transepidérmica;
2. Anexos cutâneos.
Os princípios ativos, para que possam penetrar na pele, pos-
suem influência de diversos fatores, a exemplo (AZLAY, 2017):
• Região anatômica: existem partes do corpo que são alta-
mente permeáveis e também susceptíveis à liberação transdérmica de
ativos, sendo elas: face, espessura do estrato córneo nas genitálias,
couro cabeludo, axila e região pós-auricular. Essas áreas podem levar

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à intoxicação sistêmica.
• Condições da pele e patologias: a pele deve estar íntegra
e sem patologias dermatológicas para que se possa utilizar produtos
tópicos, isto porque, alterações nas estruturas formadoras do estrato
córneo interferem na penetração dos princípios ativos.
• Idade: em virtude de apresentar uma pelo mais frágil e sen-
sível, a penetração de ativos pode ser maior em pessoas idosas e em
neonatos, levando, respectivamente, a períodos mais longos de rege-
neração e a intoxicações.
• Metabolismo cutâneo: há a possibilidade de alteração na dis-
ponibilidade dos ativos dermatológicos através da epiderme, pois ela é
um tecido ativo com reações bioquímicas e metabolismo pré-sistêmico.
• Descamação: poderá haver um aumento ou uma diminuição
da penetração de substância na pele em virtude do processo de desca-
mação anormal, sendo ocasionadas por algumas desordens cutâneas
como, por exemplo, psoríase e dermatite atópica.
• Irritação cutânea e sensibilização: a pele humana correspon-
de a uma barreira contra agressões, desta forma, fenômenos fisiológi-
cos ocorrem devido a traumas, e dizem respeito à resposta inflamatória,
ocasionando irritabilidade local se o ativo for irritante e/ou um processo
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de sensibilização pelo contato.
• Fatores relacionados ao princípio ativo e à fórmula do produ-
to: as características do ativo como afinidade hidrofílica ou lipofílica e
tamanho.

Promotores de absorção cutânea e veiculadores ativos


Existem os promotores de permeação de fármacos, que atuam
através da pele, possuindo como função:
• Preparações farmacêuticas transdérmicas, melhoram a libe-
ração do fármaco.
• Maximizar o fluxo de fármaco por meio da pele ou conservá-lo
para ação prolongada.
• Intensificar a liberação tópica ou localizada, nos tecidos alvo
por meio da pele.
• Realizar as três funções combinadas.

FARMACOLOGIA DE SISTEMAS (MEDIADORES QUÍMICOS E NEU-


ROTRANSMISSORES – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E PERI-
FÉRICO)
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Sistema Nervoso Autônomo (SNA)


O SNA consiste em três divisões anatômicas principais: simpá-
tica e parassimpática e o sistema nervoso entérico. O sistema nervoso
entérico é constituído pelos plexos nervosos intrínsecos do trato gas-
trintestinal que estão interconectados com os sistemas simpático e pa-
rassimpático. O SNA transmite todas as informações do SNC (sistema
nervoso central) para o restante do organismo, exceto para a inervação
motora muscular esquelética. O sistema nervoso entérico possui uma
capacidade de funcionamento independente do SNC, diferentemente,
os sistemas simpáticos e parassimpáticos são incapazes de funcionar
sem o SNC (MILLER & ZACHARY, 2020).
O Sistema Nervoso Autônomo, em sua grande parte, encon-
tra-se fora da influência do controle voluntário. É possível elencar como
principais processos regulados por esse sistema (HALL, 2020):
• Relaxamento e contração da musculatura lisa;
• Todas as secreções exógenas e parte das secreções endó-
crinas;
• Batimentos cardíacos;
• O metabolismo energético, de forma particular no fígado e na
musculatura esquelética. Entretanto, frisa-se que outros sistemas são
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também afetados pelo controle autonômico, podendo citar como exem-
plo, os rins, o sistema imunológico e o sistema somatossensorial.

Transmissão
O SNC gera informações, e entre elas, aquelas que tiverem
como finalidade alguma ação final permeada pelo SNA será transmitida
pelos neurônios. Os neurônios pré-ganglionares com os corpos celula-
res no SNC e os neurônios pós-ganglionares com os corpos celulares
no gânglio autônomo são constituídos por um padrão básico (dois neu-
rônios) dos sistemas simpático e parassimpático.
A comunicação entre células nervosas, portanto, entre neu-
rônios e órgãos efetores, ocorre através da liberação de sinais quími-
cos (substâncias químicas) específicos produzidos pelas terminações
nervosas, denominados neurotransmissores. Os dois principais neuro-
transmissores que operam no SNA são a acetilcolina (no parassimpá-
tico) e a noradrenalina (no simpático), sendo estes fundamentais para
uma compreensão da farmacologia autonômica. Os neurônios que libe-
ram a noradrenalina são denominados neurônios adrenérgicos ou nora-
drenérgicos. Os neurônios que liberam a acetilcolina são denominados
neurônios colinérgicos (MILLER & ZACHARY, 2020).

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Efeitos de fármacos sobre a transmissão colinérgica
Os fármacos têm o potencial de causar influência nos proces-
sos de transmissão sináptica, além disso, podem agir nos receptores de
acetilcolina como antagonista ou agonista.
• Agonistas muscarínicos;
• Antagonistas muscarínicos;
• Agonistas dos receptores nicotínicos;
• Antagonistas dos receptores nicotínicos;
• Inibidores da liberação de acetilcolina;
• Inibidores da destruição de acetilcolina;

Sistema Nervoso Central (SNC)


É possível conceituar o Sistema Nervoso Central (SNC) como
um conjunto de órgãos responsáveis pela coordenação das atividades
do organismo. Ele representa o local em que se encontra a memória,
a consciência, a capacidade de aprender e as mais diversas reações e
características do Homem, como, por exemplo, o raciocínio, a imagina-
ção, a criatividade, entre outros.
A formação do Sistema Nervoso Central se dá por mais de
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10.000 milhões de neurônios, sendo divido em duas partes:
• Encéfalo – situado no crânio;
• Medula espinal – aloja-se no canal raquidiano.
O sistema nervoso possui diversas funções em virtude da sua
quantidade de neurônios, assim, até hoje ainda é difícil compreender a
sua base celular e molecular, entretanto, nos últimos anos há um pro-
gresso farmacológico nessa área, permitindo que haja uma intervenção
terapêutica eficaz e moderadamente seletiva em diversas situações de-
vido às perturbações funcionais do SNC.
Os processos básicos de funcionamento do SNC são essen-
cialmente semelhantes aos que operam na periferia (SNA), que consis-
te na liberação de neurotransmissores por terminações pré-sinápticas
e produzindo respostas excitatórias ou inibitórias rápidas nos neurônios
pós-sinápticos (MILLER & ZACHARY, 2020).

Neurotransmissores do SNC e seus receptores


Existe no sistema nervoso central concentrações em alto ní-
vel de aminoácidos que possuem ligação com receptores pós-sináp-
ticos, tendo como atuação a neurotransmissão inibitóriais ou excitató-
rias. Ao falar-se em aminoácidos neuroativos, é possível dispor que na
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neurotransmissão inibitórial tem-se como possui o Ácido γaminobutírico


(GABA) e o excitatótial tem o glutamato.
Alguns distúrbios do SNC, como, por exemplo, a esquizofrenia
e a doença de Parkinson, utilizam como alvo terapêutico a Dopamina
(DA), tendo em vista que ela é um neurotransmissor catecolamínico. A
dopamina tem como receptores os membros da família das proteínas
receptoras acopladas à proteína G, com duas classes de receptores: a
classe D1 (receptores D1 e D5) e a classe D2 (D2, D3 e D4).
Outro neurotransmissor atuante no SNC é a Serotonina (5-HT),
que constitui um alvo de muitos fármacos utilizados no tratamento da
depressão. Muitas dessas medicações antidepressivas também afetam
a neurotransmissão da norepinefrina (NE).

Fármacos que atuam no sistema nervoso central


As substâncias que alteram o comportamento e o humor são
os fármacos psicotrópicos, pois estas são as suas principais caracte-
rísticas. Torna-se complexa a mensuração desses níveis, sendo assim,
não existe nenhuma base, até o momento, consistente para a classi-
ficação dos agentes psicotrópicos. A Organização Mundial da Saúde
(OMS), sugere a seguinte classificação:
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• Ansiolíticos e Sedativos;
• Agentes anestéticos;
• Fármacos Antipsicóticos;
• Agentes antidepressivos;
• Agentes anticonvulsivantes;
• Analgésicos;
• Fármacos que atuam nas doenças degenerativas;
• Anestésicos inalatórios;
• Anestésicos intravenosos.

RESPOSTAS INFLAMATÓRIAS E RESPOSTAS ALÉRGICAS

Respostas inflamatórias
O ato de resposta do tecido a um agente agressor é conhecido
como inflamação. Suas características principais são os sinais de tu-
mor, calor, rubor e dor. Durante ou após um estímulo, a dor inflamatória
não ocorre de imediato, ela só se propaga após a ativação da “cascata
de citocinas”. A dor é mediada pelas prostaglandinas e pela bradicini-
na, responsáveis pela estimulação das terminações nervosas do local
atingido a conduzirem o estímulo doloroso por nervos até a medula es-

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pinhal. Após esse ponto, inicia-se o percurso até as diversas regiões
do cérebro, onde percebe-se a ocorrência da dor e, assim, transmite a
resposta ao estímulo inicial.
As inflações são tratadas por meio dos anti-inflamatórios não
esteroidais (AINEs), devido ao seu mecanismo de ação, responsável
por possibilitar uma multiplicidade de efeitos contra a inflamação. Frisar-
-se que os anti-inflamatórios possuem uma classificação, que consiste
em esteroidais, que tem como representação os glicocorticoides, e em
não esteroidais, que são sintetizados quimicamente. Sejam anti-infla-
matórios esteroidais ou não esteroidais, sua incidência se dá pela ini-
bição da síntese de prostaglandinas, no entanto, atuam por diferentes
mecanismos de ação.

Respostas alérgicas
Mecanismo imunológico
Para que seja considerada imunogênica, uma molécula deve
possuir como peso molecular (PM) um valor acima de 1000 Da, fato que
acontece com as proteínas de soro heterólogo (ex.: soro equino contra
veneno de cobra), enzimas (ex.: quimopapaína) e hormônios (insulina).
Desta forma, grande parte dos medicamentos possuem PM
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baixo como, por exemplo, a penicilina; eles reagem como haptenos,
associando-se a uma proteína carreadora (constantemente autóloga,
como, por exemplo, a albumina) para que possa haver uma resposta
imune específica. Parte desses fármacos precisam ser metabolizados
antes de haver a associação às moléculas carreadoras.
Pode ocorrer nas administrações intermitentes e repetitivas,
como, por exemplo, a insulina e a penicilina, a sensibilização a um de-
terminado fármaco. Isso já é mais difícil de acontecer na administração
ininterrupta. Pessoas que adquirem essa sensibilização podem reagir
com doses pequenas, especialmente por meio da via parenteral, consi-
derada a mais imunogênica. Entretanto, a administração tópica (creme,
colírio) pode ter como resultado uma sensibilização e, consequente-
mente, uma reação alérgica.
Nos últimos anos, foi proposto o pharmacological interaction
with immune receptors (conceito p-i), como novo modelo de interação
entre fármaco, molécula de CPH e células T, isto porque foi demons-
trada a participação de células T em reações alérgicas a estruturas de
medicamentos quimicamente inertes.
De acordo com essa hipótese, a estrutura do fármaco se en-
caixaria em dois lados, um deles seria um complexo peptídio-CPH, e o
outro seria o receptor de células T. Assim, basicamente, o que determi-
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naria a ligação seria a conformação estrutural do fármaco que, mesmo


sendo lábil, seria suficiente para induzir a ativação das células T. Essa
espécie de mecanismo pode ser analisado com sulfametoxazol, lido-
caína, mepivacaína, celecoxib e carbamazepina, no entanto, deve ser
considerado que as manifestações clínicas podem ser erupção mácu-
lo-papular, eritema exsudativo multiforme, dermatite de contato, pus-
tulose exantemática generalizada aguda e necrólise epidérmica tóxica
(HALL, 2020).

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

É no interior do corpo dos pacientes que ocorrem as interações


terapêuticas, no período posterior à administração do medicamento.
Pode haver a interação entre si dos fármacos como, por exemplo, nos
casos de pacientes polimedicados, assim como podem inter-relacionar-
-se com outros constituintes da alimentação. Ainda, é possível dividir es-
tas interações em dois subtipos: farmacocinéticas e farmacodinâmicas.

22
Podem surgir interações medicamentosas entre anticoncepcio-
nal e antibiótico, ocorrendo uma redução do efeito do anticoncepcional,
mediante a presença do antibiótico, isso acontece porque no fígado as
enzimas responsáveis pelo processamento ficam sobrecarregadas, o
que causa uma diminuição da ação do efeito do anticoncepcional.

FARMACOVIGILÂNCIA E LEGISLAÇÃO EM ESTÉTICA

No início do século XX surge uma nova indústria, com produ-


ção elevada, deixando os cosméticos caseiros na memória da história.
A mulher conquistou seu espaço na sociedade, não tendo mais tempo
para os afazeres caseiros e exigia produtos cada vez mais sofisticados
e de melhor qualidade. Assim, essa indústria precisou buscar a tecno-
logia para aperfeiçoar e criar as formulações eficientes e seguras de
cosméticos que atendessem à nova demanda (HALLA et al. 2018).

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


Ainda no século XX, a maquiagem se fixa acompanhando os
padrões de cores da alta costura; o filtro solar ajuda a prevenir os danos
causados pelo excesso de sol; surge um grande número os cremes
rejuvenescedores com fórmulas de rápida ação; a celulite passa a ser
alvo de estudos com cremes específicos; os autobronzeadores tornam-
-se moda para o embelezamento do corpo; os cosméticos multifuncio-
nais como o batom e o condicionador com protetor solar, o hidratante
que previne o envelhecimento e os xampus e condicionadores dois em
um passam a ser requeridos por consumidores cada vez mais exigentes
em sua busca pela jovialidade e beleza natural (HALLA et al. 2018).
A nanotecnologia foi adotada nas formulações cosméticas em
1990. As diversas pesquisas que surgiram dispuseram como resulta-
do novas linhas de produtos que resultariam importantes patentes para
empresas do ramo. Atualmente, a população está envelhecendo e se
preocupando principalmente com a aparência. Assim, a procura pela
jovialidade vem determinando a tendência dos cremes anti-idade, que
são compostos por enzimas. Há também uma procura crescente por
colágenos e injeções de Botox que são utilizados para a redução de
rugas e marcas de expressão.
Em busca de corrigir as imperfeições, também há a utilização
da maquiagem, com uma grande tendência na utilização das matérias-
23
-primas de origem mineral devido às pesquisas e estudos das proprie-
dades das argilas, óxidos, dióxidos, micas, malaquites, magnésio, pe-
dras semipreciosas – ametista, safira, turmalina.
Observa-se então que há uma preocupação com o envelhe-
cimento, visando proteger a pele. Outra substância bastante utilizada
para combater a velhice e proteger a pele é o uso constante e diário dos
protetores solar, bloqueando a ação danosa da radiação solar.
O objetivo maior dos produtos cosméticos, de higiene pessoal
e perfumes é proporcionar bem-estar e auxiliar na preservação da saú-
de das pessoas, assim, há a necessidade de leis, decretos, portarias,
resoluções da Legislação Sanitária, que organizam as diretrizes para
uma adequada seleção de matérias-primas, produção, embalagem, dis-
tribuição e comercialização, padronizando a qualidade e determinando
melhores condições de controle da fiscalização (HALLA et al. 2018).
Essa legislação pode ser classificada por assunto:
• Registro de Produto;
• Notificação de Produto;
• Importação de Produto;
• Autorização de Funcionamento;
• Legislação Geral;
• Resoluções Mercosul.
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Apresentaremos agora algumas Resoluções que são de inte-


resse para a área da estética:
• Registro de Produto Resolução: RDC (Resolução da Diretoria
Colegiada) nº 79, de 28 de agosto de 2000: Adota a Definição de Pro-
dutos Cosméticos e estabelece Normas e Procedimentos para Registro
de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.
• Resolução - RDC nº 161, de 11 de setembro de 2001: Esta-
belece a lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes.
• Resolução - RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001: Es-
tabelece a lista de conservantes permitidos para produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes. Resolução - RDC nº 38, de 21 de mar-
ço de 2001: Estabelece critérios e procedimentos necessários para o
registro de novas categorias de produtos cosméticos, destinados ao uso
infantil.
• Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999: Estabelece
parâmetros de controle microbiológico para produtos de higiene pes-
soal, cosméticos e perfumes.
• Portaria nº 295, de 16 de abril de 1998: Estabelece critérios
para inclusão, exclusão e alteração de concentração de substâncias
utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
24
• Resolução - RDC nº 211/2005: Conceitua produtos de higie-
ne pessoal, cosméticos e perfumes como preparações constituídas por
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes
do corpo humano, pele, cabelos, unhas, lábios, órgãos genitais exter-
nos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo ex-
clusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou
corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado.

Para os produtos comuns entre os países do Mercosul existem


resoluções que facilitam as importações e transações comercias. Grupo
Mercado Comum (GMC).

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25
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de São Borja - RS
Prova: Farmacêutico
Quanto aos tipos de comprimidos, analise as assertivas abaixo:
I. Comprimidos efervescentes são comprimidos não revestidos em
cuja composição pode existir um ácido e um carbonato ou bicarbo-
nato capaz de reagir rapidamente em presença de água, liberando
gás carbônico.
II. Comprimidos mastigáveis vão permitir a liberação lenta e uma
ação local ou pelas paredes do trato gástrico.
III. Comprimidos sublinguais são comprimidos revestidos e que
são absorvidos pela rede vascular sublingual.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

QUESTÃO 2
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de São Borja - RS


Prova: Farmacêutico
Como vantagens na utilização de comprimidos, podemos citar:
I. Aumento da percepção de gosto e odores desagradáveis.
II. Administração de fármacos insolúveis em água.
III. Absorção menor se comparado a soluções ou líquidos.
Quais estão corretas?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: FAFIPA Órgão: Prefeitura de Bandeirantes - PR
Prova: Farmacêutico
As vias de administração de medicamentos influenciam os perfis
de velocidade de absorção, biodisponibilidade e efeitos farmaco-
lógicos. Sobre as diversas vias, assinale a alternativa CORRETA:
a) Na via intramuscular, deve ser administrado no máximo 1,5 ml de
medicamento, formando um ângulo de 90o com a pele.
26
b) A via intratecal é destinada à administração no espaço epidural, situa-
do entre a dura máter e o periósteo do canal vertebral.
c) A via intramuscular é destinada à aplicação de medicamentos isotôni-
cos em geral, aquosos ou oleosos, em estado solúvel ou em suspensão
cristalina coloidal.
d) As insulinas devem ser administradas pela via intradérmica.

QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: Prefeitura de Altamira do Paraná-PR Órgão: Pre-
feitura de Altamira do Paraná - PR Prova: Farmacêutico
As bases de supositórios influenciam na liberação e na biodis-
ponibilidade do fármaco. Um fármaco lipofílico não ionizável
incorporado em uma base lipofílica apresenta uma liberação:
a) Rápida;
b) Controlada;
c) Lenta;
d) Pulsada

QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: Prefeitura de Altamira do Paraná-PR Órgão: Pre-
feitura de Altamira do Paraná - PR Prova: Farmacêutico

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Sobre as interações farmacocinéticas, responda a questão.
Na excreção, ocorrem quais efeitos:
I. Alteração do pH urinário;
II. Alteração na excreção ativa tubular renal;
III. Alteração no fluxo sanguíneo renal;
IV. Alteração na excreção biliar e ciclo êntero-hepático.
A assertiva é:
a) I, III, IV;
b) I, II, III, IV;
c) I, II, IV;
d) I, II, III.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Para que um cosmético seja eficaz é necessário que possua um prin-


cipio ativo responsável por atingir o local específico da pele onde será
desempenhada a sua função, pois as moléculas precisam ultrapassar
as várias camadas que constituem a pele para atingir os pontos alvo.
Neste contexto, comente sobre a constituição dos cosméticos.

27
TREINO INÉDITO

Os promotores de permeação de fármacos através da pele têm a fun-


ção de:
a) Age somente nos anexos da pele.
b) Melhorar a liberação do fármaco.
c) Diminuir a liberação localizada.
d) Auxilia na liberação sistêmica.
e) Melhora a inervação local.

NA MÍDIA

“Empresa lança dermocosmético para tratamentos anti-idade com Áci-


do Hialurônico e Vitamina C” - O dermocosmético reúne os dois com-
ponentes que auxiliam na hidratação e prevenção do envelhecimento.
A B4you Cosméticos desenvolveu um produto inédito no mercado de
tratamentos anti-idade. A empresa elaborou uma linha inovadora para
facilitar a rotina das brasileiras, tendo em vista a necessidade dos cuida-
dos com a pele e a correria do dia a dia. Os produtos oferecem o melhor
da tecnologia e inovação em dermocosméticos que são capazes de mu-
dar a saúde e aparência da pele com menos passos e mais resultados.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Fonte: Terra notícias.


Data: 09 setembro, 2020.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.terra.com.br/noticias/dino/empresa-lanca-dermocosme-
tico-para-tratamentos-anti-idade-com-acido-hialuronico-e-vitamina-
-c,5490bc372fac95f473bf2acbd3d9ca89ynvs21xk.html Acesso em: 02
de nov. 2020.

NA PRÁTICA

O objetivo maior dos produtos cosméticos, de higiene pessoal e perfu-


mes é proporcionar bem-estar e auxiliar na preservação da saúde das
pessoas, assim, há a necessidade de leis, decretos, portarias, reso-
luções da Legislação Sanitária que organizam as diretrizes para uma
adequada seleção de matérias-primas, produção, embalagem, distri-
buição e comercialização, padronizando a qualidade e determinando
melhores condições de controle da fiscalização. Essa legislação pode
ser classificada por assunto: registro de produto, notificação de produto,
importação de produto, autorização de funcionamento, legislação geral
e resoluções Mercosul.
28
PARA SABER MAIS

Programa: Mulher sem photoshop.


Reportagem: Cosméticos e Dermocosméticos. Você sabe reconhecer
a diferença?
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=E_hh3D-9Ijg Acesso
em: 02 de nov. 2020.

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

29
FUNDAMENTOS DE
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DERMOCOSMETOLOGIA

FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA COSMETOLOGIA & DERMO-


COSMETOLOGIA

Cosmecêuticos
Os cosmecêuticos representam uma classe de produtos em
franca expansão do ponto de vista mercadológico. Acredita-se que 90%
dos cosméticos vendidos em todo o mundo sejam, na realidade, cosme-
cêuticos (DE CANHA et al. 2019). Historicamente, em vários países, po-
dem-se classificar os produtos tópicos em duas categorias estanques:
os cosméticos e os medicamentos. Tal classificação é influência da
Food and Drug Administration (FDA), que se baseia em um documento
datado de 1938, e aprovado pelo Congresso norte-americano. Segundo
as normas americanas, os cosméticos seriam substâncias inerentes à
pele, que não ocasionariam mudanças estruturais nem funcionais quan-

30
do em contato com ela (DE CANHA et al. 2019).
Nos EUA, cosméticos são produtos destinados a embelezar e
melhorar a aparência, sem a necessidade de comprovação de eficácia
e segurança antes de estarem disponíveis no mercado. Segundo as
normas da FDA, contudo, os fármacos são produtos cuja intenção é
aliviar, prevenir ou tratar doenças, com necessidade de comprovação
de segurança e eficácia prévias ao seu registro e comercialização (FY-
TIANOS & KYZAS, 2020).
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), os cosméticos são preparações constituídas por substâncias
naturais ou sintéticas, de uso externo, destinados às diversas partes do
corpo humano (pele, cabelos, unhas, lábios, órgãos genitais externos,
dentes e mucosa oral), com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-lo,
perfumá-lo, alterar sua aparência, corrigir odores, protegê-lo ou mantê-
-lo em bom estado. Por questões regulatórias, esses produtos precisam
comprovar a sua segurança para requererem registro e autorização de
comercialização. Ao longo dos anos, com o advento de técnicas labo-
ratoriais (in vitro, ex vivo e até mesmo in vivo), corroborados pela pró-
pria constatação da prática clínico-dermatológica, percebeu-se que não
existem produtos totalmente inertes quando em contato com a pele (DE
CANHA et al. 2019).

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BIOLOGIA FUNCIONAL DA PELE

A pele delimita os meios interno e externo, representando, em


média, 15% de todo o peso corporal. É responsável por diversas fun-
ções orgânicas vitais, sendo fundamental na imunidade inata e adquiri-
da, bem como na regulação da temperatura corpórea; além disso, atua
como extenso órgão sensorial, rico em terminações nervosas livres e
corpúsculos sensoriais, e como estrutura de barreira (KOBAYSHI & NA-
GAO, 2017).
Nesta função específica, a pele é bastante complexa e não se
restringe apenas à mediação simples do trânsito de água, eletrólitos
e outras substâncias através da camada córnea. Ademais, protege o
corpo tanto de traumatismos físicos e térmicos quanto da radiação ul-
travioleta e da invasão por microrganismos da flora cutânea normal ou
patogênicos. Desse modo, a pele atua como barreira mecânica e quí-
mica; além disso, é responsável pela produção de diversos hormônios,
interagindo com eles de maneira complexa e dinâmica, e também sofre
a ação de hormônios produzidos em outras glândulas e que apresentam
receptores em estruturas epidérmicas e dérmicas. Consiste basicamen-
31
te em água e proteínas, além de lipídios, carboidratos e oligoelementos,
como zinco, cobre e selênio (DUARTE et al. 2017).
Em relação à anatomia, a pele é constituída por 3 camadas –
epiderme, derme e hipoderme (observe a figura 1), bastante inter-rela-
cionadas dos pontos de vista estrutural e funcional; porém, apresentam
variações regionais em diferentes áreas do corpo, bem como padrão de
funcionamento distinto durante o envelhecimento cutâneo em homens
e mulheres (DUARTE et al. 2017).

Figura 2. Camadas da pele.


FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Fonte. A.D.A.M, 2020.

Anatomia e fisiologia básica da epiderme


A epiderme é a camada mais superficial da pele, de origem ec-
todérmica e composta por epitélio estratificado pavimentoso queratini-
zado. A espessura média é de 50 µm, e a densidade celular é de aproxi-
madamente 50 mil células nucleadas por mm² com pequenas variações
regionais, observe a figura 2. As regiões palmoplantares são as mais
espessas, enquanto as pálpebras, o escroto e o pênis representam a
pele mais delicada do corpo (WEI et al. 2017).

32
Figura 3. Epiderme.

Fonte. Anatomia e Fisiologia Humana, 2020.

Possui a região posterior, anterior, as partes laterais e mediais.


Constata-se que a região posterior geralmente é mais espessa que a

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anterior, já as partes laterais, possuem uma maior espessura que as
mediais. Desconsiderando o palato duro e o dorso da língua, a muco-
sa oral, não apresenta camada granular ou córnea, sendo considerada
avascular, e sua celularidade em 80% possui como representação os
queratinócitos, que tem como atividade principal a de realizar a sinteti-
zação das proteínas estruturais resistentes – as citoqueratinas –, sendo
elas um dos componentes do citoesqueleto celular.
Os queratinócitos apresentam ainda um cimento intercelular, o
glicocálice, semelhante a um gel glicoproteico, que contribui na coesão
intercelular, porém permite a passagem de substâncias hidrossolúveis.
A epiderme sofre um processo contínuo de diferenciação celular a par-
tir de um pool de células-tronco germinativas, diferenciando-se em 5
camadas sucessivas: basal, espinhosa, granular, lúcida (exclusiva das
regiões palmoplantares) e córnea.
Acredita-se que as células basais sofram uma divisão a cada
19 dias e que sua migração transepidérmica até a superfície granular
dure em torno de 35 dias, enquanto se estima que o tempo de trânsito
dentro da camada córnea seja de 14 dias. Logo, o período de renova-
ção epidérmica total é de 59 a 75 dias.
Hoje, o estrato córneo é considerado uma estrutura metaboli-
camente ativa, com importante participação na resposta inflamatória e

33
interação com as camadas epidérmicas subjacentes, além de integrar a
barreira cutâneo-epidérmica. A barreira cutânea é composta, em espe-
cial, pelos corneócitos e por uma matriz lipídica bilamelar rica em cera-
midas, colesterol e ácidos graxos, responsáveis por manter a umidade e
estabilidade da camada córnea, garantindo o grau de hidratação normal
da pele.
Os corneócitos – células proteináceas anucleadas alongadas,
cujo comprimento chega a ser 100 vezes maior que a espessura – for-
mam extensas interconexões de suas membranas celulares, produzin-
do um envoltório externo de alta resistência. Tais células formam uma
barreira física à perda hídrica, bem como à entrada de agentes quími-
cos e microrganismos.
Ácidos graxos, ceramidas e colesterol ocupam o espaço
intercelular da camada córnea e organizam-se em duplas camadas
lipídicas, através das quais penetram a maioria das substâncias tópicas
aplicadas sobre a pele. Os melanócitos, as células de Langerhans
e as células de Merkel respondem pelo restante dos constituintes
celulares. Os melanócitos, originados da crista neural, migram para a
epiderme durante a embriogênese e são responsáveis pela produção
de melanina. Estão em número aproximado de uma célula para cada 4
a 10 queratinócitos, tendo máxima densidade na pele da região genital,
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

tanto masculina quanto feminina.


A melanina, produzida por meio da atividade enzimática da ti-
rosinase sobre o aminoácido tirosina, é armazenada em estruturas ci-
toplasmáticas chamadas melanossomas, os quais, nos estágios mais
avançados de maturação, são transferidos às regiões dendríticas dos
melanócitos e transferidos aos queratinócitos daquela unidade epider-
momelânica.
Nas diferentes regiões do corpo há uma variação no número
de melanócitos havendo um aumento após uma repetida exposição à
luz ultravioleta. As causas das variações étnicas na pigmentação da
pele acontecem, principalmente, devido às diferenças na atividade dos
melanócitos e na distribuição dos melanossomas na epiderme, tendo
em vista que nas diferentes cores e independentemente do sexo, o nú-
mero de melanócitos é o mesmo.
Em concentração semelhante aos dos melanócitos na pele, há
as células de Langerhans, que estão em proporção entre 460 e 1.000/
mm², compreendendo de 3 a 6% da população celular epidérmica, não
existindo uma significativa distinção entre os sexos em condições fi-
siológicas. Na bainha dos folículos pilosos e na camada basal estão
localizadas as células de Merckel, com uma alta densidade nas regiões
palmoplantares. Sua atuação se dá como mecanorreceptores e, além
34
disso, elas têm participação na sensibilidade tátil. Possui uma origem
incerta, podendo ainda, ser derivada da crista neural ou de células-tron-
co epiteliais.

Anatomia e fisiologia básica da derme


Trata-se da camada intermediária da pele, de origem mesodér-
mica, composta por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e elás-
ticas, vasos sanguíneos, estruturas nervosas e musculares (observe a
figura 3). É dividida em 3 porções para fins didáticos: derme papilar
(ou superficial), reticular ou profunda e adventicial (ou perianexial). As
principais moléculas dérmicas são o colágeno e a elastina – estruturas
proteicas –, bem como glicosaminoglicanos (GAG) e proteoglicanos –
polímeros biológicos compostos por açúcares retentores de água.

Figura 4. Derme

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Fonte. Introdução a anatomia humana, 2020.

O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano,


garantindo o suporte estrutural da pele, e é composto basicamente por
glicina, prolina e hidroxiprolina. Já a elastina é uma proteína distensí-
vel, responsável pela elasticidade cutânea, apresentando, em especial,
desmosina e isodesmosina. Os glicosaminoglicanos, os quais formam
longas cadeias de carboidratos capazes de reter água na derme, são
35
representados, sobretudo, pelo ácido hialurônico e pela condroitina (De
CANHA et al. 2019).
A celularidade da derme é atribuída basicamente a fibroblas-
tos, histiócitos, mastócitos e células de Langerhans. Linfócitos, plasmó-
citos e outros elementos figurados do sangue apresentam-se de manei-
ra transitória na derme e em número variável. Os fibroblastos derivam
de células mesenquimais e são produtores de colágeno e substância
fundamental, enquanto as demais células residentes participam da imu-
nologia cutânea.
A microvasculatura dérmica é dividida em 2 importantes ple-
xos, interligados entre si: o plexo vascular superficial ou subpapilar – o
qual define o limite entre a derme papilar e reticular, estendendo-se para
envolver estruturas anexiais – e o plexo vascular profundo, que separa
a derme reticular do tecido celular subcutâneo. A inervação da derme é
feita basicamente por nervos autônomos, derivados do sistema nervoso
autônomo simpático, com fibras, em sua maioria, adrenérgicas. Essas
fibras suprem vasos sanguíneos, folículos pilosos e glândulas sudorípa-
ras apócrinas e écrinas (DE CANHA et al. 2019).
Os nervos sensoriais são sempre mielinizados e, em algumas
regiões corpóreas, formam órgãos terminais específicos (palmas, plan-
tas, lábios e genitais), também chamados de corpúsculos sensoriais.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Embora sejam denominados órgãos terminais, funcionalmente repre-


sentam o início da transmissão dos impulsos sensoriais até o sistema
nervoso central.
A musculatura dérmica é composta por músculos tanto lisos –
músculos eretores dos pelos, túnica dartos da genitália externa e aréola
mamária – quanto estriados, presentes na pele do pescoço (platisma) e da
face (mímica). A derme abriga também os anexos cutâneos, como glându-
las sudoríparas écrinas e apócrinas, além de folículos pilossebáceos.

Anatomia e fisiologia básica da Hipoderme


É a camada mais profunda da pele, também conhecida como
tecido celular subcutâneo, de origem mesodérmica, composta, em sua
maioria, por adipócitos, dispostos em lóbulos separados por septos fi-
broconjuntivos (observe a figura 4). O tecido gorduroso apresenta im-
portantes funções, como reserva energética, proteção mecânica, isola-
mento térmico e motilidade da pele em relação a estruturas subjacentes.

36
Figura 5. Hipoderme

Fonte. Missner, 2020.

Até os anos de 1990, a pele era considerada um órgão total-


mente impermeável, nesse tempo, ficou presumido que a sua imper-
meabilização possuía como dependência os processos ativos em al-
gum lugar na epiderme, no entanto, sabe-se hoje que a pele apresenta
um mecanismo de retenção de água e eletrólitos. A cronologia das mu-

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


danças no conceito de barreira da pele está resumida na figura 5:

Figura 6. Linha cronológica das mudanças no conceito de barreira cutânea.

Fonte. Costa, 2012.

Lipídios do estrato córneo


Como mencionado, as lamelas lipídicas intercelulares no es-
trato córneo determinam a função de barreira e criam camadas com
37
lamelas duplas, um lado com um polo hidrofílico e outro com um hidro-
fóbico, abrindo um caminho tortuoso entre os corneócitos impermeáveis
(SJÖVALL et al. 2018). No estrato córneo a composição dos lipídios é
considerada incomum, isto porque, em grande parte da pele, os lipídios
integram cerca de 10% do peso seco do estrato córneo. No entanto, ao
analisar as regiões palmares e plantares, os lipídios representam, ape-
nas, cerca de 2% do peso seco.
No estrato córneo de seres humanos e porcos, esses inves-
tigadores Sjövall et al. (2018) encontraram uma mistura de ceramidas
(50% da massa lipídica), colesterol (27%) e ácidos graxos de cadeia
longa (10%). Pequenas quantidades de ésteres de colesterol e sulfato
de colesterol também foram encontradas. Estruturas individuais de ce-
ramida não foram identificadas, mas os ingredientes encontrados foram
esfingosina, dihidroesfingosina, fitoesfingosina, ácidos graxos satura-
dos normais e a-hidroxiácidos.
Acredita-se que essa ceramida incomum desempenha um
papel crítico na forma como as lamelas lipídicas intercelulares são or-
ganizadas. No estrato córneo humano, há nove tipos estruturais. Es-
fingosina e di-hidroesfingosina sempre ocorrem juntas, portanto, todas
as possíveis combinações de três bases e três tipos de ácidos graxos
estão presentes, e os v-hidroxiácidos sempre apresentam linoleato és-
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

ter ligado.
Assim, as ceramidas do estrato córneo humano são EOS,
EOP, EOH, NS, NP, NH, AS, AP e AH. Além dos lipídios livres, os cova-
lentemente ligados foram identificados em estratos córneos humano e
suíno. No porco, o principal lipídio covalentemente ligado é a ceramida
OS. Acredita-se que seja um éster ligado a grupamentos ácidos na su-
perfície externa do envelope cornificado. No ser humano, os principais
lipídios covalentemente ligados são as ceramidas OS, OP e OH. No
estrato córneo de seres humanos e porcos, há pequenas quantidades
de ácidos graxos covalentemente ligados e v-hidroxiácidos. CC.

Lamelas intercelulares
Uma organela pequena conhecida como corpúsculo lamelar ou
grânulo lamelar serve como precursor para as lamelas intercelulares do
estrato córneo. Os grânulos lamelares apresentam, geralmente, forma-
to redondo a ovoide e têm cerca de 200 nm de diâmetro. Devido ao ta-
manho reduzido, somente podem ser vistos à microscopia eletrônica. O
grânulo lamelar, apresenta uma membrana delimitadora, uma ou várias
pilhas de discos lamelares e uma bateria de enzimas hidrolíticas. Por
causa do alto teor de lipídios, os grânulos lamelares podem ser isolados
38
de homogenatos epidérmicos por meio de uma combinação de centrifu-
gação diferencial e por gradiente de densidade.

MECANISMOS DE INTERVENÇÃO DERMOCOSMÉTICA

O progresso nas pesquisas sobre envelhecimento está rela-


cionado com a capacidade de compreensão da natureza das modifica-
ções que ocorrem nas moléculas ao longo do tempo e sua capacidade
de regeneração. Inúmeros estudos têm sido realizados na tentativa de
elucidar o mecanismo bioquímico e molecular desse processo. Entre as
causas do envelhecimento que mais têm ocupado os cientistas, des-
taca-se a glicosilação não enzimática, reação química conhecida por
descolorir e endurecer os alimentos.
A glicose é um dos componentes encontrados em glicoproteí-
nas e mucopolissacarídeos. Normalmente, a reação química entre as
proteínas e a glicose (glicosilação) ocorre por via enzimática. No colá-
geno e em proteínas de vida média a longa, a glicose liga-se irrever-
sivelmente às proteínas sem a intervenção das enzimas e a qualquer
ponto peptídico disponível. Trata-se da glicosilação não enzimática ou
glicação proteica.
Este processo bioquímico espontâneo do envelhecimento con-

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


tribui para o dano progressivo do tecido cutâneo e, provavelmente, para
o mau funcionamento dos órgãos. As ligações glicose-proteína condu-
zem a uma sucessão de reações, que levam a um acúmulo de ligações
irreversíveis entre as proteínas, fazendo com que ocorra o envelheci-
mento do tecido. As alterações entre os feixes de fibras das proteínas
naturais por ligações anormais mudam a estrutura espacial, entrelaçan-
do tais fibras entre si. Consequentemente, há distúrbios na comunica-
ção entre as células e a matriz (DE CANHA et al. 2019).

AG essenciais e câncer cutâneo


Embora numerosos estudos em animais indiquem que níveis
elevados de gordura na dieta reduzem o tempo entre a exposição aos
raios UV e o aparecimento do tumor, afetando a fase de promoção da
carcinogênese da radiação UV e aumentando o número de tumores,
poucos são os estudos em humanos. O ácido araquidônico e seus me-
tabólitos provocam inflamação e promovem a formação de tumores na
pele de ratos; os inibidores da cascata do ácido araquidônico, por outro
lado, evitam a incidência de tumores.

39
Reparadores de barreira - Repositores de lipídios fisiológicos
Na dermatite atópica, há diminuição das ceramidas na barrei-
ra e a relação ceramidas/colesterol está significativamente reduzida.
Desse modo, uma possibilidade de intervenção terapêutica é o efeito
mais específico nas bicamadas lipídicas intercelulares pela reposição
de lipídios deficientes. Os lipídios fisiológicos atravessam o estrato
córneo e, após serem absorvidos pelos corneócitos, são incorporados
nos corpos lamelares em formação.
Posteriormente, esses lipídios são depositados no interstício
do estrato córneo. Hidratantes que contêm grânulos de lipídios fisioló-
gicos (ceramidas, colesterol e ácidos graxos) têm sido desenvolvidos.
Esses grânulos contêm múltiplas estruturas lamelares; com isso, espe-
ra-se que eles tenham uma afinidade superior na pele e aumentem o
efeito hidratante (DE CANHA et al. 2019).

BOAS PRÁTICAS E PRESCRIÇÃO DE COSMÉTICOS E DERMO-


COSMÉTICOS

Observar a origem do produto, avaliar os resultados clínicos


propostos e publicados, atentar para as concentrações disponíveis dos
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

princípios ativos e, principalmente, orientar com clareza o regime tera-


pêutico a seguir são o sucesso de uma prescrição cosmecêutica.

Deve-se saber discernir qual deve ser o limite do uso de um


cosmecêutico, após o limite, opta-se por utilizar medicamentos derma-
tológicos.

É fundamental avaliar a compatibilidade das substâncias pres-


critas em uma mesma formulação. Por exemplo, filtro solar e ativo anti-
celulite não combinam em uma mesma prescrição, uma vez que o filtro
solar deve ficar retido na camada córnea, enquanto o ativo contra celu-
lite deve alcançar camadas profundas da pele.
Outro exemplo de incompatibilidade seria ácido glicólico com
gel de carbopol. O gel de carbopol é pH dependente; portanto, só apre-
senta viscosidade adequada em pH próximo de 7. Por outro lado, o
ácido glicólico apresenta pH baixo, o que ocasionaria alteração de vis-
40
cosidade do gel de Carbopol 940®. Logo, o ácido glicólico, em geral, é
veiculado em gel não iônico, como gel de Natrosol® (hidroxietilcelulo-
se), que não é pH dependente.
Além disso, sabe-se que, para preparar uma formulação, na
maioria das vezes é necessária a junção de ativos mais adjuvantes, os
quais são importantes para a estabilidade (química, física e microbio-
lógica) da formulação final e para sensorial. Logo, são vários compo-
nentes reunidos em um único produto. Assim, existe a possibilidade de
que esses componentes reajam entre si, bem como de que ocorra uma
incompatibilidade (DE CANHA et al. 2019).
Tanto o médico como o farmacêutico precisam conhecer as
matérias-primas da formulação para evitar incompatibilidades, as quais
não acontecem apenas na área cosmética ou dermatológica. O uso
simultâneo de dois medicamentos já é o suficiente para ocasionar in-
compatibilidade. É o que acontece quando se administra ranitina em
concomitância com cetoconazol. Essa associação ocasiona diminuição
da absorção do cetoconazol, portanto deve ser evitada.
Assim, se por um lado o prescritor precisa saber o que prescre-
ve, o farmacêutico da farmácia de manipulação também deve ser um
profissional muito qualificado, pois precisa garantir a qualidade de seu
trabalho em todo o processo, desde o fornecedor até o produto final (DE

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


CANHA et al. 2019).
A década de 1980 marcou o início da fase promissora da re-
lação do setor magistral com a dermatologia. O farmacêutico atuante
nesse segmento passou a desbravar consultórios com o objetivo de
conquistar o receituário do médico, até então dominado por produtos
industrializados. Com essa parceria de sucesso, a indústria de matéria
prima começou, desde então, a investir muito na descoberta de novas
matérias primas, outras bases dermocosméticas, o que estimulou ainda
mais o crescimento da dermatologia. Desde então, essa parceria tem
aumentado de modo considerável, bem como as exigências do setor, e
estimulado o aperfeiçoamento constante dos profissionais envolvidos
(DE CANHA et al. 2019).

PESQUISA CLÍNICA

Desenvolvimento da Pesquisa Clínica


O processo de pesquisa e desenvolvimento de fármacos (P&D)
é complexo, longo e de alto custo. O impacto do uso de medicamentos
na sociedade tem várias facetas. Por um lado, os fármacos podem au-
41
mentar a expectativa de vida das pessoas, tratar certas doenças, tra-
zendo assim benefícios sociais e econômicos; por outro lado, podem
aumentar os custos da atenção à saúde se utilizados inadequadamente
e/ou levar à ocorrência de reações adversas.
A descoberta de novos medicamentos tem suas raízes profun-
damente ligadas às inovações científicas e tecnológicas. Os avanços
expressivos da química e biologia e a melhor compreensão de vias bio-
químicas fisiológicas, alvos moleculares e de mecanismos que levam
ao aparecimento e desenvolvimento de doenças, tornaram possível a
descoberta de formulações terapêuticas notáveis.
As etapas envolvidas no processo de P&D baseia-se, simplifi-
cadamente, no estudo de compostos para o tratamento de doenças. A
primeira etapa consiste na descoberta de um composto com atividade
terapêutica. Na segunda etapa são feitos testes in vitro para avaliação
das propriedades biológicas das moléculas obtidas, por meio de bioen-
saios in vivo estudando o metabolismo e investigando a farmacocinética
e farmacodinâmica nos animais, o que é considerado o estudo pré-clí-
nico. Na terceira e última etapa do processo são realizados estudos clí-
nicos em humanos, em várias fases, parte denominada estudo clínico.
Todo o processo de P&D dura cerca de doze anos, com proba-
bilidade de sucesso muito pequena. Assim, de cada 30.000 moléculas
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

sintetizadas, 20.000 (66,7%) entram na fase de estudos pré-clínicos,


200 (0,67%) entram na fase I dos estudos clínicos, 40 (0,13%) passam
para a fase II, 12 (0,04%) entram na fase III e somente nove (0,027%)
são aprovadas pelos órgãos regulatórios. É importante mencionar ain-
da, que apenas um medicamento aprovado (0,003%) é incluído nos pro-
tocolos terapêuticos se passassem de cerca de dois bilhões de dólares
na década de 1980, para mais de 40 bilhões de dólares atualmente.
Isso explica, pelos menos em parte, o grande aumento dos preços ob-
servados para os medicamentos atuais (VON NIEDERHÄUSERN et al.
2017).

Processo de pesquisa e desenvolvimento de fármacos


O processo de pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos
está intimamente relacionado à química medicinal. Segundo a União
Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) a química medicinal
envolve a invenção, a descoberta, o planejamento, a identificação, a
preparação e a interpretação do mecanismo de ação molecular de com-
postos biologicamente ativos aplicados ao processo P&D. Fica clara
a importância do estabelecimento de interfaces fundamentais entre as
ciências químicas, biológicas, farmacêuticas, médicas, físicas e compu-
42
tacionais. Alguns autores descrevem simplificadamente o processo de
P&D (FYTIANOS & KYZAS 2020).
A descoberta ou síntese de uma molécula com potencial ativo
e a sua correlação com um alvo biológico apropriado constitui o início
do processo. Por lei, a segurança e a eficácia dos fármacos devem ser
definidas antes de sua comercialização. Em fase posterior, são realiza-
dos, além dos estudos in vitro, os estudo in vivo, que caracterizarão os
efeitos biológicos da molécula em animais (testes pré-clínicos) antes
que possam ser iniciados estudos clínicos em seres humanos (FYTIA-
NOS & KYZAS 2020).

Descoberta de novos compostos-protótipos


As moléculas candidatas a fármacos são descobertas, em sua
maioria, por meio de identificação e elucidação de um alvo para o com-
posto; planejamento racional do fármaco, com base no conhecimento
dos mecanismos biológicos, estrutura dos receptores e estrutura pró-
pria; modificações químicas de uma molécula conhecida; triagem de
grande número de produtos naturais à procura de atividade biológica,
bancos de entidades químicas previamente descobertas e grandes ban-
cos de peptídeos, ácidos nucléicos e outras moléculas orgânicas; e por
meio de biotecnologia e clonagem utilizando genes para produzir peptí-

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deos e proteínas maiores (Alves et al. 2019).
A química medicinal tem um papel muito importante nesta fase,
pois é possível explorar o espaço químico delineando o trabalho de
identificação, seleção e otimização de moléculas capazes de interagir
com alta afinidade e seletividade com o alvo molecular selecionado (por
exemplo, enzima x receptor). Várias estratégias podem ser empregadas
para a investigação do espaço químico-biológico, tais como: organiza-
ção de bases de dados, aplicação de filtros moleculares, emprego de
triagens biológicas automatizadas em alta escala (Hts High-throughput
screening) e uso da triagem virtual (vs - virtual screening) (FYTIANOS
& KYZAS).
A maioria dos fármacos em uso clínico atualmente ou são de
origem natural, ou são desenvolvidos por síntese química planejada a
partir de produtos naturais. As plantas, fungos, insetos, organismos ma-
rinhos e bactérias constituem, então, importantes fontes de substân-
cias biologicamente ativas. As modificações moleculares também são
comumente empregadas em estruturas de produtos naturais, visando
introduzir mudanças nas propriedades relacionadas às fases farmaco-
dinâmica e farmacocinética (VON NIEDERHÄUSERN et al. 2017).

43
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: Enfermeiro
A Resolução nº 441, de 12 de maio de 2011, do CNJ, aprova dire-
trizes para análise ética de projetos de pesquisas que envolvam
armazenamento de material biológico humano ou uso de material
armazenado em pesquisas anteriores. De acordo com essa Reso-
lução, o descarte do material biológico humano armazenado em
Biobanco pode ocorrer, EXCETO:
a) Por iniciativa da instituição.
b) Pela dissolução do Biobanco.
c) Por iniciativa do laboratório de análise.
d) Pela manifesta vontade do participante da pesquisa.
e) Devido à inadequação da amostra por critérios de qualidade.

QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: Prefeitura de Fortaleza - CE Órgão: Prefeitura de
Fortaleza - CE Prova: Farmacêutico Hospitalar (Edital nº 97)
A farmacologia clínica utiliza diversos tipos de estudos para a ob-
servação de evidências que demonstrem a eficácia terapêutica de
alguns fármacos empregados. O tipo de estudo primário que acom-
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panha pacientes, de forma observacional, que inclui grupos de in-


divíduos submetidos a critérios de inclusão e exclusão similares e
que permite o uso de prontuários médicos é conhecido como:
a) coorte.
b) caso-controle.
c) metanálise.
d) revisão sistemática.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: Prefeitura de Cascavel -
PR Prova: Farmacêutico
Os testes feitos em animais para comprovar os fenômenos de car-
cinogenicidade são realizados na etapa:
a) Clínica I.
b) Clínica II.
c) Clínica III.
d) Clínica IV.
e) Pré-clínica.

44
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: PR-4 UFRJ Órgão: UFRJ Prova: Farmacêutico
Paciente de 44 anos, sexo feminino, é internado em hospital de
alta complexidade apresentando insuficiência hepática aguda com
indicação de transplante hepático. Sabe-se que muitos fármacos
podem alterar o funcionamento do fígado e causar lesão hepáti-
ca. Para avaliar a relação causal entre o uso do medicamento e o
surgimento do evento adverso, devem-se levar em consideração
pontos importantes, EXCETO:
a) a incompatibilidade do evento com os efeitos farmacológicos-toxico-
lógicos estabelecidos do medicamento.
b) o surgimento do evento adverso no tempo esperado após a exposi-
ção ao medicamento.
c) a evidência de resposta positiva à interrupção do tratamento ou à
reexposição.
d) a existência de outras evidências corroborantes (estudos pré-clínicos,
estudos clínicos ou estudos farmacoepidemiológicos de segurança).
e) a ausência de explicações alternativas, como, por exemplo, a inexis-
tência de medicações concomitantes que poderiam ter contribuído para
o surgimento do evento, ou a ausência de doenças preexistentes, ou
comorbidades.

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QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Macapá - AP Prova:
Farmacêutico
Um estudo iniciado em 2018 para analisar a ocorrência de óbitos
por gastroenterites de acordo com a idade, sexo e grupo étnico
dos casos, utilizou dados do ano de 2017 de todos os hospitais de
um Município. O estudo é do tipo:
a) descritivo.
b) experimental.
c) prospectivo.
d) caso-controle.
e) clínico randomizado.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

As etapas envolvidas no processo de P&D baseia-se, simplificadamen-


te, no estudo de compostos para o tratamento de doenças. A primeira
etapa consiste na descoberta de um composto com atividade terapêuti-
ca. Na segunda etapa são feitos testes in vitro para avaliação das pro-
priedades biológicas das moléculas obtidas, por meio de bioensaios in
45
vivo estudando o metabolismo e investigando a farmacocinética e far-
macodinâmica nos animais, o que é considerado o estudo pré-clínico.
Na terceira e última etapa do processo são realizados estudos clínicos
em humanos, em várias fases, parte denominada estudo clínico. Neste
contexto, comente sobre as fases que constituem o estudo clínico em
humanos.

TREINO INÉDITO

Os corneócitos são queratinócitos diferenciados terminalmente, e en-


contram-se na:
a) Derme.
b) Epiderme.
c) Corrente sanguínea.
d) Hipoderme.
e) Mucosa oral.

NA MÍDIA

“Rejuvenescer as mãos? O que pode ser feito para diminuir o efeito do


tempo”
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Essa pigmentação, muitas vezes, acontece por causa do excesso de


exposição ao sol sem proteção. “Essas manchas senis são decorrentes
da radiação ultravioleta que a pessoa toma durante toda a vida e vai
se acumulando. Pessoas de pele clara são mais propensas a ter esses
sinais. Elas aparecem nos dorsos das mãos, antebraços, colo, pescoço
e rosto”, explica Luiz Gameiro, membro do departamento de Dermatolo-
gia Geriátrica da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Fonte: Campos, 24hs Online.
Data: 04 de outubro, 2020.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.campos24horas.com.br/noticia/rejuvenescer-as-maos-o-
-que-pode-ser-feito-para-diminuir-o-efeito-do-tempo Acesso em: 02 de
nov. 2020.

NA PRÁTICA

A década de 1980 marcou o início da fase promissora da relação do


setor magistral com a dermatologia. O farmacêutico atuante nesse seg-
mento passou a desbravar consultórios com o objetivo de conquistar
o receituário do médico, até então dominado por produtos industria-
lizados. Com essa parceria de sucesso, a indústria de matéria-prima
46
começou, desde então, a investir muito na descoberta de novas ma-
térias-primas, outras bases dermocosméticas, o que estimulou ainda
mais o crescimento da dermatologia. Desde então, essa parceria tem
aumentado de modo considerável, bem como as exigências do setor, e
estimulado o aperfeiçoamento constante dos profissionais envolvidos.

PARA SABER MAIS

Programa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).


Reportagem: Transformação digital – Programa Solicita, processo de
registro de cosméticos entre outros produtos.
Acesse os links: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-an-
visa/2020/solicita-completa-um-ano-com-boa-avaliacao-dos-usuarios
Acesso em: 02 de nov. 2020.

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CUIDADOS FARMACÊUTICOS
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EM DERMOCOSMETOLOGIA

ANAMNESE FARMACÊUTICA EM DERMOCOSMÉTICOS

Para o início do atendimento de uma anamnese de sucesso,


primeiramente é necessário a divulgação do serviço: internamente e
externamente. O momento ideal para oferecer o serviço de AFT é quan-
do o farmacêutico suspeita que possam existir problemas relacionados
com os medicamentos. Como exemplo, descrevem-se as seguintes ra-
zões de consulta: medida de um parâmetro fisiológico ou bioquímico
na farmácia que resulte em um valor anormal, queixa do paciente no
momento da dispensação sobre algum medicamento prescrito, consulta
sobre algum problema de saúde, consulta sobre algum medicamento,
consulta sobre algum parâmetro bioquímico.
O processo de atenção farmacêutica obedece a uma sequên-
cia de passos conhecida como método clínico. O método clínico inclui a
48
coleta de dados, identificação de problemas, implantação de um plano
de cuidado e seguimento do paciente. De modo geral, todas as profis-
sões da saúde seguem estas mesmas etapas no processo de cuidado
do paciente, sendo a principal característica de uma profissão sua ex-
pertise e sua autonomia na resolução de um grupo específico de proble-
mas do paciente (FERNANDES, 2012).
Como especialistas em medicamentos, os farmacêuticos têm
aptidão para resolução de problemas relacionados à farmacoterapia,
com a finalidade de realizar a promoção do seu uso de forma racional,
garantindo sua máxima efetividade e segurança. Além disso, os farma-
cêuticos por serem considerados profissionais da saúde, devem ter uma
visão integral do paciente, seu momento entre os ciclos de vida, e reali-
zar a promoção dos cuidados em saúde conforme suas necessidades.
A atenção farmacêutica é uma prática clínica centrada no pa-
ciente, na qual as decisões e as responsabilidades são compartilhadas
com o paciente e a equipe de saúde. O AFT, como qualquer outra ativi-
dade sanitária, necessita, para ser realizada com a máxima eficiência,
de procedimentos de trabalho protocolizados e validados, por meio da
experiência, que permitam uma avaliação do processo e, sobretudo,
dos resultados (Fernandes, 2012).

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PLANO DE CUIDADOS EM DERMOCOSMETOLOGIA

Na área de dermocosmetologia, o profissional farmacêutico


deve estar preparado para propor um planejamento de cuidados a di-
versas patologias que acometem a pele, citaremos duas muito comuns
nesta área.

Dermatites
A “dermatite da fralda” possui como melhor forma de tratamen-
to a prevenção, isto porque, como o próprio nome já retrata, garante
que ela não irá se proliferar, sendo a terapêutica mais eficaz. Nesses
termos, é importante a promoção de bons hábitos de tratamento da pele
e higiene do bebê. Analisando do ponto de vista não farmacológico, os
cuidados a ter são:
• Trocar a fralda frequentemente, ao menos seis vezes por dia,
dar sempre preferência e realizar uma maior observação no período
após as refeições e após a defecação.
• As fraldas que devem ser utilizadas são as descartáveis ab-
sorventes, transpiráveis e não oclusivas. Não devem ser utilizadas fral-
49
das muito justas ou apertadas, visando a minimização da fricção entre
a pele, a urina ou as fezes.
• É necessário realizar uma higienização de forma minuciosa,
através de uma limpeza suave da pele em cada muda de fralda, utilizan-
do para esta um algodão e água tépida.
Na realização dessa limpeza é importante atentar-se para os
produtos utilizados, estes devem ser adaptados à natureza cutânea do
bebê (cremes contendo agentes antissépticos, cicatrizantes e suavizan-
tes). É necessário que se opte por sabonetes que façam pouca espuma
(pains ou syndets) ou óleos de banho. Realizar um enxague por com-
pleto, efetuando uma ligeira pressão, mas sem esfregar.
Antes de colocar uma nova fralda é necessário confirmar que
a pele está seca.
Deve-se realizar a limpeza de frente para trás, tornando assim,
a região anal a última a ser limpa, visando evitar infeções urinárias.
• É necessário que se evite os toalhetes com álcool, como tam-
bém, a limpeza com alguma parte da fralda, mesmo se verificado que
esta apresente zonas “possivelmente” limpas.
• Quando forem utilizadas fraldas de algodão, aconselha-se
que estas não sejam lavadas com detergentes ou sabões que possam
ser irritantes para a pele, como também, deve-se evitar que ela seja
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demasiado engomadas e duras, pois também podem danificar a pele


do bebê.
De um ponto de vista farmacológico e devendo este apenas
ser visto como um complemento a uma boa higiene e boas práticas de
muda de fralda, pois deve-se evitar ao máximo a exposição aos fár-
macos. Os protetores da pele são os únicos compostos considerados
seguros e eficazes para utilizar na DF, sem supervisão médica, daí que
possam ser usados tanto como prevenção quanto tratamento.
Os protetores da pele funcionam como uma barreira física en-
tre a pele e os irritantes externos, protege as zonas afetadas, em pro-
cesso de cicatrização. Dos produtos utilizados para o tratamento da DF,
os princípios ativos que neles se encontram são: alantoína, calamina,
óleo de fígado de bacalhau, dimeticone, caulino, lanolina, óleo mineral,
talco, amido de milho, vaselina e óxido de zinco.

Orienta-se que no processo de troca de fralda seja aplicado,


no bebê, um produto protetor. No mercado existe uma enorme varieda-
de de produtos que possuem formulações diferenciadas, podendo citar
50
como exemplo: pomadas sem perfumes que tem como base de com-
posição a vaselina (a vaselina acaba formando uma barreira protetora
preventiva da DF), pastas de água com óxido de zinco, cremes barreira
com óxido de zinco (estes são utilizados para prevenir possíveis recor-
rências assim como tratamento de DF mais ligeira).
Existem também protetores em consistência de pó, podendo
ser utilizados de forma a reduzir a fricção, como o óxido de zinco, talco
e amido de milho. No entanto, no caso de se utilizar os protetores na
forma de pó, deve-se mantê-los afastados do rosto da criança no perío-
do em que for realizada a sua aplicação, isto porque, se a criança inalar
esse pó, poderá desenvolver uma pneumonia química.
Devem-se evitar os corticoides de elevada potência, devido
aos efeitos secundários que provocam como: possibilidade de atrofia,
telangiectasias, estrias, absorção sistêmica e em alguns casos granulo-
ma glúteo infantil (Gür Çetinkaya & Murat Şahiner 2019).
Os antibióticos tópicos devem ser utilizados apenas no caso
de haver infeção bacteriana, pois a sua aplicação na pele irritada pode
agravar a DF. Dever-se-á reencaminhar para o médico caso se tenha
complicado com uma infeção secundária que esteja presente há mais
de sete dias e passados os sete dias não apresenta melhoras, apesar
de se fazer um tratamento adequado, se encontrar associado a sinto-

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mas sistêmicos, como febre, diarreia, náuseas ou vômitos, se o rash se
prolonga para fora da zona das fraldas, apresenta-se de forma crônica
ou recorrente, encontra-se associada a mudanças comportamentais na
criança, tais como choro intenso.
Os produtos que se devem utilizar são: pains, óleo ou gel de
acordo com a preferência de cada individuo. Em situações de prurido in-
tenso deve-se recorrer a banhos tépidos com óleos emolientes ou com
aveia coloidal. É necessário limpar suavemente, com pequenas panca-
das, sem esfregar, para não estimular o prurido. No final de cada banho
deve-se aplicar produtos emolientes, com a maior quantidade de óleo
possível que o indivíduo tolerar, pois deixam a pele mais macia, deven-
do ser ricos em ceramidas e AGE, deve-se também utilizar suavizantes
e antipruriginosos.
Relativamente aos emolientes, uma loção tem uma quantidade
de óleo muito superior a um creme, assim como a um bálsamo, devendo
optar-se pela que mais se adequa ao indivíduo, mas preferencialmente
pela que apresentar uma maior quantidade de óleo. No caso de serem
peles extremamente secas deve-se optar pelo produto que mais nutra a
pele. É recomendável o uso da parafina líquida ou do óleo de amêndoas
doces, caso não se possa realizar a compra de produtos para peles
atópicas, pois eles são mais dispendiosos. Consoante o estado em que
51
a pele se encontra pode ser necessário aplicar mais ou menos vezes
os emolientes.
Deve-se evitar produtos com elevada probabilidade de provo-
car irritação da pele, assim como, os sabões, detergentes muito agres-
sivos na lavagem da roupa, evita usar roupas de nylon, lãs que estejam
em contato direto com a pele assim como golas altas. Deve-se usar
preferencialmente, para estar em contato direto com a pele, roupas de
algodão. A exposição ao calor excessivo e a ambientes secos, assim
como o baixo teor de humidade deve ser evitada. Sempre que possível
evitar situações de estresse e de ansiedade pois estes podem agravar
a dermatite (ZAGÓRSKA-DZIOK & SOBCZAK, 2020).
Estes são os cuidados que uma pessoa com dermatite atópi-
ca deve ter em conta na sua rotina. Numa situação de uma crise agu-
da, deve-se considerar, apenas se necessário terapêuticas tópicas e
sistêmicas. No que diz respeito à terapêutica tópica, esta consiste na
utilização de agentes locais, para combater a inflamação, sendo princi-
palmente utilizados os corticoides e os inibidores da calcineurina.
Os corticoides tópicos devem ser aplicados uma vez por dia,
na forma de creme, caso seja para tratar lesões agudas exsudativas e
em pomada nas lesões liquenificadas, até que haja uma melhoria das
lesões. Um corticoide pouco potente (hidrocortisona a 1% ou 2,5%),
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normalmente é eficaz em doentes com dermatite atópica moderada. No


caso de ser uma dermatite mais grave, por vezes é necessário recorrer
a corticoides com mais potência (furuonato de mometasona, eceponato
de metilprednisolona que apresentam uma potência media) (ZAGÓR-
SKA-DZIOK & SOBCZAK, 2020).
Devido aos efeitos secundários dos corticoides, a utilização
destes deve ser controlada e preferencialmente durante o menor tempo
possível. Devem ser utilizados apenas em períodos curtos e somente
para episódios agudos e exuberantes da dermatite. Relativamente aos
inibidores da calcineurina, pimecrolimus e tacrolimus, são eficazes no
tratamento de dermatite atópica tanto em crianças como em adultos
(ZAGÓRSKA-DZIOK & SOBCZAK, 2020).
Ao contrário dos corticoides tópicos, não causam atrofia cutâ-
nea, sendo bastante útil o seu uso na face, pescoço e pregas. Ambas
as preparações tópicas estão aprovadas para os doentes com mais de
dois anos de idade com dermatite atópica não controlada com corticoi-
des tópicos. O tacrolimus existe em pomada e está apenas indicado
para os adultos. O pimecrolimus existe formulado em creme. Estas for-
mulações devem ser aplicadas duas vezes ao dia, sendo frequente nas
primeiras aplicações o ardor e a sensação de picada. O pimecrolimus
tende a ser mais bem tolerado, mas é menos eficaz que o tacrolimus.
52
Está comprovada a segurança, em nível mundial, da utiliza-
ção destas formulações a longo prazo, mesmo existindo relatos de uma
possível relação destes inibidores com certos cânceres (linfomas e cân-
cer cutâneo). De maneira relativa, a terapêutica sistêmica, consiste pri-
mordialmente na utilização de anti-histamínicos para evitar o prurido.
Tendo em vista que o efeito que se tem como pretensão é o controle
do prurido, os anti-histamínicos mais utilizados são os que têm efeitos
sedativos (hidroxizina, dimentideno), pois para além de permitiram con-
trolar o prurido, permitem um sono sem interrupções (AZULAY, 2017).
É necessário ter presente que muitos dos possíveis tratamen-
tos aqui apresentados só podem ser dispensados mediante prescrição
médica, no entanto, torna-se pertinente abordá-los para um melhor
aconselhamento. Quando existe outras infecções associadas por bac-
térias, geralmente esta é devido a presença do agente Staphylococ-
cus aureus, neste caso, deve ser tratada com antibioterapia sistêmica,
sendo os antibióticos de eleição as cefolosporinas de 1ª geração ou as
penicilinas resistentes às penicilinases (AZULAY, 2017).
Os corticosteroides são utilizados convencionalmente no
tratamento da dermatite seborreica em adultos, permitem o controle do
prurido e da inflamação. No entanto, só se deve iniciar uma terapêutica
com corticosteroides apenas quando o uso de queratolíticos e antifúngi-

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


cos é insuficiente. Existem em diferentes formas farmacêuticas: sham-
poo, solução, loção ou creme, usando-se conforme a parte do corpo
que se pretende tratar.
Os corticosteroides que comumente se usam são: a hidrocorti-
sona, dipropionato de betametasona, dipropionato de clobetasol. Tam-
bém podem existir formulações em que existem substâncias de diferen-
tes grupos terapêuticos como: ácido salicílico e betametasona; piritiona
de zinco e polytara (alcatrão mineral, óleo de cade, extrato de coaltar
em óleo de amendoim e solução de alcatrão mineral). Em casos mais
graves, o médico pode indicar um corticosteroide mais potente (e.g.
acetonido de fluocinolona). No entanto, deve-se ter sempre presente os
efeitos secundários que a utilização destes pode causar, como: atrofia
cutânea, telangiectasias entre outros. Ainda, alerta-se que a suspensão
de um tratamento prolongado e sistemático com corticosteroides pode
ter como origem uma exacerbação da DS.
Por vezes, nos casos mais severos, é necessário valer-se de
um esquema de tratamento que associe diversas substâncias já abor-
dadas. Nos casos resistentes, a isotretinoína poderá, de forma eventual,
ser uma opção, entretanto, a sua utilização necessita de uma rigorosa
vigilância médica. Incialmente ao aparecimento de lesões, é necessá-
rio, iniciar o tratamento, para que seja eficaz, ter-se em conta a frequên-
53
cia do uso e assim como a utilização intercalar de produtos cosméticos.
É necessário alertar para que durante o tratamento com sham-
poo medicamentoso não se intercale com shampoos cosméticos, pois
pode levar a uma nova proliferação pelos fungos do gênero Malassezia
sp. Esta alternância é importante, mas apenas quando faz um tratamen-
to de profilaxia ou de manutenção. Antes da aplicação de um shampoo
medicamentoso é importante efetuar uma lavagem com um shampoo
não medicamentoso, para ativar a circulação sanguínea e remover o
sebo e o excesso de escamas produzidas.
Deve-se fazer por esta ordem, pois caso se aplique no final do
shampoo medicamentoso, os shampoos cosméticos eliminam as par-
tículas ativas dos shampoo de tratamento. Pelo mesmo motivo não é
aconselhável o uso de amaciadores. É necessário que antes de aplicar
o shampoo medicamentoso o doente separe mechas de cabelo para
que a aplicação deste seja diretamente no couro cabeludo.
Para realizar a remoção das escamas aderentes, existem alter-
nativas naturais, como por exemplo utilizando o óleo mineral de amen-
doim e o azeite. Considera-se também eficaz a utilização do óleo da
árvore do chá (óleo de melaleuca), um óleo essencial de um arbusto
nativo da Austrália, ele é bastante tolerado quando utilizado no dia a dia
como um shampoo.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Melasma
Devido ao impacto do melasma na qualidade de vida dos por-
tadores e aos desafios relacionados com a sua terapêutica, um elevado
número de artigos científicos tem sido publicado nas últimas décadas
com o objetivo de avançar nos estudos acerca da doença, descodifican-
do o motivo do seu aparecimento e desenvolvendo novos tratamentos,
cada vez mais eficazes (JAKCHAIROONGRUANG et al. 2018).
O principal objetivo do tratamento do melasma é suprimir a me-
lanogenese e remover o excesso de melanina presente na epiderme e
na derme. Todavia, devido a sua natureza refrataria e recorrente, tor-
na-se muitas vezes difícil de tratar. Para suprimir a melanogenese, as
primeiras medidas a serem tomadas são evitar os fatores precipitantes
e ter cuidados diários de proteção solar, como o uso diário de um prote-
tor adequado, seguidamente, o uso de formulações tópicas, com ativos
que tem por objetivo suprimir a melanogenese e auxiliar a despigmenta-
ção. O maior problema no tratamento do melasma é a remoção da me-
lanina que se encontra na derme (JAKCHAIROONGRUANG et al. 2018.
Para que o tratamento do melasma seja eficaz é necessário
que a pele se encontre limpa e hidratada, para que sejam mais facil-
54
mente absorvidos os tratamentos por via tópica. Os cuidados de limpe-
za e hidratação devem ser aconselhados de acordo com o tipo e o es-
tado de pele de cada individuo. Adicionalmente pode-se usar métodos
de esfoliação que também podem ajudar a remover os pigmentos de
melanina que se encontram na camada epidérmica.
Os tratamentos despigmentantes devem ser feitos preferen-
cialmente durante o Inverno. O uso de cosméticos perfumados está de-
saconselhado pois podem induzir ou agravar a hiperpigmentação. No
tratamento do melasma por via tópica o componente mais importante é
o uso diário de protetor solar de elevado espetro (FPS 30) de modo a
impedir a indução da melanogênese.
Os mais efetivos são os protetores solar formulados com óxido
de zinco ou dióxido de titânio, conhecidos por protetores solar físicos
ou inorgânicos. Deve ser usado diariamente e durante todo o ano. O
seu uso também é muito importante para evitar recorrências e exacer-
bações, sendo também um adjuvante em outras terapias. A maioria dos
tratamentos tópicos destinam-se a interferir na formação de melanina
atuando a nível da tirosinase, que é uma enzima limitante no proces-
so de formação de melanina. Assim muitas das moléculas utilizadas
no tratamento do melasma são inibidores da tirosinase. Seguidamente
serão abordadas algumas das substâncias utilizadas no tratamento do

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


melasma.

Agentes utilizados no tratamento do melasma


Dos agentes utilizados no tratamento do melasma a nível tó-
pico, a hidroquinona, é dos mais bem estudados e mais eficazes, indi-
vidualmente ou em combinação com outros compostos. Compete com
a tirosina, substrato natural da tirosinase, evitando a oxidação enzimá-
tica da tirosina e consequentemente impede a formação de melanina.
Produz, deste modo, despigmentação reversível da pele. Devido a só
intervir na formação de nova melanina, o seu efeito despigmentante não
é imediato, sendo também apenas temporal, pelo que quando se inter-
rompe o tratamento, a produção de melanina é novamente reativada
(JAKCHAIROONGRUANG et al. 2018).
Com uso de cremes com hidroquinona no tratamento do me-
lasma epidermal, geralmente obtêm-se bons resultados. No entanto,
no melasma dermal a resposta ao tratamento não é tão boa tendo-se
de recorrer a terapias alternativas como peeling químico ou tratamento
com laser (GALEMBECK & CSORDAS, 2019). Durante o tratamento
com hidroquinona é importante fornecer informação aos doentes para
a necessidade de uma menor exposição solar e para o uso de protetor
55
solar, especialmente na área de tratamento com esta substância.
Os retinoides tópicos são amplamente utilizados no tratamen-
to do melasma, isolados ou em combinação com a hidroquinona. Estes
podem diminuir a pigmentação através de vários mecanismos como au-
mentar a renovação das células epidérmicas, inibir a transferência do
melanossoma, inibir a transcrição da tirosinase e consequentemente
inibir a síntese de melanina. Também ajudam numa melhor penetração
de outros retinoides. Quando são utilizados em monoterapia os resul-
tados demoram cerca de 24 semanas a aparecer após o início desta.
Têm como desvantagem vulgarmente causarem irritação e inflamação
cutânea, resultando num agravamento do melasma (JAKCHAIROON-
GRUANG et al. 2018).
Dentro dos retinoides tópicos destaca-se o uso da tretinoína
ou ácido retinoico. Esta foi utilizada inicialmente para melhorar a pe-
netração da hidroquinona, sendo descoberto mais tarde o seu efeito
sobre os pigmentos. A tretinoína tem capacidade despigmentante, pois
dispersa os grânulos de pigmentos nos queranócitos, interfere com a
transferência dos pigmentos, acelera a renovação da epiderme e con-
sequentemente a perda de pigmento. É necessário ter em atenção o
fato de a tretinoína ser altamente teratógena (JAKCHAIROONGRUANG
et al. 2018).
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Com relação à segurança medicamentosa na utilização do gel


com tretinoína, até o momento não foi estabelecida em crianças com
idade inferior a 12 anos e o creme emoliente em indivíduos menores de
18 anos.

No tratamento do melasma é utilizado o ácido glicólico, sendo


a sua função a de realizar a diminuição da coesão dos corneócitos, fa-
cilitando a substituição epidérmica, e favorecendo a eliminação da me-
lanina armazenada nos queratinócitos e, consequentemente, aclarar a
pele. Aumenta a epidermolise e a síntese de colágeno na derme. Em
algumas vezes é utilizado em conjugação com a hidroquinona poten-
ciando seu efeito.
O uso de corticosteroides para o tratamento do melasma tem
sido sugerido como podendo afetar diretamente a síntese de melanina,
no entanto, o mecanismo pelo qual atua ainda não é totalmente conheci-
56
do. Geralmente, para o tratamento do melasma é mais utilizado em con-
junto com outras terapias tópicas, como a hidroquinona e a tretinoína.
O ácido kójico é um agente despigmentante reversível que
atua inibindo a tirosinase. É eficaz em concentrações entre 2% e 4%,
sendo a concentração ótima 3%. Os seus efeitos aumentam quando
está combinado com hidroquinona e/ou o ácido glicólico. Tem efeito an-
tibacteriano e é também um protetor solar. Tem poucos efeitos secun-
dários. Outro componente utilizado é o ácido tióctico (ácido α-lipoico) é
considerado um antioxidante ideal devido as suas particularidades físi-
co-químicas. Como agente despigmentante atua inibindo a biossíntese
de melanina e aumentando a sua degradação, ambos os mecanismos
a nível enzimático.
Este mecanismo encontra-se aumentado quando se conjuga
nas formulações AGE como o oleico, linoleico e linolênico, pois atuam
potenciando a capacidade antioxidante do ácido α-lipoico e aumentan-
do a sua estabilidade nas formulações. Ao ser formulado com substân-
cias queratolíticas como o ácido salicílico ou o ácido tartárico, ajudam
a potenciar a sua ação. Inibe a melanogênese de forma eficaz como a
hidroquinona a 2%.
A vitamina C (ou ácido ascórbico) e os seus derivados retar-
dam a formação de melanina. Tem também um efeito fotoprotetor e an-

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tioxidante. O arbutine é um produto natural de origem vegetal, derivado
da hidroquinona. Inibe a tirosinase e a maturação dos melanócitos. A
eficácia deste composto depende da sua concentração. No entanto,
elevadas concentrações podem levar a uma hiperpigmentação parado-
xal. Contudo, mais estudos adicionais são necessários para determinar
o papel desta substância no tratamento do melasma.
O mecanismo de ação do ácido azelaico ainda não é totalmente
conhecido. Atua geralmente como anti-inflamatório, antibacteriano e
tem efeitos queratolíticos. Estas propriedades tornam-no muito útil em
várias situações dermatológicas. Demonstra ter efeitos seletivos sobre
os melanócitos hiperativos e anormais através da inibição competitiva
da tirosinase. Geralmente é utilizado em concentrações de 15%- 20%,
apresentando melhores resultados quando associado com o ácido re-
tinoico. Por vezes, surgem efeitos adversos como prurido, eritema e
descamação, desaparecendo entre duas a quatro semanas. Atualmente
é utilizado como tratamento off-label do melasma, apenas por prescri-
ção médica, no qual demonstra um eficácia notável (JAKCHAIROON-
GRUANG et al. 2018).
O ácido fítico, é um ácido orgânico, sendo um excelente que-
lante dos metais pesados como o cobre, o ferro e o cálcio. O cobre (Cu
2+) é um elemento essencial para a ativação enzimática da melanoge-
57
nese. Devido à sua capacidade quelante forma um complexo insolúvel
com o cobre (Cu2+). Dentro do tratamento tópico também se inclui os
peelings químicos. A decisão de um tratamento mais agressivo para o
melasma deve ser tomada com precaução. O mais eficaz no tratamento
do melasma é o de ácido glicólico. Estes tratamentos deverão ser usa-
dos com cautela.

SELEÇÃO DE COSMÉTICOS E DERMOCOSMÉTICOS

Nos últimos anos surgiram produtos que têm funções mais


complexas do que a limpeza ou o embelezamento. Estes produtos es-
tão sendo chamados pelos fabricantes de cosmecêutico, dermocos-
mético, cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho, mas
essas palavras não são usadas ou mesmo aceitas uniformemente. Tra-
tam-se de formulações de uso pessoal que atuam beneficamente sobre
o organismo, causando modificações positivas e duráveis na saúde da
pele, mucosas e couro cabeludo. São muitos produtos diferentes, que
usam muitas substâncias químicas como matérias-primas: colágeno e
elastina, cafeína, nanocompósitos de ouro, retinóis, estrógenos e várias
outras (FERNANDES, 2012).
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Classificação e principais produtos cosméticos no Brasil


A classificação e supervisão dos produtos cosméticos são
controlados pela Câmara Técnica de Cosméticos da ANVISA (CATEC/
ANVISA) e pela Resolução RDC nº. 211, de 14 de julho de 2005. A
definição oficial de cosméticos adotada por essa Câmara compreende
todos os produtos de uso pessoal e perfumes que sejam constituídos
por substâncias naturais ou sintéticas para uso externo nas diversas
partes do corpo humano: pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos
genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral e
com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar
sua aparência, corrigir odores corporais, protegê-los e/ou mantê-los em
bom estado (GALEMBECK & CSORDAS, 2019).
Os produtos do setor são divididos em 4 categorias e 2 grupos
de risco, de acordo as Resoluções 79/2000 e 335/1999.
Categorias:
• Produtos para higiene;
• Cosméticos;
• Perfumes;
• Produtos para bebês
58
Grupos de risco:
• Risco nível 1 Æ Risco mínimo. Ex.: maquiagem (pós compac-
tos, bases líquidas, sombras, rímel, delineadores, batons em pasta e
líquidos), perfumes, sabonetes, shampoos, cremes de barbear, pastas
dentais, cremes hidratantes, géis para fixação de cabelos, talcos perfu-
mados, sais de banho, etc.
• Risco nível 2 Æ Risco potencial. Ex.: shampoos anticaspa,
desodorantes e sabonetes líquidos íntimos femininos, desodorantes de
axilas, talcos antissépticos, protetores labiais e solar, cremes depilado-
res, repelentes, tinturas para cabelos, sprays para fixação e modelado-
res de penteados, clareadores de pelos, enxaguatórios bucais, esmal-
tes, óleos para massagens, etc. Todos os produtos para bebês, apesar
de totalmente inócuos, são classificados como grupo de risco nível 2,
pois passam por processos mais rigorosos de inspeção antes de serem
comercializados.

Classificação de substâncias de acordo com a matéria prima


Diversas matérias primas são utilizadas nas formulações de
cosméticos, além de serem bastante complexas, pois cada cosmético
deve apresentar diversas propriedades de forma simultânea ajustadas
para as aplicações desejadas (ANVISA,2020), na figura 7, são demons-

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


trados exemplos de algumas propriedades.

59
Figura 7. Substâncias químicas que são muito usadas na fabricação
de cosméticos.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

Fonte. Adaptado de Costa, pela autora, 2020.

PRESCRIÇÃO E ORIENTAÇÃO AO PACIENTE

O ato da prescrição farmacêutica pode ocorrer em diferen-


tes estabelecimentos farmacêuticos, consultórios, serviços e níveis de
atenção à saúde, desde que respeitado o princípio da confiabilidade e a
privacidade do paciente no atendimento (ANFARMAG, 2018).
Compete ao farmacêutico a prescrição de medicamentos e
outros produtos com finalidade terapêutica cuja dispensação não exija
prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e prepa-
rações magistrais, alopáticas ou dinamizadas, plantas medicinais, dro-
gas vegetais e outras categorias quando aprovadas pelo órgão federal.
Pode também prescrever os que exigem prescrição médica, desde que
condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando es-
tiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas
aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da
60
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou
instituições de saúde (ANFARMAG, 2018). Para realizar a prescrição
e orientação ao paciente, o farmacêutico deve ter título de especialista
ou título de especialista profissional farmacêutico, reconhecidos pelo
Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição.

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

61
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: Prefeitura de Vitória -
ES Prova: Farmacêutico - Farmácia
Paciente idoso está em uso regular de amantadina para tratamento
da Doença de Parkinson. Foi encaminhado à emergência psiquiá-
trica por apresentar quadros de delírios. Em anamnese, o cuidador
informou que o paciente também está em uso de determinado anti-
biótico. Os sintomas relatados podem estar relacionados à intera-
ção da amantadina com qual antibiótico?
a) Amoxicilina + clavulanato de potássio.
b) Claritromicina.
c) Sulfametoxazol + trimetoprima.
d) Azitromicina.

QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: INAZ do Pará Órgão: CFF Prova: Farmacêutico
São atribuições Clínicas do Farmacêutico:
I- Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sin-
tomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente.
II- Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

III- Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência


profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da far-
macoterapia.
IV- Realizar, no âmbito de sua competência profissional, adminis-
tração de medicamentos ao paciente.
Estão corretas as disposições:
a) I, II, III e IV.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas
d) I e II, apenas.
e) I e IV, apenas.

QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: Fundação Hemocentro de Brasília
- DF Prova: IADES - 2017 - Fundação Hemocentro de Brasília - DF
- Farmácia
Paciente do sexo feminino, 47 anos de idade, branca, dona de casa,
procedente de Taguatinga-DF, hipertensa e dislipidêmica, foi aten-
dida na unidade de pronto atendimento em decorrência de qua-
dros convulsivos recorrentes. Após a anamnese e a avaliação dos
exames complementares, iniciou-se o tratamento com fenobarbital
62
(ácido fraco) por via oral. No entanto, por desatenção, a paciente
ingeriu, nas últimas 24 horas, vários comprimidos de fenobarbital
e foi encaminhada ao serviço de emergência.
Nessa situação hipotética, considerando suspeita de intoxicação
pelo fenobarbital, assinale a alternativa que apresenta uma opção
de tratamento farmacológico.
a) Iniciar o ácido acetilsalicílico, a fim de diminuir a ionização e a rea-
bsorção renal do fenobarbital e facilitar o processo de excreção renal.
b) Empregar o cloreto de amônia com o propósito de alcalinizar a uri-
na, preferencialmente em dose única por via oral, o que resultará em
redução na reabsorção renal do fenobarbital e em aumento na taxa de
excreção renal.
c) Acidificar a urina com o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), com
a finalidade de produzir uma reação de quelação com o fenobarbital.
d) Introduzir o carvão ativado por via intravenosa e aguardar a elimina-
ção fecal do fenobarbital de modo gradual e contínuo.
e) Alcalinizar a urina com a infusão intravenosa de bicarbonato de só-
dio, com o intuito de promover a ionização do fenobarbital na urina e de
viabilizar o aumento na excreção renal do fármaco.

QUESTÃO 4

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


Ano: 2019 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de São Domingos do
Cariri - PB Prova: Farmacêutico
Baseando-se na Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013 (Con-
selho Federal de Farmácia), que regula a prescrição farmacêutica e
dá outras providências, analise as proposições abaixo:
I- A prescrição farmacêutica é uma orientação verbal sobre o uso
de medicamentos específicos durante a anamnese.
II- A prescrição de medicamentos só deve estar em conformida-
de com a Denominação Comum Brasileira ou, em sua falta, com a
Denominação Comum Internacional apenas no âmbito do Sistema
Único de Saúde.
III- É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de pro-
paganda e publicidade de qualquer natureza.
IV- O farmacêutico deverá manter o registro de todo processo de
prescrição na forma da lei.
É CORRETO o que se afirma em:
a) II e IV.
b) III e IV.
c) I e II.
d) I e III.
e) II, III e V.
63
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de Guarabira - PB Pro-
va: Farmacêutico
Baseando-se na Resolução nº 586, de 29 de agosto de 2013 (Con-
selho Federal de Farmácia), que regula a prescrição farmacêutica e
dá outras providências, analise as proposições abaixo:
I- A prescrição farmacêutica é uma orientação verbal sobre o uso
de medicamentos específicos durante a anamnese.
II- A prescrição de medicamentos só deve estar em conformida-
de com a Denominação Comum Brasileira ou, em sua falta, com a
Denominação Comum Internacional apenas no âmbito do Sistema
Único de Saúde.
III- É vedado o uso da prescrição farmacêutica como meio de pro-
paganda e publicidade de qualquer natureza.
IV- O farmacêutico deverá manter o registro de todo processo de
prescrição na forma da lei.
É CORRETO o que se afirma em:
a) II e IV.
b) III e IV.
c) I e II.
d) I e III.
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

e) II, III e V.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Os corticoides tópicos devem ser aplicados uma vez por dia, na forma
de creme, caso seja para tratar lesões agudas exsudativas e em po-
mada nas lesões liquenificadas, até que haja uma melhoria das lesões.
Um corticoide pouco potente (e.g. hidrocortisona a 1% ou 2,5%), nor-
malmente é eficaz em doentes com dermatite atópica moderada. No
caso de ser uma dermatite mais grave, por vezes é necessário recor-
rer a corticoides com mais potência (e.g. furuonato de mometasona,
eceponato de metilprednisolona que apresentam uma potência media).
Neste contexto, comente sobre os efeitos adversos mediante ao uso de
corticoides.

TREINO INÉDITO

Muitas das moléculas utilizadas no tratamento do melasma são inibidores:


a) Fosfatase. d) Protease.
b) Amilase. e) RNase.
c) Tirosinase.
64
NA MÍDIA

“Kit de dermocosméticos veganos ganha versão para peles ultrassen-


síveis”
A marca de produtos veganos Quintal Dermocosméticos lançou uma
versão 2.0 do kit Terra de Cores para peles ultrassensíveis. Ou seja,
para quem sofre com irritações e vermelhidões.
Além da linha ser livre de testes em animais e não contar com nada de
origem animal, assim como os outros produtos da marca, a Quintal traz
uma certificação da Cosmos Natural, atribuída a produtos que sejam
pelo menos 99,98% naturais.
Fonte: Panorama Farmacêutico.
Data: 09 de Outubro, 2020.
Leia a notícia na íntegra:
https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/10/09/kit-de-dermocosmeti-
cos-veganos-ganha-versao-para-peles-ultrassensiveis/ Acesso em: 02
de nov. 2020.

NA PRÁTICA

Os corticoides são medicamentos prescritos por um médico para tra-

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tar o paciente durante um episódio agudo de dermatite atópica. “O uso
pode ser seguro desde que feito sob orientação de um dermatologista.
Sua atuação promove uma ação anti-inflamatória, revertendo o quadro
da doença e retirando o paciente do quadro de crise”. Há ainda ou-
tras medidas importantes para o tratamento da dermatite atópica, como
manter a pele hidratada com o uso de sabonetes e hidratantes adequa-
dos, além de evitar banhos quentes.

PARA SABER MAIS

Programa: Dr. Lucas Fustinoni.

Reportagem: Cosméticos, Cosmecêuticos, Dermocosméticos e Medi-


camentos.

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=_mWWMS4G69I


Acesso em: 02 de nov. 2020.

65
GABARITOS

CAPÍTULO 01

1 2 3 4 5
B A C C B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Com relação a constituição dos cosméticos devemos sempre relatar


a origem, se a origem do cosmético é orgânica ou inorgânica, qual a
composição química deste cosmético, se ele possui em sua formulação:
éster, éter, aldeído, acetona, ácido carboxílico, amina ou amida e qual
a sua função, como o uso de conservantes, umectantes, emolientes,
espessantes, neutralizantes, emulsionantes, detergentes, fragrâncias e
colorantes e qual veículo será utilizado como: água, álcool, glicerina,
óleo, loção base e creme base.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

66
CAPÍTULO 02

1 2 3 4 5
C A E A A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Com relação as fases do estudo clínico realizado em humanos, pode-


mos classificar em quatro fases:
Fase I: Normalmente realizado com um pequeno grupo de pessoas sau-
dáveis, onde são avaliados diferentes dosagens e formas de adminis-
tração.
Fase II: Considerado o estudo terapêutico piloto, é nesta fase que são
incluídos no estudo pacientes doentes, sendo realizado em número li-
mitado de pessoas, com o objetivo de analisar a eficácia e segurança
do princípio ativo.
Fase III: Nesta fase o estudo terapêutico é ampliado, com o objetivo de
analisar o risco/benefício, indicações, contraindicações, doses e vias de
administração, efeitos colaterais e estabelecer o perfil terapêutico.
Fase IV: Fase fina, onde as pesquisas são realizadas após a aprovação
e comercialização do medicamento, nesta fase realiza-se o estudo de

FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS


vigilância pós-comercialização.

TREINO INÉDITO
Gabarito: B

67
CAPÍTULO 03

1 2 3 4 5
C A E B B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A utilização de corticoides a longo prazo, traz alguns riscos para a saú-


de, podemos destacar os principais como:
• Insuficiência da glândula suprarrenal
• Acúmulo de gordura;
• Osteoporose;
• Catarata;
• Trombose;
• Úlceras;
• Hipertensão arterial;
• Hiperglicemia;
• Psicopatias.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
FARMACOLOGIA E PRESCRIÇÕES APLICADOS À FARMÁCIA ESTÉTICA - GRUPO PROMINAS

68
ADAMS, 2020. Disponível em: <https://ssl.adam.com/content.aspx?
productId=125&pid=70&gid=8912&site=bestdoctors.adam.com&lo-
gin=BEST4545>.Acesso em: 04 de Outubro de 2020.

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